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ANDRESSA RODRIGUES ELIANA DA SILVA LARISSA REGINA GRILLO MAGDA MARIA SANCHES LOPES ZOLIN MARCIA MATSUDA FUJII SABRINA RIBEIRO FORTES IMPLANTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL À LUZ DO DOCUMENTO “TRANSFORMANDO NOSSO MUNDO: AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” Atividade Prática Supervisionada do curso de Direito apresentada à Universidade Paulista – UNIP como requisito para a disciplina APS. Orientadora: Prof.ª MSc. Ana Beatriz Carollo Rocha Lima. JUNDIAÍ 2020 Em 2015 foi criada a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que se trata de um plano de ação em prol das pessoas, do planeta e da prosperidade. Foram então criados 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) envolvendo áreas ou temas como erradicação da pobreza, saúde, educação, igualdade de gênero, entre outros. Pretende-se com estas medidas alcançar a redução das desigualdades que envolvem energia, água e saneamento, a criação de padrões sustentáveis de produção e de consumo, para o clima, para as cidades, bem como meios para implantação dessas políticas (ONU, 2015). Estes 17 objetivos (ODS), foram propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015 como um conjunto de metas para guiar o desenvolvimento dos países. Estes se comprometeram a cumprir as metas em 15 anos, por isso o documento foi chamado de Agenda 2030 (ONU, 2015). O Brasil participou das reuniões desta Agenda, porém, na prática, o Brasil está cada vez mais distante desses objetivos, ao menos na área do meio ambiente. Os aspectos mais relevantes para a implantação do desenvolvimento sustentável no Brasil estão ligados a fatos históricos e atuais. O desenvolvimento sustentável deve ser impulsionado pela integração do crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade ambiental. É certo que em uma gestão neoliberal, sempre haverá a justificativa de priorizar o crescimento econômico, deixando para depois os problemas sociais. Neste contexto, os cinco aspectos mais relevantes para a implantação de desenvolvimento sustentável no Brasil são: a) Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos: este aspecto visa garantir que os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável por meio da educação. A educação de qualidade é poderá trazer mudanças de base, com cidadãos aptos a praticarem a cidadania e por consequência, promoverem o desenvolvimento sustentável; b) Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos: o fornecimento de água para a população, de forma adequada para o consumo e utilização humana, bem como o saneamento básico, são pilares para erradicação da pobreza. Além do fornecimento de água (onde a escassez afeta mais de 40% da população mundial), o saneamento também reflete a dignidade humana. Tanto nas ações de proteção ambiental como proteção às nascentes de rios ou em políticas urbanas para o tratamento da água, este objetivo é essencial, pois a saúde, alimentação e produção de bens estão intimamente ligadas à sua gestão. Como exemplo, pode-se citar o atual momento de pandemia em razão do COVID-19, no qual as populações carentes de grandes centros urbanos não têm sequer o acesso digno a este recurso, essencial para a higienização tão necessária no momento de isolamento social e prevenção; c) Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos: este objetivo tem como consequência o resultado positivo relativo ao objetivo educacional. A promoção do crescimento econômico, principalmente nos países em desenvolvimento, para ser sustentável, deve gerar oportunidades para os jovens e mulheres no mercado de trabalho. Outro item a ser erradicado é o trabalho análogo à condição de escravo, caracterizado pela exploração de trabalhadores que não possuem oportunidades e conhecimento, para que estes não necessitem se submeter a tal exploração; d) Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis: a habitação é um direito humano reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 6º. O conceito de moradia vai além da estrutura física, mas contempla também dimensões que influenciam na manutenção da saúde dos moradores e seu acesso às oportunidades presentes nas cidades. E, finalmente; e) Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade: O Brasil apresenta uma história descompromissada com a sustentabilidade, e as políticas mais retrógradas consideravam os recursos naturais inesgotáveis. Neste sentido, temos hoje milhões de hectares de florestas sendo perdidos a cada ano, muitas espécies nativas já extintas ou em risco de extinção, e uma a população dependente da agricultura que utiliza em grande parte, um solo degradado. Além disso, se não houver o uso sustentável do solo, os riscos de desertificação são grandes, com alterações climáticas, tal como as chuvas, dessa forma sendo este um objetivo muito importante para o desenvolvimento sustentável (PEREIRA et al. 2019). No Brasil, os aspectos mais difíceis para a implantação de práticas de desenvolvimento sustentável estão relacionados aos aspectos econômicos e políticos, uma vez que possuímos em um quadro com alto desemprego, miséria e analfabetismo. É necessário o desenvolvimento de boas ações nas áreas de governança, apesar das dificuldades que surgem neste tema. Inúmeras são as dificuldades para a implantação de um consumo sustentável ligado a educação das pessoas, para as ações que tornem as cidades e os assentamentos mais sustentáveis e para a promoção do crescimento econômico sustentado, através do emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. (CÂMARA, 2013). Há falha conceitual quando se supõe que os recursos naturais são inesgotáveis, mesmo em um país como o Brasil, com uma grande extensão de terras, com grande diversidade geográfica; populacional e uma enorme biodiversidade. Temos uma população numerosa, consumista, concentrada sobretudo nos grandes centros urbanos. Isto tudo traz consequências como a poluição. Em seu livro, Braga e colaboradores (2005) citam que: “Trata-se de encontrar o ponto de equilíbrio entre objetivos conflitantes quando analisados globalmente, ou seja, de compatibilizar o aumento do conforto individual e a conservação ambiental”. A falta de aplicação das ações governamentais com foco na sustentabilidade e a não conscientização da necessidade do desenvolvimento sustentável, por parte dos cidadãos, são fatores de dificuldade. Isto porque temos uma história que reflete em uma visão imediatista, como no período colonial, junto de falhas de execução das leis e regras, gerando poluição de degradação ambiental. Dentro da política ambiental, são muitos princípios que enfatizam a prevenção, a precaução, a reparação, mas na prática, nem sempre estes são efetivamente cumpridos no Brasil (DA SILVA, 2015). Deve-se, portanto utilizar o Direito para efetivar a implantação do desenvolvimento sustentável no Brasil, conforme dita a Constituição Federal (1988), em seu artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A Constituição Federal (1988) prevê sanções penais e administrativas aos infratores, pessoas físicas ou jurídicas, independentemente da obrigação de reparar os danoscausados. Se houver a efetiva aplicação legal, no que concerne a esta regra constitucional, haverá uma efetiva inibição de atos contrários ao dano ambiental (COSTA, 2010). Infelizmente, grande parte dos problemas sociais é advinda do crescimento econômico não sustentável e estes atingem principalmente o próprio homem. Neste contexto, cabe a intervenção do Estado através das leis, cabendo assim ao Direito ajudar a manter a eficácia e aplicação das leis. REFERÊNCIAS Assembleia Geral da ONU. (1948). "Declaração Universal dos Direitos Humanos" (217 [III] A). Paris. BRAGA, Benedito et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. CÂMARA, João Batista Drummond. Governança Ambiental no Brasil: Ecos do Passado. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, v. 21, n. 46, p. 125-146, jun. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v21n46/08.pdf. Acesso em: 15 abr. 2020. DA COSTA, Elisson Pereira. Poder de polícia ambiental e a administração pública. Revista brasileira de direito constitucional, v. 16, n. 1, p. 13-24, 2010. DA SILVA, Aparecido Eriques et al. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL. JICEX, v. 6, n. 6, 2015. ONU – Organização das Nações Unidas. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, 2015. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/Agenda2030-completo-site.pdf. Acesso em: 03 mar. 2020. PEREIRA, Rafael Henrique Moraes et al. Caderno ODS. ODS 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 2019. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/190612_cadernos_ODS_obj etivo_11.pdf. Acesso em: 20 mar. 2020. http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v21n46/08.pdf http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/Agenda2030-completo-site.pdf
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