Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
D IR E IR O E L E G IS LA Ç Ã O DIREITO E LEGISLAÇÃO objetivo desta disciplina é fazer O com que você adquira conhecimentos básicos do Direito Comercial, do Direito Civil e do Direito do Consumidor. Estas áreas serão palco do seu trabalho diário como Corretor de Imóveis, necessitando que sejam bem compreendidas para que você tenha tranquilidade e sucesso. Em cada unidade desta disciplina, você conhecerá conceitos e exemplos que lhe darão fundamentos para entender como ocorrem as transações imobiliárias. Instituto do Corretor Centro de Educação Democrata SUMÁRIO 102 1 2 3 4 AS FONTES E A DIVISÃO DO DIREITO 1.1. As Fontes do Direito ....................................................... 103 1.2. Os Ramos do Direito ...................................................... 103 1.3. Os Bens ......................................................................... 106 1.4. Os Atos Jurídicos ........................................................... 106 1.5. Responsabilidade Civil ...................................................110 1.6. O Direito das Obrigações e das Coisas ........................... 110 1.7. O Contrato ...................................................................... 113 A LEI DO INQUILINATO 2.1. Locação de Imóveis ....................................................... 118 2.2. Deveres do Locador ....................................................... 119 2.3. Deveres do Locatário ..................................................... 120 2.4. Locação Não Residencial .............................................. 122 2.5. Locação por Temporada ................................................. 123 2.6. Código de Defesa do Consumidor .................................. 124 TRIBUTAÇÃO E FINANCIAMENTOS 3.1. Tributação sobre Imóveis ............................................... 127 3.2. Impostos sobre a Propriedade ....................................... 127 3.3. Declaração sobre as Atividades Imobiliárias .................. 131 3.4. Os Sistemas de Financiamento ...................................... 132 A LEGISLAÇÃO E OS REGISTROS 4.1. Os Registros Públicos .................................................... 134 4.2. O Registro Imobiliário ..................................................... 136 4.3. Princípios de Direito Material .......................................... 138 4.4. Estatuto da Cidade ......................................................... 139 No sentido jurídico, fontes são elementos subsidiários que servem para formular e esclarecer normas. O Direito surgiu paralelamente às necessidades huma- nas, as quais mudam constantemente. Com isso, pode-se concluir que o Direito é dinâmico, sendo revisto e atualizado de acordo com a mutação das relações humanas e sociais. Fontes do Direito são todas aquelas que criam ou inspi- ram a aplicação das regras do mundo do dever ser” e “ no mundo do ser”. “ Elas estão dispostas de modo hierárquico da seguinte forma: l Fontes Formais: Lei; Analogia; Costumes; Princípios; l Fontes Informais: Doutrina; Jurisprudência. l Lei - É a fonte primordial do Direito; é a norma impos- ta pelo Estado de observância obrigatória, assumindo uma forma coativa, editada por um poder competente. Exemplo: Lei nº 8.073, de 11/09/1990, é o Código de Defesa do Consumidor, que rege as normas e procedimentos da relação entre o consumidor e o fornecedor. l Analogia - É o procedimento mediante o qual se su- prem as omissões da lei (falta de regulamentação), aplicando outra regra não específica, mas similar (aplicação de regras de casos similares por inexistên- cia de regra própria). Exemplo: A aplicação da lei refe- rente à empresa jornalística a uma firma dedicada à edição de livros e revistas. Os tribunais aplicaram a analogia para estenderem aos transportes rodoviá- rios coletivos o conceito de culpa presumida criado pelo Decreto Lei nº 2.681, de 07/12/1912, o qual regu- lou a responsabilidade civil das estradas de ferro. Princípios gerais do Direito são regras não impostas, mas que historicamente são tidas como matrizes da elaboração das leis (regras mãe”).“ 103 FONTES E A DIVISÃO DO DIREITOFONTES E A DIVISÃO DO DIREITO FONTES E A DIVISÃO DO DIREITO UNIDADE 1 l Costume - nasce de forma espont O costume ânea, sendo produzida por uma prática geral, costumeira constante e prolongada. l Doutrina - São textos, teses, e demais escritos sobre os variados ramos do Direito. Sua principal caracte- rística é o estudo cientifico e sistematizado, das leis e dos costumes realizado por especialistas, criando um arcabouço teórico auxiliam na conformação do Direi- to. A doutrina é o produto da reflexão e do estudo que os grandes juristas desenvolvem sobre o Direito. l Jurisprudência - São decisões tomadas por juízes desembargadores e ministro em cada caso concreto, que servem para auxiliar os operadores do Direito em casos similares. Ninguém pode descumprir a lei alegando que não a conhece. Não existindo lei especifica para dirimir uma situação real, o juiz deve recorrer à analogia, aos costu- mes e aos princípios gerais do Direito. Portanto, além da lei, os juízes poderão utilizar, para proferir um julga- mento, as demais fontes do Direito, só não podem dei- xar de decidir a demanda. l Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. l A lei não pode prejudicar o ato jurídico perfeito, o direi- to adquirido e a coisa julgada. Para ilustrar esta evolução basta lembrar que somente em 1990, é que o Brasil passou a contar com uma lei que regulasse as relações entre consumidor e forne- cedor, o Código de Defesa do Consumidor. Até então estas relações eram reguladas por outras leis inseridas em outros ramos. Há, portanto, diversas formas de clas- sificação do Direito, para sistematização de seu estudo. l Direito Constitucional; l Direito Administrativo; l Direito Civil; l Direito Penal; l Direito Tributário; l Direito Imobiliário, dentre outros. Ressalta-se que a utilização da sistemática de divisão do Direito em ramos ou áreas, é meramente acadêmi- ca, visando facilitar seu estudo tendo em vista que, o Di- reito, enquanto disciplina que estuda as relações huma- nas, por vezes na prática, se mostra como um emara- nhado de ramos do Direito aplicados ao mesmo caso concreto, sendo portanto, indissociáveis. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO 1.2. OS RAMOS DO DIREITO 1.1. AS FONTES DO DIREITO 104 O Código Civil classifica relativamente incapazes os: l Maiores de 16 anos e menores de 18 anos; l Os pródigos. A incapacidade pode cessar através de: l pela maioridade (18 anos completos ); l pela emancipação; l pelo casamento; l pelo emprego em serviço público efetivo; l pela colação de grau cientifico em curso de ensino su- perior; l pelo estabelecimento civil ou de comércio, que pro- porcione ao maior de 16 anos, economia própria. Assim como um dia passou a existir, a personalidade um dia deixa de existir, ocorrendo o fim da personalida- de, que se dá através das três espécies jurídicas de morte. A personalidade termina pela: l Morte real: fim da vida física que se prova através de atestado de óbito. l Morte civil: embora viva pessoa é considerada mor- ta para certos atos. l Morte presumida: quando não se sabe se a pessoa está vida ou morta, mas pelo tempo de seu desapare- cimento ou pelos fatos em que se encontrava quando da sua última notícia leva-se a crer pela sua morte. Considera-se o domicílio civil da pessoa natural, o lu-gar onde ela estabelece sua residência com ânimo de- finitivo, ou qualquer uma das residências se a pessoa tiver mais de uma. Ânimo definitivo significa que a intenção da pessoa é que este endereço seja definitivo, ou seja, que ela não se mude tão logo. Pessoa Física é o ser que por lei tem direitos e obri- gações na ordem civil: direito à herança, direito de ter patrimônio, de ter um nome, etc. É sujeito de direitos e obrigações, ou seja, pessoa física é toda pessoa que nasce com vida. Enquanto não nascer com vida a pes- soa (feto) tem expectativa de direito e não direito ad- quirido. O que vem a ser, no Direito, a capacidade de uma pes- soa física? - Nascida com vida, a pessoa física passa a ter personalidade e, consequentemente, a capacidade. Por capacidade há de se entender a medida da perso- nalidade. A personalidade pode ser de fato e de direito. Todos os seres humanos nascidos com vida têm capa- cidade de direito, podem obter e gozar de direitos. Todavia, na prática, nem todos os seres nascidos com vida têm capacidade de fato, isto é, podem exercer es- tes direitos. Um exemplo é o recém-nascido, que pode ser dono de um terreno, possuir capacidade de direito, mas não pode vendê-lo, por não possuir capacidade de fato. A capacidade de fato está dividida em: l Capazes: possuem plena capacidade de fato; l Incapazes: sem capacidade de fato alguma; l Relativamente incapazes: com certas capacidades de fato. Quais pessoas são consideradas incapazes? Pessoa incapaz é aquela que não é portadora da capa- cidade de exercício (de fato). Há 2 tipos de incapazes: l Absolutamente Incapazes: os sem capacidade; l Relativamente Incapazes: os com certa dose de ca- pacidade. São as pessoas absolutamente incapazes e não po- dem comparecer pessoalmente para praticar os atos da vida civil. Se o fizerem, tal ato será nulo, não produzirá nenhum efeito. O Código Civil de 2002 (que é a fonte formal - lei do Direito Civil) com a recente alteração ocorrida, elenca como absolutamente incapaz: os me- nores de 16 anos; os que por enfermidade ou deficiên- cia mental não tiverem o necessário discernimento pa- ra praticar tais atos; os que não puderem expressar a sua vontade, mesmo por causas transitórias. CAPACIDADE DE PESSOA FÍSICA CAPACIDADE DE FATO PESSOAS INCAPAZES PESSOAS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES PESSOAS RELATIVAMENTE INCAPAZES O FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA DOMICÍLIO CIVIL DE UMA PESSOA PESSOA FÍSICA “A lei é inteligência, e sua função natural é impor o procedimento correto e proibir a má ação”. Marco Túlio Cícero. (106 a.C.- 43 a.C.) Filósofo e Político Romano Pessoa jurídica é a entidade a quem a lei empresta a personalidade, outorgando-lhe a capacidade de ser su- jeito de direitos e obrigações como se fosse uma pes- soa natural, mas com regras próprias. A pessoa jurídica tem personalidade distinta da dos seus membros, po- dendo ser formada pelo conjunto de pessoas, ou de pessoas e bens. São pessoas jurídicas de Direito Público os estados, os municípios, as autarquias (CRECI, COFECI, etc.) e demais entidades de caráter público criadas por lei, ou por estas autorizadas. As pessoas jurídicas são institui- ções que possuem vida própria independente de quem as criou e têm normas jurídicas especificas. Ex: A existência de um Contrato Social ou Estatuto, que designe a responsabilidade de cada integrante. O patri- mônio das pessoas jurídicas não se confunde com o pa- trimônio dos seus integrantes, mas cada qual irá se res- ponsabilizar pela sua participação na mesma. Pessoa jurídica de Direito Privado - O início da sua existência se dá com a inscrição de seus contratos, re- gistros, etc. ou qualquer forma legal de formalização junto à sociedade e ao mundo do direito. Uma carac- terística fundamental da pessoa jurídica é sua capaci- dade de assumir direitos e obrigações. Sua existência deve-se ao fato de que as pessoas necessitavam se- parar sua vida particular da sua existência enquanto instituição. As pessoas jurídicas podem ser estabelecidas em for- ma de corporações (conjunto de pessoas) ou de funda- ções (conjunto de bens). As corporações se dividem em associações e sociedades. Exemplos: l Sociedade Simples: dois ou mais médicos constitu- em um consultório médico (clínica); l Sociedade Empresária: Siderúrgica Gerdau; l Associação: Clube de Regatas Vasco da Gama; l Fundação: Fundação Roberto Marinho. A extinção das pessoas jurídicas acontece: l por conta de sua dissolução deliberada entre seus membros (convencional); l quando a lei determina (legal); l quando acaba a autorização de sua existência (ad- ministrativa); l pela morte de seus sócios (natural); l por decisão judicial (judicial). O domicílio da pessoa jurídica é onde funcionam as respectivas diretorias e administrações, ou onde elege- rem domicílio especial no seu estatuto ou atos consti- tutivos. Pode ainda ser considerado domicílio o local onde esteja instalada a filial, se o negócio foi firmado di- retamente com esta. Sendo multinacional, estrangeira, o domicílio será o local onde haja instalações da mesma no país. Exemplo: A Dell Computer é uma empresa multinacio- nal com fábricas em todos os cantos do mundo. No Bra- sil, o seu domicílio será no endereço de sua fábrica, lo- calizada na cidade de Guaíba, Rio Grande do Sul. No Brasil temos os seguintes tipos de Pessoas Jurídi- cas. São elas: l Microempreendedor Individual (MEI); l Microempresa (ME); l Empresa de Pequeno Porte (EPP); l Sociedade Limitada (Ltda.); l Sociedade Anônima (S/A); l Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. PESSOA JURÍDICA ESTABELECIMENTO DE PESSOA JURÍDICA EXTINÇÃO DE UMA PESSOA JURÍDICA DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 46 Nem sempre a personalidade jurídica foi universalmente reconhecida a todos os seres humanos. No Direito Romano, o escravo era considerado “coisa”, desprovido da aptidão para adquirir direitos; se participasse de uma relação jurídica, fazia-o na qualidade de objeto, não de sujeito. 105 TIPOS DE PESSOAS JURÍDICAS NO BRASIL l Bem é todo valor material ou imaterial que serve de objeto a uma relação jurídica suscetível de apropria- ção econômica. Juridicamente bens e coisas são si- nônimos. São de vários tipos assim classificados: l Bens Corpóreos - são aqueles que têm existência material e podem ser vistos e tocados; l Bens Incorpóreos - são bens que não têm existên- cia física, somente concebidos pela inteligência. l Bens Móveis - são os suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alte- ração da substância ou da destinação econômico- social. São os que podem ser removidos de um lu- gar para o outro. Exemplo: Televisor. - As coisas de movimento pró- prio também são consideradas bens móveis. Exemplo: O cavalo é um ser movente, denominado juridicamente de semovente. l Bens Imóveis - são os que não podem ser removi- dos de um local ao outro sem destruição integral ou parcial, bem como aqueles considerados imóveis por lei. Exemplo: Um terreno. l Bens Divisíveis - são as coisas que podem ser par- tidas em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Exemplo: 1 Kg de farinha. l Bens Indivisíveis - são as coisas que não possibili- tam fracionamento; se vierem a ser divididas, o todo perde sua utilidade. Exemplo: Um livro. l Bens Singulares: são os que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos de- mais. Exemplo: Uma casa; um relógio. l Bens Coletivos- são os vistos como uma unidade, mas seus elementos componentes (coisas singula- res) não estão ligados entre si. São também cha- mados universalidade. Exemplo: Um rebanho. l Bens Fungíveis - são os bens que podem ser tro- cados por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Exemplo: 1kg de laranja. l Bens Infungíveis - são os bens insubstituíveis. Exemplo: Quadro da Monalisa. l Bens Consumíveis - são aqueles cujo uso implica imediata destruição de sua substância. Exemplo: Chocolate. l Bens Inconsumíveis - são os que seu uso não im- plica a diminuição ou destruição de sua substância. Exemplo: Uma régua. l Bens Principais - são os que têm existência con- creta, sem depender da existência de outro. Exemplo: Um carro. l Bens Acessórios - são aqueles cuja existência de- pende do principal. Exemplo: Um pneu. l Bens Públicos - são os de domínio nacional per- tencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. Os bens públicos podem ser de uso comum do povo, podendo ser utilizados por qualquer pes- soa. São bens de uso especial, utilizados para reali- zação dos serviços públicos. l Bens Dominicais - são os que pertencem ao patri- mônio disponível, que podem ser vendidos. Exemplo: Um orelhão; uma máquina escavadeira; um terreno sem utilização. l Bens Particulares - são todos os outros bens, seja qual forem as pessoas, à que pertencerem. Todo acontecimento humano ou natural que cause re- percussão jurídica é considerado fato jurídico. O que pode ser considerado um Ato Jurídico? Quando o ato é oriundo de ação humana lícita este é denominado de ato jurídico, quando a ação é ilícita é denominado de ato ilícito. É uma espécie do gênero fato jurídico, porque é um acontecimento que, além de ocasionar repercussão na esfera do Direito, faz nascer, modificar ou extinguir di- reitos. l Ação Lícita - É o que está conforme a Lei, permitido pelo Direito. O que é justo. l Ação Ilícita - É um ato, ação ou omissão contrária à Lei, da qual resulta dano a outrem. 1.3. OS BENS 1.4. OS ATOS JURÍDICOS 106 O ato jurídico pode ser dividido em: l Ato Jurídico (propriamente dito): - é aquele que cria, modifica ou extingue uma relação, com manifesta- ção de vontade não intencional, ou seja, se pratica o ato, mas não com o fim específico. Exemplo: Uma pessoa fisga um peixe em rio público passa a ser proprietário deste, embora sua vontade não seja vir a ser proprietário do peixe (não intencional). l Negócio Jurídico - é aquele que cria, modifica ou ex- tingue uma relação, com manifestação de vontade qualificada. Exemplo: A venda de uma casa em que as partes têm a intenção direcionada e certa de alienar o Bem. l Alienação - É a transferência para outro do domínio de algo; de um bem. l Negócio jurídico é uma manifestação livre da von- tade. Os incapazes, principalmente os absolutamen- te incapazes, não têm discernimento suficiente para manifestar livremente a sua vontade. Por isso, o agente tem de ter capacidade de exercício (de fato) para praticá-lo, sob pena de o ato ser nulo, anulável ou inexistente. Quais são os elementos essenciais do Negócio Jurídico? Para um negócio jurídico ser perfeito e válido, é preciso que reúna quatro requisitos essenciais: l Agente capaz; l Objeto lícito: possível; determinado; l Forma prescrita (estabelecida); l Manifestação de vontade não viciada. Quando um ato pode ser anulado? l Nulo de Pleno Direito: se praticado pessoalmente por absolutamente incapazes. Exemplo: Compra de imóvel por jovem de 10 anos. l Anulável: se praticado pessoalmente por um relati- vamente incapaz sem estar assistindo pelo seu re- presentante legal. Exemplo: Menor de 18 anos que compra um carro. l Inexistente: se praticado em nome de um ser não hu- mano. Ex.: Contrato firmado em nome de um animal. l Lícito - é o que está de acordo com o direito, valendo dizer que o direito não garante transações contrárias aos princípios. Exemplo: Ilícito é o ato de compra e venda de um pul- mão humano. l Possível - é o objeto que é suscetível de apropria- ção humana. Exemplo: É impossível a compra e venda de um terreno na lua. l Determinado ou determinável - é a indicação preci- sa do objeto ou sua descrição de reconhecimento. Exemplo: É indeterminado o negócio que vende um terreno no Texas sem expor qual seja a sua área. Como regra, o negócio jurídico não depende de forma especial, mas a lei estabelece uma forma, sendo que a sua inobservância implica nulidade do ato, isto é, sem tal forma o ato não se realiza. Quais são os Elementos Acidentais do Negócio Jurídico? l A Condição - é a subordinação do negócio a evento futuro e incerto podendo ser: l Resolutiva; ou l Suspensiva. l Resolutiva: é a condição que depois de aconteci- da resolve (põe fim) ao negócio jurídico. Exemplo: Se Maria casar um dia eu não mais lhe pagarei a pensão. Assim, o casamento de Maria é um evento futuro e incerto que se acontecer põe fim ao negó- cio jurídico, o pagamento da pensão. l Suspensiva: é a condição que depois de ocorrida passa a dar validade ao negócio jurídico. Exemplo: Se Maria se casar eu lhe dou um carro. Assim, o casamento de Maria é um evento futuro e incerto que se acontecer dá início ao negócio jurídico, a doação. l O Termo: É a subordinação do negócio a um evento futuro e certo. Pode também ser suspensivo (termo inicial) ou resolutivo (termo final). Novamente inicial: é o evento futuro e certo que, ocor- rido, passa a dar validade ao negócio. l Exemplo: Quando Maria fizer 21 anos lhe darei um carro. (Enquanto final é o evento futuro e certo que ocorrido resolve o negócio.) l Exemplo: Maria completando 21 anos ela não mais poderá morar de graça na minha casa. DIVISÃO DO ATO JURÍDICO NEGÓCIO JURÍDICO OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINADO A FORMA DO ATO JURÍDICO 107 l O Encargo: É a cláusula que não subordina o negó- cio ante sua ocorrência, mas que cria um ônus ou obrigação pela realização do negócio. Exemplo: Darei este imóvel à Maria, mas ela terá de cui- dar da minha mulher. O que são Defeitos do Negócio Jurídico? Os negócios jurídicos necessitam de agente capaz, ob- jeto lícito possível e determinado, bem como manifes- tação de vontade. Ocorre, que este negócio pode apre- sentar vícios ou defeitos, que geram a sua anulação. O ato é anulável, a requerimento das partes, podendo ser ratificado e assim produzindo todos os efeitos, ou, produzindo efeitos tão somente até quando é reconhe- cida sua anulação. Isto significa que, sendo detectada a presença de um defeito e este for desconsiderado pelas partes envolvidas, ele continuará a produzir os efeitos danosos esperados. Defeituoso pode ser o negócio pela presença de: l Vício no consentimento Ex.: Erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão; l Vício social Ex.: A simulação e a fraude contra credores. A vontade é, pois, a base do ato, e para que esta exista validamente, é indispensável que a manifestação da vontade seja livre. Caso o agente, ao realizar o negócio jurídico não tenha expressado realmente a sua vonta- de, o ato é anulável. l O Erro - É a falsa ideia espontânea sobre um negócio jurídico. Pode ser também a ignorância, no sentido de desconhecimento, do negócio. O erro não acontece somente em relação à pessoa, diz respeito também a objetos do negócio jurídico e a própria disposição le- gal. O erro para anular o ato tem de ser substancial (sobre aspectos relevantes do negócio), escusável (justificável, desculpável) e real (efetivo causador de verdadeiro prejuízo). Exemplo: Se o cônjuge varão contrai núpcias com a mulher em ra- zão de sua gravidez e vem a descobrir posteriormenteque o filho, na realidade, pertence a terceiro, fica confi- gurado o erro essencial quanto à pessoa do outro, in- vestido de força suficiente à anulação do casamento. l O Dolo Civil - Erro provocado por terceiro, isto é, al- guém induz outra pessoa ao erro. Somente anula-se o negócio por dolo quando este alterar a essência do negócio, pois, se mesmo não ocorrendo o dolo o ne- gócio se realizaria, não há vício (dolo acidental). Da mesma forma somente o dolo com intenção de pre- judicar (dolo “mau”) pode ser anulado, sendo que o dolo sem intenção de lesar (dolo “bom”) não gera vício. Exemplo: Num contrato de trabalho, o empregador apresenta ci- fras falsas dos seus negócios para induzir o candidato ao emprego a crer em uma remuneração incerta, por meio de participação nos lucros, por exemplo. Por parte do empregado, ocorre quando apresenta credenciais falsas de sua habilitação ou competência profissional, com o fim de obter a colocação que almeja. l A Coação Civil - A coação civil pode ser entendida como: “... um estado em que um indivíduo é colocado em tal situação que sua vontade livre e desimpedida lhe é retirada apenas restando cumprir o que lhe é exigido.”. A coação, para viciar a declaração da von- tade, há de ser tal que incuta ao indivíduo fundado te- mor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou aos seus bens. Todas as táticas de coação usadas causam danos psicológicos, algumas consideradas crimes. Exemplo: Agressão física, sexual, sequestro, incêndi- os criminosos. Enquanto outras agressões não são ile- gais, tais como: insultar, xingar, interrogar os filhos. l Quando alguém na intenção de O Estado de Perigo - se salvar ou salvar alguém de sua família contrai uma obrigação excessivamente onerosa. Exemplo: O Jornal “O Globo”, edição de 19 de agosto de 2003, re- lata o caso da jornalista Juliana Figueira, que se encon- trava em casa à noite com duas amigas, quando come- çou a sentir dor na altura do braço. Mal conseguia ficar de pé. Telefonou para o médico e foi imediatamente pa- ra a emergência de um hospital particular no Rio de Ja- neiro. Preenchida a documentação exigida teve que en- tregar um cheque caução para garantir o atendimento. Uma pessoa nessas condições não tem como argu- mentar ou discutir o valor a ser pago pelo atendimento. Imagine o exemplo de uma pessoa vítima de um enfarto que compareça à emergência de um hospital. Ficará to- talmente à mercê do estabelecimento. l A lesão existe quando uma pessoa com A Lesão - muitas necessidades, ou por inexperiência firma ne- gócio jurídico desproporcional, isto é, com muitas vantagens para a parte adversa e poucas para si. Isto acontece de acordo com situações cotidianas exis- tentes no momento da celebração do negócio. DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 108 Para a configuração do ato ilícito necessário se faz a presença de uma ação contrária à lei ou a omissão quando presente o dever de agir. Exemplo: A ação ou omissão pode apresentar-se sob as formas mais diversas, sendo frequentemente difícil determinar até onde vão as obrigações internacionais do Estado. Entre elas, por exemplo, questões relativas às concessões ou contratos do Estado, às dívidas pú- blicas, às prisões ilegais ou injustas e a da falta da pro- teção devida aos estrangeiros. O segundo elemento é a culpabilidade que é uma das responsáveis pela fixação da indenização, pois, reflete até que ponto houve a intenção do agente causador. A culpabilidade pode ser representada como: l Dolo: quando o agente age no intuito de cometer um ato ilícito. Exemplo: Venda de um terreno sem ser do- no, apenas para obter vantagem. l Negligência: quando o agente ignora a possibilida- de do ato ilícito ocorrer. Exemplo: Adquirir um terreno sem consultar o estado tributário do mesmo. l Imprudência: quando o agente age em desconfor- midade com as regras existentes para o caso con- creto. Exemplo: Falta de outorga uxória para venda de um imóvel. l Imperícia: quando o agente age como se tivesse (mas não tem) aptidão técnica. Exemplo: Agir como se fosse médico sem haver cursado medicina. Responsabilidade Objetiva - Cabe ainda expor que certos casos previstos em lei excluem a necessidade de se provar a culpabilidade, sendo conhecidos como Responsabilidade Objetiva. Assim, basta a presença da ação ou omissão, do nexo e do dano para que se te- nha um ato ilícito. Exemplo: relações de consumo, atos praticados pela administração pública, etc). 1. AÇÃO ou OMISSÃO 2. CULPABILIDADE ATENÇÃO! O QUE CARACTERIZA O ATO ILÍCITO l Ato ilícito é o ato que, por ação ou omissão voluntá- ria, negligência ou imprudência, violar o direito e cau- sar dano a terceiro, ainda que exclusivamente moral. Exemplo: É o caso de alguém que, para pagar uma ci- rurgia urgente de pessoa da família, vende seu carro ou sua casa por preço vil. Essa venda pode ser anulada porque foi celebrada quando o vendedor encontrava-se em “estado de perigo”. Conceituando a lesão, ocorrida “sob premente necessidade, ou por inexperiência”, prescreve, objetivamente, que se aprecia “a despropor- ção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico”. A Lei prevê dois tipos de defeito do ato, que embora não atingindo diretamente a vontade na sua formação, con- duzem a idênticos resultados, anulando o negócio jurí- dico. Estes atos são denominados vícios sociais: l por afetarem diretamente a sociedade; l ou por prejudicarem terceiros. l A Simulação - Toda situação que tem por fim ocultar ou disfarçar intencionalmente a verdade, dando ao negócio jurídico uma aparência não condizente com a realidade, sobretudo objetivando enganar tercei- ros, chama-se simulação e pode ser anulado. Exemplo: Assim, é nulo o contrato de compra e venda de imóvel quando o comprador, na sequencia, trans- fere, por doação (ou mesmo por contrato de compra e venda), o bem para o filho do vendedor, provando-se que ambos os negócios tinham por objetivo simular uma situação que fugisse ao disposto no Código Civil. Artigo 496 do Código Civil: “É anulável a venda de ascendente a descendente, sal- vo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido”. l A Fraude contra Credores - Fraude contra credores é o ato pelo qual o devedor sem bens suficientes para responder por suas dívidas (insolvente), transmite gratuitamente bem de seu patrimônio ou perdoa dívi- das de terceiros, prejudicando os seus credores que diminuem suas chances de receber o crédito. Ocorre também a fraude quando o devedor fica insolvente após a transmissão gratuita ou a remissão. Exemplo: Três pessoas adquirem um automóvel (um bem indivisível) e uma delas é relativamente incapaz que não foi assistida pelo seu representante legal. De- cretada judicialmente a nulidade do negócio a pedido deste, a sentença atingirá os demais adquirentes. l Podemos observar 4 tipos de Atos Ilícitos: 109 Não basta que o ato tenha sido efetuado por ação ou omissão e tenha havido uma das formas da culpabili- dade, precisa existir um dano (efetivo prejuízo à parte lesada) para que haja o ressarcimento. Exemplo: Quando um cidadão tem seu veículo danifi- cado em decorrência de um buraco ou de um defeito no asfalto, ou mesmo por um serviço público efetuado in- corretamente, deve procurar o Poder Público e solicitar o ressarcimento do dano. A reparação do dano está am- parada no Código Civil. O nexo se caracteriza como sendo o elo de ligação en- tre o dano, a culpabilidade e a ação ou omissão. Repre- senta uma relação necessária entre o resultado danoso e a ação que o produziu, de modo que esta, ou seja, a ação, é consideradacomo sua causa. Repare-se que a ação ou omissão poderá ser a causa imediata do pre- juízo, mas, se provado que foi a causa indireta, também será devida a indenização pelos danos causados. Exemplo: Ao realizar uma reforma em sua residência, Pedro pro- voca o rompimento de um cano de água que, por sua vez, causa infiltração no imóvel do vizinho. Posterior- mente, ocorre a queda parcial do imóvel do vizinho de Pedro, em razão da infiltração de água, a causa imedia- ta do dano foi a infiltração de água nos alicerces do imó- vel vizinho. No entanto, se provado que essa infiltração somente ocorreu por negligência de Pedro, ou seja, por uma causa remota mas com nexo entre o fato e o dano, caberá a Pedro indenizar os prejuízos causados. O que vem a ser a Responsabilidade Civil? A responsabilidade civil gira em torno de duas teorias: l subjetiva; e l objetiva. l A teoria subjetiva: tem na culpa seu fundamento bá- sico. E claro que só existirá culpa se dela resultar um prejuízo. Todavia, esta teoria não responsabiliza a- quela pessoa que se portou de maneira irrepreensí- vel, distante de qualquer censura, mesmo que tenha causado um dano. l A teoria objetiva: tem no risco sua viga mestra. O responsável pelo dano indenizará simplesmente por existir um prejuízo, não se cogitando da existência de sua culpabilidade, bastando a causalidade entre o ato e o dano para obrigar a reparar. Exemplo: A responsabilidade civil do médico sempre provocou controvérsias. É claro que o médico, ao exercer suas atividades junto ao paciente, sua intenção é beneficiá- lo. Mesmo assim o dano pode surgir. Isso o obriga, pela teoria objetiva da responsabilidade, a reparar o prejuí- zo, pois uma vontade honesta e a mais cuidadosa das atenções não eximem o direito de outrem. O certo é que os tribunais até a algum tempo somente caracteriza- vam a responsabilidade médica diante de um erro gros- seiro ou de uma forma indiscutível de negligência. Hoje a tendência é outra: apenas a inexistência de nexo de causalidade, de força maior, de atos de terceiros ou de culpa do próprio paciente isentariam o médico da responsabilidade. Infelizmente, a inclinação desses tri- bunais é retirar dos médicos uma série de privilégios se- culares, mesmo sabendo-se que as regras abstratas da justiça nem sempre são de fácil aplicação nos comple- xos e intrincados momentos do exercício da medicina. O médico passa a ser, a cada dia, uma peça a mais, igual às outras, do organismo social. O valor da indenização O valor da indenização deve recompor o abalo material ou moral sofrido, na “medida de seu dano”, ou seja, considerando o resultado dano- so que o ato ilícito provocou. O dano moral especifica- mente, possui uma segunda função que é a de imputar àquele que provocou o dano, obrigação que seja o sufi- ciente para que lhe desestimule de praticar o ato ilícito. O Direito das Obrigações, compreende o conjunto de normas que tratam das relações jurídicas entre duas ou mais pessoas, relacionado aos direitos e obrigações que estas pessoas pactuam entre si. Classificação das Obrigações quanto ao Objeto. l de dar coisa certa ou incerta; l de fazer; l de não fazer. l De dar coisa certa ou incerta - De um modo geral, uma pessoa se obriga a dar a outra um bem certo ou incerto. Se o bem for certo o credor não está obrigado a aceitar o bem diverso, podendo aceitá-lo por libera- lidade pedindo desconto no preço, ou não aceitá-lo requerendo perdas e danos. Sendo incerta a coisa e não especificado no contrato a quem cabe a escolha, esta deve ser feita pelo devedor. A regra serve tanto para as coisas incertas como para as coisas certas. Exemplo: O devedor se obriga a celebrar um contrato de locação; o credor se obriga a dar a quitação ao deve- dor; alguém se obriga a ser fiador, etc. 3. DANO 4. NEXO 1.5. RESPONSABILIDADE CIVIL 1.6. O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E DAS COISAS 110 l De fazer - De um modo geral, consiste na obrigação de uma parte fazer algo para a outra. Se a obrigação de fazer for personalíssima, o credor pode exigir que o devedor a faça, não sendo obrigado a aceitar a rea- lização efetivada por terceiro, podendo, no entanto aceitar que terceiro a realize com abatimento no pre- ço, ou reclamar perdas e danos. O devedor, não reali- zando a obrigação não personalíssima enseja o direi- to de cocredor fazer a mesma às custas do devedor. Exemplo: A construtora tem de fazer a entrega das cha- ves do apartamento (obrigação de fazer). l De não fazer: que refere-se à obrigação que alguém tem de não praticar determinado ato. Basta a prática do ato pelo devedor para que surja o direito do credor reclamar perdas e danos. Se o ato for praticado por terceiro, não pode o credor reclamar perdas e danos do devedor, da mesma forma que este não fica deso- brigado pelo fato de alguém já ter feito o que não po- dia, ou seja, persiste a obrigação de não fazer ao de- vedor mesmo que esta tenha sido realizada por ou- tra pessoa. Exemplo: A motorista do automóvel está proibida de es- tacionar em locais onde houver a placa indicativa cor- respondente. Ela, portanto, está obrigada a não prati- car, ou a não fazer tal ato, perante o poder público. Como se classificam as Obrigações quanto aos seus Elementos? Quanto aos seus elementos a Obrigação pode ser clas- sificada em: l Simples: em que existe somente um credor, um de- vedor e um objeto. Exemplo: A empresa Alfa Ltda. (devedor) emite uma Nota Promissória a favor da em- presa Beta Ltda. (credor). Obrigou-se a pagar a im- portância constante naquele título (objeto). O favore- cido terá o direito de exigir o pagamento do valor; l Compostas: em que um dos elementos (credor, de- vedor e objeto) seja mais do que um. A Obrigação Composta, também conhecida como Complexa, pode se subdividir em: l Quanto ao Objeto: l Cumulativa: que o objeto é mais de um. Marcada pela preposição “e”, isto é, pela soma de objetos. Exemplo: O proprietário de uma galeria comercial (credor) aluga a loja 03 e a loja 25 (objetos) para o Sr. Waldomiro (devedor). l Alternativa: em que o objeto é mais de um, mas para escolha, ou seja, embora sejam dois ou mais objetos, apenas um será realmente absorvido pela obrigação, marcada pela preposição “ou”. Exem- plo: O contrato de seguro fiança para locação de uma loja na galeria comercial, determina que o bem que será dado como garantia, poderá ser o auto- móvel Santana ano 1997 ou uma sala na rua An- tenor Lemos, nº 75. l Quanto ao Credor ou Devedor: l Divisível: quando a obrigação pode ser dividida entre vários credores e/ou devedores. Exemplo: A obrigação do pagamento do consumo de água de prédio de apartamentos será dividida entre os mo- radores do prédio equitativamente. l Indivisível: quando existe a obrigação a ser cum- prida apenas por um devedor ou exigida por ape- nas um credor. Exemplo: A obrigação do pagamen- to do consumo de água do apartamento de cober- tura, que possui uma piscina privativa, será cumpri- da apenas pelo morador deste apartamento. l Solidária: quando existem vários credores que po- dem exigir uns pelos outros a obrigação, ou várias devedores que podem uns pelos outros cumprir a obrigação. Exemplo: A obrigação do pagamento da anuidade de uma cooperativa pode ser exigida pe- los vários cooperativados aos diversos cooperati- vados. Como podem ainda ser classificadas as Obrigações? As obrigações ainda podem ser: l de meio; l de resultado. l São de meio quando o devedor se obriga a realizar determinada obrigação, mas não se responsabiliza pelo resultado. Exemplo: A obrigação da prefeitura de repassar os recursos advindos do Governo Federal às famílias cadastradas no Bolsa-Família, sem a certeza de que as crianças estão realmente frequentando a escola.111 l São de resultado quando o devedor assume o risco pelo objeto final. Exemplo: A obrigação de um artista renomado entregar uma obra de arte retratando seu cliente. Ocorre ainda a classificação quanto às Obrigações Civis, que são originadas pela lei e pelo acordo de von- tades, pelas quais existe o dever de cumprir e o direito de exigir, ou naturais em que prevalece a liberalidade, isto é, ao credor não assiste o direito de exigir e ao de- vedor a obrigação de fazer ou não fazer, por falta de contratação ou previsão da lei. Classificação quanto às Obrigações Civis: l Instantânea: é a obrigação que se realiza em apenas um só ato. Exemplo: A compra e venda de um imóvel à vista, em que o preço é pago ao vendedor em um ato único de transferência bancária. l Diferida: também é a obrigação que se realiza em um só ato, entretanto ato futuro. Exemplo: A obrigação de ter que arcar com as futuras despesas de ensino su- perior de seu filho, hoje menor de idade. l Periódica: é aquela que vai se realizando no decor- rer do tempo. Exemplo: A obrigação de ter que arcar com o pagamento de 1 (um) salário mínimo, até a cri- ança se tornar maior de idade, para a ex-mulher. Como ocorre a Transmissão das Obrigações? As obrigações tanto do devedor, como os direitos do credor, podem ser transferidos. l Cessão de crédito: quando se transferem os direitos do credor, pela cessão de crédito, a terceira pessoa passa a ser credor no lugar de quem era anteriormen- te. De regra a cessão de crédito não precisa de autori- zação do devedor. l Assunção de dívida: quando se transferem as obri- gações do devedor. Pela assunção de dívida esta é passada para outra pessoa que se compromete a cumpri-la. A assunção de dívida precisa da autoriza- ção do credor. Exemplo: Se uma empresa se funde com outra, for- mando nova empresa, as dívidas de ambas são assu- midas pela nova; houve, portanto transmissão de dé- bitos e substituição do devedor, sendo, pois a assun- ção da dívida. Como ocorrem os Efeitos das Obrigações? Uma vez nascida a obrigação, esta cria para o devedor o encargo de realizá-la e para o credor o direito de exigí- la, no tempo e modo pactuados. Estes são os seus prin- cipais efeitos. Outro importante efeito da relação jurí- dica obrigacional é o fato de a morte do devedor não fazer desaparecer a obrigação assumida, transferindo- se o seu cumprimento para os herdeiros. Exemplo: A empresa Alfa Ltda. possui dívidas para com o INSS e o diretor-presidente desta empresa vem a fale- cer. Neste caso, a obrigação de pagamento desta dívida passa a ser dos herdeiros (mulher e filhos) deste exe- cutivo. Como se dá a Extinção das Obrigações? A extinção das obrigações pode acorrer de dois modos: l Pelo cumprimento da prestação: tem-se o paga- mento. Se o devedor executar a prestação assumida, extingue-se a obrigação. l Pagamento: é o cumprimento da prestação por parte do devedor. Com o pagamento, vale dizer, com a realização da prestação assumida, extingue- se a obrigação. Exemplo: A empresa Alfa S/A devia ao INSS e quitou a dívida através de pagamento. l Pela anulação ou substituição por outra: tem-se a novação, a compensação, a confusão e a remissão. l Novação: é a criação de uma nova obrigação com a finalidade de extinguir a primeira, isto é, extingue- se uma obrigação pela criação de uma nova, desti- nada a substituí-la. Exemplo: A empresa Alfa pediu revisão do cálculo da dívida com o INSS e obteve resultado: sua dívida foi reduzida. Extinta a primeira foi substituída pela segunda, de menor valor. l Compensação: é a extinção total ou parcial de du- as obrigações em virtude de serem duas pessoas ao mesmo tempo credora e devedora uma da outra. Exemplo: A empresa Alfa possui uma dívida com o INSS, porém, também é fornecedora de equipa- mentos de informática ao mesmo instituto. Como o valor é muito parecido, foi efetuado um acordo de extinção através da compensação de dívidas. l Confusão: caso o credor se tornar herdeiro do de- vedor ou vice-versa, ou se um terceiro se torna her- deiro do credor e do devedor, surgirá a figura da confusão, que tem por fim eliminar a dívida exis- tente, devido à impossibilidade de o credor agir con- tra ele próprio. Exemplo: O filho do proprietário da empresa Beta se casa com a filha do proprietário da empresa Alfa, a dívida se extingue. 112 l Remissão: é o perdão da dívida por parte do cre- dor, que renuncia a seu direito. É um ato de libera- lidade por parte do credor que espontaneamente li- bera a dívida. Exemplo: A empresa Alfa deve à em- presa Beta um determinado valor. A empresa Beta resolve perdoar a dívida espontaneamente. E se a obrigação for descumprida? Quem descumpre uma obrigação no prazo se dá o no- me de inadimplente. Para que uma pessoa se torne ina- dimplente, quando não há uma data certa para cumpri- mento das obrigações, é necessário fazer a sua cons- tituição em mora, que nada mais é do que a notificação judicial ou extrajudicial de que a pessoa não cumpriu com a obrigação na data aprazada. Exemplo: A empresa Alfa deve à empresa Beta pelo for- necimento de materiais de escritório. O contrato não es- tipulava data de vencimento desta dívida, por isto a em- presa credora decidiu constituir a dívida em mora, ge- rando uma notificação judicial contra a empresa Alfa, sendo considerada inadimplente. Caso a obrigação tenha data certa para cumprimento não se faz necessária a constituição em mora para ge- rar a inadimplência, bastando que a obrigação não se cumpra no prazo para que se crie a figura do inadim- plente (descumpridor da obrigação). Exemplo: A empresa Alfa deve à empresa Beta pelo for- necimento de materiais de escritório. Caso a empresa Alfa não honre os pagamentos na data determinada pe- lo contrato, ela será considerada inadimplente. A parte lesada pelo atraso da outra pode reclamar per- das e danos pelos prejuízos absorvidos e pela perda de lucratividade (lucros cessantes), sendo ainda lícito exi- gir o cumprimento da obrigação acrescida de juros, cor- reção monetária, honorários advocatícios e multa con- tratual, esta última se estipulada em contrato (cláusula penal). Exemplo: Uma empresa varejista no ramo de confec- ções compra de uma indústria roupas de lã para as ven- das de inverno, que deveriam ser entregues até o mês de junho. Entretanto, a fornecedora só entrega a mer- cadoria em outubro, quando o inverno já passou. Essa mora não diminuiu o patrimônio da empresa varejista, mas impediu que ela vendesse a mercadoria que com- prara, com os lucros previstos. Deixou de ganhar di- nheiro numa época propícia. Atos distintos necessários à formação de um contrato: l Proposta - uma das partes expressa a sua vontade à pessoa com a qual deseja contratar. É o momento ini- cial da formação do contrato; representa uma pro- messa dirigida à pessoa com a qual se contrata. Quem faz a proposta denomina-se proponente. l Aceitação - essa outra pessoa deve manifestar-se no sentido de concordar ou não com a oferta. Quem aceita a proposta é o aceitante. Se a declaração emi- tida e a declaração anteriormente expedida coinci- dem, ocorre o nascimento do contrato. No caso da recusa da parte contrária, o contrato não se forma. A proposta e a aceitação são elementos indis- pensáveis para a formação do contrato. É preciso saber se o proponente e o aceitante estão em lugares diferen- tes no momento em que houve a proposta ou se estão comunicando-se pessoalmente. No primeiro caso, o contrato se diz entre ausentes; no segundo, entre pre- sentes. Como os Contratos se classificam quanto à Localização? l Contrato entre Presentes: se entre presentes, ou seja, se o proponente e o aceitante comunicam-se pessoalmente, mesmo que isso ocorra por telefone, a proposta obriga o proponente a realizar o prometido, nas condições e no modo em que foi formulada, caso tenha sidoimediatamente aceita. Caso contrário, o proponente não é obrigado a mantê-la. O proponen- te, se conceder um prazo para a resposta, não pode- rá retirá-la enquanto não transcorrer o prazo, sob pe- na de responder por perdas e danos. Exemplo: No caso de um proprietário de um estabeleci- mento comercial alugar para um lojista. O contrato é fe- chado entre os dois, estando presentes em cartório. 1.7. O CONTRATO Como nasce um Contrato? Entende-se por contrato o acordo de vontade de duas ou mais pessoas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos (negócio jurídico). Forma-se o contrato pela conjunção de duas declarações de vontades concordantes. 113 l Contrato entre Ausentes: as partes contratantes, caso não estejam uma em presença da outra, devem comunicar-se através de correspondência para o aperfeiçoamento do contrato. Haverá, então, uma de- mora, tanto para a proposta chegar ao conhecimento do aceitante como para a aceitação chegar ao ende- reço do proponente. Portanto, tanto a proposta como a aceitação, ocorrem em momentos distintos e su- cessivos para a efetiva formação do contrato. Exemplo: Uma empresa envia catálogo de produtos ao cliente e esta faz o pedido por correio eletrônico. Como podem ser classificados os Contratos? Podem ser classificados de variadas formas, a saber: l Unilateral - é o que cria obrigação a apenas uma das partes. Exemplo: a doação simples, o comodato; l Bilaterais - criam obrigações para ambas às partes. Exemplo: compra e venda; um transfere a proprieda- de da coisa e outro paga o preço. l Gratuitos - são aqueles que em que apenas uma das partes aufere benefícios ou vantagens. Exemplo: a doação, sem nenhum encargo. l Oneroso - é o contrato em que ambas as partes au- ferem benefícios e vantagens. Exemplo: a compra e venda de um imóvel. l Comutativos - são de prestação certa e determina- da. Exemplo: numa compra e venda, o comprador sa- be o valor da coisa que vai receber e o preço que terá de pagar, enquanto o vendedor já sabe o valor da coi- sa que vendeu e o preço que vai receber por ela. l Aleatórios - são aqueles que estão ligados à sorte, ao risco, ao acaso. Exemplo: a compra de bilhete de loteria, onde o comprador paga o preço certo, cum- prindo a sua prestação, mas qual será a prestação do vendedor? Não sabe o vendedor quanto terá de pa- gar, ou se terá de pagar, enquanto o comprador não souber o quanto irá receber ou se receberá. l Paritários - são aqueles em que ambas as partes de comum acordo fixam as regras do contrato Exemplo: um contrato de prestação de serviços de manutenção em um condomínio. l De Adesão - são aqueles em que as cláusulas são fi- xadas unilateralmente por um dos contratantes e aceitas em massa pelo outro, que nada destas pode reclamar. Exemplo: um contrato de abertura de conta em um banco, o qual nem o cliente e nem o gerente podem alterá-lo. l Instantâneos - são aqueles que se consumam em apenas um ato, assemelhado ao diferido, só que o ato neste é futuro. Exemplo: compra e venda à vista. l Trato sucessivo - é aquele que vai se realizando em partes. Exemplo: prestação de serviços. l Personalíssimos - são aqueles contratos realizados em atenção ao estado de certa pessoa, não podem ser cedidos por ato entre vivos ou causa morte. l Impessoais - são aqueles que não levam em conta exclusivamente o estado pessoal de certo contratan- te. Exemplo: culturais, profissionais, artísticos. l Individuais - diz respeito ao interesse de apenas uma pessoa. Exemplo: na compra e venda, pode uma pessoa contratar com outra. l Coletivos - representa um gama de pessoas, uma coletividade. Exemplo: as convenções coletivas de classe de trabalhadores. l Principais - têm existência própria. Exemplo: compra e venda; locação. l Acessórios - dependem dos primeiros para existi- rem. Exemplo: cláusula penal, fiança, etc. l Solenes - possuem forma a ser respeitada. Exemplo: escritura pública na alienação de imóvel; testamento. l Não Solenes - estes não obedecem a qualquer for- ma legal. Exemplo: contrato de locação e comodato. l Consensuais - são aqueles que se perfazem com o consentimento. l Reais - se aperfeiçoam com a tradição. Exemplos: compra de bens móveis, os depósitos e o comodato. l Nominados - os previstos em lei. Exemplo: contratos de compra e venda, de doação e de locação. l Inominados - os que não possuem previsão legal exigem uma minuciosa especificação dos direitos e obrigações de cada parte, por não ter uma disciplina legal. Exemplo: são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. l Mistos - são contratos resultantes da união de vári- os contratos formando um novo contrato inominado. l Coligados - são contratos que surgem da união de outros, mas que mantém as características de seus originadores. Exemplo: o contrato celebrado pelas distribuidoras de petróleo com postos de gasolina, que engloba, em geral, várias avenças interligadas, como fornecimento de combustíveis, arrendamento das bombas, locação de prédios, etc. 114 l Vícios Redibitórios - Os objetos dos contratos co- mutativos podem apresentar defeitos ou vícios ocul- tos que as partes desconhecem, tornando impróprio o bem para uso ou diminuindo seu valor. Nestes ca- sos o adquirente pode rejeitar o objeto e resolver res- cindir o contrato, ou requerer diminuição do preço, através das conhecidas ações edilícias, que podem ser redibitórias, quando a parte deseja rescindir o contrato, ou estimatória, quando a parte deseja o abatimento no preço do bem adquirido. Exemplo: Na aquisição de um apartamento, o compra- dor descobre que as paredes estão apresentando ra- chaduras que podem comprometer a integridade da construção. l Ação Redibitória - A ação exigirá a substituição do bem adquirido por outro (ou devolução do valor pa- go), no caso de não haver possibilidade de repara- ção; ou a ação será estimatória, no caso de ser possí- vel a reparação, porém com a redução do preço ante- riormente no contrato. O prazo para propositura das referidas ações, que visam discutir os vícios redibitó- rios é de 30 (trinta) dias para os bens móveis e 1 (um) ano para os imóveis, a contar da transmissão do bem. l Ação Edilícia - No caso de garantia por vícios redibi- tórios, as ações cabíveis são as edilícias, que são: l Redibitória - em que se tem a entrega por parte do vendedor do recebido, mais perdas e danos; l Estimatória - em que se tem o valor do objeto con- tratual reavaliado a fim de que o valor do bem fique compatível com a qualidade do mesmo perdida, sem culpa do adquirente. l Evicção - é a perda do bem em virtude de decisão judicial, ou seja, as partes podem ajustar a garantia de que o vendedor garante ao comprador todos os di- reitos de posse ou propriedade contra decisões judi- ciais que possam atribuir a posse ou a propriedade à terceira pessoa. A garantia contra evicção existe pela lei, não precisando de disposição contratual para tanto. As partes podem ampliar, diminuir ou até ex- cluir o direito de garantia contra evicção mediante cláusula no contrato. Exemplo: A empresa Alfa adquire um veículo de Beta, por um contrato de compra e venda regularmente esti- pulado; pagou o preço e registrou o veículo em seu no- me. Todavia, passados alguns meses, aparece um Ofi- cial de Justiça com a polícia e apreende o veículo, le- vando-o das mãos da compradora. O QUE SÃO VÍCIOS REDIBITÓRIOS? O QUE É EVICÇÃO? O Oficial de Justiça apreendeu aquele veículo em cum- primento de um mandato judicial; a justiça dera uma sentença, declarandocomo proprietária dele uma outra pessoa, a Gama. Sem que a Alfa soubesse, a Gama entrara na justiça, reclamando a posse e a propriedade do veículo, e obteve para si a procedência da ação. A Alfa foi obrigada a entregar o veículo, pois era uma determinação judicial, embora fosse um adquirente de boa-fé. Acontece, porém, que a vendedora do veículo, a Beta, não poderia ter vendido aquele veículo. A Alfa foi vítima de evicção, pela qual ela perdeu a posse de uma coisa que adquiriu, mas a justiça decidiu que a legítima proprietária dessa coisa era a Gama. Como ocorre a extinção de um Contrato? l Execução - é a forma normal de extinção de um con- trato, também chamada de solução. Ocorre quando todas as partes cumprem as obrigações decorrentes do contrato. Exemplo: contrato de compra e venda em que um fu- mante compra um maço de cigarros. O vendedor entre- gou a mercadoria e o comprador pagou o preço. Se as duas partes cumpriram sua prestação, o contrato dei- xou de existir; extinguiu-se. É a natural solução do con- trato; atingiu seu objetivo. l Resolução - originada pela inadimplência. Exemplo: quando um comprador vai a uma loja adqui-rir um fogão e assume várias prestações futuras. Se este comprador não cumprir o contrato e não pagar as pres- tações, o contrato pode ser extinto e o bem ser devolvi- do à loja. l Resilição - originada pelo interesse de uma ou am- bas as partes em colocar fim ao contrato. Exemplo: no contrato de trabalho, em que é chamada erroneamente de rescisão. O empregador não preten- de mais manter a relação contratual trabalhista com seu empregado e lhe dá aviso de sua decisão. l Morte do contratante - quando o contrato é persona- líssimo (excessivamente pessoal). Exemplo: O contrato judicial de casamento é extinto com a morte de um dos consortes (cônjuge; pessoas in- teressadas num mesmo pleito; assunto). A EXTINÇÃO DE UM CONTRATO 115 Quais são os tipos de Contratos existentes? Inúmeras são as espécies de contratos típicos previstos na lei. Entretanto, serão destacados aqueles que mais condizem com a profissão do Corretor de Imóveis. O Contrato de Promessa de Compra e Venda é aquele, segundo o qual, o vendedor se obriga a transferir o do- mínio de uma coisa ao comprador, mediante o paga- mento, por este, de certo preço em dinheiro. Para o aperfeiçoamento do contrato basta a presença do acor- do de vontades do comprador e do vendedor sobre um objeto (a coisa negociada) e a existência do preço. Mas o contrato não significa a transferência da proprie- dade da coisa, isto porque o contrato, por si só, não transfere a propriedade. Ele cria apenas uma obrigação (promessa) de transferir a propriedade. Para a transfe- rência da propriedade da coisa é preciso, após realiza- ção do contrato, a efetiva entrega da coisa, no caso de bens móveis, ou o registro da escritura no cartório no caso de bens imóveis, ou ainda, a assinatura do con- trato perante o agente financeiro, em caso de utilização de financiamento bancário. A compra e venda podem conter algumas cláusulas que lhe atribui características especiais, a saber: l Retrovenda: quando o vendedor assegura o direito de ter preferência na aquisição do bem quando o comprador resolver aliená-lo. l Preempção ou Preferência: direito do condômino ter preferência em adquirir o imóvel locado. Exemplo: no caso de venda do imóvel onde reside, a preemp- ção assegura à este o direito de readquirir a coisa que foi sua, caso o atual proprietário pretenda vendê-la. l Reserva de Domínio: cláusula que dispõe que en- quanto não for pago todo o preço ajustado a proprie- dade é do vendedor, podendo este reaver o bem, em caso de inadimplência. Este caso é comum nos par- celamentos do pagamento. É o contrato mediante o qual uma parte se obriga a pres- tar determinado serviço em troca de retribuição. É um contrato bilateral, oneroso e consensual. Exemplo: contrato firmado entre duas empresas de for- ma que uma delas prestará serviço de limpeza e porta- ria à outra. l Mandato é o contrato segundo o qual uma pessoa se obriga a praticar atos ou a administrar interesses em nome e por conta de outrem. O traço característico do mandato é a representação, isto é, alguém, não po- dendo ou não querendo realizar determinado ato jurídico, outorga poderes à outra pessoa para repre- sentá-lo. l Mandante - é quem confere os poderes para a prática dos atos. l Mandatário ou Procurador - é aquele à quem os po- deres são conferidos. l Procurador - é aquele que se utiliza da procuração, instrumento representativo do mandato que confere poderes a uma pessoa, para que ela possa agir se- gundo o mandante. Exemplo: Nomeação de um procurador, para gerir os seus bens, em outra localidade, conferindo-lhe pode- res específicos para este fim. l Contrato de Corretagem - pelo qual uma pessoa não ligada à outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou comissão, obriga-se a obter para a se- gunda negócios. O corretor aproxima pessoas inte- ressadas na realização de um negócio, fazendo jus a uma retribuição caso este se concretize. A remune- ração será devida quando o negócio se realizar por fruto da aproximação realizada. A corretagem é um contrato bilateral, consensual, acessório, oneroso, aleatório e não solene. Exemplo: É o contrato estabelecido entre o vendedor e o Corretor de Imóveis, com a finalidade de comer- cialização de seu bem imóvel. CONTRATOS EXISTENTES CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTRATO DE MANDATO CONTRATO DE CORRETAGEM 116 Na intermediação de contratos imobiliários, o Corretor de Imóveis deve ser possuidor do título Técnico em Transações Imobiliárias. O Contrato de Corretagem de transação efetuado por uma pessoa que não possua legitimação para tal é nulo de pleno direito, posto que lhe falta um dos requisitos de validade: a licitude do objeto, pois o referido contrato possui como objeto a intermediação de negócio, a qual fora exercida por uma pessoa ilegítima. l Alienação Fiduciária é uma modalidade de garantia bastante utilizada nas operações de financiamento de imóvel. Nesta modalidade, o comprador do bem denominado fiduciante, aliena o bem em favor do cre- dor, denominado fiduciário, restando para si a propri- edade resolúvel do bem e a posse direta sobre este, até que a dívida seja quitada. Exemplo: Para obtenção de financiamento para am- pliação de sua fábrica, a empresa Kamarada S/A for- neceu ao banco que emprestará o montante, um gal- pão, de sua propriedade, que ficará alienado fiducia- riamente ao banco, como garantia do pagamento. l Fiança é um contrato através do qual uma pessoa se obriga por outra a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra. A pessoa que assume a fiança tem o nome de fiador; aquele a quem o fiador garante é o afiançado. Exemplo: A Sra. Regina Alves vai alugar uma sala co- mercial e lhe foi solicitado um fiador para o fechamen- to do contrato de locação. A sociedade oriunda de um contrato caracteriza-se pela comunhão de interesses de cada sócio, que, com recursos ou atividades, visam a alcançar um fim comum. Tal fim pode ter caráter ideal ou econômico, ou seja, os sócios podem visar a lucros ou a interes- ses de natureza esportiva, religiosa, científica, artís- tica, literária, etc. O ato que dá origem a uma socie- dade recebe o nome específico de contrato social. O contrato social é a peça jurídica principal utilizada para a constituição da sociedade. Nele são estabele- cidas as cláusulas e condições sob as quaisa socie- dade será regida, representando as regras básicas de conduta e convivência entre os sócios. Exemplo: Contrato Social da Turismar Limitada. Com o objetivo de tornar possível a vida em sociedade, o Estado impõe uma série de normas jurídicas. A palavra Direito vem do latim , do verbo directum dirige- re, que significa, etimologicamente, o que é reto, o que não se desvia, que segue em uma só direção, ou seja, tudo aquilo que é conforme à razão, à justiça e à equi- dade. Significa, objetivamente, um complexo de normas de agir constituído pela soma de preceitos, regras e leis, com as respectivas sanções que regem as relações do homem em sociedade.� l Direito é a ciência que estuda as regras obrigatórias que regulam as relações dos homens em sociedade, cuja característica predominante está na coação so- cial utilizada pela própria sociedade, para fazer res- peitar os seus deveres jurídicos, a fim de manter a harmonia dos interesses gerais e assegurar a ordem jurídica. l Domicílio é a sede da atividade de uma pessoa, o lu- gar em que mantém o seu estabelecimento ou fixa a sua residência. O domicílio desempenha importante papel nos sistemas jurídicos, pois determina o foro competente para as ações fundadas em direito pes- soal e em direito real sobre bens imóveis. l Contrato é a intervenção de duas ou mais pessoas que acordam sobre determinada coisa. O requisito essencial do contrato é a manifestação da vontade dos interessados. Qualquer que seja a sua forma, ge- ra obrigações. Os contratos podem ser unilaterais ou bilaterais; gratuitos ou onerosos; nominados e inomi- nados; consensuais e formais; principais e acessó- rios; de adesão e reais. Os elementos dos contratos são a capacidade dos contratantes, o objeto lícito de apreciação econômica e o aspecto legal. Principais Modalidades de Contrato: l Compra e venda; l Troca; l Doação; l Locação; l Comodato; l Mútuo; l Mandato. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA CONTRATO DE FIANÇA CONTRATO SOCIAL RESUMO “Chamamos de Ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de Caráter”. Oscar Wilde (1854-1900) 117 2.1. LOCAÇÃO DE IMÓVEIS A LEI DO INQUILINATO A LEI DO INQUILINATO A LEI DO INQUILINATO UNIDADE 2 O Código Civil regula as seguintes categorias: l Imóveis de propriedade da União, dos Estados, dos Municípios, de suas autarquias e fundações. l Vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; l Espaços destinados à publicidade. l Apart-hotéis, Hotéis-residência ou equiparados. l O arredamento mercantil, em qualquer de suas mo- dalidades. Arrendamento Contrato pelo qual uma pessoa cede a outra, por prazo certo e preço convencionado, o uso e gozo de bens imó- veis ou considerados imóveis, e de certos móveis: pré- dios rústicos ou urbanos, estradas de ferro, navios, avi- ões, minas, pedreiras, automóveis, caminhões, etc. Prazo permitido para Locação de um Imóvel Urbano. A locação de imóvel urbano pode ser fixada por qual- quer prazo, não podendo o locador exigir o imóvel antes do prazo fixado e nem o locatário devolvê-lo antes, sal- vo pagando a multa contratual, se prevista. O locatário pode devolver o imóvel antes do prazo? Sim, desde que pague o proporcional equivalente à multa pactuada. Ficará, entretanto dispensado do pa- gamento da multa se a devolução do imóvel decorrer de transferência, pelo empregador, privado ou público, pa- ra prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo mínimo de 30 (trinta) dias de antecedência da transferência. A lei no entanto não especifica o termo “localidade diversa”, sendo necessária a análise do ca- so concreto para definir a aplicabilidade da norma. Outras formas de ser Desfeita uma Locação. l Quando houver acordo mútuo; l Quando houver prática de infração legal ou contra- tual. Exemplo: Se no contrato houver uma cláusula proibindo a sublocação e o locatário sublocar o imó- vel, o locador pode desfazer a locação; l Quando houver falta de pagamento do aluguel e de- mais encargos. Exemplo: Quando o locatário sustar o pagamento, sem justificativa ou aviso, o locador pode desfazer alocação; l Quando for necessária a realização de reparos ur- gentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a perma- nência do locatário no imóvel ou, caso possa, ele se recuse a consenti-la. Exemplo: No caso de um prédio com problemas estruturais, o locador pode desfazer a locação para efetuar os reparos necessários. Sublocação do Imóvel. l A sublocação é o ato de dar a terceiro em nova lo- cação, no todo ou em parte, o imóvel do qual se é lo- catário. A cessão da locação, a sublocação e o em- préstimo do imóvel, total ou parcialmente pelo loca- tário dependem do consentimento prévio e escrito do locador. Na sublocação, é livre a convenção do alu- guel, vedada a sua estipulação em moeda estran- geira e a sua vinculação à variação cambial ou ao sa- lário mínimo. O aluguel da sublocação não poderá exceder o da locação, nas habitações coletivas multi- familiares, a soma dos aluguéis não poderá ser supe- rior ao dobro do valor da locação. O descumprimento autoriza o sublocatário a reduzir o aluguel até os limi- tes nele estabelecidos. Exemplo: A InfoNet Ltda., empresa de informática, alu- gou um prédio para instalar a sua escola. Porém, algu- mas salas ficaram ociosas e, por esta razão, ela decidiu alugar uma destas salas para um empreendedor mon- tar uma livraria, caracterizando-se a sublocação. Reajuste do Aluguel É lícito às partes fixar, de comum acordo, novo valor do aluguel, bem como inserir ou modificar cláusula de rea- juste. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após 3 (três) anos de vigência do contrato ou do acordo ante- riormente realizado, tanto locador quanto locatário po- derão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço do mercado. Salvo hipóteses de locação por temporada e demais casos previstos em lei, o locador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel. A locação de Imóvel Urbano está regulamenta- da na Lei 8.245/91 (Lei do Inquilinato). No en- tanto, muitos imóveis não são regulados por esta lei. O Código Civil e as leis especiais são os responsáveis por esses imóveis. 118 Quando e como é efetuada a Ação de Despejo. Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo. Exemplo: Quando o locatário abandona o imóvel, efe- tua-se a imissão de posse, ou seja, a restituição do imó- vel ao seu proprietário. O despejo é também a desocupação compulsória (obri- gatória) por decisão judicial de um imóvel alugado. É o direito do locador de exigir a desocupação ou restitui- ção nos casos preestabelecidos pela lei. O locatário po- derá denunciar a locação por prazo indeterminado (de- volver o imóvel) mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. Na ausên- cia do aviso, o locador poderá exigir quantia correspon- dente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quan- do da rescisão de contrato. O locador pode efetuar Depósito Judicial? O locador pode efetuar depósito quando o credor injus- tamente recusar o recebimento, ou na impossibilidade de fazê-lo, proceder ao depósito judicial das quantias devidas. O depósito envolverá a quitação das obriga- ções que vencerem durante a tramitação do processoe até ser prolatada (decisão final) a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos. É possível promover a Revisão do Valor de Aluguel? Locador e locatório podem promover uma ação para revisar o aluguel, seja para aumentar ou diminuir o valor contratado. Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação do imóvel. A ação revisio- nal permite ao locatário entrar em juízo no intuito de que lhe seja concedido o direito de prorrogar (renovar) o prazo de locação, desde que preenchidos os requisitos legais. Mesmo após ter finalizado o prazo contratual, são dois conceitos completamente diferentes. l Ação revisional - consiste em realizar a revisão do valor do aluguel; l Ação renovatória - é o processo para renovar o con- trato de aluguel. Exemplo: Ação renovatória consiste no locatário entrar em juízo para que lhe seja concedido o direito de prorro- gar (renovar) o prazo de locação, desde que preenchi- dos os requisitos legais. São deveres do Locador: l Entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina. l Garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado. l Manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel. l Responder pelos vícios ou defeitos anteriores à lo- cação. l Fornecer ao locatário, caso este solicite, a descrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entre- ga, com expressa referência aos eventuais defeitos existentes. l Fornecer ao locatário recibo discriminado das impor- tâncias por este pagas, vedada a quitação genérica. l Pagar as taxas de administração imobiliária, se hou- ver, e de intermediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador. l Pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de segu- ro complementar contra fogo, que incidam ou ve- nham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição ex- pressa em contrário no contrato. l Exibir ao locatário, quando solicitado, os compro- vantes relativos às parcelas que estejam sendo exi- gidas. l Instalação de equipamentos de segurança e de in- cêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de lazer. l Despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum. l Despesas com instalação de playground (se houver). l Constituição de fundo de reserva. l Pagar as despesas extraordinárias de condomínio. Por despesas extraordinárias de condomínio se en- tendem aquelas que não se refiram aos gastos roti- neiros de manutenção do edifício, especialmente: l Obras de reformas ou acréscimos que interessem a estrutura integral do imóvel; l Pintura das fachadas, poços de aeração e ilumina- ção, bem como das esquadrias externas; l Obras destinadas a repor as condições de habitabi- lidade do edifício; l Indenização trabalhista e previdenciária pela dis- pensa de empregados ocorrida em data anterior ao início da locação; l Instalação de cobertura nas garagens externas (se houverem); l Instalação de captadores da água proveniente das chuvas; l Instalação de hidrante se assim se fizer necessário. 2.2. DEVERES DO LOCADOR 119 2.3. DEVERES DO LOCATÁRIO São deveres do Locatário: l Pagar pontualmente o aluguel e os encargos da loca- ção contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, na sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não ti- ver sido indicado no contrato. l Servir-se do imóvel para uso convencionado ou pre- sumido, compatível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá-lo com o mesmo cui- dado como se fosse seu. l Restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal. l Levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja repara- ção a este incumba, bem como as eventuais pertur- bações de terceiros. l Realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocados por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou pre- postos. l Não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio ou por escrito do locador. l Entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida ao locatário. l Pagar as despesas de consumo de energia, gás, água e esgoto. l Permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e ho- ra, bem como admitir que seja visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no artigo 27. l Cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos. l Pagar as despesas ordinárias de condomínio. Despesas Ordinárias de Condomínio São as despesas necessárias à administração: l Salários, encargos trabalhistas, contribuições previ- denciárias e sociais dos empregados do condomínio. l Consumo de água, esgoto, gás, energia das áreas de uso comum. l Limpeza, conservação e pintura das instalações e de- pendências de uso comum. l Manutenção e conservação das instalações e equi- pamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de se- gurança, de uso comum. l Manutenção e conservação das instalações e equi- pamentos de uso comum destinados à prática de es- portes e lazer. l Manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas. l Pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráulicas de uso comum. l Rateios de saldo devedor, salvo se referentes ao pe- ríodo anterior ao início da locação. l Reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no custeio ou complementação das despe- sas referidas nas alíneas anteriores, salvo se referen- tes a período anterior ao início da locação. Garantias que o Locador pode exigir No contrato de locação, pode o locador exigir do loca- tário as seguintes modalidades de garantia: l Caução - Depósito em caderneta de poupança aber- ta para este fim, igual a três meses de aluguel. l Fiança - Responsabilidade ou garantia assumida por terceira pessoa, que se responsabiliza, total ou parci- almente, pelo cumprimento da obrigação do devedor, caso este não a cumpra. l Seguro de Fiança Locatícia - Seguro cedido por uma seguradora que se responsabiliza total ou parci- almente, pelo cumprimento da obrigação do devedor caso este não cumpra, mediante o pagamento do prêmio do seguro. Nota: É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de garantia num mesmo contrato. Formas de Caução l Caução - poderá ser em bens móveis ou imóveis, di- nheiro ou títulos. A caução em bens móveis deverá ser registrada em Cartório de Títulos e Documentos. l Averbação - Nota aposta à margem de um registro público, mencionando as ocorrências que o alteram ou anulam em relação a pessoas ou coisas; averba- ção da extinção da hipoteca, da sentença de separa- ção do dote, etc. A caução em bens imóveis deverá ser averbada à margem da respectiva matrícula. ATENÇÃO! Atribuída ao locatário a responsabilidade pelo paga- mento dos tributos, encargos e despesas ordinárias, o locador poderá cobrar tais verbas juntamente com o aluguel do mês a que se refiram. Se o locador antecipar os pagamentos, a ele pertencerão as vantagens daí advindas, salvo se o locatário reembolsá-lo integral- mente. Necessitando o imóvel de reparos urgentes, o locatário é obrigado a consenti-los. Se os reparos dura- rem mais de dez dias, o locatário terá direito ao abati- mento do aluguel, proporcional ao período excedente; se mais de trinta dias, poderá rescindir o contrato. 120 Exemplo: Quando o locatário dá um imóvel seu, como caução, ele
Compartilhar