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AO VIVO - Aula de Direito Penal Parte Geral para Carreiras Policiais - AlfaCon

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Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
1
TEORIA DO CRIME
CRITÉRIO
INTRODUÇÃO
Inicialmente, é importante destacar que o conceito 
de crime não é único e pode ser definido de diversas 
formas a depender do enfoque adotado.
Nesse sentido, a doutrina apresenta 03 critérios 
bastante comuns:
CRITÉRIOS
MATERIAL
FORMAL
ANALÍTICO
CRITÉRIO MATERIAL
Para tal critério, o crime é toda ação ou omissão 
que causa lesão ao bem jurídico penalmente tutelado.
Nas provas de concurso público, é bastante comum 
associar o critério material com um conceito pré-
jurídico, ou seja, o crime seria tudo aquilo que atenta 
contra os interesses da sociedade e que é reprimido 
por meio do Direito Penal.
CRITÉRIO FORMAL
Por outro lado, para o critério formal, leva-se em 
consideração um conceito legal de crime.
Nesse sentido, como visto anteriormente, o 
conceito legal de crime encontra-se no art. 1º do 
Decreto-Lei (Lei de Introdução ao Código Penal), nos 
seguintes termos:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei 
comina pena de reclusão ou de detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente 
com a pena de multa (...)
CRITÉRIO ANALÍTICO
Não há dúvidas de que é o critério mais exigido nos 
concursos públicos, sendo, portanto, nosso foco de 
estudo nos próximos blocos.
Inicialmente, é importante chamar atenção ao fato 
de que será adotada a TEORIA TRIPARTITE, aceita 
pela maioria das bancas de concurso público.
Assim, para o critério analítico, é possível 
conceituar o crime como sendo um fato típico, ilícito e 
culpável.
CRITÉRIO ANALÍTICO 
(TEORIA TRIPARTITE)
Fato típico
Ilicitude
Culpabilidade
OBS: Alguns doutrinadores adotam a TEORIA 
BIPARTITE. Para tal corrente, a CULPABILIDADE 
não seria um elemento do crime, mas um elemento da 
pena.
“ESCADA” DO CRIME
É importante destacar que, no critério analítico, só 
é possível falar em crime caso estejam presentes 
todos os elementos (tipicidade, ilicitude e 
culpabilidade).
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” atira contra “B”, que 
vem a morrer por conta dos disparos de arma de fogo.
No exemplo acima, não é possível, a priori, afirmar 
que há o crime de homicídio.
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
2
Assim, com as informações apresentadas, há como 
apontar, apenas, que houve um fato típico, previsto no 
art. 121 do Código Penal.
Com a escassez de informações, não há como saber 
se “A”, por exemplo, agiu em legítima defesa, hipótese 
de exclusão da ilicitude. 
Nesse caso, não há dúvidas da inexistência de 
crime, já que ausente o 2º elemento (ilicitude).
Tudo isso que foi dito pode ser resumido no 
seguinte esquema, denominado de “escada do crime”:
FATO TÍPICO 
(TIPICIDADE)
ILICITUDE
CULPABILIDADE
Em suma, para a existência do crime, é necessária a 
presença de todos os elementos, de forma que cada 
um, na ordem apresentada, seja pressuposto do 
antecessor.
FATO TÍPICO
CONCEITO
É todo fato jurídico decorrente da conduta de um 
indivíduo que atenta contra um bem jurídico e, por tal 
razão, o legislador resolveu reprimir por meio da 
criação de um tipo penal.
Por exemplo, cita-se o tipo penal do art. 121 do CP, 
conhecido como homicídio, que visa proteger a vida 
(bem jurídico).
TIPO PENAL é a descrição, em lei, de uma conduta 
proibida e que enseja a cominação de uma pena.
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
Da mesma forma que o crime é formado por seus 
elementos (fato típico, ilicitude e culpabilidade), cada 
um deles serão compostos por outros elementos.
Em relação ao fato típico, os elementos são:
FATO TÍPICO
Conduta
Resultado
Nexo 
Causal
Tipicidade
Assim, até o momento, é possível apresentar o 
seguinte esquema:
CRIME
Fato típico
Conduta
Resultado
Nexo Causal
Tipicidade
Ilicitude
Culpabilidade
CONDUTA
Sem adentrar nas teorias que, hoje, só tem 
relevância história, o Direito Penal brasileiro adota a 
chamada TEORIA DA FINALIDADE para caracterizar 
a conduta (elemento do fato típico).
Assim, conduta é o comportamento humano 
(comissivo ou omissivo) consciente e voluntário que é 
dirigido a um fim.
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA
Tendo em vista que a conduta penalmente 
relevante é aquela imbuída de consciência e de 
voluntariedade, caso tais características não estejam 
presentes no caso concreto, ocorrerá sua exclusão.
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
3
Dentre as causas de exclusão da conduta, destaca-
se a chamada COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL.
A coação física irresistível é uma força física 
irresistível, ou seja, ocorre quando o corpo do coato 
(coagido) é utilizado como mera massa mecânica nas 
mãos do coator.
Por exemplo, “A”, deliberadamente, empurra “B”, 
que cai em cima de “C”, causando-lhe lesão corporal. 
Nesse caso, “B” não responderá pelo crime, já que sua 
conduta foi involuntária.
DÚVIDA: Qual é a diferença entre a coação física 
irresistível e a coação moral irresistível?
Inicialmente, cumpre ressaltar que, em ambos os 
casos, não há crime.
A diferença, contudo, reside no motivo da ausência 
do delito. 
Assim, na coação física irresistível, como visto, não 
há crime porque a conduta é involuntária, resultando, 
portanto, na atipicidade.
Por outro lado, como será abordado 
posteriormente, a coação moral irresistível repercute 
na culpabilidade, especificamente, na exigibilidade de 
conduta diversa.
Portanto:
COAÇÃO FÍSICA 
IRRESISTÍVEL
Ausência de 
conduta
Atipicidade
COAÇÃO MORAL 
IRRESISTÍVEL
Inexigibilidade 
de conduda 
diversa
Exclusão de 
culpabilidade
RESULTADO
CONCEITO
É a modificação do mundo externo que se segue à 
conduta, considerada relevante para o Direito Penal.
Contudo, é importante frisar que o conceito ora 
apresentado se refere ao chamado resultado 
naturalístico.
Assim, essa alteração no mundo externo, quando 
ocorrer, será chamada de resultado naturalístico.
DÚVIDA: Todo crime possui resultado naturalístico?
A resposta é NÃO.
Há crimes que não causam uma alteração no 
mundo externo, por exemplo, o crime de 
desobediência (CP, art. 330).
Por outro lado, sabe-se que a prática de um crime 
sempre causa lesão ao bem jurídico tutelado pelo 
Direito Penal, ou seja, causa um resultado jurídico.
RESULTADO 
NATURALÍSTICO
Alteração no 
mundo 
externo
RESULTADO 
JURÍDICO
Lesão ao bem 
jurídico
CLASSIFICAÇÃO DE CRIME: MATERIAL, FORMAL E 
DE MERA CONDUTA
Há uma classificação bem conhecida no Direito 
Penal, que leva em consideração a relação entre o 
resultado naturalístico e a consumação do crime.
Dessa forma, os crimes podem ser classificados em:
CLASSIFICAÇÃO
Material
Formal
Mera 
conduta
CRIME MATERIAL
O crime material é aquele em que há previsão no 
tipo penal de um resultado naturalístico e que tal 
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
4
circunstância precisa ocorrer para que se tenha a 
modalidade consumada.
Por exemplo, o homicídio é classificado como 
crime material, já que há no art. 121 do CP a previsão 
do resultado naturalístico (morte) e tal condição é 
necessária para a consumação, ou seja, se não ocorrer 
o resultado morte, o homicídio será na modalidade 
tentada.
CRIME 
MATERIAL
Previsão de resultado 
naturalístico
O resultado 
naturalístico é 
necessário para a 
consumação do crime
CRIME FORMAL
O crime formal é aquele em que há previsão no tipo 
penal de um resultado naturalístico, mas sua ausência 
no caso concreto não interfere na consumação do 
crime.
Por exemplo, o crime de extorsão (CP, art. 158) 
prevê um resultado naturalístico, que é a obtenção da 
vantagem indevida pelo agente. 
Contudo, a consumação da extorsão independe do 
recebimento dessa vantagem, já que esta se dá no 
momento em que o agente a exige, ou seja, o lucro 
ilícito é mero exaurimento do delito.
CRIME 
FORMAL
Previsão de resultado 
naturalístico
O resultado 
naturalístico não é 
necessário para a 
consumação do crime
CRIME DE MERA CONDUTA
O crime de mera conduta é aquele emque não há 
previsão no tipo penal de um resultado naturalístico, 
ou seja, praticada a conduta descrita no tipo penal, o 
crime estará consumado.
A doutrina apresenta diversos exemplos de crimes 
de mera conduta, como a violação de domicílio (CP, 
art. 150). 
Assim, uma vez violado o domicílio, o crime já 
estará consumado, até porque não há previsão de um 
resultado naturalístico em sua descrição, ou seja, 
basta que o agente adentre na residência sem 
autorização:
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou 
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou 
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas 
dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
CRIME DE MERA 
CONDUTA
Não há previsão 
de resultado 
naturalístico
NEXO CAUSAL
Nexo causal, ou causa, é o vínculo formado entre a 
conduta praticada por seu autor e o resultado por ele 
produzido.
O art. 13 do Código Penal traz o conceito legal de 
causa:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do 
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual 
o resultado não teria ocorrido.
Assim, apresenta-se o esquema abaixo:
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
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Por exemplo, a conduta de atirar contra a vítima 
levará ao resultado morte, em razão dos disparos 
(nexo causal).
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES 
(CONDITIO SINE QUA NON)
O Código Penal brasileiro adotou a teoria da 
equivalência dos antecedentes (sine qua non) para 
definir o conceito de causa (nexo causal).
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do 
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual 
o resultado não teria ocorrido.
Nesse sentido, causa é toda a ação/omissão que 
leva ao resultado, independente do grau de sua 
contribuição, ou seja, há equivalência dos 
antecedentes.
NEXO 
CAUSAL
Teoria da 
equivalência dos 
antecedentes
Causa é toda 
ação/omissão sem a 
qual o resultado não 
teria acontecido
OBS: Percebe-se que a intenção do legislador foi 
criar um conceito abrangente de causa, de forma a 
gerar responsabilização ampla dos envolvidos.
MÉTODO DA ELIMINAÇÃO
A teoria da equivalência dos antecedentes utiliza o 
método da eliminação para delimitar o que seria 
causa de um crime.
Para tal método, se a eliminação hipotética de 
determinado fato levar à inexistência do resultado, 
esse fato será causa do crime.
Da mesma forma, caso o resultado permaneça com 
a eliminação hipotética, o fato não será causa do 
crime.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: João, antes de deitar e 
com a intenção de se matar, ingeriu veneno. Na 
mesma noite, José entrou na residência de João e 
disparou diversos tiros contra a vítima. 
Posteriormente, o exame cadavérico comprovou que a 
morte ocorreu por envenenamento.
No exemplo acima, ao se eliminar, hipoteticamente, 
a conduta de José (tiro), o resultado (morte) ainda 
teria acontecido, o que leva a conclusão de que sua 
conduta não é causa do crime.
ELEMENTO SUBJETIVO
A aplicação do método da eliminação leva ao 
inconveniente retrocesso ao infinito.
Por exemplo, para o método da eliminação, a mãe 
do assaltante, ao dar à luz, também foi causa do crime, 
já que se eliminado hipoteticamente o seu 
nascimento, não haveria o assalto.
Aliás, se tal raciocínio for aplicado sucessivamente, 
Adão e Eva seriam responsáveis por todos os crimes 
já praticados sob a face da Terra.
Para evitar a teratologia no método da eliminação, 
a teoria da equivalência dos antecedentes exige que a 
conduta tenha como elemento subjetivo dolo ou 
culpa.
 Com isso, no exemplo acima, ainda que o 
nascimento do assaltante seja “causa” do assalto, sua 
mãe não seria responsabilizada penalmente, já que 
não agiu com dolo ou culpa na concepção.
CONCAUSAS
CONCEITO
A concausa pode ser definida como um 
acontecimento/fato paralelo à conduta do agente e 
que contribui para o resultado.
CONCAUSAS DEPENDENTES
A concausa dependente é aquela que decorre da 
conduta do agente, inserindo-se no curso normal do 
desenvolvimento dos fatos.
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
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SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” acerta uma facada 
em “B”. Por conta da facada, “B” sofre uma hemorragia 
interna e morre.
Do exemplo acima, é possível afirmar que a 
hemorragia é uma concausa dependente da facada e 
que contribuiu para o resultado (morte).
CONCAUSAS INDEPENDENTES
A concausa independente é aquela que foge da 
linha normal de desdobramento da conduta, ou seja, é 
algo imprevisível, mas que corrobora para o 
resultado.
As concausas independentes são classificadas em: 
ABSOLUTAS e RELATIVAS.
CONCAUSA 
INDEPENDENTE
Absoluta
Relativa
CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE
A concausa absolutamente independente tem a 
característica de romper o nexo causal, tornando-se, 
portanto, a única responsável pelo resultado.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, desejando a morte 
de “B”, coloca veneno em sua refeição. Contudo, antes 
do efeito do veneno, “B” sai com o carro e morre em 
um acidente automobilístico.
No exemplo acima, percebe-se que o acidente 
automobilístico é uma concausa absolutamente 
independente ao veneno ministrado por “A”, pois é 
apto, sozinho, a levar ao resultado (morte).
CONCAUSA RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTE
CONCEITO
A concausa relativamente independente, apesar de 
externa, origina-se da própria conduta do agente.
Em regra, por manter um vínculo com a conduta do 
agente, a concausa relativamente independente não 
tem a aptidão para romper o nexo causal, como ocorre 
na hipótese de concausa absolutamente 
independente.
Dessa forma, o agente continua a responder pelo 
resultado do crime.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” é alvejado por 
disparo de arma de fogo em região do corpo não letal, 
contudo, vem a falecer de hemorragia em razão de ser 
portador de hemofilia.
No exemplo apresentado, foi o fato de ser 
hemofílico que levou à morte de “A”, já que não 
suportou a perda de sangue decorrente da 
hemorragia.
Porém, a hemorragia (causa da morte) só ocorreu 
porque “A” sofreu um tiro, ou seja, a hemofilia foi uma 
concausa relativamente independente, pois está 
associada à lesão sofrida com o disparo da arma de 
fogo.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, ao ter uma arma 
apontada contra si, corre em direção a uma avenida 
muito movimentada, vindo a falecer ao ser atropelado 
por um veículo.
Nesse caso, a morte foi consequência do 
atropelamento, mas o acidente só ocorreu porque a 
vítima se assustou, ou seja, há relação direta entre o 
resultado e a conduta do agente de apontar a arma de 
fogo, sendo, portanto, uma concausa relativamente 
independente. 
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE 
SUPERVENIENTE QUE POR SI SÓ PRODUZIU O 
RESULTADO
O art. 13, §1º, do CP apresenta a seguinte redação:
Art. 13, § 1º, do CP – “A superveniência de causa 
relativamente independente exclui a imputação 
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos 
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os 
praticou”.
Como dito anteriormente, nas concausas 
relativamente independentes, pela aplicação da teoria 
da equivalência dos antecedentes, o agente responde 
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
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pelo resultado, já que não há rompimento do nexo 
causal.
Contudo, o dispositivo legal acima apresenta uma 
exceção à teoria da equivalência dos antecedentes.
A redação do art. 13, §1º, do CP, é de difícil 
compreensão, portanto, para facilitar o aprendizado, é 
necessário analisar cada um de seus elementos:
ART. 13, 
§1º, DO CP
Concausa 
relativamente 
independente
Superveniente
Por si só produz 
o resultado
A concausa relativamente independente já foi 
objeto do tópico antecedente.
Por outro lado, entende-se por superveniente a 
concausa que se origina após a conduta do agente.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” atira em “B”, 
contudo, este é socorrido por uma ambulância. No 
trajeto até o hospital, a ambulância se envolve em um 
acidente e “B” morreem decorrência da batida.
No exemplo acima, o acidente automobilístico é 
posterior, ou seja, superveniente à conduta de “A” 
(tiro).
Por fim, a expressão “por si só produz o resultado” 
está relacionada à eficiência da concausa 
relativamente independente superveniente de 
produzir o resultado esperado pelo o agente.
Nesse sentido, no exemplo acima, o acidente de 
trânsito causou a morte da vítima, 
independentemente, do tiro, ou seja, produziu, 
sozinho, o resultado (morte).
Assim, na situação hipotética, “A” não responderá 
pela morte de “B” (resultado), mas, apenas, pelos atos 
praticados, ou seja, tentativa de homicídio.
Para não restar dúvidas, vamos para um outro 
exemplo.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” atira em “B”, 
contudo, este é socorrido por uma ambulância e 
levado para o hospital. Contudo, em razão de uma 
infecção hospitalar, “B” vem a falecer.
Da mesma forma do exemplo anterior, temos uma 
concausa relativamente independente e 
superveniente.
Contudo, nesse caso, a concausa não “produziu por 
si só o resultado”, pois a infecção hospitalar não era 
capaz de causar a morte, mas isso aconteceu porque a 
vítima estava debilitada em razão do tiro.
Assim, “A” responderá pelo resultado morte, ou 
seja, por homicídio consumado.
MACETE: Para identificar se a concausa “produziu 
por si só o resultado”, imagine, na situação concreta, 
um terceiro.
Assim, no caso concreto, se a vítima e o terceiro 
sofreram o resultado esperado pelo agente, a concausa 
produziu por si só o resultado.
Por exemplo, no caso do acidente com a 
ambulância, a morte não foi apenas da vítima, mas de 
todos os ocupantes do veículo (ou, pelo menos, 
poderiam morrer), assim, tal fato “produziu por si só o 
resultado”.
Por outro lado, no caso da infecção hospitalar, a 
morte atingiu apenas a vítima, já que um terceiro, 
saudável (por não ter tomado um tiro), não teria 
morrido da doença.
Nesse caso, a infecção hospitalar (concausa 
relativamentemente independente superveniente), por 
si só, não produziu o resultado.
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
Como dito anteriormente, o Código Penal adota, em 
regra, a teoria da equivalência dos antecedentes.
Contudo, no caso do art. 13, §1º, do CP, foi adotada, 
excepcionalmente, a chamada teoria da causalidade 
adequada, pois permite que o agente responda apenas 
pela conduta praticada, ao invés do resultado efetivo.
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
MUDE SUA VIDA!
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NEXO 
CAUSAL
Regra: Teoria da 
equivalência dos 
antecedentes
Exceção: Teoria da 
causalidade 
adequada

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