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Fungos e Micoses Superficiais

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ANA BEATRIZ CAMPOS 1 
 
Transcrição EI – Microbiologia 
1ª semana U.B 
# Fungos & Micoses superficiais: 
o Inicialmente, temos que conhecer as características gerais desses fungos e entender como é a estrutura 
básica desse tipo de microrganismo (bastante diferentes das bactérias); 
o Os fungos fazem parte de outro reino, constituem o reino FUNGI; 
o A área de microbiologia que é destinada para o estudo dos fungos é a micologia; 
o 1ª característica que distingue os fungos das bactérias Æ fungos são organismos eucariontes, possuem núcleo bem 
delimitado; 
o Além disso, podem apresentar 1 ou mais núcleos em uma mesma célula; 
o Os fungos não apresentam clorofila, nem pigmento fotossintético. Também, não são capazes de realizar fotossíntese, 
ou seja, são heterotróficos (não são capazes de produzirem o seu próprio alimento). Sua alimentação ocorre através de 
absorção de nutrientes; 
o Eles também não são capazes de armazenar amido, mas conseguem armazenar glicogênio; 
o Outra característica importante, é que eles não formam tecidos verdadeiros; 
o Eles podem ser uni ou pluricelulares. Mesmo os pluricelulares, não formam tecidos verdadeiros; 
o Principal tipo de fungo unicelular Æ leveduras; pluricelular Æ fungos filamentosos (micélio); 
o A parede celular fúngica é composta principalmente por polissacarídeos (dentre eles, a glucana, mananas, 
galactomananas e a quitina) e algumas proteínas (manoproteinas); 
o A membrana plasmática é formada por uma bicamada de fosfolipídios, presente também proteínas transmembranares 
e é importante frisar que diferente de outras células eucariontes, a M.P dos fungos possui ergosterol. Pois, geralmente 
é encontrado colesterol, que ajuda a da mais flexibilidade a membrana; 
o A parede celular apresenta uma parte basal da membrana constituída por quitina e acima da quitina irá ter os 
polissacarídeos e acima deles, as manoproteínas (são justamente as proteínas ligadas a algum polissacarídeo); 
o No citoplasma, identificamos as várias organelas celulares: mitocôndrias, ribossomos, R.E, vacúolos, também pode ter 
septos (no caso de fungos pluricelulares); 
o Os fungos são classificados como microrganismos aeróbios obrigatórios (só sobrevive com a presença de O2) ou 
facultativos (sobrevive tanto na ausência, quanto na presença de O2). Também podem sobreviver na presença ou na 
ausência de CO2, no caso das leveduras); 
o Também podem ser, de acordo com a temperatura: Psicrófilos (0 a 20ºC), mesófilos (20 a 45º), termófilos (50 a 85º); 
o Dimorfismo fúngico: em determinadas situações, os fungos também podem apresentar formas diferentes 
(dependendo de temperatura, nutrientes, quantidade de O2...). Ex: um fungo que é uma hífa e não apresenta septos e 
pode começar a apresentar septos, entre outros exemplos; 
o É interessante frisar que, os fungos realizam o processo de absorção. Para absorver os nutrientes do meio, eles 
produzem vários tipos de enzimas como: lipases, lactases, proteinases, amilases, etc... vão ser capazes de hidrolisar 
seu substrato respectivo e tornar esse substrato assimilável para a célula fúngica; 
o Esse substrato, vai ser assimilável através de meios de mecanismos de transporte, tanto passivo quanto ativo ou seja, 
podem gastar ou não ATP; 
o Esses fungos são capazes de produzirem e liberar vários metabólitos e micotoxinas; 
o Além disso, os fungos podem viver no solo, água, colonizar vegetais, animais, homens, e, podendo ser: 
Ö Fungo parasita: absorve todo o nutriente do vegetal e ainda pode causar danos; 
Ö Comensal: tá ali colonizando aquela planta, mas não vai desencadear doenças; 
Ö Saprofíticos: colonizam e habitam cadáveres; 
Ö Simbiontes: habitam a célula vegetal e vivem numa situação agradável de troca de substancia, onde não causa 
dano ao seu hospedeiro; 
o Podem ser disseminados através do vento, água, solo, insetos, animais e homem; 
o Esses fungos também possuem uma influência benéfica, podem ser utilizados como fontes para várias atividades: 
Ö Fonte alimentar: Agaricus campestres, A. hortensis, Clavaria flava; 
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Ö Biotecnologia: Candida utilis, Saccharomyces cerevisiae – utilização hidrocarbonetos parafínicos, gás natural, 
melaço; 
Ö Indústria farmacêutica: Penicillium notatum (penicilina), Acremonium (cefalosporina); 
Ö Indústria de bebidas, pães e queijos: Sccharomyces cerevisiae, Peniciliium roqueforti, P. camemberti; 
o Os fungos podem desencadear várias micoses no homem, que podem ser: 
Ö Superficiais: Malassezia furfur, Microsporum canis; 
Ö Subcutâneas: Sporotrix chenkii, Fonsecaea pedrosoi; 
Ö Sistêmicas: Histoplasma capsulatum, Paracoccidiodes brasiliensis; 
Ö Oportunistas: Candida spp.; 
o Também podem promover alergias, como os Fungos anemófilos e também podem ser agentes de doenças em plantas; 
o Além disso, podem ser agentes de micetismo (Amanita phaloides, A. muscaria, Claviceps purpúrea LSD) e Agentes de 
micotoxicoses (Aspergillus flavus – aflatoxinas, Fusarium spp. – fumonisinas.); 
o Diferença entre micetismo e micotoxicose: 1) quadro de micetismo Æ é desencadeado pela ingestão de um fungo 
tóxico. 2) quadro de micotoxicose Æ vai ingerir as toxinas produzidas por determinado fungo. O homem pode se 
infectar de 2 maneiras: micotoxicose primária e secundária; 
o Exemplo de micotoxicose primária: vamos supor que no milho exista o fungo e esse fungo produziu a micotoxina e o 
homem acaba ingerindo esse alimento com essa alta quantidade de toxina, desenvolvendo um quadro de intoxicação 
alimentar, justamente pela presença da toxina no alimento; 
o Exemplo de micotoxicose secundária: quando ingere parte de animal que já estava com a intoxicação pelo fungo. O 
animal consume o alimento que contem as micotoxinas e fica com esse processo de intoxicação alimentar, e, 
posteriormente o homem ao ingerir o leite ou carne, acaba adquirindo esse quadro de micotoxicose secundária; 
o A micose corresponde a infecção causada por fungos. Todo tipo de infecção causa por fungo, é denominada de micose. 
Existe vários tipos de micoses; 
o Essa micose ou infecção causada por fungo pode atingir a pele, couro cabeludo, unhas, sistêmicas e atingir a corrente 
sanguínea, etc; 
o Geralmente um quadro de micose, principalmente a superficial, é caracterizada por descamação, irritação na região 
afetada e sempre vai variar de acordo com a região do corpo que ela se manifesta; 
o Existem alguns fatores externos que facilitam a uma infecção por fungo, como externos (tipos de profissões, ex: 
profissionais de saúde), a indumentária (vestimenta do indivíduo) e aglomerados. 
o Também existe os fatores internos: lesões pré-existentes, patologias, uso de antibioticoterapia, gravidez. 
o A classificação desse tipo de micose, sempre envolve alguns critérios como: local da lesão (se atinge derme, 
epiderme...), vias de penetração, vias de disseminação e resposta do hospedeiro. 
o Micoses superficiais: 
Ö Localização da lesão: superficial; 
Ö Penetração: contato direto; 
Ö Normalmente não se dissemina por via sanguínea e/ou linfática; 
Ö Não induz resposta inflamatória; 
Ex: Pitiríase versicolor (Malassezia spp); Tinea sp.; Piedra branca e preta (Trichosporon sp.); 
 
� Pitiríase versicolor: 
o Um tipo de micose superficial benigna e crônica, não vai causar danos severos ao indivíduo; 
o Apresenta lesões em placas que podem ser hiper ou hipopigmentadas. Podem ser também, escamosas e apresentar 
bordas bem delimitadas; 
o Apresenta um predomínio na região cervical, nos ombros e tórax (podendo atingir os braços); 
o O famoso pano branco (principalmente quando se trata de lesões hiperpigmentadas); 
o Desencadeada pelo Malassezia spp. É um tipo de levedura que compõe a microbiota normal, geralmente habitando o 
folículo piloso. Só que, em determinadas situações podem se desencadear esse quadro de infecção superficial; 
o Cultura: Adicionar no meio de cultura específico para fungos Æ fontes de lipídios; 
 
 
 
 
 
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o Normalmente não causam problemas sérios e apessoa pode sentir coceiras nas lesões algumas vezes; 
o O diagnóstico muitas vezes é feito por meio do exame de pele realizado por um dermatologista experiente; 
o Em casos duvidosos, pode-se utilizar um tipo de lâmpada especifica, a Wood, que as lesões fluorescem de forma 
característica; 
o Além disso, pode utilizar a cultura desses fungos. A obtenção do material é feita a partir de raspagem superficial da 
pele e posteriormente faz a cultura desse material. Também pode ser indicado biópsia de pele, tudo vai depender do 
grau da lesão, se é bem simples, apresentando bordas ou, uma lesão mais intensa, já é sugerida a biópsia para 
identificação desse fungo; 
o Calor e umidade intensificam a propagação fúngica; 
o Fatores intrínsecos do hospedeiro que a favorecem: a desnutrição, sudorese excessiva e o uso de anticoncepcionais, de 
corticoides e/ou de imunossupressores; 
o Pode atingir qualquer faixa etária, sendo mais comum em jovens-adultos por possuírem uma maior atividade da 
glândula sebácea; 
 
� Tínea: 
o Ela é desencadeada pelo fungo Trichophyton ou Microsporum; 
o É um tipo de dermatofitose, porque atinge a pele; 
o A infecção pela tínea, causa placas arredondadas e de cor entre rosa e vermelha, com bordas escamosas elevadas que 
dentem a permanecer claras na parte central; 
o Em algumas situações ocorre a erupção cutânea e pode apresentar-se pruriginosa, ou seja, desenvolver coceira no 
indivíduo; 
o Pode se desenvolver em qualquer parte da pele e se propagar rapidamente para outras partes do corpo e, 
principalmente, ser disseminada entre pessoas, contato corporal muito próximo; 
 
 
o O diagnóstico compreende o exame físico e análise de raspagens de pele; 
o Tratamento: medicamentos antimicóticos aplicados na pele ou tomados por via oral; 
 
� Piedra branca e preta: 
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o Enquadram-se dentro do grupo de micoses superficiais estritas, que estão restritas a pele. Onde o fungo possui a 
capacidade de induzir alterações apenas na pele, camada mais superficial do extrato córneo, sem causar resposta 
inflamatória. 
o O paciente acometido não apresenta nenhum tipo de desconforto físico. Só que esse tipo de micose afeta 
principalmente a questão estética, que será motivo de desconforto no paciente. 
o As características clínico-laboratoriais desse tipo de micose são bem delimitadas, raramente se tem erro no 
diagnóstico; 
o Possui caráter assintomático, benigno e baixo contágio, que acomete indiscriminadamente os cabelos e pelos da região 
axilar, pubiana, perianal, barba e bigode; 
o Aspectos clínicos: existência de pequenos nódulos, de consistência mucilaginosa (meio viscosa), coloração branco-
amarelada ou amarelada acastanhada e aspecto fusiforme aderidas ao pelo comprometido; 
o Piedra preta: Aparecimento de nódulos endurecidos e de coloração escuras no cabelo e, raramente em outros pelos 
do corpo. Não acomete a pele das regiões próximas a infecção, sendo considerada uma doença benigna, crônica e de 
baixo contágio; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Diagnóstico de piedra branca e preta: vai ocorrer principalmente a partir do exame físico, podendo utilizar-se de uma 
lupa para melhor visualizar esses nódulos. Também exames laboratoriais; 
o Tratamento: máxima remoção do pelo identificado, seguida de medidas profiláticas de higiene e utilização de 
compostos com potencial antifúngico (shampoos, condicionador, cremes...); 
 
OBS: 
No que vimos desses 3 tipos de micoses superficiais, temos que forcar que, essas micoses como são superficiais, 
elas estarão ali na camada superficial da pele, atingindo pelos e cabelos. Com exceção da piedra branca e preta, essas 
micoses podem ser facilmente transmitia de um indivíduo para outro através do contato direto e as características 
individuais de cada uma. 
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Transcrição EI – Microbiologia 
2ª semana U.B 
 
x Vimos que inicialmente, o termo micose significa uma lesão causada por fungo. Então, nesse caso, micoses subcutâneas, 
correspondem a infecções fúngicas no tecido subcutânea, na porção subcutânea. 
x Para relembrar, essa porção subcutânea está localizada abaixo da derme. Lesões na hipoderme, são caracterizadas como 
micoses subcutâneas. 
x Como o fungo consegue atingir essas porções subcutâneas e provocar esse processo infeccioso? Nessas lesões subcutâneas, 
o processo de infecção, vai ocorrer comumente a partir de traumatismos, de eventos traumáticos e esses eventos, estarão 
associados a perfurações por espinhos ou materiais contaminados por esses fungos. 
x Então, o indivíduo é exposto a algum evento traumático, ele sofre uma lesão por determinado elemento que contenha o 
fungo e, dessa forma, o fungo consegue atingir a porção subcutânea e desencadear o processo de infecção, ou seja, dá origem 
a uma micose subcutânea. 
x Esses agentes das micoses subcutâneas, geralmente apresentam baixo potencial patogênico, geralmente eles não se 
disseminam pelos vasos sanguíneos, nem linfáticos, comumente ficam restritos na área de lesão inicial. 
x Esses tipos de fungos associados as micoses subcutâneas, são encontrados no solo, na madeira e também em vegetação em 
decomposição. Então, é bastante comum e fácil, que determinado indivíduo que esteja nesses ambientes estejam mais 
susceptíveis a sofrer um evento traumático e adquirir uma infecção fúngica. 
x Essas lesões subcutâneas, se caracterizam pela presença de áreas endurecidas, nodulares, crostosas e ulceradas. Que não 
cicatrizam e periodicamente produzem exsudação. 
x Os MMII, sobretudo os pés, são muitas vezes comprometidos, visto que seu contato com espinhos e outros vegetais é mais 
frequente. 
x Tipos de micoses subcutâneas: 
o Esporotricose linfocutânea: 
- Agente etiológico: Sporothrix schenckii, fungo dimórfico (pode se apresentar na forma de hífa e também na forma de 
leveduriforme) presente no solo e na vegetação em decomposição. 
- Nos tecidos, este fungo apresenta-se na forma de leveduriforme. Digamos que é solicitada uma biópsia, nela vai ser 
capaz de identifica a forma leveduriforme. 
- Ela é geralmente esporádica e comum em climas mais quentes. As principais áreas endêmicas estão no Japão e na 
América do Norte e do Sul. 
- A infecção clássica está relacionada com a inoculação traumática de solo, vegetais ou matérias orgânicas contaminada. 
- Essa micose também pode ocorrer mediante uma transmissão zoonótica, vai envolver os gatos. Então, o gato pode se 
apresentar como um veículo capaz de transmitir esse fungo para o homem. Muitas vezes os gatos adquirem a 
esporotricose e mediante esse tipo de infecção, também vai ser um agente capaz de transmitir ao homem. 
 
- Essas lesões vão está associadas a presença de nódulos, esses nódulos podem apresentar um aspecto verrugoso. Pode 
ser também um nódulo que está num processo de ulceração. Esses nódulos podem ser identificados tanto no local onde 
ocorreu o evento traumático inicial, que acabou funcionando como porta de entrada para o fungo, como também pode 
identificar esses nódulos ao longo dos vasos linfáticos que drenam o sítio primário da inoculação. 
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- Nessa situação, podemos observar 2 cenários: um indivíduo que pode apresentar lesões nodulares localizadas ou 
também, pode apresentar vários nódulos ao longo dos vasos. 
- De certa forma, é como se fosse uma forma disseminada, pois percebemos os nódulos não somente na lesão inicial. 
- Tudo parte inicialmente de um evento traumático, em que se tem a lesão de determinada área do corpo e, através desse 
processo o fungo tem uma porta de entrada e consegue atingir a porção subcutânea. A partir disso, tem a formação de 
um nódulo pequeno nessa área, que pode ulcerar. Em algumas situações, esse nódulo não fica restrito apenas a região 
inicial, em torno de 2 semanas posteriores, é possível identificar uma cadeia linear de nódulos linfáticos indolores, ou 
seja, uma sequencia de nódulos linfáticos que estão presentes ao longo dos vasos que drenam aquela área inicial da lesão. 
Apartir disso, pode posteriormente ter situações de ulcerações desses nódulos e consequentemente, liberação de pús. 
 
- O diagnóstico definitivo usualmente vai requerer cultura, que pode ser tanto do pus liberado, quanto do tecido 
infectado. O médico deve solicitar a cultura desse material, justamente para que se tenha o isolamento e identificação 
do fungo. 
- O S. schenkii cresce em torno de 2 a 5 dias em uma variedade de meios de cultura e aparece como leveduras com 
brotamento a 35ºC e como fungo filamentoso a 25ºC. 
- Quando essas hifas estão semeadas, em meio de cultura específico para fungos, observa-se a formação de uma grande 
colônia fúngica, que tem um aspecto esponjoso/aveludado, parece um tapete de veludo em cima do meio de cultura. 
- Já distingue bastante esse crescimento, quando o S. schenkii está na forma leveduriforme, porque nessa forma, no 
microscópio (no exame direto), ele é identificado como essas leveduras que apresentam brotamentos a 35ºC. Já quando 
faz o cultivo no meio de cultura, observa a formação de colônias que apresentam o aspecto mucoide. É o mesmo tipo de 
fungo, só que sob temperaturas diferentes, eles acabam assumindo formas diferentes. 
 
o Cromoblastomicose (cromomicose): 
- Causada por fungos pigmentados dos gêneros: Fonsecaea, Cladosporium, Exophiala, Cladophialophora, Rhinocladiella e 
Phialophora. 
- São fungos demáceos (pigmentados naturalmente), capazes de produzir diferentes formas quando crescem em cultura. 
Ou seja, quando realizo análise direta, vou analisar a imagem microscópica desse fungo, eu não preciso adicionar 
nenhum tipo de corante, porque ele já se apresenta com uma coloração acastanhado, marrom. 
- São apresentadas como células muriformes, por possuíram uma coloração acastanhadas e também, septações 
internas. As células fúngicas podem estar livres no tecido ou no interior de macrófagos. 
- Esses fungos crescem em plantas silvestres e no solo. 
- A maioria das infecções está associada à exposição ocupacional. O indivíduo mediante a algum trabalho acaba tendo 
contato com essas plantas ou solo contaminado e está susceptível a eventos traumáticos. 
- Atinge principalmente pernas e braços, podendo ser também verificada no ombro, pescoço, tronco, nádegas, face e 
orelha. 
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- Esse tipo de micose é caracterizado pelo desenvolvimento de nódulos ou placas verrucosas de crescimento lento.
 
- Observa a presença de vários e vários nódulos. 
- Na literatura, é apresentada como micose em formato de couve flor, porque em muitas das vezes essas lesões 
apresentam um aspecto verrucoso de couve flor. 
- As placas assim como as verrugas, tem o crescimento lento e progressivo. 
- As lesões iniciais são pequenas pápulas verrucosas, que aumentam lentamente. 
- As infecções estabelecidas se apresentam com múltiplas verrugas grandes, agrupadas na mesma região. 
 
- Ulceração e formação de cisto podem ocorrer. 
- As lesões grandes não apresentam hiperqueratose (espaçamento do extrato córneo), e o membro é grosseiramente 
distorcido devido à fibrose e ao linfoedema secundário. 
- Infecção bacteriana secundária pode ocorrer, visto que o processo de ulceração pode contribuir para a instalação de 
bactérias naquela área e contribui para uma linfoadenite regional (infecções nos vasos linfáticos locais), linfoestase 
(interrupção do transporte de linfa naquela área). O paciente acaba desenvolvendo um quadro clínico bastante 
semelhante ao caso de elefantíase. 
 
- O diagnóstico laboratorial compreende: a apresentação clínica (o médico deve atentar para as características 
específicas dessas lesões), exames diretos, exames de cultura, esses últimos 2 vão envolver os achados da raspagem da 
superfície das lesões verrugosas. 
- O tratamento com terapia antifúngica específica (nessa situação de cromoblastomicose avançada) é, muitas vezes 
ineficaz, devido ao estágio avançado da infecção no momento da apresentação e isso pode trazer sequelas, em virtude 
do processo infeccioso. 
 
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o Micetoma eumicótico: 
- Causado por fungos dos gêneros: Phaeoacremiu, Curvularia, Fusarium, Madurella, Exophiala, Leptosphaeria e espécies 
de Scedosporium (principalmente a S. Apiospermum). 
- Caracterizado pela formação de múltiplos granulomas e abscessos que contêm grandes agregados de hifas fúngicas, 
conhecidos como grânulos ou grãos. 
 
- Os abscessos drenam externamente através da pele, muitas vezes com eliminação de grânulos fúngicos, ou seja, 
daqueles agregados de hifas. 
- O processo pode ser bastante extenso, atingindo grandes proporções do órgão e também, deformativo. 
 
- O pé e a mão são as partes mais atingidas, mas também são verificadas infecções no ombro e tórax. 
- Os pacientes são infectados a partir de fontes na natureza, via implantação percutânea traumática do agente etiológico. 
- A lesão inicial é um nódulo ou placa subcutânea pequena e indolor, que aumenta lenta, mas progressivamente, em 
tamanho. 
 
- Nas micoses subcutâneas, a gente consegue observar esse processo de progressão lenta e também que permite a 
propagação do fungo naquela região. 
- A área afetada se torna desfigurada como resultado da inflamação crônica e da fibrose. 
- No início, podemos observar a formação de um nódulo grande, de múltiplos granulomas, com processos de ulceração 
em que tá ocorrendo a presença de abcessos e o também, o acontecimento de intensa fibrose nessa área, juntamente 
com uma inflamação crônica. 
- Diagnóstico: identificação microscópica dos grãos/grânulos fúngicos, solicita exames direto (corresponde aos exames 
microscópicos de porções ou raspagens), cultura para isolamento e identificação fúngica, e também, a biópsia tecidual, 
onde vai ser encontrado os agregados de hifas. 
 
o Zigomicose subcutâmea: 
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- Causada por zigomicetos da orgem Entomophtorales: Conidiobolus coronatus e Basidiobolus ranarum; 
- As hifas são escassas. 
- A resposta inflamatória é granulomatosa e rica em eosinófilos. 
- Estes fungos são saprófitos (obtém seu alimento a partir de matéria em decomposição), presentes nas folhas e detritos 
vegetais, são nesses compostos que eles por absorção, conseguem seus nutrientes. 
- A infecção por Basidiobolus ranarum acontece após a implantação traumática do fungo nos tecidos subcutâneos das 
coxas, nádegas e tronco. Atinge principalmente crianças. 
- O paciente apresenta massas discoides, flexíveis, geralmente grandes, localizadas no ombro, pelve, quadris e coxas. 
- As massas posem de expandir e ulcerar. 
 
- A infecção por Conidiobolus coronatus ocorre após a inalação dos esporos fúngicos. Invasão dos tecidos da cavidade 
nasal (seios paranasais) e em tecidos moles faciais. Principalmente em jovens adultos. Atinge também, a área rinofacial. 
- Nesse caso, não tem evento traumático, não se tem lesão que permite a entrada do fungo. Nessa situação, o fungo 
penetra por inalação. 
- Geralmente, só é diagnosticada após a tumefação evidente da parte superior do lábio ou face. 
 
- O processo de tumefação (elevação dessas partes) é firme e indolor e pode progredir lentamente envolvendo a ponte 
nasal e a parte superior e inferior da face, incluindo a órbita. 
- Consequentemente, esses indivíduos apresentam deformidade facial. 
- Diagnóstico: vai envolver aspectos clínicos desse processo de tumefação (vai ser bem evidente), exame direto, biópsia 
tecidual e na biópsia vai ser identificado sedimentos, fragmentos de hifas rodeados por conteúdos eosinofílicos; cultura. 
- Provoca uma lesão granulomatosa que contém uma grande quantidade de eosinófilos.

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