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TERAPÊUTICA – PROVA 2 (2018/1) Gabriela Conterno 
ANTI INFLAMATÓRIO (aula 1): 
Inflamação: reação do organismo frente a uma infecção ou lesão dos tecidos. Processo de defesa contra 
algo danoso, sendo, portanto, um processo normal do organismo, sendo que em algumas situações passa a 
ser um acontecimento exagerado, exacerbado, tornando-se danosa e provocando sinais que não são ideias 
no organismo. Alterações: 
Calor: aumento da circulação sanguínea e metabolismo no local. 
Rubor: aumento da circulação sanguínea local. 
Tumor: aumento da permeabilidade vascular, causando edema. 
Dor: irritação química nas terminações nervosas, compressão das fibras nervosas locais pelo acumulo de 
liquido e células. 
Perda da Função: edema e dor dificultam atividades funcionais. 
Cascata de Inflamação: ocorre um estimulo lesivo e este age na membrana fosfolipídica para que ocorra a 
ativação de uma enzima chamada de Fosfolipase A2 e esta libera a entrada do Ácido Aracdônico presente na 
membrana para o citoplasma da célula. O Ácido Aracdônico é transformado em mediadores inflamatórios 
como Prostaciclinas, Prostaglandinas e Tromboxanos. Mas para que ocorrer esta transformação é necessária 
a ação das Cicloxigenases 1 e 2, sendo que COX2 possui uma ação inflamatória mais importante em 
comparação a COX1, antigamente acreditava-se que as ações fisiológicos eram apenas por COX1, contudo, 
nos dias de hoje sabe-se que ambas apresentam ações inflamatórias e fisiológicas em diversas funções do 
organismo como gastrointestinais e cardiovasculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
 
Anti-Inflamatório: fármaco que irá controlar o processo inflamatório, quando este for exacerbado. São 
classificados em anti-inflamatórios esteroides (AIES), anti-inflamatórios não esteroides (AINES) e coxibes. 
Anti-Inflamatórios não Esteroides (AINES): sua função na cascata da inflamação é inibir a COX 1 e 2, porém, 
contem baixa seletividade, justamente porque COX 1 e 2 também participam de processos fisiológicos, por 
exemplo, no estômago estimulam a liberação de prostaglandinas I1 e E2 que são essenciais para que o órgão 
produza muco protetor, aumente a vascularização, para diminuir a liberar de HCl, dentre outros exemplos, e 
quando inibido COX 1 e 2 ocorrem efeitos colaterais como a inibição da prostaglandina fazendo com que o pH 
estomacal fique mais ácido. 
Ação Terapêutica é bastante variável dentre as diferentes classes de AINES, podem ter efeito anti-
inflamatório, antipirético, analgésico, mas esta ação irá depender do tipo de droga, por exemplo, alguns AINES 
terão ação antipirética mais atuante. Como analgésicos são razoavelmente satisfatórios, geralmente em 
lesões viscerais de pós-operatórios mais agressivos como, por exemplo, ortopédicas, não irão atuar muito 
bem. São bons para lesões de pós-operatórios simples como orquiequictomia de macho, portanto, não são 
usados para dores profundas, porque são bem limitados nesta situação. Como antiespasmódicos algumas 
Membrana Celular Fosfolipídica 
Ácido Aracdônico 
Mediadores Inflamatórios 
(Endoperóxidos) 
Fosfolipase A2: enzima que 
quando ativada por um 
estímulo lesivo libera o ác. 
Araquidônico da membrana 
celular para o citoplasma 
Ciclooxigenase (COX 1 e 2): 
enzimas que vão transformar 
o Ác. Araquidônico nos 
mediadores inflamatórios 
Estímulo 
lesivo 
Prostaciclina: vasodilatação e 
inibição da agregação plaquetária 
Prostaglandinas: sensibilidade 
exagerada à dor, febre, vasodilatação, 
inibição da agregação plaquetária, 
inibição da secreção da ác. gástrico, 
aumento da secreção gástrica do muco 
Tromboxano: agregação 
plaquetária e vasoconstricção 
classes terão essa função, ou seja, para dores viscerais como, por exemplo, associação entre dipirona com 
escopolamina (antiespasmódico), reduzindo as dores viscerais. Como anti-inflamatório atua muito bem, 
principalmente em processos musculo esqueléticos e atuam como anti-agente plaquetário, por exemplo, em 
animais com disfunção plaquetária. 
Efeitos Adversos: lesão gastrointestinal justamente pela inibição da COX inibir a liberação de 
prostaglandinas I2 e E2, assim, aumenta a liberação de ácidos, diminui a perfusão gástrica e a quantidade de 
muco podendo levar a ulceração e erosão da parede gástrica. Bloqueio da agregação plaquetária, devendo 
ser evitada em portadores de coagulopatias e alguns dias antes de procedimentos cirúrgicos. Inibição da 
motilidade uterina e prolongamento da gestação porque inibe prostaglandinas essenciais para que a fêmea 
entre em trabalho de parto (contrações uterinas), função renal altera-se, pois nestes órgãos existem 
prostaglandinas que provocam a dilatação da artéria aferente e consequentemente aumentam a perfusão 
renal e quando utiliza-se AINE isso não ocorre como deveria, reduzindo a perfusão renal e podendo 
desenvolver insuficiência renal aguda. Reações de hipersensibilidade muito raro em animais já nos humanos 
é muito comum. 
 
Ácido Acetilsalicílico: (AAS, Aspirina, Buferin, Ronnal) tem como principal indicação ser 
um antipirético, serve como anti-inflamatório, inibidor da agregação plaquetária, este ultimo 
muito usado principalmente me humanos com distúrbio de coagulação, cardiopatas para 
evitar a formação de trombos (evitam que o sangue se torne muito viscoso). Tem ação rápida 
em monogástricos e mais lenta em ruminantes, sofre metabolismo hepático, sendo muito 
importante, pois a maioria dos AINES sofre metabolismo hepático e alguns animais como os gatos possuem 
carência de algumas enzimas que fazem a metabolização destes fármacos, não sendo indicados para estes 
animais, podendo levar a efeitos colaterais, visto que a metabolização será muito lenta então se pode utilizar 
a cada 48 horas, por exemplo, sendo a indicação para estes animais. Em doses altas e uso crônico pode afetar 
o trato gastrointestinal e causar sangramentos digestivos sérios, mas isso em doses altas e uso frequente. 
Professora: “não é uma droga muito utilizada na clínica de pequenos animais, evitando acidentes em 
gatos”. 
Acetaminofeno: (Paracetamol, Tylenol, Calpol) efeito analgésico e antipirético, como 
anti-inflamatório é considerado insatisfatório, sua principal ação é diminuir a irritação das 
fibras nervosas locais e reduzir a dor, sendo muito bom como analgésico. Muito utilizado 
para dor de garganta em humanos reduzindo a dor, porém não irá desinchar e reduzir a 
inflamação pois não tem boa ação. Na veterinária pode ser utilizado em cães e em 
equídeos, contudo não é bem aceito, por exemplo, em cães a metabolização é muito lenta, 
principalmente quando associada com outras drogas como Dipirona, portanto, o melhor é 
não utilizar devido aos efeitos colaterais. 
Para gatos é extremamente proibido, porque qualquer dose de Acetaminofeno levará a um processo de 
metemoglobinemia severa, porque os gatos têm deficiência da Glicuroniltransferase sendo essencial para 
realizar o metabolismo final do Paracetamol e o que resta é uma substância tóxica. Ainda existe uma enzima 
hepática que tenta realizar a degradação desta substância, mas acaba sendo saturada, não conseguindo mais 
inibir esta substância, acumulando-se na corrente sanguínea, causando danos oxidativos na Hb e tornando-
se alterada, causando a metemoglobinemia, impedindo o carreamento de oxigênio, animal entra em hipóxia 
e torna-se cianótico (azulado) e morre. Existe uma medicação usada para reverter este quadro, a N-
acetilcisteína devendo ser utilizada de maneira rápida, pois em questão de horas o animal pode morrer. 
Professora: “infelizmente esta intoxicação na clínica de pequenos é muito comum porque os proprietários 
normalmente têm um frasco de Tylenol em casa e acabam medicando em qualquer situação e tenta resolver 
os problemas em casa, provocando o óbito dos animais”. 
Diclofenaco Sódico: (Cataflan, Voltaren) não é utilizado na veterinária, em bovinos foifeito o uso experimental não sendo utilizado na rotina, apenas em estudos clínicos. Para 
carnívoros é totalmente inapropriado, sendo uma droga com alto potencial analgético e 
anti-inflamatório, porém, nestes animais inibe rapidamente as prostaglandinas gástricas, 
causando um sangramento estomacal rápido e exagerado, sendo grave e o animal pode 
morrer dentro de poucos dias. Medicamento que causa uma das intoxicações mais severas pois causa 
hematêmese e hematoquesia, podendo formar ulceras no estômago com peritonite grave. 
Professora: “muito comum acidentes na rotina clínica, pois os proprietários têm a medicação em casa”. 
Carprofeno: (Rimadyl, Carproflan) pode ser usado por mais dias justamente por apresentar 
uma maior seletividade que os outros, sendo mais seletivo para COX2, esta mais relacionada 
com os processos inflamatórios, assim, o fármaco diminui a atividade inflamatória, podendo ser 
utilizada por 15, 20, 30 dias no cão, já no gato só pode utilizar em dose única, justamente porque 
tem dificuldade de metabolização e acaba tornando-se tóxico, portanto, não é recomendado para 
estes animais. Muito bom para afecções musculoesqueléticas como displasia coxofemoral, 
problemas de coluna, lesões musculares. Utilizado para equídeos, mas como é uma droga muito 
cara e acaba tornando-se inviável. 
Professora: “as apresentações comerciais deste são de uso veterinário enquanto todos os anteriores 
possuem apresentação veterinária e humana”. 
Meloxicam: (Maxican, Meloxivet) faz parte do grupo dos Oxicam aonde também faz parte 
o Piroxicam ambos muito utilizados na veterinária com boa ação anti-inflamatória, bem 
pronunciada, condroprotetor e analgésico, não tão bom para uma cirurgia mais invasiva. 
Tem uma alta meia vida plasmática e isso permite a utilização de apenas uma vez ao dia, 
mas não pode ser usado muitas vezes ao dia, porque começa a causar efeitos colaterais 
principalmente no estômago e no rim. Meloxicam poder ser usado no cão por no máximo 5 
dias enquanto para o gato são 3 dias, contudo, de longe é um dos medicamentos mais 
utilizados para os gatos. Alguns guias terapêuticos mais antigos mostram uma dose terapêutica de 0,1-0,2 
mg/kg (igual a dose de cães), mas os gatos apresentam uma sensibilidade maior e, portanto, de acordo com 
estudos mais recentes seria ideal uma dose de 0,025-0,05 mg/kg por no máximo três dias, cães 0,1 mg/kg, 
aves 1 mg/kg. 
Professora: “apresentações comerciais também são de uso veterinário, mas também existe o humano, 
porém, com a concentração muito maior. Os de uso veterinário apresentam 0,5mg, portanto deve-se tomar 
cuidado para não utilizar o humano e causar efeitos colaterais”. 
Flunixina Meglumina: muito utilizada em grandes animais, em pequenos se usa, mas 
com pouca frequência, apresenta bom efeito anti-inflamatório, analgésico e antipirético. 
Apresenta e feito antiespasmódico, pois age na motilidade gastrointestinal. Para 
inflamações intraoculares são muito utilizados porque atinge altos níveis na região do 
globo ocular, para choque séptico reduz os eicosanoides melhorando e hemodinâmica do 
anim al sendo benéfico. Apresenta metabolismo hepático, excreção renal e sua toxicidade 
é baixa, não costuma causar grandes problemas, apenas sua injeção intramuscular que 
pode causar irritação, em gatos não deve ser utilizada, pois demoram muito para 
metabolizar, na cólica equina mascara tanto as situações de dor como as alterações circulatórias podendo 
atrasar diagnóstico e tratamento. 
Dimetilsulfóxido (DMSO): (Dimesol) anti-inflamatório mais utilizado antigamente como um veiculo para 
algumas medicações, principalmente aquelas que causam reações inflamatórias, justamente para reduzir 
esta irritação. Pode ser utilizado também como solução intravesical em humanos, então pode ser feita uma 
solução de 50% e feita a lavagem do local, por exemplo, em pacientes com cistite intersticial que causa 
irritações nas terminações nervosas no interior da bexiga. Pode ser administrada por via IV em equinos 
devendo ser uma solução menor que 20% porque pode ser a hemólise, hemoglobinúria. Pode causar catarata 
em uso prolongado em cães, teratogênia foi observado em animais de laboratório então deve ser evitada em 
animais gestantes. 
Professora: “sua principal função é servir como um veículo, reduzir a irritação de drogas que reações 
inflamatórias.” 
Dipirona: (Novalgina, D-500, Buscopan Composto (associado a escopolamina)) ação 
antipirética muito pronunciada, pouco efeito anti-inflamatório e médio efeito analgésico. 
antiespasmódico na musculatura lisa, em gatos tem metabolismo mais retardado, tendo uma 
indicação de uso a cada 24 horas, pois pode causar efeitos colaterais no sistema gastrointestinal 
e renal. Em cães pode ser usado 3 vezes ao dia seguramente. Muito utilizada em pequenos 
animais para potencializar a ação dos analgésicos opioides como morfina, metadona, tramadol. 
Ação antipirética é muito pronunciada então na febre é muito utilizado, sendo a droga de escolha 
neste caso. Existem apresentações apenas para a veterinária, porém serão da mesma marca 
com concentrações diferentes. 
Professora: “tramadol não funciona em cães, tendo sido estudado que este animal apresenta bem menos 
receptores para tramadol que os gatos, sendo que nestes animais pode ser utilizado.” 
Coxibes: foram criados para solucionar os efeitos colaterais causados pelos AINES. 
Acreditava-se que só a COX2 tinha efeitos anti-inflamatórios e nenhum efeito fisiológico, 
então seria perfeito uma droga que inibisse todas as ações da COX2 e não da COX1. 
Acreditava-se nisso porque em isolamentos de processos inflamatórios em tecidos a 
COX2 sempre foi mais isolada em comparação a COX1. Portanto, a ação aqui será inibir 
a COX2. Sua ação terapêutica é ser um potente analgésico, pois a COX2 tem importante 
função no estimulo da dor para o SNC, anti-inflamatórios sendo bons na inflamação aguda 
e crônica sendo que neste último caso funciona bem pois pode ser utilizada por longos 
períodos. Afecções musculo esqueléticas que não tem tratamento como displasia 
coxofemoral, displasia do cotovelo, síndrome da calda equina, podendo ser usada pelo resto da vida do 
paciente ser os efeitos que outros fármacos causam. Protocolos quimioterápicos visto que serão utilizados 
por longos períodos. 
Em seres humanos apresenta efeitos colaterais cardiovasculares, então descobriu-se que a COX2 também 
apresenta ações fisiológicas no sistema cardíaco, por isso foi retirado do mercado. Em animais ainda não foi 
registrado casos como estes. Nem todos apresentam estes efeitos colaterais pronunciados, na veterinária 
existe o Firocoxib com apresentação comercial de Previcox, atualmente existe o Mavacoxib com apresentação 
comercial de Trocoxil e são muito utilizados na veterinária por longos períodos. Tem alto custo, sendo o maior 
problema na Medicina Veterinária. 
Anti-Inflamatórios Esteroides (AIES): corticoides, alguns 
causam melhora no humor, apetite, ingestão de água, então 
alguns veterinários acabam fazendo uso exacerbado. São 
hormônios lipídicos derivados do colesterol e produzidos 
naturalmente pelas glândulas adrenais, então utilizamos de 
maneira exógena mas o organismo também é responsável por 
produzir. Ativam genes responsáveis pela liberação da Lipocortina 
e esta vai inibir a Fosfolipase A2, responsável por enviar o Ácido 
Aracdônico para dentro da célula. No fígado precisa ser 
metabolizado, pois a maioria dos corticoides só são ativados 
quando passam pelo fígado, então novamente alguns gatos não 
apresentam determinadas enzimas deste processo, devendo não 
ser usado determinadas drogas para estes animais. Eliminação 
quase exclusivamente pela urina, pequenas quantidades são 
eliminadas pelas fezes. 
Fisiologia da Adrenal: eixo hipotálamo hipófise adrenal, isso leva a um feedback negativo, pois o hipotálamo 
produz o hormônio fator liberador de corticotrofina, este estimulandoa liberação do ACTH pela hipófise. Este 
hormônio age no córtex da adrenal para que ocorra a liberação de glicocorticoides, quando estes aumentam 
muito inibem este eixo. Este eixo é importante, pois iremos administrar drogas exógenas que irão agir neste 
eixo podendo causar efeitos colaterais. A adrenal não produz apenas os corticoides, na medula produz as 
catecolaminas sendo importantes, mas não essenciais (animal poderia viver sem catecolaminas), no córtex 
produz os mineralocorticoides como aldosterona. 
Os gatos têm 50% menos receptores para glicocorticoides então para ocorrer efeitos colaterais é necessário 
doses altas com muita frequência, então não realiza o metabolismo adequado no fígado como no cachorro, 
este já pode ocorrer diversos efeitos colaterais. 
Ações Terapêuticas: 
Musculoesqueléticas: agindo como anti-inflamatório tanto em processos agudos como crônico, por exemplo, 
a laminite é ideal fazer depois das primeiras 24 horas porque retarda a cicatrização e neste momento este 
processo já está ocorrendo. 
Dermatologia: muito utilizado, pois é antipruriginoso, ou seja, reduz a coceira em afecções alérgicas e 
parasitárias. Atua como anti-inflamatório na pele e causa imunossupressão, pois muitas doenças 
dermatológicas são imunomediadas, sendo necessário uma dose bem mais alta. 
Oftalmologia: muito utilizado, seu principal efeito é combater a neovascularização, pois a córnea não é 
vascularizada e algumas afecções oculares levam a neovascularização e o medicamento irá inibir, podendo 
ser usado para ceratites, por exemplo, mas em situações com úlcera de córnea não pode ser utilizado pois 
inibe a cicatrização da córnea. 
Neurologia: existem ressalvas no TCE (trauma crânio encefálico), por exemplo, nos seres humanos foi 
realizado uma pesquisa com 10.000 pacientes com TCE e com o uso de corticoides a mortalidade aumentou. 
Para edema de medula pode ser utilizado como em situações de hérnia de disco, tendo boa funcionalidade. 
Doenças Infecciosas: o ideal seria que não fosse utilizado porque acaba tendo imunossupressão, mas 
existem alguns processos que pode ser utilizado como mastites, até mesmo de uso tópico, pois o acumulo 
de bactérias pode provocar irritação. Na uveíte apesar de poder ter um agente infeccioso causando os 
corticoides reduzem a produção de exsudatos inflamatórios que podem obstruir o ângulo iridocorneano e 
provocar glaucoma. 
Desordens Metabólicas: na cetose bovina o animal utiliza outros mecanismos de produção de energia e o 
corticoide tem efeito gliconeogênico, podendo ser utilizado em dose única para fornecimento de glicose 
nestes casos. Mioglobinúria (azotúria) equina reduz a acidose e estabiliza as membranas, diminuindo a 
mioglobina circulante. Toxemia da gestação em ovinos reduz a toxemia. 
Reprodução: pode ser utilizado como indutor do parto, não sendo tão recomendado pois existem outros 
medicamentos que serão melhores para esta situação (protaglandinas), podendo ter alta retenção 
placentária em grandes animais. Podem reduzir edema pós-parto associados a diuréticos. 
Choque: efeito contraditório, principalmente por sua ação imunossupressora, mas em alguns casos de 
choque como é usado de maneira aguda pode acabar sendo benéfico pois preservam a integridade da célula, 
aumentam o metabolismo, melhoram o transporte de oxigênio e reduzem a produção e absorção de 
anafilatoxinas. 
Oncologia: muito utilizado, principalmente em afecções oncológicas do sistema hematopoiético, pois 
diminuem o número de linfócitos circulantes pela supressão da mitose e aumentam a quantidade de células 
vermelhas circulantes. Existem algumas ressalvas pois isoladamente pode ser contraindicado. 
Contraindicações: a longo prazo podem provocar o óbito deste animal. Em situações como gestação 
(indutor do parto), diabetes mellitus (efeito gliconeogênico), insuficiência renal (pode aumentar a ação das 
catecolaminas e aumenta a pressão lesionando o rim), processos cicatriciais (principalmente de osso e córnea 
pois impede a formação de fibroblastos, tecido novo além de realizar catabolismo proteico), infecções 
bacterianas crônicas, micoses profundas (efeito imunossupressor), animais em crescimento (tem retardo na 
formação de novos tecidos). 
Efeitos Colaterais: 
Sistema Endócrino: Hipercortisolismo iatrogênico, chamado de Síndrome de Cushing pelo aumento de 
glicocorticoides sendo que na maioria das vezes são endógenos ou pode existir um distúrbio na hipófise que 
faz a adrenal liberar mais corticoides ou a própria adrenal produz mais corticoides por causa de algum tumor, 
por exemplo. Quando utilizamos os glicocorticoides de maneira exagerada também irá provocar um processo 
semelhante a Síndrome de Cushing (não será a síndrome porque o glicocorticoide é exógeno). Os sinais 
clínicos são semelhantes a diabetes porque o corticoide além de realizar a gliconeogênese também leva a 
uma diminuição da ação da insulina não atuando adequadamente, então animal apresenta abaulamento 
intra-abdominal, crescimento dos órgãos abdominais, fraqueza muscular, pele e musculo ficam fracos, olhos 
esbugalhados, animal ingere muita água, urina muito. 
Sistema Nervoso: pode provocar nervosismo e agressividade. 
Trato Gastrointestinal: pode provocar úlcera por causa da ação das prostaglandinas, sendo raro. 
Hepatopatias e Pancreatites: aumenta o catabolismo lipídico podendo acumular gordura no fígado e maior 
ação enzimática do pâncreas. 
Alterações Oculares: pode ocorrer catarata porque com o aumento de glicose na corrente sanguínea o 
sorbitol começa a entrar no cristalino do animal tendo ação osmótica, atraindo água e acaba arrebentando 
o cristalino provocando a catarata. 
Alterações Metabólicas: retardo na produção de leite (catabolismo proteico), retardo do crescimento (não é 
recomendado para filhotes), imunossupressão (involução do tecido linfoide, diminuição dos monócitos, 
linfócitos, basófilos, eosinófilos, diminuição da eficiência dos fagócitos), retardo de processos cicatriciais 
(aumento do catabolismo proteico e inibição da proliferação de fibroblastos). Em algumas situações a 
imunossupressão será benéfica em doenças imunomediadas. 
Sistema Músculo Esquelético: fraqueza e atrofia muscular com doses altas, osteoporose e fraturas 
espontâneas pela inibição da síntese de colágeno, aumento da reabsorção óssea, antagonismo a vitamina 
D. 
Sistema Cardiovascular: aumento da pressão porque ocorre sensibilização a ação das catecolaminas, 
provocando efeitos renais então em insuficiência renal não será utilizado. 
Sistema Urinário: ocorre poliúria e polidipsia, aumento da excreção de potássio e cálcio, então devemos 
cuidar porque pode levar a uma hipocalemia. 
 
Classificação: os corticoides são classificados de acordo com sua meia vida plasmática que é o tempo que 
conseguem inibir o eixo hipotálamo hipófise e adrenal. 
Curta Ação: inibição do eixo hipotálamo-hipófise-adrenais menor que 12 horas. 
Ação Intermediária: 12-36 horas, na clínica são os mais utilizados 
Longa Ação: acima de 36 horas 
 
Considerações: a partir de 5 a 7 dias de uso começa a inibir a ação normal do eixo hipotálamo hipófise 
adrenal e quando se descontinua o uso este eixo compreende que deve retornar a atividade, porém, quando 
passar de 7 dias o eixo não compreende e não volta a produzir os hormônios rapidamente e se cortamos o 
glicocorticoide repentinamente pode ocorrer problemas. O ideal é reduzir gradativamente até cessar 
completamente. Os gatos apresentam uma provável falha na metabolização dos glicocorticoides no fígado 
então devemos fornecer o fármaco ativado. A Prednisona não é a forma ativa, no fígado será metabolizada a 
Prednisolona que é a forma ativa, então, o gato deve ingerir a Prednisolona. Não se sabe exatamente quais 
gatos possuem esta falha, portanto, o ideal é fornecer a todos. 
 
 
 QUIMIOTERÁPICOS ANTIMICROBIANOS E ANTIBIÓTICOS (aula 2): 
Antimicrobianos ou Antiinfecciosos:substâncias químicas utilizadas para combater o crescimento dos 
microrganismos, qualquer coisa que combata o crescimento de microrganismos é um antimicrobiano. Podem 
ser inespecíficos (antissépticos e desinfetantes, combatem o microrganismo, mas não agem em uma área 
específica deste ser) ou específicos (quimioterápicos (antimicrobiano e não o antineoplásico, sendo 
substâncias que detém algum agente biológico e são sintéticas agora aqueles que são de origem de outro ser 
são os ATB) e antibióticos). Os agentes microbianos são classificados de acordo com sua origem: 
Antibióticos: substâncias produzidas por diversas espécies de microrganismos 
Quimioterápicos: drogas sintéticas 
 
Atualmente há uma tendência a chamar todos os antimicrobianos de antibióticos. 
 
História 
Pasteur (1877): observou que algumas colônias eram capazes de produzir substâncias antagônicas a 
outros microrganismos. 
Fleming (1928): contaminação acidental de uma colônia de estafilococos que foi lisada pelo Penicillium 
notatum. Houve dificuldade em produzir quantidades suficientes para tratamentos, então não despertou 
maior interesse científico 
1936: Introdução de sulfonamidas na clínica, após estudos na Alemanha e França 
Segunda Guerra Mundial (1939): Howard Florey e Ernst Chain conseguiram produzir penicilina em escala 
industrial. A Penicilina salvou a vida de milhares de soldados feridos nos campos de batalha, sendo 
considerada uma nova era na medicina. 
 
Parâmetros Farmacológicos: 
Toxicidade Seletiva: parâmetro muito importante, existem muitos efeitos colaterais. Um fármaco ideal deve 
ter capacidade de atuar seletivamente sobre o microrganismo, sem provocar danos ao hospedeiro, por 
exemplo, os betalactâmicos atuam nas paredes celulares sendo uma estrutura inexistente no hospedeiro e, 
portanto, não será afetado sendo uma classe de antimicrobianos com menos efeitos colaterais por serem 
mais seletivas. Drogas que atuem sobre funções microbianas inexistentes em eucariotos geralmente tem 
maior toxicidade seletiva e índice terapêutico. É expressa em termos do índice terapêutico: relação B/A. 
A = Dose terapêutica: concentração para tratamento 
B = Dose tóxica: concentração a partir da qual é tóxica 
As inúmeras classes existentes atualmente são classificadas de acordo com sua potência, que depende da 
concentração do fármaco que chega ao MO, bem como a sensibilidade deste. 
Bactericida: inativa e destrói os MO 
Bacteriostático: controla o crescimento bacteriano ao inibir sua multiplicação. A eliminação do MO depende 
da imunidade do paciente, portanto, apenas contribuem para que o hospedeiro controle a infecção, 
obviamente o paciente deve ser imunocompetente, pois se sua imunidade não conseguir destruir o 
microrganismo sozinha não terá efeito o uso de bacteriostático. Por exemplo, Sulfa é uma droga 
bacteriostática e pode ser associada com Tripetoprim que também é bacteriostático e quando em 
associação criam um sinergismo funcionando como bactericida. 
 
Espectro de Ação: 
Pequeno Espectro: atuam em um tipo ou grupo limitado de MO. 
Espectro Ampliado: eficazes contra Gram + e um significativo número de bactérias Gram –, chamadas de 
quatro quadrantes, funcionando para G+/- e anaeróbicas/aeróbicas como, por exemplo, as Penicilinas 
agindo em uma gaba gigantesca de microrganismos. 
Amplo Espectro: afetam ampla variedade de espécies microbianas. 
, 
, 
, 
Mecanismo de Ação: exemplos de diferentes drogas antimicrobianas, classificadas de acordo com o 
espectro de ação. Há vários possíveis alvos para os agentes antimicrobianos. O conhecimento dos 
mecanismos de ação destes agentes permite entender sua natureza e o grau de toxicidade seletiva de cada 
droga, assim, as características da bactéria irão determinar o melhor fármaco a ser usado, através de trestes 
microbiológicos. Quando o mecanismo de ação interfere em algo que é único das bactérias irá causar menos 
efeitos colaterais sendo o contrário verdadeiro. 
Resistência a Agentes Antimicrobianos: a resistência a agentes Microbianos é motivo de preocupação 
crescente entre os profissionais da área de saúde. Há aumento de linhagens resistentes aos mais diversos 
agentes antimicrobianos. Pode ser de dois tipos: 
Natural: ausência da estrutura, ou via metabólica alvo. 
Adquirida: através de mutações espontâneas e seleção, ou por recombinação após transferência de genes. 
Mutações: Seleção de cepas mutantes resistentes à droga. 
Transdução: Transferência da resistência através de um vírus bacteriófago que carrega consigo 
material genético de uma bactéria resistente a determinada droga. 
Transformação: Incorporação de DNA livre pela bactéria, havendo transferência de material genético 
Conjugação: Passagem de plasmídeos de uma célula a outra, através de contato direto por uma fímbria 
ou ponte sexual. 
Fatores que favorecem a seleção e disseminação de resistência: uso abusivo de fármacos, uso 
indiscriminado e incorreto, pacientes imunossuprimidos, uso de antimicrobianos em ração animal e 
fiscalização ineficiente. 
PRINCIPAIS GRUPOS DE ANTIMICROBIANOS: 
Sulfonamidas: bacteriostática. É potencializada com o trimetoprim para tornar-se 
bactericida, a maioria das drogas comerciais já são associadas. Mecanismo de Ação: 
Compete com PABA (não consegue se multiplicar). Espectro de Ação: Bacilos G-, Cocos 
G+, Clamídias, Toxoplasma e Coccídeos (apenas a sulfa pode tratar estes). Possui boa 
absorção oral. Parenteral: IV. Não usar IM/SC, pode causar irritação. Metabolismo 
hepático. A excreção renal é a principal, mas também ocorre excreção no leite, respeitar período de carência. 
Uso Clínico: infecções do TGI, SNC, respiratório e renal. No tratamento de coccidioses e toxoplasmose. 
Como efeitos adversos causam necrose hepática aguda, anemia macrocítica, trombocitopenia, 
ceratoconjuntivite seca e cristalúria renal, Samoieda e Schnauzer são mais sensíveis ao uso destes fármacos. 
Em aves diminui a postura e resulta em ovos de casca fina. Exemplos: Sulfametoxazol, Sulfadiazina. 
Quinolonas: classe da Enrofloxacina então é muito usada na MV, bactericidas. Mecanismo de 
Ação: inibição da síntese do DNA (inibem DNA girase). Espectro de Ação: amplo, mas são 
preferenciais para Gram – (nos dias de hoje pelas mutações). Farmacocinética: pode ser 
administrado VO (2 h de jejum prévio), IM, SC ou IV, Metabolismo hepático e Excreção renal. 
Efeitos Adversos: teratogenia em fêmeas prenhas. Filhotes de raças pequenas (até 8 meses) e 
grandes (até 18 meses) podem ter artropatias com lesões irreversíveis e então se deve pensar o 
que é melhor o animal morrer da doença que está acometendo o filhote ou usar e acontecer 
alguma reação depois, a associação com AINES causa excitação de SNC. Ex.: Enrofloxacina (a 
mais conhecida na MV), ciprofloxacina (via tópica oftálmica muito utilizada), difloxacino, marbofloxacina, 
levofloxacina 
Uso Clínico: infecções do trato urinário (mais utilizado), digestivo, respiratório, infecções cutâneas (não 
costuma ter bons efeitos), prostatites, otites (pode ser usado pela via tópica, uma das poucas classes sem 
aminoglicosídeos), SNC, endocardite. 
Nitroimidazóis: bactericida e protozoaricida. Mecanismo de Ação: inibe a replicação, 
inativa o DNA. Espectro de Ação: anaeróbicos. Pode ser fornecido VO ou IV, tem metabolismo 
hepático e excreção renal. Como efeitos adversos pode ocorrer teratogenia, alterações 
neurológicas em superdosagem e mudança de cor da urina. Ex.: metronidazol. 
 
, 
Uso Clínico: infecções bucais (muito importante), infecções no TGI, giardíase, peritonites, tríplice terapêutica 
de gastrite por Helicobacter. 
PRINCIPAIS GRUPOS DE ANTIBIÓTICOS: 
Beta Lactâmicos: bactericidas, os ATB mais antigos. Inicialmente extraídas do fungo 
Penicillum notatum, atualmente a maioria é semi-sintética. Mecanismo de Ação: inibição 
da síntese de mucopeptídeos da parede celular bacteriana. Espectro de Ação: Gram+, 
cocos Gram–, aeróbicose anaeróbicos, espiroquetas e actinomicetos. Pode ser fornecido 
VO, SC, IM, IV, intra-articular, intramamária e tópica, tem metabolismo hepático, excreção 
renal, biliar e leite. Efeitos adversos são raros, mas podem ocorrer reações de 
hipersensibilidade. Cobras, aves, tartarugas, cobaios, chinchilas são sensíveis a Penicilina G procaína (coelhos 
não podem usar aminopenicilinas). Pode gerar resíduos em leite e carne. Não associar a tetraciclinas pois se 
antagonizam. Ex.: Penicilinas e análogos. 
Uso Clínico: são indicadas no tratamento de infecções do TGI, urinário, respiratório e da pele e mucosas, as 
vezes não é 100% eficiente necessitando ser associada, mas funcionam para diversas afecções. 
Benzilpenicilinas: Penicilina G sódica, potássica, procaína e benzatina 
Isoxazolilpenicilinas: Meticilina, nafcilina, oxacilina 
Aminopenicilinas: Amoxicilina (clavulanato é um potencializador de Amoxicilina), ampicilina (subactan é um 
fármaco potencializador). 
 
Cefalosporinas: Bactericidas. Mecanismo de Ação: inibição da síntese da parede 
bacteriana. O espectro de ação varia conforme a geração dos fármacos, sendo G+ os de 1ª 
geração, e amplo espectro a 2ª e 3ª geração. São VO, IM, SC, IV, os de 3a e 4ª geração 
atravessam barreiras orgânicas. Possuem metabolismo hepático e excreção renal. Efeitos 
adversos são raros e pouco importantes clinicamente, mas pode haver sinais 
gastrintestinais (anorexia, vômitos, diarreia) e hipersensibilidade. Em caso de associação com 
aminoglicosídeos podem ocorrer distúrbios renais. Recentemente começaram a surgir outros fármacos nas 
classes, quanto mais alta a geração maior o expecto porem ainda pouco utilizadas, nas de 3ª ou 4ª geração é 
difícil o tecido que não consigam atingir. Uso Clínico: são muito eficientes em infecções de pele, ouvido, trato 
respiratório, urinário, genital e tecido ósseo. 
Cefalosporinas de 1a geração: Cefalexina, cefazolina 
Cefalosporinas de 2a geração: Cefoxitina, cefaclor 
Cefalosporinas de 3a geração: Ceftifur, Ceftriaxona 
Cefalosporinas de 4a geração: Cefepima, Cefquinoma 
 
Aminoglicosídeos: bactericidas, apresentam muitos efeitos colaterais então em algumas 
situações não podemos evitar seu uso. Mecanismo de Ação: inibem a síntese proteica a nível 
da unidade 30S dos ribossomos. Espectro de Ação: Aeróbios Gram–. Possuem pouca 
absorção intestinal. VO apenas quando deseja ação local da droga. Pode ser aplicado SC, IV 
(mais comum), IM, tópica, oftálmica, intramamária, nebulização. Não atravessam barreiras 
orgânicas e possuem excreção renal (atingem níveis muito altos no trato urinário e podem 
causar nefrotoxicidade). São efeitos adversos a nefrotoxicidade (altamente), ototoxicidade (maioria das drogas 
contem aminoglicosídeos e vai ser toxica pela via sistêmica em altas doses ou período prolongado ou quando 
o tímpano está rompido), bloqueio (paralisia) neuromuscular, náuseas, vômitos, hipersensibilidade, Lesões 
otológicas e renais no feto – atravessam a placenta. Se for usada pela via sistêmica o ideal é fazer fluido e 
diluir no próprio soro. Ex.: Gentamicina, neomicina, tobramicina, estreptomicina. Uso Clínico: são muito 
eficientes em infecções GTI, trato urinário, ocular e pele. Tem efeito sinérgico com os Beta lactâmicos. 
Macrolídeos e Lincosamidas: bacteriostáticos. Mecanismo de Ação: 
Inibição da síntese proteica ao nível das subunidades 30S (macrolídeos) 50S 
(lincosamidas). O espectro dos macrolídeos é limitado (cocos Gram+, alguns 
Gram-, Mycoplasma, Pasteurella e Campilobacter). As Lincosamidas atuam em 
Gram+, Gram-, aeróbicos e anaeróbicos, protozoários, Mycoplasma. São usados VO, IM, IV, intramamário. 
Todos os líquidos corporais são atingidos pela droga, exceto LCR. Tem metabolismo hepático e excreção renal. 
, 
 
As drogas pouco tóxicas, mas como efeitos adversos podem ocorrer hipersensibilidade cutânea, náuseas, 
vômito, diarreia e prurido. Lincosamidas são contraindicadas para roedores, equídeos e ruminantes, efeitos 
gastrintestinais que podem culminar em morte. Uso Clínico: são utilizados no tratamento de piodermatites e 
otites externas de pequenos animais, micoplasmoses e clamidioses felinas. 
Macrolídeos: eritromicina, azitromicina, tilosina, espiramicina (atinge altos níveis na saliva então pode ser 
utilizada para tratamento de cavidade oral como gengivites, periodontites). 
Lincosamidas: Clindamicina e lincomicina. 
 
Tetraciclinas: bacteriostáticos. Mecanismo de Ação: inibem a síntese proteica na 
subunidade 30S. Espectro de Ação: Gram+, Gram-, aeróbicos e anaeróbicos, 
Clamídias, Riquettsias, Espiroquetas, Mycoplasma e Erlichia. Utiliza-se VO (melhor), IV 
e IM (dolorosa, pode causar edema). Não sofrem metabolização no organismo, são 
excretadas de forma inalterada pela urina, fezes e leite (são eliminadas da mesma 
forma que são absorvidas). Efeitos adversos são a irritação no local da injeção (IM), flebite (IV), irritação 
gástrica (VO), Fotossensibilização, pode provocar alterações dentárias quando utilizada em animais muito 
jovens o esmalte dentário fica alterado não sendo indicado utilizar no final da gestação. Em animais jovens 
ocorre impregnação em ossos e dentes causando retardo no crescimento, evitar em terço final da gestação. 
Ex.: tetraciclina, doxiciclina, oxitetraciclina, clortetraciclina 
Uso Clínico: respiratório, urinário, GIT, oftálmicas, brucelose, hemobastonelose, doenças por clamíias e 
micoplasma e erliquiose. 
Anfenicóis: bacteriostáticos ou bactericidas dependendo da dose (quanto maior a dose maior 
a ação antimicrobiana inclusive pode tornar-se bactericida). Mecanismo de Ação: Inibe a síntese 
proteica no RNA. Espectro de Ação: Gram +, Gram -, Mycoplasma, Riquettsias. Possui 
metabolismo hepático, excreção renal e biliar. Atinge níveis elevados em todos os líquidos e 
tecidos, então vão atingir infecções que outros antimicrobianos não conseguem adentrar, elevada 
lipossolubilidade. É o mais tóxico de todos os antibióticos, causa anemia aplástica, 
hipersensibilidade cutânea, depressão do SNC, estomatite, diarreias. É imunodepressor e causa 
redução do metabolismo de várias outras drogas pelo fígado. Ex.: Cloranfenicol, florfenicol, tianfenicol 
Uso Clínico: G+, G-, Bordetella bronchiseptica em cães (agente da tosse dos canis), infecções do SNC 
(consegue atingir e ultrapassar as barreiras), oculares e de próstata (importantes porque alguns fármacos não 
ultrapassam as barreias oculares, prostáticas), infecções de pele e membranas mucosas e do trato 
respiratório e urinário. Alternativa ao uso de doxiciclina no tratamento de erliquiose em cães (pouco efetivo). 
PRINCÍPIOS PARA UTILIZAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS: 
Identificar e caracterizar o patógeno responsável pela infecção. Determinar se o patógeno é sensível ao 
antimicrobiano 
Determinar se o local de infecção é acessível ao antimicrobiano 
Obter concentrações efetivas do antimicrobiano nos tecidos acometidos. Prezar por um esquema terapêutico 
correto (dose, frequência de administração, tempo do tratamento). 
Respeitar as contraindicações e ficar atento aos possíveis efeitos colaterais. 
Tratar comorbidades ou distúrbios secundários adequadamente. 
 
 TERAPÊUTICA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL (aula 3): 
Funções: ingestão, transformação, absorção de nutrientes e eliminação do que não é absorvido. Existem 
diferentes graus de especialização de acordo com o animal (adaptação ao tipo de alimento consumido pela 
espécie) e isto irá influenciar na absorção de alguns fármacos como os por via oral para ruminantes. Composto 
por boca, esôfago, estomago, ID, IG, ânus, anexos (glândulas salivares, fígado, pâncreas). 
FLUIDOTERAPIA: utilizado para perda de liquido, eletrólitos, proteínas pelo vômito e diarreia, sendo um 
sistema muito importante para a perda de líquidos. No vômito ocorre grande perca de potássio e ácido 
podendo ocorrer distúrbios eletrolíticos levando a uma alcalose metabólica. De acordo com cada tipode 
diarreia podemos ter perda hipertônicas, isotônicas, varia de acordo com a causa que acomete o animal, 
 
 
DIETA: não só influência no tratamento do TGI, mas de todos os sistemas. O score corporal é 
considerado um ponto vital, sendo um indicativo da nutrição deste animal, por exemplo, a 
obesidade é um distúrbio então este animal já deve ser considerado doente. Existem alimentos 
específicos para pacientes cardiopatas, nefropatas, hepatopatas, diabéticos, dentre outros, 
sendo dietas terapêuticas que auxiliam no tratamento de determinadas patologias. Além disso, 
animais hígidos devem ter uma dieta balanceada da mesma forma. Existem dietas Brandas, ideal 
para pacientes com gastrite aguda, enterite, independente da causa (visto que gastrite e enterite 
possuem enumeras etiologias), o sistema não consegue realizar de maneira correta o processo de digestão. 
Mesmo quando ocorre alimentação por via parenteral o ideal é que o animal receba algum alimento por via 
oral para estimular o epitélio gastrointestinal, visto que esse pode atrofiar e necrosar. As dietas brandas são 
de fácil digestão para que o paciente se alimento com tranquilidade, sem grandes dificuldades, podendo ser 
comerciais ou caseiras, a primeira existem dietas próprias para pacientes com distúrbios gastrointestinais 
disponíveis a venda em diversos locais e já a dieta caseira é feita normalmente com uma porção de proteína, 
carne de gado magra, queijo cottage e duas porções de carboidratos que pode ser batata ou arroz que devem 
estar cozidos com nenhum ou pouco sal. Uma dieta restrita em gorduras facilita a digestão porque gorduras e 
fibras retardam o esvaziamento gástrico (predispõem ao vômito). Evitar conteúdos hiperosmolares como mel, 
açúcar, concentrado (também retardam o esvaziamento gástrico). 
Quantidades pequenas e frequentes para auxiliar o esvaziamento do sistema, sendo importante nos 
tratamentos gastrointestinais. 
SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL ESPECIAL: quando o animal se recusa a ingerir a 
quantidade calórica adequada, então iremos forçar a alimentação e para isso devemos 
aumentar a palatabilidade do alimento como aquecimento, utilização de ração úmida, podendo 
ser com seringas ou através de tubos podendo ser por nasoesofágica, orogástrica, 
faringostomia, esofagostomia, gastrotomia e enterotomia. A escolha da sonda depende do local 
da patologia, por exemplo, alguma neoplasia no estômago então coloca-se direto no intestino, 
além disso sondas com menor calibre necessitam de alimentos mais líquidos sendo o contrário 
verdadeiro, por exemplo por faringostomia existem a possibilidade de fornecimento de 
alimentos mais sólidos enquanto sondas nasoesofágicas necessitam de alimentos mais 
líquidos. Deve-se usar alimentos hipercalóricos por no máximo uma semana, visto que 
carnívoros necessitam de proteínas e este excesso de carboidratos será prejudicial. Calcular 
necessidades diárias sendo aproximadamente 60 kcal/kg/dia, mas existem cálculos mais 
exatos se o animal tem doença severa ou perdas hídricas e energéticas contínuas: 
NECESSIDADE ENERGÉTICA BASAL= 30x peso (kg) + 70 x 1,2 (1,2 seria para um animal 
em situação de higidez, então varia conforme a atividade metabólica que este paciente é submetido como, 
por exemplo, exercícios físicos diários ou catabolismo excessivo. 
Nutrição Parenteral: indicada quanto há falha na absorção intestinal (via enteral), mais utilizadas em 
ambientes de UTI. Colocação asséptica e manejo do cateter para evitar sepse. Animal também deve receber 
alguma alimentação oral para evitar atrofia das vilosidades intestinais. 
Nutrição Parenteral Total (NPT) – 100% das necessidades (feita através de vasos sanguíneos, 
normalmente a jugular, utilizando cateter específico). 
Nutrição Parenteral Parcial (NPP) – parte das necessidades (ideal veias calibrosas, outras veias também 
podem ser utilizadas, mas pode causar flebite). 
ESTIMULANTES DE APETITE: chamados de Orexigenenos, alteram funções orgânicas fazendo com que haja 
um leve aumento do apetite: 
Diazepam: benzodiazepínico, uma das primeiras drogas utilizadas como orexigenos, muito utilizada para 
cães e equinos, em cães não é utilizado. Doses baixas (0,1 mg/kg em gatos), estimulante do apetite, efeito 
imediato. Alguns especialistas acreditam que cause uma alteração do psiquismo que faz o animal se alimentar 
não sendo propriamente um estimulante a fome. como causa muitos efeitos colaterais devem ser utilizados 
apenas em últimas opções, algumas literaturas indicam não utilizar. 
 
Não fornecer 
excesso de 
carboidratos 
Corticosteroides: produzem sensação de bem-estar e euforia, podendo aumentar o apetite. Consumo para 
tal finalidade é injustificável. Causam poliúria, polifagia e polidipsia. 
Vitaminas do Complexo B: muito utilizadas, complexos vitamínicos nem sempre são vendidos isoladamente, 
normalmente vem com outras vitaminas. Atuam como coenzimas em uma série de reações metabólicas, 
aumentando o metabolismo e aumento da demanda por energia e consequentemente causando fome. 
Anti-Histamínicos: mecanismo não bem esclarecido, mas são a classe mais utilizada 
como Orexigenos, podem causar sonolência, Ciproeptadina é a mais usada e vendida, 
sendo comum sua formulação conter Vitaminas do Complexo B, muito utilizadas em 
crianças. 
Antidepressivo Tetracíclico: uso principalmente em gato (1/8 de comprimido), em cães ainda não há muitos 
estudos e efeito, causa uma sedação, não se conhece muito bem seu efeito orexigeno, mas tem efeito anti-
emético em gatos, usado para tratamento de depressão em humanos. 
EMÉTICOS: indutores do vômito, usados para tratar intoxicação ou tentar expulsas CE recém ingeridos, 
servindo para corpos que não sejam pontiagudas 
Eméticos de Ação Central: atuam diretamente no centro do vomito no SNC, Apomorfina IV (não existe no 
Brasil, a morfina também tem esse efeito, mas geralmente não serão utilizadas com esse intuito), induz 
vomito em poucos minutos, Xilazina IV usado em situações de emergência, mas não é muito indicado 
porque podem causar a sedação então não é indicado, principalmente gatos provoca a êmese. 
Eméticos de Ação Local: os mais utilizados sendo menos agressivos, provocam irritação na mucosa gástrica 
desencadeando reflexo de vômito. Peroxido de Hidrogênio 10 v (10-15 ml a cada 15 min), Sulfato de Sódio 
1% (50 ml), Extrato de Ipeca, água morna com sal ou sabão, este não sendo indicado. 
ANTI-EMÉTICOS: drogas que previnem o vômito de origem patológica ou cinetose (vômito de origem 
vestibular). Anti-eméticos de ação periférica (menos eficientes) e central. 
Metoclopramida: plasil, inibe a zona desencadeadora de quimiorreceptores, aumento o tônus e 
peristaltismo gástrico, tendo um efeito pró-cinético e diminuindo os vômitos. Contraindicado em animais 
com obstrução gástrica ou duodenal, pois como aumenta os movimentos intestinais faz com que ocorre a 
saída do conteúdo. Pode ser usado em associação com outro anti-eméticos em pacientes difíceis de se 
controlar o vômito. 
Ondasetrona: vonul, antagonista dos receptores da serotonina, utilizado quando os vômitos não são 
controlados por fenotiazinas ou metoclopramida. Ondansetorona e dolasetrona 
Maropitant: exclusivo de uso veterinário (Cerenia), antagonista do receptor de 
neuroquinina-1. Tem má biodisponibilidade oral e uma boa subcutânea, tende a 
acumular em dosagens repetidas (toxicidade) devendo usar SID, por apenas 5 dias 
consecutivos. Parece ter algum efeito analgésico e para dor visceral. 
Fenotiazínicos: clorpromazina, inibem a zona desencadeadora do quimiorreceptor e em 
doses altas o centro medular do vômito, porém ainda assim não causam sedação, 
necessário uma dose ainda mais alta. 
Anti-Histamínicos: dimenidrato, muito utilizado em humanos combatem vômitos e náuseas de origem 
vestibular (cinetose), por exemplo, quando o animal é transportado em veículos sendo de origem vestibular. 
ANTIÁCIDOS: indicados para aliviara secreção gástrica em situações de ulceras, intoxicação, mastocitomas, 
hipersecreção acida por IR. 
Compostos contendo Alumínio ou Magnésio: hidróxido de alumínio ou hidróxido de magnésio, devem ser 
administrados totalmente a cada 4 a 6 horas (VO) para assegurar controle continuo da acidez gástrica, podem 
causar efeito rebot, pois o estômago pode eliminar mais ácidos devido a neutralização. 
Inibidores da Bomba de Prótons: bloqueiam de maneira não competitiva a via final 
comum da secreção de ácido gástrico, supressão máxima da secreção ácida em cerca de 
2 a 5 dias, os efeitos imediatos não são tão bons, portanto. Omeprazol, pantoprazol, 
esomeprazol, dexlansoprazol. 
 
 
Antagonistas dos Receptores de Histamina (H2): impedem a histamina de estimular as 
células parietais gástricas, promovendo um efeito imediato. Tratamento de ulceras gástricas 
e duodenais. Cimetidina, deve ser fornecida de 3 a 4x ao dia para alcançar bons resultados. 
Inibe enzimas hepáticas, desacelerando o metabolismo de alguns fármacos, então não deve 
ser usado em pacientes que tem medicação controlada e de biotransformação hepática. Ranitina apresenta 
atividade pró-cinética gástrica, aumentando o peristaltismo gastrointestinal e aumentando o esvaziamento e 
reduzindo o vômito, mas injeção IV rápida pode causar náuseas, vômitos e bradicardia. Raramente os 
antagonistas dos receptores de Histamina provocam supressão da medula, problemas neurológicos ou 
diarreia. 
PROTETORES INTESTINAIS E ADSORVENTES: protegem a mucosa, evitando o contato de irritantes com a 
mesma e ligam-se a substâncias toxicas, evitando sua absorção, todas obviamente sevem ser administradas 
por VO para proteger a mucosa. Sais de bismuto e magnésio, o bismuto é um protetor e o magnésio um 
adsorvente, possuem ação antiácida suave. Caolin, Pectina, meio de contraste de sulfato de bário, esta sendo 
uma substância utilizada como diagnóstico pois no trato gastrointestinal provocam coloração quando 
visualizado no raio X, pois são radiopacas e além disso pode ser usado com o intuito de proteger a mucosa 
gástrica. Carvão Ativado é rápido e um potente adsorvente, neutralização de tóxicos no estômago (estricnina, 
fenol, barbitúricos, atropina, fosforo) e lavagem gástrica, mas não serve quand o o animal já se intoxicou a 
dias, servindo apenas de maneira imediata. 
Sucralfato, um dos mais famosos da classe sendo uma sucrose sulfatada não absorvível, se 
adere fortemente a mucosa desnuda, protegendo-a, servindo como uma espécie de chiclete, 
pois se adere principalmente em áreas erodidas como úlceras e pode ser utilizado também em 
esofagites. Inibe a atividade péptica e pode alterar a síntese de prostaglandinas e ação de 
compostos de sulfidrila endógeno. Pode adsorver outros fármacos orais, desacelerando sua 
absorção, pois também se grudam ao Sucralfato, devendo ser administrados 1-2 horas antes ou depois do 
Sucralfato. Fornecido oralmente, desvantagem em animais com vômitos, pois é exclusivamente pela via oral. 
Misoprostol não é comercializado no Brasil e não tem venda libre, análogo da prostaglandina E1, usado 
para tratar e prevenir ulceração gastroduodenal, tratamentos longos com AINES acabam evitando a ação da 
prostaglandina e consequentemente aumenta a secreção gástrica provocando a gastrite e está relacionado a 
contrações musculares como no útero podendo causar abortos. Mais eficiente em humanos que em cães, 
pode provocar cólicas abdominais e diarreia. 
SUPLEMENTAÇÃO COM ENZIMAS DIGESTIVAS: é muito difícil suplementar enzimas porque estas são muito 
difíceis de serem produzidas. Utilizados no tratamento da insuficiência pancreática exógena, estas sendo 
possíveis de se suplementarem. É feita preparação em pó misturada com a comida, pílulas revestidas para 
absorção entérica, pâncreas in natura de bovinos e suinos podem ser utilizados, não deve ser cozido visto que 
irá desnaturar as enzimas podendo ser levemente aquecido. O uso ainda é muito empírico, pois não se sabe 
ainda a concentração de enzimas pancreáticas que são excretadas para a digestão do animal. 
ANTIFISÉTICOS: impedem ou combatem a formação de gases no TGI, dimeticona conhecido como luftal, 
(pequenos animais) e silicones sintéticos conhecido como ruminol (grandes animais). utilizados em animais 
que tem muito desconforto na emissão de gases, proprietários que se incomodam com as flatulências e 
também pode ser utilizado com intuito de melhorar exames diagnósticos como a ultrassonografia visto que os 
gases interferem no exame, sendo ideal fornecer um dia antes do exame ao animal. 
MODIFICADORES DA MOTILIDADE: 
Fármacos que Prolongam o Tempo de Trânsito: usados para tratar sintomaticamente, apenas diarreia que 
não tenham causas tóxicas ou infecciosas. Parassimpatolíticos, atropina contraindicada pois não é seletiva 
(efeitos cardiovasculares e respiratórios, causando vasoconstrição periférica). Hioscina (escopolamina) é mais 
antiespasmódica do que inibidor da motilidade, indicada em casos de cólica (buscopan). Opiáceos são mais 
eficientes que o anterior, evitar utilização em felinos, pois não toleram bem narcóticos. Tintura de Ópio, 
chamado de Elixir Paregórico, Loperamida potente antidiarreico, muito usado por intolerantes a lactose, pode 
ser usada em gatos com cautela e Difenoxilato menos eficiente que o anterior, não utilizar em gato. 
Fármacos que Diminuem o Tempo de Trânsito: esvaziam o estômago ou aumentam o peristaltismo 
intestinal, sendo usados em casos que o animal não consegue defecar ou muito pouco, indicados nas 
Segundo a literatura nenhum dos fármacos que prolongam 
o tempo de trânsito devem ser usados em gatos 
constipações, atonias, intoxicações, no preparo de cirurgias ou procedimentos diagnósticos. Catárticos 
Estimulantes, aumentam a motilidade e estimulam a secreção das glândulas do TGI. Pilocarpina, Fisostigmina, 
Neostigmina, possuem um efeito anticolinesterásico, diminuem a ação da enzima que destrói a Acetilcolina e 
consequentemente esta aumenta na fenda sináptica aumentando os efeitos parassimpatomiméticos. 
Catárticos Salinos produzem um ambiente de hipertonicidade, retém agua no intestino e, assim, mais fácil 
será a eliminação das fezes. Temos Sulfato de Magnésio, Sulfato de Sódio, Hidróxido de Magnésio. 
Laxantes Formadores de Massa, polissacarídeos derivados da celulose que intumescem na água, formando 
fezes hidratas (pastosas) e estimulam o peristaltismo. Previnem o esforço da defecação, efeitos após 24-48 
horas. Farelo de trigo molhado e Muciloide. Laxantes Emolientes amolecem as fezes sem interferir no 
peristaltismo evitando cólicas e obstruções (os laxantes formadores de massa causam cólica), também evitam 
esforço da defecação, por exemplo, os Óleos minerais, sendo os mais utilizados, mas no gato existe o problema 
da palatabilidade e o animal reluta muito ao ingerir podendo aspirar e causar uma pneumonia lipídica. 
Metoclopramida efeito pró-cinético no estômago e duodeno proximal, Betanecol análogo da 
acetilcolina que estimula a motilidade intestinal, produz fortes contrações que podem causar 
dor, pouco usado. Contraindicado em casos de obstrução, pois como produz um peristaltismo 
muito aumentado pode provocar ruptura. Agentes Tensoativos (surfactantes), reduzem a 
tensão superficial no bolo fecal permitindo a entrada de água no mesmo, Dioctilsulfosuccinato 
de sódio. 
ANTIBACTERIANOS: utilizados apenas se houver alto risco de infecção ou quando o diagnóstico for de 
distúrbio específico. Usados em enteropatia responsiva a antibióticos, colite clostridial, gastrite sintomática 
por Helicobacter, enterite viral (infecção bacteriana secundária). Antibioticoterapia inadequada pode provocar 
o crescimento de bactérias patogênicas e causar a morte da flora bacteriana normal que serve como proteção 
contra as bactérias patogênicas, essas podem se desenvolver e provocar infecções no TGI. 
ANTI-INFLAMATÓRIOS: diminuir a perda de fluidosem consequências de diarreia ou controlar inflamação 
que não responde a dieta e antibióticos, seu uso é muito controverso. Salicilazossulfapiridina (sulfassalazina) 
indicada em inflamação do cólon, não é benéfica em problemas do ID, tendo um efeito rápida sendo 
normalmente utilizado em colites crônicas, usar com cautela em gatos, pois pode causar intoxicação por 
salicilato. Ao menos duas semanas para determinar eficácia, pode causar ceratoconjuntivite seca (CCS) 
transitória ou permanente. Olsalazina e mesalamina não contém sulfa, responsável pela maioria dos efeitos 
adversos. Corticosteroides tem função imunossupressora, então são usados nestas situações específicas 
como em inflamação crônica do trato alimentar, doenças intestinais inflamatórias moderadas a severas. 
Terapia imunossupressora. Quando os corticoides não funcionam podem ser usados outros 
imunossupressores como Azatioprina, Ciclosporina, Clorambucil. 
PROBIÓTICOS E PRÉ-BIÓTICOS: administrar bactérias ou leveduras vivas no 
alimento com intenção de produzir um efeito benéfico, sendo um tratamento 
adjuvante e não o principal. Probióticos são seres que administrados tem objetivo se 
repor a flora bacteriana e já os pré-bióticos tem função de criar um ambiente 
adequado para o crescimento da flora bacteriana. Lactobacillus, bifidobacterium e 
enterococcus. 
ANTI-HELMÍNTICOS: podem ser usados empiricamente, mesmo sem parasitismo comprovado, ou seja, 
utilizados de forma profilática sendo indicado a cada 4 meses em pequenos animais. Albendazol, febendazol, 
pirantel, praziquantel, febantes, Metronidazol, ivermectina, milbemicina, toltrazuril. 
ENEMAS: não são uma classe e sim uma via de administração, podendo ser enemas de retenção, sendo 
substâncias administradas por via retal com objetivo que sejam absorvidas pela via intestinal, não sendo 
indicados em caso de ruptura de cólon. Os enemas de limpeza são muito mais utilizados tendo como objetivo 
remover material fecal, sendo que na maioria das vezes utiliza-se água, solução fisiológica e até 
mesmo ringer, podendo adicionar fármacos que reduzem o tempo de trânsito como óleo mineral. 
Administração repetida de grandes volumes de água morna com fluxo de gravidade a partir de 
um recipiente mantido acima do animal, o tubo deve ser avançado gentilmente dentro do cólon, 
podendo o animal defecar em jato. Enemas Hipertônicos: fleet enema, causa alterações 
massivas e fatais de eletrólitos, principalmente em gatos e cães podendo provocar sua morte! 
 TERAPÊUTICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO (aula 4): 
Dividido em sistema respiratório superior (narinas, cavidade nasal, nasofaringe, laringe e parte proximal da 
traqueia) e inferior (porção final da traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares) então 
determinadas enfermidades podem afetar uma destas regiões ou ambas. A porção aonde ocorre as trocas 
gasosas são nos alvéolos (hematose pulmonar), esta sendo a principal função do sistema, e temos o espaço 
morto anatômico por onde o ar passa para que o processo ocorra. O sistema respiratório atua ainda na 
termorregulação, proteção contra microrganismos (principalmente o superior). Os objetivos da terapêutica no 
sistema respiratório são vários sendo a primeira a desobstrução bronco pulmonar, ou seja, na parte de trato 
respiratório inferior, supressão da tosse, este um processo de proteção porém quando ocorre em excesso 
pode ser prejudicial, modificação da resistência à passagem do ar então podemos aumentar o diâmetro das 
vias aéreas para melhorar a passagem do ar, controle de infecções utilizando a antibioticoterapia e 
estimulação da respiração para aumentar a oxigenação e liberação de dióxido de carbono. 
DESOBSTRUÇÃO BRONCO PULMONAR: patologia no sistema respiratório, principalmente as de origem 
infecciosa podem gerar muco espesso que dificulta a respiração do animal. Tentaremos desobstruir as vias 
aéreas por hidratação, vaporização (uma outra forma de hidratação), expectorantes, mucolíticos e 
descongestionantes nasais. 
Hidratação: o sistema respiratório não perde grande quantidade de líquido naturalmente, mas existe a 
evaporação através da respiração sendo aumentada em situações de hiperventilação. O problema é que as 
afecções respiratórias geralmente causam sinais clínicos sistêmicos que levam a desidratação do animal 
como, por exemplo, uma pneumonia que leva a diminuição da alimentação e consequentemente 
desidratação, assim, o muco ficará mais espesso e de difícil eliminação sendo ideal hidratar o animal para 
que o muco seja eliminado por tornar-se mais aquoso. Sempre se deve tomar cuidado com o calculo de fluido 
porque em excesso pode afetar o sistema respiratório levando ao acumulo de líquidos no interstício e nos 
pulmões causando edema pulmonar e dificultando as trocas gasosas além de favorecer o crescimento de 
microrganismos (ambiente ideal). 
Vaporização: é uma forma de hidratação direta do sistema respiratório 
aumentando a vascularização da mucosa e consequentemente irá transudar 
mais liquido no local fluidificando o muco e facilitando sua eliminação. Pode 
ser feita apenas com soluções como a fisiológica além disso pode ser usada 
como uma via de administração de fármacos como bronquodilatores, anti-
inflamatórios e estes chegam diretamente ao sistema respiratório, sendo uma 
administração direta. Nos animais de companhia de uma maneira geral não é 
um processo muito fácil na clínica visto que podem relutar. 
Quando o animal é muito agressivo ou reluta ao usar a mascara podem ser feitas adaptações como caixas 
de transportes isoladas com uma abertura para o oxigênio adentrar devendo haver aberturas para a saída de 
dióxido de carbono da mesma forma (existem caixas comerciais apenas destinada a vaporização nos dias de 
hoje). Além disso, em situações aonde não é possível o uso de mascaras existem adaptações com garrafas 
pets, colar elisabetano vedados com plásticos (o dióxido sai no espaço entre o pescoço do animal e o colar). 
Expectorantes: estimulam direta ou indiretamente a secreção das glândulas da árvore 
respiratória, reduzindo a viscosidade do muco e facilitando sua eliminação. Temos o Iodeto de 
Potássio e a Guaifenesina provocando uma irritação nas terminações nervosas do sistema 
respiratório aumentando a secreção dos fluidos além de destruir material fibrinoide de fluidos 
inflamatórios sendo utilizados especialmente em doenças de origem infecciosa. Estão 
presentes em diversas composições de xaropes, então, normalmente não são vendidos 
isoladamente no mercado. 
Mucolíticos: reduzem a viscosidade do muco por ação direta em seus componentes, não estimula a 
secreção das glândulas e, sim, destruir o material do próprio muco. Temos a N-acetilcisteína, antidoto do 
Paracetamol, e Bromexina. Ambos apresentam uma ação bem semelhante, porém, o primeiro tem uma ação 
superior ao segundo, pois fragmenta as fibras de glicoproteína do muco e em fibras de DNA, auxiliando na 
destruição dos microrganismos enquanto a Bromexina não destrói os invasores atuando apenas no muco. A 
N-acetilcisteína pode ser utilizada por VO ou nebulização (melhor ação por agir diretamente). São vendidas em 
apresentações de xaropes líquidos e em algumas vezes em pó sendo diluído em água para ingestão. 
Descongestionantes Nasais: a congestão é uma resposta inflamatória da mucosa a mediadores diversos, 
que culmina com uma alta produção de muco. Efedrina age provocando vasoconstrição da cavidade nasal e 
consequentemente diminui o fluxo sanguíneo local, facilitando a passagem de ar pelo aumento do diâmetro 
das vias aéreas, o problema é que apresenta um efeito rebot ocorrendo o aumento da congestão nasal com 
o tempo pelo organismo entender que o fluxo diminui no local, portanto, funciona apenas de forma 
momentânea e o uso crônico pode levar necrose e ulceração da mucosa pela diminuição da oxigenação das 
células do local. Utilizada por VO, nebulização ou gotas nasais, sendoa ultima a apresentação mais comum 
para esta situação. Oximetazolina, mais comum o uso em comparação a efedrina quando utilizada como 
descongestionante, apresenta um mecanismo de ação semelhante a efedrina, porém com menos efeitos 
colaterais e tem um intervalo maior de doses (12 horas) diferente da efedrina que apresenta um curto intervalo 
de tempo (4-6 horas). Solução Fisiológica muito utilizada sendo eficiente para a limpeza do local e não para o 
descongestionamento, portanto, tendo um intervalo muito menor (1 hora). 
 SUPRESSÃO DA TOSSE: reflexo protetor, só deve ser combatida quando não produtiva ou muito intensa. 
Em situações de tosse extrema pode causar disseminação de infecções, rompimento de alvéolos e prejuízos 
ao sono do animal. quando a tosse e produtiva, ocorrendo eliminação de secreções (muco) o objetivo é 
eliminar os microrganismos e, portanto, não se deve ser feito o uso de supressores da tosse, mas quando 
forem secas pode ser feito o uso como em casos de bronquite, por exemplo. Codeína, narcótico de ação 
central, atua diretamente no centro da tosse no SNC, uma ótima função como supressor da tosse e indicado 
apenas em situações de tosse seca, não produtiva, seu uso é crônico, utilizado em situações de tosse durante 
toda a vida do animal (sua venda não é livre, necessita de prescrição especial). Pode causar sonolência, apatia, 
problemas hepáticos, depressão respiratória (quando em altas doses) e pode causar dependência como 
efeitos adversos. Dextrometorfano apresenta mecanismo de ação e potência similar a codeína (esta mais 
potente). Não causa dependência, por isso a venda é livre. 
MODIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PASSAGEM DO AR: aumento do diâmetro da 
passagem de ar provocando uma melhor ventilação que podem ocorrer por 
edema, acumulo de secreções, constrição da musculatura lisa (broncoespasmo), 
perda estrutural do sistema respiratória (broncomalácia). Broncodilatadores 
Adrenérgicos fazem um estimulo simpático (adrenérgico) ocorrendo 
broncodilatação, as drogas utilizadas são adrenalina, efedrina, terbutalina, 
salbutamol, isoproterenol, o mais utilizado são os três últimos, visto que a 
adrenalina e efedrina não possuem seletividade pelo sistema respiratório 
ocorrendo sinais simpáticos em todos os sistemas (bronquoconstrição, aumento 
da FC...), podendo culminar com a morte do paciente. 
Os mais utilizados são considerados os mais seguros e mesmo assim ainda 
há riscos, podendo ocorrer problemas cardiovasculares. Podem ser utilizados 
por VO, SC ou inalação (mais utilizado pelo efeito imediato), em humanos com asma é muito comum o uso de 
Salbutamol. A Efedrina e Adrenalina não são muito utilizados como broncodilatadores, em humanos em 
reações alérgicas de emergência. Xantinas são a Teofilina etilenodiamina ou aminofilina, alcalóides vegetais 
mais seguras que os anteriores e além de broncodilatadores são estimulantes do miocárdio. VO (mais 
utilizada) ou IV, IM é muito irritante, podem causar irritação gastroentérica, excitação do SNC, e adm. IV rápida 
pode causar arritmias e parada cardíaca. 
ANTIBIÓTICOS: as vias aéreas são bastante acometidas por agentes infeciosos, geralmente são afecções 
secundárias pela diminuição da imunidade ou que possuam infecções virais de trato respiratório que levam a 
infecções bacterianas. Os agentes G+ são os mais comuns então se escolher ATB direcionados para estas 
bactérias como Penicilina, sendo, portanto, o grupo de primeira escolha para seu tratamento. A Sulfa + 
Trimetoprim também podem ser utilizados. O diagnóstico causal correto é fundamental para a administração 
de um antibiótico adequado (não utilizar antibioticoterapia empírica) e como a pneumonia é uma situação 
muito grave a maioria das vezes devemos iniciar o tratamento imediatamente e por isso as penicilinas serão 
as mais recomendadas nestas situações. 
ESTIMULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO: a respiração é um processo que pode 
ser estimulada e melhorada através de algumas terapêuticas sendo 
geralmente utilizadas quando o animal apresenta insuficiência respiratória. 
São utilizados estímulos medicamentosos e oxigenoterapia, nesta não 
necessariamente estimulamos a respiração, mas o aumento da pressão de 
oxigênio nos pulmões. No estimulo medicamento existe o Cloridrato de 
Doxaplam, indicado em insuficiências respiratórias agudas e recém-
nascidos com dificuldades de respirar, atua diretamente no centro 
respiratório do SNC, administrado por via IV ou sublingual em neonatos, não 
sendo mais vendido no Brasil. Nos dias de hoje para a estimulação da 
respiração é utilizado mesmo a Oxigenoterapia, indicada na insuficiência 
respiratória aguda, colapsos circulatórios, hemorragias extensas, dentre 
outras situações. 
É utilizado quando o animal tem capacidade de absorver este oxigênio 
(por exemplo animal com alteração de cavidade nasal ou obstruído), tendo 
necessidade de realizar traqueostomia em algumas situações para que o 
procedimento ocorra de maneira correta. Quando os níveis de dióxido de 
carbono aumentam ocorre um estimulo para o animal respirar então em pacientes muito oxigenados podem 
entrar em apneia porque não apresentam mais estimulo do dióxido para que a respiração ocorra. 
O oxigênio da atmosfera está a 21% então no trato respiratório o ideal é que ocorra esta concentração 
adentrando ao trato respiratório, então quando a pressão de oxigênio se altera em alguns locais a fração 
continuará a mesma (21%), contudo, nos tubos de oxigênio a fração é em 100% portanto se deve ter cuidado, 
pois pode ser tóxico, devendo calcular a quantidade necessária para o animal em questão dependendo do 
peso e da necessidade do momento. 
Pouco tóxico em curtos períodos e com baixas concentrações. Pode causar convulsões, atelectasia, edema 
pulmonar e congestão se usado puro e por longos períodos. As formas de utilização podem ser através de 
máscaras, cateter traqueal, cateter nasal (sonda diretamente pela cavidade), tubo endotraqueal, caixa de 
oxigênio, semelhante a caixa de vaporização, existindo caixas específicas e algumas feitas manualmente. 
Lembrando da necessidade de umidificação do oxigênio para reduzir a irritação e que não deixe as vias aéreas 
secas! 
TERAPÊUTICA DO TRATO URINÁRIO E REPRODUTOR (aula 4): 
No macho tanto o canal urinário como o reprodutor compartilham o mesmo espaço enquanto na fêmea 
apenas a região de vestíbulo será a mesma, passando secreções de trato genital e urinário. A uretra do macho 
é mais longa e estreita propiciando doenças obstrutivas a fêmea é mais curta e larga propiciando a aparição 
de agentes infecciosos. Em relação a fisiologia temos a filtração renal, constituído por unidades funcionais 
que são os néfrons, variam de acordo com a espécie em quantidade e capacidade de concentração da urina, 
por exemplo, os cães apresenta mais néfrons em relação ao gato, enquanto este apresenta melhor capacidade 
de concentração de urina. No glomérulo forma-se o ultrafiltrado, sangue adentra pela arteríola aferente e 
forma substância muito semelhante ao plasma e depois estes ultrafiltrado passa pelos túbulos renais fazendo 
a reabsorção de substância e secretando outras para a formação da urina (alta densidade). Outro processo 
importante é a perfusão renal, o sangue vai para porções como miocárdio e sistema nervoso em situações 
críticas e o rim ativa o SRAA quando a perfusão diminui, sendo um processo sistêmico. 
FLUIDOTERAPIA: rim é responsável pela reposição de fluídos (perdas hídricas culminam com perda de 
eletrólitos), equilíbrio ácido-básico (principalmente a acidose metabólica, visto que o rim recicla bicarbonato) 
e correção da concentração de eletrólitos (recicla Na e K). Em situação de desidratação vasoconstrição 
periférica e de órgãos não críticos como o rim faltando perfusão e ocorrendo isquemia e necrose de células 
renais ocorrendo insuficiência renal aguda então a fluidoterapia é essencial. 
DIURÉTICOS: utilizados em diversas patológicas,tanto tóxicas eliminadas pela urina com patologias aonde 
ocorre acumulo de fluidos e por sobrecarga do sistema cardiovascular como edema, oligúria (diurese reduzida) 
e os principais diuréticos são divididos em algumas classes como tiazídicos, de alça, poupadores de potássio, 
osmóticos e inibidores de anidrase carbônica, sendo os dois últimos pouco usados na veterinária. 
Diuréticos Tiazídicos: Hidroclortiazida, como mecanismo de ação fazem aumento no transporte de Na, Cl 
pelo túbulos renais e assim carreia mais água para fora do organismo, pico de ação em 4-6 horas após a 
administração então não é indicado para efeito rápido, utilizado para tratar hipertensão como preventivo na 
recorrência de urólitos de oxalato de Ca porque diminui a hipercalciúria, esta consequentemente pode 
calcificar e formar cálculos. Utilizado para tratar diabetes insipidus sendo controverso porque o animal já urina 
muito, mas tem um efeito no túbulo distal que reduz a diurese sendo um caso apenas utilizado em humanos. 
Contraindicado em hipocalemia porque diuréticos aumentam a quantidade de potássio eliminados, pode 
provocar reações gastrointestinais, hipersensibilidade cutânea, poliúria e hiperglicemia. Triclorometiazida, 
mesmas propriedades, utilizado em grandes animais em edema pós-parto. 
Diuréticos de Alça: Furosemida, mais utilizado na MV, age nas alças de Henle diminuindo a 
reabosrção de Na e Cl, comumente absorvidos na alça e consequentemente levam água junto e 
esta não será reabsorvida. Aumenta a secreção de potássio e continua sendo jogado fora pela 
urina, ou seja, não poupa potássio sendo uma situação grave em pacientes hipocalêmicos. 
Bem absorvida por VO, mas demora a agir com pico de ação de 1-2 horas e utilizada por VI 
com efeito dentro de 5 minutos com pico máximo em 30 minutos utilizado em situações emergências como 
edema diminuindo a quantidade de líquidos (cardiomiopatias congestivas, assim, reduz a sobrecarga cardíaca 
pela redução do volume total de sangue), edema pulmonar, uremia esta é utilizada principalmente em 
insuficiência renal aguda aonde o paciente tem oligúria e como uma tentativa de aumentar a diurese 
aumentando a eliminação de eletrólitos que podem estar acumulados no organismo, utilizado em epistaxe, 
hipercalemia (aumenta a secreção de K no túbulo), intoxicações com objetivo de jogar o tóxico fora quando 
este é eliminado por via renal portanto não funciona em tóxicos com eliminação no TGI, por exemplo. 
Eventualmente é utilizado como anti-hipertensivo a longo prazo em dosagens mais baixas reduzindo a 
pressão arterial. Contraindicado em pacientes com anúria, pois esta não aumenta a produção de urina apenas 
aumenta a eliminação então o rim precisa estar trabalhando como não é o caso, portadores de distúrbios 
hidroeletrolíticos porque joga mais K fora, diabetes melitus porque o paciente já está com poliúria. 
Diuréticos Poupadores de Potássio: Espironolactona, única que diminui a secreção e K, inibição 
competitiva da aldosterona nos túbulos distais funcionando para aumentar a reabsorção de K e 
consequentemente de água e como age num local diferente da furosemida consegue jogar fora Na e água 
sem aumentar a secreção e K, mas ao mesmo tempo não é tão potente como a furosemida não tendo o 
mesmo efeito diurético. Tem uma ação gradual, atinge seu efeito máximo dentro de 3 dias então não pode 
ser usado em situações agudas, consegue atravessar a barreira planetária e atinge o leite por isso existe 
período de carência, utilizado para tratar ascite, cardiopatias, animais que apresentam severa hipocalemia 
com outros diuréticos, tem essa ação mais crônica quando queremos prevenir o edemas pulmonar a longo 
prazo podemos associar com furosemida em dose baixa, tendo função diurética e sem grande perda de 
potássio dessa forma. Contraindicada em hipercalemia, anúria, IR e distúrbios hepáticos porque é 
metabolizada no fígado, mas algumas situações aonde ocorrem distúrbios com formação de liquido ascético 
utiliza-se a longo prazo para controlar o edema, mas precisa verificar se está sendo metabolizada. 
Diuréticos Osmóticos: objetivos é promover a osmose, temos manitol que é um diurético 
livremente filtrado no glomérulo pouco absorvidos nos túbulos causando um aumento da 
pressão osmótica que diminui a reabsorção de água porque acaba puxando-a pela pressão, 
aumenta a excreção de eletrólitos, ácido úrico e ureia em menor proporção. É uma droga com 
meia vida curta de 60 minutos que é o período dentro do túbulo renal e então é eliminado, 
administração geralmente lenta dentro de 15 a 30 minutos e desempenha suas funções 
osmóticas no rim. Indicado na IRA oligúrica, reduz a pressão intraocular (PIO) e intracraniana 
(PIC), excreção urinária de tóxicos e diminuição de edemas e ascites. Contraindicações em anúria, 
desidratação severa, hemorragias intracranianas (se reduzirmos muito a pressão intracraniana o vaso não 
sofre processo de coagulação e continua sangrando) e edema pulmonar (não tem um pico de efeito tão rápido 
como a furosemida e não tem meia vida tão longa então os de alça são mais benéficos). 
Diuréticos Inibidores da Anidrase Carbônica: acetazolamida, praticamente não utilizado na MV, anidrase 
age unindo CO2 com a água formando ácido carbônico e no rim se dissocia em bicarbonato e íon hidrogênio 
para que os H+ sejam jogados fora e o bicarbonato seja retido então reduzir H evita a reabsorção de Na, porque 
o NA e H compartilham de uma mesma proteína carreadora e consequentemente elimina-se água. Bem 
absorvida por VO, efeito de 4-6 horas e eliminada no rim na MV utilizadas para tratar alguns casos de glaucoma 
(aumento da pressão intraocular), diurético muito suave então para outras situações não terá uma boa função, 
utilizado também para tratar alcalose metabólica porque atua na função na reabsorção do bicarbonato e 
eliminação dos íons H, pH sanguíneo e causa alcalose metabólica (raro). Contraindicado: doença hepática e 
renal, insuficiência adrenocortical, hiponatremia, hipocalemia e outros desiquilíbrios eletrolíticos. 
ANTIBIÓTICOS: no sistema urinário o uso é muito importante porque existem diversos processos 
infecciosos principalmente nos cães, a urina do gato é muito concentrada então é mais difícil a sobrevivência 
dos microrganismos. O problema é atingir um nível adequado de ATB no sistema porque a droga precisa passar 
pelo sistema e o animal pode estar com processo de falha na concentração de urina chamado de hipostenúria 
(densidade menor que a do plasma) e isostenúria (mesma densidade do plasma) e não terá uma concentração 
adequada, diminuindo a ação dos ATB, por isso sempre prezamos em utilizar a dose mais alta permitida do 
ATB em questão. A duração do tratamento no sistema urinário deve ser longa, em infecções não complicadas 
usamos por 14-20 dias, ITU superior/complicada (infecção retorna) o tratamento é de 30-60 dias. 
A escolha dos antimicrobianos deve ser feita de maneira sensata, mas nesse caso é mais importante 
ainda porque as complicações das infecções ocorrem com frequência então o ideal é tratar o microrganismo 
que realmente está causando aquela doença porque basta apenas coletar a urina e fazer a cultura, devendo 
evitar antibioticoterapia empírica. Quando temos uma infecção muito grave aonde não podemos esperar até 
vir o resultado da cultura podemos fazer uma escolha racional, coletamos uma gota de urina, secamos a gota 
e fazemos a coloração de gram, quando temos cocos G+ ou bacilos G- temos drogas específicas. Quinolonas 
devemos evitar porque já tem grande resistência de bactérias de trato urinário. 
Tratamento da Prostatite: Sulfas potencializadas, Quinolonas, Cloranfenicol, Eritromicina, Clindamicina, 
Penicilinas e Cefalosporinas de 1ª Geração (duas últimas não conseguem ultrapassar barreira prostática). 
Contraindicados em infecção resistente. A próstata geralmente é acometida por microrganismos que 
respondem a estas classes, podemosfazer a cultura da urina da mesma forma, quando esta inflamada com 
vasculatura alterada as penicilinas e as cefalosporinas conseguem penetrar e tem boa ação antibiótica, mas 
quando o animal melhora o prognóstico não conseguem mais ultrapassar e os microrganismos tornam-se 
resistentes por isso não são fármacos de primeira escolha. 
Modificadores do pH Urinário: a urina tem um Pé bastante variável, os cálculos de sistema 
urinário podem alterar esse pH e algumas infecções também por Staphylococcus e Proteus 
chamada de ureases positivas porque alcalinizam, atualmente existem rações que funcionam 
bem principalmente para acidificação de urina. Existem outros alcalinizantes o mais comum o 
bicarbonato usado por VO, mas devemos ter cuidado porque é um causador de distúrbios e não 
é comum usar, os acidificantes temos cloreto de amônio, metionina e vitamina C, mas hoje em 
dia utiliza-se mesmo as rações porque já tem essas substâncias e são balanceadas. 
Agentes Contra Hiperuricosúria: causam aumento de ácido úrico na urina principalmente em algumas 
raças como dálmata porque tem falha na enzima que converte ácido úrico em alantoina para ser eliminado 
pela urina, ocorrendo acumulo de ácido úrico na corrente sanguínea e quando eliminado pode formar urólitos 
chamado de urolitíase de urato formando uma pedra no trato urinário. Tratado cirurgicamente como a maioria 
dos urólitos e pode ocorrer recorrências então usamos agentes como alopurinol inibe a enzima xantina oxidase 
que converte oxipurinas em ácido úrico, VO, utilizado pelo resto da vida do paciente, mas sempre tomando 
cuidado, pois pode formar urolitíase de xantina. Muito utilizado em aves pelo acumulo em articulações. 
Drogas Estrogênicas: função principalmente no trato genital, o sistema genital funciona através de 
modificações genitais principalmente a fêmea no decorrer do ciclo estral. Muito importante no 
desenvolvimento corporal, de ossos, musculatura. 
Dietiletilbestrol e Cipionato de Estradiol: Indução do estro, tratamento de neoplasias estrógeno- 
responsivas, interrupção da gestação em cadelas e gatas (5 dias após cobertura), incontinência urinária 
estrógeno responsiva, não existem mais drogas eficientes para esta situação, ocorre por falha no estrógeno e 
serve para manter o tônus da musculatura do trato urinário. Correção do anestro, tratamento da hiperplasia 
prostática benigna. Contraindicados: gestação, efeitos abortivos e teratogênicos (deformação do feto), 
toxicidade medular, causa discrasias sanguíneas e aplasia medular, animais consequentemente tem uma 
pancitopenia tendo aplasia de medula não produzindo nenhuma célula. 
Progestágenos: Altrengest, Acetato de Medroxiprogesterona e Acetato de Megestrol indicados para o 
controle do estro e pseudogestação, serve para manter a progesterona alta e o animal teoricamente não entra 
no cio sendo indicado no diestro porque fora desta fase não faria diferença. Sincronização de cio e correção 
de ciclo anormal, dermatites psicogênicas e alopecia de origem hormonal (existem algumas alopecias, mas 
muito raras), tratamento da hiperplasia prostática benigna. Contraindicações e Efeitos Colaterais: animais 
prenhes, diabetes melitus ou com neoplasia mamária, podem causar aumento do apetite e peso, hiperplasia 
endometrial cística/piometra, neoplasia mamária, supressão adrenocortical e galactorreia. Todas as situações 
indicadas poderiam ser resolvidas com a castração. 
Prostaglandinas: o objetivo principal é indução do estro, ovulação e do parto porque aumentam a 
contratilidade do miométrio. Provoca indução de aborto, tratamento de cisto luteinizado, endometrites e 
piometra. Expulsão de feto mumificado, sincronização do estro. Pouco utilizados nos pequenos animais visto 
que causa uma contração muito exacerbada. Contraindicações e Efeitos Colaterais: gestantes onde não se 
deseja o aborto, equinos provoca dor abdominal, cólica, ataxia, sudorese e aumento de FC e FR. Cães e Gatos 
aumento de FC e FR. Mais utilizada para sincronização de estro e parto em grandes animais. 
Gonadotropina Coriônica Humana (HCG): polipeptídeo secretado pela placenta humana, em veterinária 
utilizada em fêmeas para luteinização de folículos persistentes e redução da variabilidade do intervalo de 
ovulação e machos infertilidade secundária a baixa testosterona e como é humana pode causar 
hipersensibilidade e produção de AC anti HCG. 
Ocitocina: aumenta a permeabilidade das fibras musculares ao Na, faz despolarizarem mais facilmente 
aumentando as contrações uterinas e facilitando o momento do parto e indução da expulsão do feto, utilizado 
em retenção de placenta e endometrite puerperal (inflamação das membranas uterinas), tratamento da 
agaloctose porque também atua na glândula mamária. Muito utilizada na clínica de pequenos em casos de 
distocias, existem dois tipos a fetal e a materna, esta quando a mãe não tem contrações suficientes para 
expelir o feto, mas quando é fetal não adianta porque o feto é incompatível com o canal do parto (cesária). 
Alcaloides do Ergot: apresenta algumas classes, mas o objetivo principal é reduzir a galactorreia, a 
produção de leite principalmente na cadela. Bromocriptina, agonista da dopamina, suprimindo indiretamente 
a secreção de prolactina. Indicações: pseudogestação, galactorréia e anestro lactacional em éguas 
Antagonista dos Receptores de Serotonina: Metergolina ação dopaminérgica indireta reduzindo a 
produção de prolactina e serve para tratar galactorreia, pseudociese nesses pacientes e apesar de passar a 
BHE não ocasiona efeitos colaterais graves. 
Andrógenos: deve-se tomar cuidado com pessoas que usam para anabolizantes. Utilizados em casos de 
incontinência urinária em machos, dermatite com alopecia bilateral em machos e utilização de vacas como 
rufião 
EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE (aula 5): 
Bronsted e lowry em 1820 começaram a desvendar o conceito de equilíbrio ácido básico e sua importância 
para animais e humanos. Os ácidos doam prótons e as bases recebem prótons, durante todo o momento existe 
um metabolismo ocorrendo e isto gera componentes, principalmente ácidos voláteis (CO2) e fixos (H+) sendo 
as principais substâncias que irão contrabalancear o equilíbrio do organismo. Os desequilíbrios muitas vezes 
são difíceis de diagnosticar, pois muitas vezes a sintomatologia é da doença inicial que causou o distúrbio, 
dificilmente um distúrbio ácido-base será o início de uma patologia e sim uma consequência. O íon H+ é 
importante por ser fornecido em nanoequivalentes/L. Os outros, Na, K, Ca e Cl são miliequivalentes/L, ou seja, 
o H+ é muito mais importante na alteração do equilíbrio, porque é um milhão de vezes maior e toda vez que 
não conseguimos controlar este desequilíbrio ocorrerão consequências a curto e longo prazo. 
pH: é a medida da concentração de H+ em uma dada solução. Quanto menor o pH mais íons hidrogênio. É 
um logaritmo negativo numa base 10 e através da leitura do pH conseguimos identificar patologias e distúrbios 
do organismo. 
 
 
Sistemas de Tamponamento Do Organismo: tampões 
são substâncias com a capacidade de doar e receber 
prótons, podendo manter em equilíbrio o organismo de 
uma maneira geral e com isso muitas vezes inicia-se um 
desequilíbrio e pelos tampões automaticamente retorna-
se ao equilíbrio. Há um conceito de que uma solução 
tampão é uma junção de um ácido fraco com um sal 
conjugado. Toda substância tampão possui um pKa, 
este sendo o pH onde ela se mantém 50% ionizada e 
50% não ionizada, portanto, teremos um pH ideal para 
cada substância no organismo. A capacidade de 
tamponamento de qualquer substância é extremamente 
eficaz quando o pKa da substância é mais efetivo 
quando próxima do pH fisiológico, em torno de 7,0. De 6,0 a 8,0 o tamponamento ainda é eficiente, ao se 
afastar desses valores passa a ter um fraco efeito. Dentre as substâncias tampões há 3 principais 
componentes no organismo: 
Tamponamento Químico dosFluidos Corporais: é a primeira linha de defesa ao ocorrer um tamponamento. 
Bicarbonato é o elemento químico de tamponamento do organismo porque está em grande quantidade (íon 
mais abrangente no meio extracelular) e é muito importante para a regulação do desequilíbrio. É muito efetivo 
porque faz parte de um sistema aberto, visto que a reação gera CO2 que pode ser eliminado na respiração 
então juntamente com a segunda linha de defesa o bicarbonato torna-se efetivo desviando a curva para 
esquerda ou direita e conquistando o equilíbrio. 
Proteínas são os principais componentes de regulação intracelular porque tem a capacidade de possuir 
cadeias alterais dissociáveis então as moléculas de globulinas e albuminas, por exemplo, consegue-se 
perceber que possuem cadeias laterais que se dissociam reagindo tanto com CO2 como com os íons H+ 
desviando a equação para a direita ou esquerda, podemos dizer que é um sistema aberto pelas cadeias 
laterais dissociáveis, porém estas cadeias podem ser saturadas, ou seja, não terá mais capacidade de atuação 
e com isso não terá uma efetividade tão grande como o bicarbonat0. 80% tampão é realizado pela 
Hemoglobina e os outros 20% pela albumina (principal dentro desta porcentagem) e globulinas de uma 
maneira menor. Durante a respiração celular gera-se o CO2, este no capilar sistêmico, cerca de, 7% fica no 
espaço intersticial dissolvido e o restante liga-se a Hb, esta com capacidade de carrear 23% destes e então 
ocorrem os processos para formação de íons e bicarbonato (pelo efeito da anidrase carbônica na reação), uma 
parte deste bicarbonato fica no plasma e vai ser transferido para os capilares pulmonares e a reação contrário 
é realizada formando CO2 que será eliminado pelo lúmen dos alvéolos. 
Fosfatos também tem um papel importante no LIC. Os orgânicos (ADP/ATP) tem praticamente o mesmo 
efeito da Hb, irão carrear uma quantidade relativamente pequena de CO2 e inorgânicos (H2PO3) tem uma ação 
muito boa a nível renal visto que seu pKa é muito próximo do pH renal e quanto mais próximo este valor o 
mecanismo de tamponamento será mais eficiente sendo, portanto muito importante a níveis renais. 
Ajuste Respiratório da Concentração Sanguínea de Dióxido de Carbono: segunda linha de defesa, pois o 
CO2 é um ácido volátil que é eliminado na respiração e afeta diretamente o desequilibro, mas não acontece 
momentaneamente, demora algumas horas para acontecer. O centro respiratório é localizado no bulbo, que 
estimula o volume minuto e frequência respiratória, temos o centro ventilatório dorsal e ventral responsáveis 
pela inspiração e expiração, o seio aórtico carotídeo detecta diferenças de pressão e oxigenação e 
consequentemente aumentando ou diminuindo a respiração. 
Se o animal está dormindo a tendência é acumular mais CO2 porque não está estimulando o volume/minuto 
e a FR, em um exercício ou atividade física a concentração será menor visto que está estimulando mais. O 
controle respiratório para equilíbrio ácido básico se baseia nisso, indo aos músculos respiratórios e 
aumentando ou diminuindo a ventilação. Como não é imediato, aparece mais a sintomatologia clínica. 
Excreção de Íons Hidrogênio ou Bicarbonato pelos Rins: terceira linha de defesa, leva de 5 a 7 dias para ser 
efetivo como meio de tamponamento. Apesar de ser tardia é bem efetiva, o manejo com um animal insuficiente 
renal é delicado. Irá ocorrer reabsorção de HCO3 (ocorre na célula tubular, gerando ácido carbônico e o 
bicarbonato será reabsorvido sendo cerca de 95% retornado) sendo um mecanismo muito importante para a 
esquerda ou direita da equação, regeneração de HCO3 (pela excreção da amônia, o CO2 com a água forma o 
ácido carbônico, este íon H+ reage com o amônio que é excretado e mais uma vez o bicarbonato é regenerado) 
excreção de H+ (no lúmen túbulo o íon H+ com anidrase carbônica regenera o bicarbonato por titulação com 
fosfato e assim altera-se novamente o equilíbrio). Inicialmente há reabsorção de bicarbonato nas células 
tubulares, gerando ácido carbônico e bicarbonato que é reabsorvido (em torno de 95%). 
 
Distúrbios no Equilíbrio Ácido Base: o pH normal do organismo é em torno de 7.35 a 7.45, olhando só o pH 
não se pode afirmar que o animal possui uma alcalose ou acidose (necessário analisar níveis de oxigênio e 
dióxido de carbono para poder afirmar), pois não necessariamente indica o distúrbio, nestes casos afirma-se 
apenas alcalemia ou acidemia. Outros íons precisam ser observados, principalmente o CO2 e bicarbonato. 
Quando o problema for o CO2 será um problema respiratório (acumulo ou perda). Distúrbios metabólicos 
estão relacionados ao Bicarbonato. 
 
Resposta Compensatória: sempre falamos sobre o esperado, ou seja, a partir de um desequilíbrio que 
ocorre no organismo esperamos que a resposta seja algo que o organismo realize prontamente e consiga 
voltar ao equilíbrio. Quando a resposta compensatória não é efetiva teremos o desequilíbrio propriamente dito. 
Podemos ter distúrbios mistos, tanto respiratórios como metabólicos, geralmente um é decorrente do outro ou 
ambos ocorrendo devido a uma enfermidade. A morte celular geralmente ocorre abaixo de 6,85 e acima de 
7,95. Muitas vezes pacientes podem estar abaixo ou acima disso, pois não ocorre uma morte instantânea 
geral, sendo gradativo e caso o animal se recupere o prognóstico é desfavorável e pode gerar sequelas. 
 
DISTÚRBIOS METABÓLICOS: 
Acidose Metabólica: é a mais comum na rotina clínica. É a diminuição de bicarbonato, pode ocorrer por 
perdas ou consumo. No caso de perdas, pode ocorrer em diarreias persistentes ou por acidose tubular 
proximal, onde não faz a reabsorção do bicarbonato e consequentemente temos diminuição e acidose 
metabólica. No caso de consumo, pode ocorrer por adição de ácidos fixos (toxinas ou fármacos), produção de 
ácidos fixos (ácido lático e cetoacidose) e excreção de ácidos fixos, em caso de insuficiência renal. Estando 
em acidose metabólica, haverá respostas compensatórias (animal terá taquipneia como resposta respiratória). 
O CO2 é acido então se tenho uma diminuição do pH teremos uma maior concentração de CO2 e a resposta 
do mecanismo respiratório será taquipneia sendo uma resposta compensatória. Espera-se que para cada 
diminuição de 1mEq de HCO3, diminua-se 0,7mmHg de CO2. Se isso ocorrer de forma efetiva, não ocorre a 
sintomatologia clínica do distúrbio. Depois de alguns dias inicia-se a resposta renal e caso o animal esteja 
insuficiente teremos que tratar para que o mecanismo funcione de maneira adequada. 
Em um levantamento como 1805 cães e gatos, em torno de 49% dos distúrbios metabólicos são acidose. 
Em cães, o mais comum é acidose metabólica, enquanto em gatos, metabólica e respiratória, possuem uma 
tendência maior a desenvolver um distúrbio misto. 
Tratamento: trata-se a causa primária, muitas vezes nem é necessário demais tratamentos. Também 
indicado fluidoterapia com ringer lactato (mais indicado pela sua concentração maior de bicarbonato). Uma 
acidose metabólica, quando consegue ser diagnosticada, os sistemas de tamponamento não foram efetivos e 
se torna uma emergência clínica, sendo necessário a administração de bicarbonato para reverter o quadro. O 
bicarbonato só pode ser mensurado através da hemogasometria. É administrado se o pH estiver menor que 
7,1 e o HCO3 menor que 10. Empiricamente é feito, mas não recomendado pela acidose paradoxal. No SNC, 
por ser um ácido volátil o CO2 se difunde de forma muito rápida e o HCO3 mais lentamente. Ao administrar o 
bicarbonato, ele reverte a acidose metabólica, manda uma mensagem para o organismo que para com as 
respostas compensatórias. Como o CO2 é extremamente difusível, ele penetra no SNC e causa acidose, pois 
lá o bicarbonato demora para penetrar na BHE. Isso pode levar a um estado comatoso de difícil reversão. 
 
 
 
 
Quando realizamos a hemogasometria a diferença entre o BE desejado e o atual será fornecidocomo déficit 
de base e deverá ser usado na fórmula. 
Alcalose Metabólica: há aumento do bicarbonato. As causas não são muito variadas, ocorre por perda dos 
íons H+, perda de Cloro e administração errônea de NaHCO3. A principal causa na rotina são animais com 
vômito crônico. Na primeira linha de defesa há trocas de K, Cl para tamponar o HCO3 (é relativamente efetivo 
para alcalose). A segunda linha de defesa para cada aumento de 1 miliequivalentes/L de HCO3 teremos um 
aumento de 0,7mmHg de CO2. A terceira linha de defesa é a mais efetiva pelo bicarbonato excretado nos rins, 
apesar de demorar alguns dias para ser efetiva. 
Tratamento: causa primária, fluidoterapia com NaCl 0,9% e KCl em baixíssimas concentrações (algumas 
literaturas trazem esta última técnica outras não recomendam), pois causa instabilidade para as células 
cardíacas, o animal sofre de uma parada cardíaca em grandes concentrações. 
“Um gato obstruído os níveis de K são muito elevados e isso predispõem a paradas cardíacas durante os 
procedimentos de desobstrução, principalmente, no momento de indução da anestesia, existem 
administrações de glicose e insulina para ocorrer uma troca momentânea com o K e, assim, em um curto 
período diminui-se as concentrações de K a nível sanguíneo para que não prejudique as células cardíacas e 
a desobstrução consiga ser realizada, mas sempre verificar os valores antes pela hemogasometria.” 
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 
Acidose Respiratória: CO2 elevado, pode ser uma acidose respiratória aguda ou crônica. Nesses casos há 
respostas compensatórias diferentes para cada caso. Espera-se que para cada aumento de 1mmHg de CO2, 
aumente equivalente de 0,15mEq de bicarbonato, neste caso de acidose respiratória a primeiro sistema de 
defesa é muito importante, principalmente a Hb por carrear as partículas e pela anidrase carbônica gerar o 
bicarbonato. Quando pensamos em uma situação aguda a primeira defesa, tamponamento químico e 
respiratório e quando crônica pensa-se em mecanismos renais, pois a chance de ter uma eficácia com o 
sistema renal é ainda maior, e espera-se que para cada aumento de 1mmHg de CO2 ocorra um aumento de 
0,35mEq de bicarbonato. 
Tratamento: causa primária (normalmente pacientes com acidose respiratória aguda ou crônica são 
cardiopatas com edema pulmonar, justamente porque não vai eliminar o CO2 de uma maneira correta) e 
posteriormente caso não seja tratada a causa primária, ventilação mecânica, porém esta é efetiva somente 
enquanto for utilizada caso não seja tratada a causa primária, porque se a causa não for tratada e retirarmos 
o animal da ventilação mecânica não ocorrerá mudanças. Para realizar a ventilação mecânica é necessário 
anestesiar o paciente devendo ser anestesiado e por isso devem tratar a causa primaria porque com a 
anestesia ocorrerá uma depressão do SNC e poderá culminar com a morte deste paciente. 
“Muito comum acidose respiratória crônica em pacientes idosos, já ocorre fibrose nos pulmões, 
principalmente em pacientes acima de 10 anos. Com uma radiografia torácica indicará como está o estado 
dos pulmões verificando se está “normal” para a idade ou se a situação está muito agravada.” 
Alcalose Respiratória: aguda ou crônica, a resposta compensatória que se espera é para cada diminuição 
de 1mmHg de CO2 ocorrerá uma diminuição de 0,35mEq de HCO3. As proteínas plasmáticas nesta situação 
não conseguem ser tão efetivas. Na resposta respiratória aguda espera-se uma resposta compensatória renal, 
mas acaba não sendo tão efetiva como a respiratória nesta situação, espera-se que a cada 1mmHg de CO2 
diminuído, diminua também 0,55mEq de HCO3. Sempre quando a resposta é aguda espera-se uma resposta 
menor em comparação a crônica. 
Tratamento: causa primária, pode-se utilizar analgésicos para o controle da dor, por exemplo. 
“Na clínica stress, pacientes com taquipneia persistente desenvolve alcalose respiratória, mas com toda 
certeza será revertido, visto que estamos perdendo dióxido de carbono pela respiração, outra situação muito 
comum é um animal atropelado com dor sempre ocorrendo taquipneia e consequentemente a alcalose 
respiratória.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTÚRBIOS MISTOS: ocorrem justamente quando ocorrem limites da resposta compensatória. Podem 
ocorrer em diferentes patologias e com um ou mais distúrbios primários. 
Considerações Práticas: para ter uma hemogasometria fidedigna é sempre importante se basear no sangue 
arterial. Em cães, a artéria femoral é um bom local para coleta em animais anestesiados, em animais 
acordados, a artéria podal dorsal. Em gatos a opção mais adequada é a A. femoral. Heparina: não pode ter 
coágulos dentro do aparelho. Há dois tipos de heparina diferentes, a heparina sódica, mais barata e quela o 
EB: Quantidade de 
excesso ou 
insuficiência de 
bicarbonato no 
sistema, 
cálcio. Há também a heparina lítica, uma heparina mais cara que não quela o cálcio, sendo, portanto, mais 
fidedigna. Aparelho: há um aparelho de bancada e o portátil, sendo o de bancada mais confiável.

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