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APOSTILA DE CONTABILIDADE EMPRESARIAL PROF. MS.ANTONIO ROBERTO DA COSTA São Paulo, 2018 SUMÁRIO Introdução 3 1 – Origem da Contabilidade 4 2 – Conceitos de Contabilidade 5 3 – Legislação Contábil 9 4 – Patrimônio 11 5 – Balanço Patrimonial 12 6 - Equação Fundamental do Patrimônio 13 7 – Contas Contábeis 13 Exercícios de conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 14 8 – Formação do Patrimônio 16 Exercícios sobre variações patrimoniais e Balanço Patrimonial 18 9 – Atos e Fatos Administrativos 20 10 – Plano de Contas 20 11- Escrituração Contábil, Método das Partidas Dobradas e Exercícios 23 12 – Origem e Aplicação de Recursos 27 13 - Balancete de Verificação 28 14 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 28 15 - Apuração de Resultados e exercícios 30 16 - Regime de Apuração Contábil: Caixa x Competência- Conceitos e exercícios 31 17 – Provisão, Análise e Ajustes Contábeis 33 18 - Operações com Mercadorias(Estoques): Conceitos e exercícios 34 19 - Nova estrutura das Demonstrações Contábeis – Lei 11638/07 38 20 - Incidência de Impostos sobre Compras e Vendas 41 21 – Recuperação e Apuração de Impostos Depreciação, Amortização e Exaustão 46 22 – Principais documentos utilizados pela contabilidade 50 23 - Exercícios diversos e Folha de Pagamento 51 24 - Bibliografia 57 INTRODUÇÃO Com a crescente globalização e a alta competitividade na economia, muito se fala em adaptação às freqüentes transformações do mercado. É preciso agilidade na tomada de decisões, com o auxílio de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas. Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Nesse sentido, em Fundamentos da Contabilidade, trataremos a Contabilidade como uma ferramenta de gestão e controle, que busca mensurar os resultados de uma organização. Em Fundamentos da Contabilidade, trataremos a contabilidade como um instrumento de gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados de uma organização. As análises desses resultados tornam-se relevantes em função da globalização e da alta competitividade da economia. Verificaremos, ainda, como números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Hoje, as empresas, qualquer que seja o seu tamanho, devem competir numa perspectiva global, dispor das tecnologias de informação mais modernas e o conhecimento das melhores práticas de gestão empresarial, além de saber aplicá-las de forma eficaz e rentável. Esta combinação entre tecnologia e ferramentas de gestão se torna fator decisivo para a lucratividade e longevidade das empresas. Para a tomada de decisões em uma empresa é necessário ter à disposição: uma estrutura contábil / econômica / financeira, eficiente, uma visão estratégica integrada de negócios, conhecimentos e informações atualizadas. A Contabilidade é imprescindível em todas as empresas, pois é a linguagem com a qual o mundo dos negócios se comunica. A Contabilidade tem por fim mensurar os resultados de uma entidade. Com estes números, podemos perceber se a condução da empresa tem sido boa, razoável ou ruim. Números passados permitem que se projetem resultados. E é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Os números passados, também, tornam possível ao governo legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários possam discutir a participação deles no lucro da companhia. Em resumo, a Contabilidade é um instrumento de gestão e controle, representando um sustentáculo da democracia. 1. ORIGEM DA CONTABILIDADE A Contabilidade não surgiu por força de lei de natureza fiscal ou societária, surgiu com base em princípios filosóficos ou com base em regras pré-estabelecidas. Ela surgiu muito mais, como método que ordenava valores, mostrava a evolução do patrimônio, media resultados e por final mantinha o próprio escriturador (dono/criador) e usuário informado daquilo de que ele necessitava. O surgimento e a evolução da contabilidade confundem-se com o próprio desenvolvimento da humanidade. Nesse contexto os estudos sobre as civilizações da Antiguidade nos mostram que o homem primitivo já, “cuidava de sua riqueza”, através, por exemplo, da contagem e do controle de seu rebanho. Porém, alguns estudiosos fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência das contas e os primeiros exemplos completos de contabilidade rudimentar, a aproximadamente 4000 a.C. na civilização sumério-babilonense. A contabilidade aprimorou-se de acordo com as necessidades de cada período histórico. O aparecimento da escrita, o surgimento da moeda, o descobrimento da América, a invenção da máquina a vapor, que deu impulso à revolução industrial, são marcos da nossa história que fizeram desencadear o desenvolvimento da ciência contábil. O desenvolvimento da contabilidade em toda a sua história esteve intimamente ligado ao desenvolvimento econômico e às transformações sociopolíticas e socioculturais experimentais em cada época. O homem foi sentindo a necessidade de aperfeiçoar seu instrumento de avaliação da situação patrimonial ao mesmo tempo em que as atividades econômicas foram-se tornando mais complexas. Podemos delimitar a evolução da contabilidade em duas grandes escolas: a italiana e a norte-americana. ESCOLA ITALIANA: após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIV), e sua divulgação em 1494, através da obra de Luca Pacioli, a chamada “escola italiana” teve impulso e se espalhou pela Europa. A escrituração contábil ganhou relevância, fazendo com que os registros patrimoniais e os métodos da avaliação se desenvolvessem enormemente. ESCOLA AMERICANA: Diversas organizações norte-americanas ligadas à pesquisa e desenvolvimento de normas e procedimentos de contabilidade, como a American Accounting Association (AAA) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), muito contribuíram para o amadurecimento da ciência contábil. A escola norte-americana, além de aperfeiçoar as técnicas de registro advindas da escola italiana, também aprimorou as técnicas de auditoria desenvolvidas pelos ingleses. A CONTABILIDADE NO BRASIL: No Brasil, a contabilidade é baseada na legislação, e por volta de 1754, ainda como colônia de Portugal, iniciou-se a formação profissional na área contábil, quando foi autorizada a criação do curso “Aula de Comércio”, supervisionado pela junta de comércio de Lisboa. Ao longo do tempo a contabilidade foi se aperfeiçoando e se aprimorando cada vez mais, até chegar à Lei 6404/76 das sociedades por ações, que permanece até os dias de hoje, e também à Lei 11638/07 que converge o Brasil para as normas internacionais de contabilidade. 2. CONCEITO DE CONTABILIDADE Segundo (RIBEIRO, 2003) A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manterem um controle permanente do Patrimônio da empresa, ou seja, estuda o Patrimônio sob o ponto de vista econômico e financeiro. Segundo (A Equipe de Professores da FEA/USP, 1998, p.21), a Contabilidade é uma ciência social aplicada, ou instrumento básico para: registrar, controlar e analisar as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de pessoas físicas, entidades não lucrativas e empresas em geral, inclusive as de direito público (Estados, Municípios, União, Autarquias, etc...). Segundo (MARION, 2007,), a Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomada de decisões. Portanto podemos afirmar que a Contabilidade é uma ciência social, que estuda o patrimônio de uma entidade, registrando as variações por ele sofridas, apurando resultados e prestando informações aos usuários da informação contábil. A contabilidade é também um sistema de informação, que tem seu campo de ação basicamente apoiado em um tripé:REGISTRO; CONTROLE; INFORMAÇÃO. A contabilidade é uma ciência social que tem por objetivo estudar o sistema da riqueza administrativa a fim de observar o complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem o patrimônio da empresa. No Brasil é regida pelos seus princípios fundamentais de contabilidade. 2.1 Objetivo da Contabilidade O objetivo da contabilidade é o de informar, permitir, a cada grupo de usuários, internos e externos a avaliação da situação econômica e financeira da empresa. Ex: fornecedores, clientes, governos, bancos (externos), e diretores, funcionários (internos). 2.2 Finalidade da Contabilidade A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio de ordem econômica e financeira que facilitem as tomadas de decisões por parte dos administradores ou proprietários como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa. Tem também outras duas finalidades importantes: A) CONTROLE: Através de relatórios, balancetes, inventários, livro diário, etc... B) PLANEJAMENTO: Decisão do futuro 2.3 Aplicação da Contabilidade O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, até mesmo as pessoas de direito publico, como a União, os Estados, os Municípios, as autarquias etc., e também pessoas físicas. A contabilidade inicia-se com a ocorrência de fatos que provocam modificações no Patrimônio da empresa. Ex: compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc... 2.4 Objeto da Contabilidade O objeto da contabilidade é o Patrimônio das empresas. 2.5 Grupos Interessados na Informação Contábil: 2.5.1 Sócios Acionistas e Proprietários em Geral. Essas pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus investimentos, que por motivos diversos se mantêm ausentes das empresas, necessitam de informações resumidas, claras e precisas, para administrar o retorno de seus investimentos a médio e longo prazo. Essas pessoas normalmente se mantém afastadas das operações das empresas e por isto necessitam de informações resumidas que dêem respostas claras, em relação, por exemplo, à rentabilidade e segurança de seus investimentos. 2.5.2 Administradores, Diretores e Executivos. O interesse desse grupo atinge um grau de importância bem maior que os demais. É através das informações contábeis que eles partirão para tomada de decisões. Tais decisões visam principalmente o futuro, mais para se preparar para agir no futuro é necessário conhecer detalhes do que ocorreu no passado, como também o que esta ocorrendo no presente. A contabilidade fornece todos os subsídios necessários para que este grupo possa gerenciar a empresa. Cabe ao administrador usar as informações contábeis inteligentemente, como ferramentas de trabalho que possa permitir tomar decisões visando o futuro com maior segurança e também conhecer a situação atual. Desta forma, a orientação e acompanhamento do contador são fundamentais. 2.5.3 Município, Estado, União, Mercado e Empregados: O Governo interessa-se também pela contabilidade, porque é através dela que exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições, principalmente o imposto de renda que é taxado a partir dos balanços, após ajuste do lucro liquido do exercício. E também para fazer uma análise setorial da economia. O mercado analisa as demonstrações financeiras para acompanhar a evolução das cotações das ações, principalmente a bolsa de valores para as empresas do capital aberto. Os empregados, quando há participações nos resultados (lucros). 2.5.4 Bancos, Fornecedores, Capitalistas Emprestadores de Dinheiro. É através de análises específicas em relatórios econômico-financeiro, quem empresta o dinheiro poderá decidir sobre a conveniência ou não de se conceder o empréstimo. Se a empresa estiver com dificuldades financeiras, e não tiver perspectivas de saneamento, a tendência é de que elas aumentem. Para as instituições financeiras, fornecedores, as perguntas são basicamente as mesmas dos sócios e acionistas. EXEMPLO: Terei o retorno esperado? Qual a solidez da empresa? 2.5.5 Pessoas Físicas. A contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das finanças também nos casos dos patrimônios individuais. Freqüentemente, as pessoas se esquecem de alguns conhecimentos de contabilidade que muito as ajudariam no controle, ordem e equilíbrio de seus orçamentos domésticos. 2.6 Papel da Contabilidade 2.6.1 - Instrumento Legal Como vimos no tópico anterior, são varias as entidades e pessoas interessadas na contabilidade da empresa. Os seus princípios, regras, normas e critérios são geralmente uniformes de sorte de permitir apurar resultados mensuráveis e comparáveis no presente e no futuro. Sendo as empresas organismos sociais, parte de seus resultados irão contribuir na manutenção e bem estar da sociedade, sob a forma de tributos e empregos diretos e indiretos, razão porque desde a constituição da empresa há Leis definindo e regulamentando todas as transações que vierem ocorrer ao longo de sua existência. 2.6.2 - Instrumento Gerencial A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informações e avaliação, destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza, econômico-financeira, física e de produtividade em um determinado momento. Este sistema é compreendido por um conjunto articulado de dados técnicos de acumulação, ajustes e de relatórios, com a finalidade de avaliar a situação financeira e econômica da empresa em momento estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. A contabilidade não é utilizada visando unicamente a atender exigências fiscais, mas, auxiliar as pessoas (físicas e jurídicas) a tomarem decisões. 2.6.3 - Instrumento Informativo A contabilidade registra todas as operações ou movimentações possíveis de se medir monetariamente. Resume os dados, registrados ou contabilizados, em forma de relatórios ou demonstrações, disponibilizando-as aos interessados em conhecer a situação econômico-financeira da empresa. Através dessas informações os interessados recordam fatos realizados, analisam resultados e tomam decisões gerenciais visando o planejamento de suas atividades. 2.7 - Contabilidade financeira x contabilidade gerencial Para finalizarmos este primeiro módulo em que discutimos o surgimento da contabilidade e seus principais conceitos, basta diferenciarmos a contabilidade financeira da gerencial. Contabilidade financeira: é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos, como acionistas, credores e autoridade governamentais. Ela é condicionada a imposições legais e requisitos fiscais e voltada para o passado. Contabilidade gerencial: é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsável de seus recursos. ITEM FINANCEIRA GERENCIAL Clientela Externa Interna Propósito Reportar o desempenho passado Informar decisões tomadas pelos gerentes Data Histórica, atrasada. Reflete uma realidade passada Atual, orientada para o futuro Restrições Regulamentada: leis fiscais e princípios fundamentais de contabilidade Desregulamentada: satisfazer necessidades estratégicas e operacionais Tipo de informação Somente para mensuração financeira Mensuração física e operacional dos processos, tecnologia e competidores Natureza da informação Objetiva, auditável, confiável, consistente e precisa Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, válida, relevante e acurada Escopo Muito agregada; reporta toda a empresa. Está presa à obediência de toda a legislação Desagregada; informa as decisões e ações locais. Não está presa à obediência de legislação, assim pode produzir relatórios setoriais e com conteúdo mais informacional 3. LEIS QUE REGEM A CONTABILIDADE 3.1 - Lei Das Sociedades Por Ações nº. 6404 DE 1976 e 11638/07A LEI 6404, de 15/12/1976 dispõe sobre as sociedades por ações, mais comumente chamada da Lei das S. As, e também da Lei 11.638 de 28/12/2007 e MP 449 de 03/12/2008, onde o Brasil com estas alterações e atualizações na legislação está convergindo para as normas internacionais de contabilidade a partir de 2010, em que as empresas deverão elaborar as demonstrações financeiras e contábeis consolidadas de acordo com o IFRS (Internacional Financial Reporting Standard), que é um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacional e que já é adotado em mais de 100 países em todo o mundo. No Brasil, a lei das sociedades por ações é que normaliza todos os procedimentos societários de montagem das demonstrações financeiras e rege toda a administração das empresas de capital aberto. 3.2 CFC – Conselho Federal de Contabilidade O CFC define as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) no artigo 1º da Resolução CFC nº. 711/91: "Art. 1º As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem um corpo de doutrina contábil que estabelece regras de conduta profissional e procedimentos técnicos a serem observados quando da realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº. 560/83, de 28.10.1983.” 3.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: 3.3.1 Princípios, Postulados e Convenções Contábeis Os princípios representam à essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência de Contabilidade, constituem as regras centrais da estrutura contábil; As convenções são as delimitações das regras centrais dos princípios e postulados; Os postulados dizem respeito à abrangência da atuação da entidade, são as premissas básicas acerca do ambiente econômico, político e social. Representam, portanto, a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. As convenções (restrições) seriam como sinais ou placas indicando com mais especificidade o caminho a seguir, os desvios, as estradas, as saídas, etc... Postulados da Entidade Contábil: “A Contabilidade é mantida para as entidades: os sócios ou quotistas desta, não se confundem para efeitos contábeis, com aquelas...” Postulados da Continuidade das Entidades: “Para a contabilidade a Entidade é um organismo vivo que irá viver por um longo período de tempo (indeterminado), até que surjam fortes evidências em contrário...” Princípio do Custo Como Base de Valor: “O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-los e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a Entidade, representa a base de valor para a contabilidade, expresso em termos de poder aquisitivo constante...” Princípio do Denominador Comum Monetário: “As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados, serão expressos em termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do último Balanço Patrimonial...” Princípio da Realização da Receita: “A Receita é considerada e, portanto, passível de registros pela contabilidade quando os produtos ou serviço pela entidade são transferidos para outra entidade mediante pagamento ou compromisso de pagamento...” Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas Com os Períodos Contábeis: “Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período com as mesmas, deverá ser confrontada...” Convenção da Objetividade: “Para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da aplicação do princípio, preferir-se-ão, em ordem decrescente: a) os que puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos; b) os que puderem ser elaborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão. Convenção da Materialidade: “O contador deverá sempre avaliar a influência a materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo-benefício...” Convenção do Conservadorismo: “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o Patrimônio, igualmente válidos segundo os princípios fundamentais da contabilidade, escolherá o que representar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações.” Convenção da Consistência: “A contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que, os usuários das demonstrações contábeis, tenham possibilidade de detalhar a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível...” 3.3.2 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E CONTÁBEIS Conceito: São os dados coletados pela contabilidade, apresentados periodicamente aos interessados de maneira resumida, ordenada e de acordo com a legislação. Principais demonstrações, obrigatórias por lei: a) Balanço Patrimonial (BP), b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAC), d) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC). Período de apresentação das demonstrações financeiras. A lei das Sociedades por Ações (S/A) estabelece que ao fim de cada período de 12 meses a diretoria da empresa elaborar com base na contabilidade as demonstrações financeiras. 3.4 IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil O IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil tem a função de discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da sociedade em geral. Dessa forma, contribuímos para a criação e a manutenção de um mercado sadio, regido pela ética profissional. Também é função do IBRACON atuar no conjunto das entidades de ensino colaborando para o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor independente em nossa sociedade. 3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários A CVM é um órgão regulador das sociedades anônimas, emite deliberações, que devem ser seguidas pelas S/As. De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá, entre outras, as seguintes funções: · Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; · Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; · Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; 4 - O QUE É PATRIMÔNIO? PATRIMÔNIO: é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma Entidade. BENS: qualquer coisa que possa satisfazer uma necessidade do homem e que seja suscetível de avaliação econômica (preço). Os bens se classificam em: Tangíveis: que têm existência física. Ex. automóvel, dinheiro, casa, etc. Intangíveis: são os chamados bens abstratos ou imateriais, não têm existência física. Ex. marcas e patentes, direitos autorais, etc. DIREITOS: são bens sobre os quais exercemos domínio, mas que estão sob posse de terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a receber. Ex. clientes ou duplicatas a receber, títulos a receber, etc. OBRIGAÇÕES: são bens que se encontram sob nossa posse, mas o domínio sobre eles é exercido por terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a pagar. Ex. duplicatas a pagar, títulos a pagar, etc. conforme quadro ilustrativo a seguir: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA do PATRIMÔNIO: ATIVO PASSIVO BENS E DIREITOS (EXIGÍVEL) OBRIGAÇÕES P/COM TERCEIROS PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARTE DOS SÓCIOS 5 – BALANÇO PATRIMONIAL É o mais importante relatório gerado pela contabilidade através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa, em qualquer data. Divide-se em duas colunas, a do lado esquerdo é denominado Ativo, a do lado direito Passivo. A denominação é mera convenção. É a representação quantitativa do patrimônio de uma empresa ou entidade. ATIVO: É o conjunto de bens e direitos de propriedades da empresa, são itens positivos do patrimônio, trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa. PASSIVO: Significa as obrigações exigíveis da empresa,ou seja, as dívidas que serão cobradas ou reclamadas a partir do seu vencimento. PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Representa o total das obrigações dos proprietários da empresa, essa quantia inicial concedida pelos proprietários denomina-se capital, que pode ser aumentado a qualquer momento. O termo Capital em contabilidade de maneira geral significa recursos. Capital Próprio denota recursos dos proprietários. Capital de Terceiros, significa recursos de terceiros. CAPITAL NOMINAL – É o investimento inicial feito pelos proprietários, que só será alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumento de capital) ou desinvestimento (diminuições de capital); CAPITAL PRÓPRIO – corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o capital inicial e suas variações (lucros e reservas); CAPITAL DE TERCEIROS – Corresponde aos investimentos feitos na empresa com recursos provenientes de terceiros (obrigações com terceiros); CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA – É a soma do capital de terceiros e capital próprio. PASSIVO+PATRIMÔNIO LÍQUIDO: indica a origem dos capitais ou recursos. ATIVO: Indica a forma de aplicação desses capitais ou recursos. Modelo de um Balanço Patrimonial: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO $ PASSIVO $ Bens Mercadorias 70 Móveis e Utensílios 100 Máquinas 30 200 Direitos Contas A Receber 100 Alugueis a Receber 50 Dupl. Ou Tít. a Receber 150 300 Total 500 Obrigações (Passivo) Fornecedores 50 Contas a Pagar 30 Aluguéis a Pagar 70 150 Patrimônio Líquido Capital Social 300 Reservas de Lucros 50 ____ 350 _____________________________ Total 500 6 – EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO: PL=A-P Geralmente na maioria das entidades o Ativo suplanta o Passivo, a representação mais comum do seu Balanço Patrimonial seria: A=P+PL. Caso o Passivo supere o Ativo: A - PL=P. PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO 7 – CONTAS CONTÁBEIS As operações de uma empresa ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido; sendo que esses aumentos e diminuições são registrados em contas específicas. Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido. Cada uma dessas contas será distinguida das demais pela sua denominação. Portanto, conta é o título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial. Sua função é acumular de forma ordenada, os débitos e créditos da mesma natureza, de maneira que seu saldo represente, no momento considerado, a situação do elemento patrimonial ou da variação patrimonial a que se refere. Dividem-se em: Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) Contas de Resultado (Receitas e Despesas) DESPESAS: consumo de bens e serviços que direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita, ou seja, são gastos necessários ao desenvolvimento das operações da Entidade. A despesa poderá diminuir o Ativo ou aumentar o Passivo. Ex. despesa com aluguéis, despesa com salários, despesa com juros, etc. RECEITAS: entrada de elementos para o Ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, proveniente das operações da Entidade. Ex. receita de serviços, receita com vendas, receita com juros, etc. RESULTADO: é a diferença obtida entre receitas e despesas em um determinado período. Toda receita aumenta o Patrimônio Líquido e toda despesa ocasiona diminuições, logo: Se as receitas superarem as despesas do período, o resultado será positivo (LUCRO), aumentando o Patrimônio Líquido. Se as despesas superarem as receitas do período, o resultado será negativo (PREJUÍZO), diminuindo o Patrimônio Líquido. Exemplos de contas que representam o ATIVO: Elementos a representar CONTA (Nome Técnico) Terrenos, edifícios, prédios, sobrados, casas, enfim, o solo e o que sobre ele esta construído. Imóveis Automóveis, caminhões, utilitários, motocicletas, bicicletas, etc. de uso da empresa. Veículos Prateleiras, balcões, vitrinas e similares utilizados na empresa. instalações Dinheiro em poder da empresa. Caixa Escrivaninhas, mesas, cadeiras, máquinas de calcular etc. de uso da empresa. Móveis e utensílios Maquinário e equipamentos para confecção do produto. Máquinas e equipamentos Exemplos de contas que representam o PASSIVO: Elementos a representar CONTA (Nome Técnico) Obrigações a pagar decorrentes de compras de mercadorias a prazo. Duplicatas a pagar Valores a pagar de correntes de compras de imóveis ou veículos, tendo como garantia um título ou boleto bancário. Títulos a pagar Impostos devidos aos poderes públicos. (governos). Impostos a recolher Salários devidos aos serviços prestados pelos funcionários. Salários a pagar Investimentos iniciais do proprietário ou proprietários aplicados na empresa. Capital Social Lucros obtidos em função dos resultados das atividades operacionais da empresa. (Receitas menos custos e despesas) Lucros acumulados EXERCÍCIOS de fixação sobre contas contábeis, e Balanço Patrimonial: 7.1 - Relacionar os elementos com os nomes técnicos: 01 - Sobrados, prédios, edifícios etc. 02 - Valores a receber provenientes de vendas a prazo 03 - Valores depositados em estabelecimentos bancários 04 - Bens adquiridos pela empresa para comercialização e revenda 05 – Mesas, cadeiras, calculadoras, armários, etc. 06 – Dinheiro em poder da empresa 07 - Salários dos funcionários da empresa 08 - Valores a pagar, referente a empréstimos bancários 09 - Automóveis, caminhões de uso da empresa 10 - Prateleiras, balcões, vitrinas etc. ( ) - Móveis e utensílios ( ) - Salários a pagar ( ) - Bancos conta movimento ( ) - Imóveis ( ) - Veículos ( ) - Duplicatas a receber ( ) - Mercadorias, estoque ( ) - Caixa ( ) - Instalações ( ) - Títulos a Pagar 7.2. NOÇÕES DE ATIVO/PASSIVO Classifique os valores das contas patrimoniais abaixo em Ativo e Passivo: Elementos patrimoniais Valor Ativo Passivo Mercadorias para revenda 10.000 Salários a pagar 3.000 Moveis e Utensílios 3.700 IPI a recolher ( ou a pagar) 1.500 Empréstimo a pagar 2.000 Duplicatas a Receber 25.000 Contas a pagar 300 Caixa e Bancos 500 Fornecedores 7.000 Capital Social 25.400 TOTAIS 78.400 7.4 AS CONTAS 1. ALUGUEIS A RECEBER, 2. SALARIOS A PAGAR E 3. DUPLICATAS A RECEBER SÃO, RESPECTIVAMENTE a) conta de ativo, conta de passivo e conta de ativo b) conta de passivo, conta de ativo e conta de passivo c) todas são contas de passivo d) todas são contas de ativo 8 - FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a empresa estásendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo: Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$ 5.000 em dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$ 65.000, sendo: · Em dinheiro ......................................... R$ 5.000 · Em veículos ......................................... R$ 60.000 Total do Capital ..................................... R$ 65.000 Este Capital é conhecido também por: · Capital · Capital Social · Capital Nominal EXERCÍCIOS sobre a formação do Patrimônio e Balanço Patrimonial: Variações Patrimoniais 8.1 EXEMPLO RESOLVIDO: 1 ) – Formação de um patrimônio que inicia suas atividades com R$ 200.000 em dinheiro. Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 200.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 2 ) – Compra da mesas e cadeiras, a vista, para uso da empresa, no valor de R$ 50.000 Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 150.000 Móveis e utensílios 50.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 3 ) – Depósito de R$ 30.000 no banco MERCOSUL S/A: Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 120.000 Bancos conta movimento 30.000 Móveis e utensílios 50.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 8.2 Represente, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio da firma individual de Vera Lúcia Ribeiro, após cada fato ocorrido. a) Vera Lúcia Ribeiro inicia suas atividades comerciais com um Capital de R$ 80.000 em dinheiro: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total................................................. Total............................................ b) Compras á vista (em dinheiro): Um automóvel R$ 25.000 Mercadorias 20.000 Móveis e utensílios 3.000 Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total................................... Total............................... c) Compra de mercadorias a prazo, mediante Duplicatas, no valor de R$ 30.000: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Total...................................... Total................................. 8.3) Veja a seguir esta representação gráfica do Patrimônio:Analise e responda as questões: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 1.100 Duplicatas a pagar 1.000 Estoque de mercadorias 1.400 Títulos a pagar 500 Duplicatas a receber 700 Capital 1.000 Reservas de Lucros 700 TOTAL 3.200 TOTAL 3.200 a) Qual é o valor do Capital Nominal? b) Qual é o valor dos recursos totais à disposição da empresa? c) O Capital Próprio é de R$ d) O Capital de Terceiros é de R$ 9. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS O Patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos acontecimentos que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos: · atos administrativos; · fatos administrativos. Atos administrativos dão os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio. Por exemplo, admissão de empregados, assinaturas de contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, fiança em favor de terceiros etc. Fatos administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Exemplo: Recebimento de venda a prazo (haverá um aumento de caixa e uma diminuição de contas a receber) – Compra de móveis e utensílios á prazo (aumento de Ativo e de Passivo) – Pagamento de dívida com terceiro (diminuição de Ativo e de Passivo). 10 – PLANO DE CONTAS É um elenco de todas as contas previstas pelo Setor Contábil da empresa como necessárias aos seus registros contábeis. Cada empresa deve elaborar o seu Plano de Contas sempre obedecendo aos seus interesses e, principalmente, á legislação pertinente (atualmente a Lei das Sociedade por Ações, Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976) O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em informações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas, sempre que elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração, sempre, a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa. TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS. O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma detalhada a fim de não ocorrerem confusões. Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores - do geral para o particular. Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes grupos; a) CONTAS PATRIMONIAIS: 1.- ATIVO 2.- PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO b) CONTAS DE RESULTADO; 3.- RECEITAS 4.- DESPESAS Ou, visando à elaboração das demonstrações contábeis, em apenas três: 1. ATIVO (Circulante e Não Circulante); 2. PASSIVO (Circulante e Não Circulante) e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3. CONTAS DE RESULTADO. As contas de primeiro grau representam os agrupamentos principais: 1. ATIVO: Agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa; 2. PASSIVO: Agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o capital próprio (Patrimônio líquido); PATRIMÔNIO LIQUIDO - Este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados. 3. CONTAS DE RESULTADO:. Agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um ingresso, um lucro, quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda, quando devedor. As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é feita a apresentação das demonstrações contábeis; assim, teremos dentro do ativo, os seguintes grandes grupos: A lei das S/As (Lei 6.404/76) e mais recentemente as leis 11638/07 e 11941/09 estabelecem que as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez. Apresentamos, a seguir, um “modelo” de um Plano de Contas: A – CONTAS PATRIMONIAIS 1 – ATIVO 2 - PASSIVO 10 ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE 10.1 Caixa 20.1 Fornecedores 10.2 BancosConta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar 10.3 Aplicações Financeiras 20.3 Contas a Pagar 10.4 Clientes 20.4 COFINS a Recolher 10.5 Duplicatas a Receber 20.5 PIS a Recolher 10.6 Promissórias a Receber 20.6 ICMS a Recolher 10.7 Ações de Outras Empresas 20.7 FGTS a Recolher 10.8 Estoque de Mercadorias 20.8 INSS a Recolher 10.11 Estoque de Material de Expediente 20.9 Salários a Pagar 10.12 Juros Passivos a Vencer 20.10 Dividendos a Pagar 10.13 Prêmios de Seguros a Vencer 20.11 Impostos e taxas a Recolher 20.12 Provisão para a Contribuição Social ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 11 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 21 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 11.1 Duplicatas a Receber 21.1 Duplicatas a Pagar 11.2 Títulos a Receber 21.2 Títulos a Pagar 12 INVESTIMENTOS 22 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 12.1 Participações em Outras Empresas 22.1 Aluguéis Ativos a Vencer IMOBILIZADO 22.2 Outras Receitas a Vencer 12.2 Imóveis 12.3 Máquinas e Equipamentos 12.4 Instalações 12.5 Móveis e Utensílios 23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 12.6 Veículos 23.1 Capital 12.7 ( - ) Depreciação Acumulada 23.2 Reservas de Lucros INTANGÍVEIS 23.3 Prejuízos Acumulados 12.8 Marcas e Patentes 23.4 Ações em Tesouraria 12.9 ( - ) Amortização Acumulada B – CONTAS DE RESULTADO 3 – DESPESAS 4 - RECEITAS 30 DESPESAS OPERACIONAIS 40 RECEITAS OPERACIONAIS 30.1 Água e Esgoto 40.1 Receitas de Vendas de Mercadorias 30.2 Aluguéis Passivos 40.2 Receitas de Prestação de Serviços 30.3 Energia Elétrica 40.3 Aluguéis Ativos 30.4 Café e Lanches 40.4 Juros Ativos 30.5 Combustíveis 40.5 Vendas de Sucatas 30.6 Salários e Encargos 30.7 Depreciação 41 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 30.8 Descontos Concedidos 41.1 Ganhos em transações do Ativo Permanente 30.9 Despesas Bancárias 30.10 Férias e Encargos 30.11 13º Salário e Encargos 30.12 Fretes e Carretos 30.13 Impostos e Taxas 30.14 Telefone 30.15 Prêmios de Seguro 30.16 Comissões de Vendas 11 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: 11.1 LIVRO RAZÃO No passado as contas eram registradas nas páginas de um livro manuscrito chamado RAZÃO. Depois foram registradas em fichas ou folhas soltas. Atualmente, com o sistema eletrônico, são registradas na memória dos computadores ou em registros especiais, pelo sistema de processamento eletrônico de dados; mas o seu conjunto, mantidas em arquivo, continuam com a mesma denominação Razão. Para cada conta deve existir pelo menos uma ficha de Razão. RAZONETE Para efeito didático, representamos uma Conta por uma CONTA EM T, ou RAZONETE EM T, ou simplesmente, RAZONETE. DÉBITO E CRÉDITO Por convenção contábil: O lado esquerdo de uma conta denomina-se de lado do DÉBITO. O lado direito denomina-se lado do CRÉDITO. Assim: Título da Conta D C Lado Esquerdo Lado Direito A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta em determinado período é denominada SALDO. Se o valor dos débitos for maior que o valor dos créditos, a conta terá saldo DEVEDOR, caso ocorrer o contrário, a conta terá saldo CREDOR. Na terminologia contábil, essas palavras tem significados antagônicos. Quando o aluno principiante não se conscientiza disso, dificilmente aceita que débito pode representar elementos positivos, o que prejudica sensivelmente a aprendizagem. Portanto, muito cuidado com a terminologia. Crédito na linguagem coloquial, significa: situação positiva, possuir crédito na praça, poder comprar a prazo, etc. Na terminologia contábil, a palavra CRÉDITO também possui significado oposto. As mesmas observações que fizemos para a palavra débito aplicam-se à palavra crédito. 11.2 – LIVRO DIÁRIO O livro Diário é obrigatório, exigido pelo Código Comercial Brasileiro em seu artigo no. 11, livro essencialmente cronológico registra, em ordem de dia, mês e ano, todas as operações contabilizáveis verificados na existência de uma pessoa jurídica. O registro de uma operação no livro Diário, denomina-se PARTIDA DE DIÁRIO ou LANÇAMENTO CONTÁBIL. Ao conjunto dos lançamentos denominamos ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. 11.3 – LANÇAMENTOS CONTÁBEIS Fazer um lançamento do lado esquerdo é simplesmente fazer um lançamento a débito ou um débito, ou ainda, debitar a conta. Fazer um lançamento do lado direito é simplesmente fazer um lançamento a crédito ou um crédito, ou ainda, creditar a conta. SALDO: como já vimos, é a diferença de débitos e créditos efetuados em uma conta. ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANÇAMENTO CONTÁBIL: 1- Local e data 2- Conta (s) Devedora (s) 3- Conta (s) Credora (s) 4- Histórico 5- Valor 11.4 - MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS: O método universalmente usado em todos os sistemas contábeis, para se efetuar uma partida de diário (lançamento contábil) é o Método das Partidas Dobradas, ou seja, a cada lançamento a débito (ou débitos), corresponde um crédito (ou créditos) de igual valor. Enunciado: 11.5 – MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS: Para efeito de controle do Patrimônio e das atividades da empresa, os seus elementos estão representados por contas. As contas de Ativo estão do Lado Esquerdo, que é o Débito, então, ao representá-las em razonetes, TAMBÉM deverão estar com saldo no lado esquerdo – Débito. As contas de Passivo e Patrimônio Líquido estão do Lado Direito, que é o Crédito, então, ao representá-las em razonetes, TAMBÉM deverão estar com saldo no lado direito – Crédito. EXEMPLO: Sociedade Comercial W Ltda. Balanço Patrimonial em 01/02/2003 ATIVO $ PASSIVO $ Caixa 10.000 Total 10.000 Patrimônio Líquido Capital 10.000 Total 10.000 D CAIXA C D CAPITAL C 1 10.000 10.000 1 Assim: Para representar uma Conta de Ativo, usamos o lado esquerdo, do Débito. Quando ADQUIRIMOS um Bem ou Direito, AUMENTAMOS o Ativo, portanto aumentamos o lado Esquerdo – DÉBITO. Quando VENDEMOS um Bem, RECEBEMOS um Direito, ou PAGAMOS algo, DIMINUÍMOS o Ativo e registramos do Lado Direito do Razonete – CRÉDITO. Para representar uma Conta de Passivo, usamos o lado direito, do Crédito. Quando ADQUIRIMOS uma Obrigação, AUMENTAMOS o Passivo, portanto aumentamos o lado Direito – CRÉDITO. Quando PAGAMOS uma Obrigação, DIMINUÍMOS o Passivo e registramos do Lado Esquerdo do Razonete – DÉBITO. Quanto às Contas de Resultado: Receita: a obtenção de receita significa um AUMENTO do Patrimônio Líquido. Despesa: a realização de uma despesa significa a DIMINUÇÃO do Patrimônio Líquido. Se aumentam ou diminuem o Patrimônio Liquido funcionam como estas contas: Quando OBTEMOS uma receita AUMENTAMOS o Patrimônio Líquido – CRÉDITO Quando REALIZAMOS uma despesa DIMINUÍMOS o Patrimônio Líquido –DÉBITO. RESUMO DO MECANISMO DO DÉBITO E DO CRÉDITO: Efetua-se um Lançamento a: Contas Débito Crédito de Para Para Ativo Aumentar Diminuir Passivo Diminuir Aumentar Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar Receita Aumentar Despesa Diminuir Outra forma de compreender o método das partidas dobradas é através das origens e aplicações de recursos. 12 - ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS. ORIGENS de recursos: patrimônio líquido, passivo, receita ou diminuição de ativo (caixa, estoques,etc.) APLICAÇÕES de recursos: ativo, despesa ou diminuição de passivo (pagamento de fornecedores, empréstimos, etc.) Assim:BALANÇO PATRIMONIAL DE ACÔRDO COM A LEI 11638/07 ATIVO R$ (APLICAÇÕES) PASSIVO R$ (ORIGENS) Circulante Não Circulante: Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Circulante Não Circulante: Financiamentos Receita diferida Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Total Total 12.1) Exercícios - LIVRO RAZÃO: FAÇA OS LANÇAMENTOS NOS RAZONETES E LEVANTE O BALANÇO PATRIMONIAL EXERCICIO A a) abertura da empresa com capital de R$ 80.000 em dinheiro b) compra de instalações à vista por R$ 10.000 c) compra de mercadoria a prazo R$ 40.000 d) compra de automóvel por R$ 8.000, sendo 60% à vista e o restante a prazo EXERCICIO B a) abertura da empresa com capital de R$ 20.000 em dinheiro b) abertura de conta no banco, com depósito de R$ 19.000 c) compra de máquinas a prazo por R$ 12.000. d) pagamento de parte da compra de máquinas, R$ 6.000 em cheque e) compra de cadeiras R$ 500, em dinheiro EXERCICIO C a) abertura da empresa com capital de R$ 10.000, sendo R$ 5.000 em dinheiro e R$ 5.000 em veículo b) abertura de conta no banco, com depósito de R$ 4.500 c) compra de mercadorias, R$ 3.000, a prazo d) compra de uma cadeira, R$ 100 em dinheiro e) pagamento de parte das mercadorias compradas a prazo R$ 1.500, em cheque EXERCÍCIO D a) abertura de empresa com capital de R$ 5.000 em dinheiro b) abertura de conta bancária com depósito de R$ 4.800 c) compra de imóvel R$ 3.800, em cheque. d) compra de mercadorias R$ 1.000, em cheque. e) compra de uma mesa por R$ 100, em dinheiro EXERCÍCIO E a) abertura de empresa com capital de R$ 6.000, sendo R$ 3.000 em dinheiro e R$ 3.000 em veículo b) compra de máquinas R$ 6.000, sendo a prazo c) compra de mercadorias para revenda R$ 2.000, à vista d) pagamento de parte das máquinas, R$ 1.000 em dinheiro. e) venda de parte das mercadorias compradas, pelo preço de custo, R$ 300 a vista EXERCICIO F a) abertura de empresa com capital de R$ 10.000 em dinheiro b) compra de imóvel, por R$ 12.000, sendo 50% a prazo e o restante a vista c) abertura de conta no banco com depósito de R$ 3.800 d) compra de máquinas R$ 3.000, em cheque e) compra de instalações, R$ 200 em dinheiro f) emissão de cheque para colocar no caixa no valor de 100,00 13 – BALANCETE DE VERIFICAÇÃO Vimos que a escrituração de cada operação é feita através de débitos e créditos de igual valor (Método das Partidas Dobradas), daí se conclui que, somando os débitos de todas as contas, teremos um total que será igual à soma dos créditos de todas as contas. Pelo mesmo motivo, é fácil concluir que o valor total dos saldos credores deve ser igual ao valor total dos saldos devedores. Essa comprovação comparação se faz com o uso do Balancete de Verificação, se a soma dos débitos se igualar a soma dos créditos significara que os registros feitos no Diário e transcritos para o Razão estão corretos. Exemplo: CONTAS SALDOS DEVEDORES CREDORES CAIXA 60.000 DUPLICATAS A RECEBER 9.000 MERCADORIAS 78.000 IMÓVEIS 50.000 MÓVEIS E UTENSÍLIOS 31.000 FORNECEDORES 58.000 CAPITAL 170.000 TOTAL 228.000 228.000 14 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO APURAÇÃO DO RESULTADO: Para saber se obteve lucro ou prejuízo, a contabilidade confronta a receita (vendas), com as despesas. Se a receita for maior que a despesas, a empresa teve lucro. Se a receita for menor que a despesa, teve prejuízo. Despesas: Gastos necessários a manutenção da atividade. Receita: Recuperação das despesas acrescido de uma margem de lucro. OBS.: Ativo e Despesas são contas de natureza devedora, enquanto, o Passivo e as Receitas são contas de natureza credora. A Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.), elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa durante determinado período de tempo, nele sobressai um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período, Lucro ou Prejuízo. A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, um completando o outro, atinge a finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira da Entidade. Exemplo: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITAS · Receita com Vendas $ 50 · Receita com Juros $ 10 ------ 60 DESPESAS · Despesa com Aluguel $ 10 · Despesa com Material de Escritório $ 5 · Despesa com Telefones $ 3 ------- ($ 18) LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO $ 42 15 – APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO) A apuração do resultado é saber se houve lucro ou prejuízo ao final de um período, faz-se através de uma conta especial denominada “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), para ela devem ser transferidos os saldos de todas as contas de resultado. Encerram-se as contas de receita, transferindo seus saldos credores para crédito da conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), e as contas de despesa, transferindo seus saldos devedores para débito da conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE). A conta “Apuração do Resultado do Exercício” (ARE), deve ser encerrada também, seu saldo será transferido para uma conta patrimonial denominada Lucros ou Prejuízos Acumulados (LAC/PAC). MECANISMO: · DESPESAS SEMPRE DÉBITO · RECEITAS SEMPRE CRÉDITO Exemplo: RECEITA C/VENDAS RECEITA C/JUROS DESPESA C/ALUGUEL (1) 50 50 (1) 10 10 10 10 (2) DESP.C/MATL.ESCR. DESP.C/TELEFONES A.R.E. 5 5 (2) 3 3 (2) (2) 18 (3) 42 60 (1) --- 42 LAC/PAC 42 (3) Exemplo de Lançamento no Livro Diário 1-) São Paulo 31 de março de 2009 Diversos a ARE Receita com vendas $ 50 Receita com Juros $ 10 ---------- $ 60 2-) ARE a Diversos a Despesa com Aluguel $ 10 a Despesa com Material de Escritório $ 5 a Despesa com Telefones $ 3 -------- $ 18 EXERCICIOS SOBRE RECEITA E DESPESA: APURAÇÃO DE RESULTADO 15.1) FAÇA OS LANÇAMENTOS NOS RAZONETES E AO FINAL LEVANTE O BALANÇO PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Exercício 1 (balanço R$ 6.200 - resultado R$ 2.200) A empresa Takaro iniciou suas operações em janeiro de 2011, com capital de R$ 4.000 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 12/01 – compra de moveis, a vista, no valor de R$ 500 13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 3.000, á vista 31/01 – pagamento de aluguel, em dinheiro, no valor de R$ 800. Exercício 2 (balanço R$ 3.100 - resultado R$ 300 negativo) A empresa Morro de Fome & Mas não Trabalho SA iniciou suas operações em janeiro de 2011, com capital de R$ 900 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 12/01 – compra de computador e impressora,R$ 2.500, a prazo 13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 500, á vista 31/01 – pagamento de aluguel, em dinheiro, R$ 800. Exercício 3 (balanço R$ 2.700 - resultado R$ 1.700) A empresa Dias & Dias Parado iniciou suas operações em janeiro de 2011, com capital de R$ 1.000 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 12/01 – abertura de conta no Banco X, no valor de R$ 500 13/01 – Venda referente a prestação de serviços, R$ 3.000, recebido em cheque. 31/01 – pagamento de aluguel, no valor de R$ 800 em cheque 31/01 – pagamento de salários, R$ 500 em cheque Exercício 4 (balanço R$ 3.200 - resultado R$ 1.700) A empresa Eu Sozinho iniciou suas operações em janeiro de 2011, com capital de R$ 1.500 em dinheiro, e fez as seguintes operações nesse mês: 04/01 – abertura de conta no Banco X, com deposito de R$ 1.000 12/01 – compra de moveis, R$ 500, em dinheiro 13/01 – Venda ref.prestação de serviços, R$ 2.500, recebido em cheque. 31/01 – pagamento de aluguel, R$ 800, em cheque 31/01 – emissão de cheque no valor de R$ 500 para colocar no caixa Exercício 5 Operações da Cia Chicletes Janeiro/2012 (balanço R$ 2.450 – resultado do mês R$ 1.450) 05/01 – abertura da empresa com capital de R$ 1.000, em dinheiro 06/01 – compra de mesas e cadeiras, no valor de R$ 400 a vista. 15/01 – Venda ref. prestação de serviços, R$ 1.500, a prazo 30/01 – pagamento de água e luz no valor de R$ 50, em dinheiro Fevereiro/2012 (balanço R$ 3.320 - resultado do mês R$ 870) 02/02 – Venda ref. prestação de serviços, R$ 1.000, recebido em cheque 28/02 – Despesa ref. baixa de uma cadeira por quebra, no valor de R$ 80 28/02 – pagamento de água e luz no valor de R$ 50, em dinheiro 16 – RECEITAS E DESPESAS – REGIME DE COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS De acordo com o regime de competência de exercícios, as receitas e as despesas são consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento receita ou pagamento da despesa. Difere, pois, do regime de caixa, em que são consideradas receitas e despesas do exercício as que efetivamente são recebidas e pagas dentro desse período. Exemplo: Venda de mercadorias no mês de setembro/04, a prazo, com vencimento em outubro/12, no valor de 1.000,00 Em setembro/12: Regime de Competência: 1.000,00 Regime de Caixa: 0,00 Em outubro/12: Regime de Competência: 0,00 Regime de Caixa: 1.000,00 Detalhe: O regime de caixa e de competência, somente são utilizados quando ocorrerem operações financeiras a prazo. Pois quando for a vista, o efeito é o mesmo tanto em um como em outro. Por exemplo: Utilizando o mesmo exemplo acima, mas a vista. Aí teríamos: Em setembro/12: Regime de Competência: 1.000,00 Regime de Caixa: 1.000,00 Quando que não é utilizado o regime de caixa ou de competência? R: Quando ocorrer, por exemplo as seguintes operações: - requisição de material de escritório do setor administrativa para o setor de compras. - solicitação de pedido de compras de matérias primas para a produção. - requisição de materiais diversos do setor de almoxarifado para o setor de compras. - transferências bancárias. - requisição de materiais diversos do setor comercial para o almoxarifado. Portanto, no Regime de Competência de Exercícios, as receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse período, não importando se tenham sido recebidas ou não dentro do exercício. As despesas de um exercício são aquelas incorridas nesse período, não se importando se foram pagas ou não dentro do exercício. Difere do Regime de Caixa, onde são consideradas como receitas e despesas do exercício, aquelas efetivamente recebidas e pagas dentro desse período. Atenção especial deve ser dada o reconhecimento do Fato Gerador. O Fato Gerador de uma receita ocorre quando se completa a transação e da despesa quando a empresa usufrui do beneficio gerado essa despesa. Exemplos que desenvolveremos abaixo: A) DESPESAS PAGAS E NÃO VENCIDAS=DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE; B) DESPESAS VENCIDAS E NÃO PAGAS=DESPESAS DO EXERCÍCIO CORRENTE; C) RECEITAS RECEBIDAS E NÃO VENCIDAS = RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS D) RECEITAS VENCIDAS E NÃO RECEBIDAS = RESULTADO DO EXERCÍCIO CORRENTE 17 – PROVISÃO, ANÁLISE E CONTABILIZAÇÃO: AJUSTE DE DESPESAS A-) DESPESAS PAGAS E NÃO VENCIDAS Em 30/06/X0, foi pago o valor de $ 12.000 referente a um contrato de seguros por um ano, com vigência a partir de 01/07/X0 1o. lançamento – quando do pagamento da apólice em 30/06/X0: Seguros Pagos Antecipadamente a Caixa $ 12.000 2o. lançamento – em 31/12/X0, reconhecer a parcela do fato gerador ocorrida em X0 (julho a dezembro = 6 meses). Calcular a proporção do valor da apólice para o ano de X0 ($12.000 : 12 meses = $ 1.000/mês x 6 meses = $ 6.000) Despesa com Seguros a Seguros Pagos Antecipadamente $ 6.000 CAIXA SEG. PAGOS ANTEC. DESP. C/ SEGUROS 12.000 (1) (1) 12.000 -------- 6.000 6.000 (2) (2) 6.000 OBS.: as contas Caixa e Seguros Pagos Antecipadamente, são contas patrimoniais e irão compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Despesa com Seguros por ser uma conta de resultado será encerrada no ARE de X0. B-) DESPESAS VENCIDAS E NÃO PAGAS Valor da folha de pagamento de dezembro/X0, a ser paga em 05/01/X1 é de $ 50.000. O lançamento a ser feito em 31/12/X0, levando-se em consideração que o fato gerador ocorreu dentro do mês (os empregados trabalharam em dezembro/X0) e a folha de pagamento é de competência dez/X0, é o seguinte: Despesa com Salários a Salários a Pagar $ 50.000 DESP. C/ SALÁRIOS SALÁRIOS A PAGAR 50.000 50.000(2) Obs.: a conta Despesa com Salários será encerrada no ARE de X0 e a conta Salários a Pagar irá compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Salários a Pagar representa uma obrigação, que será paga em 05/01/X1, portanto seu saldo passará para o exercício seguinte (X1). Quando do pagamento da folha de dez/X0 em 05/01/X1, o lançamento será: Salários a Pagar a Caixa $ 50.000 CAIXA SALÁRIOS A PAGAR 50.000 50.000 50.000 (SI) SI (SALDO INICIAL) C-) RECEITAS RECEBIDAS E NÃO VENCIDAS Em 30/09/X0, nossa empresa alugou um de seus imóveis e neste dia recebeu o valor de $ 30.000, correspondentes a seis meses de locação, a contar de 01/10/X0. 1o. lançamento – quando do recebimento dos aluguéis em 30/09/X0: Caixa a Aluguéis Recebidos Antecipadamente $ 30.000 2o. lançamento – em 31/12/X0, reconhecer a parcela do fato gerador ocorrida em X0 (outubro a dezembro = 3 meses). Calcular a proporção do valor do recebimento para o ano de X0 ($30.000 : 6 meses = $ 5.000/mês x 3 meses = $ 15.000) Aluguéis Recebidos Antecipadamente a Receita com Aluguéis $ 15.000 CAIXA ALUGUÉIS REC.ANT. RECEITA C/ ALUGUÉIS (1) 30.000 (2) 15.000 30.000 (1) -------- 15.000 15.000 (2) OBS.: as contas Caixa e Aluguéis Recebidos Antecipadamente, são contas patrimoniais e irão compor o Balanço Patrimonial de X0. A conta Receita com Aluguéis por ser uma conta de resultado será encerrada no ARE de X0. 18 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (RCM) As mercadorias compreendem todos os Bens que as empresas comerciais compram para revender. As operações que envolvem as compras e as vendas de mercadorias constituema atividade principal das empresas comerciais. Para contabilizar operações com mercadorias vamos utilizar o método da conta desdobrada, que consiste em utilizar três contas básicas: Estoque de Mercadorias (para registrar os estoques inicial e final), Compras de Mercadorias e vendas de Mercadorias. Pra conhecer o estoque final, é feito um inventário no final do período (periódico). Supondo, em um exemplo, que os saldos de uma determinada empresa, em 31 de dezembro, tenham sido os seguintes: estoque de Mercadorias Compras de Mercadorias Vendas de Mercadorias 5.000 20.000 23.000 O inventário físico realizado em 31 de dezembro tenha sido de R$ 12.000, vamos estudar dois processos de apuração: extracontábil e contábil. Apuração extra-contábil Fórmula CMV = Ei + C – Ef Onde: CMV = Custo das mercadorias Vendidas Ei = Estoque inicial de mercadorias C = Compras de mercadorias Ef = Estoque final de mercadorias Assim temos: CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000 = 13.000 Apuração contábil Para contabilizar o Resultado da Conta Mercadorias no Razonete, vamos tomar como roteiro as duas fórmulas apresentadas e proceder aos lançamentos, seguindo a ordem em que as contas aparecem nas respectivas fórmulas. A primeira conta que aparece na fórmula é o Ei (estoque inicial) que é transferido para a conta CMV: Estoque de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV 5.000 5.000 (1) (1) 5.000 Agora é feita a transferência das compras do período: Compras de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV 20.000 20.000 (2) (1) 5.000 (2) 20.000 Continuando, registra-se o valor do estoque final, encontrado no inventário: Estoque de Mercadorias Custo Merc.Vendidas CMV 5.000 (3)12.000 5.000 (1) (1) 5.000 (2) 20.000 12.000(3) Chegamos ao final da fórmula do CMV: Custo das Mercadorias Vendidas CMV (1) 5.000 (2) 20.000 soma 25.000 saldo 13.000 12.000(3) Resultado Bruto com mercadorias ou Resultado com Mercadorias é a diferença total entre as Receitas obtidas pelas Vendas e o Custo dessas mercadorias que foram vendidas. Essa diferença bruta não leva em consideração as demais Receitas e Despesas da empresa, como Receitas de juros, despesas com aluguéis, salários, impostos etc. Elas aparecem quando se deseja conhecer o Resultado Líquido do Exercício. Fórmula RCM = V – CMV Onde: RCM = Resultado da conta mercadorias ou Lucro Bruto V = Vendas de mercadorias CMV = Custo das Mercadorias Vendidas, apurado pela 1ª fórmula RESULTADO COM MERCADORIAS = VENDAS – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO = RESULTADO COM MERCADORIAS + OUTRAS RECEITAS – OUTRAS DESPESAS Se o Resultado Bruto for positivo, isto é, se as Vendas forem maiores do que o Custo das Mercadorias Vendidas, teremos Lucro Bruto com Mercadorias. Se for negativo, teremos Prejuízo com Mercadorias. Exemplo: Demonstração de Resultado do ano 20x2 da Cia Alfa Vendas 150.000 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (105.000) ( = ) Resultado Bruto com Mercadorias ou L.Bruto 45.000 Menos Despesas de Salários (15.000) Despesas Diversas (5.000) Resultado Líquido do Exercício 25.000 18.1 – Critérios de Avaliação de Estoques: Inventário Permanente Desde que o Controle de Estoque forneça permanentemente o valor dos estoques com certeza da existência das quantidades correspondentes, diz-se que o regime de Controle de Estoque é Permanente. De uma forma mais prática: é a “famosa’ Ficha de Controle de Estoque. Inventário Periódico É o inventário levantado no fim de cada período contábil (levanta-se a quantidade de mercadorias, e considera a quantidade apurada como estoque final), geralmente adotado quando o permanente é inviável. Por isso, é comum observar em empresas comerciais uma placa ou faixa, colocada na fachada da loja, em fim de ano: “Fechada para inventário”. Obs.: Para apurar o valor do Estoque Final, prevalece o critério do “Custo ou Mercado, dos dois o menor”. CRITÉRIOS DE CUSTEIO DO CMV CRITÉRIOS CARACTERÍSTICAS ESTOQUE FISCO LUCRO PARA FINS GERENCIAIS PEPS (ou FIFO) Primeiro que entra, primeiro que sai Valorizado pelas últimas entradas remanescentes Aceita Normalmente dá maior Lucro Inadequado UEPS (ou LIFO) O último que entra é o primeiro que sai Valorizado pelas primeiras entradas remanescentes Não Aceita Normalmente o Lucro é menor que o PEPS e Média Ponderada Satisfatório Preço Médio A média ponderada das diversas compras Valorização pelo preço médio do mercado Aceita Normalmente o Lucro é entre UEPS e o PEPS Inadequado · com base numa economia inflacionária 18.2 – Exercícios sobre Apuração de CMV e Ficha Controle de Estoque: A) Uma concessionária, possui um Estoque Inicial em 01/06 composto de 30 unidades de carros novos, adquiridos por 40.000 cada um, num total de 1.200.000 e no mês ocorreu a seguinte movimentação: 02/06: Compra de 10 unidades por 42.000 cada uma = 420.000,00 03/06: Venda de 3 unidades por 50.000 cada uma = 150.000,00 04/06: Venda de 27 unidades por 45.000 cada uma = 1.215.000,00 05/06: Compra de 5 unidades por 42.000 cada uma = 210.000,00 06/06: Venda de 10 unidades por 48.000 cada uma = 480.000,00 -As despesas administrativas são de 100.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de 5% das receitas totais. B) A empresa ABC, em 01/06/X2 tinha em seu estoque inicial 20 unidades ao custo unitário de 800,00 = 16.000,00. Durante o mês de julho, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 02/06 – Compra de 40 unidades por 950 cada uma, a prazo = 38.000,00 02/06 – Venda de 10 unidades a 1.200 cada, a vista = 12.000,00 15/06 – Venda de 20 unidades a 1.500 cada, a prazo = 30.000,00 18/06 – Compra de 20 unidades 1.200 cada, a prazo = 24.000,00 20/06 – Venda de 10 unidades a 1.400 cada, a vista = 14.000,00 -As despesas administrativas são de 5.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de 5% das receitas totais. C) A empresa xyz, em 01/10/01 tinha em seu estoque inicial 40 unidade de microcomputadores a 1.000 cada unidade. = 40.000,00 Durante o mês de novembro/01, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 04/10 – Compra de 60 unidade a prazo por 1.200 cada. = 72.000,00 16/10 – Venda de 50 unidades a 2.000 cada. = 100.000,00 17/10 – Venda de 30 unidades a 1.500 cada, a prazo. = 45.000,00 28/10 – Compra de 20 unidades por 1.200 cada, a prazo.= 24.000,00 -As despesas administrativas são de 8.000,00 e as despesas com comissões de vendas são de 7% das vendas totais. D) A empresa xyz, em 01/11/01 tinha em seu estoque inicial 50 unidade de microcomputadores a 1.000 cada unidade. = 50.000,00 Durante o mês de novembro/X1, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 04/11 – Compra de 50 unidade a prazo por 1.200 cada. = 60.000,00 06/11 – Venda de 20 unidades ao fornecedor a 1.500 cada, a vista. = 30.000,00 16/11 – Venda de 50 unidades a 2.000 cada, a prazo. = 100.000,00 17/11 – Compra de 20 unidades a 1.000 cada. = 20.000,00 25/11 – Venda de 30 unidades por 1.500 cada, a vista. = 45.000,00 As despesas Administrativas são de 5.000,00 e as comissões de vendas são de 5% sobre as vendas totais. E) A empresa xyz, em 01/11/01 tinha em seu estoque inicial 70 unidade de microcomputadores a 100 cada unidade. = 7.000,00 Durante o mês de novembro/X1, foram realizadas as seguintes operações com mercadorias: 04/11 – Compra de 70 unidade a prazo por 120 cada. = 8.400,00 16/11 – Venda de 50 unidades a 200 cada, a prazo. = 10.000,00 17/11 – Compra de 10 unidades a 100 cada. = 1.000,00 25/11– Venda de 40 unidades por 150 cada, a vista. = 6.000,00 As despesas Administrativas são de 1.000,00 e as comissões de vendas são de 5% sobre as vendas totais Pede-se: 1)Elaborar a ficha controle de estoque pela Média Ponderada ou Preço Médio. 2)Apurar o CMV (Custo da Mercadoria Vendida): EI+C-EF 3)Elaborar a DRE (Demonstração de resultados do Exercício 19 – NOVA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A Lei 6.404/76, em seu art. 178, preconiza “no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. BALANÇO PATRIMONIAL (de acordo com a lei 11638/07) A T I V O -------------------------------- Circulante Não Circulante: Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível P A S S I V O ------------------------------------- Circulante Não Circulante: Financiamentos Receita diferida Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. ATIVO CIRCULANTE O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente. Assim, por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2006, deverá classificar no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2007. Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. Raramente, porém, é usado esta classificação mais extensa, de forma que, como padrão, pode-se adotar a classificação das contas como circulante se forem realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano. ATIVO NÃO CIRCULANTE São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: Ativo Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Ativo Realizável a Longo Prazo De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço. As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo. Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da empresa, serão classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo. Investimentos No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. Imobilizado O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. Intangível Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da MP 449/08 e da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente. Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido. PASSIVO CIRCULANTE Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. PASSIVO NÃO CIRCULANTE Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. PATRIMÔNIO LÍQUIDO É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. O Ativo deve ser classificado em ordem decrescente de grau de liquidez, isto é, devem ser apresentadas em primeiro as contas que se convertem mais rapidamente em disponibilidades, iniciando com o disponível. O Passivo, em ordem decrescente de prioridades de pagamento das exigibilidades, isto é, devem ser apresentadas em primeiro as contas que cuja exigibilidade ocorre antes. Para a Demonstração do Resultado do Exercício a lei determina que seja apresentada na forma dedutiva, isto é, parte-se da Receita Bruta de Vendas para se obter o Resultado Líquido (Lucro ou Prejuízo). Deve-se seguir o princípio contábil de Competência dos Exercícios, conforme modelo a seguir: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) Receita Bruta Vendas Serviços (-) Dedução de Vendas Vendas Canceladas Abatimentos sobre vendas Impostos sobre Vendas (=) Receita Líquida de Vendas ( - ) C M V (= Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Vendas Administrativas Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+/-) Outras Receitas / Despesas Operac (=) Lucro Operacional (+/-) Rec / Desp Não Operacionais (+) Receita Não Operacional (-) Despesa Não Operacional (=) Lucro Antes do Imp Renda (Lair) (-) Provisão IRPJ / CSLL (=) Lucro/(Prej) Líquido 20. A INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS. IMPOSTOS SOBRE VENDAS Uma empresa, seja comercial, industrial ou prestadora de serviços, ao exercer sua atividade de venda de mercadorias, produtos ou serviços ficam sujeitas ao recolhimento dos impostos incidentes sobre as vendas. As empresas NÃO PAGAM impostos. São meras REPASSADORAS dos impostos. Os impostos sobre vendas DEVEM ESTAR incluídos
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