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RESUMO SOBRE O PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

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PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
Os princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida 
possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes. A doutrina, em matéria de 
princípios do direito processual civil, costuma dividi-los em dois grupos: a dos princípios 
informativos e a dos princípios fundamentais. 
A seguir, como objeto deste trabalho iremos estudar um dos princípios fundamentais, 
sendo ele o princípio do duplo grau de jurisdição. 
 
1. Princípio do duplo grau de jurisdição: 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição é o princípio mais difícil de ser identificado, 
pois não existe um consenso na doutrina sobre sua extensão e seu significado, agravando-se 
pelo fato de a Constituição Federal não referir-se a ele expressamente, somente 
implicitamente em seus artigos 102, II e 105,II, e mesmo assim é o princípio mais lembrado. 
Visto que não se trata de um direito fundamental, o legislador infraconstitucional pode dispor 
a respeito da sua conformação. 
O autor Humberto Theodoro Júnior, em seu livro manual de processo civil III na 
página 960 dispõe que: 
 
“Não é que se tenha sempre como melhor e mais justo o julgamento de 
segundo grau. É que, em face da falibilidade do ser humano, não é 
razoável supor que o juiz seja imune às falhas no seu mister de julgar.” 
 
Ou seja, do mesmo modo que assegura aos litigantes participar ativa e efetivamente 
da formação do provimento judicial submetendo-se ao contraditório, não só as partes, mas 
também o juiz, terá de haver um mecanismo processual que permita a crítica ou censura ao 
decisório que primeiro avaliou e decidiu o conflito. 
Como consequência deste contraditório o diálogo não pode encerrar-se no provimento 
de primeiro grau da jurisdição. Caso assim fosse, as partes não teriam como assegurar sua 
efetiva participação no ato decisório. O contraditório além de seus aspectos tradicionais, 
compreende, sem dúvida, o direito de fiscalizar, controlar e criticar a decisão judicial. 
Humberto também dispõe que: 
 
“É da natureza humana o inconformismo diante de qualquer decisão 
desfavorável, de sorte que vencido é sempre inclinado a pretender um 
novo julgamento sobre a matéria já decidida.” 
 
Com a sujeição da matéria decidida, sucessivamente, a dois julgamentos procura-se 
prevenir o abuso do poder do juiz que tivesse a possibilidade de decidir sem sujeitar seu 
pronunciamento à revisão de qualquer outro órgão do Poder Judiciário. O Princípio do duplo 
grau, assim, é um antídoto contra a tirania judicial. 
O autor Araken de Assis em seu livro Manual dos recursos, página 47 ao falar sobre 
este princípio dispõe: 
“ A justificativa mais singela da necessidade do duplo grau reside na 
circunstância de o pronunciamento do primeiro grau se sujeitar a erros 
e imperfeições.O reexame corrige o vício de juízo (error in iudicando) 
ou de atividade (error in procedendo), lançando novas luzes sobre a 
matéria da contenda”. 
 
Para o autor a ideia inerente ao duplo grau repele a ausência de limites às 
impugnações contra os pronunciamentos desfavoráveis do juiz. 
Tem-se invocado, ainda, a possibilidade de o julgador de primeiro grau prevaricar, o 
que justificaria o reexame dos seus atos. Oferecendo à sociedade no duplo exame, garantia 
suficiente da retidão da magistratura. 
O autor Araken de Assis dispõe: 
 
“O princípio do duplo grau enseja nova apreciação do ato decisório por 
um órgão situado em nível superior da hierarquia judiciária, no 
chamado duplo grau vertical, ou por outro órgão da mesma hierarquia, 
mas de composição diversa, no chamado duplo grau horizontal.” 
 
Ou seja, ao vencido na primeira apresentação da solução do conflito, raramente 
convencido deste resultado, a lei confere o direito de provocar outra avaliação de seu alegado 
direito, de ordinário perante órgão judiciário diverso e de superior hierarquia. 
Os autores Luiz Guilherme Marinoni, Daniel Mitidiero e Sérgio Cruz Arenhart no 
seu livro Curso de Processo Civil, página 508 dispõem: 
 
“ Ter direito ao duplo grau de jurisdição significa ter direito a um duplo 
juízo a respeito de determinada questão submetida ao Poder 
Judiciário.” 
 
Os Autores citam que nem sempre a sentença é o ato que extingue o processo, um 
melhor jeito de se considerar é: o procedimento de primeiro grau extingue-se por sentença, 
nas situações em que a prolação da decisão é suficiente para resolver o conflito entre as partes 
do processo. Ou seja, se não houver satisfação das partes, ainda será revisto pelo recurso de 
duplo grau de jurisdição. 
Para finalizar, concluímos que o duplo grau de jurisdição ​trata-se da possibilidade de 
reexame, de reapreciação da sentença definitiva proferida em determinada causa, por outro 
órgão de jurisdição que não o prolator da decisão, normalmente de hierarquia superior, vindo 
dessa circunstância a utilização do termo grau, na denominação do princípio, a indicar os 
níveis hierárquicos de organização judiciária​. Trata-se então, de um direito de revisão da 
decisão (sentença de primeiro grau) permitindo a correção de erros, sendo ele um elemento 
fundamental à boa administração da justiça, logo, considerado como garantia de boa justiça. 
BIBLIOGRAFIA​: 
 
ASSIS, Araken. ​Manual dos Recursos​. 9º ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. 
 
BUENO, Cassio Scarpinella. ​Manual de Direito Processual Civil​. Vol Único. 3º ed. São 
Paulo: Saraiva, 2017. 
MARINONI, Luiz Guilherme. MITIDIERO, Daniel. ARENHART, Sérgio Cruz. ​Novo Curso 
de Processo Civil: Tutela dos direitos mediante procedimento comum​. Vol 2. 3º ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2017 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. ​Curso de direito processual civil​: ​execução forçada, 
processos nos tribunais, recursos​. Vol 3. 50º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.

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