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PROCESSO DE LIDERANÇA DA BRIGADA DO SALÃO Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 2 APRESENTAÇÃO Maître é uma palavra de origem francesa que significa “chefe”. Surgiu do termo “maître d’hotel”, usado para designar o funcionário responsável pelo atendimento aos hóspedes no restaurante de um hotel. No ramo de alimentos e bebidas (A&B), seja em um restaurante, hotel ou navio, essa palavra acabou sendo utilizada para designar o profissional que é responsável por coordenar a equipe de salão, além de atender aos clientes, desde a sua chegada até a sua despedida, faz a ligação entre o salão, o bar e a cozinha. Mas ser um Maître vai muito além de atender ao cliente. Suas responsabilidades incluem desde cobrar a apresentação impecável e o asseio da equipe até cuidar da parte burocrática que envolve as escalas de funcionários ou solicitação de mercadorias. Nessa Unidade Curricular, veremos quais são as responsabilidades do Maître, como liderar a equipe da brigada do salão, aplicar as técnicas de negociação e administração de conflitos e gerir os fatores que interferem no desempenho da equipe, com pró-atividade e visão sistêmica. 1 CARACTERíSTICAS, CARGOS E TAREfAS DAS EquIPES DE RESTAuRANTE E BAR Segundo a história da humanidade, diversos autores afirmam que os restaurantes surgiram da necessidade de viajantes e peregrinos se alimentarem pelas estradas e caminhos. Também por necessidade desses viajantes surgiram os estabelecimentos de hospedagem. Talvez por essa semelhança, inicialmente, o serviço de refeições estava intimamente ligado ao de hospedagem. Ao longo dos tempos, acompanhando a evolução das sociedades, os serviços de atendimentos se diversificaram, chegando à variedade que encontramos hoje. Atualmente, é comum encontrarmos excelentes restaurantes e bares instalados dentro de hotéis e outros meios de hospedagem, ou seja, um restaurante que atende a hóspedes e passantes. Vejamos, a seguir, como normalmente se encontra a hierarquia de cargos e funções nesses casos. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 3 Gerência Geral Gerência de Hospedagem Gerência de Lazer/Socia l Gerência de A&B Gerência de Rec. Humanos Gerência de Sistemas Gerência de Segurança Controladoria Gerência de Vendas Gerência de Eventos Gerência de Marketing Gerência Adm./Finan. Assessoria Juríd ica Assessoria Técnica FONTE: CÂNDIDO, Í; VIEIRA, E. V. Gestão de hotéis: técnicas, operações e serviços. Caxias do Sul: Educs, 2003. p. 56. Nesse organograma encontramos todos os setores necessários em um hotel que abrange grande quantidade de funcionários e especialidades, mais do que em um restaurante. Mas, sendo o restaurante instalado dentro de um meio de hospedagem ou não, o que define os cargos, as funções e a quantidade de funcionários é a tipologia, a capacidade de atendimento, a localização, o público-alvo, o tipo de serviço que essa empresa irá oferecer. O tamanho do estabelecimento pode ser definido pela estrutura física ou pelo valor total do faturamento da empresa, e a capacidade é definida pela quantidade de lugares disponíveis e pelo número de refeições que pode servir por dia. Os restaurantes seguem aproximadamente as normas de classificação hoteleira regidas pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo). Saiba mais sobre as normas de classificação hoteleira: http://www.turismo.gov.br/system/modules/br.gov.turismo/ templates/home/home_resultado_busca_principal.jsp?allField=cla ssifica%C3%A7%C3%A3o%20hoteleira Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 4 No organograma seguinte você poderá ter uma ideia de como é estabelecida a hierarquia dentro do restaurante: Gerência Geral BaresRoom Service Copa/ Cambuza Confeitar ia Açougue Maîtres Chefe de cozinha Chefe de Fi la Cozinheiros Especia l izados Garçons Aux. de Cozinha Commis Gerência Administrativa Gerência de A&B Gerência de Hospedagem FONTE: CÂNDIDO, Í; VIEIRA, E. V. Gestão de hotéis: técnicas, operações e serviços. Caxias do Sul: Educs, 2003. p. 258. Você pôde perceber que a equipe de cozinha, normalmente, se equivale à equipe de salão em número de cargos e normalmente também é equivalente no número de funcionários. Para melhor compreender quais são as funções e responsabilidades do cargo de Maître, é interessante conhecer a quem você deve se reportar e quem está subordinado a você. Em qualquer restaurante, seja dentro de um meio de hospedagem ou não, o cargo do Maître está diretamente subordinado ao Gerente, ao Diretor ou ao Proprietário. Em algumas organizações, conforme o tamanho da empresa, a nomenclatura dos cargos pode mudar. O gerente pode ser chamado de Gerente Geral, Gerente de Alimentos e Bebidas (A&B), dentre outros. No ato da sua contratação, é importante perguntar a quem você deverá se reportar e quais funcionários farão parte de sua equipe, para não haver confusões durante a operação dos trabalhos. Para melhor poder orientar e comandar a equipe de bar e salão, você precisa conhecer bem as funções de cada um deles, como descreveremos no próximo item. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 5 2 BRIGADA DO SALÃO: COMPOSIÇÃO, ATRIBuIÇÕES E RESPONSABILIDADES No restaurante, o termo “brigada do salão” é utilizado para nomear a equipe de trabalho, que também pode ser chamada de brigada de sala. O Maître é o responsável pela organização dessa equipe de trabalho e pela qualidade dos serviços oferecidos no restaurante. Estão subordinados ao Maître os cargos de: Sommelier, Chefe de Fila, Garçom, Commis, Chefe de Bar ou Barman, Garçom (ou Atendente) de Bar, Ajudante de Bar, dentre os cargos mais comuns. Conforme o tamanho e capacidade de atendimento do estabelecimento, os cargos podem ser reduzidos e alguns profissionais agregam mais de uma função, onde essas são divididas e são mais específicas para cada funcionário. Vamos conhecer as funções de cada cargo que, normalmente, encontram-se subordinados ao Maître: ► Sommelier: é o profissional responsável por atender o cliente, indicar e orientar sobre a compra dos vinhos e possíveis combinações com pratos do cardápio. Cuida da escolha dos vinhos a serem comprados, do estoque, do inventário, da conservação adequada, da rotatividade, ou seja, de todo o processo que abrange o serviço de vinhos, incluindo a composição da carta de vinhos. É comum o Maître acumular essa função em alguns estabelecimentos. ► Chefe de fila: é o profissional que dirige, supervisiona e controla as ações da equipe de salão, como determinar as tarefas de mise en place1, atender os pedidos e as reclamações dos clientes, zelar pelo bom estado dos utensílios e equipamentos utilizados no salão e fazer o fechamento das atividades ao término do atendimento. É ele quem substitui o Maître em sua ausência. ► Garçom: profissional que realiza a mise en place do salão, das mesas e dos aparadores. Prepara o ménage, prepara o buffet (quando houver), atende os clientes, emite as comandas, serve os pedidos de acordo com as técnicas estabelecidas pela tipologia e padrão do estabelecimento, ajuda a zelar pela manutenção dos utensílios e equipamentos. Ele também atende as solicitações e reclamações dos clientes, quando for o caso. ► Commis: profissional que auxilia o garçom na preparação do mise en place antes, durante e após o cliente ser atendido, encaminha as comandas à cozinha ou ao bar, ajuda no serviço aos clientes, mantém o aparador em ordem durante a operação e recolhe itens usados das mesas. ► Aprendizes: auxiliam no trabalho executado pelo Commis. 1 Termo de origem francesa, que significa “colocar no lugar”. No restaurante, fazer a mise en place significa colocar todos os utensílios em seus devidos lugares. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 6 ► Chefe de Bar: pode ser chamado de Barman. É o profissional responsável por organizar e dirigir as atividades pertinentes ao bar, colabora na realização de escalas e horários de serviço,controla a assiduidade e cumprimento de horários dos funcionários do bar. Ele organiza e faz a mise en place do bar e do estoque de bebidas. Fiscaliza e ajuda a manter a conservação, funcionamento e limpeza dos utensílios, móveis e equipamentos do setor. Também costuma ser o criador dos itens servido no bar, como os drinks e sucos. Confere, fiscaliza e auxilia o atendimento aos clientes, realizados pelos demais funcionários do bar. É de sua competência também realizar e controlar o inventário do setor. O tamanho, a tipologia e a capacidade de atendimento do restaurante são os principais fatores que definem qual o número necessário de funcionários em cada cargo. Agora que você já conhece os principais cargos da brigada do salão, que são de responsabilidade do Maître, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre as funções do Maître. Agora você está convidado a participar de uma atividade de passagem. Para isso, acesse a unidade de estudo do curso no ambiente virtual. 3 fuNÇÕES DO Maître O Maître é responsável por variadas atividades dentro de um restaurante, que pode estar localizado em meios de hospedagem, como um hotel ou um navio. A quantidade de atividades e responsabilidades do Maître é determinada pelo tamanho e capacidade de atendimento do restaurante. Para melhor descrever as atividades do Maître, vamos dividir suas tarefas: 3.1 NA PREPARAÇÃO Para que o atendimento aconteça de forma eficiente, é necessário que haja uma preparação de todos os detalhes que influenciam no serviço prestado ao cliente. Em cada restaurante, de acordo com sua tipologia e sua capacidade, encontraremos uma gama maior ou menor desses detalhes. Também influencia nesses detalhes, se o restaurante estiver localizado em um meio de hospedagem. Você como Maître é responsável pela conferência da mise en place do restaurante, que é a organização prévia dos materiais e atividades para realizar o serviço ao cliente. Quando Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 7 falamos em conferir, estamos dizendo que você deve olhar detalhadamente as tarefas realizadas pelo garçom e os demais funcionários do restaurante. Você deve verificar: • Ventilação do local: se as janelas foram abertas e se o ar-condicionado está adequado. • Limpeza: de vidros, estantes, lustres, móveis e chão. • Iluminação: se está em funcionamento, sem lâmpadas queimadas e se está tudo ligado corretamente. • Som ambiente: se está ligado corretamente e funcionando. • Arranjos: se os arranjos de flores e folhagens estão vívidos e com boa aparência. • Objetos em geral: se os todos os objetos estão colocados no devido lugar, se não há algum produto de limpeza ou pano perdido pelo salão. • Reposições: se foram feitas as reposições do aparador, dos utensílios e dos ménages2. • Posição das mesas: se as mesas estão na posição correta, alinhadas, sem desníveis e com as toalhas postas simetricamente. • Conferencia do mise en place: e, por fim, conferir se o mise en place da mesa está colocado corretamente em relação aos lugares disponíveis. Também é da responsabilidade do Maître definir a divisão de praças, conjuntos de mesas próximas que são atendidas por um mesmo garçom. Após efetuar a divisão do salão em praças, você deve designar uma praça a cada garçom. Você sabe o que é uma praça? É importante que você entenda que um restaurante é dividido em cozinha e salão. O salão muitas vezes também é chamado de sala e é dividido em praças. As praças são os conjuntos de mesas próximas que são atendidas por um mesmo garçom. Qual a melhor maneira de dividir as praças? 2 É conjunto de utensílios que serve para servir o sal, azeite, pimenta, vinagre, entre outros. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 8 Para você fazer a divisão das praças, é necessário considerar a capacidade de atendimento do restaurante, ou seja, o número total de lugares. Em um meio de hospedagem, por exemplo, o número de lugares do restaurante é determinado pela quantidade de Unidades Habitacionais (UH’s). Também é preciso verificar qual o número de mesas e de lugares por mesa. Mas para que a divisão seja de fácil compreensão e memorização por parte dos garçons, é melhor que você utilize o leiaute do salão para mostrá-la. Vamos ver nas imagens a seguir exemplos de leiautes com a divisão de praças: A a a g g g g g g g c a BC DE F 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1-30: Mesas a: Aparador g: Guéridon* c: Controle 1-30: Mesas ABCDEF: Praças 12 13 14 15 16 171819 20 21 22 23 25 26 27 28 29 30 24 1 2 a Entrada do Restaurante Cozinha Alimentos e bebidas / 311FONTE: CASTEllI, G. Gestão hoteleira. São Paulo: Saraiva, 2006. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 9 Outro exemplo: Entrada Posição de acesso nº 1. Lownge Sala de Jantar particular 61 L1 LB1 LB2 LB3 LB4 LB5 1 12 21 22 23 24 45 44 42 41 4 5 25 POS POS 6 7 8 28 51 54 55 3633 34 35 3132 9 27 52 53 2 2 3 4 2 3 L2 L3L4 L5 L6 Entrada para a cozinha Saída da cozinha 43 26 Exemplo de mapa Horário 17h30 2-3 2 4 4 2-3 2 4 4 6 2-3 17h30 17h30 17h30 18h00 18h00 18h00 18h00 18h00 18h30 Número Nome Telefone Mesa FONTE: INSTITUTO DE CUlINÁRIA DA AMÉRICA. A arte de servir: um guia para conquistar e manter clientes, destinado a funcionários, gerentes e proprietários de restaurantes. p. 63. Ao fazer a divisão, é indicado que cada praça seja composta de aproximadamente 20 lugares, ou seja, cada garçom deve ser responsável por, em média, 20 pessoas. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 10 Ainda dentro da preparação para o atendimento, é preciso verificar como está a apresentação da brigada. Momentos antes do início dos serviços, você deve fazer o checklist da apresentação de seus funcionários. A brigada deve estar pronta para começar o atendimento, ou seja, uniformizada, com os uniformes limpos e passados, cabelos arrumados e barba feita. Tudo para causar a melhor impressão no cliente. E a responsabilidade de cobrar isso dos funcionários é do Maître. 3.2 NO ATENDIMENTO Para que o serviço durante o atendimento ao cliente aconteça de forma correta, resultando numa experiência agradável ao cliente, você precisa atentar para alguns pontos: • Você é o “cartão de apresentação” do estabelecimento, recepcionando o cliente em sua chegada, com gentileza, educação e cordialidade. • Preste atendimento especial a clientes VIP’s (Very Important Person). • Fale com os clientes durante o atendimento, perguntando se tudo está a contento. • Atenda com educação a todos os clientes, sem distinção. • Atenda às reclamações ou sugestões do cliente, caso ele tenha alguma. • Mantenha contato com o Chefe de Cozinha para a solução de eventuais problemas ou reclamações de clientes. • Observe atentamente a execução do serviço realizado pelos garçons. • Seja discreto ao dar ordens durante o atendimento aos clientes. • Você deve auxiliar o garçom caso ele tenha alguma dificuldade técnica em realizar uma tarefa, sem repreendê-lo ou desfazer dele em frente ao cliente. É de sua responsabilidade coordenar, comandar, supervisionar e responsabilizar-se pelas equipes de trabalho do salão. Ou seja, tudo o que estiver ligado à equipe de salão e ao atendimento dos clientes do salão deve estar sob o seu cuidado. Em alguns estabelecimentos, o bar também encontra-se sob o comando do Maître. 3.3 ATRIBuIÇÕES ADMINISTRATIVAS DO Maître Fora do atendimento, existe uma série de tarefas que são de responsabilidade do Maître. Dentre elas, cuidar de todas as questões referentes aos horários de trabalho, escalas de folgas e de férias dos funcionários do salão, assim como fazer a conferência de estoques diários, requisições de material e relatórios semanais, quinzenais ou mensais. O Maître deve supervisionar os estoques de bar e salão, conferindo e assinando as requisições Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 11 diárias de materiais e bebidas, fazendoinventários, comparando as solicitações com o que foi vendido e/ou perdido. Ao comandar uma equipe, você será responsável por selecionar, orientar e treinar funcionários a serem admitidos ou promovidos. O que isso significa? É você quem avalia a produtividade, postura profissional e todos os requisitos de cada membro de sua equipe. Quando há necessidade de contratar, de demitir ou há oportunidade de promover algum funcionário do salão ou bar, em geral é o Maître quem dá a palavra final ao setor de recursos humanos (RH) / departamento de pessoal (DP). Também é o Maître quem executa treinamentos periódicos com a equipe, buscando o desenvolvimento das atitudes e habilidades necessárias, prezando pela eficiência e qualidade no atendimento ao cliente. Para isso, é sempre importante manter boas relações com o chefe ou gerente do RH/DP, para tratar de assuntos referentes à sua equipe (atrasos, folgas, horas extras etc.). Você já fez ou acompanhou a elaboração de escalas de folgas? Vamos ver então como funciona uma tabela básica para definição das escalas: FONTE: CASTEllI, G. Gestão hoteleira. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 342 Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 12 Nesse modelo foi utilizada uma escala mensal, com todos os dias da semana. A vantagem dessa escala é que fica fácil visualizar caso haja algum dia problemático, com muitas ausências, dentro do mês, principalmente se o estabelecimento onde você trabalha não fecha em nenhum dia fixo. Outra opção é utilizar uma escala semanal fixa. Ou seja, as folgas se repetem sempre no mesmo dia da semana para cada funcionário, conforme você verá na imagem a seguir: SALÃO nome do funcionário função turno SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM NOME DA EMPRESA: MÊS ATUAL: maître garçom garçom garçom commins commins commins commins garçom garçom garçom garçom commins commins commins commins commins bartender aux.bar aux.bar asg asg hostess hostess caixa caixa caixa noite / dia dia dia dia dia dia dia dia noite noite noite noite / dia noite noite noite noite noite quebra dia noite dia noite dia noite dia noite tourmant dias do mês 5 6 7 8 9 10 11 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X A vantagem dessa escala é que facilita a organização tanto da empresa quanto do funcionário, que pode se programar com antecedência para eventos particulares. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 13 Todas as escalas dependem da aprovação da Gerência ou Diretoria. Em algumas empresas também devem ser aprovadas pelo RH/DP. O planejamento de férias deve ser feito anualmente, pois você deverá reorganizar as escalas de folgas para suprir a ausência do funcionário que estiver de férias. Além disso, as férias têm prazo para serem gozadas, e você não pode correr o risco de ter que conceder férias a algum funcionário repentinamente, o que atrapalharia a escala de folgas. Quando isso acontece, algum funcionário acaba por ficar sobrecarregado e, consequentemente, isso afeta a qualidade nos serviços prestados. Ainda com relação aos funcionários, é uma atribuição do Maître elaborar e confeccionar os relatórios (semanais, quinzenais ou mensais) a respeito da produtividade e atuação de sua equipe, considerando sempre os resultados obtidos em um período específico. Quando a empresa atende a banquetes e eventos, é o Maître quem deve acompanhar e supervisionar nos banquetes, desde a fase administrativa, que inclui a elaboração do cardápio e a definição de preços, até a fase de execução, oferecendo total suporte ao departamento de eventos. O Maître poderá participar da elaboração do cardápio com sugestões, considerando que ele é o contato mais próximo do cliente, recebendo a opinião dele. Essa colaboração pode acontecer principalmente em eventos específicos ou banquetes, ou até mesmo no cardápio interno e permanente do serviço que o restaurante oferece. Por fim, quando for necessário, o Maître deverá substituir o gerente de alimentos e bebidas na ausência dele. O que implica em ter uma postura de supervisão, conhecendo todas as atividades exercidas dentro do estabelecimento. Por isso, veremos a seguir as características de organização do trabalho na área de alimentos e bebidas. Agora você está convidado a participar de uma atividade de passagem. Para isso, acesse a unidade de estudo do curso no ambiente virtual. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 14 4 CARACTERíSTICAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ÁREA DE ALIMENTOS E BEBIDAS Quando falamos em organização, logo surge em nosso pensamento a ideia de coisas colocadas em ordem, em lugares específicos. Por organização compreende-se a forma como um conjunto se organiza para funcionar. E isso é determinante para se prestar um bom serviço. Há pessoas que são naturalmente organizadas, mas nessa profissão ser organizado é simplesmente imprescindível. Organizar-se e manter o trabalho em ordem são os principais fatores que separam o serviço de excelência do serviço ruim. No ramo de A&B é fundamental que cada pessoa esteja disposta em seu devido lugar e atividade, ou seja, que cada um saiba exatamente onde deve estar e o que fazer em cada momento. Além disso, cada objeto, utensílio, móvel ou equipamento deve estar no lugar correto e em pleno funcionamento. É necessário que você, como Maître, conheça como executar a correta organização de tudo o que deve supervisionar, ou seja, ser organizado com suas atividades administrativas como as escalas, folgas, controles do setor (que veremos em seguida), bem como com os utensílios e equipamentos a serem usados durante o atendimento ao cliente. A organização remete diretamente à mise en place. A preparação correta da mise en place é um pré-requisito de economia, qualidade e agilidade dos procedimentos realizados no atendimento ao cliente. Cabe ao Maître não só determinar como será feita a disposição e organização da mise en place, mas também incentivar a sua equipe na melhoria e aperfeiçoamento constante dos procedimentos. Aceitando sugestões e opiniões de sua equipe, terá uma abrangência maior da sua visão sistêmica. Então, segundo o que vimos até agora, podemos resumir que as características principais para se obter organização são: ► Ordem: ter ordem e pôr em ordem são os princípios de organizar. ► Localização espacial: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. Ou seja, todos os móveis, utensílios e equipamentos devem ter seu próprio lugar. E antes, durante e depois do atendimento ao cliente essas coisas devem ser utilizadas e voltarem aos seus devidos lugares. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 15 ► timing: é um termo inglês usado para definir o momento certo de se fazer algo. Podemos dizer que no serviço de atendimento o timing é a noção de quando realizar algo ou intervir para melhor servir o cliente. ► fluxo de atividades correto: as atividades devem ser feitas em uma sequência correta. Isso colabora para a economia de tempo e de recursos. O fluxo, assim como os procedimentos, deve ser constantemente adequado para manter-se o rendimento. ► Atenção: ao Maître cabe ter atenção não só no que se faz, mas também a tudo o que se passa ao seu redor, com os funcionários e clientes ou com o serviço em geral. ► Eficiência: é fazer mais trabalho em menos tempo e com menos esforço, ou seja, realizar sua tarefa corretamente, utilizando apenas o tempo e os recursos necessários. ► Cuidado: ter cuidado é importar-se com cada detalhe, de si próprio e de tudo que está a sua disposição e supervisão. Dessa forma, a organização aplicada colabora para que todo o fluxo de trabalho funcione a seu favor, ajudando a realizar todas as tarefas de forma correta e eficiente. Além da atenção quanto à organização do trabalho é preciso ter conhecimento sobre os documentos utilizados para a realização desse serviço. Vamos conhecer, nasequência, os documentos do restaurante. 5 DOCuMENTOS DO RESTAuRANTE: TIPOS E fLuXOS O principal documento utilizado no atendimento de um restaurante é a comanda. É nesse documento que existe a comprovação dos pedidos do cliente, bem como as informações que são repassadas para a cozinha. Quando acontece alguma divergência na execução do serviço, tiramos a dúvida pelo que foi lançado na comanda. Observe o exemplo! Se um prato vier errado da cozinha, o Maître se encarregará de verificar que informação se encontra na comanda que foi feita. Caso conste na comanda um prato diferente do que foi solicitado pelo cliente, o erro terá sido de quem anotou o pedido, mas se a comanda estiver com o pedido correto, certamente a cozinha terá se enganado. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 16 Atualmente, com muitas opções de informatização, já podemos encontrar comandas eletrônicas sendo utilizadas em diversos estabelecimentos, porém, em muitas empresas, a comanda utilizada ainda é a manual, feita de papel. Quando o estabelecimento utiliza a comanda manual, é necessário que o bloco de papel contenha três vias. Você sabe por quê? Porque a comanda deve ser enviada para três lugares distintos. Para compreender a resposta a essa pergunta, primeiramente, observe a seguir um modelo de comanda manual com o devido preenchimento: Garçom nº Assinatura do Garçom Canja/ / / / / / frango moda casa Creme aspargos filet com frutas minestrone frango grelhado Apartamento: _________________________ Data: ________________________________ Mesa: ________________________ Quantidade Comanda Restaurante Discriminação Preço Nº pessoas: _____________________ Horas: _____________ Nº: ______________ 1 2 3 N ão v al e co m o do cu m en to p ar a pa ga m en to . E xi ja su a N ot a Fi sc al . Th is do cu m en t i s n ot g oo d fo r r ec ei pt . A sk fo r t he sa le sl ip . FONTE: CASTEllI, G. Gestão hoteleira. São Paulo: Saraiva, 2006 p. 321. A comanda deve conter os seguintes dados preenchidos: ► unidade Habitacional (apartamento): caso o restaurante esteja instalado em um meio de hospedagem, nesse campo deverá ser preenchido o número da UH do hóspede. Se o cliente for um passante (em um restaurante de hotel), o campo pode ficar em branco. ► Data: preencher o dia, mês e ano corretamente. ► Mesa: anotar o número da mesa da qual se está tirando o pedido. ► Nº de pessoas: preencher a quantidade de pessoas que estão na mesma mesa. ► quantidade: anotar a quantidade referente ao item solicitado pelo cliente, seguindo a ordem. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 17 ► Discriminação: anotar os pedidos na ordem: prato de entrada e prato principal, para cada posição da mesa. ► Garçom: anotar o número, código ou nome do garçom responsável pelo atendimento. ► Assinatura: espaço destinado à assinatura de quem tirou o pedido. ► Preço: espaço preenchido pelo caixa ou controlista. Assim, ao atender uma mesa, o Maître ou o garçom deve anotar o pedido do cliente (ou dos clientes, caso a mesa tenha mais de uma pessoa), com todos os detalhes e solicitações especiais, caso o cliente tenha feito alguma, preenchendo a comanda com os pedidos de cada pessoa relacionando com a posição que essa pessoa se encontra na mesa. Na imagem anterior você pôde observar que existem os números 1, 2 e 3. Esses números são definidos pela posição que o cliente ocupa em relação à mesa. E cada item do pedido foi anotado em sequência, ao lado do número que indica a posição do cliente. Dessa forma, quando o pedido chegar à mesa, o garçom saberá a quem entregar os itens. Caso o Maître tenha tirado o pedido, ele repassa a primeira e a segunda via ao garçom. O garçom é encarregado de entregar a segunda via ao operador de caixa (ou controlista) e a primeira via à cozinha. A terceira via fica no guéridon3, caso seja necessário fazer uma rápida conferência antes da entrega do pedido ao cliente. Quando a comanda utilizada é a eletrônica, o garçom utiliza um palmtop que é conectado por rede wi-fi ao sistema operacional geral do restaurante. FONTE: CÂNDIDO, Í; VIEIRA, E. V. Gestão de hotéis: técnicas, operações e serviços. Caxias do Sul: Educs, 2003. p. 336. 3 Mesas auxiliares. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 18 Ao finalizar o pedido no palmtop, automaticamente o pedido é impresso em uma comandeira (impressora não fiscal para comandas) no setor pertinente, ou seja, os pedido de pratos serão impressos na cozinha e os de bebidas no bar. E como o sistema é integrado, os pedidos confirmados aparecem automaticamente na tela do operador de caixa, inseridos na conta de determinada mesa ou cliente. Quando o cliente solicita a conta, sendo a comanda manual ou eletrônica, é preciso que os itens lançados na conta sejam conferidos por quem tirou os pedidos. Antes de levar a conta ao cliente, confira se os itens e quantidades estão corretos. Isso tende a minimizar os erros e possíveis reclamações por parte do cliente. Após o pagamento ser realizado, é gerada a nota fiscal ou cupom fiscal. Em geral, os restaurantes, bares e similares utilizam cupons fiscais que são gerados automaticamente quando o caixa finaliza o pagamento no sistema. Alguns clientes podem solicitar a nota fiscal de despesas, usada normalmente para reembolsos de alimentação. Essa nota fiscal, também chamada pelo setor financeiro de “D1”, somente pode ser emitida para pessoa física, ou seja, não pode ser emitida em nome de empresas. Caso o estabelecimento não utilize nenhum sistema operacional para efetuar as vendas que forneça os cupons fiscais automaticamente, as notas deverão ser oferecidas ao cliente assim que ele efetuar o pagamento e emitidas de forma manual prontamente. De acordo com a legislação brasileira vigente, ainda é possível em algumas localidades não utilizar sistemas de vendas, mas nas grandes cidades e em muitos estados já é exigida a implantação de algum sistema que seja homologado pelo fisco e que emita o cupom fiscal automaticamente. É obrigação do estabelecimento fornecer a nota ou cupom fiscal e é um direito do consumidor exigir esse documento. Saiba mais sobre cupom fiscal. http:/ /www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/atos/atos_ cotepe/2008/ac006_08.htm Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 19 Outro documento utilizado pelo Maître é a “requisição de materiais”. Dentro das atribuições do Maître está a supervisão dos estoques e conferência das reposições dos materiais utilizados no salão e no bar. Para que essa reposição seja feita corretamente e não haja desperdícios ou desvios, é utilizado um documento chamado de “requisição de material”. A requisição de material é o documento que tem a finalidade de comunicar o salão com o almoxarifado central. Os estoques devem ter um ideal de quantidade de cada item, que é definido por cada empresa, de acordo, geralmente, com a quantidade vendida de cada produto em um determinado espaço de tempo. Então, cada detalhe do trabalho que você executa é importante. Seja preparando-se para o atendimento, seja no serviço ao cliente ou nas exigências do trabalho administrativo. Mas ser Maître é mais do que executar. Ser Maître é liderar, ser o líder de uma equipe que dá rosto ao estabelecimento e ao serviço. Vejamos, a seguir, o que é liderança. Agora você está convidado a participar de uma atividade de passagem. Para isso, acesse a unidade de estudo do curso no ambiente virtual. 6 LIDERANÇA DE EquIPE: PRINCíPIOS, ESTILOS, ATRIBuIÇÕES E PAPEL DO LíDER Para que possamos compreender bem o que é liderar uma equipe, precisamos esclarecer o que são equipes e como elas funcionam. Para melhor acompanhamento dos estudos, sugerimos que procure relacionar ao máximo as discussões e atividades desta Unidade com a sua experiência concreta. Os grupos de que você faz parte são uma ótima referência para o seu desenvolvimento no curso. Para iniciar a discussãodo que seja um grupo, assista ao vídeo “Somebody that I used to know”, interpretada coletivamente pelo grupo Walk off the Earth. Reflita sobre como este grupo se organiza para realizar a atividade que deseja – no caso, a execução de uma música. Para saber mais sobre grupo, acesse a unidade de estudo do curso no ambiente de virtual e assista ao vídeo Somebody that I used to know. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 20 Os integrantes do Walk off the Earth trabalham juntos para alcançar um objetivo: a execução da performance musical com um único violão. Cada um, com características próprias, desempenha um papel relevante no todo. • O que chama a sua atenção ao assistir ao vídeo? • Como você descreveria esse grupo? • Os grupos de que você participa são assim? Em geral, a intenção é que todos os grupos de trabalho atinjam este resultado: uma sincronia tão grande, tão perfeita, que sua ação não apresente erros, mesmo em atividades extremamente complexas. É o desejo de que os grupos humanos funcionem como um relógio bem regulado. O Walk off the Earth demonstrou isso. Certamente, foi preciso muito trabalho, muito esforço e repetição para que todos os integrantes pudessem realizar bem suas atividades. Foi necessário, também, aliar as competências individuais de cada integrante a um projeto comum, compartilhado. Contudo, não podemos pensar que essa harmonia total seja possível em nossas equipes de trabalho. Você já participou de um grupo que funcionasse como uma máquina bem ajustada? Na sua família, por exemplo, todos se entendem perfeitamente e conseguem se organizar sem conflitos para atingir os objetivos? No seu local de trabalho, todas as informações e processos ocorrem sem dificuldades? Avalie tais questões! Os grupos humanos têm como característica essencial viverem transformações e desequilíbrios constantes. Passam por crises e conflitos. Imagine quantas discussões, e até mesmo brigas, os integrantes do Walk off the Earth devem ter enfrentado durante a preparação. Quantas vezes alguém muito importante pode ter perdido o ônibus e se atrasado, inviabilizando o ensaio? Ou perdido a paciência e ter sido rude? Quantas vezes o diretor do grupo deve ter repensado suas atitudes ou ter se adaptado às necessidades de seus colegas? Trabalhar em equipe não é tarefa fácil e não acontece espontaneamente. Mas trabalhar em equipe é uma necessidade cotidiana para qualquer profissional e é preciso qualificar-se para isso. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 21 De qualquer forma, seria uma ilusão esperar que os grupos fossem sempre perfeitos e bem integrados. Não é disso que trataremos nesta Unidade Curricular, mas sim da possibilidade de lidar com as situações de conflito, para que sejam ocasiões de crescimento para a instituição e para todos os indivíduos envolvidos. O cliente vê apenas a “música pronta”. Fazendo uma analogia, podemos pensar assim: imagine se você não tivesse assistido ao vídeo, mas apenas escutado a música, sem saber como ela foi executada. É assim que o cliente deve perceber o resultado de um trabalho bem realizado. Mas nós, que lidamos com cada processo realizado pela equipe, precisamos também ver as situações tais quais acontecem. Precisamos acompanhar o passo a passo. O que é um grupo? O que é uma equipe? “Grupo” e “equipe” têm conceitos diferentes. Alguns teóricos definem que uma equipe é um grupo que tem um objetivo. Mas não é tão simples assim. Uma equipe é um grupo que tem, além do objetivo que a move, a capacidade de avaliar a sua própria configuração e de elaborar estratégias de desenvolvimento. Quando falamos de trabalho em equipe, precisamos compreender bem o que caracteriza uma equipe e o modo como ela se forma. Para começar, vamos frisar o seguinte: Toda equipe é um grupo, mas nem todo grupo é uma equipe. Grupo de Trabalho versus Equipe O sucesso de um grupo, e seu compromisso com resultados, necessita de alguns fatores essenciais, como veremos a seguir. Se um grupo apresentar tais fatores, certamente se tornará uma equipe. Um grupo é uma reunião de pessoas na realização de uma ação comum, em que os membros estão implicados, isto é, dependem uns dos outros. Mas, lembre-se, assim como um grupo não é apenas um conjunto de pessoas num mesmo lugar ou trabalhando em uma mesma empresa, uma equipe também não o é! Uma equipe também não se forma espontaneamente. É preciso que equipe tenha gestão, isto é, que ela seja gerada e, na sequência, gerenciada para tal. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 22 Mas o que define uma equipe? Além de implicação subjetiva, uma comunicação eficaz e a preocupação com a tarefa do grupo, uma equipe se caracteriza basicamente por três condições: • Capacidade de avaliar, assumir e correr riscos, com flexibilidade a mudanças. • Investimento constante em seu próprio desenvolvimento como equipe, coletivamente. • Reflexão genuína sobre sua própria dinâmica de funcionamento, com vistas à solução de problemas internos e promoção da qualidade de vida – e não somente da produtividade. Em síntese, podemos dizer que uma equipe é um grupo que percebe suas necessidades de mudança para realizar as tarefas e atingir suas metas. Para que uma equipe perceba suas características e necessidades, é fundamental que seus integrantes se percebam como indivíduos e conheçam o modo como percebem aqueles que os cercam. O que é liderança? É um processo social em que ocorrem relações de influência entre pessoas de um grupo. Fonte: FRANÇA, A. C. l. Comportamento Organizacional: conceitos e práticas. São Paulo: Saraiva, 2006. quem é o Líder? Quando utilizamos a palavra “líder”, normalmente pensamos na pessoa que tem um cargo de gerência, hierarquicamente superior aos demais. Mas essa concepção é limitada e não ajuda a pensar no papel de cada um em uma equipe. O líder é aquele que, em cada situação, promove ao grupo a abertura de possibilidades de futuro. Isto é, diante do líder, o grupo consegue agir de forma a solucionar seus problemas, fazer escolhas eficazes e aprimorar seu próprio funcionamento. Neste sentido, é fundamental perceber que todos podem ser líderes, independente de seu cargo ou função. Nas organizações, é cada vez mais considerado ultrapassado o modelo que divide o trabalho intelectual do trabalho manual ou operacional. Não podemos mais nos contentar em ter na Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 23 equipe algumas “pessoas que pensam” e outras “pessoas que executam”. Todo profissional deve ter condições de, em suas tarefas, analisar, julgar, inovar, avaliar e transformar. As pessoas que têm, por força do cargo que possuem, o papel de liderar equipes, como o Maître, são chamadas gestoras. Os gestores são líderes que detêm certa responsabilidade institucional com relação a decisões táticas e estratégicas e não apenas operacionais. Além disso, são oficialmente destacados para cuidar do próprio funcionamento da equipe. Em uma equipe como a brigada do salão, o Maître é, além de líder, o gestor da equipe de trabalho. Mas qualquer um dos garçons, por exemplo, pode se mostrar líder em algum momento, ampliando a capacidade da equipe para lidar com uma situação problema. Gerir equipes significa, em grande medida, administrar o aprendizado individual e coletivo e aprimorar a capacidade de cada um para analisar situações e encontrar soluções adequadas. lembre-se de que o líder é aquele que faz com que sua equipe se desenvolva, e não apenas aquele que dá ordens e cobra resultados! Pense em processos de liderança que ocorrem no seu dia a dia, como na sua família, grupo de amigos, trabalho e em outras situações. No novo cenário organizacional que se apresenta, a gerência do tipo “comando” e “controle” tornou-se desnecessária, substituindo a produção em massa padronizada pelo trabalho pautado no conhecimento. Distintamente, no trabalho do conhecimento, os profissionais passam a ser avaliados pelosresultados conquistados e não pelas tarefas executadas. Os trabalhadores do conhecimento passam a gerir a sua rotina de trabalho, planejando, organizando e executando o próprio trabalho, individualmente ou em equipe, sem necessitar da presença constante e fiscalizadora do gerente. O gerente, por sua vez, passa a ter a função de liderar as pessoas e não mais de administrá- las. Seu papel não é mais apenas determinar o que cada funcionário deve fazer e garantir a execução do trabalho, ou coletar, transmitir e processar informações. Para manter uma equipe integrada e motivada, os dirigentes das empresas precisam aprender a exercitar novas características de liderança. A administração tradicional, baseada no planejamento, orçamento e controle, não possui mais eficácia dentro das organizações. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 24 Atualmente, os líderes precisam: ► Demonstrar interesse no aprendizado dos liderados. ► Apresentar competências para lidar com conflitos e com a subjetividade humana. ► Necessitam, ao mesmo tempo, evidenciar o equilíbrio emocional, ter bom-humor e alegria contagiante. ► Valorizar a qualidade de vida dos funcionários e dar liberdade às equipes que lideram. liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum. Homens e mulheres deixaram registrados na história exemplos de liderança. Um deles, Gandhi (1869-1948), esclareceu que, antigamente, liderar estava relacionado à força. Todavia, hoje, a habilidade de liderar depende do relacionamento estabelecido entre as pessoas, e se relacionar bem com as pessoas exige entender as razões que as levam a ser do jeito que são. Resumindo, não é possível exercer a liderança sem entender as pessoas com as quais trabalhamos. Para conhecer alguém, é preciso conviver. Numa equipe de trabalho, isso significa conversar regularmente, ter disponibilidade para compartilhar assuntos pessoais de maneira tranquila e acolhedora, saber onde a pessoa mora e o que gosta de fazer no tempo livre. Também é preciso estar claro, a todos os colegas, quais os conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que permeiam o trabalho, e qual a história profissional de cada um. Pense em seus colegas de trabalho. Se perguntassem a você “como é a Maria? Como é o Dr. Alberto?”, o que você responderia? E se perguntassem a seus colegas como você é, o que eles responderiam? O líder deve agir de acordo com o nível de conhecimento do seu liderado, assumindo papéis diferenciados em cada situação. ► Numa situação em que o nível de conhecimento ou de prática do funcionário diante de uma tarefa é baixo, o comportamento do líder poderá ser diretivo, oferecendo soluções previamente orientadas para a execução dessa tarefa. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 25 ► Já com um funcionário que apresenta um nível de conhecimento ou de prática médio, o indicado é que o líder haja como um instrutor, treinando o liderado e apoiando-o nas suas atividades. ► No caso do líder deparar-se com um funcionário que apresenta nível de conhecimento ou de prática superior, sugere-se que o apoie para que este desenvolva o que aprendeu. ► Por fim, se o funcionário apresentar um nível de conhecimento muito elevado, é possível que o líder delegue tarefas e permita que o funcionário gerencie sua atividade. Este tipo de avaliação e flexibilidade são essenciais em qualquer equipe! 6.1 ESTILOS DE LIDERANÇA Foi-se o tempo em que líderes eram autoritários e este era o único modelo de liderança existente nos grupos de trabalho. Hoje se discute cada vez mais novas formas de liderança buscando, além de aumento de produção, a qualidade no serviço prestado. Além disso, um líder não deve apenas poder garantir a produtividade, mas também manter sua equipe. O líder tem o papel de promover qualidade de vida e satisfação em suas equipes. Veja como existem muitas demandas sobre os profissionais que estão em posição de líder. Para responder a estas demandas, é preciso estudar muito! Temos a impressão de que “ser líder” é algo totalmente espontâneo, inato. Mas isso não é verdade. A humanidade vem, há muito, pesquisando e construindo conhecimento sobre liderança. Desde a Antiguidade Clássica (período de mais de mil anos da história do Ocidente, entre o século VIII a.C. e o século V d.C.), pensadores que marcaram nossa civilização se debruçavam sobre o tema da liderança. Platão (autor de uma grande obra de Filosofia chamada “A República”) e Aristóteles (que produzia reflexões em diversos campos – destacando-se entre suas obras “A Poética” e “A Política”) discutiam de modo muito profundo as características e os papéis daqueles que assumem a função de orientar as decisões da comunidade – a polis. No livro “A águia e a galinha”, o filósofo e teólogo leonardo Boff propõe uma reflexão sobre liderança, comparando Platão e Aristóteles. Veja a imagem abaixo (uma pintura de Rafael Sanzio, artista renascentista): Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 26 Imagem: “A escola de Atenas” – Rafael Sanzio Do lado esquerdo, com o dedo apontado para cima, está Platão, o filósofo do mundo das ideias, da utopia, dos sonhos. Para ele, a essência pura das coisas pode ser alcançada quando se amplia a sensibilidade, quando se alçam grandes voos. leonardo Boff o compara à águia, pairando sobre o mundo com seus olhos aguçados e asas abertas. O céu é seu lugar, os novos horizontes são seu foco. Do lado direito, Aristóteles aparece com a palma da mão aberta voltada para o chão. É o filósofo da realidade, do conhecimento empírico, que pensa sobre aquilo que está diante de seus olhos. É prático, opera com o que há de concreto. leonardo Boff o compara à galinha, “pé no chão”, conduzindo a vida pelos caminhos que são mais viáveis, mais objetivos. Dessa reflexão, que compara duas maneiras diferentes de lidar com os projetos individuais e, principalmente, coletivos, podemos pensar sobre nós mesmos: como você costuma se posicionar diante das situações e desafios no trabalho? Você é sonhador, idealista, pensa grande? Ou é mais prático, dando um passo de cada vez? Com o passar dos séculos, muitos estudiosos procuraram ampliar a compreensão sobre como gerenciar pessoas e conduzir a realização dos projetos, especialmente o trabalho em equipe. O autor que mais se destacou pesquisando os estilos de liderança foi Kurt lewin (1890-1947), alemão radicado nos Estados Unidos. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 27 Dentre as diversas contribuições de lewin para a psicossociologia, está a criação de uma metodologia de análise e intervenção em grupos, consolidando o caráter técnico-científico na compreensão das relações humanas. lewin é, sem dúvida, o nome mais importante na história do trabalho em equipe. Este cientista e sua equipe de colaboradores testaram de maneira sistemática os resultados de diversos estilos de liderança nos grupos. Como faziam isso? Eles estabeleceram condições semelhantes para o funcionamento dos grupos, mas em cada equipe modificavam um elemento: as características do líder, também chamado de coordenador ou facilitador. logo ficou evidente para eles que a participação do líder produzia efeitos diferentes, alterando dramaticamente as características da equipe e os resultados que ela alcançava. A partir das extensas pesquisas, a equipe de lewin conseguiu definir três modelos, três estilos de liderança, e suas consequências na dinâmica dos grupos. Os três estilos de liderança são: • Autocracia (Centralização do poder de decisão no chefe). • Demagogia ou liberal (Horizontalidade e liberdade de decisão ao grupo – também chamado de laissez faire). • Democracia (Divisão dos poderes de decisão entre chefe e grupo). Vamos conhecer um pouco mais sobre esses três estilos de liderança: ► Autocracia É o grupo em que a influência é exercida de modo vertical, ou seja, aautoridade é centralizada por um indivíduo ou um pequeno conjunto de indivíduos, em detrimento dos demais. Neste caso, as decisões são tomadas por quem ocupa o papel de líder, e não necessariamente por quem é mais competente para arbitrar em cada momento. Por outro lado, os subordinados ficam responsáveis pela execução, são encarregados do trabalho operacional. Os líderes autocráticos podem ser considerados durões, os “chefes carrascos”. Mas não é apenas assim: um exemplo muito comum de autocracia são os líderes paternalistas: pessoas que, para “proteger” ou ajudar o grupo, sempre tomam para si as responsabilidades que são de toda a equipe. Tentam resolver tudo, com boas intenções, mas não incluem os colegas. Essa é uma forma de autoritarismo, que às vezes passa despercebida. Nos grupos autocráticos, as consequências são o descompromisso e a desmotivação. Além disso, esses grupos tendem a ter dificuldade para aprender e inovar (pois estão sempre com medo de errar). Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 28 ► Demagogia ou Liberal O estilo de liderança demagógica (também chamado de laissez faire) tem como característica a liberdade total de decisão da equipe. O líder se coloca apenas como “mais um membro do grupo”. Este estilo é, oficialmente, pouco usado nas organizações, pois, seu modelo muito liberal pode trazer consequências desastrosas, como desorganização em equipes de trabalho ou falta de foco nos resultados. No entanto, muitas vezes o gestor, em nome do “coleguismo”, tenta dissipar seu papel e sua responsabilidade. Em grupos liberais, as escolhas são tomadas por todos os envolvidos, e poucos parâmetros são estabelecidos para futuras decisões. Como consequência, aparecem a frustração e a permissividade, haja vista que não há critérios claros para atribuição de responsabilidades e recompensas, nem a confiança em alguém (o líder) que garanta os resultados. Falta uma referência aos membros da equipe. ► Democracia A democracia é um estilo de liderança que preserva a horizontalidade das relações no grupo: ter uma função hierarquicamente superior não significa ser melhor em tudo, nem ter que centralizar o poder de decisão. Essa horizontalidade, entretanto, não dilui a diferença de papéis e funções (como acontece na liderança demagógica). O líder tem um papel diferente, que é o de articular sua equipe com vistas ao bom funcionamento dos processos. Aqui, cada decisão é tomada por quem apresenta mais competência para isso. Essa responsabilidade, portanto, pode variar de acordo com a tarefa. O líder não é o que toma decisões sozinho, e sim aquele que avalia as análises feitas por sua equipe e avaliza o melhor encaminhamento. Além de mobilizar os melhores profissionais para cada ação, também acompanha e dá retornos (feedback) para o trabalho. Para os membros de uma equipe democrática, sempre estão claros os critérios a partir dos quais serão avaliados (e recompensados e punidos). E também sempre está aberta a possibilidade de aprender. Aliás, essa é uma característica fundamental de um grupo democrático: o desenvolvimento de toda a equipe e de cada membro individualmente! Veja no quadro, a seguir, aspectos da atividade do líder, a partir dos três estilos de liderança discutidos acima: Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 29 Autocrática Liberal Democrática Tomada de decisões Apenas o líder decide e fixa as diretrizes sem qualquer participação do grupo. Total liberdade para tomada de decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, que é estimulado e assistido pelo líder. Programação dos trabalhos O líder determina as providências para a execução das tarefas. Cada tarefa é executada ao seu tempo, na medida em que se tornam necessárias. Participação limitada do líder no debate, apenas apresentando alternativas ao grupo, quando solicitado. O próprio grupo esboça as providências e método para atingir os objetivos, com aconselhamento técnico e aval do líder. Divisão dos trabalhos O líder determina qual tarefa cada um executará e com quem trabalhará diretamente. Tanto a divisão de tarefas como a escolha dos colegas fica a critério do grupo. O líder negocia com o grupo a divisão de tarefas e a escolha dos colegas de trabalho. Participação do líder O líder é pessoal e dominador nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. O líder não tenta avaliar ou regular o curso dos acontecimentos. Tece comentários irregulares sobre as atividades, quando perguntado. O líder coloca-se como membro do grupo, com funções específicas. É criterioso nos elogios e críticas, e sistemático nas recompensas. FONTE: lEwIN, K; lIPPITT, R; wHITE, R.K. (1939). Patterns of aggressive behavior in experimentally created social climates. Journal of Social Psychology. 10: 271–301. Estilos de liderança mais participativos e democráticos sempre trazem melhores resultados no desempenho da equipe. Quanto mais os membros da equipe participarem das decisões, mais unida e dinâmica será a equipe, e mais qualificadas serão as ações. Ultimamente, temos visto surgirem argumentos a favor da autocracia, alegando que líderes fortes “alavancam” suas equipes, mas isso não é verdade. Equipes autocráticas (assim como as demagógicas) sentem-se sempre “na corda bamba”, preocupadas com as oscilações de humor e a falta de critérios claros dos gestores. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 30 Se você tem uma equipe, adote uma postura democrática e valorize a participação de cada indivíduo, oferecendo critérios claros para cada um trabalhar e colaborar com os demais! O estilo de liderança e o estilo do líder Além do que vimos anteriormente, acerca do estilo de liderança adotado pelo grupo, é importante pensarmos também no estilo pessoal do líder, em sua “personalidade”. Falar das características de personalidade do líder é sempre secundário: mais importante do que a personalidade de cada um, é o modo como executa sua função. Mas nem por isso devemos ignorar que todos nós temos nosso “estilo”. Uns são mais quietos, observadores... Outros são visionários, motivadores. Uns são sérios, têm facilidade para cobrar ou criticar. Outros elogiam com gosto e facilidade. Há pessoas acolhedoras, carinhosas, outras tímidas. Há um jeito certo para ser líder? É preciso ter “traços de personalidade” específicos para seu um bom líder? A resposta, sem dúvida, é NÃO. O que é importante para um líder é poder agir de maneira adequada em cada situação e não ficar cristalizado sempre numa mesma postura. No seu cotidiano, diante da sua equipe de trabalho, muitas vezes será necessário acolher alguém em sua dificuldade, e até cuidar de uma ou várias pessoas. Um líder deve poder fazer isso. Mas em outros momentos certamente o líder necessitará criticar, cobrar, admoestar4. Em certas situações, o líder precisa “exercer sua vaidade”, aparecer, ser referência e conquistar a confiança. Em outras situações, o líder deve ser capaz de manter-se discreto e deixar que algum colega ou subordinado fique em evidência. lembre-se de que o importante é discernir quando agir de uma forma e quando mudar o “jeito de ser”. Cada situação pede respostas próprias! 4 Censurar ou repreender suavemente, aconselhando a não repetir a falta. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 31 6.2 PAPEL DO LíDER E ATRIBuIÇÕES A liderança é um processo de influenciar um grupo de pessoas, de modo a alcançar determinado objetivo. O líder necessita da habilidade de motivar e influenciar os liderados, para que alcancem os objetivos da equipe e da organização. A figura do líder aparece em uma equipe quando uma pessoa se destaca pela capacidade de apresentar uma tarefa ou problema e guiar a equipe para que as resolva. Além das atribuições que a sua função de Maître carrega, com relação à execução das tarefas diárias, todo líder precisa assumircompromissos com sua equipe e com a instituição em que trabalha. Dentre esses compromissos, vale destacar os seguintes: • Foco nos objetivos da organização. • Habilidade de relacionamento interpessoal, ou seja, capacidade de relacionar-se com diferentes tipos de grupos e pessoas. • Flexibilidade para lidar com situações diversas. • Responsabilidade para liderar a equipe e alcançar objetivos. As principais atribuições do líder são: • Conhecer as metas e objetivos da organização. • Conhecer os pontos fortes e fracos da sua equipe. • Transmitir as metas e objetivos de forma clara para equipe. • Atribuir funções para os membros da equipe. • Estimular os pontos fortes da equipe. • Cobrar desempenho da equipe. • Colaborar para o desenvolvimento técnico e emocional de sua equipe, organizando capacitações e dando feedbacks aos membros. liderar é assumir compromissos e estar atento aos colegas. A seguir, vamos discutir as estratégias para liderar de maneira eficaz. Agora você está convidado a participar de uma atividade de passagem. Para isso, acesse a unidade de estudo do curso no ambiente virtual. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 32 7 ESTRATéGIAS DE COORDENAÇÃO DE EquIPES DE TRABALHO Como vimos anteriormente, equipe é um grupo de pessoas vinculadas por um objetivo comum e que revê constantemente sua organização, investindo tanto na realização da tarefa quanto em si mesma, em seu próprio funcionamento. E, em uma equipe, liderar é influenciar e motivar. A liderança é um papel que qualquer pessoa precisa desempenhar quando assume a função de coordenar uma equipe. O que liga o líder aos seus liderados é um objetivo ou meta dada pela organização, e assumido coletivamente por cada um. Quando falamos em estratégias de coordenação de equipes, precisamos pensar no princípio básico de um líder: conhecer a equipe. O primeiro passo é conhecer seus colaboradores, avaliar individualmente o perfil de cada indivíduo e buscar meios eficientes de liderar diferentes perfis. A maneira como o líder vai desempenhar sua função será o diferencial da equipe. Conseguir usar os recursos humanos disponíveis a favor do líder irá trazer benefícios como maior participação, comprometimento e melhora no desenvolvimento das atividades. Uma das funções do líder é atuar como um facilitador para a equipe, ajudando o grupo a alcançar seus objetivos, encorajando a equipe a lidar com os conflitos e problemas em geral. O foco do líder deverá sempre ser o de desempenhar as funções com eficiência5, para obter resultados eficazes6. Para executar o objetivo da equipe, o líder deve tornar-se uma figura admirável, pois deve ser o instrumento de motivação, relacionando os objetivos das pessoas da equipe com os objetivos da organização. Isso não quer dizer que o líder precisa se mostrar perfeito, impecável ou poderoso. Apenas deve estar disponível, atento e ser sempre respeitoso e cuidadoso. Isso será admirável e motivador! Uma equipe motivada é uma equipe eficiente. ► O que é motivação? Motivação é a força que incentiva a agir. Vários fatores podem motivar a equipe, como: • Contribuição da organização para o crescimento pessoal. 5 Relação entre recursos empregados e objetivos atingidos. 6 Eficácia: atingir determinado objetivo. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 33 • Bom relacionamento interpessoal na organização. • Valorização da participação do profissional na resolução de problemas para o alcance dos objetivos da organização. • liberdade para expressar pontos de vista. Um líder inspirador, que é admirado por sua equipe e serve como exemplo, tem o poder de transformar a equipe, dando atenção aos funcionários e os transformando em pessoas melhores. Algumas estratégias para melhorar o desempenho das equipes são: • Foque nas metas a serem atingidas. • Mantenha seus funcionários comprometidos com as suas funções. • Seja criativo. Boas ideias são reconhecidas por todos. • Esteja aberto para novas possibilidades. • Saiba ouvir a sua equipe. • Atualize-se, assim será mais fácil lidar com todos os tipos de pessoas. Além desses cuidados constantes, é preciso preparar-se para algumas responsabilidades específicas da gestão de pessoas. Inicialmente, vamos refletir sobre a cooperação e a competição, palavras comuns no universo das empresas e que fazem muita diferença na eficiência das rotinas de trabalho. Em seguida, vamos estudar algumas estratégias de coordenação de reuniões e de como comunicar impressões e avaliações aos colegas (chamamos isso de feedback). 7.1 COOPERAÇÃO E COMPETIÇÃO Há algumas décadas, temos ouvido que o mercado é competitivo e que os profissionais devem manter-se competitivos para serem escolhidos e não serem substituídos por outros. Essa crença de que devemos competir e, mais do que isso, de que devemos ganhar sempre caiu por terra nos últimos anos. Isso se deve a vários motivos. O principal é que ninguém consegue ser competitivo o tempo todo e aquele que assim age acaba sozinho. As empresas bem sucedidas já se deram conta de que nenhum profissional é tão bom que possa dar conta das necessidades da empresa sozinho. Desse modo, hoje é necessário saber cooperar. Cooperar significa exatamente trabalhar em conjunto. E aqui é preciso retomar a definição de grupo para lembrar que não estamos falando apenas de divisão de tarefas entre várias pessoas ou de um indivíduo “dando uma força” para o outro. Estamos nos referindo ao Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 34 fato de estabelecer um tipo de relação em que, a partir dos meus atos, os outros possam trabalhar melhor. Cooperar inclui: • Organizar o ambiente de trabalho. • Organizar a comunicação. • Dar autonomia a cada um. Veja: se para realizar suas atividades, os meus colegas precisam sempre recorrer a mim, isso quer dizer que eles não têm autonomia, estão amarrados à minha “ajuda”, e sem ela não poderão atuar. Nesse sentido, não estamos cooperando, mesmo que estejamos trabalhando juntos! Cooperação é uma organização do sistema de trabalho que favorece a autonomia. Quem coopera sabe deixar que cada um atue em favor do todo e sabe valorizar seus companheiros. Não se sente ameaçado, mas valorizado pelo bom desempenho dos outros. Beneficia-se com o sucesso da equipe e se ocupa em não ser indispensável a todo momento. A cooperação é uma atitude que deve ser assumida pela equipe, começando pelo gestor, e que trará muitos resultados positivos. Podemos resumir da seguinte forma: Competir é fácil, pois é uma postura individual. O resultado é: alguém ganha e alguém perde. Cooperar é complexo, pois exige organização. O resultado é: todos ganham. Escolha sempre a cooperação e nunca a competição! Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 35 7.2 CONDuZINDO REuNIÕES Podemos conceituar reunião como sendo um processo de decisão coletiva, em que as pessoas reunidas chegam a uma decisão após exposição e discussão de ideias, que atende às expectativas e objetivos de todos os interessados. Assim, pressupõe-se que uma reunião é uma oportunidade de obter informações desconhecidas que servirão de subsídio para tomada de decisões futuras. A reunião também é uma possibilidade de compartilhar com pessoas as diferentes percepções e visões acerca de assuntos de interesse comum, como também trocar informações que possam ser agregadas a nossa experiência. De certa forma, uma reunião possibilita a discussão e conclusão efetiva sobre determinado tema, problema, ideias, mudanças, entre outros. Conduzir reuniões e torná-las produtivas no ambiente de trabalho é um desafio constante e necessário para os líderes que pretendem ter mais produtividade no dia a dia. Inúmeros profissionais criticam a realização de reuniões por serem muitas vezes improdutivas diante da tomada de decisão. No entanto, percebemos que, na maioria das vezes, o problema não se encontra no evento em si, mas nas atitudes vivenciadas por seus participantes.É importante ressaltar que o sucesso de uma reunião depende de alguns aspectos que envolvem não somente a reunião propriamente dita, mas também os momentos anteriores e posteriores a ela. De maneira geral, nossas atitudes, posturas e comportamentos antes, durante e depois de reuniões influenciarão na produtividade destas. Se você pretende realizar uma reunião e deseja que seja produtiva, antes de realizá-la, responda a alguns questionamentos que certamente comprometerão o desenvolvimento do encontro: ► Esta reunião é realmente necessária para decidir algo? Ela pode ser substituída por outro tipo de decisão? ► Você tem clareza do objetivo desta reunião? Está claro o que se pretende com este tipo de encontro? ► Está visível qual a finalidade da reunião? Qual o valor agregado que ela oferecerá ao processo produtivo da organização? ► Este momento vivenciado pela organização ou pela equipe é adequado para a realização de tal reunião? Os participantes interessados possuem disponibilidade para participar do encontro? Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 36 ► Será justificado o investimento feito para a realização desta reunião? Existe um custo/ benefício viável para o tempo, valor hora dos envolvidos e recursos dispensados neste encontro? ► Qual o local mais adequado para efetivar a reunião? Há disponibilidade de espaço que favoreça o conforto dos participantes? Se você conseguiu responder de forma clara e objetiva às questões anteriores, dê continuidade ao planejamento da reunião, pois esta tende a ser produtiva. Atente apenas para alguns quesitos que tenderão a tornar a reunião eficaz. ► Tenha claro o objetivo da reunião antes de iniciá-la. Procure em cada reunião ter clareza do propósito da sua realização e, caso não o tenha, repense a possibilidade de realizá-la e não a faça. Provavelmente se você não consegue vislumbrar os resultados esperados antes da reunião, o mesmo acontecerá durante sua realização. ► faça uma pauta constando o que deverá ser abordado durante a reunião. Busque definir as questões que deverão ser priorizadas durante o encontro, mas lembre-se de que algumas vezes é preciso ser flexível durante a reunião para atender à necessidade dos participantes. ► utilize as reuniões para decidir o que ainda não foi decidido. Se alguma decisão já foi tomada e não poderá ser revista pelo grupo, não desperdice o tempo fazendo reuniões. Convocar pessoas e simular decisões de grupo, quando elas já foram previamente decididas, desperdiça o tempo do grupo e do líder. ► Ofereça aos participantes a possibilidade de participar ativamente da reunião. O diálogo é uma ferramenta importantíssima nas reuniões. Por isso, ao conduzir uma, estimule e favoreça a participação dos membros, fazendo questionamentos relacionados aos objetivos do encontro. ► Procure observar seus comportamentos durante a reunião. Mantenha uma postura agradável e confiante, transmitindo segurança aos participantes. Participe, mas também possibilite aos demais membros a possibilidade de expressar suas opiniões e ideias. ► Ao final de cada reunião, realize uma avaliação do grupo. Oferecer um retorno ao grupo sobre o que foi discutido ou mesmo decidido durante a reunião, assim como as ações que deverão ser tomadas a partir daquele encontro, estimulará o comprometimento das pessoas para as melhorias e para os próximos encontros. ► faça anotações referentes ao encontro. Ao término da reunião, procure divulgar entre os participantes as principais discussões, decisões e acordos estabelecidos durante a reunião, legitimando dessa forma o que foi discutido e acordado durante o encontro entre todos os membros participantes. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 37 Esteja, portanto, consciente de que uma reunião é um processo de grupo decisório que possui fases a serem seguidas: ► Fase da pré-existência: prepare, planeje e organize o encontro. ► Fase da existência: promova o encontro propriamente dito, favorecendo os debates entre os participantes. ► fase de duração: defina e atente para o tempo de validade de tal encontro. ► fase de conclusão: tenha claro e finalize a reunião pontuando os resultados obtidos durante o encontro, assim como as futuras ações a serem tomadas. ► Fase da pós-existência: acompanhe constantemente os resultados obtidos e previstos para serem alcançados após o encontro. Atentando para esses fatores que interferem nos momentos anteriores e posteriores à reunião, a probabilidade de tornar uma reunião produtiva será maior, mesmo que durante sua realização existam desavenças e conflitos de ideias entre os participantes. De maneira geral, evite situações que poderão lhe causar prejuízos, como reuniões longas, comunicação pouco clara e pouco objetiva. Falta de planejamento e de conclusão ao final do encontro também poderão prejudicar o resultado deste. Busque que os participantes conheçam e entendam o objetivo da reunião estando organizado e transmitindo mensagens claras. Convide apenas as pessoas necessárias e assuma a liderança do encontro. Por fim, tenha claras suas responsabilidades como líder de uma equipe: • Gerencie o tempo estabelecido para o desenvolvimento da reunião. • Seja assertivo nas suas colocações, transmitindo segurança no que comunica aos participantes. • Incentive as discussões e a participação dos integrantes para que eles se sintam partes do processo de decisão. • Se for preciso, seja um mediador entre os interesses do grupo. • Avalie sempre os resultados da reunião. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 38 7.3 FeedbaCk Algumas vezes, a eficácia do processo de comunicação pode ser melhorada com base no feedback recebido pelo líder. Feedback é uma palavra da língua inglesa, herdada das teorias de sistemas. Significa, na tradução literal, retroalimentação, isto é, processar informações e transmiti-las ao sistema para dar continuidade ao seu funcionamento. Feedback não significa oferecer opinião sobre o outro, mas sim fornecer uma informação. Trabalhe com dados concretos (mesmo que esses dados sejam as “impressões” que você tem). Recolha dados relevantes e, de preferência, recentes. Se você “deixa acumular” muitas coisas acontecidas em momentos passados, o feedback pode parecer pesado, acusatório e pouco produtivo. Feedback deve ser uma vivência constante!!! Somente assim a empresa poderá atingir seus objetivos organizacionais. Por isso, lembre-se de que o feedback deve ser construtivo, ressaltando o comportamento da pessoa e não o resultado. O resultado não incentiva a repetição de um comportamento. Por exemplo, diga ao seu funcionário que ele fez um bom trabalho na organização da mise en place. Ressalte, de maneira específica, que elementos estavam bons e em que o garçom pode prestar mais atenção ou como se organizar de forma diferente. Pergunte o que ele está achando do próprio trabalho e em que você pode ser útil. Às vezes ficamos inseguros sobre como passar feedback. A recomendação é que se dê o feedback simulando a montagem de um sanduíche: 1. Inicie com a parte de baixo (primeira camada), mostrando todos os aspectos positivos que a pessoa possui, pontos fortes e o que ela fez de maneira correta. 2. No meio (recheio), coloque os pontos que a pessoa precisa melhorar, pontos fracos e dê sugestões. 3. No final (última camada), faça uma avaliação positiva e pontue as ações para a mudança (plano de ações). Como líder, é importante que você também esteja preparado para receber feedback. Seja assertivo nesse momento. Não replique ou retruque a informação fornecida pelo seu subordinado. Em caso de dúvidas, faça perguntas que o ajudem a compreender o raciocínio do avaliador e coloque-se no lugar dele. Solicite esclarecimentos para assegurar o entendimento e, ao final, agradeça a contribuição do outro. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 39 O feedback não deve ser apenas uma responsabilidade do gestor.É fundamental que você, como líder, tenha disponibilidade para ouvir os colaboradores, inclusive ser avaliado por eles! Organize momentos em que isso aconteça, sem coagir ou constranger ninguém. Feedback não é berlinda! É uma oportunidade de aprendizagem e crescimento!!! Todas essas estratégias, e outras que você vai desenvolver com a prática e a experiência, são importantes para a gestão das equipes. Não esqueça, entretanto, que a sensibilidade e a atenção às necessidades de cada um são essenciais. A seguir, estudaremos os fundamentos da administração de conflitos e, novamente, a sensibilidade e a atenção serão indispensáveis! 8 fuNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE CONfLITOS É inevitável que conflitos apareçam. A questão é como lidamos com eles. Afinal, quando trabalhamos com pessoas, as diferenças entre elas, seja de opinião, gosto, entre outras, aparecem e, em algum momento, pode surgir um conflito relacionado a essas diferenças. Sendo assim, seja no atendimento aos clientes do restaurante, no convívio com o colega de trabalho ou durante uma negociação podem aparecer conflitos e devemos lidar com eles da melhor maneira possível. Ao ingressar em uma organização, funcionários e empresa possuem necessidades e expectativas que precisam ser atendidas. Todavia, as pessoas não têm objetivos e interesses iguais. Os conflitos existem e fazem parte da realidade dos grupos, principalmente dentro do contexto organizacional. No entanto, situações cotidianas acabam sendo ineficazes pela falta de habilidade do líder de conduzir os conflitos decorrentes do encontro de pessoas. Mesmo assim, é imprescindível reconhecer que a ocorrência de desentendimentos entre pessoas num contexto organizacional é perfeitamente compreensível. Muitas vezes, uma família de quatro membros pode ter dificuldades para decidir o lugar em que passará as férias de verão. Cada integrante dela possui valores, crenças, gostos e preferências diferenciados. Agora, imagine uma situação semelhante dentro de uma empresa, em que pessoas de diferentes famílias, cidades, estados, gostos e preferências se juntam e passam cerca de 1/3 de seu dia. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 40 Nem sempre é possível concordar sobre os mesmos assuntos ou chegar a um consenso de forma amigável. A palavra conflito está ligada a vários significados como desacordo, divergência, discórdia, controvérsia, antagonismo, competição. No contexto organizacional, o termo conflito possui sempre o mesmo significado e pode surgir quando estilos de trabalho, valores, metas ou mesmo objetivos divergem de uma pessoa para outra. Muitas vezes, o conflito é decorrente das diferentes percepções que temos sobre um comportamento, problema ou situação ocorrida. Por exemplo, num acidente de trânsito, teremos várias percepções sobre o fato que aconteceu. Provavelmente, cada pessoa ouvida apresentará aspectos diferentes do acontecimento em virtude da percepção que teve sobre o sucedido. Para gerenciar um conflito é fundamental, primeiramente, admitir a existência dele. Reconheça que conflitos fazem parte da vida e o melhor é tentar resolvê-los, afinal, eles não se resolvem por si só. Albert Einstein sabiamente afirmava que “um problema bem entendido já é metade da solução”. É essencial, também, que o líder possua outras competências para gerir os conflitos. Manter o equilíbrio emocional diante de uma dificuldade, analisando o problema de maneira racional provavelmente irá beneficiá-lo. É importante visualizar diversas alternativas para solucionar os problemas e não se limitar a apenas uma possibilidade. Ao lidar com pessoas consideradas difíceis, lembre-se de que a causa dessa dificuldade pode estar relacionada a fatores sociais, psíquicos, físicos, culturais, econômicos ou mesmo afetivos vivenciados pela própria pessoa. Tenha sempre em vista que um sujeito considerado difícil pode não ser um mau funcionário, mas alguém de cujos hábitos e atitudes você não gosta ou com os quais não concorda. Evite ficar com raiva de alguém por causa de algo que ele fez para você ou para alguém de quem você gosta e não deixe de lidar com um problema comportamental por você querer que a pessoa continue gostando de você. Trate as pessoas com respeito e privacidade, caso tenha de dar algum retorno sobre o comportamento delas. Exponha as consequências das suas atitudes e o quanto isso afeta o desempenho da equipe de maneira geral, fornecendo exemplos específicos. E, finalmente, como membro de uma equipe de trabalho, procure fazer alguns questionamentos a si mesmo: Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 41 • Será que uma pessoa considerada difícil apresentará o mesmo tipo de resistência e de comportamento em todas as situações? • O parâmetro que você tem para considerar uma pessoa como “difícil” é o mesmo que os outros têm? • Com que frequência você exercita sua empatia? • Você acredita que existem pessoas difíceis ou apenas diferentes umas das outras? Ao responder tais questionamentos, procure colocar-se na posição de gerente – que nada mais é do que uma função de mediação: identifique se você está gerenciando as pessoas ou gerenciando com as pessoas. Ao gerenciar as pessoas, você se coloca numa posição de superior e estimula os colegas a serem passivos, buscando de maneira controlada alcançar determinados objetivos. No entanto, ao gerenciar com as pessoas, você lidera estimulando os colegas a serem ativos, decidindo, executando e controlando suas próprias atividades, buscando alcançar os objetivos pessoais e organizacionais. Se você estiver envolvido no conflito ou então tentando solucioná-lo da melhor maneira, estas atitudes podem ajudar: ► Procure soluções e não culpados. Esqueça as acusações envolvidas, pense em uma solução que beneficie a todos. ► Analise a situação. Tente entender o que aconteceu, qual é o real problema e quem está envolvido nele. Então, escolha a melhor alternativa com base nas informações que você tem. ► Respeite e exija respeito. Evite ironia e agressividade, não grite e mantenha sempre um clima de respeito. ► Escute mais e fale menos. Não interrompa quando alguém estiver falando. Preste bem atenção no que lhe é dito. Seja objetivo nas suas perguntas. Escute sugestões dos envolvidos. Fale quando estiver certo do que falar. ► Não acuse. Seja construtivo ao fazer uma crítica. Se um dos lados estiver errado, não julgue sua atitude, faça-o compreender as consequências dela. ► Mantenha a calma sempre! Se você estiver envolvido no conflito, mantenha uma postura profissional, evite xingamentos e discussões. Se você estiver controlando o conflito, seja calmo e exija isso dos envolvidos. ► Procure uma solução que beneficie a todos. Busque uma solução em que ambas as partes ganhem sem prejudicar ninguém. Processo de Liderança da Brigada do Salão MAîTRE 42 ► Evite preconceito! Seja qual for o preconceito, são os piores bloqueadores na hora de administrar um conflito. ► Saiba errar. Quando estiver errado, reconheça o erro. Assuma sua responsabilidade da mesma maneira que você cobra a responsabilidade dos outros. Se houver um conflito, enfrente-o. Não ignore a situação achando que o tempo sanará o desentendimento, pois o problema pode persistir e até piorar. Evite sempre iniciar conflitos. Se existir algum problema, tente resolver da melhor maneira possível. Quando o problema é entre o cliente e a empresa, as dicas a seguir são importantes para tentar lidar com as reclamações: ► Esteja preparado para reclamações. Pense no futuro. ► Admita erros e assuma a culpa. Ninguém é perfeito. Culpar a empresa ou outro funcionário é fugir da responsabilidade. ► Somente sugira uma solução (ou prometa uma ação) se você tiver poder e capacidade para realizá-la. ► Nunca diga “não é meu departamento”. Se não for sua área, tente resolver do mesmo jeito. Só passe o problema adiante, ou encaminhe para outro setor, se o problema realmente
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