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Ginecologia Thomás R. Campos | Medicina – UFOB DISTOPIAS GENITAIS [?] O que é? Distopia ou prolapso genital corresponde à descida da parede vaginal anterior ou posterior, assim como do útero ou da cúpula vaginal (após histerectomia). ▪ A maioria das mulheres é assintomática, apenas cerca de 2-3% são sintomáticas. ▪ A sintomatologia aumenta com a idade (hipoestrogenismo, multiparidade, doenças crônicas) ▪ Existe um ramo de cirurgia ginecológica somente para tratamento das distopias genitais ▪ Os principais são: parede anterior > parede posterior > apical (que é o prolapso uterino) Termos: ▪ Cistocele (bexiga) ▪ Uretrocele (uretra) ▪ Uretrocistocele (uretra + bexiga) ▪ Retocele (reto) ▪ Enterocele (intestino delgado) ▪ Prolapso uterino (útero) Fatores de risco: ▪ Parto vaginal ▪ Idade avançada (hipoestrogenismo) ▪ Genéticos ▪ Raça caucasiana ▪ Aumento da pressão intra-abdominal (obesidade, tosse crônica, constipação crônica, leventamento repetitivo de peso) Quadro clínico: ▪ Maioria assintomática ▪ Sintomas urinários (incontinência de esforço, retenção, sensação de esvaziamento incompleto, ITU de repetição, polaciúria...) ▪ Sintomas intestinais (constipação, disquesias, incontinência fecal ou de flatos, necessidade de compressão vaginal para completar a defecação) ▪ Sintomas sexuais (flatulência vaginal, dispaneuria) ▪ Outros: sensação de peso vaginal, lombalgia, dor ou pressão abdominal Anamnese ▪ Grau de sintomatologia ▪ Comprometimento da qualidade de vida ▪ Patologias associadas (pulmonar, retal...) Exame pélvico ▪ Tipo e extensão do prolapso ▪ Inspeção estática e dinâmica (Valsalva) ▪ A protusão ultrapassa o hímen? Qual a apresentação do prolapso (anterior, posterior ou apical)? ▪ Parede anterior: Cistocele? Uretrocele? ▪ Parede posterior: Retocele? Rotura perineal? ▪ Apical: Enterocele? Prolapso uterino? ▪ Toque retal. Ginecologia Thomás R. Campos | Medicina – UFOB Exame complementar: ▪ Sumário de urina e urocultura ▪ Cateterismo pós-miccional ▪ USG-TV ▪ Estudo urodinâmico CLASSIFICAÇÃO DE BADEN-WALKER ▪ Grau 0: sem prolapso ▪ Grau 1: pelo menos metade da distancia entre o local inicial e a carúncula himenal ▪ Grau 2: alcança a carúncula himenal, mas não ultrapassa ▪ Grau 3: ultrapassa parcialmente a carúncula himenal (aos esforços) ▪ Grau 4: ultrapassa totalmente a carúncula himenal (em repouso) Retocele → parede posterior de vagina / Enterocele → fundo de saco vaginal ▪ Leve: não atinge o introito vaginal ▪ Moderada: atinge o introito vaginal ▪ Grave: ultrapassa o introito vaginal CLASSIFICAÇÃO DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE INCONTINÊNCIA POP-Q (Quantificação do Prolapso de Órgãos Pélvicos): Peres disse que não precisa decorar isso, nem ele sabe decorado isso aí, só que tem prova de residência que cobra. Ginecologia Thomás R. Campos | Medicina – UFOB Diagnóstico diferencial: ▪ Hipertrofia de colo uterino ▪ Inversão uterina crônica ▪ Cistos de vagina ▪ Divertículos de uretra ▪ Miomas paridos TRATAMENTO: ▪ Expectante → Assintomáticas ▪ Conservador → Fisioterapia (exercício de Kegel), Pessários ▪ Cirúrgico: 1. Parede anterior → Colporrafia anterior com correção da fáscia pubovesical. 2. Prolapso paravaginal → Correção da fáscia paracervical, ligando-a ao arco tendíneo. 3. Parede posterior → Colpoperineorrafia, Culdoplastia de McCall (oblitera o fundo de saco, impedindo novas enteroceles no futuro). 4. Prolapso uterino – De 1º grau → cirurgia de Manchester, Fothergill (amputação do colo). – De 2º/3º grau → Histerectomia vaginal ou Colpocleise (Le Fort). 5. Prolapso de cúpula vaginal → culdoplastia de McCall, Colpocleise, Suspensão com Lig. Uterossacro, Fixação do Lig. Sacroespinhoso, Sacrocolpopexia abdominal.
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