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AÇÃO RETIFICAÇÃO REGISTRO CIVIL PARA INCLUSÃO DO SOBRENOME MATERNO

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NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA COMARCA DE SANTARÉM – PARÁ.
Vaneide Correa Paz, brasileira, solteira, professora aposentada, portador(a) da Carteira de Identidade RG n°429506 e CPF n°023.561.392-49 , residente e domiciliado(a)na Vila Mensalista nº64 bairro centro CEP: 68143-000, na cidade de Belterra-PA, , telefone (93) 99209-5136 , por intermédio por intermédio da(o) advogada(o) ao final assinada(o), constituída(o) pelo instrumento de procuração que segue em anexo, através do escritório do NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS DA UNAMA – CENTRO UNIVERSATÁRIO DA AMAZÔNIA, estabelecido na Rua Rosa Vermelha, nº 723, Bairro Aeroporto Velho, nesta cidade de Santarém-PA, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente 
AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL PARA INCLUSÃO DO PATROCÍNIO PATERNO
 com fulcro na Lei nº 6.015/73, pelos fatos e fundamentos a seguir elencados:
I - DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS (CAUSA DE PEDIR)
Na ocasião do nascimento da REQUERENTE, sua progenitora ANTONIA XAVIER, dirigiu-se ao Cartório de Registro Vila de Boim, estabelecido em Boim, uma pequena comunidade distrital de Santarém, com o objetivo de lavrar o Registro Civil desta e assim o fez, registrando-a sob o nome de VANEIDE CORREA PAZ, como comprava no anexo do registro (doc.XX). Entretanto, no ato de lavratura do documento, a progenitora não se atentou que o nome do pai, Sr. GALDINO CORREA PAZ, não estava preenchido nos moldes de filiação, assim como dos avôs paternos. Não obstante é importante ressaltar que o sobrenome completo da requerente, CORREA PAZ, é apenas do seu progenitor. 
Sendo o nome um direito personalíssimo salienta que a REQUERENTE o utilizou desta forma por toda sua vida civil e pessoal como forma de identificação, haja vista ter 71 anos completos. E somente agora teve empecilho quanto o patrocínio paterno para renovação da 4ª via da carteira de trabalho, pois o órgão público compreendeu que o pai não a reconheceu. À vista disso reitera-se que REQUERENTE possui documentos nos quais consta o nome do pai como, a primeira e segunda via da identidade, a terceira carteira de trabalho, anexados, respectivamente como doc.X, doc X e doX. 
Outrossim, ainda mais grave, foi equívoco do Sr. Oficial do Cartório de Registro Civil não ter observado que apesar do nome completo da requerente ser constituído pelo nome do pai, este não dispõe como pai registral, gerando a possibilidade de grande transtorno como o caso, uma vez que, o Sr. GALDINO CORREA PAZ já veio a óbito. 
Em arremate, é importante ressaltar que a irmã bilateral da requerente ZENIL CORRÊA PAZ, em sua Certidão de Óbito constituída em anexo, identificada como doc. X possui não só o sobrenome do pai, como a REQUERENTE, como também o nome do deste na filiação. Assim como os demais cinco irmãos, todos resultados de uma união estável entre os progenitores já citados.
Desta feita, necessário consignar que essa falta de consonância entre o reconhecimento da REQUERENTE e de sua irmã, devido o fato do nome de seu pai não constar em seu assento de nascimento, têm causado incômodos em sua vida profissional, pois está impedida de retirar a 4ª via da carteira de trabalho. E até mesmo vida intima, uma vez que, a senhora VANEIDE CORREA PAZ sofre a angústia de ter seu nome modificado depois de uma completa vivência tendo sua personalidade vinculada a este.
A fim de evidenciar que não há qualquer fato que macule a honra e a conduta da autora, e que sua pretensão de inserir o nome do pai no registro civil não trará prejuízo à segurança jurídica de terceiros, junta com esta exordial a consulta junto ao órgão de proteção ao crédito (SPC/SERASA), Certidão de Antecedentes Criminais, emitida pela Polícia Federal e Atestado de Antecedentes, emitido pelo Polícia Civil. 
II – DO DIREITO: Da Possibilidade Do Pedido De Acréscimo Do Patronímico Paterno E Da Retificação Do Nome Do Genitor No Registro De Nascimento Da Requerente
É cediço que o nome do indivíduo é um dos elementos mais significativos de sua identificação, configurando-se inclusive como direito de personalidade, conforme previsto no artigo 16 do Código Civil Brasileiro. E nome inclui o prenome e os patronímicos materno e paterno. Nesse sentido é imoral após se passarem mais de sete décadas a denegação do reconhecimento de paternidade no registro civil da senhora VANEIDE CORREA PAZ, ora comprovado que fora concebida através de uma relação duradora, presumindo, portanto, a filiação. Sendo notável lembrar que a autora já em idade avançada, já aludida anteriormente, demanda tão somente na intenção de poder utilizar o nome e sobrenome que lhe é devido e não pleiteia em busca de qualquer herança. 
A Lei nº 6.015 de 31/12/1973, em seus artigos 109 e seguintes, pauta sobre a possibilidade de retificar os assentamentos em registros civis que eventualmente estejam grafados por erros, ipisis litteris:
Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório. 
§ 1° Se qualquer interessado ou o órgão do Ministério Público impugnar o pedido, o Juiz determinará a produção da prova, dentro do prazo de dez dias e ouvidos, sucessivamente, em três dias, os interessados e o órgão do Ministério Público, decidirá em cinco dias.
§ 2° Se não houver impugnação ou necessidade de mais provas, o Juiz decidirá no prazo de cinco dias.
 § 3º Da decisão do Juiz, caberá o recurso de apelação com ambos os efeitos.
 § 4º Julgado procedente o pedido, o Juiz ordenará que se expeça mandado para que seja lavrado, restaurado e retificado o assentamento, indicando, com precisão, os fatos ou circunstâncias que devam ser retificados, e em que sentido, ou os que devam ser objeto do novo assentamento.
Assim, é garantido o direito da REQUERENTE de ter o patrocinio de seu pai incluído em seu registro civil de nascimento, como os irmãos, portanto, imperioso concluir-se pela procedência deste pedido. Nesse sentido segue ainda entendimento jurisprudencial, in verbis:
EMENTA: RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA ESTABILIZAÇÃO DA DEMANDA. POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO PEDIDO INICIAL. PROCEDIMENTO TRANSMUDADO EM SUPRIMENTO DE REGISTRO CIVIL. INCLUSÃO DO SOBRENOME PATERNO. 1) A Lei nº 6.015/73 estabelece como regra a imutabilidade do nome civil, excepcionando, todavia, as hipóteses de (a) alteração injustificada do nome após o decurso de um ano a contar da data da maioridade; (b) substituição motivada do prenome por apelido público notório; (c) substituição motivada do prenome em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime e, ainda, conforme construção jurisprudencial, (d) substituição do prenome atípico que exponha o indivíduo a situações vexatórias e (e) outras alterações excepcionais e motivadas verificadas casuisticamente pelo Estado-juiz, em atuação conjunta com o Ministério Público. A inclusão do patronímico paterno ou materno tem sido admitida pela jurisprudência pátria como motivação suficiente para alterar o nome civil, porquanto garantidora, a um só tempo, do direito ao nome (art. 16, do CC/02), atrelado ao princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III, da CF/88), e da preservação da estirpe familiar (art. 56, da Lei de Registros Publicos). 2) Comprova a apelante que, exceto a segunda via de sua certidão de nascimento, todos os outros documentos de identificação civil cadastro de pessoa física, carteira de identidade e carteira de trabalho trazem a inscrição do sobrenome paterno da Silva, sobrenome este pelo qual sempre se identificou socialmente. Demonstra, ainda, ter sido surpresa com constatação de que tal patronímico não constada em seu assento de nascimento, de sorte que muitoprovavelmente houve equívoco quando da lavratura de sua primeira certidão, repercutindo sobre todos os demais documentos civis. A Instância Primeva, apegada à verificação de que o pedido de apelante era de retificação do registro civil, julgou improcedente o pleito inaugural, pontuando que não havia erro a retificar. Sucede que o mesmo art. 109, da Lei nº 6.015/73, que ampara a pretensão de retificação do registro civil, permite também seu suprimento, viabilizando que o pleito da apelante se adéque à realidade endoprocessual, já que os procedimentos de jurisdição voluntária não estão sujeitos ao princípio da estabilização da demanda. 3) Nada obsta que, nesta mesma ação, a apelante logre incluir o patronímico paterno, alterando o pedido vestibular de retificação para suprimento de registro. Ademais, o caderno processual está instruído com certidões negativas que indicam a ausência de prejuízo a terceiro (até porque seus demais documentos civis da apelante já continham o patronímico da Silva, a indicar que socialmente, no plano empírico, não haverá repercussão advinda do suprimento do registro civil), tratando-se de providência que meramente adéqua a realidade registral à social. 4) Recurso conhecido e provido, para determinar o suprimento do registro civil de nascimento da apelante, incluindo-se o patronímico paterno da Silva.
(TJ-ES - APL: 00121979320168080012, Relator: ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA, Data de Julgamento: 06/03/2018, TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/03/2018)
Acredita-se que restaram demonstradas a possibilidade jurídica do pedido e a total procedência do pleito, pois a senhora VANEIDE CORREA PAZ tem direito ao nome, em sua mais ampla acepção, por conseguinte, devendo ser retificado o seu registro de nascimento para constar corretamente do pai.
III - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: 
a) Sejam deferidos os benefícios da Gratuidade de Justiça, com fulcro na lei 1.060/50, com as alterações introduzidas pelo art. 98 e seguintes no novo CPC e art. 1.072, III, CPC, pois a REQUERENTE se declara com insuficiência de recursos para pagar custas, despesas processuais e honorários advocatícios;
a) Julgar PROCEDENTE a ação, com a consequente expedição do competente MANDADO determinando-se ao Oficial do Cartório de Registro Civil da Comarca de Santarém para que seja acrescido o patronímico paterno.
b) A intimação do ilustre representante do Ministério Público para o acompanhamento do feito;
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em nosso Direito, notadamente, oitiva de testemunhas, juntada de documentos e, expedições de ofícios, se necessário.
Dá-se à causa o valor de XXX
Nesses Termos, pede e espera deferimento.
18 de março de 2019.
Santarém, Pará, 
CRISTIANO BATISTA MOTTA 
ADVOGADO OAB/PA 10.645
NPJ - UNAMA
	
Estagiários: Beatriz Portela, Emyly Jácome e Uenicy Xavier. 
Endereço: Rua Rosa Vermelha, 723, bairro Aeroporto Velho, CEP: 68.010-200. Santarém – PA. Tel.: (93) 3523-5088 	Página 5

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