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3 - PEÇA ANNA MAYRA e ANDRÉ - RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE - respondida e enviada

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A ____VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE MACEIÓ-AL
(PULAR 10 LINHAS)
MAYRA, (nacionalidade), (naturalidade), menor impúbere, neste ato representada por sua genitora e responsável legal a Senhora ANNA, (nacionalidade), (naturalidade), profissão, portadora do RG n., inscrita no CPF n. domiciliada à Rua XXX, nº, Bairro XXX, Cidade XXX, CEP. XXX, email XXX, constituíram seu advogado XXX, OAB n.XXX, email XXX, procuração anexa, com escritório estabelecido à Rua XXX, Bairro XXX, Cidade XXX, CEP XXX, onde receberá as intimações, vem, respeitosamente, perante V. Exa.,  com base no Art. 560 do CPC OU no Art. 1210 do CC,  propor a presente:
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PARTENIDADE C/C ALIMENTOS E RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL.
Em face do REQUERIDO ANDRÉ, (nacionalidade), (naturalidade), profissão, portador do RG n., inscrito no CPF n. domiciliado a Rua XXX, nº, Bairro XXX, Cidade XXX, CEP. XXX, email XXX, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
1 – DOS FATOS
Anna e André tiveram um relacionamento amoroso duradouro de 4 anos, com diversas fotos em redes sociais e vários amigos em comum.
 Entretanto, o relacionamento chegou ao fim, 4 meses após terminarem o relacionamento, Anna descobriu que estava grávida de 5 meses de gestação.
Ao procurar André, ele informou que não acreditava que a criança seria dele, e que não iria reconhecer como filho (a), pois já estavam separados a bastante tempo.
Anna acreditando que André mudaria de ideia após o nascimento da criança, não tomou nenhuma atitude, após o nascimento de Mayra sua filha, André não quis sequer ver a criança, não acompanhou o parto, e não a registrou.
Anna esperou até Mayra completar 3 (três) meses acreditando que André mudaria de ideia, então entrou em contato com ele para que ele conhecesse a filha e a registrasse, bem como, assumisse sua parte nos gastos com a criança, já que possui emprego ( CLT ) devidamente registrado.
André, irredutível, afirmou que Mayra não é filha dele, e que não tem nada a arcar, e bloqueou Anna nos aplicativos de mensagens, bem como, bloqueou para ligação.
Anna não tendo dúvidas da paternidade de André, e não sendo possível a conciliação e nem a solução da lide, não restou outra alternativa para a mesma, senão recorrer a Justiça, para regularizar toda a situação.
2 – DA TUTELA ANTECIPADA
Quanto à fundamentação, do pedido da tutela provisória, fundamenta-se no CPC, Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
No caso em tela evidencia-se na Tutela de Evidência – fumus boni juris + hipóteses do Art. 311 do CPC, que diz que: A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Servem de prova as diversas fotos em redes sociais e vários amigos em comum, que servirão de testemunha.
Portanto, há provas documentais que fundamentam a solicitação que seguirão nos pedidos.
3 – DO DIREITO
3.1 – DO RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE
Inicialmente, cumpre anotar as disposições constantes no Código Civil, concernentes ao direito de reconhecimento do filho, conforme se pode verificar mediante os artigos adiante transcritos: 
"Art. 1607. O filho havid o fora d o cas amen to pod e ser 
reconhecido pelos pais, con jun ta ou sep ar ad amen te. " 
"Art. 1607. O filho havid o fora d o cas amen to pod e ser 
reconhecido pelos pais, con jun ta ou sep ar ad amen te. " 
"Art. 1607. O filho havid o fora d o cas amen to pod e ser 
reconhecido pelos pais, con jun ta ou sep ar ad amen te. " 
“Art. 1607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.”
Ademais, veja-se o estabelecido no art. 1.609 do mesmo diploma legal:
"Art. 1609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro de nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
 
I - no regis tro d o n asci men to; 
II - por escritur a públic a ou escri to p ar ticul ar, a ser 
arqui vad o e m c ar tório; 
III - por tes tamen to, aind a que incidental men te 
manifes tad o; 
IV - por manifestaç ão d ireta e express a per an te o 
juiz, aind a que o reconhecimen to não ha j a si do o 
Neste sentido, obriga-se igual disposição no Estatuto da Criança e do Adolescente:
“Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça.
"Art. 26. Os filhos h avid os fora d o cas amen to 
poderão ser reconhecidos pelos pais, conjun ta ou 
separ ad amen te, no próprio termo d e nascimen to, por 
tes tamen to, med i an te escritur a ou ou tro d ocumen to 
público, qualq uer que se ja a orige m d a fili aç ão. " 
Há de concluir, mediante os dispositivos legais transcritos, a pretensão do Autor, visto que trata-se de direito indisponível e imprescritível, podendo ser reconhecida a qualquer momento.
	
3.2 – RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL – ALTERAÇÃO DO NOME
	Após reconhecimento da paternidade, requer a retificação do registro civil da menor impúbere, conforme LEI nº 6.015 de 31/12/1973, que em seus artigos 109 e seguintes, abre a possibilidade de retificação dos registros:
	“Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório. 
Trata-se de direito a retificação no reconhecimento da filiação biológica.
	Conforme outras decisões, de casos similares que assiste o autor, como por exemplo: Tribunal de Justiça do Tocantins TJ-TO-Apelação Cível: AC 0014969-32.2019.8.27.0000
	Desta forma é inegável o direito da Autora em ter seu Registro retificado.
3.2 – DOS ALIMENTOS
	A Lei 5.478 dispõe sobre a prestação de alimentos.
O artigo 1.696 do diploma Civil diz que:
"Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros."
A requerente encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil que diz:
"Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque no necessário ao seu sustento."
Com o reconhecimento da paternidade, requer desde já seja arbitrado conforme a renda do requerido, que possui carteira devidamente assinada, podendo arcar com 30% do valor dos seus proventos.
4 – DAS PROVAS
	Conforme o disposto no art. 1.605 do código civil, no que concerne às provas da filiação:
“Art. 1605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
I – quando houver começo de prova por escrito, proveniente dospais, conjunta ou separadamente;
II – quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.”
Percebe-se facilmente, que o caso se enquadra às disposições transcritas, eis que a genitora da REQUERENTE e o REQUERIDO mantiveram relacionamento por 4 (quatro) anos, lapso temporal o qual pouco tempo depois nasceu a menor. 
Ademais, existem provas com diversas fotos em redes sociais e vários amigos em comum que acompanham a presente inicial, além de provas testemunhais, que rematam cabalmente com qualquer dúvida que porventura pudesse existir correlativamente à filiação do REQUERIDO.
Desta feita, não restam dúvidas de que a REQUERENTE assiste o direito de ter reconhecido seu direito como filha.
Por todo o exposto, é inquestionável a apreciação do Judiciário, quanto a solicitação pleiteada.
Assim não haverá mais injustiça em relação a pessoa da AUTORA, o que seguirá entre os pedidos que seguem.
4 – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
a) A citação do réu para responder a presente ação, querendo;
b) Seja designada audiência de conciliação, e não havendo êxito, seja designada audiência de Instrução e Julgamento para a oitiva das partes e testemunhas;
c) Intimação do Ministério Público para intervir no feito, nos moldes do artigo 698, do CPC;
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, bem como os moralmente legítimos, mas hábeis a provar a verdade dos fatos em que se funda a ação;
e) Que seja concedida a Tutela de Evidência, conforme Art. 311 do CP;
f) Que após a REQUERENTE ser reconhecida como filha do REQUERIDO, seja expedida autorização para o cartório corrigir a Certidão de Nascimento da REQUERENTE;
g) Que seja concedida a REQUERENTE os Alimentos provisórios, equivalente a 30% do salário, vigentes na época do reconhecimento da paternidade, a ser depositada na conta (poupança/corrente) especificada;
h) Que o REQUERIDO seja condenado a pagar todas as custas sucumbenciais e de honorários advocatícios;
i) A TOTAL PROCEDÊNCIA da demanda, para fins de DECLARAR O RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE, Registro Civil, Alimentos e todos os direitos do reconhecimento advindos deste.
Dar-se à causa o valor de R$ XXX (XXXX), para fins de alçada.
Nestes termos
Aguarda Deferimento.
Local / Data
Assinatura do Advogado (a)
OAB/UF n. XXXX

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