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PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER, mas tem receio de ouvir as respostas Todos os direitos desta edição reservados ao autor. Publicado por Editco Comercial Ltda. Rua Pedroso Alvarenga, 1046, 9º andar – sala 95 Itaim – 04531-004 – São Paulo-SP Tel: (11) 3706-1492 – Fax: (11) 3071-2567 e-mail: info@ieditora.com.br Na internet, publicação exclusiva da iEditora: www.ieditora.com.br Omar Bueno São Paulo – 2002 PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER, mas tem receio de ouvir as respostas © 2002 de Omar Bueno Título original português: PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER, mas tem receio de ouvir as respostas. Revisão: Elina Correa Miotto Concepção da Capa: Omar Bueno Editoração eletrônica: Julio Cesar Portellada ISBN 85-87916-35-1 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, do autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98. Impresso no Brasil / Printed in Brazil — 5 — Foi com muita alegria que recebi o convite para prefa-ciar o livro de Omar Bueno. Durante a leitura do livro pude experimentar conhecer um pouco mais do autor. Um amigo que aprendi a conhecer nos últimos anos e que sempre revela novas surpresas. Omar realmente é aquilo que escreve e agora temos a oportunidade de partilhar da intensidade e da diversi-dade de suas experiências. A simplicidade da pessoa transpira pelas páginas do livro, oferecendo respostas possíveis para os problemas humanos que ele foi encontrando através de suas diversas experiências profissionais, enriquecidas com as ex-periências pessoais. Na verdade, assim deve ser sempre: aqui-lo que somos profissionalmente não pode deixar de ser um espelho do que somos em nossa vida privada, sob o risco de nos perdermos em ambas. Mais do que respostas para as perguntas que gostaría- mos de fazer, a leitura do livro nos traz um caminho para pen-sarmos, uma maneira de abordarmos os problemas que cria-mos e que são criados para o nosso viver. Os problemas dos quais ele trata e que foi encontrando ao longo do seu cami- nho, são as questões fundamentais do viver humano: as maze- las do encontro com os outros e as dificuldades do encontro consigo mesmo. Traduzidos em perguntas, ele nos convida a nos identificarmos com as problemáticas apresentadas e nos PREFÁCIO — 6 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. convida a caminhar por possíveis vias de acesso a respostas, todas elas impregnadas da reflexão. Uma reflexão sobre os sentidos dos encontros humanos, sobre os sentidos do viver humano. O livro que você tem agora em mãos é, enfim, um sensível e delicado produto do encontro humano proporcio- nando esclarecimentos sobre os desencontros humanos. De-sencontros que acontecem cotidianamente com todos e que parecem obstruir o caminho para um viver mais saudável, mais feliz. A leitura do livro deve ser feita sem o receio de ouvirmos as respostas, nos permitindo ao encontro do outro e nos deixando encontrar nas respostas às perguntas que gosta- ríamos de ter feito. Boa leitura e aproveitem a experiência de encontrar o humano, demasiadamente humano de cada um de nós! Alexandre Nicolau Luccas Prof. e Coordenador do curso de Psicologia UNIP – Universidade Paulista — 7 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Quando resolvi produzir este trabalho, tinha em mente contribuir para o esclarecimento de algumas dúvidas que as pessoas comumente têm. Na verdade, muitas coisas que acontecem na vida das pessoas têm relações muito próximas. Mas tudo tem um começo, evidentemente. Como profissional de Marketing, prestava consultoria em uma empresa do segmento gráfico, e utilizava um método criado e desenvolvido por mim, quando da minha passagem por uma multinacional americana. O processo constituía em criar uma aproximação maior entre os funcionários de “chão de fábrica” e a diretoria. Para isso era preciso conhecer os problemas enfrentados pelos funcionários que iam desde recursos ferramentais até relações pessoais. Nessa relação tão próxima e amiga, necessária para encontrar as causas dos problemas da empresa, estava me transformando em um terapeuta, principalmente em relação aos menos privilegiados sócio-econômico-culturalmente. Percebi nesse momento, que era preciso aprender mais. Era preciso conhecer melhor a pessoa humana. Era preciso voltar ao banco universitário. Conhecer as bases da Psicologia foi de fundamental — 8 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. importância e a paixão pela Psicanálise veio através de cursos de especialização e simpósios que, cada vez mais, me faziam apaixonado pelo complexo comportamento humano. Mais tarde, veio o contato com adolescentes, em idade entre 15 e 18 anos. Passei a lecionar em ensino médio e técnico, e isso me forneceu excelente material de trabalho. Pelos conhecimentos adquiridos, não tinha dificuldades em conquistar a atenção e a amizade deles, podendo orientá-los como professor, terapeuta, amigo e muitas vezes pai. E foi nessa relação de confiança entre mim e meus alunos que comecei a ser procurado por seus pais. Muitos deles queriam entender o que levava seus filhos a terem tanto respeito, admiração e amizade por um professor. Não havia segredo. Apenas o respeito mútuo, tão importante para o adolescente. Respeito que significava também impor limites, mas, e ao mesmo tempo, dar responsabilidades e cobrar os resultados depois. Criticar o errado mostrando o certo. Enaltecer os acertos e ser sempre justo nos critérios de avaliação. — 9 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. A mãe da paciente me procurou, pois a filha apresen-tava apatia e abandono dos estudos, da escola e dos amigos. Numa certa noite, mãe e avó buscaram ajuda no Colégio onde a paciente estudava através da Coordenadora Pedagógica. A coordenadora chamou-me em sua sala e, diante da mãe e avó, solicitou minha intervenção. Durante a conversa, foi colocada a situação da família. A avó era separada, a mãe também era separada e ambas moravam com a paciente, mais um irmão um ano mais novo. A mãe marcou, em meu consultório, uma primeira sessão, posteriormente cancelada devido à paciente se recusar a comparecer. Pedi à mãe que não forçasse sua ida, pois isso deveria ser espontâneo para o sucesso do tratamento. Duas semanas depois a paciente compareceu à primeira sessão. A sua ansiedade e depressão estavam estampadas em seu rosto. Em meio a choros e risos ela começou a se soltar como se tivesse essa necessidade há muito tempo. Contou que, no ano anterior, começara a namorar e desde então sua vida, que estava controlada, passou a ser carregada de pressões e ansiedades. — 10 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. O namoro reviveu seu passado através de momentos que ela, a toda hora, comparava com aqueles que a marcaram na infância. Começou a achar que tudo o que fazia agredia as pessoas que amava, que eram basicamente a mãe e a avó. Esses momentos, vindos na lembrança, deixavam-na apática ou ansiosa. No colégio ou em qualquer outra atividade não conseguia concentração. Qualquer barulho por mais leve que fosse era suficiente para dispersá-la. A sua infância foi sempre muito tumultuada. Pai e mãe tinham brigas constantes. O casamento deles foi feito de altos e baixos, havendo sete separações e reconciliações até a separação definitiva. Isso fazia com que a paciente vivesse constantemente em trânsito entre sua casa e a de sua avó. Segundo ela, sempre que estava na casa desua avó tinha o pensamento em sua casa, imaginando o que poderia estar acontecendo. Quando estava em sua casa, queria voltar para a casa de sua avó, pois era lá que se sentia bem e amada. Estava claro que era tremendamente apegada à avó, mas também à mãe. Aliás, a família sempre foi para ela algo muito importante. Cada vez que se ausentava de casa sentia-se como que perdendo a família. A saída definitiva do pai gerou um vazio muito grande visto que o pai deixou de visitá-la exceto para trazer a pensão. Após a separação, o pai mudou totalmente de vida. Segundo ela, era por isso que ele não podia mais acompanhá-la. A mãe, sentindo medo, se contradizia em relação ao pai. Pedia para que ela o amasse, mas em seguida contava momentos que mostravam o outro lado do pai. Assim, ela não sabia exatamente qual era o verdadeiro caráter do pai e se devia amá-lo ou odiá-lo. O seu único namoro também foi cheio de idas e vindas o que fazia com que ela revivesse, a cada briga ou reconciliação, — 11 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. a situação já vivida entre pai e mãe, quando ela tinha 9 anos. Por pressão do namorado, que a impediu de ir ao noivado da prima, sentiu uma enorme culpa. Era como se estivesse abandonando a família e tudo o que amava. Isso causou nela um ódio muito grande do namorado, mas manteve o namoro por não querer magoá-lo. Parou de sair de casa, inclusive ir à aula, para não deixar a família. A sensação de perda era constante. A avó, sempre preocupada, mantinha-a por todos os modos em sua guarda. Assim, ela dormia na avó mas não conseguia deixar de pensar na mãe o tempo todo. O retorno com o namorado gerou nova depressão. A cada vez que o namorado a tratava como mulher ela sentia-se deprimida e com ódio por ter permitido qualquer aproximação mais íntima. Sentia falta de carinho e afeto e queria se sentir protegida. Via na figura do namorado a figura do pai que faltara desde a infância. Apegava-se a ele na busca de segurança e encontrava, ao invés de um pai, um homem com desejos de homem. Num dos encontros, o namorado deixou uma marca em seu pescoço o que a transtornou. Primeiramente resistiu, mas depois cedeu. Consentiu no momento em que aconteceu, mas odiou depois. Achou que esconder da avó ou da mãe não seria direito e só conseguiu se acalmar quando finalmente contou a verdade. A família, sempre reafirmava, era tudo para ela. Estava claro que era a própria auto-afirmação pela falta de uma família estruturada. Sentia a necessidade de ser abraçada como se estivesse buscando proteção e afeto e tinha um ciúme muito grande das pessoas que amava. Não se sentia abandonada pela mãe, mas ficou claro sua predileção pela avó, que cuidou dela por preocupação. Dias depois à primeira sessão, a mãe me ligou fazendo comentários sobre os dias subseqüentes da filha. Disse que — 12 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. a paciente tivera momentos de ausência inúmeras vezes. Comunicou que iria arrumar o quarto, já arrumado pela mãe, e demorou cerca de três horas limpando os bichinhos de pelúcia. Foi flagrada pela avó, parada na porta, olhando pra lugar nenhum. Pediu à mãe para ir ao shopping, mas a mãe me perguntou primeiro para saber se era conveniente. Era clara a insegurança da mãe. Após as primeiras análises, conclui que a paciente tinha uma situação traumática ocorrida durante o processo de separação dos pais. A transição fez com que ela buscasse apego à avó por inúmeras vezes. Todas as vezes que ocorria uma nova briga, que gerava um novo afastamento, a mãe colocava os filhos contra o pai. Na reconciliação fazia a operação inversa. Dizia que o pai não era tão ruim e que tudo aquilo era passageiro. Isso, segundo a paciente, ocorreu por sete vezes. A cada vez que ia pra casa da avó, sentia a separação da mãe. Quando voltava pra casa da mãe, sentia a separação da avó. Apesar de gostar do pai, tinha as histórias da mãe criticando-o na tentativa de justificar a separação. O processo de ausência em que a paciente se encontrava na ocasião demonstrava a falta de poder para decidir qualquer coisa em sua própria vida. No entanto, segundo ela mesma, já havia superado esta fase, o que fez com que se sociabilizasse novamente junto aos colegas de escola. O reinício do um namoro já marcado por idas e vindas colocou-a novamente nesse processo de depressão. A cada vez que as pessoas se impunham sobre ela, ela se sentia desprestigiada e deprimida, procurando a ausência como fuga. A escola, ponto principal de sociabilização, foi a primeira coisa a ser excluída. Abandonou os estudos não fazendo nem mesmo as provas de final de ano. — 13 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. O ponto crítico, no entanto, era a falta do pai. A expulsão do pai de sua vida estava fazendo com que ela buscasse a figura paterna no namorado. De acordo com sua explanação, o namorado queria tê-la como namorada (mulher), enquanto ela o queria como uma força segura e terna. Disse inclusive que não suportava os carinhos, mas aceitava por submissão. Depois se sentia culpada e esse complexo a fazia sofrer. Era como se estivesse cedendo ao pai e isso a colocava em frustração e com um enorme complexo de culpa que a fazia sofrer como se estivesse sendo violentada por uma marca no pescoço, como ela colocou. O caminho estava em alterar, principalmente, os valores da infância, quando da separação dos pais. Naquele momento, a importância da relação era imprescindível e a separação não encontrava, na criança, uma lógica inteligível. Essa marca deixada no inconsciente fez com que sair de casa fosse um ato violento e de perda da família (o que já ocorrera, voltava a ocorrer a cada vez que se afastava de casa). Após a primeira sessão, segundo a descrição de seus atos pela sua mãe, era possível notar que a paciente já entrara em processo reflexivo. Estava começando a resgatar os valores da infância e transportando-os para o presente. Era o primeiro passo para a mudança desses valores. Notei quão importante era que os valores fossem mesmo alterados sob um conceito mais atual e dentro de um raciocínio de 18 anos e não de 9. Solicitar ir ao shopping, sozinha, era uma tomada de decisão vitoriosa dentro de seus conceitos e valores. Era preciso que a mãe a liberasse, deixando que ela tomasse tais decisões. Na sessão seguinte a paciente apresentou-se com significativa melhora de comportamento. No entanto, não soube começar qualquer assunto sem que eu desse o — 14 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. início. Resolvi começar de onde havíamos parado na sessão anterior. Perguntei a respeito de sua infância, tentando buscar recordações, que tudo indicava, era onde estava a causa de sua depressão e ansiedade. A paciente disse ter tido uma infância agradável e feliz, sempre ao lado da avó. Todas as vezes que a mãe ia buscá-la, para levá-la em casa, ela chorava muito porque não queria ir com a mãe. Outro detalhe que pude ressaltar era que preferia conversar com pessoas mais velhas. Novamente a figura do pai estava presente. Durante toda a sua infância, lembrou-se de ter tido apenas uma amiga, ao contrário do irmão que sempre foi bem relacionado. Pouco se lembrava de experiências interessantes ao lado da mãe. As melhores lembranças foram ao lado da avó. Exceto na primeira sessão, jamais falou do pai. Sem nenhum motivo, mudou de assunto como se quisesse evitar, naquele momento, falar sobre a mãe. Perguntei-lhe a respeito do namoro e me disse que havia terminado definitivamente. Nesse momento, falamos uma frase (duas palavras) ao mesmo tempo. Imediatamente, ela buscou na memóriauma brincadeira de criança onde contamos as letras e depois associamos a palavras relacionadas a amor e afeição. Agora, via em minha frente uma criança de 9 anos, entusiasmada pela alegria de estar sendo correspondida em sua brincadeira. Isso durou aproximadamente 8 minutos. Perguntei sobre seus medos, se tinha medo de algo e ela, após pensar longamente, respondeu que não tinha medo de nada. No entanto, todas as vezes que a conversa partia para esse lado, notava uma transformação na paciente. Ela parecia transformar-se numa criança, alterando inclusive sua maneira — 15 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. de falar. Ficava mais cadenciada e até o tom de voz ficava mais infantil. Buscando colocá-la na realidade atual, mostrando-lhe os novos valores da idade, perguntei-lhe sobre o que pensava do futuro. Disse que pensava em ter sua própria casa para poder arrumá-la do seu jeito. Demonstrava, e muito, o seu senso de organização e limpeza. Dizia que gostava de todas as coisas no lugar e a casa devia estar sempre limpa e arrumada. Pensava, realmente, em constituir uma família, com filhos, não especificando quantos. Falando de emprego, preferia um lugar onde tivesse o horário da manhã livre como num shopping center por exemplo, pois lá, além do horário, estaria em contato com muitas pessoas. Em um breve contato com a paciente, durante a semana, soube que havia voltado à vida estudantil buscando recuperar o que havia ficado para trás. Ela mantivera contato mais estreito, durante a semana, com uma de suas colegas de classe, exatamente aquela que, segundo seus comentários, tinha maior simpatia. Comentou sobre seu jeito de falar e das suas ações com um carinho especial, dizendo ainda que tinha maior afeição por ela do que pelas outras colegas de classe. Paradoxalmente, estivera estudando com a amiga e comentou que a colega sabia o bastante para uma boa nota. A nota máxima tirada pela colega fez com que ela ganhasse um pouco mais de auto-estima, colocando-se no lugar de orientadora ao invés de dependente. Sentiu-se como se estivesse dirigindo a amiga, tomando conta da situação. A sessão seguinte foi totalmente diferente das iniciais. Já bastante confiante, procurou assuntos relacionados aos seus conhecimentos adquiridos durante a vida estudantil. Falou de fatos históricos que havia aprendido, bem como dados — 16 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. geográficos, mostrando-se bastante confiante e segura. Sobre seus dotes culinários, algo que acha imprescindível para uma vida a dois (nota-se sua preocupação em relação à família e a um relacionamento sólido), fez comentários longos a respeito dos pratos que sabe fazer. Acha que a comida do marido quem deve preparar é a esposa e não a empregada. Do seu cardápio pessoal, carne não faz parte. De nenhuma forma. Nem mesmo a carne branca. No entanto, adora molho vinagrete e doces, principalmente brigadeiro. Em relação aos amigos, disse preferir amigos mais velhos, mas incrivelmente seus amigos são sempre mais novos. Na sessão seguinte, chegou reclamando de dores nas costas. Estava impaciente, como se quisesse que a sessão terminasse mais cedo. Nesse momento, falamos sobre postura e maneiras de se sentar para aliviar o problema. Após uma rápida massagem, sentiu-se melhor e continuou a conversa mais tranqüila. A necessidade que tinha de um contato maior estava bastante clara. Ser abraçada ou simplesmente tocada, lhe fazia sentir segura e protegida. Na seqüência, fizemos alguns testes utilizando o baralho Zenner. A idéia era analisar sua sensitividade, para poder trabalhar diretamente em seu subconsciente. Era preciso que a paciente sentisse a mudança de valores ao longo do tempo. O que mantém um trauma por muito tempo é o fato do paciente não alterar os valores adquiridos durante a infância ou na época em que ocorreu. É preciso ficar claro que um automóvel, por exemplo, durante a infância não tem o mesmo valor que tem durante a adolescência nem tampouco durante a fase adulta. O que ocorre é que, com o surgimento do trauma, estabelece-se um bloqueio em que a análise deixa de existir. Passa a ser doloroso ao consciente rememorar a marca traumática. Assim, o inconsciente cria uma barreira impedindo que os valores sejam reavaliados conscientemente. — 17 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. É preciso penetrar novamente nesse ponto da história da vida do paciente para que, com novos conhecimentos lógicos, adquiridos na vida atual, os códigos de valores sejam recodificados, deixando claro a ele mesmo, e por ele mesmo, que aquela dor já não tem mais sentido, e que, de acordo com os valores atuais, não é motivo para tanto. Quando o paciente finalmente se conscientizar dessa mudança, fatalmente o trauma estará desativado e o paciente terá como lembrança apenas um fato histórico dentro de seu banco de dados, com o discernimento da lógica atual, bem mais estruturada. Os resultados obtidos no primeiro teste, como era de se esperar, não foram positivos. Contudo, a própria paciente, animada que estava para realizar os testes, solicitou que continuássemos na próxima sessão. A sessão seguinte ocorreu oito dias depois por solicitação da paciente. Ela alterou o dia da semana por insistência da mãe. No que pude perceber, a mãe continuava exercendo forte influência sobre ela. Pelas informações enviadas à minha secretária na clínica, a paciente havia conseguido emprego no Shopping Center, em uma loja de roupas, exatamente como ela dissera na sessão anterior. Assim, eu aguardava novidades e uma mudança visível nessa sessão. Como o esperado, ela começou a sessão falando da novidade. Comentou sobre as obrigações de vestimentas e postura durante as horas de trabalho. A adaptação ao novo ambiente foi difícil e, após o terceiro dia de trabalho, pediu a conta. Enquanto narrava sua história, parecia buscar as imagens daqueles três dias. Comentou a sua angústia enquanto trabalhava na loja. Via pais com crianças passando e se sentia presa. Parecia que essas imagens a perturbavam. Nesse momento, pediu que eu desligasse o circulador de ar. Apesar do calor, o barulho a incomodava. Mostrava uma — 18 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. sensibilidade incomum. O grande progresso foi haver conquistado esse emprego por si só. Sempre carregara o estigma de “lerdinha”, dito principalmente pela mãe. O fato de ir de ônibus a fez sentir-se livre. Achou importante tomar contato com o cotidiano. Mais uma vez, disse que haveria de procurar algo novo. Como secretária talvez. De sua vida na última semana, comentou que tinha dormido bem, tido sonhos interessantes e ido ao clube, coisa que há muito não fazia. Na véspera da sessão seguinte sua mãe me ligou. Interessante as suas colocações. Era fácil analisar e entender a dependência da paciente. Pelas coisas que sua mãe me colocava, ficavam claros os motivos que levaram a paciente a esse estado tão depressivo. Quando comigo, a paciente não tinha sofrido mais qualquer alteração emocional. No entanto, sua mãe, sempre que me ligava, colocava novos pontos de conduta da paciente. Dissera que no domingo anterior, em almoço num restaurante, a paciente entrara em estado depressivo e começara a chorar. Todas as vezes que isso acontecia, a mãe e a avó estavam diretamente relacionadas. A pressão exercida pela avó era ainda maior. A mãe pressionava por pressão da avó. Todas as vezes que a paciente procurava se libertar, deparava-se com a mãe impedindo, e por um motivo muito mais social e ético do que salutar. Não queria se indispor com a mãe (avó), que segundo ela mesma, foi responsável,e ainda era, pela educação da paciente. A conquista de um novo emprego poderia dar outro enfoque no tratamento. O convívio com pessoas diferentes e a necessidade de assumir responsabilidades poderia mudar sua postura. A mãe da paciente justificou o cancelamento da sessão na semana anterior pelo fato da paciente se recusar a vir. — 19 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. No entanto, duas semanas antes, havia me perguntado se eu não achava que podia reduzir o número de sessões mensais. Disse-me que os valores estabelecidos estavam um pouco pesados. Mesmo depois de uma redução significativa, manteve a diminuição do número das sessões no mês, apesar de, na primeira entrevista, a avó deixar claro ter posses suficientes para dar à neta o melhor tratamento. No que podia claramente observar nas sessões, era que as atitudes da paciente não condiziam com as atitudes que a mãe me confidenciava durante a semana. A novidade na sessão seguinte era que voltara a trabalhar e agora em um consultório dentário como recepcionista, instrumentadora e secretária. Segundo alegou, não viera na semana anterior por não ter novidades pra contar. As saídas e passeios estavam acontecendo normalmente com o irmão e amigos. Nas duas sessões seguintes a paciente não compareceu. Sua mãe não me ligou na semana anterior como de costume. Um dos grandes avanços no tratamento, sem dúvida nenhuma, estava no novo emprego conseguido como recep- cionista em um consultório odontológico. Infelizmente, sabia que a pressão exercida pela mãe era muito forte no ego da paciente. Toda a vida da paciente, até aquele dia, fora sempre carregada de “nãos”. A expectativa da mãe era que a filha se transformasse, através da terapia, naquilo que ela queria e não no que era preciso. A libertação da paciente, objetivo da terapia, não era o objetivo da mãe. Ela sentia estar perdendo o controle sobre a filha. Na verdade, as depressões da paciente já eram origem de uma ansiedade que visava a uma necessidade de se libertar do vínculo materno. Como sempre viveu sob um jugo de moral compactuado pela avó, sentia-se como se estivesse violentando os padrões e preceitos familiares. Isso fez com que ela se fechasse em um mundo próprio. Ao dizer os — 20 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. primeiros “nãos” para a mãe, criou-se um forte impacto na relação mãe/filha, que fez com que a mãe entendesse a nova situação como um desequilíbrio da filha. Na verdade, a mãe era a detentora do desequilíbrio e não aceitava a filha decidindo por si mesma. A suspensão por conta própria (mãe) das sessões parecia muito mais uma questão de princípios do que propriamente financeira. Significava que a paciente começava a buscar seus próprios caminhos. A mãe, que via na terapia da filha o retorno da personalidade original, não conseguindo tal resultado, atribuiu a resultados negativos, o que, verdadeiramente, era o contrário. A avó, figura marcante no primeiro contato, não se pronunciou em nenhum momento e mesmo a mãe jamais tocou em seu nome. Como a paciente não compareceu e não avisou como de costume, liguei para saber se poderia suspender a sessão. A avó, que atendeu ao telefone, comunicou que a neta viajara com sua mãe, esquecendo-se de suspender a sessão. Nas informações da filha, mãe da paciente, acontecera um retrocesso, ou, nas suas palavras, uma piora. Por conta da mãe, as sessões foram suspensas. Dois anos depois, a paciente me ligou. Estava feliz em um novo emprego, já há oito meses, e cursando o primeiro ano de faculdade. Apesar de estar namorando, não pensava em nada sério antes de ter sua vida definida. Por conta da universidade escolhida, mudara-se de cidade e estava dividindo um apartamento com duas amigas, tomando, na maioria das vezes, as decisões sobre o grupo. Antes de desligar o telefone, disse que sentia saudades das nossas sessões e muito me agradecia por ter lhe mostrado um novo horizonte. — 21 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Meu próximo passo, na vida profissional, foi um voluntariado em um centro educacional para portadores de Síndrome de Down. Foi outra oportunidade para aprender mais do que orientar. Aprender que há muito mais problemas na vida das pessoas do que podemos carregar em nossas costas. O contato com as mães dos portadores nos faz tão pequenos diante da grandiosidade de seus corações e do peso de seus fardos. Finalmente, quando comecei a lecionar na UNIP – Universidade Paulista, pude encontrar um outro tipo de comportamento. Jovens, já em fase de pré-maturidade e alguns já na fase adulta. Em quatro anos de vida universitária, era notória a transformação que sofriam. Com a continuação de minhas pesquisas visando o doutorado em Arqueologia na USP – Universidade São Paulo – tive o tempo de atendimento em consultório muito reduzido. Assim, encontrei uma outra forma de ampliar o contato com as pessoas, objeto de meus estudos sobre o comportamento, as salas de “chat” na Internet. Descobri que muitas pessoas procuravam esconder seus problemas atrás de uma tela de computador. O fato de estarem com suas identidades preservadas fazia com que se abrissem, — 22 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. soltando seus medos e suas ansiedades, através de uma identidade fictícia. E era exatamente nesse processo de fuga, e ao mesmo tempo busca de outras relações e soluções, que a maioria ficava exposta, mostrando seus verdadeiros anseios, medos e traumas. Mantive por muito tempo algumas sessões virtuais, se é que se pode denominar assim, até que passei a dar o endereço do meu site para que pesquisassem. Sempre que recebia as perguntas, por e-mail, procurava respondê-las rapidamente. Muitas perguntas, provavelmente, você, leitor, também gostaria de fazer. Mas como muitos, também não gostaria de encarar a resposta. Por isso, através desse trabalho você terá a oportunidade de esclarecer pelo menos parte de suas dúvidas. — 23 — Sou uma mulher de 30 anos que infelizmente me casei num daqueles empurrões da vida. Depois de vários anos me divorciei e tive um relacionamento sério com outro homem que durou muitos anos. Atualmente estou vivendo um novo relacionamento com um parceiro que me dá momentos agradáveis como nunca tive antes. Sinceramente, não me lembro de ter sido mais feliz na vida. Ele tem uma forma especial de tratar a mim e ao meu filho. Posso dizer, honestamente, que não quero jamais perder esse relacionamento tão maravilhoso fazendo qualquer coisa estúpida. Contudo, bem lá no fundo de meus pensamentos, sinto sensações estranhas de perda e medo. Você poderia dizer que esses pensamentos têm a ver com experiências anteriores. Até acredito que sim. Mas como eu devo agir para me sentir mais tranqüila em relação a mim mesma e a ele? Um erro muito comum entre as pessoas é o de achar que todos os relacionamentos seguem o mesmo padrão quando, na verdade, cada relacionamento tem seu curso próprio em relação aos passados. O que pode permanecer são as conseqüências desses relacionamentos, a menos que sejamos PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER, MAS TEM RECEIO DE OUVIR AS RESPOSTAS — 24 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. bastante espertos para aprender com esses erros. Você se sente preocupada por achar que pode ter escolhido um parceiro diferente do padrão desenhado por você. Alguém que talvez não preencha as suas necessidades. Confie na sua intuição e acredite que desta vez você fez a melhor escolha. Isso é bom para ambos. Aceite com satisfação e demonstre o quanto está feliz e vivam, os dois, o amorde coração aberto. ... Meu namorado e eu estamos juntos há 8 meses. No entanto, um problema tem me atormentado. Seu ciúme excessivo. No começo eu pensei que fosse uma forma dele se preocupar comigo. Recentemente teve uma atitude que achei desnecessária. Aliás, é bom salientar que em todos os seus antigos relacionamentos, as separações aconteceram de formas muito ruins, o que não me dá condições de procurar suas antigas namoradas para obter apoio ou mesmo informações sobre sua conduta. Acontece que eu tenho ainda grande amizade com meu antigo namorado. Quando me formei, e ainda estávamos juntos, eu e meu ex-namorado, ele me deu uma correntinha de presente. No entanto, meu namorado atual, quando soube de quem eu ganhara, jogou-a fora. O que acontece é que ele não quer que eu tenha qualquer amizade masculina. O que devo fazer? Tirá-lo da minha vida ou tirar dela todo e qualquer homem existente na face da terra? O ciúme é uma emoção natural. A forma como controlamos nosso ciúme é que faz desse sentimento um — 25 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. problema ou não. Não é incomum uma sensação de desconforto ao ver alguém que amamos abraçar um antigo namorado. Mas controlar seu relacionamento com os amigos é demasiado impróprio. Aceitar suas impressões agora é deixar-se dominar, possivelmente, pelo resto da vida. Seja firme e imponha limites. Deixe claro que seu coração é só dele. Ele é o objeto maior de suas intenções românticas. Caso ele não consiga entender ou mesmo aceitar suas amizades, o melhor a fazer é passar por cima desse episódio da sua vida esquecendo-o. Contudo, a escolha é sua de como enfrentar esse problema. Aliás, um problema que certamente irá magoá-la sempre que tiver uma nova amizade masculina na sua vida ou se encontrar com uma antiga. ... Minha esposa e eu nos separamos, mas continuamos a manter relações sexuais com muita intensidade. Contudo, de um tempo para cá, ela tem evitado beijar-me. Por que será que isso está acontecendo com ela? O que posso fazer para que ela volte a beijar-me como antes? É fácil supor que o seu relacionamento está com um problema bastante sério. A separação torna evidente que algo muito importante está faltando entre você e ela. Provavelmente a comunicação está falha. Está claro que a atração física ainda é muito grande e é isso que mantém o relacionamento ativo. Beijar, por outro lado, pode ser um fator de pouca importância ou mesmo sem qualquer prazer para ela nesse momento. Seu corpo pode estar receptivo mas seu coração está fechado. A finalidade de uma separação é permitir às pessoas a possibilidade de viverem como se fossem divorciadas sem a dissolução formal da união. É uma possibilidade de ambos — 26 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. ganharem autonomia, um em relação ao outro. Com certeza ambos ainda têm o amor e a paixão em suas vidas. Porém, até que isso seja redescoberto é preciso que haja uma reflexão completa sobre o relacionamento de ambos até então. É preciso refletir não somente sobre a relação física mas também emocional. Nenhum de vocês poderá decidir de coração aberto enquanto houver o contato que satisfaça apenas o prazer físico. Uma separação temporária, fisicamente, para que ambos possam refletir, vai ajudar, com certeza, a encontrarem o caminho que os levará a reconstituir essa união, ou destituí-la definitivamente. ... Eu tenho um bom amigo que está tentando reco-meçar sua vida. Recentemente ele me procurou. Preocupei-me e interessei-me por ele, afinal, ultimamente havia se distanciado totalmente de mim e de seus outros amigos. Sei que você é da opinião de que todo homem tem a necessidade de encontrar suas próprias soluções. Mas a maneira como ele me apresentou seu dilema me faz pensar que ele não tem ninguém com quem se abrir. Naturalmente isso me faz responsável por ele, mesmo que seja apenas por um momento. Como posso fazê-lo ver que pode contar comigo como amiga sem que possa parecer, para ele, qualquer outra intenção? Todas as vezes que um homem procura uma mulher, faz parte do instinto feminino compartilhar com ele sua angústia. A maneira que seu amigo encontrou para demonstrar seu verdadeiro sentimento foi procurando compartilhar com você as suas angústias. Mesmo sabendo que não encontraria — 27 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. respostas, tentou expressar seus sentimentos expondo a você os pensamentos dele. Queixar-se é uma forma de esconder sua verdadeira ansiedade. O amigo verdadeiro é aquele que não ridiculariza os sentimentos do outro, pelo contrário, procura entendê-los. Seja paciente com ele e não faça análise precipitada. Apenas procure entendê-lo deixando-o falar sobre seus sentimentos. Isso haverá de deixá-lo mais confortável e fará com que ele entenda em pouco tempo que você está ali para ajudá-lo e ouvi-lo sem que ele alimente esperanças infundadas. Com certeza você também se sentirá mais confortável. ... Há três anos estou como dona de casa, fato incomum na minha vida. Só que, ultimamente, tenho gritado com tudo e com todos e a toda hora. O problema é que tenho me sentido deprimida, sem que saiba exatamente o motivo. Meu marido não consegue compreender o que está se passando e isso me angustia ainda mais. Sei que algo não está certo. Você tem alguma sugestão? Dos sintomas que você descreveu, faz-me entender que o que você está experimentando é o que chamamos clinicamente de depressão. É um sintoma difícil de diagnosticar e ninguém sabe exatamente o que ocasiona essa sensação, embora saibamos claramente que a origem está na bioquímica do cérebro que afeta os feixes nervosos. As pessoas sob níveis de tensão elevados liberam um tipo de hormônio (cortisol) e diversos elementos químicos produzidos pelo cérebro, chamados neurotransmissores, como serotonina, dopamina e norepinefrina. — 28 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. A quantidade gerada ou produzida é diferente de pessoa para pessoa. Alguns especialistas acreditam que pode ser hereditária, o que explica a tendência comum de casos na mesma família. No entanto, é sabido que a química do cérebro freqüentemente muda em pessoas deprimidas sem nenhuma razão aparente. Muitos fatores – incluindo os genéticos, convívio familiar, ciclo dormir-acordar, as mudanças hormonais (similares às ocorridas antes, durante e depois da gravidez), perda muito cedo de entes queridos ou a deficiência física – são situações que fatalmente contribuem para essa circunstância. Um outro fator a considerar diz respeito às raízes ou origem natural que faz com que algumas pessoas sejam mais vulneráveis à depressão do que outras. A cada hora, 5% da população mundial sofre algum efeito da depressão. Só nos Estados Unidos, onde existe um controle mais aproximado, 19 milhões de americanos adultos sofrem desse mal. Sabemos, no entanto, que 80% dos pacientes podem ser tratados com drogas antidepressivas ou com medicina alternativa. O mais adequado é falar com seu médico sobre seus sintomas que ele, com certeza, poderá orientá-la no tratamento. ... Sou viúvo, tenho 53 anos e minha namorada tem 23. Nos conhecemos há quase dois anos. Foi na época em que minha esposa morreu. Estamos juntos e nos amamos demais. Ela diz que seu coração é meu e certamente o meu é dela. Estamos decididos a nos casar e isso é o desejo de ambos. Você acha que alguma coisa pode dar errado nessa relação? Evidentemente que há certas considerações a fazer quando existe tal diferença de idade. A primeira consideração — 29 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.é que esse relacionamento entre vocês surgiu num momento de perda, onde ficou um vazio muito grande e, diga-se de passagem, uma perda bastante recente. A segunda consideração é analisar se o tempo em que vocês estão juntos é suficiente o bastante para estabelecer tal compromisso. Assumir novo relacionamento sério e definitivo, após uma separação dessa natureza, como é o seu caso, requer uma reflexão mais consciente. É o momento de avaliar a situação para que, num ato precipitado, o novo relacionamento não dê errado. A terceira consideração é a incompatibilidade de idade. É importante entender que sua futura esposa tem idade para ser sua filha. A sua responsabilidade é bastante grande, pois enquanto ela está praticamente começando a vida adulta, você está na idade onde a maioria das pessoas está entrando em estágio de aposentadoria. Quando você estiver com 70 anos, ela estará com 40 e o nível de energia e interesse pode diferir substancialmente. Evidentemente que ninguém pode dizer, com certeza, se a diferença de idade irá incompatibilizar a relação fisicamente, emocionalmente ou mentalmente, mas é importante que ambos estejam cientes disso. Ter a mente e o coração abertos poderá ser o grande sucesso desse novo relacionamento. ... Sou casada há quase 20 anos e tenho dois filhos. Porém, não sou feliz. Sinto que falta algo em minha vida, e foi sempre assim desde que eu era adolescente. Contudo, não consigo saber o que é e tampouco onde encontrar. Meu marido e eu tivemos altos e baixos nessa união, mas o dinheiro foi sempre o nosso maior problema. Pra ser sincera, nunca vivemos, mas apenas sobrevivemos. Jamais tivemos férias verdadeiras com as crianças ou mesmo sem — 30 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. elas. Nossa vida sempre foi trabalhar para pagar as contas. Esse tem sido o nosso maior esforço. Nem com o sexo me importo mais. Estou com 42 anos e trabalho fora. As pessoas se espantam em como os mais novos me olham e falam do meu belo corpo apesar da idade. No entanto nem isso me dá ânimo. O que há de errado comigo? Tudo que sempre quis foi ter uma vida saudável, feliz e com muito amor. No entanto nunca me senti feliz e sinto que nunca amei verdadeiramente, mesmo que meu marido diga que sou tudo em sua vida, jamais me senti amada ou amando. Minha vida é muito simples. Vivo sempre em função do meu marido e nunca pra mim mesma. Acontece que eu e ele somos completamente opostos. Há muito mais coisas que gostaria de dizer, mas não posso ficar aqui enumerando a vida toda. Se puder me dar algum conselho, com certeza será muito útil. A felicidade só está completa quando nos sentimos bem emocionalmente, espiritualmente e fisicamente. Se sente que sua vida está sem sentido e deprimente, é o momento para refletir e endireitar. Você há de concluir que todo o problema está no seu relacionamento amoroso. Você está se doando de forma obrigada. O amor deve ser expontâneo. Tente refletir sobre a maneira como você recebe os sentimentos do seu marido. Talvez você não esteja conseguindo sentir a emoção de ser amada pelo fato de nunca ter sido expontânea em relação ao seu amor por ele. Procure ser mais você, buscando primeiro a felicidade e o prazer dentro de si mesma. Olhe pra dentro e para fora e visualize a sua própria beleza. Verá que o sentido da vida vai tomar outro rumo e sentirá novamente o amor fluir. ... — 31 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Por que algumas mulheres se sentem atraídas por homens cafajestes e maus-caráteres? São sempre fantásticos na cama, mas são péssimos companheiros e pouco confiáveis. Alguns, inclusive, utilizam sua posição social para proveito da situação, nos envolvendo e nos seduzindo. No entanto, mesmo sabendo que é uma relação de momento e de puro interesse, me sinto tremendamente atraída. Como explicar isso? O que faz um homem atraente é seu magnetismo natural e seus mistérios ou segredos. Para que haja um bom relacionamento isso não basta. A confiança e assertividade também são importantes. É preciso considerar os desejos, vontades e suas necessidades. Um homem mau-caráter se conhece por não observar a última das considerações – as necessidades da companheira. Aquela atração inicial, o magnetismo sentido à primeira vista, pode ser emocionante no início. Porém, ao longo do tempo, seu companheiro acaba por se sobrepor também aos seus desejos e vontades para deixar figurar somente as necessidades dele. ... Acredito que aprendi muito lendo e ouvindo você. No entanto, há apenas uma coisa que me incomoda. Sinto que você recomenda sempre às mulheres para serem flexíveis e adaptarem-se às necessidades dos maridos. Por que somos nós, as mulheres, que temos que fazer o esforço? Eu apenas aconselho as mulheres por serem, na maioria das vezes, as mais interessadas e mais preocupadas com problemas de relacionamento, além de, sem dúvida nenhuma, serem mais flexíveis. Na realidade, um bom relacionamento só pode acontecer se ambos forem flexíveis e aceitarem-se — 32 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. mutuamente da maneira como cada um é. Se ambos viverem compromissados no amor, no respeito e numa comunicação aberta, ambos têm muito a ganhar ... Estou saindo com um homem que foi traído por sua mulher. Ela implorou seu perdão e, apesar de a ter perdoado, ela continuou com o caso até que, 18 meses depois, ele a encontrou com o outro na cama. Isso o deixou amargurado de tal maneira que ele se tornou uma pessoa fechada e introvertida. O que posso fazer para mostrar a ele que não sou como sua ex-mulher? Com certeza tudo isso o deixou com marcas profundas. Ele precisará agora de um tempo para refletir e deixar que a ferida cicatrize. Isso não será fácil. O caminho é árduo e você terá que ter muita paciência. Não adianta forçá-lo a apressar esse processo. Isso tem que vir dele próprio. Seja primeiramente sua amiga e confidente. Demonstre seu carinho e amizade abertamente, de forma honesta, sem nada esconder. Essa é a melhor maneira de abrir o coração dele. Lentamente ele há de reconhecer todo o seu sentimento e a partir daí ele vai enxergar o seu amor por ele. ... Meu irmão tem sido infiel com a minha cunhada há vários anos. Após seu caso mais recente, resolveu permanecer com ela, mas pediu para dormir em quartos separados até ter certeza do que realmente quer. Quer também ter a liberdade de sair sozinho ou com amigos após o trabalho. — 33 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Eu sou muito íntima de ambos e acompanho de perto seus problemas. Minha cunhada está fazendo como ele quer, mas eu lhe pergunto: será que essa é realmente a maneira correta deles solucionarem os entraves dessa relação? Seu interesse pelo caso de seu irmão e sua cunhada é realmente louvável, tocante e bastante válido. Contudo, somente eles podem decidir o que querem desse relaciona- mento. Minha opinião é que uma separação temporária é uma experiência bastante válida. Quando um dos dois sente dúvida no relacionamento e deseja ter um tempo só para si, o melhor a fazer é tomar o caminho da separação temporária para colocar a cabeça no lugar até ter a certeza do quê quer realmente. No entanto, os termos dessa separação devem ter a concordância de ambas as partes. Nesse caso específico, se não houver a concordância de quartos separados, mudar de casa temporariamente pode ser outra forma de experimentar. ... Meu namorado e eu estamos juntos há dois anos. Juntos não temos nenhum filho, mas eu tenho dois de um casamento anterior: um menino de 14 anos e uma menina de 12. As crianças o aceitaram assim que começamos onosso namoro. O problema é que ele adora a menina, porém não sinto que ocorra o mesmo em relação ao menino. Pelo contrário, é nítida a falta de atenção dele em relação ao menino quando este lhe dirige a palavra. Percebo isso pelos poucos comentários que faz comigo sobre o menino. Já falamos sobre isso, mas ele diz que é impressão minha e que estou vendo coisas. Contudo, tenho certeza que não é apenas impressão. — 34 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. É um homem maravilhoso e eu o amo demais. Porém, quando deixei meu marido, prometi a mim mesma que jamais deixaria qualquer pessoa ou qualquer coisa se colocar entre mim e meus filhos. Será que estou me colocando em segundo plano ou sendo demasiadamente sensível? Concordo com você que sua primeira responsabilidade é com os seus filhos. Mas, para o seu namorado, o relacionamento primordial é com você. Ele só chegou aos seus filhos por se relacionar com você. Se ele puder respeitar o seu filho e, por sua vez, receber o respeito que merece, poderão ambos coexistir tranqüilamente. O que você não pode esperar é que os dois tenham um grande e maravilhoso relacionamento tal qual você gostaria. O que você precisa, e isso, sim, é imprescindível, é que haja um relacionamento de respeito mútuo. Desde que o adulto na relação é seu namorado, é de se esperar que ele reflita sobre isso e seja razoável. Você deve ser honesta com ele sobre seus sentimentos a fim de que o relacionamento entre vocês não seja abalado. Em uma conversa franca, procure esclarecer a ele o quanto será mais saudável uma boa relação entre todos para que o relacionamento seu e dele não seja abalado. ... Qual é o impacto em um relacionamento quando um homem tem mais traços femininos e uma mulher tem mais traços masculinos? Sei que não é uma situação comum, mas eu gostaria de saber qual é sua explanação das conseqüências dessa reversão de papéis. É bom saber que há muitas possibilidades. Contudo, — 35 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. geralmente, há duas razões pelas quais a reversão de papéis ocorre. A razão natural e a provocada. Por exemplo, a natureza pode ter dado a um homem mais hormônios femininos do que a quantidade normalmente encontrada nos homens. Nesse caso, a tendência para a reversão do papel seria natural. Por outro lado, um homem pode ter uma quantidade normal de hormônios masculinos, mas crescer em um ambiente onde seja incentivado a rejeitar suas tendências masculinas emocionais e naturais e ser recompensado com aprovação e aceitação pelas pessoas de convívio a agir assim. No caso inverso, uma mulher pode ser condicionada a ser masculina. Talvez seus irmãos a forçassem nessa situação frente a brincadeiras de infância, ou, ainda, seu pai a rejeitou como mulher, por querer um menino, tratando-a como tal. Seja qual for a maneira da reversão do papel, sempre será um relacionamento difícil. Se um homem tiver seu lado feminino mais sobressaído, poderá ser demasiado dependente. Se por outro lado, a mulher for demasiadamente masculina, poderá dominar o relacionamento não permitindo que seu companheiro compartilhe das decisões, o que poderá resultar em ressentimentos futuros. Independente das diferenças, é importante entender que o relacionamento ideal é aquele em que a compreensão de ambos encontra o ponto de equilíbrio e somente a compreensão mútua pode se sobrepor às diferenças originais de qualquer casal. ... Sou casada há dez anos. Tenho 30 anos e meu marido 37. Temos 4 filhos. Para podermos manter os custos da família, meu marido trabalha durante a semana e eu nos — 36 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. finais de semana. Para que ele entre no trabalho às 7 horas, levantamos às 5. O resto do dia eu passo limpando e cuidando da casa. Já que trabalho fora nos finais de semana, seria muito melhor que não tivesse de me preocupar com os serviços da casa nesses dias. No entanto, quando eu venho para casa após um dia inteiro de trabalho, ainda tenho de fazer o trabalho caseiro. Eu gastaria menos tempo se ele cuidasse, pelo menos, das coisas pequenas como, por exemplo, não deixar os pratos sobre a mesa após as refeições. Quando venho para casa ele sempre está cuidando do quintal ou jardim, mas a casa está destruída. Disse a ele que quando chego, quero encontrar a casa arrumada, sem bagunça. Mas ele, naturalmente, diz que não se importa com isso e acusa-me de implicar com tudo. Todo final de semana é a mesma coisa – discussões e ele se trancando em seu canto. Sei que não deveria viver discutindo sobre isso, mas eu me recuso a viver numa casa bagunçada. O que devo fazer? Seu marido trabalha cinco dias da semana fora e você dois. Talvez você precise conversar com ele utilizando outro enfoque, afinal, é ele quem passa os fins de semana cuidando das crianças. Além disso, como você mesma disse, é ele quem cuida do quintal e do jardim. O que eu quero dizer é que, se cada qual fizer a sua parte para contribuir, certamente a família só terá a ganhar. ... Meu marido e eu fomos casados por 11 anos. Há alguns meses, disse-me que não consegue mais manter o casamento. Eu sei que nós nos amamos e não — 37 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. podemos nos separar. Sei, no entanto, que essa separação, nesse momento, é o melhor. Porém, penso nele o tempo todo. Pra piorar as coisas, mudou-se para outra casa que alugou com sua nova namorada. Pediu parte das coisas que fazem parte da nossa vida e isso está acabando comigo por dentro. Nas três últimas semanas tem me procurado e me confiado os problemas de seu novo relacionamento. Tivemos até sexo durante o tempo que estivemos separados. Se não quisesse manter o casamento andando com outra mulher, por que estaria voltando aos poucos? Como eu o amo é duro pra dizer não. Como fazer? Obviamente que ambos ainda têm sentimentos não resolvidos dentro de si. O fato de estar lhe confiando as dúvidas sobre o novo relacionamento confirma isso. Manter a porta aberta da maneira como está fazendo é o mesmo que dizer a ele que, não importa o que faça, terá sempre você a sua espera. O que você quer no entanto é que ele resolva, definitivamente, seus problemas e volte pra você. Contudo, me parece que a mensagem que você está passando a ele é que poderá sempre vaguear por aí, desde que volte pra casa. Mas se essa não é a mensagem pretendida, então acho importante que procurem conselho os dois juntos. Pergunte-lhe se está disposto a voltar definitivamente. Só é preciso que ele entenda que os erros do passado devem ser deixados para trás. E quanto a você, deve manter a nova postura para que não se repitam os mesmos erros após a reconciliação. ... Eu trabalho com um homem que se tornou meu amigo antes de trabalharmos juntos. Na empresa formamos um grupo de amigos e pelo menos uma vez por — 38 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. semana saímos juntos após o trabalho. Quando isso acontece, costumamos ficar até muito tarde da noite conversando, rindo e bebendo. De algum modo, começamos a nos beijar, porém, não na frente de outro colega, mas, mais tarde, durante a despedida. Isso aconteceu uma vez e foi só. Na segunda-feira, no trabalho, nada foi dito e o assunto não foi comentado, o que me fez muito feliz, pois me senti culpada pelo que fiz. No entanto, ao contrário do que pensava, aconteceu por mais cinco vezes durante um ano. Contudo, apesar dos beijos, nunca houve sexo. Interessante que, por todo esse tempo e apesar das cinco vezes, jamais tocamos no assunto no dia seguinte. Nunca havia me incomodadoantes, talvez pelo fato de trabalharmos juntos. Porém, recentemente, me senti incomodada, pois passamos a nos beijar também na frente dos outros. Talvez eu esteja me sentindo como um brinquedo que só coloca as emoções pra fora quando espremido. O mais interessante é que essas emoções só aparecem quando já bebi um pouco mais. O que eu faço? Obviamente que esse não é um relacionamento saudável mesmo sendo ambos livres e desim- pedidos. As pessoas agem dessa maneira somente por que estão alcoolizadas? Ou essa é uma demonstração de atração? Quero resolver a situação definitivamente me afastando ou me aproximando. Como posso fazer? Respondendo às suas dúvidas devo assegurar-lhe que as duas respostas são sim. As pessoas perdem suas inibições quando estão alcoolizadas e farão coisas que normalmente não fariam por serem mais inibidas. Depois, estando você alcoolizada ou não, há obviamente uma atração de ambas as partes, do contrário nem o beijo aconteceria com normalidade. — 39 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. O que se faz necessário é você procurá-lo para uma conversa franca, fora do local de trabalho e sem nenhuma interferência alcoólica. Se tudo não passar de momentos de euforia motivados pelo estado alterado, a conversa, provavelmente, será levada de maneira amigável e com entendimento adequado. Se, por outro lado, a atração ultrapassar a instância do estado de alteração, então a conversa poderá tomar outro rumo, onde a franqueza e abertura, de ambas as partes, poderá aproximá-los definitivamente. ... Há três meses mudei-me para uma casa maravilhosa, de dois quartos, com meu filho de quatro anos e meu namorado. Dou um duro danado a semana toda como uma verdadeira empregada doméstica, pois adoro uma casa limpa. Sou seguidora do provérbio que diz: “há um lugar pra tudo e tudo deve estar em seu lugar”. No entanto, a falta de consideração de meu namorado para com o meu esforço me frustra. Eu não espero que a casa esteja sempre parecendo um espelho. Seria mesmo um exagero da minha parte. Eu apenas não quero ver a roupa suja, as coisas de trabalho e o tapete de entrada no meio do assoalho. Não é justo que eu chegue do escritório, após um dia inteiro de trabalho, e ainda tenha de limpar e arrumar a casa. O pior de tudo é que meu filho está tomando meu namorado como exemplo. Antes ele me respeitava, mas agora se espelha nele e não toma conhecimento de minhas reclamações. Falei com meu namorado a esse respeito e pedi que mantivesse a casa limpa e arrumada. Mas ele explodiu como uma bomba não aceitando as reclamações. E agora? O que devo fazer? — 40 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Um bom relacionamento depende da aceitação do parceiro e do que estão ambos dispostos a fazer em prol dessa relação. Se seu namorado fizesse tudo do jeitinho que você quer, o próximo passo, provavelmente, seria dizer que ele não é a pessoa certa pra você. Na sua situação, entretanto, é só uma questão de abordagem e de tempo. Conseguir alguma coisa de alguém depende muito de como se pede. Também é interessante que os pedidos sejam pequenos e aos poucos. Quer um exemplo? “Eu sei que você tem momentos difíceis no seu trabalho e que não vê a hora de chegar em casa pra relaxar. Mas faz um favorzinho pra mim? Coloca os sapatos no armário e a roupa suja na cesta da lavanderia?” Os homens guardam mais facilmente pedidos dessa natureza quando vêm em doses “homeopáticas”, sem que você justifique por que está fazendo o pedido. Freqüentemente a mulher reclama que não é certo ou que não consegue fazer tudo. A verdade é simples. Nada se consegue em momentos de explosão. Nenhum de nós aceita com naturalidade. É natural sentir essa reação quando ambos trabalham dentro e fora de casa. Pra isso existe uma solução prática. Analisar o orçamento familiar e contratar uma pessoa ou empresa que possa fazer o trabalho uma ou duas vezes por semana. Isso mantém a casa limpa e em ordem sem que ambos se estressem prejudicando a relação da família. ... Como a maioria das mulheres, tenho muita curio-sidade em saber o que vai na mente dos homens quando fixam uma mulher. Será que quando olham é porque a desejam? Ou apenas admiram-na? Tentei raciocinar a respeito, mas como mulher não consigo compreender esse mecanismo. — 41 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Pra ser sincera, eu não me sinto à vontade quando o homem que está comigo olha para outra mulher. Passa-me um sentimento de que eu não basto pra ele. Sinto-me como um objeto simplesmente. Será que você pode me esclarecer algo sobre isso? Pra ser franco, eu vejo o olhar de um homem sobre uma mulher como uma condição normal e não desajustada. Desde que o homem não seja agressivo, rude, indelicado ou indiscreto excessivamente em relação a sua companhia, não vejo mal nenhum. Você diz que se sente mal quando o seu acompanhante faz isso. Nenhuma mulher aceita isso se ocorrer de maneira indiscreta e inconveniente, exceto aquelas que têm por opção esse ambiente. A respeito do que os homens estão pensando nesse momento, depende do homem, da idade dele e do que o faz olhar para a mulher naquele instante. Às vezes não é nada mais do que a apreciação da arte. Outras vezes é desejo mesmo. A maioria dos homens realiza rápidas fantasias que, evidentemente, não se concretizam. O que é real, no entanto, é o compromisso cotidiano, o respeito e os atos aleatórios de amor entre duas pessoas que se amam. As mulheres desses homens não têm que tomar essas situações como caminhos de infidelidade, pois a segurança do amor só é encontrada com elas. ... Sou casado com uma mulher bonita e espiritualmente maravilhosa. Ambos fomos casados anteriormente e temos cinco crianças dos casamentos anteriores. Mas somente um dos filhos vive conosco. Por seis anos, nosso casamento foi maravilhoso. Nos — 42 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. últimos seis meses ela tem bebido demais e eu tenho sido rude, acabando por descarregar minha raiva sobre ela, o que nos deixa longe um do outro. Na verdade estou em uma encruzilhada. Não podemos nos divorciar e nem queremos. Porém, nós dois concordamos que da forma como estamos vivendo, brigando e praticamente separados, não podemos continuar. O que posso fazer pra mudar esse meu comportamento e ser novamente um bom marido pra minha esposa? Existe uma maneira de eu trabalhar comigo mesmo de maneira a convencê-la de meus desejos? Eu a amo verdadeiramente e não quero de forma alguma viver dessa forma. Qualquer orientação me ajudaria extremamente. Se a sua escolha for permanecer nesse relacionamento sob as atuais circunstâncias, é preciso que saiba que, se ela continuar bebendo, em pouco tempo você sentirá raiva e ressentimento. Esta não é nenhuma maneira de viver. Você também deve reconhecer que não é a pessoa certa para mudá-la. Primeiramente, ela deve estar disposta a mudar. Visto isso, você pode então escolher: ou permanece como está, com atritos constantes e uma vida cheia de ressentimentos e brigas, ou você pode sair agora. Rompendo agora, talvez a motive a procurar ajuda, antes que seja tarde para ela e para o relacionamento. Tomar a decisão correta agora, pode ser vital para ambos. ... Meu marido e eu estamos casados há um ano. Eu sempre o achei extremamente atraente e continuo achando mesmo após o casamento. O problema é que ele quer fazer sexo todas as noites sem — 43 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. saber se eu também quero. Eu tentei explicar a ele que não tenho, obviamente, a mesma disposição sexual que ele. Elese zanga e diz que eu não sinto mais atração, o bastante, para fazer amor com ele todas as noites. Mas isso, com certeza, não é verdade. No entanto, se disser que não estou disposta, ele se zanga e começa a argumentar. Estamos ambos com pouco mais de 30 anos e já fomos casados antes. Já tentei diversas vezes explicar-lhe que o amo, mas que não quero fazer sexo todas as noites. Tentei mostrar a ele aquelas estatísticas que mostram que também recém casados, após o primeiro ano, têm um declínio típico no apetite sexual. Entretanto, isso não o convenceu tampouco. Quero desesperadamente resolver esse assunto com meu marido. Eu o amo demais, porém sinto que isso está começando a me magoar. É bastante comum que um casal tenha diversidades no sexo. Contudo, esse é um assunto que deve ser discutido abertamente entre o casal. É preciso que se encontre uma média que deixe ambos felizes. Por exemplo, você se sentiria mais confortável fazendo sexo duas, três ou quatro vezes por semana? Negocie isso. Decidam juntos quais serão os dias. Elaborem brincadeiras que antecipem os dias de sexo. Isso criará um incentivo maior, uma expectativa maior e uma espontaneidade que aumentará com o tempo. Claro que é preciso entender que o sexo não pode ser uma edição com data marcada, mesmo porque o estresse diário e outros fatores podem influenciar na disposição. No entanto, é preciso que nos lembremos sempre que a vida é constituída na perseguição da felicidade e nada nos faz mais feliz do que amar e ser amado. Devemos nos recordar também que o sexo regular não — 44 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. significa, necessariamente, o sexo com total consumação. O sexo completo significa paixão, descoberta e variedades no estilo. Com o coração e a mente abertos, esses momentos de intimidade podem ser o ajustamento de uma união maravilhosa. ... Meu marido e eu somos casados há 5 anos. Temos duas meninas pequenas. Nosso problema é o relacionamento dele com a sua mãe. Seus pais foram casados por dezenove anos até se divorciarem. Durante esses dezenove anos de casamento, sua mãe deixou seu pai por três vezes. Finalmente, quando houve o divórcio, ela levou os dois menores deixando-o com o pai. Eu duvido que o pai tivesse impedido meu marido de ver a mãe, não obstante ele se lembre muito bem que sua mãe não o procurava por longos períodos. Eu sei que meu marido nunca se recuperou do trauma de ter sido abandonado por sua mãe. É atencioso e caloroso com as crianças, mas admite sempre que as memórias da infância não o abandonaram. Embora tenha superado essa grande tristeza, mantém a mágoa em seu coração e resiste em falar com a mãe sobre isso. A sua mágoa me entristece também e sinto que gostaria de resolver de uma vez por todas essa mágoa, pois por não ter coragem de enfrentar a mãe abertamente, sofre muito. O que posso fazer para ajudá-lo? Finalizar de vez essa mágoa tem só um caminho. E esse caminho está na decisão de reiniciar o contato com sua mãe. Comece por aconselhar seu marido a iniciar uma aproximação gradativa. — 45 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. Quando perceber que ele está num daqueles momentos tristes, incentive-o a escrever uma carta a sua mãe expressando todo o seu sentimento. Tal carta não seria necessariamente enviada, a menos que ele queira. Na realidade, é uma forma de ele expressar seus sentimentos e que pode funcionar como um desabafo em relação ao que ele sente e ao que falta em sua vida nessa relação. A carta deve finalizar com todo o amor que ele sente pela mãe. Enfrentar sua dor pode transpô-lo além dela. ... Sou um homem graduado na faculdade e, quando calouro, me relacionei com uma garota. Posso dizer que para nós dois foi o grande amor de nossas vidas. Quando terminamos a faculdade nos distanciamos. Agora estamos trabalhando na mesma escola e nos relacionamos com os mesmos amigos. Contudo, desde que começamos a trabalhar, jamais nos falamos. No entanto, ocasionalmente nos olhamos de relance. Para dizer a verdade eu acho que ainda sinto amor por ela. De fato, meus amigos vivem brincando comigo, mas não tenho tanta certeza. Você acha que pode ser possível que ela ainda tenha o mesmo sentimento que acho que sinto por ela? Só há uma maneira de realmente saber: perguntando a ela. Vá até ela, puxe uma conversa qualquer e a convide para jantar. Se o que ela sentia por você não desapareceu, com certeza aceitará o convite. Pelo contrário, se a resposta for não, ou ainda que aceite, mas tenha apenas um comportamento amigo, você saberá e poderá então escolher outro caminho. O importante é você não gastar a sua vida se lamentando por não ter aproveitado a oportunidade. Uma coisa é certa, se quiser saber o que ela ainda — 46 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. sente, só existe uma maneira. E você não saberá se não aproveitar a oportunidade e perguntar a ela. ... Meu marido é o mais novo de quatro irmãos. Mais próximo dele tem uma irmã. Ele e a irmã sempre foram muito próximos e ela age até hoje como se estivessem juntos. O problema é que ela sempre interfere em nosso relacionamento e acaba colocando-o sempre em confronto comigo. Eu quero estabelecer limites para ela para que não mais se envolva em nosso relacionamento. Quero poder cortar as amarras entre ele e ela. O que posso fazer? Não deixe que ninguém interfira em sua relação. É o seu desafio estabelecer limites de modo que sua cunhada não a ofenda, a insulte ou interfira na sua vida. E como você pode conseguir isso? Simples. Na próxima vez que ela faltar- lhe com o respeito peça a ela que a respeite como gostaria de ser respeitada. Caso não surta efeito, simplesmente não responda nada e se afaste dela. Depois disso, a decisão passa a ser do seu marido, e não sua, para manter toda a sorte de relacionamento que quiser com sua irmã. Se ele quiser vê-la e você não, não existe razão para contrariedades e raiva. Contudo, explique-lhe que você sabe que ele ama a irmã e queira sempre estar com ela, mas que você quer evitar esse contato pessoal. ... O que você pensa sobre viver junto antes do casamento? Meu namorado e eu ficamos juntos por cinco anos. Após a faculdade, por razões financeiras, continuamos morando juntos. Agora, após dois anos, estamos — 47 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. nos perguntado se o que estamos fazendo está certo. Ainda assim gostaríamos de continuar dividindo as despesas. O que você nos aconselha? Tudo depende do porquê da decisão de morarem juntos. No seu caso, a razão inicial foi financeira. Ao contrário de você, pode ter sido visto por ele como o início de um compromisso a longo prazo. Agora é o momento de esclarecer a sua situação. Seja honesta com ele e procure outra pessoa com quem você não tenha nenhum sentimento emocional para dividir as despesas. Se certamente o amar, poderá reatar o compromisso no futuro, porém não agora. Esclareça primeiro o porquê de ainda estarem juntos. Apenas esclareça, sem determinar um prazo para que ele saia, mas assegurando sempre que essa é sua necessidade. Isso também será importante para que você entenda em que nível se estabeleceu o compromisso de vocês. ... Meu marido e eu temos brigado e discutido pelo menos uma vez ao mês. Durante as brigas ele diz coisas como “eu não preciso de você”, ou “seria melhor que nos divorciássemos” ou, ainda, “você pode ir embora se não me quiser mais”. Eu tentei mostrar a ele como isso me deixa angustiada e terrivelmente magoada, mas ele continua a fazer do mesmo jeito. O que devo fazer? Nada que eu diga vai mudar a sua angústia. Porém, euposso fazer sugestões para minimizar a sua dor. Antes de tudo não tire conclusões precipitadas. O que — 48 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. ele diz ele só diz no momento de raiva. Na realidade, se ele quisesse deixá-la de verdade já teria feito a algum tempo. Na próxima vez que ele lhe agredir verbalmente, evite-o se afastando das agressões. Você não precisa ser o “bode expiatório” da raiva e do ódio dele. Se você se afastar todas as vezes, ele acabará aprendendo e compreenderá seu ponto. Essa sua atitude será benéfica para ambos. Isso significa que gradativamente irá modificando o comportamento dele de uma forma que seja justa pra você. ... Minha esposa e eu estamos juntos há 10 anos. Eu tenho 41 anos, ela 28 e temos um menino com 7. Eu a amo mais do que se possa imaginar. Ela não gosta de se relacionar com outras mulheres e a maioria de seus amigos são homens. Gosta de ir ao shopping, dançar e jantar com eles. Eu recebi, recentemente, uma oferta de emprego em outra cidade. Ela está hesitante em me acompanhar, a menos que eu permita que visite seus amigos para um fim de semana ou mesmo por uma semana algumas vezes. Eu não gosto da idéia. Alguns desses rapazes ela conheceu há pouco tempo, como é o caso de seu professor de Inglês. Acho que há uma diferença entre amigos de muito tempo e pessoas conhecidas recentemente. Acha isso saudável em uma união? Que conselho me daria? Sua esposa se casou cedo e possivelmente não teve tempo de explorar sua sensualidade perante o sexo oposto. Esses namoros platônicos preenchem essa necessidade. Mantendo sua postura você a deixa com três escolhas: a separação, até que tome consciência que o que ela quer realmente é você; — 49 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. vai com você e passa a viver de mentiras a cada vez que sair com amigos; ou vai com você renunciando a todos os outros relacionamentos, o que seria algo extremo e sem propósito. Fazendo a última escolha não haverá nenhuma garantia de que suas necessidades serão preenchidas sempre. Com certeza irá procurar novas amizades masculinas, talvez sem seu conhecimento, por não ter a sua aprovação. Uma união é construída na confiança e no compromisso. Se você sente que não está havendo comprometimento total, seria interessante experimentar uma separação até que tudo isso se defina. Aconselho-o a considerar essa opção que poderá ajudar. ... Eu amei um homem por muitos anos. Depois, nos desligamos e cada qual seguiu seu caminho. Acontece que estamos trabalhando juntos agora e somos muito bons amigos. Talvez não seja direito, mas a todos os eventos dos quais participamos ficamos juntos. Na verdade nos tornamos amantes. No entanto, ultimamente, os sentimentos cresceram de forma mais profunda. Devo deixá-lo saber disso? Se eu lhe disser poderá acontecer de ele se afastar de mim? Ou o melhor seria eu renunciar como sua amante? Pelo que me expôs me faz acreditar que ambos têm outro relacionamento. Isso me assegura que, na verdade, o que vocês têm é um relacionamento incompleto e escuso. Você estabeleceu uma intimidade física mas não uma intimidade emocional. Ou seja, existe forte atração física, mas não me parece existir amor. Conseqüentemente, não há bases para um compromisso emocional com ele. A decisão está no que — 50 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. você necessita desse relacionamento. E você tem de estar preparada que pode não ser a decisão dele. Se o que ele quer é apenas tê-la como amante, na cama, sem nenhum vínculo maior, expondo seu sentimento a ele poderá fazer com que ele se afaste. Contudo, se o que você quer é mais do que simplesmente a cama, seja honesta com o seu parceiro sobre isso. Se, pelo contrário, você não acha que ele deva saber, o melhor a fazer é deixar de lado o amante e mantê-lo apenas como amigo. ... Sou casada há 22 anos e sempre fui uma mulher do lar. Meu marido é um homem de negócios bem sucedido. Temos três filhos, vivemos numa bela casa e gozamos férias agradáveis todos os anos. Contudo, eu sou totalmente insatisfeita comigo mesma. Isso afeta o meu relacionamento com todo mundo. Procuro estar perto das outras pessoas o mínimo possível. É assim também em relação aos parentes, filhos e no relacionamento com meu marido. No sexo, tenho sido passiva e uma amante realmente desinteressante. Sinto-me vazia por dentro e querendo fugir de tudo. Sinto que a alma de menina que já tive um dia se afasta de mim cada vez mais. Diga-me, por favor, o que posso fazer para mudar isso e melhorar os relacionamentos na minha vida? Você descreveu apenas alguns dos sintomas da depressão que afeta aproximadamente 5% da nossa população a toda hora. A depressão é difícil de diagnosticar, embora os médicos e cientistas julguem que suas raízes estejam na bioquímica do cérebro e que isso é o que afeta o sistema nervoso. Muitos fatores – insônia, disfunções hormonais, gené- ticas e problemas familiares – podem contribuir para o — 51 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. surgimento da depressão. É muito importante combater a depressão. Você deve falar o quanto antes com seu médico sobre esses sintomas para que ele lhe dê opções de tratamento. ... Minha esposa insiste que nós mantenhamos contas bancárias separadas. Nós éramos casados antes de nos conhecermos. Com minha esposa anterior, eu nunca tive problemas com a comunhão de nossas finanças. Mas, aparentemente, o ex-marido da minha esposa atual deve ter usado o seu dinheiro sem seu conhecimento e a deixou com dúvidas. Apesar de já sermos casados há dois anos, termos comprado uma casa juntos utilizando rendas iguais, ela insiste que continuemos clientes distintos no banco. Isso faz com que as coisas que cada um compra para a casa como: jogos de sofá, televisão, computador ou mesmo viagens de férias ganhem um caráter individualista. É como se fosse o “seu sofá”, a “sua televisão”. Se eu não colocar combustível no carro dela eu não posso guiá-lo. Se eu não comprar a comida eu não posso comê-la. Estou começando a sentir a nossa relação como companheiros de quarto e não como marido e mulher. Contudo, eu a deixo usar meu computador e não fico cronometrando o tempo. Eu não acho que tenha que pagar pelos erros acontecidos no passado dela. O que você acha disso? Você está certo. Não deve mesmo se responsabilizar pelas ações do ex-marido dela. Certamente que falta confiança e confiança se constrói — 52 — Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas. com o tempo. Até que ela se sinta confortável outra vez, demonstre sua boa fé sugerindo a abertura de uma terceira conta que seja comum para compras conjuntas. Cada um de vocês pode depositar uma quantia pré-estabelecida que possa cobrir pagamentos mensais e outras utilidades. Também podem pensar numa quantia adicional para fundo de férias e outros artigos. Quando uma compra tiver o acordo de ambos, o dinheiro poderá sair dessa conta. Se um de vocês quiser comprar algo que o outro não queira, o dinheiro virá da conta individual. Dessa forma você há de ganhar, vagarosamente, sua confiança. Acho que a sugestão já será suficiente para colocá-la em reflexão. Colocá-la em prática fará com que, aos poucos, suas diferenças diminuam. ... Eu tenho 61 anos e sou ex-capitão da marinha. Sou casado há 41 anos. Minha esposa e eu temos 6 filhos, todos muito bem casados, e nove netos. Eu ainda sou louco de amor por minha esposa e a adoro muito. Meu problema é que algumas mulheres se insinuam constantemente pra mim e eu não sei o porquê. Eu nem mesmo as observo. Às vezes, quando
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