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1 Cálculo II Estudo da Integral 2 CAPÍTULO 1 1. FUNÇÕES Definição: Considere dois conjuntos: o conjunto A com elementos x e o conjunto B com elementos y. Diz-se que temos uma função de A em B (f: A à B) quando existe uma relação entre os elementos desses dois conjuntos tais que para cada elemento de A há um, e apenas um, correspondente em B. Seja f: A à B, y = f(x) uma função. Nesse esquema, A é o conjunto domínio da função, ou seja, o conjunto que contém todos os elementos x para os quais a função é definida; B é o contra-domínio da função, ou seja, o conjunto que contém os elementos y que podem estar relacionados aos elementos x; e y = f(x) é a lei da função, ou seja, a regra que associa os elementos x e y. Considere os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 3, 4} e a função f: A à B, y = x + 1. Essa função pode ser representada como no esquema abaixo: Nesse caso, D(f) = {1, 2, 3}, Im(f) = {2, 3, 4} e CD(f) = {0, 1, 2, 3, 4}. É comum expressarmos uma função somente por sua lei, como por exemplo, 1xy −= . Num caso assim, subentende-se que o domínio de f é o maior conjunto possível. Para essa função temos D(f) = [1, +∞). Classificação de funções: Uma função pode ser classificada em injetora (injetiva), sobrejetora (sobrejetiva) ou bijetora (bijetiva). Função injetora (ou injetiva) É a função na qual dois elementos diferentes no domínio correspondem sempre a elementos diferentes no contra-domínio. Função sobrejetora (ou sobrejetiva) É a função na qual o contra-domínio é igual à imagem, ou seja, cada elemento do contra- domínio é correspondido por ao menos um elemento do domínio. Função bijetora (ou bijetiva) É a função injetora e sobrejetora ao mesmo tempo, ou seja, cada elemento do domínio corresponde a um único elemento do contra-domínio e vice versa. Esse tipo de função é conhecida como função um a um. 3 Observe os diagramas abaixo que simbolizam funções de A em B. Função injetora e não-sobrejetora Função sobrejetora e não-injetora Função bijetora Graficamente é fácil de perceber quando uma função f é ou não injetora, através do teste da reta horizontal. Se for traçada uma reta horizontal e esta interceptar o gráfico de f mais de uma vez, então a função não é injetora (e, portanto, também não é bijetora). Exemplo de uma função não-injetora: 1.1 Função inversa Seja f uma função de A em B injetora. Isto significa que a cada y pertencente a imagem de f, existe em correspondência um único elemento x de A tal que ( ) yxf = . A função que faz essa correspondência chama-se função inversa de f e é designada por 1f − . Temos então que se ( ) yxf = , então ( )yfx 1−= . Valem, portanto, as igualdades: • ( )( ) yyff =−1 , para todo y no domínio de 1f − e • ( )( ) xxff =−1 , para todo x no domínio de f Em outras palavras, 1−f desfaz o que f faz, pois f leva x até y, enquanto que 1−f leva y até x. Quando estas duas funções forem compostas em qualquer ordem, uma cancela o efeito da outra. Obs.: i) Se f é crescente (ou decrescente) em todo o seu domínio, então essa função é injetora. ii) O domínio de 1f − é a imagem de f e a imagem de 1f − é o domínio de f. iii) As representações gráficas de f e 1f − são simétricas à reta y = x. iv) A notação 1f − tem significado diferente de f 1 . 4 Exemplos: 1) Determine a função inversa 1f − da função 2x)x(f += e faça a representação gráfica de ambas. Em seguida faça o gráfico da reta y = x e verifique a simetria de f e 1f − . 2) Considere a função 3x4x)x(f 2 +−= . Determine uma restrição para o domínio da função f para que exista a função inversa 1f − e determine sua lei. Em seguida faça o gráfico de ambas as funções. 3) Encontre uma fórmula para a inversa de 1x 4x2)x(f − + = e dê o domínio de 1f − . 5 1.2 Funções trigonométricas inversas Observe o gráfico da função x seny = . Perceba que essa função não é injetora e, portanto, não tem inversa. Assim, para definir funções trigonométricas inversas, primeiro temos que restringir os domínios para torná-las injetoras. Assim, a função [ ] sen(x)f(x) , 1,1 2 , 2 :f =−→⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ ππ − , cujo gráfico é mostrado abaixo, admite inversa. A função inversa do seno, denotada por (x) arcsen ou )x(sen 1− , define-se como (x) arcseny = se, e somente se, y senx = para 1x1 ≤≤− e 2 y 2 π ≤≤ π − . O gráfico da função (x) arcseny = é mostrado abaixo. Como sen(x) e arcsen(x) são funções inversas, valem as seguintes propriedades: i) sen (arcsen x) = x se 1x1 ≤≤− ii) arcsen (sen x)= x se 2 x 2 π ≤≤ π − 6 A função inversa do cosseno, denotada por arccos x, define-se como (x) arccosy = se, e somente se, y cosx = para 1x1 ≤≤− e π≤≤ y0 . Abaixo o gráfico da função cosseno (com sua restrição de domínio) e em seguida o gráfico de y = arccos (x). Como cos (x) e arccos (x) são funções inversas, valem as seguintes propriedades: i) cos (arccos x) = x se 1x1 ≤≤− ii) arccos (cos x)= x se π≤≤ x0 A função inversa da tangente, denotada por arctg x, define-se como )x(arctgy = se e somente se y tgx = para todo x e 2 y 2 π << π − . Abaixo o gráfico da função tangente (com sua restrição de domínio) e em seguida o gráfico de y = arctg (x). 7 Tal como as funções arcsen (x) e arccos (x), temos: i) tg (arctg x) = x para todo x ii) arctg (tg x) = x se 2 x 2 π << π − 1.3 Derivadas das funções trigonométricas inversas [ ] 'u u1 1u sen arc dx d 2 ⋅ − = [ ] 'u u1 1u cos arc dx d 2 ⋅ − − = [ ] 'u u1 1u tg arc dx d 2 ⋅+ = [ ] 'u 1u|u| 1u secarc dx d 2 ⋅ − = [ ] 'u 1u|u| 1u cossec arc dx d 2 ⋅ − − = [ ] 'u u1 1u gcotarc dx d 2 ⋅+ − = Exemplos: 1) Ache dx dy se )x(arcseny 2= . 2) Se )x4arccos()x(f = , determine ).x('f 8 3) Se (2x) arctg)1x(y 32 ⋅+= , determine 'y . 4) Ache dx dy se x )xsec(arcy 2 = . 5) Ache dx dy se )x2(arcseny = . 6) Se )x2( cosy = , determine )1(f 1− . 9 EXERCÍCIOS: Lista 1: Funções inversas 1) Verifique se os pares de funções abaixo são uma a inversa da outra. a) x4)x(f = e 4 x)x(g = b) 1x3)x(f += e 1x3)x(g −= c) 3 2x)x(f −= e 2x)x(g 3 += d) 4x)x(f = e 4 x)x(g = 2) Determine quais das funções abaixo são injetoras. a) 2x3)x(f += b) 1x)x(f −= c) |x|)x(f = d) 3x)x(f = e) 2x2x)x(f 2 +−= f) )x(sen)x(f = 3) Verifique se a função f definida pela tabela é injetora. a) x 1 2 3 4 5 6 f(x) -2 -1 0 1 2 3 b) x 1 2 3 4 5 6 f(x) 4 -7 6 -3 1 4 4) (a) A figura abaixo mostra o gráfico de uma função f sobre seu domínio 8x8 ≤≤− . Explique por que f tem uma inversa e use seu gráfico para encontrar )2(f 1− , )1(f 1 −− e )0(f 1− . (b) Encontre o domínio e a imagem de 1f − . (c) Esboce o gráfico de 1f − . 10 5) Encontre uma fórmula para )x(f 1− em cada função abaixo: a) 6x7)x(f −= b) 5x3)x(f 3 −= c) 3 1x2)x(f −= d) 2x 3)x(f = , para 0x < 6) Encontre uma fórmula para )x(f 1− e dê o domínio de 1f − . a) 4)2x()x(f += , para 0x ≥ b) x23)x(f −−= c) 2x5x)x(f −= , para 1x ≥ d) )x2cos(y = , para 2 x0 π≤≤ 7) Encontre dx dy . a) (3x) senarcy = b) ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = x 1 secarcy c) ( )3x tg arcy = d) x cos arc x senarcy += e) x cossec arc x secarcy += f) ( )x cotg arcy = RESPOSTAS: 1.a) SIM b) NÃO c) SIM d) SIM 2.a) SIM b) SIM c) NÃO d) SIM e) NÃO f) NÃO 3.a) SIM b) NÃO 11 4.a) O gráfico tem inversa porque a função é injetora e 8)2(f 1 =− , 1)1(f 1 −=−− e 0)0(f 1 =− . b) 2] ,2[))x(f(D 1 −=− e 8] ,8[))x(fIm( 1 −=− c) 5.a) )6x( 7 1)x(f 1 +=− b) 31 3 )5x()x(f +=− c) 2 1x)x(f 3 1 +=− d) x 3)x(f 1 −=− 6.a)2x)x(f 4 11 −=− , para 16x ≥ b) )x3( 2 1)x(f 21 −=− , para 0x ≤ c) ( )x2011 10 1)x(f 1 −+=− , para 4x −≤ d) 2 (x) arccos)x(f 1 =− , para 1x1 ≤≤− 7.a) 2x91 3'y − = b) 1x|x| 1'y 2 − −= c) 6 2 x1 x3'y + = d) 0'y = e) 0'y = f) )x1(x2 1'y + −= 12 CAPÍTULO 2 2. FUNÇÕES EXPONENCIAL 2.1 Revisão de potência a) 23 = b) (-4)2 = c) -32 = d) 71 = Propriedades • Multiplicação de potências de mesma base: a) 53 . 57 = b) 34 . 35 = Propriedade: Na multiplicação de potências de mesma base, __________________________ _______________________________________________________________________ • Divisão de potências de mesma base: a) 57 ÷ 53 = b) 610 ÷ 65 = Propriedade: Na divisão de potências de mesma base, _______________________________ _______________________________________________________________________ • Potência da potência: a) (23)2 = b) (32)4 = Propriedade: Quando ocorrer potência de potência, ________________________________ _______________________________________________________________________ Potências com expoentes inteiros e racionais a) 30 = b) 4-2 = c) 3-3 = d) (-2)-4 = e) 2 14 = f) 2 34 = g) 3127 h) cba = 13 2.2 Função exponencial Considere o seguinte problema: Uma colônia inicialmente com cerca de 1200 bactérias é cultivada e apontamentos indicam que sua população dobra a cada hora. Sendo assim, complete a tabela abaixo com o número de bactérias previsto levando em conta que haverá espaço e alimento suficientes. tempo (em horas) 0 1 2 3 4 ... 10 t População (P) Funções com esse tipo de característica são classificadas como exponencial. Sendo mais rigoroso, uma função f: à , tal que xb)x(f = , em que b > 0 e b ≠ 1 é denominada função exponencial de base b. São exemplos de funções desse tipo x2)x(f = , x 2 1)x(f ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = e xe)x(f = . Gráfico de uma função exponencial Exemplo: Construa o gráfico das funções x2y = e x 2 1y ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = . 14 A função exponencial natural A função exponencial mais importante para a modelagem de fenômenos naturais, físicos e econômicos é a função exponencial natural, cuja base é o número especial e (número de Euler). Esse número é irracional e seu valor é de aproximadamente 2,718281828 para nove casas decimais. As funções exponenciais do tipo kxey = , onde k é uma constante diferente de zero, são frequentemente usadas como modelos de crescimento ou decaimento exponencial. Além disso, a função xe)x(f = tem uma particularidade interessante: qualquer reta tangente tem sempre a inclinação da ordenada (y) do ponto de tangência. Número de Euler Usando sua calculadora, verifique que 718281828,2e ≅ . Complete a tabela abaixo: x x 11 + x x 11 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + 1 10 100 1000 10.000 100.000 1.000.000 Portanto, o número de Euler, representado pela letra e, é dado por x x x 11lim ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + ∞→ . Esse limite é equivalente a x 1)x1(lim 0x + → . ( ) ex1lim x 11lim x 1 0x x x =+=⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + →∞→ 15 2.3 Logaritmos Dado um número a, positivo e diferente de 1, e um número b, positivo, se a x = b, dizemos que o expoente x é o logaritmo de a na base b. Indicamos por loga b e lemos logaritmo de a na base b. Se x = logb a , dizemos que: b é a base do logaritmo (b > 0 e b ≠ 1) a é o logaritmando ou antilogaritmo (a > 0) x é o logaritmo Exemplos: Determine os logaritmos pedidos: a) =8log 2 b) =9log3 c) =32log 2 Sistemas de logaritmos Chamamos de sistemas de logaritmos de base b o conjunto formado pelos logaritmos, nesta base, de todos os números reais positivos. Dois sistemas são mais usados: • Sistemas de logaritmos decimais: É o sistema de logaritmos de base 10. Estes logaritmos também são chamados logaritmos comuns, ou de Briggs (Henry Briggs, 1561-1630, matemático inglês). O logaritmo decimal de um número é indicado por log x (ficando implícito que a base é 10). Exemplo: 1) Utilize a calculadora e determine os logaritmos pedidos abaixo: a) =10log10 log 10 = b) =2log10 log 2 = c) =5log10 log 5 = logb a = x ⇔ b x = a 16 • Sistemas de logaritmos naturais: É o sistema de logaritmos cuja base é o número de Euler (Leonhard Euler, 1707-1783), visto anteriormente, representado por e. Indica-se um logaritmo desse sistema por ℓn x. Exemplo: 2) Utilize a calculadora e determine os logaritmos pedidos abaixo: a) =10loge ln 10 = b) =2loge ln 2 = c) =eloge ln e = Propriedades operatórias • Logaritmo do produto ( ) clogalogaclog bbb += • Logaritmo da divisão ( ) clogaloglog bbcab −= • Logaritmo da potência alogmalog b m b ⋅= • Mudança de base blog alog alog c c b = Função inversa Teorema: Se b > 0 e b ≠ 1, então xby = e xlogy b= são funções inversas. Prova: Se xby = , para determinarmos a inversa fazemos ybx = . Ora, ybx = é equivalente a yxlogb = . Portanto, xlogy b= é inversa de xby = . 17 Gráfico da função logarítmica O padrão de crescimento de xe e x ln são bem distintos. Ambas as funções crescem sem cota, mas xe cresce muito rápido enquanto o crescimento de x ln é muito lento. Para ter uma ideia, para 10x = , xe supera 22000 enquanto x ln não atinge nem 7. Abaixo o gráfico da função x lny = . Use a malha abaixo e construa o gráfico de xlogy 2= e xlogy = . 18 Derivadas de funções logarítmicas Lembremos como obtemos a derivada de uma função pela definição: h )x(f)hx(flim)x('f 0h −+ = → Para calcular a derivada de )xln()x(f = , fazemos então: h )xln()hxln(lim)]x[ln( dx d 0h −+ = → [ ])xln()hxln( h 1lim)]x[ln( dx d 0h −+⋅= → ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + ⋅= → x hxln h 1lim)]x[ln( dx d 0h ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +⋅= → x h1ln h 1lim)]x[ln( dx d 0h ( )v1ln vx 1lim)]x[ln( dx d 0v +⋅= → ( )v1ln v 1lim x 1)]x[ln( dx d 0v +⋅⋅= → ( ) v1v1lnlim x 1)]x[ln( dx d 0v +⋅= → ( ) ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ +⋅= → v 1 v1limln x 1)]x[ln( dx d 0v [ ]eln x 1)]x[ln( dx d ⋅= x 1)]x[ln( dx d = Além disso, para logaritmo em outra base temos: [ ] )xln( bln 1 )bln( )x(n1 dx dxlog dx d b ⋅=⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = [ ] blnx 1xlog dx d b = Se u é uma função diferenciável de x e se 0)x(u > , então: 1) [ ] 'u u 1)uln( dx d ⋅= 2) [ ] 'u blnu 1)u(log dx d b ⋅⋅ = Propriedade operatória dos logaritmos. Fazendo h/x = v, temos h = vx. Além disso, se h tende a zero, v = h/x também tende a zero. Propriedade operatória dos logaritmos. Como ln(x) é uma função contínua,podemos mover o limite através do símbolo da função. Como x é fixo nesse cálculo (não varia), podemos removê-lo através do limite. 0x > 0x > 19 Exemplos: 1) Se )2xln()x(f 3 −= , determine ).x('f 2) Se )xcosx5ln(y ⋅= , determine dx dy . 3) Determine ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ + ⋅ x1 )x(senxln dx d 2 . 4) Se |)x(sen|ln)x(f = , determine )x('f . 20 Teorema: Diferenciabilidade da função inversa Suponha que o domínio de uma função f seja um intervalo aberto I e que f seja diferenciável e injetora nesse intervalo. Então 1f − é diferenciável em qualquer ponto da imagem de f no qual 0))x(f('f 1 ≠− e sua derivada é: [ ] ( ))x(f'f 1)x(f dx d 1 1 − − = Exemplo: Encontre a derivada da inversa de f(x) = x2. Derivadas das Funções Exponenciais As funções xby = e xlogy b= são funções inversas. Além disso, [ ] blnx 1xlog dx d b = . Pela fórmula da derivada da inversa, tomando xlog)x(f b= e x1 b)x(f =− , temos: [ ] blnb blnb 1 1 )b('f 1b dx d x x x x === Em particular, [] xxx eelnee dx d == Se u é uma função diferenciável de x, então: 1) [ ] 'u)bln(bb dx d uu ⋅= 2) [ ] 'uee dx d uu ⋅= 21 Exemplos: 1) Se x2)x(f = , determine )x('f . 2) Se )x3ln(e)x(f 2x ⋅= determine )x('f . 3) Determine [ ])x2cos(e dx d . 4) Quando se dá um fármaco a um paciente, a droga entra na corrente sanguínea. Ao passar pelo fígado e rins, é metabolizada e eliminada a uma taxa que depende da droga. Uma dose típica de Ampicilina é de 250mg. Seja t)6,0(250)t(Q = a quantidade de Ampicilina, em mg, na corrente sanguínea, t horas desde que a droga foi dada. A partir disso, pede-se: a) Após 4 horas, qual é a quantidade de Ampicilina no organismo ? b) Após 4 horas, com que velocidade o remédio está sendo eliminado do organismo? 22 5) A expressão que modela o decaimento do antibiótico Axetil Cefuroxina no organismo é t231,0e250)t(C −⋅= , em que C é a quantidade do medicamento, em mg, e t representa o tempo após a ingestão, em horas. (a) Após 1 hora, com que rapidez o antibiótico está sendo eliminado do organismo? (b) Após quanto tempo a quantidade de antibiótico no organismo estará em 20% da quantidade inicialmente ingerida? 6) O modelo Count é uma fórmula empírica usada para predizer a altura de uma criança em idade pré-escolar. Se A(t) denota a altura (em centímetros) na idade t (em anos) para 6t41 ≤≤ , então A(t) pode ser aproximada por A(t) = 70,228 + 5,104t + 9,222 ln t. a) Qual a altura esperada para uma criança de 2 anos, segundo essa lei? b) Com que rapidez uma criança de 3 anos está crescendo, segundo essa lei? 23 EXERCÍCIOS: Lista 2: Funções exponenciais e logarítmicas 1) Encontre dx dy . (a) )x5( lny = (b) |x1|lny += (c) |1x|lny 2 −= (d) ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + = 2x1 x lny (e) 2x lny = (f) x lny = (g) x lnxy = (h) )x23( logxy 2 2 −= (i) xlog1 xy 2 + = (j) x) (ln lny = (k) x) (tg lny = (l) x) (ln cosy = (m) x) (sen logy 2= (n) [ ]423 )1x(1)-(x lny += (o) ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ = 23x-4 x cos lny 2) Encontre dx dy . (a) x7ey = (b) x3exy = (c) xx xx ee eey − − + − = (d) x tg xey = (e) ) x3ex(ey −= (f) )xe1ln(y x−−= (g) x secarc ey x= 3) A função t2,021000)t(N ⋅= indica o número de bactérias existentes em um recipiente, em que t é o número de horas decorridas. (a) Depois de quantas horas haverá 5000 bactérias na colônia? (b) Após 2h, com que rapidez a cultura estará crescendo? 24 4) Uma substância que se desintegra ao longo do tempo tem sua quantidade, após t anos, dada por 1000 t 0 )4,1(M)t(M − ⋅= , onde M0 representa a quantidade inicial. Qual é a meia-vida dessa substância? Obs.: Meia-vida é o tempo necessário para a massa da substância se reduzir pela metade. 5) Um biólogo constatou que o crescimento da população de drosófilas com um suprimento limitado de alimentos poderia ser aproximado pelo modelo exponencial t16,0e391 400)t(N −+ = onde t denota o número de dias transcorridos desde o começo do experimento. Após quanto tempo a população será de 100 drosófilas? 6) A expressão que modela o comprimento (em cm) de um peixe típico do Pacífico com t anos de idade é de aproximadamente )e956,01(200)t(f t18,0−−= . (a) Após quanto tempo esse peixe atinge 180cm? (b) Após 5 anos, com que rapidez esse peixe está crescendo? 7) Resolva as equações abaixo: (a) 64e2 4t3 =−+ (b) 0)xln()1xln( =++ (c) 2)5x3log()xlog( =++ Respostas: 1.(a) x 1 (b) x1 1 + (c) 1x x2 2 − (d) )x1(x x1 2 2 + − (e) x 2 (f) x lnx2 1 (g) x ln1+ (h) )x23)(2(ln x2)x23(log x2 2 2 − −− 25 (i) 2)xlog1( )10ln(/x)xlog1(x2 + −+ (j) x ln x 1 (k) x cos x sen 1 (l) x) (ln sen x 1 − (m) )10ln( x cotg 2 (n) 1x x8 1x 3 2 + + − (o) 2x34 x3x tg − +− 2. (a) x7e7 (b) )3x(ex x2 + (c) 2xx )ee( 4 −+ (d) x tg x2 x)e tgx secx( + (e) x3exx3 e)e31( −− (f) xe 1x x − − (g) x secarc e 1x|x| e x 2 x + − 3. (a) 11h 36min (b) 182,9 bactérias/hora 4) 2060 anos 5) 16 dias 6. (a) 12,5 anos (b) 14 cm/ano 7. (a) -0,797 (b) 0,618 (c) 5 26 CAPÍTULO 3 3. FORMAS INDETERMINADAS Quando calculamos limites por vezes chegamos a algumas situações que chamamos de indeterminação. Para exemplificar, considere o limite abaixo: 1x 1xlim 2 1 x − − → Perceba que quando quando x se aproxima de 1, tanto numerador como denominador se aproximam de zero, gerando uma indeterminação que chamamos do tipo 0 0 . Nesse capítulo estudaremos essas indeterminações e técnicas para obter resultados a partir delas. São indeterminações matemáticas os seguintes resultados que aparecem no cálculo de limites: 0 0 ; ∞ ∞ ; ∞⋅0 ; ∞−∞ ; 00 ; 0∞ ; ∞1 3.1 Regra de L’Hôpital TEOREMA: Suponha que f e g sejam funções diferenciáveis em um intervalo aberto que contenha x = a exceto, possivelmente, em x = a, e que: 0)x(flim ax = → e 0)x(glim ax = → ∞= → )x(flim ax e ∞= → )x(glim ax Se existe )x('g )x('flim ax→ ou se esse limite é ±∞ , então: )x('g )x('flim )x(g )x(flim axax →→ = Obs.: Válido também para +→ ax , −→ ax , +∞→x ou −∞→x . Exemplos: 1) 3x 9xlim 2 3 x − − → 2) )xcos( )x(sen1lim 2 x − π→ 27 3) 3 x 0x x 1elim − → 4) x )x2(senlim 0 x→ 5) 2 0 x x )x(tglim −→ 6) 20 x x )xcos(1lim − → 7) x x e xlim ∞+→ 8) 2x 6xlim 2 3 x − − → 9) )(sen xlim x 1 3 4 x − ∞+→ 28 3.2 Outras formas indeterminadas Discutimos até agora apenas as formas indeterminadas do tipo 0 0 e ∞ ∞ . Vamos analisar outras formas de indeterminação, como ∞⋅0 ; ∞−∞ ; 00 ; 0∞ ; ∞1 . É importante salientar que essas expressões são resultados de limites envolvendo duas funções. Por exemplo, o limite x ln x lim 0x +→ corresponde ao que chamamos de forma indeterminada ∞⋅0 , pois ao mesmo tempo que o primeiro fator influencia o resultado do limite para zero, o segundo fator “puxa” o resultado para -∞. Para determinar o resultado desse limite, fazemos uso de algumas manipulações algébricas. Vamos resolver dois exemplos: 1) x ln x lim 0x +→ 2) 2x secx) tg-(1 lim 4x π→ Exemplos de indeterminações do tipo ∞−∞ 3) x sen 1 x 1 lim 0x ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ − +→ 4) [ ]x)(1 ln - x ln lim x + +∞→ 5) [ ]1)(x ln - x lim 2 x + +∞→ 29 EXERCÍCIOS: Lista 3: Formas indeterminadas 1) Encontre o limite: a) x sen 1e lim x 0x − → b) θ θ →θ tan lim 0 c) π−+π→ x x sen lim x d) x x ln lim x +∞→ e) x ln x gcot lim 0x +→ f) x 100 x e x lim +∞→ g) x 2x sen arc lim 0x→ h) x x e xlim ⋅ −∞→ i) x senx lim x π ⋅ +∞→ j) 5x cos3xec s lim 2x ⋅ −π→ k) ( )xxx lim 2 x −+ +∞→ 2) Encontre o erro: 1 2x6 2x6 lim x2x3 1x2x3 lim xx 1xxx lim 1x2 2 1x23 23 1x = − − = − +− = − −+− →→→ Respostas: 1.a) 1 b) 1 c) -1 d) 0 e) -∞ f) 0 g) 2 h) 0 i) π j) 3 5 − k) 2 1 30 CAPÍTULO 4 4. ANTIDERIVADAS Uma função F(x) é chamada antiderivada (ou primitiva) da função f(x) se para todo x do domínio da função f, ).x(f)x('F = Exemplos: 1) Se f(x) = 2x, determine a primitiva da função f. 2) Se f(x) = x2, determine a primitiva da função f. 3) Se f(x) = cos x, determine a primitiva da função f. 4) Se f(x) = x7 + sen x, determine a primitiva da função f. 5) Estabeleça uma expressão para a primitiva de f(x) = xn. 4.1 Integral indefinida O processo de determinar antiderivadasé chamado de antiderivação (antidiferenciação) ou integração. Notação: Se F(x) é tal que F’(x) = f(x), então C)x(Fdx )x(f +=∫ , onde C é a constante de integração e dx nos indica a variável de integração. Por exemplo, Cx 3 1dx x 32 +=∫ e, por consequência, [ ] 2331 xCxdx d =+ . A expressão ∫ dx )x(f é denominada integral indefinida. 31 Através da fórmula da derivada temos condições de estabelecer a fórmula de integração. Veja alguns exemplos: [ ] 34 x20x5 dx d = à Cx5dx x20 43 +=∫ [ ] 21x 2 1x dx d − = à Cxdx x 2 1 21 +=∫ − [ ] tsect tg dt d 2= à ∫ += Ct tgdt tsec2 2 1 2 3 u 2 3u du d =⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ à Cudu u 2 3 2321 +=∫ Observação: 1) ∫ ∫= dxdx 1 2) ∫ ∫= 33 x dxdx x 1 Propriedades da integral indefinida 1) ∫ ∫= dx f(x)c dx f(x) c 2) ∫∫ ∫ +=+ dx )x(gdx f(x) dxg(x)] f(x) [ 3) ∫∫ ∫ −=− dx )x(gdx f(x) dxg(x)] f(x) [ Exemplos: 1) ∫ =++ dx 1)2x x3( 2 2) ∫ =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ +++ dx x 1x2xx4 23 32 Tabela de integrais 1) ∫ += Cxdx 2) ∫ ++= + C 1r xdx x 1r r )1r( −≠ 3) ∫ += Cx sendx xcos 4) ∫ += Cx cos-dx x sen 5) ∫ += Cx gtdx xsec2 6) ∫ +−= Cx cotgdx xseccos 2 7) ∫ += Cx ecsdx x tg xsec 8) ∫ += Cx -cossecdx x cotg x seccos 9) ∫ += Cedxe xx 10) ∫ += Cb ln bdx b x x 1)b ,b0( ≠< 11) ∫ += Cx lndxx 1 12) Cx tg arcdx x1 1 2 +=+∫ 13) ∫ += − Cx senarcdx x1 1 2 14) ∫ += − Cx secarcdx 1xx 1 2 Exemplos: 1) =∫ dx x cos 4 2) =∫ dx x 3) ∫ = + dx x 2x 4) ( ) =+−∫ dx 7x3x4 25 5) =θ θ θ ∫ d sen cos 2 6) ∫ = − dt t t2t 4 42 7) ∫ =+ dx 1x x 2 2 33 4.2 Integral por substituição Vamos exemplificar a integração usando a técnica da substituição a partir do exemplo abaixo: ∫ =⋅+ dx x2)1x( 22 Mais exemplos: 1) ∫ =⋅+ dx x3)1x( 2103 2) ∫ =+ dx )9x( sen 3) ∫ =⋅+ dx x2)2x( sec 22 34 4) ∫ =dx 5x cos 5) ∫ = ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ − 5 8x 3 1 dx 6) =⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +∫ dx x cos xsenx 1 2 7) ∫ =dx x senxcos 2 8) ∫ =dx xcos 3 35 9) ∫ =dx x e x 10) ∫ = − dx e1 e x2 x 11) ∫ =− dx 1xx2 12) ∫ =+ 22 xa dx 36 Consequências do exemplo (12): 1) ∫ +=+ Ca u tg arc a 1 ua du 22 2) ∫ += − C a u senarc ua du 22 3) ∫ += − C a u secarc a 1 auu du 22 Exemplo: 13) ∫ = − 2x2 dx 14) ∫ =θ+θ θ d 4cos sen 2 37 4.3 Substituição trigonométrica Exemplos: 15) ∫ =dx x-1 2 16) ∫ = − 22 x4x dx 38 EXERCÍCIOS: Lista 4: Integrais indefinidas 1) Determine as integrais pedidas: a) ∫ =dx xx 3 b) ∫ =⎟⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + dx x3 2x5 5 c) ∫ =⎟⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ +−− dxx8x3x 2413 d) ∫ =+ dx)x1(x 3 e) =−∫ dx)x2(x 23 1 f) ∫ = −+ dx x 1x2x 4 25 g) ∫ =⎟⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + dxe3 x 2 x h) ( )∫ =dx xsec 2-x sen3 2 i) ∫ =+ dx x) tg xx(sec sec j) ∫ =θθ θ d cos sec k) ∫ =dx xcos x sen 2 l) ∫ =θθθ+ d )cossec sen1( 2 m) ∫ =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ + − − dx x1 3 x12 1 22 Respostas: 1. a) Cx 9 2 29 + b) C x6 1x 2 5 4 2 +− c) Cx 3 8x 5 12x 2 1 3452 ++−− − d) C 5 x 2 x 52 ++ e) Cx 10 3x 7 12x3 3 10 3 7 34 ++− f) C x3 1 x 2 2 x 3 2 ++− g) Ce3x ln2 x ++ h) Cx tg 2xcos3 +−− i) Cxsec x tg ++ j) Ctan +θ k) Cx sec + l) Ccos +θ−θ m) C x tgarc 3-x sen arc 2 1 + 39 Lista 5: Integral por substituição Determine as integrais pedidas: 1) a) ∫ =+ dx1)(x x2 232 b) ∫ =dx (x) sen x)(cos3 c) ∫ =dx xsenx 1 d) ∫ = + 5x4 dx x3 2 2) a) ∫ =dx xcossec x gcot 2 b) ∫ =+ dt t cost) sen1( 9 c) ∫ =dx2x cos d) ∫ =dx xsec x 22 3) a) ∫ = xlnx dx b) ∫ =− dx e x5 c) ∫ =θθ+ θ d 3 cos1 3 sen d) ∫ =+ dx e1 e x x 4) ∫ =− dx 3)(4x 9 5) ∫ =dx7x sen 6) ∫ =dx4x tg4x sec 7) ∫ =dx e2x 8) ∫ = − 4x1 dx 2 9) ∫ =+ dt 127tt 2 10) ∫ =− dx )x21( 6 3 11) ∫ =+ dx )2x5( x 34 3 12) ∫ =dx x cos e xsen 13) ∫ =dxex 3-2x2 14) ∫ =+ dx e1 e x2 x 15) ∫ =dx x )x/5( sen 2 16) ∫ =dt 3t sen 3t cos4 17) ∫ =dx )(xsecx 22 18) ∫ =θθ−θ d 4 sen24 cos 19) ∫ = − xtg1 dx xsec 2 2 20) ∫ =dx2x tg x2sec3 21) ∫ =xe dx 22) ∫ =x2e x dx 23) ∫ =+ dy1y2 y 24) ∫ =θθ d 2sen3 25) ∫ = + dt t 1t 26) [ ]∫ =+ − dx )eln()(e ln xx 27) ∫ = − 2x9 dx 28) ∫ =+ 2x5 dx 29) ∫ = π−2xx dx 40 Respostas: 1. a) ( ) C 24 1x 242 + + b) C 4 xcos4 +− c) Cxcos2 +− d) C5x4 4 3 2 ++ 2. a) Cxgcot 2 1 2 +− b) Ct) sen1( 10 1 10 ++ c) Cx2 sen 2 1 + d) ( ) Cxtg 2 1 2 + 3. a) C| xln|ln + b) Ce 5 1 x5 +− − c) C)3 cos1ln( 3 1 +θ+− d) C)e(1 ln x ++ 4) C)3x4( 40 1 10 +− 5) C 7x cos 7 1 +− 6) C4x sec 4 1 + 7) Ce 2 1 x2 + 8) C2x sen arc 2 1 + 9) C)12t7( 21 1 2 3 2 ++ 10) C )x21((2 3 2 + − 11) C )2x5(40 1 24 + + − 12) Ce xsen + 13) Ce 6 1 3x2 +− − 14) Ce tg arc x + 15) C)x/5cos( 5 1 + 16) Ct3cos 15 1 5 +− 17) C)(x tg 2 1 2 + 18) ( ) C4 sen2 6 1 2 3 +θ−− 19) C x)(tg sen arc + 20) Cx2sec 6 1 3 + 21) Ce x +− − 22) Ce x2 +− − 23) C)1y2( 2 1)1y2( 6 1 2 1 2 3 ++−+ 24) C2cos 6 12 cos 2 1 3 +θ+θ− 25) C|t| lnt ++ 26) C 27) Cx 3 1 sen arc +⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ 28) C 5 x tgarc 5 1 +⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ 29) Cxsec arc 1 +⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ππ 41 CAPÍTULO 5 5. INTEGRAL DEFINIDA Problema geral da área Muitos povos antigos sabiam como calcular a área de polígonos através de fórmulas ou pelo processo de decomposição. Contudo, os matemáticos tinham muitas dificuldades para determinar áreas em regiões com contornos curvos. Foi o grego Arquimedes que trouxe avanços na determinação dessas regiões, num procedimento que ficou conhecido como método da exaustão. As figuras abaixo dão uma idéia clara do processo. Com o objetivo de determinar a área do círculo, criaram-se polígonos regulares inscritos ao círculo com quantidade de lados cada vez maior. Pode-se visualizar que a área do círculo vai sendo exaurida à medida que aumentamos o número de lados. Para um número suficientemente grande lados, temos uma aproximação boa para a região interna do círculo. Sabe-se, hoje, que a área de um círculo é 2RA π= . A tabela abaixo, mostra a área de um polígono de n lados inscrito num círculo de raio 1. Observe que à medida que o número de lados aumenta, a área se aproxima cada vez mais do valor do π (π = 3,14159265358979...) n A(n) 100 3,13952597 200 3,14107591 300 3,14136298 500 3,14150997 1.000 3,14157198 10.000 3,14159245 42 O problema da área Dada uma função f contínua e não negativa em um intervalo [a, b], encontre a área da região gerada entre o gráfico de f e o intervalo {a, b] no eixo x. Método dos retângulos Uma abordagem ao problema da área, utilizando a ideia da exasutão de Arquimides é a utilização de retângulos na determinação da região abaixo da função f. Considere as seguintes ações: • Divida o intervalo [a, b] em n subintervalos iguais e em cada um deles construir um retângulo que se estende desde o eixo x até algum ponto y = f(x) acima do subintervalo. • Para cada n, a área total dos retângulos pode ser vista como um aproximação da área exata sob a curva acima do intervalo [a, b]. É facilmente percebido que à medida qua n cresce as aproximações ficam cadavez melhores. Portanto, se A é a área exata sob a curva e An é a aproximação da área usando n retângulos, então: nn A limA +∞→ = Se subdividimos o intervalo [a, b] em n subintervalos iguais, então temos que a medida da base de cada retângulo será n abx −=Δ . Construindo os retângulos de tal modo que )c(f 1 seja a altura do retângulo no 1º subintervalo, )c(f 2 seja a altura do retângulo no 2º subintervalo, e assim por diante, até que )c(f n seja a altura do retângulo no n-ésimo subintervalo, então temos os retângulos com áreas equivalentes a x)c(f 1 Δ⋅ , x)c(f 2 Δ⋅ , ! , x)c(f n Δ⋅ . A união dos n retângulos forma uma região Rn que pode ser considerada como uma aproximação da área A da região R, ou seja: x)c(fx)c(fx)c(fA n21 Δ+Δ+Δ= ! Tal notação pode ser representada mais adequadamente por um somatório, a saber: ( ) xcfA n 1i i Δ=∑ = 43 É possível que não seja seja conveniente subdividir a região abaixo da curva que desejamos calcular a área em retângulos de mesmo comprimento. Consideremos que, nesse caso, uma das partições seja maior ou igual a outra, como sugere a figura abaixo: A soma das áreas dos n retângulos, que representamos por Sn, é dada por: An = f(c1)Δx1 + f(c2)Δx2 + ... + f(cn)Δxn = ( ) i n 1i i xcf Δ∑ = Esta soma é chamada soma de Riemann da função f(x). Podemos observar que a medida que n cresce muito e cada Δxi , i = 1, 2, ..., n, torna-se muito pequeno, a soma das áreas retangulares aproxima-se do que intuitivamente entendemos como área de A. Portanto, se y = f(x) é uma função contínua, não-negativa em [a,b], a área sob a curva y = f(x), de a até b, é definida por ( ) i n 1i i0ix máx xcflimA Δ= ∑ = →Δ onde para cada i = 1, 2, ..., n, ci é um ponto arbitrário do intervalo [xi –1, xi]. Integral Definida A integral definida está associada ao limite da definição acima. Ela nasceu com a formalização matemática dos problemas de áreas. Se f está definida em um intervalo fechado [a,b] e o limite de uma soma de Riemann de f existe, dizemos que f é integrável em [a,b] e denotamos o limite por ( ) ( )dxxfxcflimA b a i n 1i i0ix máx ∫∑ =Δ= =→Δ O limite é a integral definida de f de a até b. O número a é o limite inferior de integração e b é o limite superior. É importante observar que integrais definidas e integrais indefinidas são coisas diferentes. Uma integral definida é um número, enquanto uma integral indefinida é uma função ou uma família de funções. Uma condição suficiente para que f seja integrável em [a,b] é dada no teorema abaixo. 44 Teorema: Se uma função f é contínua em um intervalo fechado [a,b], então f é integrável em [a,b]. Propriedades da Integral Definida • Se f é integrável nos três intervalos determinados por a, b e c , então: ( ) ( ) ( )dx xf dx xfdx xf b c c a b a ∫∫∫ += • Se f e g são integráveis em [a,b] e k é uma constante, então as seguintes propriedades são verdadeiras: (a) ( ) ( )dxxfkdx xkf b a b a ∫∫ = (b) ( ) ( )[ ] ( ) ( )dx xg dx xfdx xgxf b a b a b a ∫∫∫ ±=± • Se f e g são contínuas no intervalo [a,b] e ( ) ( )xgxf0 ≤≤ para bxa ≤≤ , então as seguintes propriedades são verdadeiras: (a) ( )dx xf0 b a ∫≤ (b) ( ) ( )∫∫ ≤ b a b a dx xg dx xf Teorema Fundamental do Cálculo Seja f uma função contínua e não negativa em um intervalo [a, b]. Nesse caso, a área A sob o gráfico de f e acima do intervalo [a, b] é representada por: ( )dxxfA b a ∫= Sabemos que: • )x(f)x('A = • 0)a(A = A área sob a curva de a até a é a área acima de um único ponto e, portanto, é zero. • A)b(A = A área sob a curva de a até b é A. Teorema: Se f for contínua em [a, b] e F for uma antiderivada de f em [a, b], então: )a(F)b(Fdx)x(f b a −=∫ Temos agora uma maneira de calcular a integral definida desde que possamos encontrar uma antiderivada de f. Ao aplicar este teorema, a notação ( ) ( )[ ] ( ) ( )aFbFxFdxxf ba b a −==∫ é bastante útil. Finalmente, observamos que a constante de integração C pode ser retirada da antiderivada, já que ( ) ( )[ ] ( )[ ] ( )[ ] ( ) ( )aFbFCaFCbFCxFdxxf ba b a −=+−+=+=∫ 45 Exemplos: 1) Determine a área da região abaixo através do conceito de integral definida. Após, compare com o valor da área obtida através das fórmulas de geometria. 2) Calcule ∫ − 2 0 dx )1x( e ∫ − 1 0 dx )1x( . 3) Determine ∫ − − 2 4 dx x 1 46 4) Calcular a área da região limitada pelas curvas: ⎪ ⎪ ⎩ ⎪ ⎪ ⎨ ⎧ = = = −= 0y 2x 0x xy 2 5) Calcule a área da região compreendida entre as curvas 2xy = e x2y −= . 47 6) Calcule ∫ − 1 0 2)x53( dx . 7) Determine a área total entre a curva 2x1y −= e o eixo x sobre o intervalo [0, 2]. 48 EXERCÍCIOS: Lista 6: Integral definida Esboce a região cuja área com sinal é representada pela integral definida e calcule a integral usando uma fórmula apropriada de Geometria onde for necessário. 1) (a) =∫ − 4 1 dx x (b) =∫ 5 0 dx 2 (c) =∫ π 0 dx x cos (d) =−∫ − 2 1 dx |32x| 49 (e) =−∫ − 1 1 2 dx x1 2) Em cada parte, calcule a integral, sabendo que ⎩ ⎨ ⎧ < ≥− = 0 x se , 2 0 xse , |2x| )x(f . (a) =∫ − 0 2 dx (x)f (b) =∫ − 2 2 dx (x)f (c) =∫ 6 0 dx (x)f (d) =∫ − 6 4 dx (x)f 3) Obtenha ∫ − + 2 1 dx 2g(x)](x)f[ se 5dx (x)f 2 1 =∫ − e 3dx g(x) 2 1 −=∫ − . 4) Determine: (a) =−∫ − 3 1 dx 5x)(4 (b) =−+∫ 1 0 2 dx )x12(x 50 5) Calcule as integrais definidas: (a) =+−∫ − 1 2 2 dx 12)6x(x (b) =∫ 4 1 2 dx x 4 (c) =∫ 9 4 dx x2x (d) =θθ∫ π π− 2/ 2/ d sen (e) =θθ∫ π π− 4/ 4/ d cos (f) =∫ 3 2ln x dx 5e (g) =∫ 2/1 0 2 x-1 dx (h) = − ∫ 2 2 2 1xx dx (i) =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ −∫ 4 1 dt t3 t 1 (j) =⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +∫ π π 2/ 6/ 2 xd xsen 2x 6) Encontre a área abaixo da curva 1xy 2 += e acima do intervalo [0, 3]. Faça um esboço da região. 51 7) Encontre a área abaixo da curva x sen 3y = e acima do intervalo [0, 2π/3]. Faça um esboço da região. 8) Esboce a curva e encontre a área total entre a curva e o intervalo dado do eixo x. (a) xxy 2 −= [0, 2] (b) 1ey x −= [-1, 1] 52 Respostas: 1. (a) (b) (c) (d) (e) 53 2. (a) 4 (b) 6 (c) 10 (d) 18 3. ∫ − + 2 1 dx 2g(x)](x)f[ = -1 4. (a) -4 (b) 2 1 π+ 5. (a) 48 (b) 3 (c) 5 844 (d) 0 (e) 2 (f) 10e5 3 − (g) 4 π (h) 12 π (i) -12 (j) 32 9 2 + π 6. 54 7. 8. (a) (b) 55 CAPÍTULO 6 6. ÁREA ENTRE CURVAS Vamos iniciar esse capítulo determinando novamente a área da região compreendida entre as curvas 2xy = e x2y −= . 1ª Fórmula para área: Se f e g forem funções contínuas no intervalo [a, b] e se )x(g)x(f ≤ para todo x em [a, b], então a área da região limitada acima por y = f(x), abaixo por y = g(x), à esquerda pela reta x = a e à direita por x = b é ∫ −= b a dx)]x(g)x(f[A Graficamente, temos: 56 Exemplo: Encontre a área da região englobada por 2yx = e 2xy −= . 57 2ª Fórmula para área: Se w e v forem funções contínuas e )y(v)y(w ≤ para todo y em [c, d], então a área da região limitada à esquerda por x = v(y), à direita por x = w(y), acima por y = d e abaixo por y = c é ∫ −= d c dy)]y(v)y(w[A Graficamente, temos: Revertendo os papéis de x e y Em algumssituações é possível evitar a divisão da região em partes integrando-se em relação a y ao invés de x. Observe o exemplo: Encontre a área da região englobada por 2yx = e 2xy −= , integrando em relação a y. 58 Exemplos: 1) Encontre a área entre as curvas 2xy = e 6xy += . 2) Encontre a área da região sombreada considerando as curvas x)x(f −= e x2)x(g −= . 59 EXERCÍCIOS: Lista 7: Área entre curvas Encontre a área da região sombreada: 1) 2) 3) Encontre a área da região englobada pelas curvas 2xy = e x4y = integrando (a) em relação ao eixo x e (b) em relação ao eixo y. 4) Esboce a região englobada pelas curvas e encontre a área: (a) 2xy = , xy = , 41x = , 1x = (b) 2x cosy = , 0y = , 4 x π= , 2 x π= (c) y senx = , 0x = , 4 y π= , 4 3y π= (d) xey = , x2ey = , 0x = , 2 lnx = (e) 2x1 2y + = , xy = 60 Respostas: 1) 4,5 2) 1 3) 32/3 4) (a) (b) (c) (d) (e) 61 CAPÍTULO 7 7. VOLUME 1º caso: Discos Vamos considerar a função f(x) abaixo. Consideremos agora o volume do sólido gerado pela rotação da região R em torno do eixo x. Podemos resolver esse problema por fatiamento. O volume do disco fatiado na figura é dado por x)]x(f[V 2 Δ⋅π= . Portanto, o volume do sólido é dado por: ∫ π= b a 2 dx)]x(f[V Exemplo: Determine o volume do sólido obtido quando a região sob a curva xy = no intervalo [1, 4] é girada em torno do eixo x. 62 2º caso: Arruelas Nesse caso, o volume do sólido vazado é dado por: ∫ −π= b a 22 dx]))x(g())x(f[(V Exemplo: 1) Encontre o volume do sólido gerado quando a região entre os gráficos de 22 1 x)x(f += e x)x(g = que está acima do intervalo [0, 2] é girada em torno do eixo x. 63 2) Encontre o volume do sólido gerado quando a região limitada por xy = , 2y = e 0x = é girada em torno de eixo y. 3) Encontre o volume do sólido gerado quando a região limitada por xy = , x6y −= e 0y = gira em torno do eixo x. 64 EXERCÍCIOS: Lista 8: Volumes 1) Encontre o volume do sólido que resulta quando a região sombreada gira em torno do eixo x. 2) Encontre o volume do sólido que resulta quando a região sombreada gira em torno do eixo y. 3) Encontre o volume do sólido que resulta quando a região delimitada pelas curvas dadas gira em torno do eixo x. (a) xcosy = , x = π/4, x = π/2, y = 0 (b) 2x25y −= , y = 3 (c) yx = , x = y/4 (d) xey = , y = 0, x = 0, x = ln 3 (e) 2x4 1y + = , x = –2, x = 2, y = 0 4) Encontre o volume do sólido que resulta quando a região delimitada pelas curvas dadas gira em torno do eixo y. (a) y1x += , x = 0, y = 3 (b) ycossec x = , y = π/4, y = 3π/4, x = 0 (c) 2yx = , 2yx += (d) xlny = , x = 0, y = 0, y = 1 65 5) Encontre o volume do sólido gerado quando a região delimitada por 1xy += , x2y = e 0y = gira em torno do eixo x. Respostas: 1) π8 2) 6 13π 3) (a) π⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ − 2 21 (b) 3 256π (c) 15 2048π (d) π4 (d) 4 2π 4) (a) π8 (b) π2 (c) 5 72π (d) ( )1e 2 2 − π 5) π 66 CAPÍTULO 8 8. INTEGRAÇÃO POR PARTES O objetivo é resolver integrais do tipo ∫ ⋅ dx )x(g)x(f , em que as funções não são a derivada uma da outra. Temos: dx duv dx dvu]vu[ dx d ⋅+⋅=⋅ Integrando em ambos os lados, temos: ∫ ∫+=⋅ du vdv uvu Segue que: ∫ ∫⋅= du v-vudv u Exemplos: Determine as integrais obtidas abaixo: a) ∫ dx e x x Existe uma outra estratégia útil para escolher u e dv, que pode ser aplicada quando o integrando é um produto de duas funções de categorias distintas. L I A T E Logarítmica – Inversa trigonométrica – Algébrica – Trigonométrica – Exponencial u dv 67 b) ∫ dx x ln x2 c) ∫ dx x senx2 d) ∫ dx x ln 68 e) ∫ 1 0 dx x senarc f) ∫ dx x cose x 69 Funções hiperbólicas Certas combinações de ex e e-x são denominadas de funções hiperbólicas. Tais funções têm muitas propriedades em comum com as funções trigonométricas. Definição de funções hiperbólicas Seno hiperbólico: 2 ee(x) senh xx −− = Cosseno hiperbólico: 2 ee(x) cosh xx −+ = Tangente hiperbólica: xx xx ee ee(x) tanh − − + − = Cossecante hiperbólica: xx ee 2(x) cossech −− = Secante hiperbólica: xx ee 2(x) sech −+ = Cotangente hiperbólica: xx xx ee ee(x) cotg − − − + = Exemplo: Determine a derivada e a integral de seno, cosseno e tangente hiperbólicos. 70 EXERCÍCIOS: Lista 9: Integral por partes 1) Calcule a integral: a) ∫ dx e x -2x b) ∫ dx e x x2 c) ∫ dx 3x sen x d) ∫ dx x cos x 2 e) ∫ dx x ln x f) ∫ 2 0 2x dx e x g) ∫ e 1 2 dx x ln x h) ∫ + 1 1- dx 2)(x ln i) ∫ π 0 dx 2x sen x 2) (a) Encontre a área da região determinada por x lny = , a reta ex = e o eixo x. (b) Encontre o volume do sólido gerado quando a região do item (a) gira em torno do eixo x. 3) Encontre o volume do sólido gerado quando a região entre x seny = e 0y = para π≤≤ x0 gira em torno do eixo y. Respostas: 1) (a) C 4 1 2 xe x2 +⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +− − (b) Ce2xe2ex xxx2 +−− (c) Cx3sen 9 1x3cosx 3 1 ++− (d) C x sen 2x cos 2x x senx2 +−+ (e) C 4 xxln 2 x 22 +− (f) )1e3( 4 1 4 + (g) 9 )1e2( 3 + (h) 23ln3 − (i) 2 π − 2) (a) A = 1 (b) )2e(V −π= 3) 22V π= 71 CAPÍTULO 9 9. INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS POR FRAÇÕES PARCIAIS Função racional Em matemática, uma função racional é uma razão de polinômios. Para uma simples variável x, uma típica função racional é: )X(Q )x(P)x(f = Em alguns casos, a integração de uma função racional envolve manipulações nas funções que a compõem. Observe: = + + − 1x 3 4x 2 Portanto: = −− − ∫ dx4x3x 10x5 2 Como proceder: )1x)(4x( B4Ax)BA( )1x)(4x( B4BxAAx )1x)(4x( )4x(B)1x(A 1x B 4x A )1x)(4x( 10x5 4x3x 10x5 2 +− −++ = +− −++ = +− −++ = + + − = +− − = −− − Então: ⎩ ⎨ ⎧ −=− =+ 10B4A 5BA 72 1º caso: O denominador apresenta somente fatores de 1º grau e sem repetição. Exemplo: ∫ +− dx6x5x 1 2 73 2º caso: O denominador apresenta somente fatores de 1º grau, mas há fatores que se repetem. Exemplo: ∫ ++ ++ dx xx2x 6x20x5 23 2 74 3º caso: O denominador apresenta fatores de 2º grau sem possibilidades de decomposição e sem repetição. Exemplo: ∫ +− −− dx )4x)(xx( 8x4x2 22 3 75 Função racional imprópria Uma função é dita imprópria se o grau do numerador for maior que o grau do denominador. Para poder ser utilizado o método das frações parciais nesse caso é preciso antes fazer a divisão e expressar a resposta como o quociente mais o resto sobre o divisor. Exemplo: dx 2xx 7x7xx2 2 23 ∫ −+ +−+ 76 Em alguns casos uma manipulação algébrica simplifica o cálculo da integral. Veja: Exemplos: ∫ −+ + dx 4x3x 1x 3 2 ∫ +−− −− dx )2x2x)(2x( 2xx2 2 77 EXERCÍCIOS: Lista 10: Frações parciais 1) Calcule a integral: a) ∫ +− ++ dx 1x2x 4x5x 2 2 b) ∫ + dx 1x 2x 2 c) ∫ −+ + dx )11)(x(x x3x 2 2 d) ∫ ++ dx )11)(x(x 2 2 e) ∫ + ++ dx xx 4x3x 3 2 f) ∫ − −− dx xx 2x3x 3 2 g) ∫ ++ ++ dx )2x)(4x( 20x1211x 2 2 h) ∫ + + dx x9x 9x 24 4 i) ∫ + + dx x9x 81x 3 4 Respostas: 1) (a) C 1x 10|1x|ln7x + − −−+ (b) C|1x|ln2x2x2 +++− (c) C 1x 1|1x|ln2|1x|ln + + +++− (d) C)xarctan()1xln( 2 1|1x|ln 2 +++−+ (e) C)xarctan()1xln( 2 1|x|ln4 2 +++− (f) C|1x|ln|x|ln2 +++ (g) C|2x|ln5)4xln(3 2 ++++ (h) C 3 xarctan 3 10 x 1x +⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛−− (i) C)9xln(9|x|ln9 2 x 22 ++−+ 78 CAPÍTULO 10 10. INTEGRAIS IMPRÓPRIAS Na definição de integral definida ∫ b a dx )x(f , supõe-se que o intervalo [a, b] seja finito. Além disso, o Teorema Fundamental do Cálculo, que usamos para calcular integrais definidas, é válido para funções contínuas em [a, b]. Nosso objetivo principal nesse capítulo é ampliar o conceito de integral definida para permitir intervalos infinitos de integração e integrandos com assíntotas verticais (descontinuidades infinitas) dentro dos imites de integração. Essas integrais serão chamadas de integrais impróprias. Exemplos: (1) Integrais impróprias com intervalos de integração infinitos ∫ +∞ 1 2x dx ou ∫ +∞ ∞− + 2x1 dx (2) Integrais impróprias com descontinuidades infinitas no intervalo de integração ∫ − 3 3 2x dx ou ∫ − 2 1 1x dx • Integrais impróprias com limites de integração infinitos Vamos calcular a integral abaixo e fazer algumas considerações: ∫ b 1 2x dx Tomando o limite quando ∞→b , temos 1 b 11lim x dxlim x dx b b 1 2b 1 2 =⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ −=⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = +∞→∞→ +∞ ∫∫ 79 Podemos interpretar essa integral como a área da região ilimitada entre o gráfico de 2x 1)x(f = e o eixo x (à direita de x = 1). Definição de integrais impróprias com limites de integração infinitos (1) Se f é contínua no intervalo [a, ∞), então dx )x(flimdx )x(f b a b a ∫∫ +∞→ +∞ = (2) Se f é contínua no intervalo (-∞, b], então dx )x(flimdx )x(f b a a b ∫∫ −∞→ ∞− = (3) Se f é contínua no intervalo (-∞,+∞), então dx )x(fdx )x(fdx )x(f c c ∫∫∫ +∞ ∞− +∞ ∞− += Em cada caso, se existir o limite dizemos que a integral imprópria converge, caso contrário dizemos que a integral imprópria diverge. No caso (3), se uma das integrais à direita diverge, então a integral da esquerda também diverge. Exemplos: 1) Calcule as integrais impróprias: (a) ∫ +∞ 1 x dx (b) ∫ +∞ − 0 xdxe 80 (c) ∫ +∞ 0 dx )x(sen (d) ∫ +∞ 0 x- dx x)e-1( 81 (e) ∫ +∞ ∞− + 2x1 dx 2) O sólido formado pela rotação da região limitada entre o gráfico de x 1)x(f = e o eixo dos x )1x( ≥ é chamado de Trombeta de Gabriel. Determine o volume desse sólido. 82 EXERCÍCIOS: Lista 11:Integrais impróprias Calcule as integrais que convirjam. 1) ∫ +∞ 0 2x- dx e 2) ∫ +∞ −3 2 dx 1x 2 3) ∫ +∞ e 3 dx xln x 1 4) ∫ ∞− − 0 3 )1(2x dx 5) ∫ ∞− 0 3x dx e 6) dx x∫ +∞ ∞− 7) dx )3(x x 22 +∫ +∞ ∞− Respostas: 1) 0,5 2) ln 2 3) 0,5 4) -0,25 5) 1/3 6) Divergente 7) 0
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