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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 REVISÃO ANATÔMICA DA COLUNA VERTEBRAL 1.1 VÉRTEBRAS 1.1.1 Vértebras cervicais 1.1.2 Vértebras torácicas 1.1.3 Vértebras lombares 1.1.4 Vértebras sacrais 1.1.5 Cóccix 1.2 DISCOS INTERVERTEBRAIS 1.3 ARTÉRIAS ESPINHAIS 1.4 LIGAMENTOS 1.5 FÁSCIAS TORACOLOMBARES 1.6 FUNÇÃO MUSCULAR 1.6.1 Planos musculares 2 BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL 2.1 MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL 2.1.1 Flexão 2.1.2 Extensão 2.1.3 Flexão lateral 2.1.4 Rotação 3 CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL 4 POSTURA 4.1 POSTURA PADRÃO 4.2 ANÁLISE DA POSTURA 4.2.1 Vista lateral 4.2.2 Vista posterior 5 EQUILÍBRIO 6 CONSEQUÊNCIAS DAS POSTURAS ESTÁTICAS 7 DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CORPORAL AN02FREV001/REV 4.0 4 8 PROPRIOCEPÇÃO MÓDULO II 9 ALTERAÇÕES POSTURAIS 9.1 ESCOLIOSE 9.1.1 Tipos de escoliose 9.1.2 Sintomatologia 9.1.3 Avaliação 9.1.4 Exames complementares 9.1.5 Tratamento conservador 9.1.6 Tratamento cirúrgico 9.2 HIPERCIFOSE DORSAL 9.3 DORSO PLANO 9.4 HIPERLORDOSE LOMBAR 9.5 ACHATAMENTO LOMBAR 10 AVALIAÇÃO EM DESVIOS ANTEROPOSTERIORES 10.1 TRATAMENTO CONSERVADOR PARA DESVIOS ANTEROPOSTERIORES MÓDULO III 11 MÉTODO MÉZIÈRES – INÍCIO DO CONCEITO DE CADEIAS MUSCULARES 12.1 PRECURSORES DAS CADEIAS MUSCULARES 11.2 DEFINIÇÃO DE CADEIAS MUSCULARES 11.3 MÉTODO RPG (REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL) 11.3.1 Cadeia inspiratória 11.3.2 Cadeia posterior 11.3.3 Cadeia anterointerna do ombro 11.3.4 Cadeia anterior do braço 11.3.5 Cadeia anterointerna da pelve 12 POMPAGENS 12.1 APONEUROSE SUPERFICIAL 12.2 CADEIA PROFUNDA CERVICOTORACOABDOMINAL AN02FREV001/REV 4.0 5 13 OBJETIVOS DA POMPAGEM 13.1 POMPAGENS PREPARATÓRIAS 13.1.1 Pompage global 13.1.2 Mobilização global da fáscia 14 AVALIAÇÃO DE ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DAS CADEIAS 14.1 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS ANTERIORES 14.2 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS POSTERIORES 14.3 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO 14.4 ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTEROINTERNA DO OMBRO 15 CONSIDERAÇÕES MÓDULO IV 16 AVALIAÇÃO POSTURAL 16.1 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO POSTURAL 16.2 HISTÓRIA CLÍNICA 16.3 MODELOS DE FICHA DE AVALIAÇÃO 16.4 MORFOTIPOLOGIA 16.5 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DAS POSTURAS 16.6 RELAÇÃO POSTURA X MORFOTIPOLOGIA 17 POSTURAS 17.1 POSTURA PARA CORREÇÃO DA CADEIA INSPIRATÓRIA 17.2 POSTURAS EM FECHAMENTO 17.3 POSTURA RÃ NO AR 17.4 POSTURA SENTADA 17.5 POSTURA EM PÉ INCLINADA PARA FRENTE 17.6 POSTURAS EM ABERTURA 17.7 POSTURA RÃ NO CHÃO 17.8 POSTURA EM PÉ 17.9 INDICAÇÃO - POSTURAS COM BRAÇOS AO LONGO DO CORPO 17.10 INDICAÇÃO - POSTURA COM BRAÇOS EM ABDUÇÃO 18 RESULTADOS EM REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL AN02FREV001/REV 4.0 6 MÓDULO I 1 REVISÃO ANATÔMICA DA COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral constitui o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo a oferecer a resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade necessária a movimentação do tronco. Assim, ela protege a medula espinhal do sistema nervoso central que está alojada no seu interior, serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, permite movimentos entre as diversas partes do tronco e dá fixação a numerosos músculos. Sua função principal, entretanto, é suportar o peso da maior parte do corpo e transmiti-lo, por meio da articulação sacroilíaca, para os ossos do quadril. A coluna vertebral é constituída de 33 peças esqueléticas – as vértebras, colocadas umas sobre as outras no sentido longitudinal, de modo a formar um conjunto que se estende pela nuca, tórax, abdome e pelve, onde reconhecemos sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas. Por ser um suporte de peso, a parte anterior das vértebras, corpo vertebral, aumenta de volume da porção cervical a lombar, uma vez que as vértebras inferiores têm sobrecarga de peso, quando comparadas às vértebras superiores. AN02FREV001/REV 4.0 7 FIGURA DA COLUNA VERTEBRAL FONTE: arquivo pessoal. Encontramos entre os corpos vertebrais, um disco intervertebral, fibrocartilaginoso, depressível, capaz de absorver os aumentos de pressão numa súbita sobrecarga da coluna e conferir mobilidade entre vértebras adjacentes. FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. AN02FREV001/REV 4.0 8 Apresenta curvaturas no sentido anteroposterior, indispensáveis para a manutenção do equilíbrio e da postura ereta. 1.1 VÉRTEBRAS Embora as vértebras de cada uma das porções da coluna tenham suas características particulares, todas possuem uma estrutura básica, comum. Cada vértebra é constituída por um anel ósseo que circunda um forame (forame vertebral), que pode ser considerado como canal vertebral onde se aloja a medula espinhal. A parte anterior do anel é o corpo da vértebra. A parte posterior do anel, denominado arco vertebral, consiste de um par de pedículos e um par de lâminas. Os pedículos projetam-se posteriormente da parte superior do contorno posterior do corpo da vértebra e se unem com as lâminas formando o processo espinhoso. No ponto de fusão dos pedículos com as lâminas projetam-se três processos adicionais com direções diferentes: Lateralmente: processo transverso; Cranialmente: processo articular superior; Caudalmente: processo articular inferior. Estes dois últimos processos apresentam uma faceta articular. FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. 1.1.1 Vértebras cervicais AN02FREV001/REV 4.0 9 A 1ª e a 2ª vértebras cervicais (C1 e C2) são consideradas atípicas e denominadas respectivamente, atlas e áxis. As quatro seguintes (C3, C4, C5, C6) são consideradas típicas, com a sétima (C7), embora apresente uma particularidade, é chamada de vértebra proeminente. 1.1.2 Vértebras torácicas Embora as vértebras T1, T9, T10, T11 e T12 possam apresentar alguns acidentes que as distinguem das demais vértebras torácicas, estas diferenças não são de grande importância. É evidente que a primeira vértebra torácica assemelha- se a última cervical, assim como as últimas torácicas podem apresentar alguns aspectos encontrados nas vértebras lombares. Porém, as particularidades das vértebras torácicas em geral são: articula-se com as costelas; os processos espinhosos são mais inclinados e as facetas articulares situam-se principalmente em um plano frontal. 1.1.3 Vértebras lombares As vértebras lombares (L1, L2, L3, L4, L5) são as mais volumosas da coluna vertebral, com corpo reniforme; os processos espinhosos são mais curtos e quadriláteros situando-se no mesmo plano horizontal do corpo vertebral, e as facetas articulares estão situadas em plano anteroposterior. 1.1.4 Vértebras sacrais AN02FREV001/REV 4.0 10 No adulto, ocorre a fusão das cinco vértebras sacrais que diminuem no sentido craniocaudal, formando o sacro. Deste modo, é um osso triangularrecurvo, de base superior e ápice inferior, com concavidade anterior. Situa-se em cunha entre os ossos do quadril e fecha posteriormente a cintura pélvica. 1.1.5 Cóccix Deriva-se da fusão de três ou quatro peças coccígeas, constituindo um osso irregular, afilado, que representa o vestígio da cauda no extremo inferior da coluna vertebral. Articula-se com o sacro por meio de um disco intervertebral. 1.2 DISCOS INTERVERTEBRAIS Os discos intervertebrais situam-se entre os corpos das vértebras, promovendo união, alinhamento e certa mobilidade de vértebras vizinhas. São coxins compressíveis de fibrocartilagem que absorvem as forças de tração muscular, gravidade e carga. Cada disco apresenta duas partes: uma periférica, o ânulo fibroso e uma interna, o núcleo pulposo, suficientemente elástico para atuar como amortecedor dos choques de compressão. AN02FREV001/REV 4.0 11 FONTE: Sobotta: Atlas de anatomia humana, 2002. 1.3 ARTÉRIAS ESPINHAIS A união de dois pequenos ramos das artérias vertebrais formam a artéria espinhal anterior. A artéria espinhal anterior percorre a extensão da medula espinhal na fissura mediana posterior e supre os dois terços anteriores da medula espinhal. O calibre dessa artéria varia de acordo com sua proximidade de uma artéria radicular magna e geralmente é menor na região de T4 a T8 da medula. As artérias espinhais posteriores originam-se como pequenos ramos das artérias vertebrais ou das artérias cerebelares inferiores posteriores e frequentemente apresentam anastomoses entre si e com a artéria espinhal anterior. 1.4 LIGAMENTOS A função principal dos ligamentos é unir e manter as vértebras em alinhamento. Os ligamentos posteriores ao eixo do movimento limitam a inclinação para frente (flexão) dos segmentos vertebrais. Os ligamentos sujeitos às maiores sobrecargas na inclinação anterior são os ligamentos interespinhosos e supraespinhoso. Os ligamentos capsulares, ligamento amarelo e ligamento longitudinal posterior também ficam tensos e estabilizam a coluna no final da amplitude de flexão. O ligamento longitudinal anterior limita a inclinação para trás. Os ligamentos intertransversos colaterais, assim como o ligamento amarelo e os capsulares limitam a inclinação lateral. 1.5 FÁSCIAS TORACOLOMBARES AN02FREV001/REV 4.0 12 A fáscia toracolombar consiste de três camadas de fáscias e aponeurose de vários músculos – o grande dorsal, serrátil posterior inferior, oblíquos internos e abdominais transversos. A camada posterior da fáscia insere-se nos processos espinhosos e cobre os músculos da coluna. A camada média é posterior ao quadrado lombar e insere-se nas pontas dos processos transversos e ligamentos intertransversos. Esta com a camada posterior envolvem os músculos eretores da espinha. A camada anterior é uma lâmina final anterior ao quadrado lombar e insere- se na face anterior dos processos transversos e ligamentos intertransversos. FIGURA DA FÁSCIA TORACOLOMBAR FONTE: Kisner; Colby: Exercícios terapêuticos – fundamentos e técnicas, 1996. A fáscia toracolombar reforça todo sistema ligamentar posterior através da orientação de suas fibras e inserções na coluna lombar e região pélvica. A tensão passiva na camada posterior da fáscia ocorre com a inclinação para frente da coluna lombar sobre a pelve ou com a inclinação posterior da pelve. A tensão suporta a vértebra lombar inferior através da estabilização contra os movimentos de flexão. Sua função principal é de prover estabilidade e suporte à coluna lombar, à medida que funciona na dinâmica do tronco em conjunção com suas inserções musculares. FIGURA DA COLUNA LOMBAR AN02FREV001/REV 4.0 13 FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. 1.6 FUNÇÃO MUSCULAR Os músculos do pescoço e tronco agem primariamente como estabilizadores da coluna vertebral na postura ereta. Eles são o controle dinâmico contra as forças da gravidade à medida que o peso de vários segmentos transfere-se para longe da base de suporte. Quando a linha da gravidade transfere-se para frente, o controle é feito pelos músculos extensores. Eles são o grupo eretor da coluna e os músculos cervicais posteriores, incluindo o trapézio superior. Quando este deslocamento transfere-se para trás, o controle é feito pelos músculos flexores, que são os músculos abdominais, intercostais, o longo da cabeça, o longo do pescoço, o reto da cabeça, psoas maior, escaleno anterior e o esternocleidomastóideo. Quando o deslocamento é lateral, os músculos contralaterais proveem o controle. Eles incluem o psoas maior, o quadrado lombar, os escalenos, o esternocleidomastóideo, o eretor da espinha, os oblíquos interno e externo e os músculos intercostais. AN02FREV001/REV 4.0 14 É necessária pouca atividade muscular para manter a postura ereta, mas com relaxamento total dos músculos as curvaturas espinhais se tornam exageradas e as estruturas passivas de sustentação são requisitadas para manter a postura. 1.6.1 Planos musculares Plano Profundo: responsáveis pela manutenção do alinhamento das vértebras. a) Músculos interespinhal: são pouco desenvolvidos na região torácica ou mesmo inexistentes nesta região. Unem os processos espinhosos das regiões cervicais e lombares; b) Músculos intertranversais: só estão presentes na região cervical e lombar. Estes músculos unem os processos transversos adjacentes; c) Músculos rotadores: originam-se nos processos transversos e se dirigem medial e superiormente para se fixarem na lâmina da vértebra supra- adjacente. Existem nas três regiões da coluna; d) Músculos levantadores das costelas: só existem na região torácica. Têm origem nos processos transversos e prendem-se nas costelas supra- adjacentes. IMAGEM DOS MÚSCULOS INSERIDOS NO PLANO PROFUNDO AN02FREV001/REV 4.0 15 FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Plano Intermédio: Este plano cobre o plano profundo e suas fibras em disposição bastante complicadas, com maior grau de fusão. Também chamados de complexo transversoespinhal. a) Músculo Multifídio: é mais espesso na região lombar e termina na região cervical. É constituído por muitos feixes musculares, sem divisão clara e por esta razão, tem sido descrito como músculo único. Os feixes se originam do sacro e de todos os processos transversos, dirigindo-se cranial e medialmente para se inserirem nos lados dos processos espinhosos das vértebras, de L5 até o áxis; b) Músculo Semiespinhal do tórax: situa-se nos dois terços craniais do segmento torácico, estendendo-se dos processos transversos das seis vértebras torácicas inferiores aos processos espinhos das vértebras superiores e cervicais inferiores; AN02FREV001/REV 4.0 16 c) Músculo Semiespinhal do pescoço: mesma disposição do semiespinhal do tórax, originando-se dos processos transversos das seis vértebras torácicas superiores e se insere nos processos espinhosos da 3ª até a 5ª vértebra cervical; d) Músculo Semiespinhal da cabeça: é a parte mais alta do complexo transverso-espinhal, estendendo-se de processos transversos cervicais à parte medial da linha nucal superior do occipital. IMAGEM DOS MÚSCULOS DO PLANO INTERMÉDIO FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Plano Superficial: Este plano constitui a camada mais lateral e superficial dos músculos pós-vertebrais. Também chamados de complexo sacroespinhal. a) Músculo Iliocostal: três porções: iliocostal lombar, iliocotal torácico e iliocostal cervical; AN02FREV001/REV 4.0 17 b) Músculo Dorsal Longo: três porções: longuíssimo do tórax, longuíssimo do pescoço e longuíssimo da cabeça; c) Músculo Espinhal: três porções:espinhal do tórax, espinhal do pescoço e espinhal da cabeça; d) Músculo Esplênio do Pescoço: ascende lateralmente dos processos interespinhos torácicos superiores aos processos transversos cervicais inferiores; e) Músculo Esplênio da Cabeça: estende-se dos processos espinhosos cervicais inferiores e ligamento nucal ao processo mastoide do temporal. FIGURA DOS MÚSCULOS DO PLANO SUPERFICIAL FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. 2 BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL A biomecânica lida com os movimentos e a cinesiologia, considerando a anatomia em relação aos movimentos do corpo. O conhecimento sobre a AN02FREV001/REV 4.0 18 biomecânica é importante para a compreensão do desenvolvimento e para o tratamento das deformidades vertebrais. A translação e o movimento linear ocorrem sobre um único eixo, mas a rotação ocorre sobre o eixo longo de uma estrutura ou sobre seu centro de rotação. Na coluna vertebral, frequentemente, esses movimentos são associados, por exemplo: movimentos laterais de coluna são acompanhados de um movimento rotacional. Já quando ocorre falha nos mecanismos estabilizadores da coluna, ocorrerão possíveis deformidades vertebrais levando a alterações do eixo e comprimento da coluna vertebral. A seguir estudaremos os movimentos funcionais, as curvaturas normais e patológicas da coluna vertebral. 2.1 MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL Os movimentos da coluna são, em geral, o somatório de pequenos movimentos de vértebras adjacentes, resultando em ampla extensão da mobilidade da coluna como um todo. 2.1.1 Flexão A flexão da coluna requer o relaxamento do ligamento longitudinal anterior e o estiramento dos ligamentos supraespinhal, infraespinhal e ligamento posterior. Na flexão, a cabeça e o tronco movem-se em direção anterior. Na parte superior das costas, a coluna normalmente se curva convexamente para trás. A flexão aumenta essa curva, resultando em um arredondamento da parte superior AN02FREV001/REV 4.0 19 das costas. Em virtude do tamanho dos corpos vertebrais e da presença das costelas, ela será reduzida no segmento torácico da coluna. A flexão, pela inclinação da cabeça para frente, geralmente resulta apenas em retificação da coluna cervical. Semelhantemente, na região lombar, a coluna curva-se convexamente para frente, retificando-se, e a região mostra-se plana. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 40° - FLEXÃO CERVICAL FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 105° E LOMBAR: +/- 60° - FLEXÃO DO TRONCO FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AN02FREV001/REV 4.0 20 2.1.2 Extensão A extensão da coluna estira o ligamento longitudinal anterior e relaxa os ligamentos posteriores. Na extensão da coluna, a cabeça e o tronco movem-se em direção posterior. Seria uma flexão posterior. No pescoço e região lombar, a extensão resulta em um aumento nas curvaturas normais à medida que a coluna vertebral dobra-se para trás. Já na região torácica superior e média ela resulta em uma diminuição da curva normal e retificação da coluna, de vez que esta parte não se dobra para trás onde a grande inclinação dos processos espinhosos bloqueia o movimento. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 75° - EXTENSÃO CERVICAL FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AN02FREV001/REV 4.0 21 AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 60° E LOMBAR: +/- 35° - EXTENSÃO DO TRONCO FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. 2.1.3 Flexão lateral A flexão lateral não é um movimento puro, pois ocorre em concordância com elementos de rotação em alguns segmentos da coluna. O alcance deste movimento é limitado pelos ligamentos circunjacentes. Pode ser à direita ou à esquerda. É o mais limitado dos movimentos cervicais, ampliando-se quando conjugada a rotação de cabeça. É máxima no segmento lombar da coluna e reduzida no segmento torácico. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 35° FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA E LOMBAR: +/- 20° CADA SEGMENTO AN02FREV001/REV 4.0 22 FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. 2.1.4 Rotação Resulta da soma de pequenas torções entre vértebras adjacentes, permitidas por seus discos intervertebrais e a natureza das respectivas articulações sinoviais. Em movimentos combinados a rotação amplia-se. No segmento cervical, ela é máxima quando combinada com flexão lateral. Existe na região torácica, mas é mínima na lombar. AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 50° FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 35° E LOMBAR: +/- 5° AN02FREV001/REV 4.0 23 FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995. 3 CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL As curvas normais da coluna consistem em uma curvatura convexa anterior no pescoço (região cervical), convexa posterior na coluna superior (região torácica), convexa anterior (região lombar) e levemente convexa posterior na região sacral. Essas podem ser descritas como leve extensão do pescoço, leve flexão da coluna superior e leve extensão da coluna inferior. AN02FREV001/REV 4.0 24 FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. As curvaturas anteriores (cervical e lombar) são denominadas lordoses, embora algumas fontes usem lordose para denominar condições anormais como hiperlordose lombar. As curvaturas posteriores (torácica) são denominadas cifoses. Postura cifótica refere-se a uma curvatura excessiva na coluna torácica. A linha da gravidade transecciona as curvaturas vertebrais, que são equilibradas anteriormente e posteriormente. Quando existe uma curvatura normal na coluna inferior, a pelve se acha em posição neutra. As proeminências ósseas na frente da pelve se acham no mesmo plano vertical, indicando que a pelve está em posição neutra. Qualquer desvio de uma parte da coluna vertebral resulta em alteração em outra parte para compensar e manter o equilíbrio. 4 POSTURA AN02FREV001/REV 4.0 25 Postura é uma posição ou atitude do corpo. Da mesma forma entende-se por postura o arranjo relativo das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma maneira característica de alguém sustentar seu corpo. A postura corporal envolve conceito de equilíbrio, coordenação neuromuscular e adaptação que representa um determinado movimento corporal, e as respostas posturais automáticas são dependentes do contexto, ou seja, elas são ajustadas para ir de encontro às necessidades de interação entre os sistemas de organização postural (equilíbrio, neuromuscular e adaptação) e o meio ambiente. O controle da postura não está simplesmente baseado em um conjunto de respostas reflexas ou em uma resposta pré-programada acionada por um desequilíbrio. O controle da postura é uma característica adaptável ao sistema motor, que se baseia na interação entre o estímulo aferente e a resposta eferente (ENOKA, 1995). Para avaliar e tratar problemas posturais é necessário uma compreensão de princípios básicos relacionados ao alinhamento, articulações e músculos, como já estudados anteriormente. As estruturas inertes que suportam o corpo são ligamentos, fáscias, ossos e articulações, enquanto que os músculos e suas inserções tendíneas são as estruturas dinâmicas que mantêm o corpo em uma postura ou o movimentam de uma postura para outra. A gravidade sobrecarrega as estruturas responsáveis por manter o corpo em postura ereta. Normalmente, a linha da gravidade passa através das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e elas são equilibradas. Se o peso em uma região desloca-se para longe da linha da gravidade,o restante da coluna compensa para recuperar o equilíbrio. AN02FREV001/REV 4.0 26 FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995. 4.1 POSTURA PADRÃO O alinhamento esquelético ideal usado como padrão é consistente com princípios científicos válidos e envolve uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, conduzindo a eficiência máxima do corpo. A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas. Minimizando o stress e a sobrecarga sofrida pelo sistema de apoio através dos efeitos da gravidade. A postura adequada é aquela que o indivíduo, em posição ortostática, exige um pequeno esforço da musculatura e dos ligamentos para manter-se nesta posição, de tal modo que seja facilitado o equilíbrio estático. Na postura adequada, a coluna apresenta as curvaturas normais e os ossos dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação do peso. A posição “neutra” da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco e dos membros inferiores. O tórax e coluna superior ficam em uma posição que favorece a AN02FREV001/REV 4.0 27 função ideal dos órgãos respiratórios. A cabeça fica ereta em uma posição bem equilibrada que minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical. 4.2 ANÁLISE DA POSTURA A análise da postura envolve a identificação e a localização dos segmentos corpóreos relativos à linha de gravidade. 4.2.1 Vista lateral Para visualizarmos uma postura na posição em pé, na vista lateral, utilizamos um fio de prumo para representar uma linha de referência. O fio de prumo é uma linha com um peso preso na ponta para prover uma linha absolutamente vertical para medir desvios. É usado para determinar se os pontos de referência da pessoa que está sendo testada estão no mesmo alinhamento que os pontos correspondentes à postura padrão. Os pontos que coincidem com a linha de referência (prumo) do alinhamento ideal (postura padrão) na vista lateral estão relacionados abaixo: Levemente posterior ao ápice da sutura coronal; Meato auditivo externo; Corpos das vértebras cervicais; Articulação do ombro; Corpo das vértebras lombares; Levemente posterior ao eixo da articulação do quadril; Levemente anterior ao eixo da articulação do joelho; Levemente anterior ao maléolo lateral. AN02FREV001/REV 4.0 28 VISTA LATERAL FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. 4.2.2 Vista posterior Para visualizarmos a vista posterior, a linha de referência vertical divide o corpo em secções direita e esquerda. Na vista posterior, o eixo referência fica a meio caminho entre os calcanhares e representa o ponto básico do plano médio sagital do corpo em alinhamento ideal. VISTA POSTERIOR AN02FREV001/REV 4.0 29 FONTE: João: Avaliação Postural, 2009. 5 EQUILÍBRIO O sistema vestibular tem um papel importante na manutenção do equilíbrio, com interação com o sistema nervoso central, por meio das fibras nervosas aferentes que provêm das cristas ampulares ou das máculas otolíticas, que atingem a cavidade craniana pelo meato acústico interno, onde se encontram os corpos celulares bipolares formando o gânglio de Scarpa (ou gânglio Vestibular), são essas fibras que vão formar a porção vestibular do oitavo par de nervos craniano (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994). O equilíbrio corporal postural, também, está fundamentado nas relações provenientes das vias aferentes (vias auditivas e vias vestibulares) através do VIII par de nervos craniano chamado vestíbulococlear, relacionado respectivamente com o equilíbrio e a audição, dois fatores fundamentais para se trabalhar com as questões posturais (BANKOFF et al., 1992). AN02FREV001/REV 4.0 30 FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002. Segundo Rebelatto, o equilíbrio corporal é um processo complexo envolvendo a recepção e a integração de estímulos sensoriais. O planejamento e a execução de movimentos para controlar o centro de gravidade sobre a base de suporte é realizado pelo sistema de controle postural, que integra informações do sistema vestibular, dos receptores visuais e do sistema somatosensorial. O posicionamento dos segmentos corporais em relação ao ambiente e a outros segmentos é fornecido pelo sistema sensorial, enquanto o sistema motor ativa, correta e adequadamente, os músculos para realização do movimento. Já o sistema nervoso central conecta as informações advindas do sistema sensorial para enviar os impulsos nervosos aos músculos (REBELATTO; CASTRO; SAKO; AURICHIO, 2008). Os reflexos de endireitamentos utilizados para a manutenção da postura se constituem importantes para que possamos entender a complexidade da postura corporal tendo em vista ser um trabalho integrado e simultâneo na postura corporal. Se em algumas situações esta integração for interrompida, consequentemente algo acontecerá, como por exemplo: quando perdemos a sequência lógica de passos numa caminhada, quando erramos os passos numa dança em relação ao ritmo; quando perdemos o equilíbrio e tropeçamos, e outros fatores; tudo isso se constitui pela interrupção momentânea no circuito integrado destes reflexos posturais. AN02FREV001/REV 4.0 31 Estes reflexos de endireitamentos labirínticos – os que atuam sobre a cabeça, pescoço, corpo e os ópticos – estão situados na parte ventral do mesencéfalo, situado em frente ao terceiro par de nervos cranianos. Pouco se sabe a respeito do meio pelo qual esses reflexos contribuem para proporcionar uma postura corporal ereta e de equilíbrio, porém, sabemos o quanto eles são importantes (BANKOFF et al., 1992; DI GRAZIA, 2003; BEKEDORF, 2003; DI GRAZIA, BANKOFF, 2005). Na posição ereta, 25% do peso do corpo são distribuídos para cada calcâneo e 25% para a cabeça dos cinco metatarsos de cada pé; na proporção de cerca de uma parte para o metatarso I e 2,5 partes para os metatarsos II a V. A maior parte da tensão no arco longitudinal é suportada pelos ligamentos plantares. Somente cerca de 15% a 20% da tensão são suportadas pelos músculos tibiais posterior e fibular. Quando o corpo está na ponta de um pé, a tensão no arco é aumentada quatro vezes. O equilíbrio postural atua continuamente durante as mudanças de posição. Ou seja, na situação que o indivíduo encontra-se estático, o controle corporal atua de uma determinada maneira e em situação dinâmica, atua de outro modo. Equilíbrio estático: a base de suporte se mantém fixa enquanto o centro de massa corporal se movimenta. Neste caso, o senso de equilíbrio deve manter o centro de massa corpórea dentro da base de suporte; Equilíbrio dinâmico: tanto o centro de massa quanto a base de suporte se movimentam. O centro de massa jamais se alinha à base de suporte durante a fase de apoio unipodal do movimento. 6 CONSEQUÊNCIAS DAS POSTURAS ESTÁTICAS A utilização de posturas equivocadas durante as atividades que realizamos frequentemente pode levar a uma aceleração do processo de desgaste sofrido pelo aparelho locomotor. AN02FREV001/REV 4.0 32 As posturas estáticas favorecem o encurtamento e/ou enfraquecimento de importantes grupos musculares. A falta de atividade física pode, em longo prazo, proporcionar uma somatória de efeitos negativos até o surgimento de problemas mais graves para a postura. As más posturas são mais prejudiciais para a vida de pessoas pouco ativas e para indivíduos que possuem profissões que não exigem esforços físicos (ACHOUR JÚNIOR,1996). A seguir, apresentamos alguns exemplos de posturas estáticas: FONTE: Disponível em: < bloglsd.blogspot.com>. Acesso em: 17.12.2009 AN02FREV001/REV 4.0 33 FONTE: Arquivo pessoal.Posturas estáticas podem solicitar constantemente ou deficitariamente o recrutamento de alguns grupos musculares produzindo encurtamentos musculares (pelo excesso de exigência). Em geral, atividades estáticas causam enfraquecimento pela deficiência de atividade. A manutenção de um grupo muscular encurtado aumenta a estimulação dos músculos agonistas tornando-os mais rígidos. Agonistas mais rígidos provocam simultaneamente maior enfraquecimento de seus antagonistas. A permanência de posturas por tempo prolongado prejudica o processo de entrada e saída de nutrientes para o interior do disco intervertebral, favorecendo o desgaste precoce destas estruturas, uma vez que são estruturas avasculares (NACHEMSON, 1990). Sendo assim, em qualquer circunstância, devemos procurar impedir o encurtamento do sistema muscular e observarmos as posturas cotidianas para as ações motoras exercidas. Esta medida pode reduzir os sintomas de dor localizada na coluna vertebral ou em outros segmentos corporais provocados pelo encurtamento musculoarticular. 7 DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CORPORAL AN02FREV001/REV 4.0 34 Schilder (1999) vê a imagem corporal como uma unidade que engloba os mais diferentes aspectos. A denominação “esquema corporal”, “modelo postural do corpo” e “imagem postural” são termos equivalentes que tratam de uma mesma realidade. A imagem corporal é formada por um complexo fenômeno humano que envolve aspectos afetivos, cognitivos, socioculturais e motores. A imagem corporal está relacionada ao conceito de si próprio e é influenciada pela integração entre o ser e o meio em que vive. O processo de construção/desenvolvimento da imagem corporal está associado às diversas fases da existência humana, às concepções determinantes da cultura e à sociedade em que o indivíduo está inserido. A imagem corporal sofre alterações, transformações e adaptações de acordo com o momento vivido e com as fases de desenvolvimento do indivíduo desde o seu nascimento até a morte. É através do movimento que desenvolvemos e adquirimos uma nova imagem corporal correta, que depende da realização de um trabalho de reprogramação sensorial, utilizando elementos de estimulação estática e dinâmica, desenvolvendo estímulos aferentes de diversas características. O movimento é essencial para o reconhecimento e construção da imagem corporal e, ao mesmo tempo, a cada instante em que nos movemos estamos modificando nossa imagem corporal. 8 PROPRIOCEPÇÃO As informações proprioceptivas constituem papel importante para a manutenção do equilíbrio corporal, pois as mesmas fornecem dados sobre a posição relativa das várias partes do corpo que serão captadas pelos receptores nas cápsulas articulares e também os impulsos de exteroceptores cutâneos, especialmente os de tato e pressão. Por exemplo: o cerebelo, a substância reticular AN02FREV001/REV 4.0 35 e núcleos vestibulares do tronco cerebral determinam ajustes adequados nos músculos posturais quando recebem as informações de angulação de tórax ou no abdome, ajustando adequadamente a postura. Como mencionado, as sensações exteroceptivas também são importantes na manutenção do equilíbrio. As sensações de pressão provenientes dos pés podem dar informações quanto ao peso distribuído proporcionalmente ou com relação ao posicionamento. Quando uma pessoa projeta seu corpo para frente, durante uma corrida, é o resultado dos ajustes de manutenção do equilíbrio que ocorre devido à pressão do ar contra a parte anterior do seu corpo mostrando que a força se opõe ao corpo em uma direção diferente da que é causada pela força gravitacional. O sistema vestibular é quem comanda o equilíbrio, e sendo assim, a informação proprioceptiva mais importante e necessária à manutenção do equilíbrio é proveniente dos receptores articulares do pescoço. Se a cabeça é inclinada em determinada direção, ou rotação do pescoço, faz com que o sistema vestibular provoque uma sensação de desequilíbrio. Isto ocorre, pois os receptores transmitem sinais opostos aos sinais transmitidos pelo sistema vestibular. Já os impulsos provenientes do sistema vestibular não são opostos aos que se originam nos proprioceptores do pescoço, deste modo, quando todo o corpo se desvia em uma determinada direção, a pessoa perceberá uma alteração de equilíbrio de todo o corpo. ------------ FIM DO MÓDULO I -----------
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