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Proteção Contra Incêndio

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Neste capítulo, será abordada a proteção contra incêndios, a teoria do fogo, suas formas de propa- gação, as classes de incêndio, seus métodos de extinção, os agentes extintores eos dispositivos de segu- rança, além dos riscos de explosões.
8.1 TEORIA DO FOGO
Desde os primórdios do surgimento do homem até hoje em dia, o fogo é motivo de fascinação, curiosidade e temor em nossa sociedade. Fenômeno natural descoberto por nossos ancestrais, o fogo tem a finalidade de atender necessidades básicas do ser humano (cozimento de alimentos, aquece- dor natural de ambiente etc.) até atividades de desenvolvimento do mundo moderno, seja nas áreas industriais de bens de consumo ou em instrumento bélico.
Para o devido aproveitamento dos benefícios concretos que o fogo pode oferecer, é importante observar também os riscos que podem ocorrer quando não se conhecem os potenciais perigos, as características e seus efeitos em nosso hábitat. Quando não há um mínimo de conhecimento na pre- venção e na manipulação desse recurso natural, as chamas do fogo podem sair de controle, ocasio- nando o evento adverso incêndio.
Por isso, é necessário adquirir orientações seguras para a não ocorrência desse tipo de sinistro, seja na etapa de prevenção com o aparelhamento de equipamentos indicadores e procedimentos de segurança, seja no combate do incêndio propriamente dito em sua fase inicial, estudando os melhores meios de sua extinção nas normas técnicas disponíveis, com o objetivo de evitar o máximo pos- sível de danos ao patrimônio, mas principalmente resguardar o maior bem universal, que é a vida. O fogo é um processo de transformação denominado combustão, em que materiais ou subs- tâncias combustíveis sofrem reação química de oxidação de suas propriedades, com liberação de gases, fumaça, calor e luz. A quantidade de calor em combinação com o oxigênio é determinante para iniciar o processo de combustão, dando condições ao fogo para se autossustentar.
8.1.1 Tetraedro do fogo
Os elementos necessários para o surgimento do fogo são combustível, comburente, calor e rea- ção em cadeia. Esses quatro elementos dispostos de forma conjunta constituem o tetraedro do fogo e são responsáveis pela origem do processo de combustão. As particularidades de cada elemento do tetraedro e suas funções básicas nessa reação química são as seguintes:
» Combustível: é todo material em seu estado sólido, líquido ou gasoso com capacidade para queimar e, assim, alimentar a combustão.
» Comburente: é o elemento que possibilita vida às chamas, por meio do consumo do oxigênio no ambiente.
» Reação em cadeia: é o processo contínuo do fogo por meio da combustão dos gases infla- máveis, da fumaça, de resíduos particulados e do oxigênio ainda presente, gerando mais fogo, e assim sucessivamente.
» Calor: é uma forma de energia, na qual as moléculas aumentam sua velocidade e sua vibração, elevando a temperatura de determinado material ou substância, em virtude de um processo físico ou químico.
8.1.2 Propagação do fogo
Apesar de ser um fenômeno natural, o fogo tem particularidades que dão a impressão de agir por vontade própria, como se tivesse vida, mas trata-se de uma reação química oxidante de alta des- truição, que deve ser estudada para evitar desastres sem proporções e para ser combatida de forma a diminuir danos à comunidade, ao patrimônio e ao meio ambiente.
Como o incêndio comporta-se em ambientes fechados, locomove-se e é influenciado por agentes externos, é de vital importância adotar procedimentos corretos em seu combate para res- guardar a segurança física dos brigadistas e do Corpo de Bombeiros.
Um incêndio pode se estender de forma contínua e progressiva para outros setores, pavimentos e edificações vizinhas por meio do calor, propagando-se de três diferentes maneiras:
» Convecção: transferência de calor por meio de camadas de ar quente (gases) de forma ascendente (subida).
» Condução: transferência de calor, de molécula a molécula, multiplicando-se em um mesmo corpo sólido, aquecendo-o em toda a sua extensão.
» Irradiação: transferência de calor por meio de ondas caloríficas, irradiando em todas as direções, possibilitando o surgimento de focos no que estiver ao redor.
8.2 NR 23
A NR 23 (Prevenção Contra Incêndios) trata da obrigatoriedade dos empregadores em adotar as medidas adequadas de prevenção contra incêndios, determinando os principais pontos a serem observados para o cumprimento dos aspectos legais, porém, sem especificar as instruções técnicas e outras diretrizes, como era antigamente, o que deixou o texto mais reduzido e superficial.
Sendo assim, a deliberação das instruções técnicas fica sob o encargo do Corpo de Bombeiros e das legislações locais, o que não configura uma novidade, já que a própria NR 23 sempre foi fun- damentada nas principais normas técnicas nacionais e internacionais de prevenção contra incêndio; a diferença é que, agora, os profissionais de segurança do trabalho devem consultar diretamente os especialistas em questão.
A nova redação dada pela Portaria SIT no 221, de 06 de maio de 2011, determina (BRASIL, 2011k):
23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.
23.1.1 O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: Utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
Procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;
Dispositivos de alarme existentes.
23.2 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência.
23.3 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.
23.4 Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho.
23.5 As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento.
8.3 CLASSES DE INCÊNDIOS
A classificação de incêndio tem como finalidade avaliar a periculosidade dos materiais envol- vidos em possíveis ocorrências de incêndios e suas propriedades, e, com isso, utilizar o agente extintor adequado em seu combate, conforme as particularidades específicas de cada sinistro. Essa classificação foi elaborada pela NFPA (National Fire Protection Association, EUA) e é aceita interna- cionalmente pelos Corpos de Bombeiros, inclusive nas corporações do Brasil e nas instruções técni- cas vigentes no país, sendo as quais (SÃO PAULO, s.d.):
[...] Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação das presentes disposições, a seguinte classificação de fogo:
Classe A: são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibra etc.;
Classe B: são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina etc.;
Classe C: quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios etc.;
Classe D: elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.
Fique de olho!
Apesar de pouco divulgadas, existem mais duas classes de incêndio reconhecidas internacionalmente no combate a dois tipos de incêndios específicos: » Classe E: que trata de fogo em materiais radioativos e nucleares. » Classe K: que trata de fogo em cozinhas industriais e similares (banha, gordura e óleo).
8.4 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
Para que a inibição do princípio de chamas, durante sua propagaçãodescontrolada, não atinja o estágio de um incêndio generalizado em todo o ambiente, devem-se utilizar métodos e equipa- mentos adequados para a extinção do fogo. Sendo assim, é importante anular um ou mais elementos que compõem o tetraedro do fogo, quebrando o ciclo de alimentação do fogo.
O procedimento correto para a interrupção desse ciclo constante é a utilização dos métodos de extinção de incêndio, adotando-se agentes extintores adequados, obedecendo às características de cada classe de incêndio e,desse modo, oferecendo um combate com maior eficiência e sem riscos adicionais ao combatente na hora da ocorrência.
São métodos eficientes para a extinção do fogo:
» Isolamento: trata-se da retirada do material combustível que ainda não foi atingido, evitando, assim, o aumento da área incendiada.
» Resfriamento: consiste na retirada do calor do material combustível, diminuindo sua temperatura com a utilização de água.
» Abafamento: é a retirada do comburente (oxigênio), eliminando o elemento que intensifica a propagação do fogo e utilizando agentes extintores de origens naturais (areia/terra) ou químicas (bicarbonato de sódio, sulfato de alumínio, grafite em pó etc.).
» Quebra da reação em cadeia: consiste na interrupção da reação em cadeia, bloqueando o seu ciclo contínuo diretamente na área das chamas, com agentes extintores que reajam ao contato com o fogo e eliminem o comburente.
8.4.1 Extintores de incêndio
A melhor opção para o combate de princípios de incêndio são os extintores portáteis, ou sobrerrodas, que têm como finalidade extinguir pequenos focos em ambientes pequenos ou outras situações em que o fogo não saiu do controle, porém deve ser utilizado com agilidade e manuseio correto, pois suas cargas são suficientes para ocorrências rápidas e podem esvaziar em pouco tempo.
Como qualquer equipamento de segurança, os extintores só devem ser utilizados se obedecerem às normas brasileiras ou aos regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Além disso, para o melhor aproveitamento dos extintores em situações de emergência, é preciso observar as diretrizes de instruções técnicas e as normas vigentes em relação ao seu uso e acondicionamento no dia a dia, por exemplo:
» ficha de controle de inspeção individual;
» inspeção do aspecto externo de cada extintor para verificação de avarias;
» operações de recarga, pressurização e pesagem de acordo com a classe de incêndio especí- fica do extintor e conforme as normas técnicas oficiais;
» etiquetas, rótulos, lacres, registros e selos de garantia protegidos para a conservação dos dados dos extintores;
» localizadose sinalizados de forma que garanta fácil visualização e acesso;
» que atendam em quantidade suficiente aos estabelecimentos, pavimentos e outros, verifi- cando, também, a capacidade de carga e a classe de incêndio, seguindo os critérios técni- cos estabelecidos nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, nas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros e outras normas técnicas vigentes.
Os extintores de incêndios e suas aplicações são classificados de acordo com a classe de fogo a extinguir, da seguinte forma:
» Extintor de espuma: usado nos fogos das Classes A e B (abafamento e resfriamento).
» Extintor de gás carbônico (CO2): indicado nos fogos das Classes B e C, e na Classe A em seu início (abafamento).
» Extintor de pó químico seco: usado nos fogos das Classes B e C (abafamento).
» Extintor de água pressurizada: indicado em fogos da Classe A (resfriamento).
8.5 SISTEMAS DE ALARMES
Em qualquer ocorrência que possa causar algum evento adverso, que venha colocar em risco o patrimônio, o meio ambiente e, principalmente, a vida humana, devem ser adotados procedimentos técnicos de prevenção. Em relação à proteção contra incêndios não poderia ser diferente, e a utilização de um sistema provido de alarmes e detecção de incêndios é importante para uma antecipação do surgimento desses sinistros.
Para a maior eficiência em um trabalho preventivo, nesse aspecto, é necessária a implantação de equipamentos que atendam às principais normas, instruções técnicas e legislações vigentes para se obter um aparelhamento de segurança de forma criteriosa e ampla, que alcance todo o ambiente a ser protegido. Um sistema de alarme e detecção de incêndio, dependendo do porte físico da área a ser instalada (cinemas, indústrias, shoppings, depósitos etc.), deve conter:
» detectores térmicos, de fumaça e gases;
» alarmes de emergência;
» dispositivos de pronta resposta;
» dimensionamento adequado do sistema;
» central de alarme (controle e supervisão).
8.5.1 Tipos de detectores de incêndio
Detectores de incêndio são dispositivos de segurança com a finalidade de registrar e analisar a presença ou a variação de fenômenos físicos (calor) ou químicos (GLP, gases inflamáveis etc.), trans- mitindo essas informações a uma central de controle e acionando outros dispositivos de segurança. Os principais detectores de incêndio são:
1) Detectores de temperatura: quando há alteração de temperatura no ambiente, ultrapassando um valor preestabelecido. Podem ser classificados em:
» Detectores térmicos: detectam a ultrapassagem de temperaturas predeterminadas em áreas que indiquem o princípio de incêndio de forma convicta.
» Detectores termo velocimétricos: detectam a rápida elevação da temperatura em ambien- tes com presença de calor, fumaça e gases, e que poderiam indicar falsamente os princípios de incêndios em locais como saunas e cozinhas industriais.
» Detectores lineares: detectam variações de temperatura por meio de cabos com pequenos sensores, e são indicados para grandes áreas e longas distâncias, como túneis de metrô, linhas de gás e refinarias.
2) Detectores de fumaça: são dispositivos para detecção de fumaça, gases e partículas, e são classi- ficados em:
» Detectores iônicos: são dispositivos que detectam gases ou partículas, visíveis ou não, ainda na fase de pré-combustão, antes que se inflamem e se transformem em chamas.
» Detectores óticos: detectam sinais visíveis, indicando a presença de fumaça.
» Detectores por aspiração: detectam partículas de fumaça suspensas no ar em pré-combus- tão, que são aspiradas por meio de dutos para uma câmara sensível, na qual são analisadas suas variações de temperatura.
3) Chuveiros automáticos (sprinklers): são detectores providos de bico com ampola que se estilha- çam a uma temperatura preestabelecida. Ao detectarem elevação de temperatura e/ou presença de fumaça e gases, liberam água pressurizada canalizada e iniciam o combate ao fogo. Além do combate imediato ao fogo, os chuveiros automáticos possibilitam a redução do calor, fornecen- do, assim, condições de fuga para as possíveis vítimas.
8.5.2 Acionadores manuais
Acionadores manuais são alarmes que devem ser utilizados com a finalidade de aviso de emer- gência para a população de uma determinada área, na ocorrência de um sinistro de grande porte e que venha oferecer risco iminente a todos, necessitando, assim, de rápida retirada para um local seguro. Seu acionamento depende de ação humana e serve como aviso nos mais variados desas- tres (incêndios, inundações, perigo de desabamentos etc.), por isso deve ser utilizado em casos de máxima urgência ou em exercícios simulados de plano de abandono.
Conforme as orientações dos requerimentos legais, os acionadores manuais devem obedecer à seguinte padronização:
» ser instalados em áreas com grande trânsito de pessoas (corredores, saídas principais, áreas de lazer);
» possuir dispositivo que impeça o acionamento acidental;
» ser instalados em locais visíveis;
» os botões acionadores devem estar acondicionados em caixas lacradas, com tampa de vidro ou plástico quebrávele pintados nas cores padronizadas (geralmente vermelho);
» a caixa deve conter a inscrição Quebrar em caso de emergência.
8.5.3 Alarmes 
Todos os detectores de incêndio, chuveiros automáticos e acionadores manuais devem ser ins- talados em número suficiente e que atenda às necessidades das áreas a serem protegidas. As campai- nhas devem emitir som e tonalidade diferentes dos estabelecimentos, dos pavimentos ou das edifica- ções locais, para distinguir de alarmes sonoros destinados para outros fins.
8.5.4 Central de alarme
Todos os dispositivos de detecção de incêndio e alarmes devem estar conectados a uma central de alarme, em local seguro, de preferência em setores afastados do prédio principal, como portarias ou em áreas com pouca probabilidade de serem atingidas por um incêndio ou outros sinistros de grande porte. Dependendo do porte das instalações físicas do empreendimento e do grau de risco, é importante que essa central tenha interligação com outros dispositivos de segurança para controle e supervisão, como:
» verificação dos níveis das caixas-d ́água;
» pressurização das linhas de hidrantes e chuveiros sprinklers;
» desenergização de áreas e setores;
» monitoramento de todas as áreas, inclusive saídas de emergência, escadarias e portas corta-fogo;
» sistema de comunicação direta com o Corpo de Bombeiros e a brigada de incêndio.
8.6 RISCOS DE EXPLOSÕES
Outra preocupação são os incêndios causados por explosões provenientes de armazenamento inadequado de produtos perigosos. É de suma importância o conhecimento das características e dos perigos de produtos utilizados nas dependências específicas de cada área de atuação (como os seto- res produtivos), para servir como parâmetro na adoção de medidas de prevenção, emergência e trei- namento.
Quaisquer procedimentos de prevenção devem ser baseados em medidas técnicas, elaboradas por profissionais com conhecimento em segurança do trabalho, prevenção em combate a incêndios, profissionais da área ambiental e outros que estejam familiarizados com as normas técnicas vigentes quanto ao assunto em questão, como:
» Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho;
» normas brasileiras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas);
» instruções técnicas dos Corpos de Bombeiros;
» legislações ambientais;
» outras leis e normas regulamentadas.
8.6.1 Gás liquefeito de petróleo (GLP)
O GLP, ou gás de cozinha, como é popularmente conhecido, é um líquido inflamável derivado do petróleo, confinado sob pressão em recipiente metálico (botijão). Esse material é composto por propano e butano, não é tóxico, é asfixiante, mais pesado que o ar e inodoro (o cheiro ocorre em razão de um produto denominado mercaptana, adicionado ao GLP). Em áreas industriais e edificações residenciais, é obrigatório seu armazenamento em locais externos (baterias de gás) com fornecimento canalizado.
É importante a instalação de detectores desses gases em cozinhas industriais, refinarias e outros locais em que seja necessário, para a inibição de vazamentos, e, no caso de residênciasparticu- lares, em que o histórico de acidentes é muito alto e geralmente os botijões estão em locais confina- dos, são necessários alguns cuidados em caso de vazamentos:
» nunca acionar interruptores de luz;
» abrir portas e janelas;
» fazer ventilação manual;
» isolar a área e acionar o Corpo de Bombeiros.
8.7 BRIGADA DE INCÊNDIO
O incêndio é um evento de emergência. Se não houver uma preparação do contingente de pes- soas envolvido no combate ao fogo, pode haver pânico e, consequentemente, mais vítimas, o que é possível de ser evitado com os exercícios de alerta, para que não ocorram danos maiores por falta de conhecimento técnico e operacional do fogo, seus equipamentos de combate e rotas de fugas. É necessário o apoio de pessoas treinadas para exercer a função de controlar a situação e ditar coman- dos e orientações, até a chegada do Corpo de Bombeiros. Por isso, é importante a implantação de uma brigada de incêndio, pois ela tomará as primeiras ações de combate ao fogo no seu início e fará o atendimento às primeiras vítimas, até a chegada de ajuda especializada.
Mais que uma necessidade, a formação da brigada é obrigatória, como determina a Instru- ção Técnica no 17/2011 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e outras corporações, bem como determina a NR 23, de Segurança e Medicina do Trabalho, que determina ao empregador a incorporação de grupos de pessoas que possam atender a essa finalidade.
Com o intuito de alcançar uma preparação adequada, os candidatos a brigadistas devem pas- sar por um curso de formação de brigada de incêndio para atender aos requisitos mínimos de trei- namento e ter aproveitamento satisfatório tanto na aplicação prática quanto na teórica.
Com o intuito de alcançar uma preparação adequada, os candidatos a brigadistas devem passar por um curso de formação de brigada de incêndio para atender aos requisitos mínimos de treinamento e ter aproveitamento satisfatório tanto na aplicação prática quanto na teórica.
» formação em Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho e ser devidamente registrado nos conselhos regionais competentes ou no Ministério do Trabalho;
» o médico e o enfermeiro do trabalho só podem responsabilizar-se pelo treinamento de primeiros socorros;
» ensino médio completo e especialização em Prevenção e Combate a Incêndio (carga mínima de 120 horas-aula para risco baixo ou médio e 160 horas-aula para risco alto) e técnicas de emergências médicas (carga horária mínima de 100 horas-aula para risco baixo, médio ou alto) para os componentes das Polícias Militares e dos Corpos de Bom- beiros Militares.
As principais atribuições da brigada de incêndio são:
» Ações de prevenção: análise de riscos, notificações de irregularidades, orientação à população fixa e flu- tuante, participação nos exercícios simulados e conhecimento do plano de emergência.
» Ações de emergência: alarme, abandono de área, acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa, corte de energia, primeiros socorros, combate ao princípio de incêndio, recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros.
8.7.1 Plano de abandono
Para maior eficiência na retirada da popu- lação local em caso de ocorrência de incêndio, um plano de abandono deve ser implantado e seu treinamento deve ser feito por meio de exer- cícios simulados envolvendo todas as pessoas pertencentes à área de interesse (setores, pavi- mentos, edificações etc.). Esses exercícios devem atender a certos requisitos para um plano de abandono correto e bem preparado, sendo:
» realizados periodicamente;
» de preferência, sem aviso;
» o mais próximo da realidade;
» realizados sob a direção de grupos de pessoas capazes de prepará-los e dirigi-los.
Tais exercícios têm a finalidade de averiguar a eficiência do que foi planejado e executado, como:
» o tempo gasto no abandono;
» o tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
» a atuação da brigada;
» o comportamento da população;
» o tempo gasto até a chegada do Corpo de Bombeiros;
» falhas operacionais e de equipamentos;
» ponto de encontro.
O plano de abandono é parte integrante do conteúdo de formação da brigada de incên- dio e, sempre que possível, deve ser trabalhado em conjunto com integrantes de outras áreas, como os colaboradores envolvidos na segu- rança do trabalho (SESMT e a CIPA), e de outros setores da empresa (segurança patrimo- nial, manutenção e outros), com a intenção de melhorias no planejamento dos exercícios e de participação na parte preventiva.
Para uma melhoria contínua, é impor- tante que se atente a outros detalhes que pos- sam ser úteis nos planos de emergência, como deixar em local visível e acessível telefones de emergência (Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, PolíciasCivil e Militar, hospitais etc.), mapas dos arredores para possível locomoção de transporte das vítimas e planos de ajuda mútua com empresas e edificações vizinhas, em caso de necessidade.
Fique de olho!
Para que o plano de abandono tenha êxito, são importantes treinamentos periódicos envolvendo a equipe da brigada e a população local.
Vamos recapitular?
Neste capítulo aprendemos que os elementos necessários para o surgimento do fogo são o combustível, o comburente, o calor e a reação em cadeia (tetraedro do fogo), e que o um incêndio pode se propagar de três maneiras: convecção, condução e irradiação.
Foram abordados as classes de incêndios, os tipos de extintores e as diversas formas de extinção do fogo.
Vimos também alguns dispositivos de detecção de incêndio, brigada de incêndio e plano de abandono, itens importantes de prevenção e no combate em caso de sinistro, bem como os riscos de explosões e os cui- dados no caso de vazamento de gás.
AGORA É COM VOCÊ!!
1) Com a orientação do professor e ou de um profissional capacitado, faça um levan- tamento deextintores, mangueiras, detectores, reservatórios etc. para uma avaliação das condições de segurança contra incêndio em sua escola, empresa, prédio residen- cial ou comercial. Depois,elabore um pequeno relatório e encaminhe aos responsá- veis para que providências sejam tomadas, pois segurança é uma obrigação de todos.
2) Infelizmente, milhares de pessoas já foram vítimas fatais em incêndios, explosões e acidentes similares, em razão da falta de observação às principais normas de preven- ção, por negligência, imprudência e outros fatores. Escolha um caso que tenha reper- cutido, analise as falhas ocorridas e quais providências devem ser tomadas para que tais acontecimentos não ocorram novamente.
3) Faça um levantamento dos materiais combustíveis presentes em sua escola e verifique se os extintores disponíveis estão de acordo com a classe de incêndio. Em caso nega- tivo, descreva um parecer, sempre propondo soluções.
4) Em grupos de estudos, escolha um local (de preferência, a escola) e desenvolva um plano de abandono, de acordo com as sugestões presentes neste capítulo e com as principais normas técnicas de instrução. Bom trabalho!
5) Sugestão de passeio: combine com seus colegas a possibilidade de agendar uma visita ao Corpo de Bombeiros de sua região. Além de ser uma forma de reconhecer o trabalho desses grandes heróis, será enriquecedor para esclarecer dúvidas quanto aos aspectos de prevenção, ao combate a incêndios, às dicas de segurança etc.
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