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Célula 1: EAD responsabilidade ambiental

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Contextualização histórica e movimentos em prol do desenvolvimento sustentável 
Introdução  
 
A partir da revolução industrial, no século XIX houve o aumento do consumo. Entende-se                           
que, os mesmos, ao longo da história são socialmente injustos e ambientalmente                       
desequilibrados. Assim, surgem as primeiras discussões referentes ao impacto                 
socioambiental, ao desenvolvimento sustentável, à responsabilidade social e ambiental e à                     
sustentabilidade. Para tanto, nessa aula iniciaremos a compreensão conceitual e a                     
contextualização histórica dos principais movimentos e discussões sobre o desenvolvimento                   
sustentável. 
Fundamentação Teórica 
Os impactos derivados, principalmente, da pressão industrial, do crescimento populacional e                     
da acumulação da riqueza por poucos indivíduos evidenciam problemas ambientais, sociais e                       
econômicos. Entretanto, até a metade do século XX, as variáveis ambiental e social eram                           
consideradas externas à humanidade. Isso significa que os problemas ambientais e sociais                       
eram entendidos de forma isolada e independente. Se um problema ambiental ocorria em                         
algum lugar do planeta, seria um transtorno apenas para aquele lugar. 
Nesse sentido, os problemas ambientais eram vistos essencialmente como problemas locais                     
e, consequentemente, os impactos eram calculados de maneira local. Por sua vez, as                         
desigualdades sociais eram consideradas decorrentes de um sistema capitalista que não era                       
capaz de incluir a todos. Desse modo, surge a relação direta entre a responsabilidade                           
ambiental e social. Hoje pensado numa perspectiva macrossocial já que vivenciamos a                       
macroaldeia chamada Terra, num mundo globalizado. No seu desenvolvimento histórico                   
surgem movimentos, discussões e conferências que foram essenciais para que houvesse a                       
compreensão da importância da sustentabilidade, seus pilares, desafios socioambientais.                 
Iremos ver alguns, assim como alguns desses desafios e impactos socioambientais que se                         
apresentam em nosso cotidiano, que atingem diferentes comunidades e regiões. 
Movimentos Ambientalistas 
A partir da década de 1950, os movimentos ambientalistas (ou movimentos verdes) passaram                         
a destacar os impactos na natureza consequentes dos padrões de produção e de consumo                           
capitalistas. Assim, passaram a questionar providências para reduzir ou eliminar tais                     
impactos ambientais. O movimento pró-ambiente buscava ressaltar que a sobrevivência da                     
humanidade estaria em risco, porque o planeta não suportaria o ritmo de exploração dos                           
recursos naturais. Os movimentos ambientalistas atuam ainda, nos dias atuais, focando na                       
redução dos impactos causados ao meio ambiente e às pessoas. Vale ressaltar que a                           
consolidação dos movimentos ambientalistas, na década de 1970, foi precedida de                     
importantes eventos.  
São eles: 
→A percepção de risco ambiental global da indústria nuclear; 
→A verificação das consequências do emprego indevido de pesticidas e inseticidas químicos                       
na agricultura a longo prazo, em 1962; e, 
→A proposição feita pela Suécia, em 1968, ao Conselho Econômico e Social das Nações                           
Unidas, de um encontro mundial para a assinatura de um acordo internacional de redução                           
da emissão dos gases responsáveis pelas chuvas ácidas sobre os países europeus. 
CLUBE DE ROMA: O relatório Os Limites do Crescimento 
A discussão dos problemas ambientais como questão global ganhou relevância com o                       
relatório Os Limites do Crescimento (​Limits to Growth​). Este relatório foi lançado em 1972 pelo                             
Clube de Roma, que é formado por personalidades notórias que se reúnem para discutir                           
temas referentes à política, economia global, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. 
O relatório Os Limites do Crescimento enfatizou que a sociedade industrial estaria                       
ultrapassando a maioria dos limites ecológicos dentro de uma questão de décadas – caso                           
continuasse a promover o tipo de crescimento econômico registrado em 1960 e 1970                         
(MEBRATU, 1998). Ainda, o relatório sugeriu medidas para desacelerar o desenvolvimento                     
industrial em países desenvolvidos e reduzir o crescimento da população nos países em                         
desenvolvimento. 
Ainda em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu uma comissão técnica que                           
produziu o documento Uma Terra Somente (​Only One Earth​). O relatório não é um                           
documento oficial das Nações Unidas, mas um relatório para a Secretaria da Conferência das                           
Nações Unidas, originado de um grupo independente de especialistas. 
O objetivo principal do relatório foi fornecer informações fundamentais importantes para a                       
tomada de decisões oficiais. Este documento ressaltou que os problemas ambientais eram                       
consequências de externalidades econômicas, próprias do excesso e da ausência de                     
desenvolvimento. 
Relatório Nosso Futuro Comum de 1987: a relação meio ambiente e desenvolvimento 
Em virtude da ampliação dos debates, foi publicado em 1987 o relatório da Comissão                           
Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Nosso Futuro Comum (​Our Common                       
Future​). O Nosso Futuro Comum evidenciou que a pobreza é uma das principais causas e                             
consequências dos problemas ambientais do mundo. Desse modo, seria inútil abordar                     
problemas ambientais sem considerar a pobreza mundial e a desigualdade internacional. A                       
relação interdependente entre aspectos sociais e ambientais, portanto, tornou-se evidente.                   
Eis a importância deste relatório para as discussões sobre meio ambiente e sociedade. Assim                           
sendo, reunindo preocupações ambientais e questões socioeconômicas, o Relatório                 
conceitua o desenvolvimento sustentável como aquele que “satisfaz as necessidades do                     
presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas necessidades”.  
De acordo com Bansal (2005), o conceito de desenvolvimento sustentável do relatório Nosso                         
Futuro Comum, conhecido também como Relatório ​Brundtland​, une os elementos-chave de                     
necessidades e limites para atendê-lo. O conceito vincula o combate à pobreza, a                         
preservação ambiental e a equidade social ao crescimento econômico sustentado, colocando                     
a adoção simultânea de princípios ambientais, econômicos e sociais como pré-requisito. 
Não existe uma definição única do que seriam as necessidades a serem satisfeitas e como                             
satisfazer tais necessidades. Além disso, não fica claro como este conceito pode ser                         
efetivamente aplicado por países, organizações e instituições. Ainda assim, este mesmo                     
caráter amplo permitiu sua disseminação ao longo do planeta, bem como fomentou o                         
surgimento de diferentes interpretações e a necessidade de uma reflexão que nos permita a                           
conscientização e a sensibilização diante dos impactos socioambientais. 
GrandesEventos Sucessores 
A publicação do relatório Nosso Futuro Comum, em 1987, foi sucedida por importantes                         
eventos ao longo do planeta. Destacamos aqui os eventos organizados pelas Nações Unidas.                         
São eles: 
→Rio’92, também conhecido por Cúpula da Terra; 
→Rio+10; 
→Rio+20. 
→Acordo Paris 
 
Vamos saber mais sobre esses eventos. 
Rio’92: ​A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,                         
também conhecida como Rio’92, Eco-92 e Cúpula da Terra, foi realizada no ano de 1992, no                               
Rio de Janeiro/Brasil. Representantes de diferentes países do mundo reuniram-se para tomar                       
decisões sobre os impactos ambientais, buscando medidas para conseguir diminuir a                     
degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. Contudo, o legado mais                         
importante da Rio’92 foi a própria natureza do processo preparatório que, na maioria dos                           
países, compreendeu a participação de todas as partes envolvidas. Este processo levou o                         
conceito de desenvolvimento sustentável a todos os cantos do mundo, expondo-o a questões                         
como: O que isso realmente significa para nossa comunidade? Como podemos ir além das                           
generalidades e colocá-lo em prática? Como podemos saber se estamos nos movendo em                         
direção a um mundo mais sustentável? Vamos saber mais sobre a Conferência Rio 92? 
A Rio’92 levou à produção de grandes documentos internacionais como a Declaração do Rio,                           
Agenda 21 e convenções sobre a desertificação, a biodiversidade e as mudanças climáticas                         
(que geraram o Protocolo de Kyoto) 
 
Rio+10: ​Para enfatizar ainda mais a discussão do desenvolvimento sustentável, aconteceu                     
em Johanesburgo/África do Sul, no ano de 2002, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento                         
Sustentável ou Rio+10. A proposta desta Conferência estava voltada a avaliar a mudança                         
global desde a Eco’92 e em focar na regulação crescente na ação humana em nível                             
internacional. O grande legado da Rio+10 está na ênfase colocada em temáticas relacionadas                         
com o desenvolvimento social, tais como a erradicação da pobreza, acesso à água e serviços                             
de saneamento e a saúde. Ainda, foi discutido sobre a contribuição das indústrias para a                             
erradicação da pobreza, de maneira compatível com a preservação dos recursos naturais. 
 
Rio+20: ​Em 2012, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento                     
Sustentável ou Rio+20, realizada novamente no Rio de Janeiro/Brasil – marcando vinte anos                         
da realização da primeira conferência Rio’92. O objetivo da Rio+20 foi renovar o compromisso                           
político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das                         
lacunas na implantação das decisões adotadas pelas principais conferências sobre o assunto.                       
Ainda, o foco da Rio+20 foi o desenvolvimento de uma economia verde (mais harmoniosa ao                             
meio ambiente), no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e                         
do desenvolvimento de uma estrutura de governança global para lidar com as questões                         
ambientais. 
 
Acordo de Paris: ​O mais recente tratado internacional é o Acordo de Paris, adotado em 2015,                               
durante a 21ª Conferência das Partes ocorreu, em Paris. Assim sendo, o acordo de Paris é                               
considerado um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a                       
Mudança do Clima (CQNUMC), que rege medidas de redução de emissão de gases ​estufa ​a                             
partir de 2020, em outras palavras, o acordo de Paris tem como objetivo fortalecer a resposta                               
global à ameaça das mudanças climáticas. Ele foi aprovado pelos 195 países participantes                         
que se comprometeram em reduzir emissões de gases de efeito estufa. Isso se resume em                             
manter a temperatura média da Terra abaixo de 2 °C, acima dos níveis pré-industriais. Além                             
de esforços para limitar o aumento da temperatura até 1,5 °C acima dos níveis                           
pré-industriais. Os países desenvolvidos também se comprometeram a conceder benefícios                   
financeiros aos países mais pobres, de modo que possam enfrentar as mudanças climáticas. 
O Brasil concluiu sua ratificação ao Acordo de Paris em 12 de setembro de 2016. Em                               
documento encaminhado à ONU, as metas brasileiras são: 
→ ​Reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. 
→ Em sucessão, reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de                                 
2005, em 2030. 
Um dos mais recentes acontecimentos sobre o Acordo de Paris foi a saída dos Estados                             
Unidos, anunciada em junho de 2017. Essa notícia foi recebida com bastante preocupação,                         
pois os Estados Unidos é um dos maiores poluidores do planeta. 
Glossário 
Sustentabilidade: ​é um tema em pleno processo de discussão em esfera social, econômica                         
e acadêmica. Uma variedade de concepções ao longo dos últimos cinquenta anos foi refinada                           
por importantes pesquisadores e fomentou cobranças mais rigorosas por parte da sociedade                       
e posturas mais responsáveis por parte das corporações. A concepção que embasa a                         
sustentabilidade é a consciência integrantes do mundo e não somente para com os agentes                           
consumidores. Desse modo, o desenvolvimento sustentável se relaciona com o crescimento                     
sustentável, recriando o papel das corporações, do setor público, privado e terceiro setor. Há                           
um diálogo de forma transparente com os diferentes públicos (CIOFI, 2010). Assim sendo: A                           
Sustentabilidade é considerada como o processo político, participativo que integra a                     
sustentabilidade econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou                     
individuais, tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos                             
momentos de disponibilização de recursos, seja nos períodos de escassez, tendo como                       
perspectivas a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações.  
Desenvolvimento sustentável: A definição de desenvolvimento sustentável foi delineada                 
pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de unir o desenvolvimento econômico a                           
preservação do meio ambiente. Logo desenvolvimento sustentável é o processo que satisfaz                       
as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras se suprir                       
suas próprias necessidades, trazendo à tona a necessidade de uma nova relação “ser                         
humano- meio ambiente”. Mas, em nenhum momento, este conceito sugere a estagnação do                         
crescimento econômico, mas sim, de uma forma conciliadora com as questões ambientais e                         
sociais.  
Consciência ecológica: é o pensamento responsável acerca do meio ambiente em que                       
vivemos. Trata-se de, mais que um simples pensamento, um comportamento que cuida do                         
planeta. 
O consumidorconsciente: Sob a perspectiva ecológica, é aquele que se preocupa como seu                            
bem estar, com a sociedade atual e com a qualidade de vida das gerações futuras. Além                               
disso, se preocupa em contribuir para a melhoria da qualidade de vida de todos. Desse                             
modo, o consumidor consciente sabe que pode ser um agente transformador da sociedade                         
por meio do seu ato de consumo e, desta forma, tenta buscar o equilíbrio entre a sua                                 
satisfação pessoal e a sustentabilidade. Em outras palavras suas ações, trazem como                       
resultado maximização dos impactos positivos e minimizar os negativos, a partir de suas                         
escolhas de consumo. Em suma, o consumo consciente é um modo de vida que valoriza a                               
responsabilidade com o meio ambiente como forma de preservar e manter um meio social                           
com maior qualidade; sendo este uma escolha do indivíduo que toma para si esta                           
consciência ambiental e a transforma em ações no dia a dia capaz de mobilizar outras                             
pessoas. 
Consumo sustentável: É um tipo de consumo caracterizado pelo consumo de bens e                         
serviços com respeito aos recursos naturais, de maneira que as necessidades das presentes                         
gerações sejam atendidas sem que haja danos para as próximas gerações. Desse modo                         
haveria aquisição de bens e serviços, atendendo às necessidades básicas das pessoas,                       
priorizando a minimização da degradação ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interfaces do Triple Bottom Line e a Responsabilidade Social 
 
Introdução 
A partir do conceito de desenvolvimento sustentável, publicado no Relatório Nosso Futuro                       
Comum, em 1987, surgiram diferentes interpretações relacionadas com esta temática. Uma                     
das interpretações mais difundidas foi proposta por John Elkington na década de 1990. Dado                           
que Elkington é um consultor – e possui uma empresa de consultoria chamada SustainAbility                           
– sua proposta está direcionada para o contexto das organizações. John Elkington (2001)                         
introduziu o conceito de sustentabilidade como ​Triple Bottom Line (TBL): pessoas (​people​),                       
planeta (​planet​) e lucro (​profit​). 
Fundamentação Teórica 
O Triple Bottom Line trata-se de um conceito que prega a gestão empresarial com foco, além                               
dos resultados, no impacto causado pela empresa no planeta. A sustentabilidade é um tema                           
comentado há algumas décadas e de forma contínua, talvez pela complexidade que envolve                         
o assunto. Para a população mundial, adotar novos hábitos é parte da mudança proposta, o                             
que tem relação direta com as práticas de consumo e a relação cor marcas. 
 
É justamente na atividade de grandes empresas que as principais mudanças podem e devem                           
ser implementadas e, para isso, o Triple Bottom Line é fundamental. Em uma tradução literal                             
do inglês, o termo significa Linha Tripla de Fundo, mas o termo usado por aqui ajuda a                                 
entender melhor a proposta: ​Tripé da Sustentabilidade​.Nesse caso, o tripé é formado pelas                         
perspectivas do planeta, das pessoas e do ​lucro​, ou seja, uma empresa deve ser conduzida                             
visando à parte econômica, seus impactos ambientais e como ela se relaciona com seus                           
colaboradores. Nessa ideia, é possível perceber como a sustentabilidade é algo muito maior                         
do que simplesmente a preservação de recursos naturais e a redução da agressão ao                           
planeta. Ser sustentável é ter ideias que consigam se renovar, gerenciar sem explorar, lucrar                           
de forma responsável e com foco na continuidade da companhia, além de viver e conduzir                             
projetos que não prejudiquem nenhuma esfera. 
Os pilares do tripé da sustentabilidade 
Dimensão social: ​envolve a erradicação da pobreza e a definição do padrão para uma vida                             
digna, com distribuição justa e equitativa do consumo dos bens naturais e serviços entre                           
todos os habitantes do planeta.  
Dimensão ambiental: abrange a preocupação de repensar os modos vigentes de produzir e                         
de consumir, de maneira a assegurar que os ecossistemas possam manter sua                       
autorreparação ou  
Dimensão econômica: econômica compreende contínuas inovações voltadas para garantir a                   
sobrevivência da organização no mercado em que atua, de forma a manter o lucro                           
econômico-financeiro das organizações. 
É importante destacar que o ​Triple Bottom Line compreende a integração entre as dimensões                           
ambiental, social e econômica. Quando estamos nos referindo principalmente a questões                     
ambientais e aspectos econômicos, estamos tratando de responsabilidade ambiental.                 
Quando estamos nos referindo principalmente a aspectos econômicos e questões sociais,                     
estamos abordando a responsabilidade social. Quando tratamos especialmente de                 
problemas sociais e impactos ambientais, estamos considerando questões socioambientais. 
https://rockcontent.com/br/blog/o-que-e-lucro/
Outras Interpretações para Sustentabilidade 
O ​Triple Bottom Line recebeu uma série de críticas de diversos autores que comentam que                             
mais dimensões são necessárias para se definir a sustentabilidade. Alguns autores                     
comentam sobre a necessidade de uma dimensão política e uma dimensão cultural. Segundo                         
John Elkington, essas dimensões estariam contempladas na dimensão social do ​Triple Bottom                       
Line. ​Ignacy Sachs, por exemplo, interpretou a sustentabilidade a partir de oito dimensões:                         
dimensão social, dimensão cultural, dimensão ecológica, dimensão ambiental, dimensão                 
territorial, dimensão econômica, dimensão política nacional e dimensão política                 
internacional. 
Aqui, a questão não é discutir qual autor está certo na sua interpretação, mas entender que                               
existem diferentes formas de compreender o desenvolvimento sustentável e a                   
sustentabilidade a partir de diferentes visões. É importante lembrar que o desenvolvimento                       
sustentável é um conceito mais amplo que envolve a satisfação das necessidades presentes e                           
das gerações futuras. Por sua vez, quando falamos em sustentabilidade estamos nos                       
referindo à integração entre as dimensões econômica, ambiental e social.  
 
Como podemos perceber o ​triple bottom line traz uma grande representatividade para a                         
existência da responsabilidade ambiental e a responsabilidade social. Se faz necessário                     
salientar que ambas responsabilidades andam juntas e percorrem os diferentes espaços da                       
vida social. Nesse ponto de nossa reflexão, vamos entender a responsabilidade social                       
melhor? 
A Responsabilidade Social vem sendo inserida pelos diferentes atores, pelas distintas                     
profissões e espaços sociais. Vamos compreender o conceito de Responsabilidade Social e                       
Responsabilidade Social Corporativa, Governança, Estratégias vinculadas à Responsabilidade               
Sociale Responsabilidade Compartilhada. Vamos saber mais sobre as práticas de                     
Responsabilidade Social que estão sendo adotadas por pessoas ou pelas organizações? 
 
Responsabilidade social 
Podemos generalizar que quando uma ou mais pessoas adotam atitudes, comportamentos                     
ou ações de maneira espontânea, que resultem em conforto ou bem-estar para outras                         
pessoas, ali teremos um ato de responsabilidade social. Historicamente, a responsabilidade                     
social é apresentada à literatura pelo empresário ​Andrew Carnigie que, no final do século 19,                             
publicou o livro "O evangelho da riqueza", o qual abordava a caridade e custódia às práticas                               
de responsabilidade social através das ações dos mais bem-aventurados, que ajudassem os                       
que são menos prósperos, ou seja, amparar aos desprovidos e aos necessitados eram as                           
ações dos socialmente responsáveis. 
A Responsabilidade Social anda lado a lado com a ética. A ética participa ativamente em                             
todos os segmentos da nossa vida, é encontrada nas relações com amigos, conjugais e, com                             
certeza, no mundo dos negócios. Falar em ética é o mesmo que se referir a valores, moral e                                   
comportamentos (PERSEGUINI, 2015). O significado etimológico de ética vem do grego ​ethos​,                       
significando caráter, modo de ser, ética está ligada às diferentes formas de julgar as ideias de                               
acordo com seus valores (ALENCASTRO, 2015). 
 
Responsabilidade Social Corporativa 
Para entender o surgimento da responsabilidade social corporativa, no século XXI, nos obriga                         
a recuar um século e entendendo as primeiras preocupações sociais das empresas. A                         
sensibilidade para o tema teve o seu início nos Estados Unidos, a partir de meados do século                                 
XX, porém a Europa assumiu especial relevância tanto na implementação deste tipo de                         
políticas, como na reflexão acadêmica sobre o tema, em particular devido às consequências                         
sentidas com a revolução industrial e, posteriormente, com um grande fenômeno ocorrido                       
na Inglaterra, na cidade de Londres, denominado o Nevoeiro, a severa poluição atmosférica (                           
de 05 à 09 de dezembro 1952, conhecido também como ​Big Smoke​), O fenômeno foi                             
considerado como um dos piores impactos ambientais até então, sendo causado pelo                       
crescimento incontrolado da queima de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes.                       
Acredita-se que o nevoeiro tenha causado a morte de 12.000 londrinos, e deixado outros                           
100.000 doentes. Assim sendo, o conceito de responsabilidade social corporativa surge a                       
partir do entendimento de que a organização possui diferentes responsabilidades com os                       
diferentes públicos com que interage. 
Uma empresa possui responsabilidade com: 
Acionistas ➯ retorno do que foi investido 
Fornecedores e parceiros ➯ confiança nas trocas 
Colaboradores ➯ envolvimento no trabalho 
Sociedade em que está inserida ➯ que influencia as ações da empresa 
Meio ambiente ➯ fornece os recursos necessários para o funcionamento das organizações 
 
Quem são os diferentes públicos com os quais uma organização interage? Esses públicos                         
são chamados de ​stakeholders ​ou partes interessadas. As partes interessadas são                     
influenciadas pelas atividades da organização, mas ao mesmo tempo também são capazes                       
de influenciar tais atividades. Entenda melhor os stakeholders no artigo. 
O conceito de responsabilidade das organizações vem evoluindo com o passar dos anos. Até                           
a metade da década de 1960, acreditava-se que a única responsabilidade de uma                         
organização era a responsabilidade econômica. Durante as décadas de 1960 e 1970,                       
entendia-se que a responsabilidade das organizações era pública enquanto, entre as décadas                       
de 1970 e 1990, o foco estava apenas na responsabilidade interna e externa. A partir da                               
década de 1990, a responsabilidade de uma organização passa a ser compreendida como                         
responsabilidade socioambiental. Nesse contexto, surge o conceito de responsabilidade                 
social corporativa. 
A Responsabilidade Social Corporativa é conceituada pelo Instituto Ethos (2009) como a                       
forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os                               
públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais                         
compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos                 
ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a                         
redução das desigualdades sociais. 
A Responsabilidade Social Corporativa pode ser interna ou externa: 
Interna: preocupando-se com capital humano e intelectual;saúde e segurança no trabalho;                       
cidadania corporativa; redução de impactos, etc. 
Externa: preocupando-se com parcerias comerciais;colaboração com fornecedores e clientes;                   
cooperação com atividades de ONGs; respeito às autoridades públicas, etc. 
Uma organização pode ser mais responsável socialmente a partir do alinhamento                     
estratégico. Deve-se buscar inserir a responsabilidade social no planejamento estratégico das                     
organizações através de iniciativas relacionadas à prática de voluntariado, à gestão                     
ambiental, ao ​marketing ​responsável e ao respeito com os empregados, fornecedores e                       
clientes, indicando uma tendência à cidadania corporativa. Veja, na figura abaixo, como                       
Porter e Kramer (2006) indicam que deve ser praticada a responsabilidade social. Note que os                             
autores utilizam a sigla RSAE para Responsabilidade Socioambiental Empresarial. 
Governança corporativa e exercício da responsabilidade social 
 
De maneira bastante genérica, a governança corporativa pode ser descrita como os                       
mecanismos ou princípios que governam o processo decisório dentro de uma empresa.                       
Governança corporativa é um conjunto de regras que visam minimizar os problemas de                         
agência. O objeto central dos sistemas de governança corporativa não é o de intervir na                             
autonomia das organizações, mas, ao contrário, pretende equilibrar a competitividade e                     
produtividade da empresa com uma gestão responsável e de forma transparente (IBGC,                       
2009).  
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são                         
dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho                   
de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.                       
Uma preocupação vinculada à Governança Corporativa é a criação de um conjunto eficiente                         
de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o                           
comportamento dos administradores esteja sempre alinhado com o melhor interesse da                     
empresa (IBGC, 2017). 
A NBR ISO 26.000:2010 aborda que Governança organizacional é um sistema pelo qual uma                           
entidade ougrupo de pessoas e instalações com um conjunto de responsabilidades,                       
autoridades e relações e com objetivos identificáveis toma decisões e as implementa na                         
busca de seus objetivos. Conheça um pouco a norma da ABNT NBR ISO 26000 Diretrizes                             
sobre Responsabilidade Social. Além de informações sobre a norma, o site traz um vídeo                           
informativo muito interessante. 
A NBR ISO 26000 traz dentro de sua proposta 7 princípios direcionadores organizacionais,                         
como: Responsabilidade; Transparência; comportamento Ético; Consideração pelas partes               
interessadas; legalidade; normas internacionais e Direitos Humanos. 
“Os empreendedores sociais têm encontrado na chamada fase de startup investidores e 
aceleradores, no transcurso de vida dos negócios socioambientais tem sido difícil obter a 
rentabilidade financeira maximizando resultados sociais.” É fundamental a criatividade e 
inovação, pois o mercado atual não se sustenta, abrindo passagem para as possibilidades do 
empreendedorismo social. Nesta, as visões do empreender se sustentam na ação e atuação da 
responsabilidade social (PHILIPPI, 2017). 
Muitos empreendimentos sociais são oriundos de organizações da sociedade civil que                     
amadureceram seu desempenho e, diante do desafio de assegurar a sustentabilidade e a                         
independência financeira, criaram formas de geração de receita a partir dos serviços que                         
prestam e da produção de bens comercializáveis. 
No entanto, precisamos identificar o verdadeiro ser humano e reconhecer os seus desejos                         
multifacetados. Para isso, precisamos de um novo tipo de empresa, que não tenha como                           
objetivo apenas o lucro – uma empresa que seja totalmente dedicada à resolução de                           
problemas sociais e ambientais. O empreendedorismo social tornou-se um conceito popular                     
entre os empreendedores e o público em geral. Principalmente porque além de ter todas as                             
situações e abordagens de um negócio, este vincula a estar se propondo a resolver                           
problemas sociais, com impacto e indicadores. ​Nesse aspecto é importante entender que o                         
Empreendedorismo social gera lucro e desenvolvimento. 
São duas as estratégias de atuação das ações de responsabilidade social. As internas e                           
externas. Quando a organização decidir pela atuação voltada à responsabilidade social, ela                       
deve deliberar sobre as temáticas dinamizadas no quadro. Entretanto, não é sempre que                         
existe viabilidade da empresa em atender esse novo padrão de referência.                     
Independentemente da identificação das estratégias de atuação interna, externa ou híbrida, a                       
organização deve desenvolver uma base de gerenciamento tanto para a implantação quanto                       
para a manutenção das ações de responsabilidade social. Uma abordagem interessante é a                         
que Melo Neto e Froes (2001) apresentam. 
Responsabilidade Compartilhada: Compartilhar, tornar-se parte de algo, ser               
corresponsável, ter uma visão compartilhada e um entendimento comum das prioridades.                     
Como seres gregários, nós buscamos constantemente compartilhar. A responsabilidade                 
compartilhada ou a responsabilidade híbrida promove a partilha da responsabilidade entre                     
as partes e esta é necessária para a promoção do bem-estar, da comunidade ou da                             
sociedade, com objetivo comum. 
 
Responsabilidade de Todos: Estamos caminhando para uma sociedade sustentável, com                     
melhor qualidade de vida e com impactos positivos ao ambiente, porém, até chegarmos a                           
esse nível de excelência, teremos muito que avaliar, tratar e desenvolver. Assuntos                       
relacionados a meio ambiente e bases sociais estarão sempre em evidência. Porém, mesmo                         
nas empresas mais engajadas nos conceitos de sustentabilidade, não é tão simples lidar com                           
certos problemas que já são inerentes ao nosso dia-a-dia. 
 
Aqui nosso paradigma deve ser na identificação e tratamento desses problemas, eles devem                         
ser considerados oportunidades de melhoria, pois sempre que identificado, tratado no                     
sentido de eliminar ou reduzi-lo, estamos conduzindo um processo de melhoria (PHILIPPI JR,                         
2017). Nossa PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) apresenta a responsabilidade                     
compartilhada à sociedade como uma forma de partilhar as responsabilidades perante um                       
conjunto de objetivos. Conforme a PNRS, são objetivos da responsabilidade compartilhada:  
➔ Redução da geração de resíduos sólidos;  
➔ Redução do desperdício de materiais;  
➔ Redução da poluição;  
➔ Redução dos danos ambientais;  
Estímulo ao desenvolvimento de mercados, produção e consumo de produtos derivados de                       
materiais reciclados e recicláveis. Entre tais iniciativas surge a Logística Reversa, efetivada por                         
empresas. A Logística Reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social. Ela                         
é formada por um conjunto de ações, procedimentos e métodos utilizados para viabilizar a                           
coleta e restituição de resíduos sólidos do setor empresarial.  
 
Glossário 
 
Triple Bottom Line: é um conceito de gestão que preza pela sustentabilidade de forma ampla                             
nas empresas. Isso significa que mais do que preocupações ecológicas, é de suma                         
importância ter uma atuação mais sólida em outros setores. Ou seja, uma empresa deve ser                             
orientada, ao longo do processo produtivo, visando à parte econômica, os impactos                       
ambientais e como ela se relaciona com seus colaboradores. Em uma tradução literal do                           
inglês, o termo significa Linha Tripla de Fundo, do que é considerado como Tripé da                             
Sustentabilidade. Nesse aspecto, o tripé é formado pelas perspectivas do planeta, das                       
pessoas e do lucro (PPL) , por isso envolve as dimensões: econômica, social e ambiental. Tais                               
dimensões são articuladas, tornando o desenvolvimento sustentável possível de ser                   
concretizado. Assim sendo, ser sustentável, por meio do tripé da sustentabilidade, significa                       
ter ideias que consigam se renovar, gerenciar sem explorar, lucrar de forma responsável e                           
com foco na continuidade da companhia, além de viver e conduzir projetos que não                           
prejudiquem nenhuma esfera. 
Responsabilidade social​: pode ser compreendida quando empresas, de forma voluntária,                   
adotam posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos                       
interno e externo. É uma prática voluntária pois não deve ser confundida exclusivamente por                           
ações compulsórias impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos (como                     
fiscais, por exemplo). O conceito, nessa visão, envolve o benefício da coletividade, seja ela                           
relativa ao público interno (funcionários, acionistas, etc) ou atores externos (comunidade,                     
parceiros, meio ambiente, etc.) seguindo alguns princípios essenciais, entre eles, ética e                       
transparência. 
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ou Responsabilidade Social CorporativaEmpreendedora (RSCE) (referida também como Responsabilidade Social Empresarial-               
RSE): é um termo que descreve a contribuição voluntária das empresas para o                         
desenvolvimento sustentável que vai além dos requisitos legais (normas internacionais e                     
nacionais, por exemplo). RSC significa que a atividade empreendedora é responsável pela                       
atividade empresarial real (mercado), do mesmo modo sobre os aspectos ecologicamente                     
(meio ambiente) até as relações com os empregados, considerados clientes internos e o                         
próprio local de trabalho (condições, infraestrutura entre outros pontos) e o intercâmbio com                         
as partes interessadas relevantes , por isso, a gestão deve ter estratégias voltadas para os                             
diversos grupos de interesses, ou seja, os ​stakeholders​.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desafios socioambientais: recursos naturais, resíduos, mobilidade urbana. 
 
Introdução 
Veja como várias questões socioambientais estão relacionadas: falta de acesso à água,                       
desmatamento, períodos de seca (mudanças climáticas), pobreza, resíduos sólidos, entre                   
outras. Esses são alguns dos desafios socioambientais que os países, organizações e os                         
indivíduos devem lidar neste século tanto coletiva quanto individualmente para retomar o                       
sentido de qualidade de vida, a partir de uma relação equilibrada com o meio ambiente. 
Fundamentação Teórica 
Diante do surgimento de conceitos sobre sustentabilidade e, também, do aumento das                       
discussões sobre esse tema, foram evidenciados diversos desafios. De forma geral, os                       
desafios estão vinculados à responsabilidade socioambiental (ou seja, estão relacionados                   
com as dimensões ambiental e social da sustentabilidade). Assim, considerando os desafios                       
socioambientais, é preciso pensar em iniciativas que possibilitem que as necessidades das                       
gerações atuais sejam satisfeitas sem comprometer a satisfação das necessidades das                     
gerações futuras. Para tanto, acessar os índices da sustentabilidade é de suma importância.                         
Nesse contexto, os indivíduos, a sociedade, as organizações e o governo devem combinar                         
esforços para enfrentar tais desafios. Nesta unidade, vamos conhecer alguns dos principais                       
desafios socioambientais: água, energia, resíduos sólidos, mudanças climáticas e mobilidade                   
urbana. 
Água 
Água é um substantivo feminino, que significa a substância (H2O) líquida e incolor, insípida e                             
inodora, essencial para a vida da maior parte dos organismos vivos e excelente solvente para                             
muitas outras substâncias; óxido de hidrogênio. A água é a parte líquida que cobre                           
aproximadamente 70% da superfície terrestre, sob a forma de mares, lagos e rios. 
A água é um recurso finito, e por tal característica pode se esgotar em função de consumo                                 
intensivo, dos desperdícios e de má gestão dos recursos hídricos. O Brasil possui a maior                             
disponibilidade de água doce do planeta. Contudo, taxas de desperdício de água são                         
estimadas em 40%. Ainda, a falta de acesso aos recursos hídricos é um grave problema em                               
diversas áreas do país. Além de ser essencial para a vida dos indivíduos, os recursos hídricos                               
têm profunda importância no desenvolvimento de diversas atividades econômicas. Por                   
exemplo, na indústria, as quantidades de água necessárias são muitas vezes superiores ao                         
volume produzido. 
Calcula-se que em torno de 85% de toda a água doce disponível no mundo é utilizada para                                 
irrigação (agricultura), 10% pelas indústrias e apenas 5% para consumo humano. Isto é, o                           
consumo intensivo, os desperdícios e a má gestão não são consequências apenas do                         
consumo humano. Você já ouviu falar na expressão “a água que você não vê”? 
Por exemplo, você sabia que para a produção de 1 quilo de carne bovina estima-se que                               
sejam gastos mais de 15.000 litros de água? A expressão “a água que você não vê” é utilizada                                   
para indicar o consumo de água na produção de bens e serviços. É a água que a gente                                   
consome indiretamente com o uso de itens no nosso cotidiano! Portanto, podemos perceber                         
que a água é um desafio a ser enfrentado pelos indivíduos, organizações, governos e a                             
sociedade como um todo. Além do consumo da água, é preciso considerar o acesso aos                             
recursos hídricos como um grande desafio a ser combatido.  
 
Um sexto da população mundial (mais de um bilhão de pessoas) não têm acesso à água                               
potável. Estima-se que 40% dos habitantes do planeta não têm acesso a serviços de                           
saneamento básico. Segundo a ONU, até 2025, se os atuais padrões de consumo se                           
mantiverem, duas em cada três pessoas no mundo vão sofrer escassez moderada ou grave                           
de água. 
 
No Brasil, a distribuição hídrica é desigual, já que a região Amazônica concentra 80% da                             
disponibilidade de água do país. Estados do Nordeste e, mais recentemente, do Sudeste                         
sofrem com a escassez. Ainda, a região Norte detém os piores índices de atendimento em                             
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Além disso, quase 24% de toda                           
a população da África sofre com o estresse hídrico. O problema é preocupante também em                             
grande parte do Peru e em algumas áreas do México e da América Central. Na China, Índia e                                   
Oriente Médio, a situação é igualmente crítica. 
Energia 
O significado de energia está relacionado a trabalho, força. No contexto da física, a energia                             
está associada à capacidade de qualquer corpo produzir trabalho, ação ou movimento. É                         
importante lembrar que a energia pode ser apenas transformada de uma forma para outra.                           
Existem diferentes tipos de energia relacionados com diferentes fontes de energia. Veja                       
alguns exemplos abaixo: 
➔ Muscular:​ animal ou ser humano; 
➔ Calorífica​: madeira, carvão, álcool, petróleo, etc.; 
➔ Solar​: sol;  
➔ Mecânica: moinhos de vento, motores que utilizam combustíveis diversos e motores                     
elétricos;  
➔ Química​: baterias e pilhas; 
➔ Elétrica:​ usinas elétricas e termoelétricas; 
➔ Nuclear/atômica:​ usinas nucleares ou termonucleares.  
 
Além disso, conforme a natureza da fonte, as fontes de energia podem ser classificadas em                             
fontes renováveis e fontes não renováveis. As fontes de energia renováveis são aquelas que                           
podem ser aproveitadas ao longo do tempo sem possibilidade (ou com possibilidade muito                         
pequena) de esgotamento dessa mesma fonte. As fontes de energia não renováveis têm                         
recursos teoricamente limitados, sendo que esse limite depende dos recursos existentes no                       
nosso planeta.  
 
São consideradas fontes não renováveis: 
 
Petróleo: ​esse combustível fóssil é a principal matéria-prima e uma das principais fontes de                           
energia do mundo; sua queima éresponsável pela emissão de poluentes na atmosfera. 
Carvão mineral: a queima do carvão mineral (combustível fóssil) é considerada ainda mais                         
poluente que a do petróleo. 
Gás natural: ​utilizado em usinas termoelétricas, sendo considerado como uma fonte mais                       
vantajosa por apresentar menor impacto ambiental e maior facilidade de transporte. 
Energia nuclear: ​recurso energético estratégico, principalmente para regiões que                 
apresentam um baixo potencial hidroelétrico; contudo, existem problemas com o lixo nuclear                       
e riscos ambientais e sociais em casos de acidentes. 
São consideradas fontes renováveis: 
Energia hidroelétrica: utiliza-se do movimento das águas dos rios para a produção de                         
eletricidade; no Brasil, é a principal fonte de energia atualmente.  
Energia eólica: ​utiliza-se da força promovida pelos ventos para a produção de energia.  
Energia solar:​ é o aproveitamento da radiação solar emitida sobre o planeta.  
Energia da biomassa: corresponde a toda e qualquer matéria orgânica não fóssil; sua                         
importância está no aproveitamento de materiais que, em tese, seriam descartáveis para                       
produção de energia. 
Energia geotérmica: corresponde ao calor interno do planeta; em casos em que esse calor                           
se manifesta em áreas próximas à superfície, as elevadas temperaturas são utilizadas para a                           
produção de eletricidade. 
Energia das ondas e das marés: utiliza-se a movimentação das ondas e marés em                           
ambientes onde elas são mais intensas para a geração de energia. 
Assim, a energia é um desafio socioambiental a ser enfrentado. Com relação à energia,                           
devem ser estimuladas ações para redução do consumo, mas principalmente ações para                       
desenvolver diferentes tipos de fontes de energia para a matriz energética dos países. Ainda,                           
ampliar o acesso à energia para todas as pessoas do planeta deve ser prioridade. 
A utilização dos combustíveis fósseis é profundamente criticada sob o ponto de vista                         
ambiental, pois a sua queima é responsável pela emissão de poluentes na atmosfera. Por                           
esse motivo, a escassez de petróleo e gás natural vem estimulando esforços de países para                             
obter, com outros tipos de energia (renováveis), uma fonte produtora de energia realmente                         
funcional. Além disso, o uso de outras fontes de energia também seria uma importante                           
forma de depender menos economicamente desse tipo de recurso natural. 
Resíduos Sólidos 
Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades                         
da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e                       
de varrição. São incluídos nessa definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento                         
de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como                           
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede                     
pública de esgotos ou corpos de água. 
A industrialização aumentou a produção de produtos inorgânicos que não se decompõem                       
(ou que necessitam de um tempo muito grande para se degradar) – tais como o vidro,                               
plástico, metais, borracha. Em decorrência desse fenômeno, houve um grande aumento na                       
produção de resíduos. Desse modo, os resíduos sólidos têm dois fatores agravantes: a                         
enorme quantidade de resíduos gerados e a composição dos mesmos. O conhecimento                       
detalhado das características qualitativas e quantitativas dos resíduos produzidos                 
diariamente é fator fundamental para se determinar a forma de acondicionamento,                     
transporte, tratamento e a melhor destinação final. 
Calcula-se que o total mundial de resíduos sólidos é de 1,3 bilhões de toneladas por ano, ou                                 
1,2 kg por dia para cada habitante das cidades. As previsões são de que o valor total aumente                                   
para 2,2 bilhões de toneladas em 2025. O maior produtor mundial de resíduos sólidos é os                               
Estados Unidos, com mais de 2,5 kg de resíduos produzidos, em média, por cada cidadão em                               
um único dia. No Brasil, por sua vez, estima-se que seja gerado 1,5 kg de lixo produzido por                                   
pessoa/dia. Avalia-se que um terço de todo o lixo urbano seja potencialmente reaproveitável                         
e reciclável e que cerca de 24 milhões de toneladas de resíduos têm destino inadequado no                               
país. 
Nesse sentido, fica claro que os resíduos sólidos representam uma importante questão                       
ambiental para os indivíduos, organizações e órgãos governamentais. Cada um desses atores                       
é responsável pelo volume de resíduos sólidos gerados e devem implantar ações para                         
reduzir a geração de lixo. 
Cabe aos indivíduos separar e acondicionar adequadamente os resíduos, participar dos                     
programas de coleta seletiva, reduzir o consumo e a consequente geração de lixo. Cabe às                             
organizações o recolhimento e a reciclagem dos produtos após o uso (logística reversa). Por                           
fim, cabe aos órgãos governamentais criar planos para o gerenciamento e o manejo correto                           
dos resíduos. É preciso reutilizar, reaproveitar e reciclar todo material possível. Mas além de                           
questões sociais, entende-se que os resíduos sólidos sejam parte dos desafios                     
socioambientais. Isso porque os resíduos sólidos incluem questões sociais (saúde e geração                       
de renda a partir da venda do resíduo reciclável, o uso dos 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar). 
Mudanças Climáticas 
As mudanças climáticas são alterações que ocorrem no clima geral do planeta Terra,                         
verificadas através de registros científicos, apurados durante o passar dos anos. As                       
mudanças no clima do planeta são produzidas em diferentes escalas de tempo em um ou                             
vários fatores meteorológicos, tais como temperaturas máximas e mínimas; índices                   
pluviométricos (chuvas); temperaturas e níveis dos oceanos; nebulosidade; e umidade                   
relativa do ar. 
No contexto das mudanças climáticas, precisamos abordar o Efeito Estufa. O Efeito Estufa é                           
um fenômeno natural indispensável para manter a superfície do planeta aquecida. Os gases                         
do efeito estufa (GEE) são capazes de reter o calor do Sol na atmosfera, impedindo que esse                                 
calor escape de volta para o espaço. Contudo, após a Revolução Industrial, tem-se o registro                             
de um aumento significativo na emissão de gases na atmosfera (metano, dióxido de carbono                           
e óxido nitroso). Desse modo, podemos entender que as indústrias passaram a interferir nos                           
fenômenos naturais do clima da Terra, aumentando seus impactos de modo negativo. 
Como consequências das mudanças no clima geral do nosso planeta, agravadas                     
principalmente pela atividade industrial, são listadas as seguintes ações: 
➔ Aumento do nível dos oceanos;  
➔ Derretimento de calotas polares;  
➔ Possibilidade futura de submersão de cidades litorâneas;  
➔ Extinção de espécies animaise vegetais;  
➔ Crescimento do desmatamento, principalmente em florestas de países tropicais;  
➔ Aumento de regiões desérticas no planeta. 
 
No Brasil, podemos considerar os impactos das mudanças climáticas a partir de cada região. 
 
Diante dessas considerações, fica evidente que as mudanças climáticas representam um                     
desafio socioambiental. Cabe lembrar que mudanças no clima, relevo, território, rios, etc. são                         
fenômenos naturais do nosso planeta. Com essas mudanças, o próprio planeta reencontra                       
um novo equilíbrio para que possa se manter. 
Contudo, estamos considerando aqui as mudanças climáticas agravadas pela                 
industrialização. Com as indústrias, o fenômeno das mudanças climáticas deixa de ser                       
natural, fazendo com que surjam desequilíbrios na natureza. Em outras palavras, as                       
indústrias contribuem para o aumento das emissões de gases, impactando negativamente no                       
ambiente e na vida das pessoas. Portanto, é preciso pensar em ações não apenas para                             
minimizar as consequências das mudanças climáticas, bem como em iniciativas para reduzir                       
as emissões de gases nocivos na atmosfera. 
Mobilidade Urbana 
A mobilidade urbana está diretamente relacionada com o movimento das pessoas no espaço                         
urbano. De modo geral, as pessoas se movimentam nas cidades por meio de transporte                           
público (trem, ônibus, metrô, táxi, bicicletas etc.); transporte privado (automóvel, motocicleta,                     
bicicleta etc.); ou as pessoas se deslocam a pé (pedestres). Os padrões atuais da mobilidade                             
urbana marcada por uma crescente motorização individual causam diferentes impactos. O                     
aumento do transporte privado, por exemplo, traz consigo engarrafamentos e acidentes de                       
trânsito 
No entanto, os problemas da mobilidade urbana vão além de engarrafamentos e acidentes.                         
Desde 1970, estima-se que a emissão de gases no setor industrial cresceu 65% em todo o                               
mundo, contra 120% no setor de transporte. Ainda, calcula-se que 80% da energia utilizada                           
para a mobilidade em área urbana tem origem na queima de combustíveis fósseis. Assim, a                             
motorização da mobilidade urbana é um dos principais emissores de gases de efeito estufa. 
Portanto, considera-se que a mobilidade urbana, nos padrões atuais, têm elevados custos                       
sociais, econômicos e ambientais. Nesse contexto, a mobilidade urbana é considerada um                       
desafio socioambiental. Os responsáveis pela mobilidade urbana são os pedestres,                   
motoristas e, principalmente, o governo. Esses atores devem trabalhar de forma conjunta                       
para desenvolver ações com o objetivo de melhorar a movimentação das pessoas nas                         
cidades e reduzir as emissões de gases na atmosfera. 
Entre essas ações estão melhorias no transporte público existente e a implantação de                         
diferentes tipos de transporte público para ampliar as opções de locomoção; faixa exclusiva                         
para ônibus; caronas compartilhadas; ciclovias; faixas exclusivas para carros com quatro                     
passageiros, etc. Apesar disso, ações que priorizam a redução de emissões de gases de efeito                             
estufa (GEE) na mobilidade urbana não fazem parte da política efetiva na maioria das cidades                             
e dos países. 
A palavra-chave para melhorar a mobilidade urbana é planejamento. 
A partir do planejamento, é possível estabelecer estratégias visando melhorar a mobilidade,                       
uma vez que uma cidade precisa do maior número possível de opções para que as pessoas                               
possam se locomover. 
 
Glossário 
Índices de sustentabilidade​: os índices ou indicadores de sustentabilidade são ferramentas                     
de aferição dos efeitos positivos ou negativos de uma intervenção no ambiente. Desse modo,                           
os índices permitem que haja o monitoramento de uso de recurso, poluição, impactos                         
socioambientais, permitindo novas estratégias e planos de ação. Por exemplo, durante a fase                         
de desenvolvimento de práticas agroecológicas e de recuperação de áreas degradadas, são                       
usados grandes conjuntos de indicadores para avaliar a qualidade do solo e do ambiente                           
como um todo, o incremento da biodiversidade e os benefícios sociais e econômicos gerados                           
por essas tecnologias.   
Recursos naturais: são elementos da natureza que são fundamentais ao ser humano para                         
cultivo, para a vida em sociedade, no processo de desenvolvimento, ou ainda, para                         
sobrevivência e qualidade de vida da sociedade em geral. Os recursos naturais podem ser                           
renováveis, como a energia solar e a do vento. Da mesma forma, os recursos naturais podem                               
ser potencialmente renováveis, por serem considerados limitados, por exemplo: a água, o                       
solo e as árvores, esses são considerados limitados, mas potencialmente renováveis. E ainda                         
existem os não renováveis, como o petróleo e minérios em geral. Portanto, recurso natural é                             
algo de extrema importância para a continuidade da vida de todos os seres. Os recursos                             
naturais, também denominados de recursos ambientais 
Efeito estufa: é um processo físico que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha                           
(percebida como calor) é emitida pela superfície terrestre e absorvida por determinados                       
gases presentes na atmosfera, os chamados gases do efeito estufa ou gases estufa. Como                           
consequência disso, parte do calor é irradiado de volta para a superfície, não sendo libertado                             
para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois,                               
sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o planeta                             
aquecido e, assim, garantir a manutenção da vida. Atividades humanas como a queima de                           
combustíveis fósseis, o emprego de certos fertilizantes, o desmatamento e o grande                       
desperdício contemporâneo de alimentos, que têm entre seus resultados a elevação nos                       
níveis atmosféricos de gases estufa, vêm intensificando de maneira importante o efeito                       
estufa e desestabilizando o equilíbrio energético no planeta, produzindo um fenômeno                     
conhecido como aquecimento global.

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