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Português Jurídico CPIV

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[português jurídico]
	EMERJ - CPIV
SUMÁRIO
Temas 1 e 2: Leonardo Jacintho	2
Relatório	2
Temas 3 e 4: Maria Augusta Guimarães	5
Uso do gerúndio	5
Uso e colocação de pronomes	5
Mesóclise	6
Locuções verbais	7
Temas 5 e 6: Flavia Fernandes	7
Vícios de linguagem	7
Solecismo	8
Barbarismo	9
Estrangeirismo	9
Latinismo	9
Arcaísmo	9
Preciosismo	9
Jargão	9
Vocabulário técnico	9
Conjunções e locuções conjuntivas	9
Pleonasmo/redundância	10
Ambiguidade	10
Cacofonia	10
Temas 7 e 8: Roberta da Costa Vieira	11
Qualidades textuais do texto jurídico	11
Revisão dos tipos de argumentos	13
Argumento pró-tese	13
Argumento de autoridade, ad verecundiam, magister dixit	14
Argumento por analogia	15
Argumento de oposição	15
Argumento de senso comum	16
Escala dos argumentos	16
Temas 9 e 10: Alda Valverde	16
Tipos de discurso	16
Discurso decisório (poder-fazer-dever)	18
Modalização	19
Questões de prova	21
temas 1 e 2: LEONARDO JACINTHO
relatório
No relatório, há uma preocupação com o emprego dos tempos verbais, com a neutralização das vozes da inicial e da contestação e com uma organização lógica dos fatos e atos jurídicos.
No relatório, os atos processuais, geralmente, se conjugam no presente e os fatos se conjugam no passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito). Algo perfeito significa algo que está acabado, completo, pronto. O pretérito perfeito, portanto, é um passado pronto e acabado (sabe-se quando começou e quando terminou). Mais-que-perfeito é mais do que acabado. O pretérito mais-que-perfeito traz uma ação anterior a uma ação do pretérito-perfeito. Ex.Quando cheguei à casa, ele acabara de sair. Ele é utilizado quando se precisa indicar um fato passado e, em relação a ele, um fato que lhe seja antecedente. 
Caso se colocasse tudo no pretérito perfeito, estar-se-ia igualando os fatos em um período temporal. Ex. Quando cheguei, ela saiu (há uma coincidência temporal entre a minha chegada e a saída dela). Essa frase pode sugerir na cabeça do leitor que ela saiu em razão da minha chegada (estabelece-se um nexo de causalidade para suposição). Para se romper esse nexo de causalidade, bastaria fazer a seguinte construção, deslocando-se no tempo a saída da mulher: “Quando cheguei, ela já havia saído (= saíra)”. Nesse caso, ela saiu antes da minha chegada.
Mas como manter uma concorrência temporal e eliminar o nexo de causalidade? Por meio do pretérito imperfeito. Do ponto de vista da ação, é um passado inacabado (não se tem certeza quando foi o início e se acabou). Ele indica uma ação durativa. Ex. Quando cheguei, ela saía ou Quando cheguei, ela estava saindo. 
O magistrado, no relatório, deve narrar os fatos tais como apresentados, sem proceder a qualquer juízo de valor, a qualquer pré-julgamento.
	No relatório, há fatos e atos que derivam de documentos, de provas. Pode ser usado o modo indicativo na sua mais ampla acepção de certeza e a forma condicional para o que não está comprovado. Se não tem documento, utiliza-se a forma condicional do futuro do pretérito. Ex. O autor alega que contraiu empréstimo com o banco X (há um contrato anexo) e que foi maltratado(teria sido maltratado) (depende de prova)pela gerente.
	No acórdão, o presente é o ato processual do recurso. O que era ato processual da sentença era presente e virou passado. Os fatos da sentença que eram no passado viraram passado do passado, ou seja, pretérito mais-que-perfeito. Também será utilizado um parágrafo para cada ato processual. Ao reforçar um pedido da inicial, ele não virá no passado, mas no presente, uma vez que renovado. 
	Cada parágrafo corresponde a um ato processual distinto. O primeiro parágrafo, por exemplo, é sobre a inicial (não é possível subdividir). Atenção:A forma nominal (particípio, gerúndio, infinitivo) dispensa a marca temporal, ex. Concedida a tutela antecipada às fls.
	É possível não apresentar no relatório o teor de tudo, marcando somente a presença dos atos (é chamado de relatório pontual, em contraposição ao relatório minucioso). 
Há três modos de modalização: neutra, positiva e negativa. A modalização neutra permite que o juiz, no relatório, não reproduza o tom inflamado da petição inicial e da contestação. Daí que no relatório se empregam verbos que se pasteurizaram: aludir, alegar, narrar, sustentar, defender, afirmar, argumentar etc. São diversas variações do verbo “dizer”. O verbo afirmar era de modalização positiva e o verbo alegar era de modalização negativa, mas hoje já se pasteurizaram. 
Assegurar, asseverar, ensinar, concluir, garantir são verbos que denotam uma convicção no que é dito. Eles são empregos como modalizadores positivos na fundamentação, principalmente aliados a um argumento de autoridade. Supor, pressupor, imaginar, especular, arriscar são modalizadores negativos. 
Na fundamentação, deixa-se de ter um tom narrativo e adota-se um tom argumentativo. Não basta citar artigo de lei. É necessário que haja uma fundamentação jurídica, ou seja, o direito por trás da norma. Ao lado da fundamentação jurídica, é desejável que se coloquem argumentos de autoridade. O juiz tem que ter cuidado com os argumentos de autoridade falsos lançados na inicial e na contestação (argumento ad verecundiam). 
Ao citar qualquer jurisprudência, é necessário resgatar o ponto que iguala aquele caso ao seu caso concreto, justificando a equivalência.
Obs. Usar como argumento de autoridade algo que esteja acima de sua hierarquia. Em uma sentença, você pode citar uma monografia de um especialista. Já em um acórdão, exigem-se livros de doutorado, pós-doutorado etc. 
O corrente é dizer “cuida-se de ... movido em face de ...”. Somente se usa “contra” se o Estado estiver no pólo passivo. Há quem defenda que pode ser utilizado o “contra” quando o Estado esteja presente em quaisquer dois pólos. 
Obs. A fls./De fls.
Obs. Intervalo: fls 99-225 e não fls. 99/225. 
Obs. Não usar exordial, peça inicial etc., mas somente petição inicial.
Obs. Um parágrafo não deve ter um período único, pois isso acarreta falta de clareza. 
Obs. “Ocorre que” dá uma ideia de ressalva em relação a uma afirmação anterior (argumento com força de um fato, em razão do ocorre que). Isso também ocorre com “de fato”.
Questão da prova: Escolher dois ou três exemplos de modalização e dizer o que eles pretendem informar (advérbio, expressão inclusiva/exclusiva, figura de linguagem, verbo etc.).
Obs. “Ora” aproxima o leitor e ressalta o argumento que vem em seguida.
Obs. “Indubitavelmente”, “inquestionavelmente”, “como todos sabemos” etc. são modalizadores (a ideia é a de que o leitor deve admitir aquilo como verdade). 
Obs. “Aliás” é sempre modalizador com intuito retificador.
Obs. Regra do hífen: sempre que a palavra seguinte começar com H e que a letra final do prefixo for igual à da palavra seguinte (ex. micro-ondas). O “r” e o “s” serão dobrados, salvo se a próxima palavra começar com R ou S (ex. contrarrazões x inter-relacional).
temas 3 e 4: maria augusta guimarães
Para corrigir os erros:
Ainda que(locução concessiva é elemento atrativo) não(advérbio de negação é elemento atrativo) se(pronome apassivador) lhe(a ele) houvessem apresentado provas cabíveis, (vírgula obrigatória) tentaria algum meio de vitória.–a vírgula é obrigatória, pois o período começa com uma oração adverbial deslocada.
Posto que(Já que, porquanto, visto que seriam corretos; posto que tem sentido de embora) não lhe (valor de posse = “dele”)ouvissem os argumentos, (vírgula obrigatória) calou-se.
A despeito da(de a) testemunha ter esgotado o assunto, fariam-se (far-se-iam: verbo no futuro não aceita ênclise; também não caberia próclise, pois pronome não pode começar período; só cabe mesóclise) ainda, (ou tem vírgula antes e depois ou não tem) questionamentos a cerca(acerca) do caso. 
uso do gerúndio
Ver material dado em aula.
uso e colocação de pronomes
	Lhes e lhe são substitutivos de “a ele(s)” ou “a ela(s)”. Logo, se o verbo é transitivo direto, não vamos usar lhes ou lhe. Olhe as seguintes frases: 
1. “Reduz (termina em –Z, corta o Z e substitui os por “los”) gastos supérfluos (O.D = os)ou sofrerás com a falta de verba” – Redu-los ou sofrerás com a falta de verba. “
2. “Hás valores morais (O.D. = os)” (= Tu tens valores morais). – Há-los.
3. “Conduz a noiva (O.D. = a) ao altar!” – Condu-la ao altar.
Atenção: Futuro do presente, futuro do pretérito, particípio e verbo proparoxítono não aceitam ênclise.
Avaliei o processo. Avaliei-o.
Não avaliei o processo. Não o avaliei. O “não”, como um advérbio de negação, é um elemento atrativo.
Todos mostraram-se seguros durante a audiência. Todos se mostraram seguros durante a audiência. O “todos”, como um pronome indefinido, é elemento atrativo.
Ouvi os argumentos dele. Ouvi-os. Ouvi-lhe os argumentos (nessa frase, lhe está substituindo o “dele” e, portanto, dando conotação de posse).
Entenderam a minha timidez. Entenderam-na. Entenderam-me a timidez (nessa frase, me está substituindo o “minha” e, portanto, dando conotação de posse).
Produzimos(V.T.D)o melhor vinho.Produzimo-lo.
Aceitamos(V.T.D)as desculpas.Aceitamo-las.
Fizemos(V.T.D)concessões descabidas.Fizemo-las.
Inverter(V.T.D)dados é perigoso.Invertê-los é perigoso.Quando houver um verbo com um pronome enclítico ou mesoclítico, para verificar se tem acento ou não, considerar a palavra sem o pronome (“inverte” – oxítona terminada em “e” é acentuada).
Fiz perguntas ao jovem.Fi-las ao jovem.
Fi-lo porque qui-lo. Fi-lo porque o quis.
Reproduziram o diálogo. Reproduziram-no.
Pediram informações ao defensor. Pediram-nas ao defensor.
Provem a inocência do jovem. Provem-na.Provem-lhe a inocência (neste caso, substitui-se somente “do jovem” e o “lhe” tem caráter de posse).
Dei explicações (= as) a ti (=te), promotor. Dei-tas, promotor.
Ele mostrou o processo (=o) a mim (=me). Ele mostrou-mo.
Manténs a ordem lá. Mantém-la lá.Termina em S, cai o S, o N final vira M, pois não existe verbo terminado em N, soma-se o LA.
Mantém a ordem lá. Mantém-na lá. Mantém tem som nasal e, então, utiliza-se na. 
mesóclise
	Para fazer a mesóclise, devemos cortar a palavra no R, pois é ele quem caracteriza o fim do radical da palavra. Se houver mais de um R, será sempre o último. Cortado o R, aplica-se o pronome e, depois, repete o que sobrou depois do radical.
	Far/íamos concessões. Fá-las-íamos.
	Produzir/ão peças. Produzi-las-ão.
	Receber/ás os relatórios. Recebê-los-ás.
	Incluir/íamos as provas. Incluí-las-íamos.O “incluí” deve ser acentuado, pois há um hiato entre “i” e “u” e o “i” é tônico (fica sozinho na sílaba ou seguido de “s”). A regra também vale para “i” e a “a”, ex. caísse x caindo, juízes x juiz.
	Fazer reformas é prioridade. Fazê-las é prioridade. Como “fazer” é uma oxítona, o “faze” também é oxítona e, para tanto, recebe o acento.
	Fazes reformas em tua casa. Faze-las em tua casa.Como “fazes” é paroxítona, o “faze” também o é e não precisa de acento nesse caso.
locuções verbais
	Podes ter cometido o erro. Podes ter cometido-o (não pode, pois cometido é particípio e não admite ênclise). Podes tê-lo cometido (pode, pois o infinitivo admite ênclise). Pode-lo ter cometido (pode, porque “podes” está no presente, que admite ênclise; corta-se o S, inclui-se o “lo”).
	Não poderíamos receber o prêmio. Não poderíamos recebê-lo. Infinitivo SEMPRE admite ênclise, ainda que haja elemento atrativo. Não podê-lo-íamos receber (não cabe, pois não cabe ênclise por ser futuro do pretérito nem mesóclise, pois o “não” é atrativo).Não o poderíamos receber.
	Vão advertir as clientes. Vão adverti-las. Vão-nas advertir.
	Atenção: Se o pronome que tem que usar é o LHE/LHES, não se corta o S do verbo que lhe antecede. Ex. Fizestes favores ao diretor. Fizestes-lhe favores.
temas 5 e 6: flavia fernandes
vícios de linguagem
	O estudo da gramática é dividido em 4 grupos:
· Formação de palavras: estudo dos radicais, prefixos, sufixos etc.
· Ortografia (aqui também se encontra a fonologia);
· Classes de palavras: é composta por dez diferentes elementos: 
a) Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, verbo, numeral. Estes variam em gênero, número e grau.
b) Invariáveis: preposição, conjunção, advérbio, interjeição. São invariáveis, a exceção do advérbio que pode variar em grau, razão pela qual alguns gramáticos o enquadram como variável.
· Sintaxe: é a função que cada palavra desempenha na oração, ex. sujeito, predicado, adjunto adverbial, predicativo do sujeito, aposto, vocativo, objeto direto e indireto, complemento nominal, adjunto adnominal.
· Semântica: é o sentido original (denotativo) e emprestado (conotativo) de cada palavra.
solecismo
O vício de linguagem ligado à sintaxe é chamado de solecismo. É quando a gente erra a função de alguma palavra na oração. Ele pode ser um solecismo de:
a) De concordância verbal: ex. Os Estados Unidos está feliz com Temer. O verbo tem que concordar com o artigo “os”, pelo que o correto seria “Os Estados Unidos estão felizes com Temer”.Caso não tivesse o artigo, a frase estaria correta, pois a concordância seria ideológica (Estados Unidos é um país).
b) De concordância nominal: é quando há erro na concordância entre nomes: substantivo x adjetivo, artigo, numeral, pronome (adjuntos adnominais). Ex. “Eu paguei taxa e imposto caros” (concordância gramatical) ou “Eu paguei taxa e imposto caro” (concordância atrativa). 
c) De regência verbal:é quando há erro na concordância entre o verbo e seu complemento (objeto direto ou indireto ou bitransitivo) ou na preposição utilizada quando o objeto é indireto. A regência indica a necessidade ou não da preposição e qual deve ser utilizada.Ex. “Juca chegou em casa e descansou”. O correto seria “Juca chegou a casa e descansou”. Se a casa é da pessoa, não precisa de acento grave. Se for de outra pessoa, determina-se a casa com um artigo, pelo que se coloca o acento grave. 
d) De regência nominal: é quando há erro na concordância entre o nome e seu complemento. Será exigida a preposição quando o verbo do qual se origina o substantivo também a exigir. Ex. “Os cidadãos respeitam às leis do Brasil” (respeitar é V.T.I., logo pede a preposição a). “Os cidadãos têm respeito às leis do Brasil” (respeito é substantivo derivado do verbo respeitar; logo, como nome exigirá também a preposição antes do complemento nominal).
barbarismo
	É o erro no emprego de uma palavra em razão da pronúncia equivocada (ortoepia ou ortofonia), da grafia equivocada (ortografia), da flexão ou da formação irregular de uma palavra. Ex. probrema, agente.
estrangeirismo
	É o emprego errôneo de uma palavra de origem estrangeira. Há um substituto em português e se insiste em usar a língua estrangeira. Se a palavra for incorporada, ela deixa de ser estrangeira e eventual erro será considerado barbarismo. 
latinismo
	É o uso excessivo do latim. Ex. ex positis (posto isso), ab ovo (inicialmente).
arcaísmo
	É a utilização de palavras antigas, arcaicas, que entraram em desuso, ex. upalelê, bacana, meirinho (é o oficial de justiça), sabença.
preciosismo
	É a utilização de palavras que tornam a comunicação mais difícil.
jargão
	“Em sede de” (quer dizer “durante”), “em que pese” (quer dizer “no pesar”), “inobstante” (o correto é não obstante), “é cediço” (quer dizer “estragado, velho, desagradável”), “provas protestadas” (o correto seria protesto das provas) são exemplos de jargão.
vocabulário técnico
	É considerado linguagem culta e não se confunde com jargão. Ex. distribuir (e não atravessar uma petição), nosocômio (hospital). 
	Regra de acentuação das paroxítonas: LINURXÃO PS. Ditongo oral.
conjunções e locuções conjuntivas
	“Vez que” e “vez” não existem. O certo é visto que ou uma vez que.
	Eis que sempre tem sentido de surpresa.
	Na medida que não existe. O certo é “à medida que” (proporção) ou “na medida em que” (conformidade).
	Posto que tem sentido de concessão (= embora).
pleonasmo/redundância
	Há um tipo de pleonasmo que é aceito, ex. Ela caiu lá embaixo.Ainda que “lá embaixo” comporte uma redundância, ele visa enfatizar o lugar em que a pessoa caiu, pelo que é admitido.
	“A mimme soa bem”. Há um pleonasmo que só pode ser utilizado para dar ênfase em casos excepcionalíssimos.
ambiguidadeEx. A porca da sua mãe virou jantar. 
cacofonia
	Significa som feio. Ex. Dei um tapa nela. Dei um beijo na boca dela. Você prefere socar alho ou descascar alho. O juiz havia dado a sentença. Já desculpei, Dona. A cacofonia gera ambiguidade.
	Sujeito
	Objeto direto
	Objeto indireto
	Eu
	Me
	Mim*, comigo
	Tu
	Te
	Ti*, contigo
	Ele
	O, a, se 
	Si, lhe, ele*, ela*, consigo
	Nós
	Nos
	Nós*, conosco
	Vós
	Vos
	Vós*, convosco
	Eles
	Os, as, se
	Si, lhes, eles*, elas*
Obs. Os que estão com * ao lado é porque dependem de preposição.
Identifique vícios de linguagem nos trechos a seguir:
Trata-se o autor (ou retira a expressão ou coloca entre vírgulas)de juiz digno, merecendo(que merece) todo o respeito deste sentenciante e de todas as demais pessoas da sociedade(da sociedade – preciosismo, pleonasmo), não se justificando tamanha publicidade que tomou esse(este) processo. 
Inicialmente, é oportuno esclarecer que a relação travada (não é um termo técnico, ex. estabelecida, constituída, mas um jargão, visto que travar tem a ver com duelo, desafio) entre as partes é de natureza consumerista, devendo ser aplicados, ao caso, (erro de pontuação) os ditames contidos no CDC.
	Inicialmente,(vírgula facultativa) o feito tramitou perante ao(erro de regência - o grupo) grupo de Câmaras Cíveis, face a(erro de regência - à) qualidade da autoridade(cacofonia/eco) impetrada. Todavia, foi acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, vez que(uma vez que) o ato impugnado foi praticado(cacofonia/eco) pelo Comandante Geral da PM, razão por que foi declinada da competência para o primeiro grau de jurisdição, mantendo a liminar, tendo em vista que havia sido deferido ab ovo(latinismo e pleonasmo, porque já tem inicialmente no início do texto).Vício do acumulamento em razão da quantidade de orações subordinadas (são também chamadas de frases centopéicas).
temas 7 e 8: roberta da costa vieira
qualidades textuais do texto jurídico
	Não existem, em lei, fórmulas específicas para redação de sentenças e acórdãos, mas é importante ter clareza (texto inteligível, sem estrangeirismos, latinismos, palavras extremamente rebuscadas, ambiguidade), concisão e precisão (palavra certa ao contexto adequado).
1. É enorme a discrepância entre os candidatos e as vagas nos concursos. Falta de clareza, pois não se pode comparar homens com coisas. O certo seria entre o número de candidatos e o número de vagas nos concursos.
2. Enquanto na França os advogados desfrutam de confortável padrão de vida, no Norte e no Nordeste do Brasil vivem em condições adversas. Falta de clareza, pois não se pode comparar o todo com as partes. Ou se compara França com Brasil ou o Norte e Nordeste da Brasil com o Norte e o Nordeste da França.
3. Durante meses, permaneci enclausurado estudando para o concurso.Falta de clareza, pois permaneci é pretérito perfeito e estudando é gerúndio que denota ação presente. O correto seria: permaneci enclausurado e estudei para o concurso.
4. Obedeça e exija o cumprimento deste regulamento.Falta de clareza, pois não se pode utilizar dois verbos com regências diferentes com o mesmo objeto. Obedecer é VTI e exigir é VTD. O correto seria Obedeça ao regulamento e exija seu cumprimento.
Obs. “Incluindo” e “inclusive” têm o mesmo sentido, mas “incluindo” vem sempre antes e “inclusive” vem sempre depois. Ex. Protesta por todos os meios de prova admitidos, incluindo prova pericial. Protesta por todos os meios de prova admitidos, prova pericial, inclusive.
5. O relevante fundamento do pedido apresenta-se cristalino, de forma a retificar a pujança da argumentação. Falta de concisão, pois o correto seria ratificar (corroborar) e não retificar (corrigir).
6. Após, foi criada a Lei 5.010/66, ainda em vigor, que dividiu a Justiça Federal em cinco regiões. Falta de concisão, pois “após” significa “depois de” e sempre tem que vir acompanhada de algo, ex. após o almoço. Poderia substituir-se o após por “depois”.
7. A doutrina do ilustre jurista vem de encontro aos argumentos expendidos pelo autor, o que confirma a robustez da tese. Falta de concisão, pois “vem de encontro” significa chocar-se com. O correto seria “vem ao encontro”.
Obs. Em vez de x Ao invés de. O juiz condenou o réu a dois anos em vez de três (=no lugar de; implica uma substituição). O juiz condenou o réu ao invés deabsolvê-lo (implica a utilização de ideias contrárias).
Obs. À medida que x Na medida em que.À medida que o tempo passava, mais nervoso eu ficava (ideia de proporcionalidade). Não passou no concurso na medida em que não estudou o suficiente (= já que, visto que, porque, porquanto; conector explicativo). À medida em que não existe!
Obs. Ao + verbo x A + verbo.Ao persistirem/A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. Qual o correto? Ao + verbo significa “quando” (há uma certeza da ação futura, ex. Ao sair, feche a porta). A + verbo significa “se” (há uma incerteza quanto à ação futura, ex. A continuar assim, prefiro desistir). Logo, o correto seria A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.
Obs. “Através de” não deve ser utilizado no lugar de “por meio de”. Pode ser substituído por “por (pelo qual)”, “em (no qual)”, “com (o qual)”.
Obs. “Eis que” não pode ser usado como conector explicativo; ele traz uma ideia de surpresa, de imprevisibilidade. Ex. Estávamos chegando ao hotel, eis que começou a chover.
Obs.“Posto que” tem sentido concessivo e não explicativo.
Obs. “Reprimenda” não pode ser utilizado no sentido de pena. Reprimenda é o fato de repreender, de admoestar, de advertir alguém.
Obs. “Aludir” é mencionar brevemente. Então, não deve ser utilizado quando a intenção é dizer que alguém escreveu/falou sobre algo de forma aprofundada.
Obs.As fotografias seguem anexas. (“anexas” funciona como adjetivo). As fotografias seguem em anexo (“em anexo” funciona como adjunto adverbial de lugar). As fotografias seguem no anexo (“no anexo” funciona como adjunto adverbial de lugar). As fotografias seguem anexadas (“anexadas” é um particípio que só pode ser utilizada com verbo de ligação, ex. As fotografias estão anexadas).
Obs.“Junto a” tem ideia de contiguidade, de proximidade. Não se pode falar “pegou empréstimo junto ao banco”. 
Obs. “Destrinchar” é o contrário de “trinchar” que significa cortar em partes. Destrinchar um assunto é reduzi-lo a partes menores, mas é linguagem coloquial. O técnico é utilizar “destrinçar”.
Obs. Não há sujeito preposicionado. Logo não se pode falar: “Em virtude do ocorrido ter sido grave, não houve aula”, pois “o ocorrido” é sujeito de “ter sido grave”. O certo seria: “Em virtude de o ocorrido ter sido grave...” Já na seguinte frase, é possível: “Em virtude do ocorrido, não houve aula”, uma vez que “o ocorrido” não é sujeito.
Obs. “Restar comprovado, resultar comprovado” está errado. Eles não podem ser utilizados como verbos de ligação. Restar significa sobrar. 
revisão dos tipos de argumentos
argumento pró-tese
	É um argumento que se baseia em dois brocardos jurídicos: “dá-me os fatos e eu te darei o direito” e “contra fatos não há argumentos”. É muito utilizado para introduzir uma argumentação/uma fundamentação. Nesse argumento, deixa-se explícita a sua tese e os fatos que a embasam. 
Utiliza a razoabilidade a coerência do encadeamento sistematizado de fatos-razões como fundamento de validade, ou seja, o argumento pró-tese desenvolve uma explicação razoável para determinada questão relevante do raciocínio argumentativo.
Tem uma estrutura sintática fixa e predeterminada: Tese + porque (fato 1) +, e também (fato 2). Além disso, (fato 3).O argumento pró-tese necessariamente tem que ter três fatos relevantes. 
Exemplo:A vítima deve ser indenizada porque teve sua perna amputada sem prévio consentimento, e também por ter sido liberada sem adequado atendimento. Além disso, foram omitidas informações relevantes sobre sua situação.
Posteriormente, cada um desses fatos será desenvolvido nos parágrafos seguintes do texto.
argumento de autoridade, ad verecundiam, magister dixit
	É aquele constituído com base nas principaisfontes do Direito e em pesquisas científicas. Indica-se, em especial, a legislação, a doutrina e a opinião fundamentada de especialistas.
	O argumento de autoridade é todo argumento na forma: Se A disse que P, então P. Ex. Einsten afirmou que não se pode viajar mais depressa que a luz; logo, não se pode viajar mais depressa que a luz.
	É necessário haver uma conjugação entre o caso concreto e a opinião da autoridade que está sendo utilizada para endossar a tese.
	A capacidade suasória do argumento de autoridade deve-se, primordialmente, a duas razões: a) a presunção de conhecimento; b) a presunção de imparcialidade.
Quem se deparar com o argumento de autoridade utilizado pela parte contrária deve colocá-lo à prova, estabelecendo sua validade. Mas não só: para aquele que, mais que seduzir, pretende realmente convencer com técnica, é recomendável que também questione a validade do argumento de autoridade que utiliza.
	Para que um argumento de autoridade seja válido, ele deve responder satisfatoriamente as seguintes questões:
a) A questão do expert: qual é o crédito de E como uma fonte científica? Deve-se investigar o arcabouço científico daquele que se apresenta como especialista. Quanto maior a representatividade do especialista, mais forte é o argumento (ex. aqueles ligados à pesquisa universitária).
b) A questão da área: E é expert na área em que se encontra a assertiva A? Não basta a credencial científica da autoridade para que ela seja fonte segura. Ela deve ser especialista na área específica em que se encontra a sua assertiva. Nas demais áreas, a opinião dele é como outra qualquer.
c) A questão da confiabilidade: E é pessoalmente confiável como fonte? Tem a ver com a qualidade das características subjetivas do especialista (ex.honestidade, retidão de manutenção da própria opinião etc.).
d) A questão da consistência: A está de acordo com as opiniões de outros experts? Todo pronunciamento é mais consistente quanto mais uníssono for em relação a outros do mesmo gabarito.
e) A questão das provas: A assertiva A é baseada em provas? Para que um argumento ad verecundiam seja eficiente, deve haver uma prova material das conclusões (ex. indicar com detalhes a citação), para que o leitor possa comprovar o raciocínio.
argumento por analogia
	É aquele em que se transita de um caso concreto a outro, arrazoando-se que, devido ao fato de serem ambos os casos semelhantes em alguns aspectos, são também semelhantes em outros mais específicos. Aqui se enquadra a jurisprudência. O argumento por analogia (ex. aproximação entre duas coisas porque há um ponto em comum entre elas) não se confunde com o argumento por comparação (ex.comparação de coisas semelhantes específicas) e com o argumento por ilustração/por exemplificação (ex. citação de exemplo). /
	Ele divide-se em:
a) Argumentação a pari – é aquela em que a conclusão aceita uma asserção, pela mesma razão que justificou a aceitação da asserção semelhante no antecedente.Ex. Esta cidade, devido ao excelente clima, curou Pedro; logo, pela mesma razão curará Bruno. Tende à falácia, ao engodo.
b) Argumentação a fortiori – é aquela em que a conclusão aceita uma asserção, com mais razão do que a que justificou a aceitação semelhante no antecedente. Ex. Pedro ficou bêbado ao tomar meia garrafa de vinho, com maior razão vai ficar bêbado se tomar uma garrafa inteira. De maior aceitação.
c) Argumentação a contrario – é aquela em que a conclusão acecita uma asserção, por razão contrária a que justificou, no antecedente, a aceitação de asserção oposta. Ex. Se a alimentação é necessária à saúde, por razão contrária, a ausência de alimentação é prejudicial à saúde.
Jurisprudência: analogia x autoridade. É inegável que a autoridade da jurisprudência utilizada advém do órgão que a profere. Contudo, independentemente da autoridade que a reveste, o que faculta verdadeiramente seu uso – e a torna eficiente – é a proximidade do caso analisado com os outros cujas decisões são tomadas como referência (analogia).
argumento de oposição
	O argumento de oposição serve como uma estratégia discursiva eficiente para a redação de uma boa argumentação sobre temas polêmicos. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva contrária. Apoia-se no uso de conectores argumentativos, concessivos e adversativos. Está contido dentro da ideia de técnica de enquadramento já vista no CPI.
	Pode se apresentar de duas formas:
a) Oposição restritiva: proposição aceita como possível, mas que se quer negar +, conector adversativo + tese + operador explicativo + proposição que se sobrepõe à anterior, anulando ou minorando seus efeitos. Ex. A vítima estava praticando esportes em local inadequado, mas o motorista deve ser responsabilizado porque dirigia em alta velocidade e aparentava estar praticando um racha.
b) Oposição concessiva: operador concessivo + proposição aceita como possível, mas que se quer negar +, tese, + operador explicativo + proposição que se sobrepõe à anterior, anulando ou minorando seus efeitos. Ex. Embora a vítima estivesse praticando esporte em local inadequado, o motorista deve ser responsabilizado, uma vez que dirigia em alta velocidade e aparentava estar praticando um racha.
Quando se começa a argumentação com um conector concessivo, a outra parte já sabe a sua conclusão (ex. Embora eu tenha feito todos os esforços possíveis, não consegui a vaga). Quando se começa a argumentação com um conector adversativo, cria-se um suspense (ex. Eu fiz todos os esforços possíveis, mas não consegui a vaga).
argumento de senso comum
É utilizado como reforço de outros argumentos. O senso comum é aquele conhecimento amplo e genérico que não possui lastro científico aprofundado, mas que está amplamente difundido no seio da sociedade. Portanto, se alguém afirma que a função do Direito é distribuir justiça ou também que sem educação o país não vai adiante está usando do senso comum. É uma afirmação que goza de consenso geral e é difundada na sociedade, utilizada como forma de validar um raciocínio anterior.
escala dos argumentos
	A priori, uma fonte não é melhor ou pior que outra, mas há uma escala persuasiva que as identifica como mais ou menos eficientes.
temas 9 e 10: alda valverde
tipos de discurso
Discurso tem um prefixo que significa dispersão, e curso significa movimento; logo, discurso é algo dinâmico, uma construção de sentido constante. Isso porque ele é resultado da interpretação daquele que o recebe em diálogo com aquele que o produz (o texto é estático, mas o discurso se altera conforme a sua visão de mundo, etc). A lei é aquilo que está estático (texto) e a norma está ligado ao discurso (dinâmico).
O discurso nos revela um sentido explícito e outro implícito, além de revelar as características de quem os enunciam (subjetividade de quem o produziu). Ex: O baiano toca berimbau, porque só tem uma corda. Se tivesse mais, não conseguiria -> Veja que esta frase revela que o seu enunciador tem preconceito com o baiano, ou seja, acha que todo baiano é preguiçoso.
O discurso é composto pelo locutor + interlocutor + discursos anteriores, influenciado por vários fatores externos, como tempo e espaço. O papel desempenhado pelos locutores determinará o tipo de discurso, seu objetivo é conteúdo (ex: o discurso do advogado será diferente do discurso do juiz).
Dentre as espécies de discurso temos o discurso jurídico - o discurso de poder (tom imperativo). Ferraz Junior divide o discurso jurídico em 4 vertentes:
Científico -> o texto jurídico será científico quando os doutrinadores elaboram discursos a partir da interpretação da norma (eles possuem um saber e o transmitem para os outros). Possui 3 modalizadores: poder/fazer/saber;
Burocrático -> Ele determina os procedimentos no mundo jurídico. Tem como modalizadores poder/fazer/fazer (ele expõe numa posição de poder e de produzir uma atitude, qual seja a de fazer como se deve fazer);
Normativo-> Expõe direitos e deveres. Tem como modalizadores poder/fazer/dever (expõe o que deve ser feito, ou seja, um fazer com um tom de imperatividade, de dever, de obrigatoriedade);
Decisório -> Determina o que se pode e o que se deve fazer (= ao normativo). Eles tem os mesmo modalizadores do discurso normativo porque a decisão é a aplicação da norma no caso concreto. Este é o discurso mais completo, pois abrange todos os demais.
Discurso decisório (poder-fazer-dever)
A palavra sentença deriva do latim sententia, "maneira de sentir". É responsável pela individualização e concretização do discurso normativo. O objetivo é dirimir conflitos (3ª pessoa institucionalizada, que interpreta, dentro outro elementos, o discurso das partes, a fim de conferir razão a uma delas). Gera efeitos não-discursivos, uma vez que produz efeitos extra-autos e modifica coisas do mundo e estados do mundo.
Especificidades da sentença (Bittar)
Toda sentença é um ato performático de linguagem, e, mais que isso, exercício de concretização e atualização de estruturas semióticas;
Deve ser escrita para que se apresente em sua concretude (saber-fazer) - aqui a pena é a de inexistência jurídica;
Apresentar-se com três partes formais, a saber, o relatório, o fundamento e o dispositivo - esse requisito corresponde à validade jurídica;
Quanto ao discurso burocrático, temos que observar o art. 8º e 11, do NCPC, segundo os quais o juiz, ao aplicar o ordenamento jurídico deve atender os fins sociais, a dignidade da pessoa humana, proporcionalidade, a razoabilidade, etc. É necessário que todo julgamento seja fundamentado.
O art. 489, do NCPC, é quem traz os elementos da sentença (indispensáveis): relatório, fundamentação (Irá analisar tudo que está no relatório) e dispositivo. José Carlos Barbosa Moreira diz que a palavra "resolverá" usada no art. 458, III, não foi bem usado, porque ele já resolveu na fundamentação, agora ele tem que decidir se acolhe ou não os pedidos.
Demonstração formal: a premissa maior é algo verdadeiro, indiscutível - axioma. Ou seja, é a permissão considerada necessariamente evidente e verdadeira, fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável, originada de princípios inatos da consciência ou de generalizações da observação empírica.
Demonstração dialética: a premissa maior é discutível, implica valoração. Para Aristóteles, a dialética é a arte do diálogo ordenado, é raciocinar a partir do provável, é reacionário de modo rigoroso, respeitando estritamente as regras da lógica.
Entimema -> Raciocínio retórico ou dedução retórica (ex: Josias ano pode ser sancionado porque não atuou de má-fé. Se conduz conforme o raciocínio dedutivo dialético, mas omite uma das premissa.
Argumentar é a arte de convencer e persuadir. Convencer é saber gerenciar informação, é falar a razão do outro, demonstrando e provando. Persuadir é saber gerenciar relação, é falar aa emoção do outro. Convencer é construir algo no campo das ideias (a pessoa passa a pensar como nós), ao passo que persuadir é construir no terreno das emoções, é sensibilizar o outro para agir.
A argumentação trabalha com a lógico do razoavel, da ponderação. O objetivo não eh alcancar a certeza, mas sim o verossímil (é a confiança presumida, são presunções que todos admitem até que se prove o contrário).
Modalização
Modalizadores são todos os elementos linguísticos, diretamente ligado ao evento da produção do enunciado e que funcionam como indicadores das intenções, sentimentos e atitudes do locutor com relação ao seu discurso.
Obs.: No relatório, temos que demonstrar imparcialidade, pelo que não podemos usar modalizadores nessa parte da sentença.
Exs: especialmente, evidentemente, quase, basicamente, realmente, infelizmente, impreterivelmente, sem dúvida, talvez, possivelmente, certamente, indubitavelmente, mesmo, etc. // adjetivos, palavras denotativas, escolhas lexicais, etc // verbos e locuções verbais: dever, poder, tem de, impõe-se que, há que, consentir, proibir, afastar, condenar, absolver, etc.
Temos que tomar cuidado também com os operadores argumentativos, ou seja, os elementos linguísticos que servem para orientar a sequência do discurso, isto é, para determina os encadeamentos possíveis com outros enunciados capazes de continuá-lo. Alguns exemplos são: mesmo, até, até mesmo, inclusive, nem (mais fortes), ao menos, pelo menos, no mínimo (mais fracos). 
Temos argumentos que somam argumentos (mesmo raciocínio - coerência), em favor da mesma conclusão. Ex: Não se pode negar que o réu tenha cometido o crime, porque as provas periciais deixam clara a autoria. Além disso, ele o confessou.
ATENÇÃO ao operador argumentativo "aliás": ele parece ser inofensivo, que o que vem depois não tem importância nenhuma, mas na verdade ele assume papel igual ao além disso, ou seja, o argumento mais forte deve vir depois dele.
Ex: João é o melhor candidato. Além de ter boa formação em Economia, tem experiência no cargo e não se envolve em negociatas. Aliás, é o único candidato que tem bons antecedentes.
Operadores que introduzem uma conclusão referente a argumentos apresentados em enunciados anteriores: portanto, logo, por conseguinte, porquanto, etc. Ex: Você deve dizer a verdade. Ou prefere continuar a ocultar o verdadeiro culpado e assumir as responsabilidades que não lhe cabem?
 Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões diferentes ou opostos: ou, então, quer...quer, seja...seja, etc. Ex: O melhor intelectual do crime é tão culpado quanto o seu executor.
Operadores que pode ser empregado como indicativo de mudança de estado, como o "já". Operadores que introduzem umajustificativa ou explicação: porque, já que, uma vez que, porquanto, etc. Operadores que contrapõeargumentos orientados pra conclusões contrárias: mas, porém, contudo, embora, ainda que, conquanto, posto que, etc.
Ex: Embora o réu tenha admitido a responsabilidade do ato, foi absolvido, porque agiu em legítima defesa XX O réu admitiu a responsabilidade do ato, mas foi absolvido, porque agiu em legítima defesa.
Melhor é a segunda opção, pois se vc começa com "embora", você já está dizendo que aquele argumento será fraco, já diz que você vai optar pelo contrário. Quando você começa absorvendo o argumento do outro, você cria uma expectativa. e depois a quebra com o conectivo.
Operadores que introduzem umaretificação, um esclarecimento: isto é, ou seja, quer dizer, etc. É usado quando o que se disse anteriormente não pareceu claro o suficiente. Ex: A testemunha mentiu, ou seja, violou o dever legal de dizer a verdade.
Relatório
Imprescindível, já que é o momento de o magistrado informar a pretensão do autor, suas causas de pedir, a resposta do réu, a palavra das testemunhas, etc. Aqui, o juiz transfere a responsabilidade de quem diz as coisas para manter a imparcialidade, ou seja, ele narra os acontecimentos relevantes do processo de maneira objetiva. Fica vedado o uso de modalizadores, para evitar demonstrar como irá decidir.
A polifonia (voz do outro) se manifesta de várias formas, tal qual o discurso direto (com aspas), o indireto (verbos de elocução*)
Verbos neutros: dizer, informar, expressar, perguntar,, responder, concluir, acrescentar, etc // verbos tendenciosos: afirmar, asseverar, criticar, denunciar, confidenciar, protestar, etc // verbos de elocução que indicam cronologia discursiva: retrucar, responder, emendar, repetir, etc; ou introdutores de discurso: de acordo com, segundo, conforme, etc.
Questões de prova
Modalize a frase abaixo positiva e negativamente por meio da alteração dos verbos dicendi. 
Em contestação, alega (supõe) o réu não haver na lei princípio que regule direito de passagem, mesmo que toda a doutrina diferentemente o considere, como afirma (assevera/assegura) o professor Fulano de Tal: “Há passagem forçada mesmo diante de encravamento relativo”.
Reescreva o trecho de relatório de sentença a seguir, de modo a articular os tempos verbais adequadamente aos atos e fatos narrados.
A.M.O. ingressou com ação de indenizaçãopor danos materiais e morais em face do BANCO ITAU S/A, alegando, em síntese, que em 30 de abril de 1999, ao solicitar empréstimo perante o Banco do Brasil, teve o pedido negado ao argumento de existirem cheques emitidos em nome do autor perante o Banco Itau S/A, agência de Tangará da Serra, apresentando o autor, assim, restrição cadastral perante o CCF e o SERASA. Salientou, porém, que jamais possuiu conta perante o estabelecimento bancário réu, sobretudo na longínqua cidade de Tangará da Serra. (...) NÃO CAI NA PROVA.
Corrija as frases abaixo, caso necessário, no tocante à colocação pronominal:
1. Atribuído-lhe o direito de resposta, não usou-o convenientemente.
	R. Atribuído (particípio não admite ênclise) a ele o direito de resposta, não (advérbio de negação é elemento atrativo) o usou convenientemente.
	2. Naquelas circunstâncias, falaria-se em atender ao pedido autoral.
	R. Naquelas circunstâncias, falar-se-ia (verbo no futuro do pretérito exige mesóclise, salvo em havendo fator de próclise) em atender ao pedido autoral.
	3. Era necessário que no caso concreto mantivesse-se a mesma linha de defesa.
	R. Era necessário que (conjução subordinativa é elemento atrativo) no caso concreto se mantivesse a mesma linha de defesa.
Verbo proparoxítono (ex. propuséramos) não admite ênclise. Ex. Propuséramos a emenda. Propuséramos + a = Propuséramo-la. Não cabe, pois se estaria inventando uma quarta sílaba (-la) e a palavra passaria a ser “proproparoxítona” o que não existe na nossa língua. Também não caberia A propuséramos, pois não se pode começar a frase com pronome oblíquo átono. Logo, o jeito é resgatar o sujeito: NÓS a propuséramos.
Justifique a colocação dos pronomes oblíquos átonos no artigo 142 do CPC, com base na gramática normativa:
Art. 142. No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á (verbo no futuro do presente sem que haja fator de próclise) o substituto e, não (elemento atrativo – advérbio de negação) o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.
Resolva o caso de ambiguidade a seguir, de modo a atender ao sentido expresso.
Após reconhecer seus pertences, o pai disse ao filho que sua participação naquela investigação, que era seu dever, lhe daria enorme tranquilidade.
De quem são os pertences? De quem é a participação? Qual é o dever e de quem? Tranquilidade a quem?
O filho vai reconhecer os pertences do pai. A participação foi do filho. O dever era do pai. A tranquilidade chegaria ao pai. 
Falar sobre um tipo de argumento.

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