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Perguntas Que Você Gostaria de Fazer, Mas Tem Receio de Ouvi

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PERGUNTAS QUE VOCÊ
GOSTARIA DE FAZER,
mas tem receio de ouvir as respostas
Todos os direitos desta edição reservados ao autor.
Publicado por Editco Comercial Ltda.
Rua Pedroso Alvarenga, 1046, 9º andar – sala 95
Itaim – 04531-004 – São Paulo-SP
Tel: (11) 3706-1492 – Fax: (11) 3071-2567
e-mail: info@ieditora.com.br
Na internet, publicação exclusiva da iEditora:
www.ieditora.com.br
Omar Bueno
São Paulo – 2002
PERGUNTAS QUE VOCÊ
GOSTARIA DE FAZER,
mas tem receio de ouvir as respostas
© 2002 de Omar Bueno
Título original português:
PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER,
mas tem receio de ouvir as respostas.
Revisão:
Elina Correa Miotto
Concepção da Capa:
Omar Bueno
Editoração eletrônica:
Julio Cesar Portellada
ISBN 85-87916-35-1
É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida 
por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, do 
autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98.
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
— 5 —
Foi com muita alegria que recebi o convite para prefa-ciar o livro de Omar Bueno. Durante a leitura do 
livro pude experimentar conhecer um pouco mais do autor. Um 
amigo que aprendi a conhecer nos últimos anos e que sempre 
revela novas surpresas. Omar realmente é aquilo que escreve 
e agora temos a oportunidade de partilhar da intensidade e da 
diversi-dade de suas experiências. A simplicidade da pessoa 
transpira pelas páginas do livro, oferecendo respostas possíveis 
para os problemas humanos que ele foi encontrando através 
de suas diversas experiências profissionais, enriquecidas com 
as ex-periências pessoais. Na verdade, assim deve ser sempre: 
aqui-lo que somos profissionalmente não pode deixar de ser 
um espelho do que somos em nossa vida privada, sob o risco 
de nos perdermos em ambas.
Mais do que respostas para as perguntas que gostaría-
mos de fazer, a leitura do livro nos traz um caminho para 
pen-sarmos, uma maneira de abordarmos os problemas que 
cria-mos e que são criados para o nosso viver. Os problemas 
dos quais ele trata e que foi encontrando ao longo do seu cami-
nho, são as questões fundamentais do viver humano: as maze-
las do encontro com os outros e as dificuldades do encontro 
consigo mesmo. Traduzidos em perguntas, ele nos convida a 
nos identificarmos com as problemáticas apresentadas e nos 
PREFÁCIO
— 6 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
convida a caminhar por possíveis vias de acesso a respostas, 
todas elas impregnadas da reflexão. Uma reflexão sobre os 
sentidos dos encontros humanos, sobre os sentidos do viver 
humano.
O livro que você tem agora em mãos é, enfim, um 
sensível e delicado produto do encontro humano proporcio-
nando esclarecimentos sobre os desencontros humanos. 
De-sencontros que acontecem cotidianamente com todos e 
que parecem obstruir o caminho para um viver mais saudável, 
mais feliz. A leitura do livro deve ser feita sem o receio de 
ouvirmos as respostas, nos permitindo ao encontro do outro e 
nos deixando encontrar nas respostas às perguntas que gosta-
ríamos de ter feito. Boa leitura e aproveitem a experiência de 
encontrar o humano, demasiadamente humano de cada um de 
nós!
Alexandre Nicolau Luccas
Prof. e Coordenador do curso de Psicologia
UNIP – Universidade Paulista 
— 7 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Quando resolvi produzir este trabalho, tinha em mente contribuir para o esclarecimento de algumas 
dúvidas que as pessoas comumente têm. Na verdade, muitas 
coisas que acontecem na vida das pessoas têm relações muito 
próximas.
Mas tudo tem um começo, evidentemente.
Como profissional de Marketing, prestava consultoria 
em uma empresa do segmento gráfico, e utilizava um método 
criado e desenvolvido por mim, quando da minha passagem 
por uma multinacional americana.
O processo constituía em criar uma aproximação maior 
entre os funcionários de “chão de fábrica” e a diretoria. Para 
isso era preciso conhecer os problemas enfrentados pelos 
funcionários que iam desde recursos ferramentais até relações 
pessoais.
Nessa relação tão próxima e amiga, necessária para 
encontrar as causas dos problemas da empresa, estava me 
transformando em um terapeuta, principalmente em relação aos 
menos privilegiados sócio-econômico-culturalmente. Percebi 
nesse momento, que era preciso aprender mais. Era preciso 
conhecer melhor a pessoa humana. Era preciso voltar ao 
banco universitário.
Conhecer as bases da Psicologia foi de fundamental 
— 8 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
importância e a paixão pela Psicanálise veio através de cursos 
de especialização e simpósios que, cada vez mais, me faziam 
apaixonado pelo complexo comportamento humano.
Mais tarde, veio o contato com adolescentes, em idade 
entre 15 e 18 anos. Passei a lecionar em ensino médio e 
técnico, e isso me forneceu excelente material de trabalho. 
Pelos conhecimentos adquiridos, não tinha dificuldades em 
conquistar a atenção e a amizade deles, podendo orientá-los 
como professor, terapeuta, amigo e muitas vezes pai. 
E foi nessa relação de confiança entre mim e meus 
alunos que comecei a ser procurado por seus pais. Muitos 
deles queriam entender o que levava seus filhos a terem tanto 
respeito, admiração e amizade por um professor.
Não havia segredo. Apenas o respeito mútuo, tão 
importante para o adolescente. Respeito que significava 
também impor limites, mas, e ao mesmo tempo, dar 
responsabilidades e cobrar os resultados depois. Criticar o 
errado mostrando o certo. Enaltecer os acertos e ser sempre 
justo nos critérios de avaliação.
— 9 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
A mãe da paciente me procurou, pois a filha apresen-tava apatia e abandono dos estudos, da escola e dos 
amigos.
Numa certa noite, mãe e avó buscaram ajuda no Colégio 
onde a paciente estudava através da Coordenadora Pedagógica. 
A coordenadora chamou-me em sua sala e, diante da mãe e 
avó, solicitou minha intervenção.
Durante a conversa, foi colocada a situação da família. 
A avó era separada, a mãe também era separada e ambas 
moravam com a paciente, mais um irmão um ano mais novo.
A mãe marcou, em meu consultório, uma primeira 
sessão, posteriormente cancelada devido à paciente se recusar 
a comparecer. Pedi à mãe que não forçasse sua ida, pois isso 
deveria ser espontâneo para o sucesso do tratamento.
Duas semanas depois a paciente compareceu à primeira 
sessão.
A sua ansiedade e depressão estavam estampadas em 
seu rosto.
Em meio a choros e risos ela começou a se soltar como 
se tivesse essa necessidade há muito tempo. 
Contou que, no ano anterior, começara a namorar e 
desde então sua vida, que estava controlada, passou a ser 
carregada de pressões e ansiedades. 
— 10 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
O namoro reviveu seu passado através de momentos que 
ela, a toda hora, comparava com aqueles que a marcaram na 
infância. Começou a achar que tudo o que fazia agredia as 
pessoas que amava, que eram basicamente a mãe e a avó. 
Esses momentos, vindos na lembrança, deixavam-na apática 
ou ansiosa.
No colégio ou em qualquer outra atividade não conseguia 
concentração. Qualquer barulho por mais leve que fosse era 
suficiente para dispersá-la.
A sua infância foi sempre muito tumultuada. Pai e mãe 
tinham brigas constantes. O casamento deles foi feito de 
altos e baixos, havendo sete separações e reconciliações até 
a separação definitiva. Isso fazia com que a paciente vivesse 
constantemente em trânsito entre sua casa e a de sua avó. 
Segundo ela, sempre que estava na casa desua avó tinha 
o pensamento em sua casa, imaginando o que poderia estar 
acontecendo. Quando estava em sua casa, queria voltar para 
a casa de sua avó, pois era lá que se sentia bem e amada. 
Estava claro que era tremendamente apegada à avó, mas 
também à mãe. Aliás, a família sempre foi para ela algo muito 
importante. Cada vez que se ausentava de casa sentia-se como 
que perdendo a família. A saída definitiva do pai gerou um 
vazio muito grande visto que o pai deixou de visitá-la exceto 
para trazer a pensão.
 Após a separação, o pai mudou totalmente de vida. 
Segundo ela, era por isso que ele não podia mais acompanhá-la. 
A mãe, sentindo medo, se contradizia em relação ao pai. Pedia 
para que ela o amasse, mas em seguida contava momentos 
que mostravam o outro lado do pai. Assim, ela não sabia 
exatamente qual era o verdadeiro caráter do pai e se devia 
amá-lo ou odiá-lo.
O seu único namoro também foi cheio de idas e vindas o 
que fazia com que ela revivesse, a cada briga ou reconciliação, 
— 11 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
a situação já vivida entre pai e mãe, quando ela tinha 9 anos. 
Por pressão do namorado, que a impediu de ir ao noivado 
da prima, sentiu uma enorme culpa. Era como se estivesse 
abandonando a família e tudo o que amava. Isso causou nela 
um ódio muito grande do namorado, mas manteve o namoro 
por não querer magoá-lo.
Parou de sair de casa, inclusive ir à aula, para não deixar 
a família. A sensação de perda era constante. A avó, sempre 
preocupada, mantinha-a por todos os modos em sua guarda. 
Assim, ela dormia na avó mas não conseguia deixar de pensar 
na mãe o tempo todo.
O retorno com o namorado gerou nova depressão. A 
cada vez que o namorado a tratava como mulher ela sentia-se 
deprimida e com ódio por ter permitido qualquer aproximação 
mais íntima. Sentia falta de carinho e afeto e queria se sentir 
protegida. Via na figura do namorado a figura do pai que faltara 
desde a infância. Apegava-se a ele na busca de segurança e 
encontrava, ao invés de um pai, um homem com desejos de 
homem. Num dos encontros, o namorado deixou uma marca 
em seu pescoço o que a transtornou. Primeiramente resistiu, 
mas depois cedeu. Consentiu no momento em que aconteceu, 
mas odiou depois. Achou que esconder da avó ou da mãe 
não seria direito e só conseguiu se acalmar quando finalmente 
contou a verdade.
A família, sempre reafirmava, era tudo para ela. Estava 
claro que era a própria auto-afirmação pela falta de uma 
família estruturada. Sentia a necessidade de ser abraçada 
como se estivesse buscando proteção e afeto e tinha um ciúme 
muito grande das pessoas que amava.
Não se sentia abandonada pela mãe, mas ficou claro sua 
predileção pela avó, que cuidou dela por preocupação. 
Dias depois à primeira sessão, a mãe me ligou fazendo 
comentários sobre os dias subseqüentes da filha. Disse que 
— 12 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
a paciente tivera momentos de ausência inúmeras vezes. 
Comunicou que iria arrumar o quarto, já arrumado pela mãe, e 
demorou cerca de três horas limpando os bichinhos de pelúcia.
Foi flagrada pela avó, parada na porta, olhando pra lugar 
nenhum.
Pediu à mãe para ir ao shopping, mas a mãe me 
perguntou primeiro para saber se era conveniente. Era clara a 
insegurança da mãe.
Após as primeiras análises, conclui que a paciente 
tinha uma situação traumática ocorrida durante o processo 
de separação dos pais. A transição fez com que ela buscasse 
apego à avó por inúmeras vezes.
Todas as vezes que ocorria uma nova briga, que gerava 
um novo afastamento, a mãe colocava os filhos contra o pai. 
Na reconciliação fazia a operação inversa. Dizia que o pai não 
era tão ruim e que tudo aquilo era passageiro. Isso, segundo 
a paciente, ocorreu por sete vezes. A cada vez que ia pra casa 
da avó, sentia a separação da mãe. Quando voltava pra casa da 
mãe, sentia a separação da avó.
Apesar de gostar do pai, tinha as histórias da mãe 
criticando-o na tentativa de justificar a separação.
O processo de ausência em que a paciente se encontrava 
na ocasião demonstrava a falta de poder para decidir qualquer 
coisa em sua própria vida. No entanto, segundo ela mesma, já 
havia superado esta fase, o que fez com que se sociabilizasse 
novamente junto aos colegas de escola.
O reinício do um namoro já marcado por idas e vindas 
colocou-a novamente nesse processo de depressão. A cada 
vez que as pessoas se impunham sobre ela, ela se sentia 
desprestigiada e deprimida, procurando a ausência como fuga.
A escola, ponto principal de sociabilização, foi a 
primeira coisa a ser excluída. Abandonou os estudos não 
fazendo nem mesmo as provas de final de ano.
— 13 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
O ponto crítico, no entanto, era a falta do pai. A expulsão 
do pai de sua vida estava fazendo com que ela buscasse a 
figura paterna no namorado. De acordo com sua explanação, 
o namorado queria tê-la como namorada (mulher), enquanto 
ela o queria como uma força segura e terna. Disse inclusive 
que não suportava os carinhos, mas aceitava por submissão. 
Depois se sentia culpada e esse complexo a fazia sofrer. 
Era como se estivesse cedendo ao pai e isso a colocava em 
frustração e com um enorme complexo de culpa que a fazia 
sofrer como se estivesse sendo violentada por uma marca no 
pescoço, como ela colocou.
O caminho estava em alterar, principalmente, os valores 
da infância, quando da separação dos pais.
Naquele momento, a importância da relação era 
imprescindível e a separação não encontrava, na criança, uma 
lógica inteligível. Essa marca deixada no inconsciente fez 
com que sair de casa fosse um ato violento e de perda da 
família (o que já ocorrera, voltava a ocorrer a cada vez que se 
afastava de casa). 
Após a primeira sessão, segundo a descrição de seus 
atos pela sua mãe, era possível notar que a paciente já entrara 
em processo reflexivo. Estava começando a resgatar os valores 
da infância e transportando-os para o presente. Era o primeiro 
passo para a mudança desses valores. Notei quão importante 
era que os valores fossem mesmo alterados sob um conceito 
mais atual e dentro de um raciocínio de 18 anos e não de 9.
Solicitar ir ao shopping, sozinha, era uma tomada de 
decisão vitoriosa dentro de seus conceitos e valores. Era 
preciso que a mãe a liberasse, deixando que ela tomasse tais 
decisões.
Na sessão seguinte a paciente apresentou-se com 
significativa melhora de comportamento. No entanto, não 
soube começar qualquer assunto sem que eu desse o 
— 14 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
início. Resolvi começar de onde havíamos parado na sessão 
anterior. Perguntei a respeito de sua infância, tentando buscar 
recordações, que tudo indicava, era onde estava a causa de sua 
depressão e ansiedade.
A paciente disse ter tido uma infância agradável e feliz, 
sempre ao lado da avó. Todas as vezes que a mãe ia buscá-la, 
para levá-la em casa, ela chorava muito porque não queria ir 
com a mãe.
Outro detalhe que pude ressaltar era que preferia 
conversar com pessoas mais velhas. Novamente a figura do 
pai estava presente.
Durante toda a sua infância, lembrou-se de ter tido 
apenas uma amiga, ao contrário do irmão que sempre foi bem 
relacionado.
Pouco se lembrava de experiências interessantes ao lado 
da mãe. As melhores lembranças foram ao lado da avó. Exceto 
na primeira sessão, jamais falou do pai.
Sem nenhum motivo, mudou de assunto como se 
quisesse evitar, naquele momento, falar sobre a mãe.
Perguntei-lhe a respeito do namoro e me disse que havia 
terminado definitivamente. 
Nesse momento, falamos uma frase (duas palavras) 
ao mesmo tempo. Imediatamente, ela buscou na memóriauma brincadeira de criança onde contamos as letras e depois 
associamos a palavras relacionadas a amor e afeição. Agora, 
via em minha frente uma criança de 9 anos, entusiasmada pela 
alegria de estar sendo correspondida em sua brincadeira. Isso 
durou aproximadamente 8 minutos.
Perguntei sobre seus medos, se tinha medo de algo e ela, 
após pensar longamente, respondeu que não tinha medo de 
nada. No entanto, todas as vezes que a conversa partia para 
esse lado, notava uma transformação na paciente. Ela parecia 
transformar-se numa criança, alterando inclusive sua maneira 
— 15 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
de falar. Ficava mais cadenciada e até o tom de voz ficava 
mais infantil.
Buscando colocá-la na realidade atual, mostrando-lhe 
os novos valores da idade, perguntei-lhe sobre o que pensava 
do futuro. Disse que pensava em ter sua própria casa para 
poder arrumá-la do seu jeito. Demonstrava, e muito, o seu 
senso de organização e limpeza. Dizia que gostava de todas as 
coisas no lugar e a casa devia estar sempre limpa e arrumada. 
Pensava, realmente, em constituir uma família, com filhos, 
não especificando quantos.
Falando de emprego, preferia um lugar onde tivesse 
o horário da manhã livre como num shopping center por 
exemplo, pois lá, além do horário, estaria em contato com 
muitas pessoas. 
Em um breve contato com a paciente, durante a semana, 
soube que havia voltado à vida estudantil buscando recuperar 
o que havia ficado para trás.
Ela mantivera contato mais estreito, durante a semana, 
com uma de suas colegas de classe, exatamente aquela que, 
segundo seus comentários, tinha maior simpatia. Comentou 
sobre seu jeito de falar e das suas ações com um carinho 
especial, dizendo ainda que tinha maior afeição por ela do que 
pelas outras colegas de classe.
Paradoxalmente, estivera estudando com a amiga e 
comentou que a colega sabia o bastante para uma boa nota.
A nota máxima tirada pela colega fez com que ela 
ganhasse um pouco mais de auto-estima, colocando-se no 
lugar de orientadora ao invés de dependente. Sentiu-se como 
se estivesse dirigindo a amiga, tomando conta da situação.
A sessão seguinte foi totalmente diferente das iniciais. 
Já bastante confiante, procurou assuntos relacionados aos seus 
conhecimentos adquiridos durante a vida estudantil. Falou 
de fatos históricos que havia aprendido, bem como dados 
— 16 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
geográficos, mostrando-se bastante confiante e segura. 
Sobre seus dotes culinários, algo que acha imprescindível 
para uma vida a dois (nota-se sua preocupação em relação à 
família e a um relacionamento sólido), fez comentários longos 
a respeito dos pratos que sabe fazer. Acha que a comida do 
marido quem deve preparar é a esposa e não a empregada.
Do seu cardápio pessoal, carne não faz parte. De 
nenhuma forma. Nem mesmo a carne branca. No entanto, 
adora molho vinagrete e doces, principalmente brigadeiro.
Em relação aos amigos, disse preferir amigos mais 
velhos, mas incrivelmente seus amigos são sempre mais novos.
Na sessão seguinte, chegou reclamando de dores nas 
costas. Estava impaciente, como se quisesse que a sessão 
terminasse mais cedo. Nesse momento, falamos sobre postura 
e maneiras de se sentar para aliviar o problema. Após uma 
rápida massagem, sentiu-se melhor e continuou a conversa 
mais tranqüila. A necessidade que tinha de um contato maior 
estava bastante clara. Ser abraçada ou simplesmente tocada, 
lhe fazia sentir segura e protegida.
Na seqüência, fizemos alguns testes utilizando o baralho 
Zenner. A idéia era analisar sua sensitividade, para poder 
trabalhar diretamente em seu subconsciente. Era preciso que a 
paciente sentisse a mudança de valores ao longo do tempo. 
O que mantém um trauma por muito tempo é o fato do 
paciente não alterar os valores adquiridos durante a infância 
ou na época em que ocorreu. É preciso ficar claro que um 
automóvel, por exemplo, durante a infância não tem o mesmo 
valor que tem durante a adolescência nem tampouco durante 
a fase adulta. O que ocorre é que, com o surgimento do 
trauma, estabelece-se um bloqueio em que a análise deixa 
de existir. Passa a ser doloroso ao consciente rememorar a 
marca traumática. Assim, o inconsciente cria uma barreira 
impedindo que os valores sejam reavaliados conscientemente. 
— 17 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
É preciso penetrar novamente nesse ponto da história da vida 
do paciente para que, com novos conhecimentos lógicos, 
adquiridos na vida atual, os códigos de valores sejam 
recodificados, deixando claro a ele mesmo, e por ele mesmo, 
que aquela dor já não tem mais sentido, e que, de acordo com 
os valores atuais, não é motivo para tanto. Quando o paciente 
finalmente se conscientizar dessa mudança, fatalmente o 
trauma estará desativado e o paciente terá como lembrança 
apenas um fato histórico dentro de seu banco de dados, com o 
discernimento da lógica atual, bem mais estruturada.
Os resultados obtidos no primeiro teste, como era de 
se esperar, não foram positivos. Contudo, a própria paciente, 
animada que estava para realizar os testes, solicitou que 
continuássemos na próxima sessão.
A sessão seguinte ocorreu oito dias depois por solicitação 
da paciente. Ela alterou o dia da semana por insistência da 
mãe. No que pude perceber, a mãe continuava exercendo forte 
influência sobre ela.
Pelas informações enviadas à minha secretária na clínica, 
a paciente havia conseguido emprego no Shopping Center, em 
uma loja de roupas, exatamente como ela dissera na sessão 
anterior. Assim, eu aguardava novidades e uma mudança 
visível nessa sessão.
Como o esperado, ela começou a sessão falando da 
novidade. Comentou sobre as obrigações de vestimentas e 
postura durante as horas de trabalho. A adaptação ao novo 
ambiente foi difícil e, após o terceiro dia de trabalho, pediu a 
conta.
Enquanto narrava sua história, parecia buscar as imagens 
daqueles três dias. Comentou a sua angústia enquanto 
trabalhava na loja. Via pais com crianças passando e se sentia 
presa. Parecia que essas imagens a perturbavam. 
Nesse momento, pediu que eu desligasse o circulador de 
ar. Apesar do calor, o barulho a incomodava. Mostrava uma 
— 18 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
sensibilidade incomum.
O grande progresso foi haver conquistado esse emprego 
por si só. Sempre carregara o estigma de “lerdinha”, dito 
principalmente pela mãe. O fato de ir de ônibus a fez sentir-se 
livre. Achou importante tomar contato com o cotidiano.
Mais uma vez, disse que haveria de procurar algo novo. 
Como secretária talvez.
De sua vida na última semana, comentou que tinha 
dormido bem, tido sonhos interessantes e ido ao clube, coisa 
que há muito não fazia. 
Na véspera da sessão seguinte sua mãe me ligou. 
Interessante as suas colocações. Era fácil analisar e entender 
a dependência da paciente. Pelas coisas que sua mãe me 
colocava, ficavam claros os motivos que levaram a paciente a 
esse estado tão depressivo.
Quando comigo, a paciente não tinha sofrido mais 
qualquer alteração emocional. No entanto, sua mãe, sempre 
que me ligava, colocava novos pontos de conduta da paciente. 
Dissera que no domingo anterior, em almoço num restaurante, 
a paciente entrara em estado depressivo e começara a chorar. 
Todas as vezes que isso acontecia, a mãe e a avó estavam 
diretamente relacionadas. A pressão exercida pela avó era 
ainda maior. A mãe pressionava por pressão da avó. Todas 
as vezes que a paciente procurava se libertar, deparava-se 
com a mãe impedindo, e por um motivo muito mais social e 
ético do que salutar. Não queria se indispor com a mãe (avó), 
que segundo ela mesma, foi responsável,e ainda era, pela 
educação da paciente.
 A conquista de um novo emprego poderia dar outro 
enfoque no tratamento. O convívio com pessoas diferentes e a 
necessidade de assumir responsabilidades poderia mudar sua 
postura.
A mãe da paciente justificou o cancelamento da sessão 
na semana anterior pelo fato da paciente se recusar a vir. 
— 19 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
No entanto, duas semanas antes, havia me perguntado se eu 
não achava que podia reduzir o número de sessões mensais. 
Disse-me que os valores estabelecidos estavam um pouco 
pesados. Mesmo depois de uma redução significativa, manteve 
a diminuição do número das sessões no mês, apesar de, na 
primeira entrevista, a avó deixar claro ter posses suficientes 
para dar à neta o melhor tratamento.
No que podia claramente observar nas sessões, era que 
as atitudes da paciente não condiziam com as atitudes que a 
mãe me confidenciava durante a semana.
A novidade na sessão seguinte era que voltara a trabalhar 
e agora em um consultório dentário como recepcionista, 
instrumentadora e secretária. Segundo alegou, não viera na 
semana anterior por não ter novidades pra contar. As saídas 
e passeios estavam acontecendo normalmente com o irmão e 
amigos. 
Nas duas sessões seguintes a paciente não compareceu. 
Sua mãe não me ligou na semana anterior como de costume. 
Um dos grandes avanços no tratamento, sem dúvida 
nenhuma, estava no novo emprego conseguido como recep-
cionista em um consultório odontológico.
Infelizmente, sabia que a pressão exercida pela mãe era 
muito forte no ego da paciente. Toda a vida da paciente, até 
aquele dia, fora sempre carregada de “nãos”. A expectativa 
da mãe era que a filha se transformasse, através da terapia, 
naquilo que ela queria e não no que era preciso.
A libertação da paciente, objetivo da terapia, não era o 
objetivo da mãe. Ela sentia estar perdendo o controle sobre a 
filha. Na verdade, as depressões da paciente já eram origem 
de uma ansiedade que visava a uma necessidade de se libertar 
do vínculo materno. Como sempre viveu sob um jugo de 
moral compactuado pela avó, sentia-se como se estivesse 
violentando os padrões e preceitos familiares. Isso fez com 
que ela se fechasse em um mundo próprio. Ao dizer os 
— 20 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
primeiros “nãos” para a mãe, criou-se um forte impacto 
na relação mãe/filha, que fez com que a mãe entendesse a 
nova situação como um desequilíbrio da filha. Na verdade, 
a mãe era a detentora do desequilíbrio e não aceitava a filha 
decidindo por si mesma.
A suspensão por conta própria (mãe) das sessões parecia 
muito mais uma questão de princípios do que propriamente 
financeira. Significava que a paciente começava a buscar seus 
próprios caminhos. A mãe, que via na terapia da filha o retorno 
da personalidade original, não conseguindo tal resultado, 
atribuiu a resultados negativos, o que, verdadeiramente, era o 
contrário.
A avó, figura marcante no primeiro contato, não se 
pronunciou em nenhum momento e mesmo a mãe jamais 
tocou em seu nome.
Como a paciente não compareceu e não avisou como 
de costume, liguei para saber se poderia suspender a sessão. 
A avó, que atendeu ao telefone, comunicou que a neta 
viajara com sua mãe, esquecendo-se de suspender a sessão. 
Nas informações da filha, mãe da paciente, acontecera um 
retrocesso, ou, nas suas palavras, uma piora.
Por conta da mãe, as sessões foram suspensas.
Dois anos depois, a paciente me ligou. Estava feliz em 
um novo emprego, já há oito meses, e cursando o primeiro 
ano de faculdade. Apesar de estar namorando, não pensava 
em nada sério antes de ter sua vida definida. Por conta 
da universidade escolhida, mudara-se de cidade e estava 
dividindo um apartamento com duas amigas, tomando, na 
maioria das vezes, as decisões sobre o grupo. 
Antes de desligar o telefone, disse que sentia saudades 
das nossas sessões e muito me agradecia por ter lhe mostrado 
um novo horizonte.
— 21 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Meu próximo passo, na vida profissional, foi um voluntariado em um centro educacional para 
portadores de Síndrome de Down. Foi outra oportunidade 
para aprender mais do que orientar. Aprender que há muito 
mais problemas na vida das pessoas do que podemos carregar 
em nossas costas. 
O contato com as mães dos portadores nos faz tão 
pequenos diante da grandiosidade de seus corações e do peso 
de seus fardos.
Finalmente, quando comecei a lecionar na UNIP – 
Universidade Paulista, pude encontrar um outro tipo de 
comportamento. Jovens, já em fase de pré-maturidade e alguns 
já na fase adulta. Em quatro anos de vida universitária, era 
notória a transformação que sofriam.
Com a continuação de minhas pesquisas visando o 
doutorado em Arqueologia na USP – Universidade São Paulo 
– tive o tempo de atendimento em consultório muito reduzido. 
Assim, encontrei uma outra forma de ampliar o contato com 
as pessoas, objeto de meus estudos sobre o comportamento, as 
salas de “chat” na Internet.
Descobri que muitas pessoas procuravam esconder seus 
problemas atrás de uma tela de computador. O fato de estarem 
com suas identidades preservadas fazia com que se abrissem, 
— 22 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
soltando seus medos e suas ansiedades, através de uma 
identidade fictícia. E era exatamente nesse processo de fuga, 
e ao mesmo tempo busca de outras relações e soluções, que 
a maioria ficava exposta, mostrando seus verdadeiros anseios, 
medos e traumas.
Mantive por muito tempo algumas sessões virtuais, 
se é que se pode denominar assim, até que passei a dar 
o endereço do meu site para que pesquisassem. Sempre 
que recebia as perguntas, por e-mail, procurava respondê-las 
rapidamente. Muitas perguntas, provavelmente, você, leitor, 
também gostaria de fazer. Mas como muitos, também não 
gostaria de encarar a resposta. Por isso, através desse trabalho 
você terá a oportunidade de esclarecer pelo menos parte de 
suas dúvidas.
— 23 —
Sou uma mulher de 30 anos que infelizmente me casei num daqueles empurrões da vida. Depois de 
vários anos me divorciei e tive um relacionamento sério com 
outro homem que durou muitos anos. 
Atualmente estou vivendo um novo relacionamento com 
um parceiro que me dá momentos agradáveis como nunca tive 
antes.
Sinceramente, não me lembro de ter sido mais feliz na 
vida. Ele tem uma forma especial de tratar a mim e ao meu 
filho. Posso dizer, honestamente, que não quero jamais perder 
esse relacionamento tão maravilhoso fazendo qualquer coisa 
estúpida. Contudo, bem lá no fundo de meus pensamentos, 
sinto sensações estranhas de perda e medo.
Você poderia dizer que esses pensamentos têm a ver 
com experiências anteriores. Até acredito que sim. Mas como 
eu devo agir para me sentir mais tranqüila em relação a mim 
mesma e a ele?
Um erro muito comum entre as pessoas é o de achar que 
todos os relacionamentos seguem o mesmo padrão quando, 
na verdade, cada relacionamento tem seu curso próprio 
em relação aos passados. O que pode permanecer são as 
conseqüências desses relacionamentos, a menos que sejamos 
PERGUNTAS QUE VOCÊ GOSTARIA DE FAZER, 
MAS TEM RECEIO DE OUVIR AS RESPOSTAS
— 24 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
bastante espertos para aprender com esses erros.
Você se sente preocupada por achar que pode ter 
escolhido um parceiro diferente do padrão desenhado por 
você. Alguém que talvez não preencha as suas necessidades.
Confie na sua intuição e acredite que desta vez você 
fez a melhor escolha. Isso é bom para ambos. Aceite com 
satisfação e demonstre o quanto está feliz e vivam, os dois, o 
amorde coração aberto.
...
Meu namorado e eu estamos juntos há 8 meses. No entanto, um problema tem me atormentado. Seu 
ciúme excessivo. 
No começo eu pensei que fosse uma forma dele se 
preocupar comigo. Recentemente teve uma atitude que achei 
desnecessária. Aliás, é bom salientar que em todos os seus 
antigos relacionamentos, as separações aconteceram de formas 
muito ruins, o que não me dá condições de procurar suas 
antigas namoradas para obter apoio ou mesmo informações 
sobre sua conduta.
Acontece que eu tenho ainda grande amizade com meu 
antigo namorado. 
Quando me formei, e ainda estávamos juntos, eu e meu 
ex-namorado, ele me deu uma correntinha de presente. No 
entanto, meu namorado atual, quando soube de quem eu 
ganhara, jogou-a fora.
O que acontece é que ele não quer que eu tenha qualquer 
amizade masculina. 
O que devo fazer? Tirá-lo da minha vida ou tirar dela 
todo e qualquer homem existente na face da terra?
O ciúme é uma emoção natural. A forma como 
controlamos nosso ciúme é que faz desse sentimento um 
— 25 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
problema ou não. Não é incomum uma sensação de 
desconforto ao ver alguém que amamos abraçar um antigo 
namorado. Mas controlar seu relacionamento com os amigos 
é demasiado impróprio. Aceitar suas impressões agora é 
deixar-se dominar, possivelmente, pelo resto da vida.
Seja firme e imponha limites. Deixe claro que seu 
coração é só dele. Ele é o objeto maior de suas intenções 
românticas. Caso ele não consiga entender ou mesmo aceitar 
suas amizades, o melhor a fazer é passar por cima desse 
episódio da sua vida esquecendo-o. Contudo, a escolha é sua 
de como enfrentar esse problema. Aliás, um problema que 
certamente irá magoá-la sempre que tiver uma nova amizade 
masculina na sua vida ou se encontrar com uma antiga.
...
Minha esposa e eu nos separamos, mas continuamos a manter relações sexuais com muita intensidade. 
Contudo, de um tempo para cá, ela tem evitado beijar-me. 
Por que será que isso está acontecendo com ela? O que posso 
fazer para que ela volte a beijar-me como antes?
É fácil supor que o seu relacionamento está com 
um problema bastante sério. A separação torna evidente 
que algo muito importante está faltando entre você e ela. 
Provavelmente a comunicação está falha. Está claro que a 
atração física ainda é muito grande e é isso que mantém o 
relacionamento ativo. Beijar, por outro lado, pode ser um 
fator de pouca importância ou mesmo sem qualquer prazer 
para ela nesse momento. Seu corpo pode estar receptivo mas 
seu coração está fechado.
A finalidade de uma separação é permitir às pessoas a 
possibilidade de viverem como se fossem divorciadas sem a 
dissolução formal da união. É uma possibilidade de ambos 
— 26 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
ganharem autonomia, um em relação ao outro. Com certeza 
ambos ainda têm o amor e a paixão em suas vidas. Porém, 
até que isso seja redescoberto é preciso que haja uma reflexão 
completa sobre o relacionamento de ambos até então.
É preciso refletir não somente sobre a relação física 
mas também emocional. Nenhum de vocês poderá decidir 
de coração aberto enquanto houver o contato que satisfaça 
apenas o prazer físico.
Uma separação temporária, fisicamente, para que 
ambos possam refletir, vai ajudar, com certeza, a encontrarem 
o caminho que os levará a reconstituir essa união, ou 
destituí-la definitivamente.
...
Eu tenho um bom amigo que está tentando reco-meçar sua vida. Recentemente ele me procurou. 
Preocupei-me e interessei-me por ele, afinal, ultimamente 
havia se distanciado totalmente de mim e de seus outros 
amigos. Sei que você é da opinião de que todo homem tem 
a necessidade de encontrar suas próprias soluções. Mas a 
maneira como ele me apresentou seu dilema me faz pensar 
que ele não tem ninguém com quem se abrir. Naturalmente 
isso me faz responsável por ele, mesmo que seja apenas por 
um momento.
Como posso fazê-lo ver que pode contar comigo como 
amiga sem que possa parecer, para ele, qualquer outra intenção?
Todas as vezes que um homem procura uma mulher, 
faz parte do instinto feminino compartilhar com ele sua 
angústia.
A maneira que seu amigo encontrou para demonstrar 
seu verdadeiro sentimento foi procurando compartilhar com 
você as suas angústias. Mesmo sabendo que não encontraria 
— 27 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
respostas, tentou expressar seus sentimentos expondo a você 
os pensamentos dele. 
Queixar-se é uma forma de esconder sua verdadeira 
ansiedade.
O amigo verdadeiro é aquele que não ridiculariza os 
sentimentos do outro, pelo contrário, procura entendê-los.
Seja paciente com ele e não faça análise precipitada. 
Apenas procure entendê-lo deixando-o falar sobre seus 
sentimentos. Isso haverá de deixá-lo mais confortável e fará 
com que ele entenda em pouco tempo que você está ali 
para ajudá-lo e ouvi-lo sem que ele alimente esperanças 
infundadas. Com certeza você também se sentirá mais 
confortável.
...
Há três anos estou como dona de casa, fato incomum na minha vida. Só que, ultimamente, tenho gritado 
com tudo e com todos e a toda hora. O problema é que tenho 
me sentido deprimida, sem que saiba exatamente o motivo. 
Meu marido não consegue compreender o que está se passando 
e isso me angustia ainda mais. Sei que algo não está certo.
Você tem alguma sugestão?
Dos sintomas que você descreveu, faz-me entender que o 
que você está experimentando é o que chamamos clinicamente 
de depressão. É um sintoma difícil de diagnosticar e ninguém 
sabe exatamente o que ocasiona essa sensação, embora 
saibamos claramente que a origem está na bioquímica do 
cérebro que afeta os feixes nervosos.
As pessoas sob níveis de tensão elevados liberam um 
tipo de hormônio (cortisol) e diversos elementos químicos 
produzidos pelo cérebro, chamados neurotransmissores, como 
serotonina, dopamina e norepinefrina.
— 28 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
A quantidade gerada ou produzida é diferente de pessoa 
para pessoa. Alguns especialistas acreditam que pode ser 
hereditária, o que explica a tendência comum de casos na 
mesma família. No entanto, é sabido que a química do cérebro 
freqüentemente muda em pessoas deprimidas sem nenhuma 
razão aparente.
Muitos fatores – incluindo os genéticos, convívio familiar, 
ciclo dormir-acordar, as mudanças hormonais (similares às 
ocorridas antes, durante e depois da gravidez), perda muito 
cedo de entes queridos ou a deficiência física – são situações 
que fatalmente contribuem para essa circunstância.
Um outro fator a considerar diz respeito às raízes ou 
origem natural que faz com que algumas pessoas sejam mais 
vulneráveis à depressão do que outras.
A cada hora, 5% da população mundial sofre algum 
efeito da depressão. Só nos Estados Unidos, onde existe 
um controle mais aproximado, 19 milhões de americanos 
adultos sofrem desse mal. Sabemos, no entanto, que 80% 
dos pacientes podem ser tratados com drogas antidepressivas 
ou com medicina alternativa. O mais adequado é falar com 
seu médico sobre seus sintomas que ele, com certeza, poderá 
orientá-la no tratamento.
...
Sou viúvo, tenho 53 anos e minha namorada tem 23. Nos conhecemos há quase dois anos. Foi na época 
em que minha esposa morreu. Estamos juntos e nos amamos 
demais. Ela diz que seu coração é meu e certamente o meu é 
dela. Estamos decididos a nos casar e isso é o desejo de ambos. 
Você acha que alguma coisa pode dar errado nessa relação?
Evidentemente que há certas considerações a fazer 
quando existe tal diferença de idade. A primeira consideração 
— 29 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.é que esse relacionamento entre vocês surgiu num momento 
de perda, onde ficou um vazio muito grande e, diga-se de 
passagem, uma perda bastante recente. 
A segunda consideração é analisar se o tempo em que 
vocês estão juntos é suficiente o bastante para estabelecer tal 
compromisso. Assumir novo relacionamento sério e definitivo, 
após uma separação dessa natureza, como é o seu caso, 
requer uma reflexão mais consciente. É o momento de 
avaliar a situação para que, num ato precipitado, o novo 
relacionamento não dê errado.
A terceira consideração é a incompatibilidade de idade. 
É importante entender que sua futura esposa tem idade para 
ser sua filha. A sua responsabilidade é bastante grande, pois 
enquanto ela está praticamente começando a vida adulta, 
você está na idade onde a maioria das pessoas está entrando 
em estágio de aposentadoria. Quando você estiver com 70 
anos, ela estará com 40 e o nível de energia e interesse pode 
diferir substancialmente.
Evidentemente que ninguém pode dizer, com certeza, se a 
diferença de idade irá incompatibilizar a relação fisicamente, 
emocionalmente ou mentalmente, mas é importante que ambos 
estejam cientes disso. Ter a mente e o coração abertos poderá 
ser o grande sucesso desse novo relacionamento.
...
Sou casada há quase 20 anos e tenho dois filhos. Porém, não sou feliz. Sinto que falta algo em minha 
vida, e foi sempre assim desde que eu era adolescente. 
Contudo, não consigo saber o que é e tampouco onde encontrar. 
Meu marido e eu tivemos altos e baixos nessa união, 
mas o dinheiro foi sempre o nosso maior problema. Pra ser 
sincera, nunca vivemos, mas apenas sobrevivemos. Jamais 
tivemos férias verdadeiras com as crianças ou mesmo sem 
— 30 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
elas. Nossa vida sempre foi trabalhar para pagar as contas. 
Esse tem sido o nosso maior esforço. Nem com o sexo me 
importo mais.
Estou com 42 anos e trabalho fora. As pessoas se 
espantam em como os mais novos me olham e falam do meu 
belo corpo apesar da idade. No entanto nem isso me dá ânimo. 
O que há de errado comigo? Tudo que sempre quis foi ter uma 
vida saudável, feliz e com muito amor. No entanto nunca me 
senti feliz e sinto que nunca amei verdadeiramente, mesmo 
que meu marido diga que sou tudo em sua vida, jamais me 
senti amada ou amando.
Minha vida é muito simples. Vivo sempre em função do 
meu marido e nunca pra mim mesma. Acontece que eu e ele 
somos completamente opostos. 
Há muito mais coisas que gostaria de dizer, mas não 
posso ficar aqui enumerando a vida toda. Se puder me dar 
algum conselho, com certeza será muito útil.
A felicidade só está completa quando nos sentimos bem 
emocionalmente, espiritualmente e fisicamente.
Se sente que sua vida está sem sentido e deprimente, 
é o momento para refletir e endireitar. Você há de concluir 
que todo o problema está no seu relacionamento amoroso. 
Você está se doando de forma obrigada. O amor deve 
ser expontâneo. Tente refletir sobre a maneira como você 
recebe os sentimentos do seu marido. Talvez você não esteja 
conseguindo sentir a emoção de ser amada pelo fato de nunca 
ter sido expontânea em relação ao seu amor por ele. Procure 
ser mais você, buscando primeiro a felicidade e o prazer 
dentro de si mesma. Olhe pra dentro e para fora e visualize a 
sua própria beleza. Verá que o sentido da vida vai tomar outro 
rumo e sentirá novamente o amor fluir.
...
— 31 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Por que algumas mulheres se sentem atraídas por homens cafajestes e maus-caráteres? São sempre 
fantásticos na cama, mas são péssimos companheiros e pouco 
confiáveis. Alguns, inclusive, utilizam sua posição social para 
proveito da situação, nos envolvendo e nos seduzindo. No 
entanto, mesmo sabendo que é uma relação de momento e 
de puro interesse, me sinto tremendamente atraída. Como 
explicar isso?
O que faz um homem atraente é seu magnetismo 
natural e seus mistérios ou segredos. Para que haja um bom 
relacionamento isso não basta. A confiança e assertividade 
também são importantes. É preciso considerar os desejos, 
vontades e suas necessidades. Um homem mau-caráter se 
conhece por não observar a última das considerações – 
as necessidades da companheira. Aquela atração inicial, o 
magnetismo sentido à primeira vista, pode ser emocionante 
no início. Porém, ao longo do tempo, seu companheiro acaba 
por se sobrepor também aos seus desejos e vontades para 
deixar figurar somente as necessidades dele.
...
Acredito que aprendi muito lendo e ouvindo você. No entanto, há apenas uma coisa que me incomoda. 
Sinto que você recomenda sempre às mulheres para serem 
flexíveis e adaptarem-se às necessidades dos maridos. Por que 
somos nós, as mulheres, que temos que fazer o esforço?
Eu apenas aconselho as mulheres por serem, na maioria 
das vezes, as mais interessadas e mais preocupadas com 
problemas de relacionamento, além de, sem dúvida nenhuma, 
serem mais flexíveis. Na realidade, um bom relacionamento 
só pode acontecer se ambos forem flexíveis e aceitarem-se 
— 32 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
mutuamente da maneira como cada um é. Se ambos viverem 
compromissados no amor, no respeito e numa comunicação 
aberta, ambos têm muito a ganhar
...
Estou saindo com um homem que foi traído por sua mulher. Ela implorou seu perdão e, apesar de a 
ter perdoado, ela continuou com o caso até que, 18 meses 
depois, ele a encontrou com o outro na cama. Isso o deixou 
amargurado de tal maneira que ele se tornou uma pessoa 
fechada e introvertida.
O que posso fazer para mostrar a ele que não sou como 
sua ex-mulher?
 Com certeza tudo isso o deixou com marcas profundas. 
Ele precisará agora de um tempo para refletir e deixar que a 
ferida cicatrize.
Isso não será fácil. O caminho é árduo e você terá que 
ter muita paciência. Não adianta forçá-lo a apressar esse 
processo. Isso tem que vir dele próprio. Seja primeiramente 
sua amiga e confidente. Demonstre seu carinho e amizade 
abertamente, de forma honesta, sem nada esconder. Essa é a 
melhor maneira de abrir o coração dele. Lentamente ele há 
de reconhecer todo o seu sentimento e a partir daí ele vai 
enxergar o seu amor por ele. 
...
Meu irmão tem sido infiel com a minha cunhada há vários anos. Após seu caso mais recente, 
resolveu permanecer com ela, mas pediu para dormir em 
quartos separados até ter certeza do que realmente quer. Quer 
também ter a liberdade de sair sozinho ou com amigos após o 
trabalho. 
— 33 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Eu sou muito íntima de ambos e acompanho de perto 
seus problemas. Minha cunhada está fazendo como ele quer, 
mas eu lhe pergunto: será que essa é realmente a maneira 
correta deles solucionarem os entraves dessa relação?
Seu interesse pelo caso de seu irmão e sua cunhada 
é realmente louvável, tocante e bastante válido. Contudo, 
somente eles podem decidir o que querem desse relaciona-
mento. 
Minha opinião é que uma separação temporária é uma 
experiência bastante válida. Quando um dos dois sente dúvida 
no relacionamento e deseja ter um tempo só para si, o melhor a 
fazer é tomar o caminho da separação temporária para colocar 
a cabeça no lugar até ter a certeza do quê quer realmente.
No entanto, os termos dessa separação devem ter a 
concordância de ambas as partes. Nesse caso específico, se 
não houver a concordância de quartos separados, mudar de 
casa temporariamente pode ser outra forma de experimentar.
...
Meu namorado e eu estamos juntos há dois anos. Juntos não temos nenhum filho, mas eu tenho 
dois de um casamento anterior: um menino de 14 anos e uma 
menina de 12. As crianças o aceitaram assim que começamos 
onosso namoro.
O problema é que ele adora a menina, porém não sinto 
que ocorra o mesmo em relação ao menino. Pelo contrário, 
é nítida a falta de atenção dele em relação ao menino 
quando este lhe dirige a palavra. Percebo isso pelos poucos 
comentários que faz comigo sobre o menino.
Já falamos sobre isso, mas ele diz que é impressão 
minha e que estou vendo coisas. Contudo, tenho certeza que 
não é apenas impressão.
— 34 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
É um homem maravilhoso e eu o amo demais. Porém, 
quando deixei meu marido, prometi a mim mesma que jamais 
deixaria qualquer pessoa ou qualquer coisa se colocar entre 
mim e meus filhos.
Será que estou me colocando em segundo plano ou 
sendo demasiadamente sensível?
Concordo com você que sua primeira responsabilidade 
é com os seus filhos. Mas, para o seu namorado, o 
relacionamento primordial é com você. Ele só chegou aos 
seus filhos por se relacionar com você. Se ele puder respeitar 
o seu filho e, por sua vez, receber o respeito que merece, 
poderão ambos coexistir tranqüilamente. 
O que você não pode esperar é que os dois tenham um 
grande e maravilhoso relacionamento tal qual você gostaria. 
O que você precisa, e isso, sim, é imprescindível, é que haja 
um relacionamento de respeito mútuo. Desde que o adulto na 
relação é seu namorado, é de se esperar que ele reflita sobre 
isso e seja razoável. 
Você deve ser honesta com ele sobre seus sentimentos a 
fim de que o relacionamento entre vocês não seja abalado. 
Em uma conversa franca, procure esclarecer a ele o 
quanto será mais saudável uma boa relação entre todos para 
que o relacionamento seu e dele não seja abalado.
...
Qual é o impacto em um relacionamento quando um homem tem mais traços femininos e uma mulher 
tem mais traços masculinos? Sei que não é uma situação 
comum, mas eu gostaria de saber qual é sua explanação das 
conseqüências dessa reversão de papéis.
É bom saber que há muitas possibilidades. Contudo, 
— 35 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
geralmente, há duas razões pelas quais a reversão de papéis 
ocorre. A razão natural e a provocada.
Por exemplo, a natureza pode ter dado a um homem 
mais hormônios femininos do que a quantidade normalmente 
encontrada nos homens. Nesse caso, a tendência para a 
reversão do papel seria natural.
Por outro lado, um homem pode ter uma quantidade 
normal de hormônios masculinos, mas crescer em um ambiente 
onde seja incentivado a rejeitar suas tendências masculinas 
emocionais e naturais e ser recompensado com aprovação e 
aceitação pelas pessoas de convívio a agir assim.
No caso inverso, uma mulher pode ser condicionada a 
ser masculina. Talvez seus irmãos a forçassem nessa situação 
frente a brincadeiras de infância, ou, ainda, seu pai a rejeitou 
como mulher, por querer um menino, tratando-a como tal.
Seja qual for a maneira da reversão do papel, sempre 
será um relacionamento difícil.
Se um homem tiver seu lado feminino mais sobressaído, 
poderá ser demasiado dependente. Se por outro lado, a 
mulher for demasiadamente masculina, poderá dominar 
o relacionamento não permitindo que seu companheiro 
compartilhe das decisões, o que poderá resultar em 
ressentimentos futuros. 
Independente das diferenças, é importante entender 
que o relacionamento ideal é aquele em que a compreensão 
de ambos encontra o ponto de equilíbrio e somente a 
compreensão mútua pode se sobrepor às diferenças originais 
de qualquer casal.
...
Sou casada há dez anos. Tenho 30 anos e meu marido 37. Temos 4 filhos. Para podermos manter os custos 
da família, meu marido trabalha durante a semana e eu nos 
— 36 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
finais de semana.
Para que ele entre no trabalho às 7 horas, levantamos às 
5. O resto do dia eu passo limpando e cuidando da casa. Já que 
trabalho fora nos finais de semana, seria muito melhor que 
não tivesse de me preocupar com os serviços da casa nesses 
dias. No entanto, quando eu venho para casa após um dia 
inteiro de trabalho, ainda tenho de fazer o trabalho caseiro. Eu 
gastaria menos tempo se ele cuidasse, pelo menos, das coisas 
pequenas como, por exemplo, não deixar os pratos sobre a 
mesa após as refeições.
Quando venho para casa ele sempre está cuidando do 
quintal ou jardim, mas a casa está destruída.
Disse a ele que quando chego, quero encontrar a casa 
arrumada, sem bagunça. Mas ele, naturalmente, diz que não 
se importa com isso e acusa-me de implicar com tudo.
Todo final de semana é a mesma coisa – discussões 
e ele se trancando em seu canto. Sei que não deveria viver 
discutindo sobre isso, mas eu me recuso a viver numa casa 
bagunçada.
O que devo fazer?
Seu marido trabalha cinco dias da semana fora e você 
dois. Talvez você precise conversar com ele utilizando outro 
enfoque, afinal, é ele quem passa os fins de semana cuidando 
das crianças. Além disso, como você mesma disse, é ele quem 
cuida do quintal e do jardim. O que eu quero dizer é que, 
se cada qual fizer a sua parte para contribuir, certamente a 
família só terá a ganhar.
...
Meu marido e eu fomos casados por 11 anos. Há alguns meses, disse-me que não consegue mais 
manter o casamento. Eu sei que nós nos amamos e não 
— 37 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
podemos nos separar. Sei, no entanto, que essa separação, 
nesse momento, é o melhor. Porém, penso nele o tempo todo. 
Pra piorar as coisas, mudou-se para outra casa que alugou 
com sua nova namorada. Pediu parte das coisas que fazem 
parte da nossa vida e isso está acabando comigo por dentro.
Nas três últimas semanas tem me procurado e me 
confiado os problemas de seu novo relacionamento. Tivemos 
até sexo durante o tempo que estivemos separados.
Se não quisesse manter o casamento andando com outra 
mulher, por que estaria voltando aos poucos? Como eu o amo 
é duro pra dizer não. Como fazer?
Obviamente que ambos ainda têm sentimentos não 
resolvidos dentro de si. O fato de estar lhe confiando as 
dúvidas sobre o novo relacionamento confirma isso. Manter 
a porta aberta da maneira como está fazendo é o mesmo que 
dizer a ele que, não importa o que faça, terá sempre você a 
sua espera.
O que você quer no entanto é que ele resolva, 
definitivamente, seus problemas e volte pra você. Contudo, me 
parece que a mensagem que você está passando a ele é que 
poderá sempre vaguear por aí, desde que volte pra casa.
Mas se essa não é a mensagem pretendida, então acho 
importante que procurem conselho os dois juntos. Pergunte-lhe 
se está disposto a voltar definitivamente. Só é preciso que ele 
entenda que os erros do passado devem ser deixados para trás. 
E quanto a você, deve manter a nova postura para que 
não se repitam os mesmos erros após a reconciliação.
...
Eu trabalho com um homem que se tornou meu amigo antes de trabalharmos juntos. Na empresa 
formamos um grupo de amigos e pelo menos uma vez por 
— 38 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
semana saímos juntos após o trabalho. Quando isso acontece, 
costumamos ficar até muito tarde da noite conversando, rindo 
e bebendo.
De algum modo, começamos a nos beijar, porém, não na 
frente de outro colega, mas, mais tarde, durante a despedida. 
Isso aconteceu uma vez e foi só. Na segunda-feira, no trabalho, 
nada foi dito e o assunto não foi comentado, o que me fez 
muito feliz, pois me senti culpada pelo que fiz.
No entanto, ao contrário do que pensava, aconteceu 
por mais cinco vezes durante um ano. Contudo, apesar dos 
beijos, nunca houve sexo. Interessante que, por todo esse 
tempo e apesar das cinco vezes, jamais tocamos no assunto no 
dia seguinte. Nunca havia me incomodadoantes, talvez pelo 
fato de trabalharmos juntos. Porém, recentemente, me senti 
incomodada, pois passamos a nos beijar também na frente dos 
outros. 
Talvez eu esteja me sentindo como um brinquedo que só 
coloca as emoções pra fora quando espremido.
O mais interessante é que essas emoções só aparecem 
quando já bebi um pouco mais. 
O que eu faço? Obviamente que esse não é um 
relacionamento saudável mesmo sendo ambos livres e desim-
pedidos. As pessoas agem dessa maneira somente por que 
estão alcoolizadas? Ou essa é uma demonstração de atração? 
Quero resolver a situação definitivamente me afastando ou me 
aproximando. Como posso fazer?
Respondendo às suas dúvidas devo assegurar-lhe que 
as duas respostas são sim. As pessoas perdem suas inibições 
quando estão alcoolizadas e farão coisas que normalmente 
não fariam por serem mais inibidas. Depois, estando você 
alcoolizada ou não, há obviamente uma atração de ambas as 
partes, do contrário nem o beijo aconteceria com normalidade.
— 39 —
Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
O que se faz necessário é você procurá-lo para uma 
conversa franca, fora do local de trabalho e sem nenhuma 
interferência alcoólica.
Se tudo não passar de momentos de euforia motivados 
pelo estado alterado, a conversa, provavelmente, será levada 
de maneira amigável e com entendimento adequado.
Se, por outro lado, a atração ultrapassar a instância 
do estado de alteração, então a conversa poderá tomar outro 
rumo, onde a franqueza e abertura, de ambas as partes, 
poderá aproximá-los definitivamente.
...
Há três meses mudei-me para uma casa maravilhosa, de dois quartos, com meu filho de quatro anos e 
meu namorado.
Dou um duro danado a semana toda como uma 
verdadeira empregada doméstica, pois adoro uma casa limpa. 
Sou seguidora do provérbio que diz: “há um lugar pra tudo e 
tudo deve estar em seu lugar”.
No entanto, a falta de consideração de meu namorado 
para com o meu esforço me frustra. Eu não espero que a 
casa esteja sempre parecendo um espelho. Seria mesmo um 
exagero da minha parte. Eu apenas não quero ver a roupa suja, 
as coisas de trabalho e o tapete de entrada no meio do assoalho.
Não é justo que eu chegue do escritório, após um dia 
inteiro de trabalho, e ainda tenha de limpar e arrumar a casa.
O pior de tudo é que meu filho está tomando meu 
namorado como exemplo. Antes ele me respeitava, mas agora se 
espelha nele e não toma conhecimento de minhas reclamações.
Falei com meu namorado a esse respeito e pedi que 
mantivesse a casa limpa e arrumada. Mas ele explodiu como 
uma bomba não aceitando as reclamações. 
E agora? O que devo fazer?
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Um bom relacionamento depende da aceitação do 
parceiro e do que estão ambos dispostos a fazer em prol dessa 
relação. 
Se seu namorado fizesse tudo do jeitinho que você quer, 
o próximo passo, provavelmente, seria dizer que ele não é 
a pessoa certa pra você. Na sua situação, entretanto, é só 
uma questão de abordagem e de tempo. Conseguir alguma 
coisa de alguém depende muito de como se pede. Também 
é interessante que os pedidos sejam pequenos e aos poucos. 
Quer um exemplo? “Eu sei que você tem momentos difíceis 
no seu trabalho e que não vê a hora de chegar em casa pra 
relaxar. Mas faz um favorzinho pra mim? Coloca os sapatos 
no armário e a roupa suja na cesta da lavanderia?”
Os homens guardam mais facilmente pedidos dessa 
natureza quando vêm em doses “homeopáticas”, sem que 
você justifique por que está fazendo o pedido.
Freqüentemente a mulher reclama que não é certo ou 
que não consegue fazer tudo. A verdade é simples. Nada se 
consegue em momentos de explosão. Nenhum de nós aceita 
com naturalidade. É natural sentir essa reação quando ambos 
trabalham dentro e fora de casa. 
Pra isso existe uma solução prática. Analisar o 
orçamento familiar e contratar uma pessoa ou empresa que 
possa fazer o trabalho uma ou duas vezes por semana. Isso 
mantém a casa limpa e em ordem sem que ambos se estressem 
prejudicando a relação da família.
...
Como a maioria das mulheres, tenho muita curio-sidade em saber o que vai na mente dos homens 
quando fixam uma mulher. Será que quando olham é porque a 
desejam? Ou apenas admiram-na? Tentei raciocinar a respeito, 
mas como mulher não consigo compreender esse mecanismo.
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Pra ser sincera, eu não me sinto à vontade quando o 
homem que está comigo olha para outra mulher. Passa-me um 
sentimento de que eu não basto pra ele. Sinto-me como um 
objeto simplesmente. Será que você pode me esclarecer algo 
sobre isso?
Pra ser franco, eu vejo o olhar de um homem sobre 
uma mulher como uma condição normal e não desajustada. 
Desde que o homem não seja agressivo, rude, indelicado ou 
indiscreto excessivamente em relação a sua companhia, não 
vejo mal nenhum.
Você diz que se sente mal quando o seu acompanhante 
faz isso. Nenhuma mulher aceita isso se ocorrer de maneira 
indiscreta e inconveniente, exceto aquelas que têm por opção 
esse ambiente.
A respeito do que os homens estão pensando nesse 
momento, depende do homem, da idade dele e do que o faz 
olhar para a mulher naquele instante.
Às vezes não é nada mais do que a apreciação da arte. 
Outras vezes é desejo mesmo. A maioria dos homens realiza 
rápidas fantasias que, evidentemente, não se concretizam. O 
que é real, no entanto, é o compromisso cotidiano, o respeito 
e os atos aleatórios de amor entre duas pessoas que se amam. 
As mulheres desses homens não têm que tomar essas situações 
como caminhos de infidelidade, pois a segurança do amor só 
é encontrada com elas.
...
Sou casado com uma mulher bonita e espiritualmente maravilhosa. Ambos fomos casados anteriormente e 
temos cinco crianças dos casamentos anteriores. Mas somente 
um dos filhos vive conosco.
Por seis anos, nosso casamento foi maravilhoso. Nos 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
últimos seis meses ela tem bebido demais e eu tenho sido 
rude, acabando por descarregar minha raiva sobre ela, o que 
nos deixa longe um do outro.
Na verdade estou em uma encruzilhada. Não podemos 
nos divorciar e nem queremos. Porém, nós dois concordamos 
que da forma como estamos vivendo, brigando e praticamente 
separados, não podemos continuar.
O que posso fazer pra mudar esse meu comportamento 
e ser novamente um bom marido pra minha esposa? Existe 
uma maneira de eu trabalhar comigo mesmo de maneira a 
convencê-la de meus desejos? Eu a amo verdadeiramente 
e não quero de forma alguma viver dessa forma. Qualquer 
orientação me ajudaria extremamente.
Se a sua escolha for permanecer nesse relacionamento 
sob as atuais circunstâncias, é preciso que saiba que, se 
ela continuar bebendo, em pouco tempo você sentirá raiva 
e ressentimento. Esta não é nenhuma maneira de viver. Você 
também deve reconhecer que não é a pessoa certa para 
mudá-la.
Primeiramente, ela deve estar disposta a mudar. Visto 
isso, você pode então escolher: ou permanece como está, 
com atritos constantes e uma vida cheia de ressentimentos e 
brigas, ou você pode sair agora. Rompendo agora, talvez a 
motive a procurar ajuda, antes que seja tarde para ela e para 
o relacionamento. Tomar a decisão correta agora, pode ser 
vital para ambos.
...
Meu marido e eu estamos casados há um ano. Eu sempre o achei extremamente atraente e continuo 
achando mesmo após o casamento.
O problema é que ele quer fazer sexo todas as noites sem 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
saber se eu também quero. Eu tentei explicar a ele que não 
tenho, obviamente, a mesma disposição sexual que ele. Elese 
zanga e diz que eu não sinto mais atração, o bastante, para 
fazer amor com ele todas as noites. Mas isso, com certeza, não 
é verdade. No entanto, se disser que não estou disposta, ele se 
zanga e começa a argumentar.
Estamos ambos com pouco mais de 30 anos e já fomos 
casados antes. Já tentei diversas vezes explicar-lhe que o 
amo, mas que não quero fazer sexo todas as noites. Tentei 
mostrar a ele aquelas estatísticas que mostram que também 
recém casados, após o primeiro ano, têm um declínio típico no 
apetite sexual. Entretanto, isso não o convenceu tampouco.
Quero desesperadamente resolver esse assunto com 
meu marido. Eu o amo demais, porém sinto que isso está 
começando a me magoar.
É bastante comum que um casal tenha diversidades 
no sexo. Contudo, esse é um assunto que deve ser discutido 
abertamente entre o casal. É preciso que se encontre uma 
média que deixe ambos felizes.
Por exemplo, você se sentiria mais confortável fazendo 
sexo duas, três ou quatro vezes por semana? Negocie isso. 
Decidam juntos quais serão os dias. Elaborem brincadeiras 
que antecipem os dias de sexo. Isso criará um incentivo maior, 
uma expectativa maior e uma espontaneidade que aumentará 
com o tempo.
Claro que é preciso entender que o sexo não pode ser 
uma edição com data marcada, mesmo porque o estresse 
diário e outros fatores podem influenciar na disposição. No 
entanto, é preciso que nos lembremos sempre que a vida é 
constituída na perseguição da felicidade e nada nos faz mais 
feliz do que amar e ser amado.
Devemos nos recordar também que o sexo regular não 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
significa, necessariamente, o sexo com total consumação. O 
sexo completo significa paixão, descoberta e variedades no 
estilo.
Com o coração e a mente abertos, esses momentos 
de intimidade podem ser o ajustamento de uma união 
maravilhosa.
...
Meu marido e eu somos casados há 5 anos. Temos duas meninas pequenas. Nosso problema é o 
relacionamento dele com a sua mãe.
Seus pais foram casados por dezenove anos até se 
divorciarem. Durante esses dezenove anos de casamento, sua 
mãe deixou seu pai por três vezes. Finalmente, quando houve 
o divórcio, ela levou os dois menores deixando-o com o pai.
Eu duvido que o pai tivesse impedido meu marido de 
ver a mãe, não obstante ele se lembre muito bem que sua mãe 
não o procurava por longos períodos.
Eu sei que meu marido nunca se recuperou do trauma 
de ter sido abandonado por sua mãe. É atencioso e caloroso 
com as crianças, mas admite sempre que as memórias da 
infância não o abandonaram. Embora tenha superado essa 
grande tristeza, mantém a mágoa em seu coração e resiste em 
falar com a mãe sobre isso. 
A sua mágoa me entristece também e sinto que gostaria 
de resolver de uma vez por todas essa mágoa, pois por não ter 
coragem de enfrentar a mãe abertamente, sofre muito.
O que posso fazer para ajudá-lo?
Finalizar de vez essa mágoa tem só um caminho. E 
esse caminho está na decisão de reiniciar o contato com 
sua mãe. Comece por aconselhar seu marido a iniciar uma 
aproximação gradativa.
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
Quando perceber que ele está num daqueles momentos 
tristes, incentive-o a escrever uma carta a sua mãe expressando 
todo o seu sentimento. Tal carta não seria necessariamente 
enviada, a menos que ele queira. Na realidade, é uma forma 
de ele expressar seus sentimentos e que pode funcionar como 
um desabafo em relação ao que ele sente e ao que falta em sua 
vida nessa relação. A carta deve finalizar com todo o amor 
que ele sente pela mãe. Enfrentar sua dor pode transpô-lo 
além dela.
...
Sou um homem graduado na faculdade e, quando calouro, me relacionei com uma garota. Posso dizer 
que para nós dois foi o grande amor de nossas vidas.
Quando terminamos a faculdade nos distanciamos. Agora 
estamos trabalhando na mesma escola e nos relacionamos 
com os mesmos amigos. Contudo, desde que começamos a 
trabalhar, jamais nos falamos. No entanto, ocasionalmente nos 
olhamos de relance. Para dizer a verdade eu acho que ainda 
sinto amor por ela. De fato, meus amigos vivem brincando 
comigo, mas não tenho tanta certeza.
Você acha que pode ser possível que ela ainda tenha o 
mesmo sentimento que acho que sinto por ela?
Só há uma maneira de realmente saber: perguntando a 
ela. Vá até ela, puxe uma conversa qualquer e a convide para 
jantar. Se o que ela sentia por você não desapareceu, com 
certeza aceitará o convite. Pelo contrário, se a resposta for 
não, ou ainda que aceite, mas tenha apenas um comportamento 
amigo, você saberá e poderá então escolher outro caminho.
O importante é você não gastar a sua vida se lamentando 
por não ter aproveitado a oportunidade.
Uma coisa é certa, se quiser saber o que ela ainda 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
sente, só existe uma maneira. E você não saberá se não 
aproveitar a oportunidade e perguntar a ela.
...
Meu marido é o mais novo de quatro irmãos. Mais próximo dele tem uma irmã. Ele e a irmã sempre 
foram muito próximos e ela age até hoje como se estivessem 
juntos. O problema é que ela sempre interfere em nosso 
relacionamento e acaba colocando-o sempre em confronto 
comigo.
Eu quero estabelecer limites para ela para que não mais 
se envolva em nosso relacionamento. Quero poder cortar as 
amarras entre ele e ela. O que posso fazer?
Não deixe que ninguém interfira em sua relação. É o seu 
desafio estabelecer limites de modo que sua cunhada não a 
ofenda, a insulte ou interfira na sua vida. E como você 
pode conseguir isso? Simples. Na próxima vez que ela faltar-
lhe com o respeito peça a ela que a respeite como gostaria 
de ser respeitada. Caso não surta efeito, simplesmente não 
responda nada e se afaste dela. Depois disso, a decisão passa 
a ser do seu marido, e não sua, para manter toda a sorte de 
relacionamento que quiser com sua irmã.
Se ele quiser vê-la e você não, não existe razão para 
contrariedades e raiva. Contudo, explique-lhe que você sabe 
que ele ama a irmã e queira sempre estar com ela, mas que 
você quer evitar esse contato pessoal.
...
O que você pensa sobre viver junto antes do casamento? Meu namorado e eu ficamos juntos 
por cinco anos. Após a faculdade, por razões financeiras, 
continuamos morando juntos. Agora, após dois anos, estamos 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
nos perguntado se o que estamos fazendo está certo. Ainda 
assim gostaríamos de continuar dividindo as despesas. O que 
você nos aconselha?
Tudo depende do porquê da decisão de morarem juntos. 
No seu caso, a razão inicial foi financeira. Ao contrário 
de você, pode ter sido visto por ele como o início de um 
compromisso a longo prazo.
Agora é o momento de esclarecer a sua situação. Seja 
honesta com ele e procure outra pessoa com quem você não 
tenha nenhum sentimento emocional para dividir as despesas. 
Se certamente o amar, poderá reatar o compromisso no futuro, 
porém não agora.
Esclareça primeiro o porquê de ainda estarem juntos. 
Apenas esclareça, sem determinar um prazo para que ele 
saia, mas assegurando sempre que essa é sua necessidade. 
Isso também será importante para que você entenda em que 
nível se estabeleceu o compromisso de vocês.
...
Meu marido e eu temos brigado e discutido pelo menos uma vez ao mês. Durante as brigas ele diz 
coisas como “eu não preciso de você”, ou “seria melhor que 
nos divorciássemos” ou, ainda, “você pode ir embora se não 
me quiser mais”.
Eu tentei mostrar a ele como isso me deixa angustiada 
e terrivelmente magoada, mas ele continua a fazer do mesmo 
jeito.
O que devo fazer?
Nada que eu diga vai mudar a sua angústia. Porém, euposso fazer sugestões para minimizar a sua dor.
Antes de tudo não tire conclusões precipitadas. O que 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
ele diz ele só diz no momento de raiva. Na realidade, se ele 
quisesse deixá-la de verdade já teria feito a algum tempo. 
Na próxima vez que ele lhe agredir verbalmente, evite-o 
se afastando das agressões. Você não precisa ser o “bode 
expiatório” da raiva e do ódio dele. Se você se afastar todas 
as vezes, ele acabará aprendendo e compreenderá seu ponto.
Essa sua atitude será benéfica para ambos. Isso significa 
que gradativamente irá modificando o comportamento dele 
de uma forma que seja justa pra você.
...
Minha esposa e eu estamos juntos há 10 anos. Eu tenho 41 anos, ela 28 e temos um menino com 7. 
Eu a amo mais do que se possa imaginar.
Ela não gosta de se relacionar com outras mulheres e a 
maioria de seus amigos são homens. Gosta de ir ao shopping, 
dançar e jantar com eles.
Eu recebi, recentemente, uma oferta de emprego em 
outra cidade. Ela está hesitante em me acompanhar, a menos 
que eu permita que visite seus amigos para um fim de semana 
ou mesmo por uma semana algumas vezes. Eu não gosto da 
idéia. Alguns desses rapazes ela conheceu há pouco tempo, 
como é o caso de seu professor de Inglês.
Acho que há uma diferença entre amigos de muito 
tempo e pessoas conhecidas recentemente. 
Acha isso saudável em uma união? Que conselho me 
daria?
Sua esposa se casou cedo e possivelmente não teve tempo 
de explorar sua sensualidade perante o sexo oposto. Esses 
namoros platônicos preenchem essa necessidade. Mantendo 
sua postura você a deixa com três escolhas: a separação, até 
que tome consciência que o que ela quer realmente é você; 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
vai com você e passa a viver de mentiras a cada vez que sair 
com amigos; ou vai com você renunciando a todos os outros 
relacionamentos, o que seria algo extremo e sem propósito.
Fazendo a última escolha não haverá nenhuma garantia 
de que suas necessidades serão preenchidas sempre. Com 
certeza irá procurar novas amizades masculinas, talvez sem 
seu conhecimento, por não ter a sua aprovação.
Uma união é construída na confiança e no compromisso. 
Se você sente que não está havendo comprometimento total, 
seria interessante experimentar uma separação até que tudo 
isso se defina. Aconselho-o a considerar essa opção que 
poderá ajudar.
...
Eu amei um homem por muitos anos. Depois, nos desligamos e cada qual seguiu seu caminho. 
Acontece que estamos trabalhando juntos agora e somos 
muito bons amigos. Talvez não seja direito, mas a todos os 
eventos dos quais participamos ficamos juntos. Na verdade 
nos tornamos amantes.
No entanto, ultimamente, os sentimentos cresceram de 
forma mais profunda.
Devo deixá-lo saber disso? Se eu lhe disser poderá 
acontecer de ele se afastar de mim? Ou o melhor seria eu 
renunciar como sua amante?
Pelo que me expôs me faz acreditar que ambos têm 
outro relacionamento. Isso me assegura que, na verdade, o 
que vocês têm é um relacionamento incompleto e escuso. Você 
estabeleceu uma intimidade física mas não uma intimidade 
emocional. Ou seja, existe forte atração física, mas não me 
parece existir amor. Conseqüentemente, não há bases para 
um compromisso emocional com ele. A decisão está no que 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
você necessita desse relacionamento. E você tem de estar 
preparada que pode não ser a decisão dele. Se o que ele quer 
é apenas tê-la como amante, na cama, sem nenhum vínculo 
maior, expondo seu sentimento a ele poderá fazer com que ele 
se afaste.
Contudo, se o que você quer é mais do que simplesmente 
a cama, seja honesta com o seu parceiro sobre isso. Se, pelo 
contrário, você não acha que ele deva saber, o melhor a fazer 
é deixar de lado o amante e mantê-lo apenas como amigo.
...
Sou casada há 22 anos e sempre fui uma mulher do lar. Meu marido é um homem de negócios 
bem sucedido. Temos três filhos, vivemos numa bela casa 
e gozamos férias agradáveis todos os anos. Contudo, eu 
sou totalmente insatisfeita comigo mesma. Isso afeta o meu 
relacionamento com todo mundo. Procuro estar perto das 
outras pessoas o mínimo possível. É assim também em relação 
aos parentes, filhos e no relacionamento com meu marido.
No sexo, tenho sido passiva e uma amante realmente 
desinteressante. Sinto-me vazia por dentro e querendo fugir 
de tudo. Sinto que a alma de menina que já tive um dia se 
afasta de mim cada vez mais.
Diga-me, por favor, o que posso fazer para mudar isso e 
melhorar os relacionamentos na minha vida?
Você descreveu apenas alguns dos sintomas da depressão 
que afeta aproximadamente 5% da nossa população a toda 
hora. A depressão é difícil de diagnosticar, embora os médicos 
e cientistas julguem que suas raízes estejam na bioquímica do 
cérebro e que isso é o que afeta o sistema nervoso.
Muitos fatores – insônia, disfunções hormonais, gené-
ticas e problemas familiares – podem contribuir para o 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
surgimento da depressão.
É muito importante combater a depressão. Você deve 
falar o quanto antes com seu médico sobre esses sintomas 
para que ele lhe dê opções de tratamento.
...
Minha esposa insiste que nós mantenhamos contas bancárias separadas. Nós éramos casados antes 
de nos conhecermos. Com minha esposa anterior, eu nunca 
tive problemas com a comunhão de nossas finanças. Mas, 
aparentemente, o ex-marido da minha esposa atual deve ter 
usado o seu dinheiro sem seu conhecimento e a deixou com 
dúvidas.
Apesar de já sermos casados há dois anos, termos 
comprado uma casa juntos utilizando rendas iguais, ela insiste 
que continuemos clientes distintos no banco.
Isso faz com que as coisas que cada um compra para a 
casa como: jogos de sofá, televisão, computador ou mesmo 
viagens de férias ganhem um caráter individualista. É como se 
fosse o “seu sofá”, a “sua televisão”.
Se eu não colocar combustível no carro dela eu não posso 
guiá-lo. Se eu não comprar a comida eu não posso comê-la.
Estou começando a sentir a nossa relação como 
companheiros de quarto e não como marido e mulher. Contudo, 
eu a deixo usar meu computador e não fico cronometrando o 
tempo.
Eu não acho que tenha que pagar pelos erros acontecidos 
no passado dela.
O que você acha disso?
Você está certo. Não deve mesmo se responsabilizar 
pelas ações do ex-marido dela. 
Certamente que falta confiança e confiança se constrói 
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Perguntas que você gostaria de fazer, mas tem receio de ouvir as respostas.
com o tempo. Até que ela se sinta confortável outra vez, 
demonstre sua boa fé sugerindo a abertura de uma terceira 
conta que seja comum para compras conjuntas. Cada um 
de vocês pode depositar uma quantia pré-estabelecida que 
possa cobrir pagamentos mensais e outras utilidades. Também 
podem pensar numa quantia adicional para fundo de férias e 
outros artigos. 
Quando uma compra tiver o acordo de ambos, o 
dinheiro poderá sair dessa conta. Se um de vocês quiser 
comprar algo que o outro não queira, o dinheiro virá da conta 
individual. Dessa forma você há de ganhar, vagarosamente, 
sua confiança. Acho que a sugestão já será suficiente para 
colocá-la em reflexão. Colocá-la em prática fará com que, 
aos poucos, suas diferenças diminuam.
...
Eu tenho 61 anos e sou ex-capitão da marinha. Sou casado há 41 anos. Minha esposa e eu temos 6 
filhos, todos muito bem casados, e nove netos. Eu ainda sou 
louco de amor por minha esposa e a adoro muito.
Meu problema é que algumas mulheres se insinuam 
constantemente pra mim e eu não sei o porquê. Eu nem 
mesmo as observo. Às vezes, quando

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