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GIULIANA RUIZ UEMOTO TXXI 2020.1 SEXUALIDADE, CONCEPÇÃO E INTEGRAÇÃO SOCIAL EM SAÚDE 2020.1 1 Ettruri 12/02 I. DEFINIÇÕES 1. Ginecologia e obstetrícia: Ramo da medicina que cuida dos males do aparelho ginecológico e das mamas e da gravidez, parto e puerpério e medicina fetal Obstetrícia (obstare): ob – à frente, no caminho; stare – ficar de pé; devido a posição que fica o parteiro, na frente da mulher Ginecologia: gyne – mulher; logos – estudo II. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 2. Órgãos genitais femininos externos Os pelos servem para proteção para algumas infecções Os lábios são pregas Parte superior dos pequenos lábios – proporção prepu-clitóris tem relação com o pênis Monte púbico – cochim de gordura – para diminuir trauma físico durante a relação sexual Entrada da vagina (vestíbulo/introito vaginal) – contem glândulas (vestíbulo – Bartolin, periuretrais), servem para a lubrificação Rafi do períneo (tendinea) não tem vascularização nem músculos 2.1. Vulva Grandes lábios: pregas cutâneo mucosas; apresentam pilificação (serve para proteção); protegem o introito vaginal Pequenos Lábios: pregas cutâneo mucosas mais internas Clitóris: homólogo ao pênis masculino – apresenta corpo, glande e prepúcio Monte púbico: coxim de gordura acima do osso púbico, para evitar trauma ósseo durante relação sexual Vestíbulo/introito vaginal: entrada da vagina, região apresenta glândulas vestibulares (glândulas de Bartholin e glândulas periuretrais) Hímen: membrana circular que protege o introito vaginal, serve como proteção, evitando a entrada de corpos estranhos e microrganismos 2020.1 2 o Carancula Himenal: resquício de hímen após início da vida sexual e parto OBS: a vulva apresenta tecido epitelial estratificado queratinizado 2.2. Vagina Vagina (7-10cm), durante estimulo sexual a vagina se alonga (músculos se adaptam, “puxam” canal para cima), no final ela se contrai novamente = tubo elástico o Cópula; descida da menstruação e canal de parto Revestida por tecido epitelial estratificado não queratinizado 3. Órgãos genitais femininos internos 3.1. Útero Oco, dividido em: colo, istmo e fundo Peso entre 40-80g Localizado na pelve entre a bexiga e o reto Parede muscular (liso) espessa – miometeio Revestimento inteiramente pelo endométrio Posição de antiversão Tubas uterinas Ductos com cerca de 10 cm de compromento que comunicam útero com ovários Lumen 0,5-2mm Epitélio de revestimento – celuilas cilindricas ciliadas com movimentos peristálticos; produz secreção – muito importante na região da ampola ond3e ocorre a fecundação Dividida: porcao intramural, istmo, ampola e infundíbulo Ovario Responsáveis pela produção de gametas femininos e hormônios Não peritonizado Forma oval Medem em torno de 3x4x2 cm Ficxos por ligamentos o Infundíbulo pélvico (vasos ováricos) o Ligamento tubo ovárico o Redondo e útero sacro – são elevadores Ligamento redondo – durante a gravidez evita torcao do colo do útero; além da sustentação o Fundo do saco de dolglas – peritonizado Vascularização da pelve Causa de hemorragia puerperal – maior causa de morte em gravidas Artéria ilíaca interna -> hipogástrica-> aa vaginais e a uterina A renal -> aa ovarianas (ligamento pélvico) 2020.1 3 Vasos linfáticos Vasos ilíacos e paraorticos Assoalho pélvico Estrutura muscular tendinea – rafi onde o s músculos se cruzam Glúteo máximo, esfíncter anal Psiotomia: transverso superficial do períneo Todos os músculos envolve (vagina, anos e reto),mas não se liga Mama Aréola , em volta algumas glândulas para librificacao Apoiada no musculo peitoral maior e serratil Maioiria gl drena para axila ou pra toracia interna e BACIA OBSTÉTRICA 1. Composição da bacia É constituído de 4 ossos: 2 ilíacos, o sacro e o cóccix. Ilíaco é formado por 3 ossos: ílio, ísquio e pube Unem-se entre si formando as articulações: sínfise púbica, sacroilíacas e sacrococcígeas Pontos de referência: promontório, sinostose sacroilíaca, Durante a gravidez essas articulações tornam-se frouxas (progesterona) Divisão da bacia obstétrica • Estreitos: superior, médio e inferior. • Planos: de descida, de De Lee ou Hodge (altura da apresentação) • Diâmetros Divisão da bacia Grande bacia ou pelve maior ou anatômica: localiza-se acima do estreito superior da bacia. Pequena bacia, pelve menor, obstétrica ou escavação: abaixo do estreito superior da bacia. Estreito superior: promontório -> articulação sacroilíaca -> linha inonimada -> eminencia ílio-pectínea -> borda superior da pube -> sínfise púbica. Grande bacia: diâmetros Grande bacia • Diâmetro transverso: bi-crista (28cm), bi-espinhoso (24cm) e o bi-tuberoso (32cm). • Anteroposterior: conjugata externa ou diâmetro sacropúbico ou Baudelocque (apófise espinhosa da última vértebra lombar a borda superior da sínfise [20cm]). 2020.1 4 2020.1 5 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ E PRÉ NATAL 1. Diagnóstico de gravidez A propedêutica clínica pode ser realizada pela anamnese e pelo exame físico, utilizando-se a seguinte divisão: Sintomas de presunção: são sintomas que a paciente apresenta e que podem surgir em várias outras situações e, portanto, pouco específicos para utilizar como diagnóstico de gravidez o Náuseas e vômitos o Sialorreia o Alterações de apetite o Aversão a certos odores que provocam náuseas e vômitos o Lipotímia e tonteiras o Polaciúria o Nictúria o Sonolência o Alterações psíquixas variáveis na dependência de a gestação ser desejada ou não Sinais de presunção o Melasma facial (se manifesta por coloração escura dos zigomáticos, fronte e nariz) o Linha nigra (é o escurecimento da linha alba no abdome) o Aumento do volume abdominal Sintomas e sinais de probabilidade: são sintomas e sinais mais evidentes de gravidez, no entanto, sem caracterizá-la com certeza. o Sintoma mais importante é o atraso menstrual o Sinais: Aumento do volume uterino Alterações da forma em que o útero se torna globoso (sinal de Noblé-Budin) Diminuição da consistência do istmo (sinal de Hegar) Diminuição da consistência do colo (sinal de Goodel) Aumento da vascularização da vagina, do colo e vestíbulo vulvar (sinal de Jacquemier-Kluge) Sinal de Hunter (aréola mamária secundária) OBS.: sinais de probabilidade são mais evidentes a partir de oito semanas de gestação Sinais de certeza o Diagnóstico laboratorial = identificação do hormônio coriogonadotrófico (hCG) Dobra a cada 48hs Diagnósticos Determinação urinária de hCG - Pregnosticon-Planotest – sensibilidade de 1.500 UI/L e atraso menstrual de 15 dias Determinação urinária de ßhCG - sensibilidade de 50 mµ/mL), necessitando de atraso menstrual de 5 dias. PBL 17/02 O melasma e a linha nigra são decorrentes do aumento da produção de melanina durante a gestação 2020.1 6 Determinação plasmática de ßhCG - sensibilidade de 5 mµ/mL - com a possibilidade de estar presente antes do atraso menstrual; no entanto, é recomendável aguardar o atraso menstrual de 3 a 5 dias para que sejam detectado valores mais altos que não deixem dúvidas sobre o diagnóstico OBS.: 1) Pode ocorrer aumento da [hCG] na degradação de tecido trofoblástico (MOLA) 2) Gestação química: quando hCG sobe, mas não evolui gravidez – forma saco gestacional 3) hCG + sem gravidez (raro): injeção exógena de hCG (para perda de ponderal); insuficiência renal com deficiência na depuração da hCG (hCG hipofisária fisiológica) 4) muito falso positivo entre 12-25 dias; com pico em 60-90dias o Ausculta fetal: a presença de batimentos cardíacos fetais no abdomesomente está presente na vigência de gestação o Palpação de partes fetais no abdome materno: é também exclusivo da gestação o Ultrassonografia: é um método frequentemente utilizado no diagnóstico de certeza de gravidez Fornece várias outras informações sobre a gestação, como: idade gestacional embrionária e/ou fetal, identificar se a gestação é única ou gemelar, se a gestação é tópica ou ectópica, auscultar os batimentos cardíacos embrionários e fetais Até a 12a semana de gestação é utilizada a técnica transvaginal, e, a partir dessa idade gestacional, a técnica transabdominal 2. Pré natal 2.1. Conceito, importância e objetivos É um conjunto de medidas de natureza médica, social, psicológica e de cuidados gerais que visa propiciar à mulher gestante o desenvolvimento saudável da gravidez Papel fundamental em termos de prevenção e/ou detecção precoce de patologias, tanto maternas como fetais, permitindo o desenvolvimento saudável do feto e reduzindo os riscos para a gestante – levando em consideração tanto componentes maternos como do produto da concepção (feto e anexos) Consulta Intervalo 1ª consulta O mais precoce possível – suspeita Retorno da 1 consulta Assim que os resultados dos exames saírem Até 28 semanas Mensais Até 36 semanas Quinzenais Até 41 semanas Semanais Até parto Dia sim, dia não – controle fetal (hospital) Não existe alta do pré natal (até 42 dias depois de puerpério) Entre os principais objetivos da assistência pré-natal, podemos salientar: o Preparar a mulher para a maternidade, oferecendo informações educativas sobre o parto e o cuidado com a criança (puericultura) o Fornecer orientações essenciais sobre hábitos de vida e higiene pré-natal o Orientar quanto à manutenção essencial de um estado nutricional apropriado o Orientar quanto ao uso de medicamentos que possam afetar o feto ou o parto, ou à adoção de medidas que possam prejudicar o feto o Tratar as manifestações físicas próprias da gravidez o Tratar doenças que, de alguma forma, interfiram no bom andamento da gravidez o Fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças próprias da gestação ou que sejam intercorrências previsíveis dela 2020.1 7 o Orientar psicologicamente a gestante para o enfrentamento da maternidade o Nas consultas médicas, orientar a paciente com relação a dieta, higiene, sono, hábitos intestinais, exercícios, vestuário, recreação, sexualidade, hábitos de fumo, álcool, drogas e dar outras instruções que se façam necessárias 2.2. Primeira consulta Anamnese o Identificação; idade (risco: <19 e >35 anos); raça/descendência racial (complicações clinicas e gestacionais com maior incidência – ex.: negras – pré eclampsia e anemia falciforme; amarelas – degeneração trofoblástica; caucasianas – talassemia); atividades laborais (risco expositivo); situação conjugal (segurança emocional); condições de moradias e nº dependentes no mesmo domicilio; escolaridade; religião; naturalidade e procedência o História atual das queixas e duração: grande parte das queixas da gestante está ligada às adaptações e modificações do organismo materno por causa da gravidez o Antecedentes mórbidos pessoais e hábitos: condições de nascimento e infância, desenvolvimento puberal, doenças comuns da infância, vacinações, alergias, cirurgias (gerais e pélvicas), transfusões de sangue, anestesias, tratamentos clínicos prévios à gestação e no decorrer da gravidez atual, doenças infectocontagiosas, desvios nutricionais, alergias, reações medicamentosas, vacinações, uso crônico de medicamentos prescritos e hábitos nocivos à saúde; avaliar o nível de estresse do casal, a aceitação da gravidez e sinais indicativos de depressão. É preciso treinamento especial do profissional pré-natalista para identificar a adição a drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, opioides e solventes). De forma geral, a adição a drogas lícitas fumo, álcool, analgésicos, soníferos e estimulantes com prescrição) é mais facilmente comunicada o Antecedentes de violência o Antecedentes ginecológicos: á informações importantes sobre a possibilidade de caracterizar eventuais riscos ao processo gestacional em curso, tais como cirurgias prévias no útero, insuficiência lútea, perdas gestacionais prévias, insuficiência cervical, trabalho de parto pré-termo e préeclâmpsia, entre outras; parcerias sexuais (ISTs) o Antecedentes obstétricos: elencam-se a data da última menstruação (DUM), número de gestações e intervalo entre elas, evolução no pré-natal (aborto, diabetes, parto pré-termo, restrição de crescimento intraútero ou baixo peso ao nascer, préeclâmpsia/eclâmpsia, anomalias congênitas no recém-nascido, óbito fetal ou neonatal), via do parto e, se cesárea, qual foi a indicação e há quanto tempo foi realizada, tempo do trabalho de parto, condições do recém-nascido e evolução neonatal Devem-se averiguar aspectos psicológicos e sociais, tais como gravidez programada ou não, medos e tabus Nos casos de gestação repetida, questionar também sobre a evolução do puerpério, tentando identificar informações sobre depressão puerperal, infecções e a experiência com a amamentação o Calculo da idade gestacional e data provável do parto Regra de Naegele: soma-se 7 ao dia da DUM e 9 ao número referente ao mês em que ela ocorreu. o Antecedentes familiares: hipertensos, diabéticos, com doenças autoimunes, cardiopatas, parentes de primeiro grau que apresentaram pré-eclâmpsia/eclâmpsia, gemelaridade, distócias no parto e doenças infectocontagiosas – transmissões verticais o Informações sobre os diversos aparelhos Digestivas (azia, refluxo e obstipação intestinal) Urinárias (nictúria, polaciúria Musculoesqueléticas (dor lombar e câimbras) 2020.1 8 Neurológicas (cefaleia e distúrbios do sono) Exame físico o Geral: estado nutricional, peso e altura + IMC (valores de referência para exames prospectivos); pulso, PA, presença de edema? o Gineco-obstétrico: Mamas: proliferação das glândulas, aumento do volume, edema, vasodilatação (rede venosa de Haller), aumento da pigmentação da aréola primária, aparecimento da aréola secundária e hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo (tubérculos de Montgomery) Pélvico: 1º anatomia genital (malformações, rupturas, cicatrizes), alterações da coloração, lesões vegetantes e ulcerações. Na realidade, essa inspeção deve ser ampliada, avaliando-se também o períneo e a região anal 2º exame com espéculo vaginal, que permite avaliar as paredes vaginais, as características físicas do conteúdo vaginal e o colo uterino, verificando a eventual presença de lesões como pólipos ou outras potencialmente sangrantes. 3º coleta de exames – Papanicolaou, vaginose bacteriana (exame a fresco ou Gram do esfregaço vaginal) e a pesquisa de Chlamydia trachomatis utilizando PCR ou captura híbrida, colposcopia Toque vaginal é realizado após o exame físico obstétrico, como o último item propedêutico do exame físico na primeira consulta do pré-natal, cujos detalhes serão discutidos mais adiante Obstétrico Mensuração da altura uterina (AU) – desenvolvimento fetal intraútero após a 16a a 18a semana Sonar Doppler - variações dos batimentos cardíacos do feto (BCF) entre 110 e 160 Toque vaginal (na maioria das vezes, bidigital) + palpação uterina; no início da gravidez ele permite detectar eventual encurtamento cervical e dilatação não detectada no exame com espéculo vaginal Avaliação do risco gestacional 2.3. Exames complementares Grupo 1: exames de cunho específico para o pré-natal, com interesse materno-fetal o Tipo sanguíneo e fator Rh o Teste de Coombs indireto nas pacientes Rh negativo – todo trimestre Se inicia com 27 semanas imunização, se Rh negativo o Hemograma o Urina tipo I o Urocultura e antibiograma o Glicemia de jejumo Exame parasitológico de fezes – só quando indicado (copocitologico oncótica sem utilização de escova endocervical) o Citologia cérvico-vaginal (Papanicolaou) o Sorologia para sífilis (VDRL) o Sorologia ELISA anti-HIV o Sorologia ELISA para hepatite B (HBsAg) – 2 doses durante gavidrez e 3º com nenê e para hepatite C (HCV) o Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) o Sorologia para rubéola (se não vacinada) o Pesquisa de Chlamydia trachomatis 2020.1 9 o Ultrassonografia de primeiro trimestreª semana - USC feto 5-6ª semanas 10-14ª ultrassom com morfologia Grupo 2: exames determinados por intercorrências ou doenças associadas que justifiquem seguimento durante a gestação (função renal, função cardíaca, fundo de olho, investigação de anemias) Grupo 3: exames para rastreamento de doenças potenciais na gestação, sempre ligados às características dos serviços e do cliente, bem como as doenças prevalentes em cada região (rastreamento de diabetes, rastreamento de pré-eclampsia) Grupo 4: exames para rastreamento de doenças indiretamente ligadas à gestação; têm sua realização justificada pela oportunidade de estar diante da mulher que nunca teve a oportunidade de buscar serviço médico (rastreamento de verminoses, rastreamento de câncer cervical) PRIMIRO TRIMESTRE SEGUNDO TRIMESTRE TERCEIRO TRIMESTRE Tipagem sanguínea (ABO/Rh) e Teste de Coombs indireto se indicado Hemograma completo Glicemia de jejum Urina I com urocultura/antibiogram a Sorologias: rubéola, toxoplasmose, sífilis, citomegalovírus, hepatite B, hepatite C e HIV TSH Protoparasitológico de fezes (PPF) Colpocitologia oncológica Ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre com perfil bioquímico Hemograma completo Teste de tolerância oral à glicose (TTOG) de 75 g Sorologias: toxoplasmose e sífilis Ultrassonografia morfológica de 2o trimestre com Dopplerfluxometri a colorida das artérias uterinas maternas e avaliação do colo por via vaginal Hemograma completo; Sorologias: sífilis, toxoplasmose, hepatite B e HIV Urina I com urocultura/antibiogram a Cultura seletiva para estreptococo hemolítico de introito vaginal e perianal Ultrassonografia obstétrica com Dopplerfluxometria colorida Ecocardiografia fetal Cardiotocografia basal 2.4. Nutrição e ganho de peso durante gestação Macronutrientes o Calorias: No primeiro trimestre não há necessidade de aumento dessa ingesta; 2ºT – +340 kcal/dia e 3ºT +452 kcal/dia o Proteínas: recomendação de aumento de ingesta proteica de 0,8 g/kg/dia, para 1,1 g/kg/dia o Carboidratos: os aumenta de 130 g/dia para 175 g/dia (difusão facilitada) o Lipídeos: AGPICL – DHA (ômega 3): 200mg/dia nos últimos meses de gestação e EPA (ômega 6) Micronutrientes o Ferro: aumento do consumo 15 mg/dia para 30 mg/dia o B9 (ácido fólico): a população de baixo risco recomenda-se a dose diária de 0,4 a 0,8 mg; populações de alto risco para DTN, a dose é de 5 mg/dia. Seu uso deve ser iniciado um mês antes da gravidez e continuado até a 12a semana gestacional o Cálcio: sem indicação para suplementação universal o Vitamina A: dose diária recomendada é de 2700 ui; doses < 10.000 ui, está relacionado à redução na anemia materna e à cegueira noturna; > 10.000 ui podem ser teratogênicas 2020.1 10 o Vitamina D: necessidade diária de 1000-2000 ui (não adianta semanal) Perdura com a vitamina na amamentação Ganho de peso IMC (pré gestacional) Classificação Ganho de peso total < 18,5 kg/m2 18,5-24,9 kg/m2 25-29,9 kg/m2 > 30 kg/m2 2.5. Vacinação 2020.1 11 1 trimestre – esperma com zika Abixo de 15 anos – não ta totalmente formado o perinio Pa toda consulta - > 30 semanas com PA alta – 1º DLE 10 min e reafere pressão – descomprimir aorta Altura uterina (AU) – sínfise púbica ate fundo uterino = cresce – queda ex: hipertensão MF – 18ª semana BCF – sempre avalia 12 semans com sonar pinar 22ª semana Observações: medicamentos novos e retirados 2020.1 12 MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO GRAVÍDICO Desde de o momento da fecundação (cinciciotrofoblasto) No momento do parto até final do, tendência a regressão até retornar ao normal, exceto as mamas (maduras na função) Relação aos órgãos genitais – anatômicas 1. Relações anatômicas do útero = modificações locais Durante o crescimento do útero as estruturas retroperitonianis – inclusive os vasos sanguíneos – são comprimidos; o que leva ao edema de MMII, varizes, hemorroidas Não precisa ter parto normal para ter hemorroida, a própria gestação é um fator isolado Tendência do útero dar uma ligeira desviada a direita pelo sigmoide – levando a alterações mais visíveis do lado direito que o esquerdo; ex.: compressão do ureter a direita Útero tem a tendência de crescer e cair para frente (porque atrás tem coluna), e os demais órgãos abdominais são soltos, sobem – gera sintomas: Complascência vesical mais restrita – diminui a capacidade de armazenamento da bexiga Apêndice muda de região (indo para flanco) – muda história da apendicite em grávidas Alterações do útero Forma: o Não gravídico – piriforme e intrapélvico o Início – crescimento assimétrico devido ao local de implantação – sinal de Piscacek (pode ser confundido com mioma) o Até 12 semanas – passa a ser globoso – sinal de Nobile Budin No exame de toque (lateral) – não encontra resistência Consistência Embebição – amolecimento o Sinal de Goodell – amolecimento do colo o Sinal de Hegar – amolecimento do istmo o Sinal de Mac Donald – acentuada anteversoflexão (por causa da coluna, porque o istmo esta embebido) Volume o Aumento de cerca de 10ml para 5000ml o Hipertrofia e hiperplasia de fibras musculares: após 2ª semana – reduz a espessura de parede por estiramento o 1 cm por semana até o termo o Com 40 semanas cai um pouco – porque o feto entra na pelve para sair (deixa de comprimir estomago, empurrar costela) Peso: aumento de cerca de 70-90g para 1100g Alterações colo de útero Hiperplasia glandular – eversão (ficam amostra) da mucosa endocervical Secreção de muco pouco filante que oblitera o canal (espesso e menos brilhante e fica no canal cervical protegendo a gravidez de infecção) = “tampão” Posição posteriorizada (antiversão acentuada) o Na posição ginecológica, mulher não gravídica, colo fica anteriorizado Coloração mais arroxeada Colo do útero puntiforme = menopauzada; fenda transversa = histórico de parto normal Alterações da vagina Hipertrofia da musculatura lisa Afrouxamento do tecido conjuntivo Mucosa sem rugosidade Ettruri 19/20 2020.1 13 Aumento da vascularização o Coloração arroxeada = sinal de Kluge o + vulva arroxeada = sinal de Jacquemier Percepção ao toque da artéria vaginal = sinal de Osiander Hiperpigmentação do períneo Pequenos lábios entreabertos Alterações nas mamas Aumento em tamanho e firmeza, tornando-se nodulares (a palpação; produção de leite) Aumento de vascularização (rede de Haller) Estrias Obs.: amamentação estimula produção de fibroblastos Mamilos e aureolas maiores e proeminentes Intensificação da coloração da aréola (hiperpigmentação) Tubérculos de Montgomery hipertrofiados 2. Modificações gerais 2.1. Adaptação circulatória Sistema cardiovascular o Invasão trofoblasto 1ª* e 2ª anda → predomínio de PGI2 (vasodilatadoras) = adaptações circulatórias Sistêmicas: aumento da perfusão sistêmica Útero-placentárias: diminui resistência do fluxo + aumento da redistribuição levando ao aumento da perfusão útero placentária o Adaptação circulatória uterina Melhora a perfusão uteroplacentária Invasão do trofoblasto nas arteríolas espiraladas Transforma o sistema em baixa resistência Aumento da luz dos vasos Redução da resistência uterina ao fluxo Redução da reatividade dos vasos Aumento e redistribuição do fluxo uterino Sistema de baixa pressão e alto fluxo 2.1.1. Adaptação sistêmica Tendência as mulheres gravidas terem uma pressão mais baixa; em casos de pressão alta houve algum problema durante as adaptações (provavelmente durante as ondas de invasão) Aumento do volume sanguíneo (30-40% = 1-1,5L) – aumento da necessidade de sangue no útero, vasos dilatados, compensação pela perda sanguínea durante o parto o Inicia-se na 6ª semana o Estabiliza-se 32/34 semanas o Retorno ao estado pré gravídico 2-3 semanas pós parto o Resultado Aumento plasmático 45% Aumento eritroblastos 35% (aumento de eritropoetina) Leva a hemodiluição → anemia fisiológica (Hb 10-11) O aumento da volemia aumenta o DC o Mulheres cardiopatas, que não aguentam estresse, não podem evoluir para um trabalho de parto normal o Inicia-se no 1º trimestre (6ª semana), atingindo platô no 2º e se mantem estável até o termo Pressão arterial tende a diminuir 2020.1 14 o Pela diminuição da resistência vascular periférica, que se sobressai em relação ao aumento do DC o Menor pressão na posição ortostática = sensação de sincope Implicações clinicas o Edema de MMII: aumento da perfusão sistêmica o Sopro sistólico cardíaco (90%): aumento DC e volemia o Queda dos níveis pressóricos: baixa resistência ao fluxo e menor sensibilidade aos agentes vasoativos o Eritema palmar; aumento da pilificação; maior produção de melanina (cloasma; linha nigra – hiperpgmentação da linha alba) = vasodilatação generalizada o Alterações na circulação local o Anemia fisiológica: Aumenta necessidade de ferro Aumento das hemácias Leucocitose Plaquetopenia (placenta é um filtro de plaquetas – evitar tromboses) Modificações do comportamento do sistema de coagulação; preparação para perdas hemorrágicas no sitio placentário → risco tromboembólico aumentado (período puerperal maior) Níveis elevados de fibrinogênio, FVII, FVIII, FIX e FX Níveis menores de FXI e FXIII 2.1.2. Adaptação uteroplacentária Circulação placentária funciona com um sistema de baixa pressão e alto fluxo No organismo não gravídico, as arteríolas espiraladas produzem tromboxano (vasoconstritor e estimulante da agregação plaquetária). Nas grávidas, conforme a parede das arteríolas espiraladas é destruída ocorre produção de PGI2 Ondas de invasão placentária têm a função de tornar os vasos endometriais espiralados em vasos uteroplacentários (maior calibre e menor resistência); vasos sofram essa transformação para conseguirem aguentar a maior volemia da gestante Alterações na formação desses vasos uteroplacentários pode causar estresse placentário e hipóxia → resposta inflamatória → aumentar a produção de agentes vasoconstritores → HAS (um dos mecanismos da fisiopatologia da pré-eclâmpsia) Invasão placentária é inadequada, a produção de prostaciclinas é insuficiente, no entanto, a volemia é mantida elevada 2.2. Sistema respiratório Elevação do diafragma 4 cm Diminuição na expansão dos pulmões o Alargamento do tórax o Expansão da caixa torácica: relaxam os ligamentos intercostais Aumento da volemia e do DC → aumento do volume corrente de 500-700ml/min 2.3. Sistema musculo esquelético Maior mobilidade das articulações da pelve Aumento de peso das mamas Aumento do útero Alteração do eixo o Lordose e cifose o Alargamento da base o Marcha anserina (gansos) – afasta pernas e pés 2020.1 15 2.4. Aparelho digestório Boca: o Alterações do pH (diminui) o Gengiva hipertrofia o Paladar → papilas gustativas (alteração = picassismo) Esôfago o Relaxamento da musculatura lisa (cardia) → esfíncter inferior (tosse, pirose, eruptação, azia) → refluxo (30-505) Estomago: diminuição radicais ácidos Vesícula biliar: aumento do tempo de esvaziamento (calculo biliar) Intestino: relaxamento da musculatura lisa → obstipação 2.5. Sistema urinário Anatômicas o Ação da progesterona: atonia de músculos lisos → dilatação dos ureteres = hidronifrose discreta → estase de urina (favorece ITU) Funcionais o Aumento do fluxo plasmático renal → aumenta 40-60% da TFG → Polaciúria (piora pela compressão do útero sobre a bexiga) Incontinência urinária PLACENTA E LÍQUIDO AMNIÓTICO 1. Placenta Começa a se formar a partir da implantação do embrião (nidação) ≈ 8º dia após fecundação Fases da nidação Aposição: adesão inicial, instável, do blastocisto na parede uterina – inicia formação placentária Adesão estável Fase inicial: ocorre a penetração e invasão do blastocisto no endométrio o Blástula: formada pelo blastocisto; emaranhado de células, camada externa (trofoblasto) e interna (embrioblasto) o Trofoblasto + endométrio → citotrofoblasto → corrosão do espaço intracelular do endométrio → trofoblasto aprofunda-se na camada endotelial → camada mais superficial do citotrofoblasto (células mais diferenciadas) → sinciciotrofoblasto (células mais amorfas) Ainda não existe nenhum contato com a vascularização, é somente um contato entre células o Embrioblasto → hipoblasto (→ intestino) + epiblasto (→ tecido nervoso + pele) 1.1. Formação da placenta Período pré lacular o Início da erosão do endotélio pelo sinciciotrofoblasto Sinciciotrofoblasto produz uma série de enzimas → degradação endotelial → penetração embrionária Período lacunar o Sinciciotrofoblasto desenvolve lacuna = nutrição histotrífica do embrião Nesse momento é possível verificar uma pequena cicatriz na região da implantação do embrião o Sinciciotrofoblasto se encontra ao redor do embrião o Hipoblasto → hiperplasias → recobre blastocisto → vesícula vitelina 2020.1 16 o Uma camada do citotrofoblasto, dá origem a uma camada de células de tecido conjuntivo denominada mesoderma extra-embrionário (futuro celoma) o Citotrofoblasto → hiperplasia + recobre epiblasto → diferencia = âmnio (células responsáveis por delimitar a cavidade amniótica e produzir líquido) → hiperplasia progressiva (conforme crescimento fetal) Período pré viloso o Lacunas trofoblásticas se comunicam com os sinusóides maternos → circulação uteroplacentária primitiva o Começa estabelecer comunicação com as glândulas endometriais o Formação espaço entre citotrofoblasto e mesoderma extraembrionário → formação de vacúolos → cavidade única → justaposição das 2 membranas de mesoderma Período viloso o Vilosidades primárias Células do citotrofoblasto emitem projeções (revestidas de sinciciotrofoblasto) ao redor do embrião Região de pedículo embrionário (tecido conjuntivo) = ficará cordão umbilical o Vilosidades secundárias Sinciciotrofoblasto + citotrofoblasto → eixo central (mesoderma extraembrionário) ainda avascular o Vilosidades terciárias Sinciciotrofoblasto + nódulos citotrofoblasto + mesoderma extraembrionário + capilares sanguíneos (tecido sanguíneo placentário) + células de Hofbauer (histiócitos de origem mesodérmica) Vilosidades se remificam → árvore da placenta (persiste por toda gravidez) Formação de vasos placentários (ocorrerá juntamento com a formação de vasos embrionários – no futuro se fundirão) Córion frondoso e liso o Córion: 2 camadas de trofoblasto + mesoderma somático extraembrionário; celoma extraembrionário → cavidade coriônica o 1ªs semanas do desenvolvimento: vilosidades cobrem toda superfície do córion o Zona de implantação do pedículo embrionário → desenvolvimento de muitas vilosidades → córion frondoso → desenvolvimento do disco placentário o Restantes das vilosidades involuem → córion liso 1.2. Circulação uteroplacentária Cordão umbilical: 2 artérias e 1 veia (carregasangue rico em oxigênio mãe → feto) o Córion frondoso: placa coriônica (emaranhando de vasos) → desenvolvimento de vilosidades o Importante perceber que não existe nenhuma estrutura vascular entre fazendo conexão direta entre mãe e feto Sangue chega pelas artérias espiraladas → distribui espaço septal → trocas gasosas + oferta de nutrientes + retirada metabólitos fetais → placa coriônica → cordão umbilical Ondas de invasão placentária: destruição estrutural → aumento do aporte sanguíneo o 2 ondas: 1ª ± 6ª semana; 2ª ± 14ª semana o Polo embrionário = córion frondoso → aderido decídua basal (camada endometrial) Decídua parietal: porção do endométrio que continua aderido na parede uterina o Formação placenta = formação decídua capsular 1.3. Constituição da placenta Fusão das membranas fetais (córion e âmnio) + membrana materna (uterina = decíduas) 2020.1 17 o Entre membranas existe pequena quantidade de liquido (lubrificar deslizamento – conforme crescimento fetal) Cavidade amniótica revestida por córion e âmnio; cordão umbilical revestido por âmnio, se implanta na placa coriônica Placenta tem uma parte mais cruenta – conectada na parede uterina; parte lisa (placa coriônica) – voltada para o feto (implanta cordão umbilical) Decídua basal: apresenta septos deciduais, não entram em contato com placa coriônica, dividem placenta em 25-35 cotilédones – cada um ocupado por uma vilosidade central + suas ramificações Espaços intervilosos ocupados por sangue materno Placenta: forma discoide; cordão umbilical fica implantado na face fetal (geralmente porcao central); a termo ± 3cm espessura e 10cm2 de superfície total de toca, pesa aproximadamente 500g e mede 15-25 cm diâmetro 1.4. Funções da placenta Trocas gasosas: “função respiratória”, através da difusão de O2 CO2 pela circulação placentária Nutrição: água e eletrólitos – diferença osmótica, hidrostática e coloidosmótica; CH – difusão facilitada; aa – transporte ativo Defesa: passagem de anticorpos maternos Excreção; eliminação de catabólitos fetais Produção hormonal: hCG, estrogênio, progesterona, somatotrofina coriônica, lactogênio placentário o Progesterona: inibe contração uterina (relaxamento musculatura lisa uterina); desenvolvimento da mama; garante reserva para produção de mineralocorticoides e glicocorticoides fetais Produção diminui ao final da gravidez (permitir atuação da ocitocina no TP) o Lactogênio placentário: crescimento fetal o hCG: apartir do 8º dia – manter corpo lúteo, dobra 2/2 dias, pico entre 60-80 dias (50.000- 150.000 UI/24hs), caindo gradativamente até termo Após degeneração do corpo lúteo (12ª semana) → placenta assume produção de progesterona (7ª-8ª semana inicia produção hormonal) o Estrogênio: produção notada 7ª-8ª semana; angiogênese, desenvolvimento da mama, crescimento uterino, aumento da sensibilidade uterina à ocitocina e aumento da produção hipofisária de PRL No período do parto a quantidade de estrogênio (já criou os receptores necessários) e progesterona diminui (permite contração uterina) => essa produção cai por causa do envelhecimento da placenta o Somatotrofina coriônica: secretada a partir 5º dia de implantação; função semelhante ao GH e PRL – crescimento e preparo da mama, crescimento tecidos fetais, regula passagem de GLC para feto (efeito antinsulínico) 2. Líquido amniótico Âmnio Membrana que reveste cavidade amniótica Surge aos 7-8 dias após implantação Formação do âmnio está completa aos 3 meses USG: permite calcular o índice de líquido amniótico; divide-se o útero em 4 quadrantes e mede o maior bolsão de líquido ILA = soma do volume encontrado em cada quadrante Clínica (pode-se avaliar pela AU): não é tão fidedigna, porém pode indicar suspeita de polidrâmnio ou oligodrâmnio Com a medida da AU, sabemos que um útero de 20cm indica aproximadamente 20 semanas (essa relação se mantém até aproximadamente 36 semanas) 2020.1 18 Cálculo de ILA permite identificar polidrâmnio ou oligodrâmnio 2.1. Produção Início da gravidez: células amnióticas e pele do feto 11-12 semanas: rins fetais começam a excretar urina e passam a ser a principal fonte; células amnióticas e a pele fetal continuam produzindo LA, porém a produção renal é muito mais expressiva >12 semanas: traqueia fetal plenamente pérvia, permitindo que liquido produzido por transudação nos alvéolos pulmonares, seja eliminado pela boca ou deglutido; intestino também participa da formação do LA 20 semanas: principalmente produzido pelos rins, intestino e pulmão Volume cresce de maneira sustentada ao longo da gravidez, próxima ao termo – placenta apresenta função reduzida na troca entre mãe e feto o Envelhecimento da placenta também é responsável pela menor produção de liquido (menos sangue chega no feto → redução metabolismo → < produção LA) o Volume aumenta de forma mais intensa na 1ª ½ da gravidez 10ª semana – 30ml 16ª semana – 250ml 22ª semana – 630ml 33ª semana – 817ml 40ª semana – 715 ml 42ª semana – 500 ml 2.2. Reabsorção Necessária para não ocorrer polidrâmnio com ruptura precoce de bolsa Mecanismos o Deglutição pelo feto – 500mL/dia (principal mecanismo) o Superfície fetal – 200mL/dia o Aspiração fetal – 170mL/dia o Córion/âmnio – 10mL/dia Dentro do útero: feto apresenta movimentos respiratórios → aspira líquido e mantem alvéolos abertos → se não ocorrer aspiração = hipoplasia pulmonar 2.3. Composição Células descamadas da pele, do TGI e TU 98-99%: água (transudato das membranas e placenta, pele do feto, líquido pulmonar e urina fetal) Pelos Lipídeos, proteínas, GLC Células de defesa Elementos inorgânicos: Na, K, Cl, Mg, P, Zn, Fe Eletrólitos Ur e Cr Gases: PO2 = 40-43mmHg e PCO2 = 38-50 mmHg Hormônios (lembrar que placenta tem produção hormonal) Características: pH em torno de 7; volume varia de acordo com a fase da gravidez 2.4. Funções Proteção mecânica do feto (absorve impacto) Manutenção da temperatura fetal Movimentos fetais facilitados (evita malformações por vicio de posição) → facilita acomodação fetal Protege cordão das compressões causadas pelo feto 2020.1 19 Imunidade contra infecções Permite distensão pulmonar (aspiração do líquido) GEMELARIDADE Comum em mulheres que fazem reprodução assistida solicitem Quando a reprodução assistida começou a ser praticada, os laboratórios ainda não dispunham de tecnologia suficiente para gerar embriões com grande capacidade de implantação o Dessa forma, eram necessários que vários embriões fossem usados por procedimento Termos importantes o Zigozidade: nº zigotos o Corionicidade: nº placentas o Amniocidade: nº bolsas aminióticas 1. Tipos de gemelares Dizigóticos: formação de 2 zigotos → gêmeos fraternos (70%) Todos são dicoriônicos Monozigóticos: único embrião que se divide em 2 → gêmeos idênticos Massa celular originada pela multiplicação celular do zigoto se divide e passa a se multiplicar independentemente o Divide no começo do processo (0-3 dias após fecundação): 2 embriões, 2 placentas e 2 bolsas (dicoriônica e diamniótica) o Replicação 3-8 dia: 2 embriões, 1 placenta, 2 bolsas (monocoriônica e diamniótica) o 8-13 dias: 2 embriões, 1 placenta e 1 bolsa (monocoriônica e monoamniótica) o > 13 dias: monocoriônica e monoamniótica com gêmeos siameses 2. Fatores predisponentes Gravidez dizigótica Drogas indutoras de ovulação Técnicas de fertilização assistida Maior idade materna (mais próxima da menopausa apresenta irregularidade na ovulação) Paridade Estado nutricional (melhor = > chance) Etnia (> africanos; < asiáticos) Fator familiar (predisposição e cosanguinidade) Gravidez monozigótica Fertilização in vitro (embrião manipuladoem laboratório tem mais chance) Idade materna (chances aumentam com a idade devido alterações ovarianas) 3. Diagnóstico Suspeita Pode ser pela anamnese: HF, uso de drogas indutoras de ovulação, fertilização in vitro Clínica: gravidez múltiplas os enjoos tendem a ser mais intensos (maior quantidade de HCG circulante); AU > IG Laboratorial: hCG > esperado na gravidez única Definitivo: USG – não preconizado no pré natal de baixo risco → solicitar frente suspeita de gravidez múltipla entre 7ª-12ª semana (possível identificar nº placentas, bolsas e fetos viáveis) USG 2º e 3º trimestre: analisar morfologia fetal, comparar tamanho dos fetos, avaliar presença de enovelamento de cordão, anastomoses vasculares anormais e restrições de crescimento Entre 11ª-14ª semana: possível identificar sinais se gravidez é monocoriônica ou dicoriônica 2020.1 20 o Sinal do Lamda: dicoriÔnica o Sinal do T: monocoriÔnica 4. Complicações Prematuridade: espaço para desenvolvimento de mais de um feto é restrito → maior chance de ruptura precoce da bolsa 50% gêmeos (tendem a nascer no máximo 36 semanas) 95% gestações múltiplas tendem a não passar de 34 semanas, > 3 bebês – raramente ultrapassa 30 semanas Crescimento fetal restrito: principalmente quando compartilham uma única placenta, um pode receber mais nutriente e oxigênio que outro Mortalidade perinatal 4.1. Complicações dicoriônicos Gêmeos dicoriônicos tendem a apresentar menos complicações Fenômeno de Vanishing Twin: um dos gêmeos não conseguir se desenvolver, enquanto o outro segue com desenvolvimento; quando isso acontece é possível perceber o “desaparecimento” de um dos fetos no USG 4.2. Complicações monocoriônicos Diâmnio: podem ocorrer comunicações vasculares entre as duas porções da placenta que é compartilhada, de forma que um bebê recebe mais suprimento do que outro (STT) o Em alguns casos, um dos gêmeos pode ser afetado ao ponto de ser acárdico Monoâmnio: o STT leve o Enovelamento do cordão: geralmente frouxo e se resolve com movimento dos próprios fetos Quando mais “fechado”: pode ocorrer restrição de oferta de soprimento sanguíneo para os fetos o Gêmeos siameses: condição rara Ocorre quando a divisão da massa celular ocorre tardiamente (13-15 dias após a fecundação) Existem múltiplas formas de fusão: fusão cefálica, a separação cirúrgica após o nascimento é complicada Costumam ter vida mais curta. 4.3. Síndrome Transfusor-Transfundido (STT) Complicação mais grave que ocorre em gemelares monozigóticos monocoriônicos. Ocorre anastomose das 2 porções placentárias, de forma que um feto recebe menos nutriente e menos oxigênio do que o outro o O bebê que recebe menos suprimento recebe nome de transfusor e o que recebe mais nutrientes recebe o nome de transfundido Transfusor apresenta anemia, redução de LA e crescimento fetal reduzido Transfundido apresenta hipertensão, policetemia e hipervolemia Tanto transfundido quanto transfusor apresentam risco de morte intrauterina (alto risco de óbito fetal) Indicativos: diferença de peso de 20-25% entre os dois fetos; discordância entre o ILA dos fetos Toda vez que há uma gravidez gemelar monocoriônica é indicada monitorização por USG o Deve-se fazer análise com doppler do fluxo sanguíneo, análise do crescimento fetal, discordâncias no crescimento, malformações fetais (o que não recebe suprimento adequado pode apresentar desenvolvimento anormal dor órgãos) Quando a STT é identificada o parto precoce é indicado (o momento de interrupção da gravidez é determinado de acordo com monitorização por USG, mas deve ser feito o mais precocemente 2020.1 21 possível devido ao risco de morte intrauterina); recomenda-se que o acompanhamento seja semanal Corionicidade é descoberta no primeiro USG (1º trimestre) o Quando se identifica monocoriônicos, deve-se estar atento para STT o USG de 14-28 semanas: analisar complicações graves (já é possível identificar restrição de crescimento fetal, alterações no ILA e malformações fetais) Quando a STT é identificada nesse primeiro momento o prognóstico é ruim, pois os fetos ainda são muito prematuros Após as 30 semanas, deve-se analisar as complicações tardias, estas também envolvem a restrição de crescimento fetal e alterações no ILA, porém são menos graves e têm melhor prognóstico, tendo em vista que os bebês são menos prematuros Possível ablação dos vasos placentários em anastomose por via endoscópica, procedimento é guiado por USG e realizado por centros de medicina fetal o Ablação pode ser feita para permitir que os bebês continuem seu desenvolvimento até o termo 5. Pré natal e parto Pré natal Alto risco (maior morbimortalidade fetal, maior risco de prematuridade, maior risco de baixo peso ao nascer) Maior emese gravídica pelos maiores níveis de HCG (necessário avaliação nutricional adequada e hidratação da gestante) Muitas gestantes precisam fazer repouso a partir de 30 semanas Parto Não contraindica parto normal, exceto se 1º bebê tiver apresentação pélvica (indicação de cesárea absoluta) 1º apresentação cefálica, 2º geralmente tem apresentação pélvica – parto normal possível, devido a rotação normal dentro do útero Parto normal de gemelar é facilitado se mãe tiver parto vaginal anterior Complicações o Prolapso de cordão: quando o cordão passa pelo canal de parto e sai antes do bebê; pode acontecer compressão do cordão do segundo bebê → perde oxigenação o Deslocamento de placenta: risco de um dos bebês ficar sem oxigenação o HPP: maior risco, pois o músculo uterino fica mais dilatado em gravidez gemelar o Bebês muito prematuros ou com outras complicações identificadas anteriormente → indicação de cesariana PLANEJAMENTO FAMILIAR (PF) Atividade relacionada à saúde que visa oferecer meios e informações sobre a efetividade dos métodos anticoncepcionais, para que a paciente (ou o casal) decida quando e quantos filhos quer ter Dá às pessoas o poder de discussão e decisão das circunstâncias, necessidades e opções em relação à fertilidade e contracepção MS – Planejamento familiar: lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências 1. Vantagens Educação sexual: Melhor controle da fertilidade 2020.1 22 Prevenção DSTs Melhora sexualidade Promove melhora na vigilância pré concepcional Melhora o atendimento pré natal Segurança no parto e qualidade de vida dos RN Homens: proteção contra DSTs; ajuda a proverem suas famílias Mulheres: protege contra 400 milhões de gestações indesejadas; protege contra gestações de risco; diminui ¼ das mortes maternas; prevenção de DST; prevenção de alguns tipos de doenças ginecológicas Crianças: diminui mortalidade infantil; permite amamentação por mais tempo Famílias: preserva o bem estar familiar; melhora condições de vida da família Nações: ajuda desenvolvimento do país; melhora condições econômicas dos indivíduos Planeta: diminuição da demanda por recursos naturais 2. Métodos Anticoncepcionais (MAC) Ação educativa + aconselhamento Elementos fundamentais dos programas de PF Escolha livre dos métodos Informação para usuários Competência técnica Relação usuária-serviço Acompanhamento das usuárias Integração do planejamento familiar ao atendimento em saúde reprodutivo Deve ser feito por serviços que tenham condições de: oferecer método; educar e aconselhar casais quanto ao uso e à eficácia dos métodos; diagnosticar e tratar/controlar as DSTs, dando ênfase aos métodos que mais têm influência sobre as DSTs e desestimulando as práticas sexuais de risco Eficácia Índice de Pearl: nº de gestações x 1200 Nºde meses Resultado: no de falhas/100 mulheres ano. 2.1. Critério de elegibilidade do MAC Categorias da OMS para o uso de métodos temporários o OMS 1: pode ser usado sem restrições o OMS 2: pode ser usado; vantagens geralmente superam riscos possíveis/comprovados; condições: caso paciente escolha método, pode ser necessário acompanhamento mais rigoroso o OMS 3: não deve ser usado, a menos que o médico/profissional competente julgue que a paciente pode usar com segurança; riscos possíveis e comprovados superam os benefícios – deve ser o método de última escolha e, caso seja escolhido, um acompanha mais rigoroso se faz necessário o OMS 4: não deve ser usado; apresenta risco inaceitável 2.2. MAC – Classificação 2.2.1. Métodos de barreira Protege contra DSTs e DIPA Eficácia relativamente baixa e depende do tempo de uso, estimulo do casal e uso correto Esponja, preservativos (feminino e masculino), diafragma, espermicida 2.2.2. Métodos comportamentais (naturais) Todos requerem forte motivação por parte do casal Há necessidade do conhecimento da fisiologia Vantagens: o Inocuidade 2020.1 23 o Controle próprio da fertilidade o Não vai contra princípios religiosos Desvantagens: o Baixa eficácia o Abstinência periódica o Necessidade de período de estudo o Dificuldade de avaliação em ciclos irregulares Tabelinha o Ciclos de 28 e 30 dias: 14 dias antes de cada início de menstruação ± 4 dias o Ciclos irregulares: - 18 dias do ciclo mais curto e - 11 dias do ciclo mais longo = intervalo de período fértil Temperatura basal o Baseado na propriedade termogênica da progesterona, que eleva em 0,2°-0,5° C a temperatura corporal na fase lútea o Desvantagens Concentra relações na 2a fase do ciclo Dificuldade em avaliar a curva térmica Interferência de outros fatores – infecções, álcool, horário, lactação e perimenopausa Até 22% das mulheres não apresentam variação Método de Billings (muco cervical) o Relacionado com o estímulo estrogênico alterando o muco cervical: Aumenta viscosidade Aumenta fluidez Aumenta elasticidade Maior limpidez o Sensação de lubrificação o Desvantagens: Dificuldade de interpretação Necessidade de manipulação Longo período de abstinência Aleitamento materno (LAM) o Sucção do mamilo materno → inibe a produção de GnRH → inibe estimulação ovariana o Para que esse método seja eficiente, é necessário que a paciente esteja em amenorreia, que o bebê mame frequentemente (ao menos 4-6 vezes por dia, incluindo mamada da madrugada) e que o aleitamento materno seja exclusivo (quando não é exclusivo, o tempo entre as mamadas é prolongado). o Tecnicamente, a eficiência do método dura até os 6 meses de vida da criança (aleitamento materno exclusivo). No entanto, qualquer falha durante o processo pode resultar em ovulação (criança com inapetência, necessidade de introdução de fórmulas) Coito interrompido o Não é um método natural – relações podem acontecer durante período fértil o Baixa eficácia, liquido pré ejaculatório pode apresentar espermatozoides 2.2.3. Métodos mecânicos 2020.1 24 Não impede que os espermatozoides cheguem ao útero, portanto não é considerado um método de barreira DIU são os principais representantes desse grupo – mecanismo de ação o Reação inflamatória pela presença de corpo estranho na cavidade uterina o Liberação aumentada de prostaglandinas por macrófagos e neutrófilos o Dificuldade na motilidade espermática - diminuição da fosfatase alcalina o Diminuição da amilase (menor sobrevida do espermatozoide) o Assincronia no desenvolvimento endometrial e implantação dificultada (aumento da anidrase carbônica) o Alterações no muco cervical. o Fagocitose de espermatozoides por macrófagos Inerte (Alça de Lippes): resposta inflamatória estéril com macrófagos Cobre: aumenta a reação inflamatória ao corpo estranho; reduz a mobilidade dos espermatozóides Progesterona: provoca atrofia do endométrio; alteração do muco cervical; inibição liberação de óvulos Efeitos secundários (5-15% casos) o Alterações no ciclo menstrual (comum nos primeiros 3 meses) Sangramento menstrual prolongado e volumoso Sangramento e manchas (spotting) no intervalo entre as menstruações Cólicas de maior intensidade durante a menstruação o Outros efeitos secundários (menos de 5% dos casos): Cólicas intensas ou dor até cinco dias depois da inserção Dor e sangramento ou manchas podem ocorrer imediatamente após a inserção do DIU Complicações: o Gravidez ectópica: 3-5% das gestações em usuárias de DIU o Perfuração: 0,1% - na inserção o Dor o Sangramento o Infecção Contraindicações: o Gravidez o Sangramento vaginal sem causa definida o DIPA atual ou nos últimos 3 meses o Risco aumentado para DST/AIDS o Malformações uterinas o Miomas uterinos 2.2.4. Métodos definitivos Indicações o Realizadas em pacientes com mais de 25 anos ou que tenham ≥ 3 filhos vivos Consciência para: irreversibilidade; eficácia; complicações cirúrgicas Oferecer métodos não irreversíveis 1º Esterilização feminina (laqueadura tubária): laparoscopia; laparotomia; cesárea; histeroscopia; cirurgia vaginal o Interrupção do percurso da tuba, geralmente ao nível do istmo (região é escolhida pois, caso a paciente deseje desfazer a laqueadura, a recuperação da estrutura tubária é mais simples, tendo em vista que o istmo apresenta mais ou menos o mesmo diâmetros ao longo de sua inserção) o Mesmo com o “clampeamento”, as tubas devem ser afastadas. Isso porque, existe chance de ocorrer fistulização durante o processo de cicatrização, o que reconstituiria o fluxo tubário (laqueadura não é 100% eficiente) Esterilização masculina (vasectomia): consiste na interrupção definitiva do fluxo do ducto deferente. Embora seja um método definitivo, sua eficácia não é de 100% 2.2.5. Anticoncepção hormonal (ACH) 2020.1 25 Diversas formas: para cada tipo de apresentação, há diversas formulações (tanto na quantidade quanto no tipo de hormônio) o Pílulas (estrogênio + progesterona) o Injetáveis (combinadas ou progesterona isolada) o Anéis vaginais (estrogênio + progesterona) o Implantes (progesterona isolada) o Minipílulas (progesterona isolada) o Adesivos transdérmicos (combinados) Composição o Componentes progestágenos e efeitos Acetato de ciproterona, Clormadinona: Reduz efeito androgênico. São usadas em pacientes com hiperandrogenismo 1ª-3ª geração: acne e aumento dos pelos como efeito colateral (derivados de hormônio masculino) Espera menos efeitos angrogenizante e melhora de algumas síndromes androgenizantes Qualidade da progesterona encontradas na 2ª e 3ª gerações: apresentariam menores efeitos colaterais relacionados aos sintomas androgenizantes; mais seletivas e na metabolização tendem a ter efeitos da TST diminuídos Levonogestrel em altas doses está associado com eventos tromboembólicos (2ª geração) 4ª gestação: apresentação ≈ aldosterona, com menor retenção hídrica o Componente estrogênico (estradiol acrescido de um grupo etila: etinilestradio) Dose/geração Alta: > 50mcg de etinilestradiol Média: 50mcg de etinilestradiol Baixa: 30-35mcg de etinilestradiol Muito baixa: 15-20mcg de etinilestradiol → altamente segura do olhar contraceptivo e diminuição dos efeitos colaterais (tromboembolismo, náuseas e vômitos) Correlação do ciclo menstrual com o ACH o Fase proliferativa: FSH → estimula a produção de estrogênio nos folículos → estimulando a proliferação do endométrio ACH: estrogênio feedback - no FSH hipofisário → (+) parada de maturação dos folículos 2020.1 26 o Fase secretora: progesterona (corpo lúteo) → promove maturação do endométrio para uma possível gestação ACH: progesterona Feedback- sobre o LH → impedindo que a ovulação ocorra Atrofia do endométrio (dificulta a implantação) o Pode cursar com sangramentos de escape (spotting), que são leves e ocorrem no meio da cartela. o Componente estrogênico atua promovendo proliferação endometrial e equilibrando esse efeito da progesterona, portanto, evita que ocorram os sangramentos de escape o Quando a mulher apresenta spotting frequente deve-se aumentar a dose de estrógeno da formulação Espessamento do muco cervical (dificulta a motilidade do espermatozoide) Diminui o peristaltismo tubário o Pode-se concluir que, embora o componente estrogênico auxilie na contracepção, é a progesterona que exerce o efeito anticoncepcional verdadeiro Efeitos colaterais - pretensões da paciente além da contracepção o Relacionados 19nor TST: ganho de peso; Hirsutismo; acne; oleosidade da pele e do couro cabeludo; aumento do apetite o Progesterona: depressão; fadiga; diminuição da libido; descontrole de DM, colesterol, TGL, HAS o Estrogênios: náuseas; aumento da sensibilidade mamária; cloasma Benefícios o Ciclos regulares o Diminuição do fluxo menstrual o Diminuição da dismenorreia o Redução dos sintomas de síndrome pré-menstrual o Prevenção de doenças benignas da mama o Diminuição do tamanho dos miomas (se usado por mais de 10 anos) o Diminuição de até 50% do câncer de ovário (após 5 anos de uso) o Diminuição do câncer de endométrio em 50% (efeito protetor da progesterona) o Menor chance de desenvolver DIPA (devido aumento da consistência do muco cervical) o Prevenção de cistos ovarianos hemorrágicos o Melhora do hirsutismo e da acne (dependendo do progestágeno utilizado) o Diminuição do risco de gravidez ectópica Durante processo de amamentação o Não são recomendados ACO combinados para lactentes, estrogênio afeta a qualidade e quantidade de leite o Minipílulas: linestrenol, noretistesrona, levonorgestrel o Injetável trimestral: acetato de medroxiprogesterona Contracepção de emergência o Relação sexual esporádica sem uso de ACO ou preservativo rompido durante ato sexual, vítimas de violência sexual 2020.1 27 o Dose única de 150mg de levonorgestrel ou 2cp de 75mg o Vários comprimidos de pílula combinada o Método do Levonogestrel: administração de 150mg de levonogestrel, VO, dose única ou levonogestrel, 75mg, 2 doses. É o método mais utilizado, já que a aplicação é mais fácil e segura o Método de Yuspe: consiste na ingestão de vários comprimidos combinados; utilizado apenas quando o método do levonogestrel estiver indisponível o Mecanismo de ação 1ª fase do ciclo: inibe o pico de LH, impedindo a ovulação 2ªª fase do ciclo: modifica o muco cervical, altera o transporte do óvulo e do espermatozoide nas trompas Riscos ACO o HAS: ↑renina e ↑AngII Clinicamente: ↑ discreto da PAS e PAD quando comparadas aos níveis médios de PA Formulações modernas reduzem mas não eliminam esse risco Fatores predisponentes: obesidade, forte história familiar de HAS o Doenças tromboembólicos – efeitos dos ACO combinados na homeostasia Pró coagulante ↑ fibrinogênio ↑fatores VII, VIII, IX, XII, XIII ↓proteina S e antitrombina Resistência adquirida PCR Pró fibrinolítico ↑ plasminogênico ↓PAI Risco de trombose venosa é dose dependente da dose de estrogênio o DCV – risco baixo de ocorrer mesmo em diferentes idades; a idade por si só é fator de risco para evento IAM: Mulheres sem risco para IAM: ACO não ↑ o risco de desenvolvimento da doença após o início do uso de ACO O risco não aumenta com o tempo de uso nem nas ex-usuárias de ACO 2020.1 28 AVC Risco de AVC ↑ 1,5 x em usuárias de ACO Risco de AVC ↑ com a idade e uso ACO Fumantes de mais de 20 cigarros/dia ↑ o risco de IAM HAS ↑ o risco de IAM e AVCh Prescrever doses menores de Estradiol TVP ↑ risco em 3 a 6 x maior que não usuárias de ACO Risco é maior no 1o ano de uso, se mantém durante o uso e acaba após a descontinuação do uso O risco aumenta com: idade; obesidade; cirurgias recentes; trombofilias Prescrever doses menores de Estradiol e escolher Progesterona adequada Metabolismo dos lipídeos Estrogênio - exerce efeito protetor sobre a parede vascular = ↑ HDL e ↓ LDL Progestogênios: formulações atuais com baixas doses de estrogênios promovem ↓ HDL e ↑ LDL Metabolismo de CH Hormônios esteróides ↑ níveis plasmáticos de insulina e de glicose, porém não causam DM Não provocam alteração da glicemia em mulheres sem DM nem na HbA1c após 1 ano de tratamento Com doses baixas de esteróides usados na atualidade, aliada às modificações estruturais de progestógenos não são observadas alterações da tolerância à glicose Contraindicações o Absolutas Estado atual ou histórico de TEV, AVC, IAM Neoplasias estrogênio-dependentes Gravidez Carcinoma hepático, adenomas DM insulino-dependente com doença vascular o Relativas Enxaquecas DRC com HAS História de convulsões Interação medicamentosa o Índice de falha – índice de Pearl (uso rotineiro eficácia média em comparação com uso consistente) Fatores responsáveis pela perda da eficácia contraceptiva: Uso incorreto Vômitos e diarreia (< 30’ após tomada) 2020.1 29 Interação com outras drogas – ATB* o Metabolismo ACO No fígado sobre ação do citocromo P450 são biotransformada: Administrado na forma inativo e é bioativado Administração fármaco ativo, durante sua metabolização é transformado em outro metabolito ativo (toxicidade) ou metabolito inativo Para ser excretado precisa ser conjugado em compostos hidrossolúveis (excreção biliar ou renal) Estradiol passa ileso no estomago, por causa do seu radical etinila; no duodeno estradiol já é absorvido em sua forma ativa, ou seja, já começa a exercer sua atividade contraceptiva logo que cai na circulação. Inativado na passagem hepática, transformado em metabolito solúvel e transferido para o intestino através da bili; pode ser eliminado pelas fezes ou (boa parte do estradiol) é reabsorvido no intestino grosso através da ação das enzimas dos Clostridium, que cai na circulação de novo em sua forma ativa e ação contraceptivo – assim, até a próxima tomada se mantem nível do estradiol, o suficiente exercer ação contraceptiva ATB Antiepiléticos Antirrtrovirais AMENORREIAS Ausência de menstruação por pelo menos 3 meses (se a paciente apresenta ciclos regulares). Menos do que 3 meses sem menstruação recebe o nome de atraso menstrual 2020.1 30 1. Amenorreia Primária Ausência de menstruação aos 16 anos com caracteres sexuais secundários presentes (se a menina iniciar o desenvolvimento sexual deve-se esperar a menstruação) ou 14 anos sem desenvolvimento de caracteres sexuais 1.1. Desenvolvimento sexual presente Síndrome da insensibilidade androgênica o Não menstrua por ausência de ovários e ausência de útero; não apresenta essas estruturas pois o testículo produz AMH o Deve-se solicitar cariótipo para mulheres com amenorreia primária e desenvolvimento sexual normal o Pseudo-hemafroditismo masculino (46 XY) o Paciente queixa-se apenas da menstruação o Pode apresentar dispareunia Síndrome de Rockitansky-Kuster-Hauser – RKH (46, XX) o Não desenvolveu os ductos de muller o Aplasia bilateral incompleta dos ductos de muller o Apresenta gônada feminina, produz hormônios, tem desenvolvimento sexual, tem ciclos menstruais e ovula. Não menstrua porque não tem útero o Presença de 1/3 inferior da vagina o Paciente queixa-se apenas de ausência de menstruação o Malformação mullerianas estão relacionadas com malformações geniturunárias → USG de vias urinárias (sempre que for identificada paciente com malformação mulleriana) Hímen imperfurado oQuadro clínico ≠ anteriores (apenas queixa de ausência de menstruação), paciente apresenta dor abdominal cíclica, porém nunca menstruou o Barreira fixa que impede a saída do sangue menstrual → menstruação fica retida dentro da vagina → distensão → dor o Pode refluir para dentro do útero, tubas e abdome (pode, inclusive, causar abdome agudo) o Exame físico demonstra hímen abaulado o Pacientes sem vida sexual ativa o Paciente que chegam mais jovens ao consultório, tendo em vista que o quadro de doloroso é bastante importante Septo vaginal transverso o Hímen aberto, porém, presença de septo no interior da vagina o Exame físico: hímen normal, sem abaulamentos o Quadro clinico muito semelhante ao hímen imperfurado (diagnóstico diferencial) – presença de dor abdominal cíclica o Septo pode acontecer em diferentes alturas vaginais; pode ser sentido no exame especular ou no toque; confirmação ocorre com exame de imagem (preferencialmente ressonância magnética) o Hematocolpo (vagina abaulada por acúmulo de sangue: tanto nos casos de hímen imperfurado quanto de septo vaginal transverso) o Tanto no septo quanto no hímen imperfurado pode ocorrer abdome agudo o OBS: USG muitas vezes o ovário e o testículo são estruturas muito parecidas, por isso o cariótipo é o exame mais importante para diagnóstico diferencial de insensibilidade androgênica e RKH 1.2. Sem desenvolvimento sexual Não há produção de hormônios sexuais – causa central (EHH) ou periférica (gônadas) Pacientes apresentam infantilismo sexual: puberdade tardia, atraso constitucional 2020.1 31 Insuficiência ovariana primária o Ovário que nunca foi funcional, tendo em vista que se tivesse funcionado em algum momento não seria amenorreia primária o Disgenesia gonadal é um exemplo de insuficiência ovariana primária Disgenesia gonadal pura (síndrome de Sawyer) o Células germinativas não migram para crista genital, gerando uma gonada que não tem células germiantivas o Sem desenvolvimento ovariano o Cariótipo: 46, XY o Presença de mutação no gene SRY, fazendo com que não se desenvolva células de Leydig ou sertoli o Não ocorre produção AMH nem de TST a paciente apresenta fenótipo feminino completo o Hipogonadismo hipergonadotrófico (o problema é nas gônadas e não central) Síndrome de Turner o Disgenesia gonadal caracterizada por ovários em fica o Cariótipo: 45X, fenótipo feminino (órgão sexual interno e externo) o Células germinativas migram para crista genital e formam ovários e ovogônias, no entanto, atresia folicular ocorre antes da puberdade (como se fosse uma puberdade precoce) o Hipogonadismo hipergonadotrófico Síndrome de Savage o Não houve problema na formação da gônada = exame de imagem é normal o O problema está nos receptores de gonadotrofinas; folículos se desenvolvem até a fase antral (independente de hormônio), como não tem hormônios esses folículos não entram no ciclo menstrual e sofrem atresia o Nesse caso não há disgenesia gonadal. o Hipogonadismo hipergonadotrófico Síndrome de Kallmann o Problema na migração dos neurônios que formam o nervo olfativo e parte do hipotálamo responsável pela produção pulsátil de GnRH o É uma insuficiência ovariana de causa central o Sem a produção de GnRH não ocorre produção de gonadotrofinas. O ovário não é estimulado → não produz hormônio sexual o Paciente apresente anosmia o Hipogonadismo hipogonadotrófico Infecção muito grave na infância → comprometimento gonadal → insuficiência gonadal precoce Iatrogênia (QT e RT): falência gonadal precoce 2. Amenorreia secundária Insuficiência ovariana prematura o < 40 anos (> 40 anos é secundária a menopausa) o Causas: anormalidades cromossômicas, ooforite autoimune, pós-infecciosa, secundária à quimioterapia e/ou radioterapia o Colher FSH e LH: níveis ficam elevados, pois o problema está relacionado com a produção hormonal ovariana (resposta aos valores baixos de estrogênio e progesterona) → FSH é o mais usado como referência o Não costuma apresentar outras queixas além da ausência de menstruação Anovulação crônica o Produção hormonal normal de estrogênio, tendo em vista que as gônadas são íntegras 2020.1 32 o Pode ocorrer na SOP, Síndrome de Cushing, Hipotireoidismo grave, formas não clássicas de hiperplasia adrenal congênita, tumores virilizantes de ovário ou tumores de adrenal hiperandrogênicos o Anovulação: sem ovulação não ocorre ciclo menstrual e, portanto, não ocorre menstruação o Suspeita: história clínica; comuns queixas relacionadas com hiperandrogenismo (acne, hirsutismo) Tumores centrais: sobretudo aqueles que comprimem o tecido hipofisário ou a haste hipotálamo hipófise atuam dificultado a produção/secreção do GnRR e/ou das gonadotrofinas RT por tumor cerebral: causa desequilíbrio no eixo hipotálamo-hipófise-gônada Distúrbio alimentar ou atividade física extenuante: atletas de alta performance com pouco gordura corporal apresentam distúrbio central que impede a ovulação. Paciente com anorexia apresenta alterações centrais que levam à amenorreia; apresentam uma história característica Síndrome de Sheehan: o Necrose hipofisária após o parto o Parto recente com intercorrências hemorrágicas o Panhipopituarismo Falta de prolactina: paciente não consegue amamentar Falta de TSH: paciente apresenta cansaço, desânimo Falta de LH e FSH: paciente apresenta hipogonadismo hipogonadotrófico OBS: lembrar que apresentar amenorreia após o parto é fisiológico e ocorre devido aos níveis elevados de prolactina. Deve-se suspeitar de síndrome de sheehan quando a paciente apresenta amenorreia e não está conseguindo amamentar. Nesse caso, deve-se solicitar dosagem de FSH, LH e prolactina. Pode-se solicitar ressonância de hipófise (possível verificar sela vazia) Hiperprolactinemia: o Pode acontecer fora da lactação (iberação de prolactina ´pela hipófise é bloqueada pela dopamina hipotalâmica) o Algumas medicações diminuem a secreção de dopamina: quebrando esse bloqueio da prolactina (anticonvulsivantes, plasil) o Hipotireoidismo (TRH estimula liberação de prolactina), adenomas e microadenomas de hipófise; pode ainda ter causa idiopática Síndrome de Asherman o Causada por procedimentos uterinos que cursam com danificação do endométrio → podem retirar a camada basal do endométrio (impede que ele cresça) e formar aderências intrauterinas (traves, sinéquias) o Função ovariana é normal.; tem ciclo menstrual (TPM, sinais de ovulação); a ausência de menstruação se deve à lesão endometrial o Confirmação: histeroscopia (enche a câmara uterina de gás e é possível verificar aderências/traves/sinéquias) 3. Conduta – secundária 1º: B-hCG para todas as mulheres com queixa de amenorreia (gravidez é causa mais frequente) 2º: FSH e LH, TSH e T4 livre, Prolactina (exames fundamentais para primeira investigação) Anamnese: quanto tempo de amenorreia e como era o padrão menstrual anteriormente 2020.1 33 Hipotireoidismo e Hiperprolactinemia: depois de gravidez, são as causas mais comuns de amenorreia secundária. Além disso, são as causas que podem ser tratadas com mais facilidade TSH normal e prolactina normal: provavelmente a causa não é secundária a uma doença. Pensar em Cushing (se paciente tiver história compatível) ou hiperplasia adrenal congênita não clássica (DHEA, androstenediona, 17ohprogesterona) Teste da progesterona: o Se aciente responde à progesterona: indica que a paciente tem alteração na ovulação, pensar em SOP e outras síndromes anovulatória o Se paciente não responde ao teste, pode ter alguma causa central que não está fazendo os ciclos menstruais ocorrerem ou lesão uterina que impede o sangramento normal (Síndrome de Ashman → endométrio disfuncional) → atualmente o teste com progesterona não é mais feito, pois as patologias podemser facilmente identificadas com exames direcionados SÍNDROMES ANOVULATÓRIAS – SOP Anovulação: altera ciclo, altera produção hormonal, altera aspecto ovariano (folículos iniciais ou pré antrais) 1. SOP – características Doença endócrina complexa; cursa com anovulação + hiperandrogenismo Fisiopatologia multifatorial e não totalmente conhecida Alterações na ação da insulina Dinâmica das gonadotrofinas Defeitos na esteroidogenese e no ovário 6-16% das mulheres em idade fértil Compromete a vida reprodutiva e endocrinológica 1.1. Causas relacionadas a desordens endócrinas EHH o Defeito neuroendócrino primário – pulsos anômalos de LH (LH>FSH) → produção aumentada de androgênios pelo ovário Teoria das 2 células: LH – receptores da teca → androgenização do colesterol, androgênio → granulosa + FSH → esteroidogênese = estrógeno Maior produção de andrógeno que se é capaz de aromatizar Atresia folicular e espessamento da sua cápsula Aspecto policístico e aumento do volume ovariana Alterações de ação e secreção de insulina o Hiperinsulinemia e resistência à insulina Inibe a síntese das globulinas carregadoras dos hormônios sexuais (SHBG) → ↑ fração de testosterona livre Redução do IGFBP-1 (proteína ligadora do fator de crescimento insulina like) = competição Aumento IGF-1 livre 2020.1 34 Aumento da sensibilidade das células da teca ao LH = hiperandrogenismo Obesidade – relação da sintomatologia o Uma % significativa dos casos é normal ou abaixo do peso o Relacionada a resistência à insulina Causas genéticas o Agregação familiar o Multigenica o Modulada por fatores ambientais: fármacos, pesticidas e herbicidas, bisfenol A 2. Diagnóstico Critérios de Rotterdam – presença ≥ 2 critérios Disfunção menstrual Hiperandrogenemia e/ou hiperandrogenismo – sinal clínico ou laboratorial Ovários policísticos – USG Necessária exclusão de outras causas de anuvolação ou hiperandrogenismo Resistência à insulina, hiperinsulinemia, relação LH/FSH aumentada, imagem USG de microcistos – não são imprescindíveis para o diagnóstico Necessário alguns anos após a menarca para o diagnóstico – para desenvolvimento do EHHG É normal ciclos irregulares nos primeiros 3-4 anos; própria da idade Pode ter ovário grande e cheio de folículos – jovem Aspecto micropolicístico a USG 25% das pacientes com esse achado são assintomáticas Nem todas as pacientes com anovulação hiperandrogenica apresentam ovário com aspecto policístico 3. Aspectos clínicos 3.1. Oligovulação ou anovulação 70% relacionados com infertilidade Cursão com 70% alterações menstruais – intervalos > 35 dias até oligo/amenorreia 3.2. Hiperandrogenismo Acne Oleosidade Hirsutismo o Escala de Ferriman e Gallwey - > 8 pontos = hisurtismo, não necessariamente hiperandrogenismo Alterações androides do corpo Avaliação laboratorial – níveis elevados de andrógenos são encontrados em 60-80% dos casos de SOP o Melhor diagnóstico é pela testosterona livre – formula de Vermeulen: 2020.1 35 Testosterona total (nM/l) SHGV (nM/l) X 100 o Importante cautela para os casos de aumento dos níveis androgênicos sem quadro clínico 3.3. Ovários policísticos Hiperplasia do compartimento teca-estromal Acumulo de folículos císticos na cortical Espessamento da cápsula o Ovários aumentados de volume o Aspecto policístico ao exame USG o ≥ 12 folículos com 2-9mm e/ou aumento do volume > 10cc 3.4. Não relacionados aos critérios da síndrome Resistência insulínica o 50-70% das portadoras da síndrome o Diagnóstico laboratorial Relação glicemia/insulianjejum Índice HOMA Glicemia mg/dl = nmol/l 18 Insulina (mUI/l) x glicemia (nmol/l) > 2,7 22,5 o Acantose – manchas marrom escuras, aveluldadas e salientes Áreas de flexão do corpo (axilas, face lateral do pescoço, inguino-crural e vulva) Estimulo da insulina na epiderme Obesidade o 65% das portadoras da síndrome – IMC > 27 o Distribuição de gordura abdominal o Anormalidades metabólicas: HAS, DM, dislipidemia, resistência à insulina, intolerância à glicose o Ganho ponderal na adolescência – identificar + sinais da síndrome Síndrome metabólica – mais na idade adulta o Conjunto de sinais clínicos associados à resistência insulínica o Síndrome X - ≥ 3 critérios Obesidade abdominal Aumento PA ≥ 130/≥ 85 mmHg Aumento TGL ≥ 150mg/dl Diminuição HDL < 50 mg/dl GJ ≥ 110-126 mg/dl o Risco aumentado de DM e DCV na vida adulta Transtornos psicossociais o Esteroides sexuais androgênicos aumentados → ação neurológica = transtornos de humor o Ação secundaria aos sintomas o Alterações obsessivo-compulsivas; sensibilidade interpessoal; depressão; agressividade 4. Diagnósticos diferenciais Hiperprolactinemia – dosagem de PRL, se elevada repetir Disfunções tireoideanas – dosar TSH e T4l, se elevado(s) repetir Tumor ovariano produtor de androgênio – dosagem de TST total e livre Tumor adrenal – dosar DHEA-S 2020.1 36 HAC – dosar 17OHP na fase folicular do ciclo, em casos suspeitos confirma-se diagnóstico através do teste da cortrosina 5. Tratamento Mudanças no estilo de vida (MEV) Dieta e atividade física Perda de peso o Melhora sintomatologia e reduz riscos o Reduz resistência insulínica e pode promover restauração da ovulação o Melhora autoestima Psicoterapia de apoio Medicamentosa Suprimir a produção androgênica o Contraceptivos hormonais orais Suprimem o LH Aumentam a síntese de SHBG Componente estrogênico promove antagonismo com TST reduzindo a ação androgênica ACO com progestágenos com baixa androgenicidade ou antiandrogenios – melhora sintomas hiperandrogênicos o Bloqueio hormonal com ACO o Antiandrogenicos – espirolactona/citrato de ciproterona o Sensibilizadores insulínicos o Tratamento cosmético Restaurar a função ovulatória – quando há o desejo de engravidar Regularizar os ciclos menstruais e proteger o endométrio do estimulo prolongado do estrogênio sem progesterona o Progesterona de 2ª fase (conta 14 dias e toma) – sem ação anticoncepção Redução dos riscos de DCV e DM ENDOMETRIOSE Presença de tecido endometrial (glândulas e/ou estroma endometrial) fora do útero (ectópica) – vísceras pélvicas, septo retrovaginal, peritôneo, outro (ductos lagrimais, pulmão) Doença estrogênio dependente – proliferação do endométrio = ciclo 1. Fisiopatologia Metaplasia celômica Metaplasia de epitélio celômico em epitélio endometrial: mesotélio → tecido endometrial Provavelmente ocorreria pela ativação de genes oncogênicos Essa teoria justifica a presença de endometriose em pacientes com agenesia uterina Refluxo menstrual Contração do útero, durante menstruação, para eliminar o fluxo vaginal Durante contrações tem a possibilidade de haver refluxo = sangue menstrual com as células endometriais sobe pelas tubas e cai na cavidade peritoneal o 90% mulheres tem menstruação retrógrada – mas não sem todas que tem endometriose + fatores ambientais + resposta imunológica o SI é responsável por manter a homeostase da cavidade peritoneal o 10-15% das mulheres – persistência das lesões das que tem refluxo, limpeza 2020.1 37 o Mecanismo de apoptose e fagocitose: linfócitos, células NK, macrófagos, mastócitos = limpeza na cavidade o Processo inflamatório bastante rico: fluido peritoneal com IL-1, Il-6, TNFɑ, BEGF o Endometriose é um processo inflamatório crônico, que para ter adesão promove invasão → comportamento ≈ neoplasia (sem mortalidade) = inflamação, neovascularização, ativação do sistema imune +predisposição genética 2. Clínica 16% são assintomáticas 40% dor pélvica – bem incomoda, associada a sintomas sistêmicos
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