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HISTÓRIA DA ENFERMAGEM,
ÉTICA E LEGISLAÇÃO
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
17 
4 HISTÓRIA DA ENFERMAGEM, ÉTICA E LEGISLAÇÃO 
 
Diariamente, o ser humano constrói, individual e coletivamente, a história do grupo 
social a qual pertence, contribuindo ativamente para as transformações e para a 
consolidação de aspectos sociais, culturais e psicológicos. 
 
O estudo da História é importante para que se descubram e se entendam os 
caminhos trilhados pelos antepassados, responsáveis pela atual realidade. Da mesma forma, 
o futuro será uma consequência ou reflexo da situação presente. Para que se compreendam 
melhor os caminhos que levam à construção da categoria profissional de auxiliar de 
enfermagem, é preciso conhecer um pouco sobre o curso dos acontecimentos históricos. 
 
A história situa o indivíduo no tempo e no espaço, estabelecendo elos de 
comunicação entre as sociedades, que, embora situadas num tempo passado, continuam 
vivas e influenciando sua maneira de agir. Seu estudo permite conhecer em que medida o 
homem está próximo ou não do modo de vida de pessoas que viveram em outras épocas, 
bem como compreender os significados dos fatos presentes, criando estímulos para que o 
indivíduo se torne partícipe na construção dessa inacabável história. 
 
4.1 Evolução Histórica 
 
O cuidar de pessoas enfermas tem sido observado como a essência da profissão de 
enfermagem. No entanto o modo como esse cuidado vem sendo exercido ao longo dos anos 
exerce estreita relação com a história da humanidade. Os povos desenvolveram sua arte de 
tratar os doentes, baseados em seus conhecimentos, crenças e costumes locais (BRASIL, 
2003). 
 
Com base nisto, se pode afirmar que o hospital, antes do século XVIII, era uma 
instituição de assistência aos pobres e feridos em guerras. Mas as transformações ocorridas 
ao longo do tempo, além das descobertas científicas, permitiram que os hospitais passassem 
a ser concebidos como um espaço para cuidar, tratar e curar os doentes. Tudo isto, se pode 
dizer, graças às mudanças resultantes da organização do trabalho de enfermagem (BRASIL, 
2003). 
 
O dia 12 de maio é mundialmente comemorado como o Dia Internacional da 
Enfermeira. Era a da de nascimento de Florence Nightingale, a figura mais marcante da 
enfermagem mundial. Ela viveu até os 90 anos, sendo cultuada até os dias atuais, em 
Londres, como uma das grandes heroínas inglesas. Florence, desde a infância, gostava de 
cuidar de animais e crianças doentes, e se revelava uma revolucionária, não aceitando o 
destino reservado às mulheres de sua época: casar e ter filhos. Assim, aos 24 anos decidiu 
trabalhar em um hospital. No entanto, àquela época, os hospitais ingleses não ofereciam 
condições recomendáveis de trabalho, dado que as pessoas que prestavam algum tipo de 
cuidado ou assistência na área eram religiosas católicas ou anglicanas, em sua maioria 
composta por mulheres, sem preparo nem princípios morais, muitas vezes atuando 
embriagadas, sendo, por isto, mal vistas pela sociedade (BRASIL, 2003). 
 
De acordo com Brasil (2003), aos 31 anos Florence conseguiu autorização dos pais 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
18 
para fazer estágios na Alemanha, numa instituição de diaconisas, sob orientação do Pastor 
Fliedner, onde aprendeu a cuidar de doentes pobres. Sendo poliglota, Florence aproveitou 
sua estada em um hospital de Paris, onde conheceu, aprendeu e acompanhou por vários 
meses o trabalho assistencial e administrativo realizado pelas irmãs de caridade de São 
Vicente Paulo. Foi com elas que Florence aprendeu sobre regras, a cuidado com os doentes, 
a fazer anotações, elaborar gráficos, listas de atividades desenvolvidas, etc. 
 
Durante a Guerra de Crimeia, em 1854, Florence ofereceu seus serviços e partiu 
com outras 38 voluntárias de diferentes hospitais. Ao encontrar 4.000 feridos em imensos 
galpões, organizou a lavanderia, a cozinha e todos os serviços necessários para o cuidado 
dos feridos, conseguindo baixar a mortalidade de 40% para 2%. À noite, ela percorria os 
alojamentos e corredores do hospital improvisado com uma lamparina para poder ver os 
pacientes, passando a ser conhecida como a Dama da Lâmpada – motivo pelo qual até hoje 
a enfermagem é representada pela lâmpada, símbolo da sentinela, de vigília constante e do 
cuidado contínuo do profissional que trabalha junto aos doentes (BRASIL, 2003). 
 
Após a guerra da Criméia, Florence publicou dois livros: Notas Sobre Hospitais, em 
1858, e Notas Sobre Enfermagem, em 1859 (BRASIL, 2003). Devido ao sucesso de sua 
missão, recebeu homenagens do povo e do governo, além de um prêmio em dinheiro, 
utilizado para a organização da primeira escola de enfermagem dos tempos modernos no 
Hospital São Tomas, em Londres, tendo as primeiras 15 alunas matriculadas no ano seguinte. 
A ideia de Florence era reformar a enfermagem não apenas na Inglaterra, mas no mundo 
inteiro, a partir da seleção de candidatas jovens, educadas e de elevada posição social. Este 
rigor se dava pelo intuito de eliminar o baixo nível social daquelas que, até então, presavam 
assistência aos pacientes em hospitais. Apesar disto, o início foi de intensa luta, visto que 
poucos entendiam a necessidade de se ter enfermeiras cultas e com elevados dotes morais. 
E o mais grave: não se acreditava que seriam necessários estudos e preparação especial para 
cuidar de pessoas doentes. 
 
Acredita-se que as experiências de Florence durante sua passagem pela França, 
aquelas adquiridas com as regras das irmãs de caridade, de São Vicente de Paulo, além da 
rígida convivência com a disciplina militar, a influenciaram quanto à concepção de um 
modelo militarizado de organização das atividades de enfermagem. Algumas das 
enfermeiras diplomadas em sua escola trabalharam na Europa, e outras forma para os EUA, 
Canadá, Nova Zelândia e Austrália, o que permitiu a divulgação do sistema Nightingale em 
todo o mundo, chegando, inclusive ao Brasil. Este sistema tinha como pontos centrais: 
 
a) as enfermeiras deveriam assumir a direção das escolas de enfermagem, sendo as 
principais responsáveis pelo ensino metódico da profissão; e, 
b) os critérios de conduta moral, intelectual, bem como de aptidão, deveria ser 
usados na seleção das candidatas. 
 
4.2 História da Enfermagem no Brasil 
 
“No Brasil, como em muitos outros países, durante um longo período, as funções de 
enfermagem foram relegadas ao plano doméstico ou religioso, sem nenhum caráter técnico 
ou científico” (BRASIL, 2003, p. 127). Os poucos hospitais que existiam àquela época, 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
19 
voltavam-se para o atendimento das vítimas de epidemias, soldados feridos em guerra e 
indigentes. Às parteiras cabia o atendimento às mulheres grávidas e doentes. 
 
No início do século XIX, entre os graves problemas de saúde pública 
existentes no território nacional, destacavam-se a falta de saneamento das 
cidades, a precariedade das habitações, a necessidade de controle sanitário 
dos portos e das doenças epidêmicas, assim como alguns problemas sociais 
decorrentes da presença de doentes mentais perambulando pelas ruas 
(BRASIL, 2003, p. 127). 
 
Nesse sentido, entre as múltiplas propostas de intervenção sobre o espaço urbano com 
vistas ao saneamento, tem especial importância a criação, no Rio de Janeiro, em 1824, de um 
hospício, chamado posteriormente de Hospital Nacional de Alienados. A criação deste pode ser 
considerada um marco histórico que antecedeu à criação da primeira escola de enfermagem no país. 
 
A Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras foi crida em 1890, por força de um 
decreto federal, no 791, que funcionava dentro do Hospital Nacional de Alienados. Essa escola 
denominou-se, posteriormente, Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, que hoje pertence à 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio). Observa-se que a escola não fora instalada nos 
moldes do sistema Nightingale, dado que sua divulgação não havia chegado ainda Brasil. 
 
O primeiro curso de enfermagem seguindoos moldes “nightingaleanos” surgiu em São 
Paulo, no ano de 1895, por iniciativa de enfermeiras inglesas que praticavam também a enfermagem 
domiciliar, que era muito importante na época, tendo em vista que havia muita resistência à 
hospitalização, especialmente no que diz respeito às camadas sociais elevadas. Por ser um grupo 
restrito, dirigido por pessoas ligadas à religião presbiteriana, essa iniciativa não teve grandes 
repercussões. Em 1916, no Rio de Janeiro, durante a Primeira Guerra Mundial, a Cruz Vermelha 
Brasileira criou sua escola de enfermagem, com o objetivo de preparar voluntárias para o exercício 
da enfermagem em frentes de batalha (BRASIL, 2003). 
 
O início da década de 1920 foi marcado pelas epidemias que assolavam o País: tifo, cólera e 
febre amarela. Surgiu, então, o Departamento Nacional de Saúde Pública, organizado pelo Dr. Carlos 
Chagas. Com vistas a conter a epidemia de febre amarela, Carlos Chagas promoveu a vinda de um 
grupo de enfermeiras norte-americanas, tendo a colaboração da Fundação Rockfeller. Embora já 
funcionasse, há mais de vinte anos, uma escola profissional e enfermeiros e enfermeiras, contando 
com a ajuda do Departamento Nacional de Saúde Pública, criado por Chagas, estas enfermeiras 
fundaram, então, em 1923 uma escola de enfermagem, vinculada a este departamento, denominada 
Escola de Enfermagem Anna Nery, que atualmente faz parte da Unirio. Deste modo, as duas escolas 
passaram a coexistir de forma totalmente independente. 
 
Após a formatura da primeira turma de enfermeiras dessa nova escola, surgiu, então, a 
Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), em 1926. Diz-se que a história da enfermagem 
brasileira se confunde com a história da Aben, cujas pioneiras (Edith de Magalhães Fraenkel, Glete de 
Alcântara, Marina de Andrade Resende, Haydée Guanais Dourado, Maria Rosa de Souza Pinheiro, 
Irmã Maria Tereza Notarnicola, Maria Ivete Ribeiro de Oliveira, entre muitas outras) lideraram, com 
intensa luta, todas as conquistas da profissão (BRASIL, 2003). 
 
4.3 Introdução à Ética 
 
O ser humano age no mundo em que vivemos de acordo com valores pré-
estabelecidos. Isso significa que as coisas e as ações realizadas podem ser hierarquizadas de 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
20 
acordo com as noções de bem e de justo, compartilhadas por um grupo de peso. O homem é 
um ser que avalia sua conduta a partir de valores morais, ou seja, a partir da moralidade que 
possui, portanto, o homem é um ser moral. 
 
Embora os termos moral e ética, na maioria das vezes, sejam usados como 
sinônimos, existe diferença entre os conceitos, carecendo que se faça distinção entre eles. 
Mas o que é a moral? E o que é a ética? E qual a diferença entre moral e ética? Estes temas 
serão explorados a seguir. 
 
4.3.1 Moral 
 
A palavra moral vem do latim moralis, morale e significa o que é relativo aos 
“costumes”. É o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um 
determinado grupo de pessoas, com o objetivo fundamental de obter melhor reação em 
sociedade. Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no espaço quanto no 
tempo, os valores podem ser distintos de uma comunidade para outra, o que origina códigos 
morais diferentes. Pode-se dizer, de modo simplificado, que o sujeito moral é aquele que 
age bem ou mal, na medida em que acata ou transgride as regras morais. 
 
4.3.2 Ética 
 
Apalavra ética vem do grego ethikos, e significa o que é relativo ao “modo de ser”, 
“comportamento”. A ética está presente em todas as raças. Ela é um conjunto de regras, 
princípios ou maneira de pensar e expressar. É a parte da filosofia (disciplina filosófica) que 
se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. 
A ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana. As reflexões éticas não se 
restringem apenas à busca de conhecimento teórico sobre valores humanos, cuja origem e 
desenvolvimento levantam questões de caráter sociológico, antropológico, religioso e etc. A 
ética é uma filosofia prática, sobre a prática humana. 
 
Pode-se afirmar que a Ética é um conjunto de valores morais e princípios que 
norteiam a conduta humana na sociedade. A ética contribui para que haja um equilíbrio e 
bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a 
ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de 
justiça social. 
 
A ética é construída por uma sociedade, com base nos valores históricos e culturais. 
Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios 
morais de uma sociedade e seus grupos. Cada sociedade e cada grupo possuem seus 
próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica 
pode ser ético, dentro dos princípios da bioética, que rege as pesquisas biológicas. 
Entretanto, em outro país esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. 
 
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe 
também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, citam-se: ética 
médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética 
jornalística, ética na política, etc. Uma pessoa que não segue a ética da sociedade à qual 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
21 
pertence é chamada de antiética, assim como o ato praticado. 
 
4.3.3 Fundamentos da Ética 
 
Antes de tratar sobre qualquer elemento em que se fundamenta a ética, é 
necessário entender o significado do termo. Este pode ser definido como o resultado do 
julgamento da sociedade em busca da normatização dos aspectos corretos, em resposta a 
diversas questões humanas. Para que se inicie um julgamento, é necessário, antes de tudo, 
que existam as questões. Para tratar destas questões, é necessário um pensamento crítico e 
racional, a partir do qual se estabelecerão os julgamentos, podendo, dar origem a novos 
questionamentos. 
 
Os fundamentos da ética têm como base os estudos da Filosofia, que se entende 
também como a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao 
mundo e ao homem. Neste sentido, se entende que sem o pensamento filosófico, seria 
impossível extinguir os questionamentos e definir uma ética completa e coerente. 
 
4.3.4 Ética e Cidadania - Atitude Ética 
 
Ser Ético é agir corretamente sem prejudicar os outros. É cumprir com os valores da 
sociedade em que se vive, mora, trabalha, estuda etc. Ética é tudo que envolve integridade, 
é ser honesto em qualquer situação, é ter coragem para assumir seus erros e decisões, ser 
tolerante e flexível, é ser humilde. 
 
Todo ser ético reflete sobre suas ações, pensa se fez o bem ou o mal para o seu 
próximo. É ter a consciência “limpa". 
 
4.3.5 Ética e Política 
 
Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, isto é, a vida propriamente 
humana digna de seres livres, então é inseparável da ética. De fato, para os gregos, era 
inconcebível a ética fora da comunidade política – apóliscomokoinonia ou comunidade dos 
iguais, pois nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização mais alta. 
 
Quando se estuda a ética, percebe-se que Aristóteles distinguira entre teoria e 
prática e, nesta, entre fabricação e ação, isto é, diferenciar a poiesis de práxis. Percebe-se 
também que reservara à práxis um lugar mais alto do que à fabricação, definindo-a como 
ação voluntária de uma gente racional em vista de um fim considerado bom. A práxis por 
excelência é a política. A este respeito, na Ética a Nicômaco, escreve Aristóteles, segundo 
Chauí (2000): 
 
[...] se, em nossas ações, há algum fim que desejamos por ele mesmo e os 
outros são desejados só por causa dele, e senão escolhemos 
indefinidamente alguma coisa em vista de outra (pois, nesse caso, iríamos 
ao infinito e nosso desejo seria fútil e vão), é evidente que tal fim só pode 
ser o bem, o Sumo Bem (...). Se assim é, devemos abarcar,pelo menos em 
linhas gerais, a natureza do Sumo Bem e dizer de qual saber ele provém. 
Consideramos que ele depende da ciência suprema e arquitetônica por 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
22 
excelência. Ora, tal ciência é manifestamente apolítica, pois é ela que 
determina, entre os saberes, quais são os necessários para as cidades e que 
tipos de saberes cada classe de cidadãos deve possuir (...). 
 
A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o que é preciso fazer e 
do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve englobar os fins de 
todas as outras, onde se conclui que o fim da política é o bem propriamente humano. 
Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da cidade, é manifestamente 
uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da cidade, 
pois o bem não é seguramente amável mesmo para um indivíduo, mas é mais belo e mais 
divino aplicado a uma nação ou à cidade. 
 
Platão identificara a justiça no indivíduo e a justiça na polis. Aristóteles subordina o 
bem do indivíduo ao Bem Supremo da polis. Esse vínculo interno entre ética e política 
significava que as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos 
cidadãos e vice-versa, isto é, das qualidades da cidade dependiam as virtudes dos cidadãos. 
Somente na cidade boa e justa os homens podem ser bons e justos; e somente homens bons 
e justos são capazes de instituir uma cidade boa e justa. 
 
4.3.6 Principais Teorias Éticas 
 
Os conceitos éticos são extraídos da experiência e do conhecimento da 
humanidade. Baseado nas lições de estudiosos da ética, há algumas teorias a respeito da 
formação dos conceitos éticos, os quais também se denominam como preceitos, a saber: 
 
 O relativismo moral: 
 
O relativismo moral é a teoria que conceitua as afirmações morais (isso é bom, 
aquilo é mau) como relativas à cultura. Para o relativista moral, não existe algo 
objetivamente bom ou mau; o relativista moral afirma que algo considerado mau em 
determinada cultura pode ser considerado bom em outra cultura. O relativista moral tende a 
considerar que “bom” é aquilo que é socialmente aprovado e “mau” é aquilo que é 
socialmente desaprovado em determinada cultura. 
 
 O absolutismo moral: 
 
O absolutismo moral é a teoria que afirma que existem valores morais objetivos. 
Para o absolutista moral, uma ação é boa ou má, independentemente da cultura à qual o 
agente pertença. O absolutista moral parte de princípios éticos definidos e deles deduz suas 
proposições morais. 
 
 O utilitarismo: 
 
O utilitarismo é a teoria que afirma que se deve buscar maximizar os benefícios e 
minimizar os malefícios para a maior quantidade de pessoas. O utilitarista faz uma espécie 
de cálculo ético para chegar à conclusão de que uma ação é boa (a que maximiza os 
benefícios e minimiza os malefícios) e outra é má (a que não maximiza os benefícios e/ou 
não minimiza os malefícios). 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
23 
 O fundamentalismo: 
 
Esta teoria propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao 
ser humano, a qual pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras, ou até mesmo 
outro ser humano. 
 
 A teoria kantiana: 
 
Defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja extraído do fato de 
que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais. 
 
 A teoria contratualista: 
 
Baseada nas ideias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de 
que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo 
com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam 
extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz 
e da harmonia do grupo social. 
 
O estudo de todas essas teorias revela que os conceitos éticos precisam ser 
elaborados tendo em conta todas elas, mas sem se ater a uma em especial. Cada conceito 
ético, para ser aceito como tal precisa claramente encontrar guarida em pelo menos uma 
teoria. São todos relativos, e como tal devem ser entendidos. Não existem verdades 
absolutas ou exatas em matéria de ética. A reflexão permanente é requerida. 
 
 Teorias éticas – práticas: 
 
a) a ética da convicção, entendida como deontologia (estudo dos deveres); e, 
b) a ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos fins 
humanos). 
 
Toda atividade orientada pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente 
diferentes e irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade 
ou pela ética da convicção. Isso não quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à 
ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à ausência de convicção. Não se 
trata evidentemente disso. Todavia, há uma oposição abissal entre a atitude de quem age 
segundo as máximas da ética da convicção. Em linguagem religiosa, diz-se: “o cristão faz seu 
dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus”. Enquanto a atitude de 
quem age segundo a ética da responsabilidade diz: “devemos responder pelas 
consequências previsíveis de nossos atos”. 
 
A ética da convicção é uma ética que se pauta por valores e normas previamente 
estabelecidos, cujo efeito primeiro consiste em moldar as ações que deverão ser praticadas. 
Ela se subdivide em: a do princípio e a da esperança. A primeira está restrita às normas 
morais estabelecidas, num deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima 
sentencia: respeite as regras haja o que houver. A segunda se ancora em ideais, moldada por 
uma fé capaz de mover montanhas, e cuja máxima preconiza: o sonho antes de tudo. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
24 
Essas vertentes correspondem a modulações de deveres, preceitos, dogmas ou 
mandamentos introjetados pelos agentes ao longo dos anos. Como exemplo da ética da 
convicção, o Cônsul português Aristides de Sousa Mendes, lotado no porto francês de 
Bordeaux, preferiu ter compaixão a obedecer cegamente a seu governo e regeu seu 
comportamento pela ética da convicção. Priorizou a seus riscos e custos um valor em relação 
ao outro. Diante do avanço do exército alemão em junho de 1940, salvou a vida de 30 mil 
pessoas, entre as quais 10 mil judeus, ao emitir vistos de entrada em Portugal a qualquer um 
que pedisse, num ritmo frenético. 
 
A ética da responsabilidade se caracteriza por considerar cada um responsável por 
aquilo que faz. Os agentes avaliam os efeitos previsíveis que uma ação produz; constam 
obter resultados positivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao preconizar 
que “dos males, o menor”. 
 
Exemplificando a ética da responsabilidade, diante da queda acentuada das 
receitas, um dos cenários possíveis é o da forte redução das despesas com o consequente 
corte de pessoal. O que fazer? Manter o dispêndio representado pela folha de pagamento e 
agravar a crise (talvez até pedir concordata), ou diminuir o desembolso e devolver à 
empresa o fôlego necessário para tentar ficar à tona na tormenta? Vale dizer, cabe ou não 
cabe sacrificar alguns tripulantes para tentar assegurar a sobrevinda ao resto da tripulação e 
ao próprio navio? E o que mais interessa do ponto de vista social? Uma empresa que feche 
as portas ou uma empresa que gere riquezas? 
 
A ética da responsabilidade, assim como a da convicção, está alicerçada em duas 
vertentes: a utilitarista e da finalidade. A primeira exige que as ações produzam o máximo de 
bem para o maior número, isto é, que possam combinar a mais intensa felicidade possível 
(critério da eficácia) com a maior abrangência proporcional (critério da equidade). Sua 
máxima recomenda: faça o maior bem para mais gente. A segunda determina que a 
bondade dos fins justifique as ações empreendidas e supõe que todas as medidas 
necessárias serão tomadas. Sua máxima ordena: alcance os objetivos custe o que custar. 
 
A doutrina enfocada, conclui-se que, enquanto aqueles que pendem pela ética daconvicção guiam-se por imperativos da consciência e os que seguem a ética da 
responsabilidade guiam-se por uma análise de riscos. 
 
É necessário lembrar-se: a moral é a consideração do que é bem ou mal. A ética é o 
estudo das teorias que vão explicar a moral. A moral é a prática, a ética é a teoria. 
 
4.3.7 Ética e Desenvolvimento Sustentável 
 
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento 
capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de 
atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os 
recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar 
dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. O que é preciso 
fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável? 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
25 
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do 
reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma 
nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas 
vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do 
consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser 
insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade 
depende. 
 
Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos 
naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade 
biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, 
de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e 
produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem. 
 
Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos? O 
desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não 
pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados, mesmo porque não seria possível. 
Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a 
quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de 
recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em 
desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados. 
 
Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados 
por disparidades. Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da 
população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 
70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial. Conta-se que 
Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se depois da independência, a Índia perseguiria o estilo 
de vida britânico, teria respondido: "a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do 
planeta para alcançar sua prosperidade. Quantos planetas não seriam necessários para que 
um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?". 
 
A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam 
mudar. Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser reestruturados 
para levar em consideração o meio ambiente. O Fórum de Copenhagen (01/2010) serviu 
para medir de uma vez por todas o tamanho do egoísmo dos países desenvolvidos, 
sobretudo quanto ao consumo de energia, que é igual a quanto maior, mais crescimento, de 
parte dos países em desenvolvimento. Ficou claro que eles podem consumir a energia que 
quiserem, enquanto que os países em desenvolvimento terão que diminuir o consumo de 
energia, que significa diminuir a produção, gerar menos emprego e renda, crescer menos, 
etc. Barbaridade em dose dupla. 
 
Mais uma vez eles mistificam a realidade. De um lado, preservar o meio ambiente é 
uma necessidade vital e um comportamento fundamental para o ser humano. Diminuir a 
emissão de CO² é necessário para o planeta como um todo, porém não dá mais para aceitar 
tanta mistificação porque, na realidade, o problema climático, ambiental e etc., não está 
localizado dentro do contexto econômico que eles mistificam para evitar o avanço 
inexorável dos países emergentes, sobretudo aqueles relativos aos BRICS, acrônimo para o 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
26 
grupo constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 
 
São conhecidos os riscos do atual modelo de desenvolvimento, há recursos e 
tecnologia e se sabe o que deve ser feito para alcançar a justiça social e cuidar do planeta. 
Neste sentido, opção pelo desenvolvimento sustentável depende apenas da vontade política 
dos governos e da sociedade como um todo. Ou seja, trata-se de uma escolha ética. 
 
Nessa dimensão reflexiva, é importante pontuar a correlação ou a relação biunívoca 
existente entre as ciências sociais. Assim sendo, não poderemos deixar de considerar o 
universo que compõe esse cenário, evidenciando os seguintes fatores básicos para o estudo 
da economia: 
 
a) dotação de recursos: compreende todos os recursos disponíveis numa 
economia. É o que se usa para produzir bens; 
b) tecnologia: é o menu da economia moderna, oferece todas as combinações 
diferentes de recursos que podem ser utilizados para a produção de bens e 
serviços; 
c) preferência dos indivíduos: depende dos bens e serviços que a economia deve 
produzir. As preferências das pessoas determinam suas decisões; e, 
d) instituições econômicas: são as normas que regulam as relações em uma 
determinada economia. São formalmente codificadas em leis (leis tributárias, leis 
trabalhistas, leis da propriedade, etc.). 
 
E dentro desse contexto de análise centrada na fundamentação econômica que se 
pontuam, também, alguns aspectos da ação econômica e seus principais condicionamentos, 
ou seja, os fatores condicionantes da ação, das relações e do comportamento econômico e 
que podem também ser condicionados por elas: 
 
a) forma de organização política da sociedade; 
b) posturas ético-religiosas; 
c) modos de relacionamento social; 
d) condições limitativas do meio ambiente; 
e) estrutura da ordem jurídica; 
f) formação cultural da sociedade; 
g) padrões das conquistas tecnológicas. 
 
Muitas vezes são as empresas criticadas por não desenvolverem produtos 
ecológicos ou por seguirem lógicas produtivas socialmente nefastas. No entanto, se 
realmente se defende a liberdade e a responsabilidade dever-se-á, para além de inquirir as 
empresas, confrontar os consumidores com os seus atos e as suas opções. Não é justo nem 
benéfico utilizar as empresas como bode expiatório da má consciência global e, por outro 
lado, tratar os consumidores como se fossem crianças. 
 
Os clientes, os consumidores, são a chave para alguns dos dilemas que se colocam 
no que respeita à exequibilidade da ética empresarial. Proliferam os rankings de empresas 
que são boas empregadoras, desenhados por instituições ou órgãos de comunicação; há 
também já múltiplos fundos éticos e até índices como o FTSE4Good, destinado a facilitar o 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
27 
investimento socialmente responsável e a aposta em empresas guiadas por uma gestão 
transparente. 
 
A ética do consumidor é a melhor contrapartida que pode haver para uma ética da 
empresa. À responsabilidade da empresa deve corresponder a responsabilidade do 
consumidor, que deve se preocupar em adotar um consumo consciente e crítico em face de 
políticas de contratação, higiene, segurança, transparência, honestidade no seio das 
empresas que produzem os bens ou fornecem os serviços que vai adquirir. De fato, muito da 
crítica ao capitalismo é uma crítica à democracia, na medida em que é uma crítica à 
capacidade de escolha de cada indivíduo. A maturidade em todas as escolhas efetuadas 
pelas pessoas é decisiva para formatar os estados em que vivem, as sociedades na qual se 
movem e os mercados que as abastecem. Isto corresponde precisamenteà persecução do 
projeto iluminista numa época pós-convencional de, como Kant afirmou, de o indivíduo ser 
capaz de guiar-se por si próprio, assumir o peso de sair da menoridade confortável a que o 
consumo automático o restringe. 
 
A ética do consumo não faz parte da ética empresarial, mas é a consequência lógica 
da mesma, uma exigência de justiça; movendo-nos no plano da ética e não do direito, a 
coação não pode ser jurídica. No entanto, a coação moral num sujeito coletivo como é a 
empresa, só pode dar-se a partir de algo tangível. O consumismo (ético e ecológico) é a 
recompensa prática da empresa ética e a punição da empresa que se furta a ser responsável. 
 
4.3.8 Ética e o Mundo do Trabalho 
 
Esta subseção abordará a importância ética no mundo do trabalho, como ela se 
estabelece no ambiente empresarial. 
 
 Ética empresarial: 
 
Ética empresarial é o comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela 
age em conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela 
coletividade (regras éticas). A atividade empresarial é eticamente fundada e orientada, 
quando se cria emprego, se proporciona habitação, alimentação, vestuário e educação, 
detendo os bens como quem os administra. Para os cristãos, a ética empresarial é justiça e 
obras de misericórdia. Para muitos outros será a lei natural que diz que ninguém pode ser 
feliz / rico no meio de infelizes / pobres. A ética empresarial, ainda, consiste na busca do 
interesse comum, ou seja, do empresário, do consumidor e do trabalhador. 
 
 A importância da ética empresarial: 
 
Todo sistema que diminui a relevância da ética, tornando tal valor desprezível, 
tende a não respaldar os reclamos da sociedade, a tornar o Estado que o produziu menos 
democrático, quando não totalitário, e termina por durar tempo menor que os demais 
ordenamentos que a reconhecem. 
 
Além de outros dispositivos constitucionais, onde a ética permeia, verifica-se que é 
no capítulo VII, do título III da Constituição Federal de 1988, que se encontra de forma mais 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
28 
evidente a imposição da necessidade da ética, no exercício da honrosa função de servir a 
sociedade, estando esse princípio dentre os mais importantes da Administração Pública, a 
saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
No âmbito da atividade empresarial, os princípios éticos que norteiam o direito, 
estampados na Ordem Econômica e Financeira, fundamentam-se na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, reprimindo o abuso do poder econômico, incentivando a livre 
concorrência, dando tratamento preferencial às empresas de pequeno porte, proibindo a 
atuação do Estado na área específica da iniciativa privada, a não ser em caráter excepcional 
(segurança nacional ou relevante interesse coletivo). 
 
O § 4º, do art. 173, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu as práticas que 
devem ser evitadas na exploração da atividade econômica, por ferir a ética empresarial, 
dispondo que: "A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos 
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros". 
 
Evoluímos, assim, para uma sociedade em que alguns denominaram "pós-
capitalista" e outros "neocapitalista" ou ainda "sociedade do saber", caracterizada pela 
predominância do espírito empresarial e pelo exercício da função reguladora do direito. O 
Estado reduz-se a sua função de operador para tornar-se o catalisador das soluções, o 
regulador e o fiscal da aplicação da lei e a própria administração se desburocratiza. O 
espírito empresarial, por sua vez, cria parcerias que se substituem aos antigos conflitos de 
interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo, entre empregados e empregadores, 
entre produtores e consumidores e entre o Poder Público e a iniciativa privada. 
 
A sociedade contemporânea apresenta um novo modelo para que a empresa possa 
progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a mobilização construtiva de todos 
os participantes, não só do plano político, pelo voto, mas também no campo econômico, 
mediante várias formas de parceria, com base na confiança e na lealdade que devem 
presidir as relações entre as partes. 
 
Neste contexto, a empresa, abandonando a organização hierarquizada, "apodera do 
mundo empresarial, com os valores que lhes são próprios, como iniciativa, 
corresponsabilidade, comunicação, transparência, qualidade, inovação e flexibilidade”. Vê-
se, portanto, que a empresa, abandonando sua estrutura originária, sob o comando dos 
proprietários de companhia, agora, se sujeita, a uma nova forma de governo, com maior 
poder atribuído aos acionistas e empregados e até a própria sociedade civil, passando a ter 
verdadeiros deveres, não só com os seus integrantes e acionistas, mas também com os seus 
consumidores, clientes e até com o meio ambiente. 
 
A Lei n. 6.404/76, que disciplina as sociedades por ações, enumera de forma precisa 
e detalhada os deveres e responsabilidades dos administradores, a função social da 
empresa, orientando no sentido de que o administrador deve exercer as atribuições que a lei 
e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as 
exigências do bem público e da função social da empresa (art. 154). 
 
É preciso ressaltar que hoje, no que tange à matéria contratual, ao contrário do que 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
29 
acontecia no passado, onde o direito além de exigir a completa boa-fé, proporciona 
proteção mais adequada ao comerciante mais frágil, transmuta-se, assim, de um regime de 
completa liberdade para uma nova ordem na qual a liberdade das partes importa 
responsabilidade, devendo inspirar-se em princípios éticos, abandonando-se a igualdade 
formal para atender às situações respectivas dos contratantes, ou seja, à igualdade material. 
Na questão ambiental, há que se ressaltar que o meio ambiente transformou-se em um 
valor permanente para a sociedade, de forte conteúdo ético. Assim, protegê-lo tornou-se 
um imperativo para todos os habitantes da terra, exigindo que cada um se conscientize 
dessa grande necessidade, requerendo esforço comum, em resposta aos desafios do futuro. 
 
Exige-se, portanto, que as empresas promovam o desenvolvimento sustentável, 
conforme tem insistido a Câmara de Comércio Internacional. É preciso pensar e pensar 
rápido, com coragem e ousadia, numa nova ética, para o desenvolvimento. Numa ética que 
transcenda a sociedade de mercadoria, da suposta generalização dos padrões de consumo 
dos países ricos para as sociedades periféricas – promessa irrealizável de certas correntes 
desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje em dia. Tal promessa não passa 
de um jogo das contas de vidro, recheado de premissas falsas, devido a obstáculos políticos 
criados pelos países ricos (que brecam a generalização da riqueza) e as limitações impostas 
pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitações ecológicas inviabilizam (devido ao 
efeito estufa, destruição da camada de ozônio, dilapidação das florestas tropicais etc.) a 
homogeneização para toda a humanidade dos padrões dos gastos do consumo. 
 
Hoje, as grandes entidades financeiras nacionais e estrangeiras só aprovam 
financiamentos cujos projetos não afetem o meio ambiente. Dentro desse contexto, 
decidindo a empresa adotar os postulados éticos em suas relações, nada mais necessário do 
que estabelecer as regras de conduta a partir de um instrumento interno, ou seja, elaborar 
um Código de Ética, que teria a incumbência de padronizar e formalizar o entendimento da 
organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. Com ele, poder-se-
á evitar que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena 
dos princípios, além de que, pode constituir uma prova legal de determinação da 
administração da empresa, de seguir os preceitos nele refletidos. 
 
 A responsabilidade social das empresas: 
 
A empresatem sido entendida, doutrinariamente, como uma "atividade econômica 
organizada, exercida profissionalmente pelo empresário, através do estabelecimento". 
Extraem-se daí os três conceitos básicos da empresariedade: o empresário, o 
estabelecimento e a atividade. Para melhor entendimento da empresa sob o enfoque da 
ética, traz-se à colação o pensamento de Alfredo Lamy Filho e José Luiz Bulhões Pedreira 
sobre a empresa – a grande empresa – enfocando-a como a célula de base de toda a 
economia industrial. Em economia de mercado, é, com efeito, no nível da empresa que se 
efetua a maior parte das escolhas que comandam o desenvolvimento econômico: definição 
de produtos, orientação de investimentos e repartição primária de vendas. 
 
Este papel motor da empresa é, por certo, um dos traços dominantes de nosso 
modelo econômico: por seu poder de iniciativa, a empresa está na origem da criação 
constante da riqueza nacional; ela é, também, o lugar da inovação e da renovação. Os 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
30 
autores vão além e afirmam que: a macroempresa envolve tal número de interesses e de 
pessoas - empregados, acionistas, fornecedores, credores, distribuidores, consumidores, 
intermediários, usuários -, que tende a transformar-se realmente em centro de poder tão 
grande que a sociedade pode e deve cobrar-lhe um preço em termos de responsabilidade 
social. Seja a empresa, seja o acionista controlador, brasileiro ou estrangeiro, todos têm 
deveres para a comunidade na qual vivem. 
 
Os autores concluem dizendo que essa revolução que se está operando nos países 
da vida ocidental - como resposta, até certo ponto surpreendente e admirável, às exigências 
de conciliar a eficiência insubstituível da macroempresa com a liberdade de iniciativa e a 
distribuição da riqueza - não foi feita, nem poderá sê-lo, sem a compreensão e a efetiva 
colaboração dos empresários - que a lideraram -, das instituições comerciais, que a 
secundaram, dos investidores que a compreenderam e apoiaram, e do Estado, que a 
estimularam, disciplinaram e removeram os obstáculos jurídicos para que ela se realizasse 
na plenitude. 
 
 Evolução da ética empresarial: 
 
A doutrina no âmbito do direito empresarial tem conceituado a empresa como uma 
atividade econômica organizada pelo empresário, que se utiliza dos fatores da produção - a 
natureza, o capital e o trabalho - para produzir um resultado, que pode ser um serviço, um 
bem ou um direito, para venda no mercado, com o objetivo final de lucro. 
 
A história nos dá conta de que, nas sociedades primitivas e antigas, a atividade 
econômica se baseava na troca de mercadoria por mercadoria, não existindo nesse período 
a ideia de lucro e nem de empresa. Portanto, a ética se restringia às relações de poder entre 
as partes e pelas eventuais necessidades presentes de obtenção de certos bens ou artigos. 
 
O surgimento do conceito de lucro nas operações de natureza econômica trouxe 
certa dificuldade para a moral, posto que ele (o lucro) era originariamente considerado um 
acréscimo indevido, sob o ponto de vista da moralidade. Somente no século XVIII, o 
economista Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Nações, conseguiu demonstrar que o 
lucro não é um acréscimo indevido, mas um vetor de distribuição de renda e de promoção 
do bem-estar social, expondo pela primeira vez a compatibilidade entre ética e atividade 
lucrativa. 
 
A encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, foi a primeira tentativa formal de 
impor um comportamento ético à empresa. Esse documento papal trouxe no seu bojo 
princípios éticos aplicáveis nas relações entre a empresa e empregados, valorizando o 
respeito aos direitos e à dignidade dos trabalhadores. 
 
Surge nos Estados Unidos em 1890, a Lei Shelman Act, destinada a proteger a 
sociedade contra os acordos entre empresas, contrários ou restritivos da livre concorrência. 
No início do século XX, foi editada a Lei Clayton, alterada pela Pattman-Robison, que 
complementou a lei Shelman Act, proibindo a prática de discriminação de preços por parte 
de uma empresa em relação aos seus clientes. 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
31 
Em 1972, realizou-se a Conferência Internacional Sobre o Meio Ambiente, em 
Estocolmo, Suécia, organizada pela Organização das Nações Unidas, que teve como 
finalidade conscientizar todos os segmentos sociais, inclusive as empresas sobre a 
necessidade de se preservar o planeta. Cinco anos após, o governo americano legisla sobre a 
ética empresarial, por meio da edição da Lei Foreign Corrupt Practices Act, que proíbe e 
estabelece penalidades às pessoas ou organizações que ofereçam subornos às autoridades 
estrangeiras, com a finalidade de obter negócios ou contratos. 
 
No Brasil, foi editada a Lei n. 4.137/62, alterada pela Lei n. 8.884/94, que reprime o 
abuso do poder econômico e as práticas concorrenciais. Em diversas outras áreas, como nas 
de proteção ao trabalho, do meio ambiente, do consumidor, existem leis específicas, 
tratando da questão da ética. 
 
Diante dessa preocupação mundial com a ética empresarial, pode-se afirmar que se 
vive uma nova era nessa matéria. Relativamente, a evolução da ética na empresa societária, 
ao que se tem notícia, até o fim da primeira metade do século XX, os conflitos societários 
eram solucionados na própria empresa, sendo poucas as demandas judiciais. Prevalecia o 
poder daquele que majoritariamente comandava a empresa. Esse período foi chamado de 
fase monárquica da sociedade comercial. Aplicava-se a visão do banqueiro alemão, ao qual 
se atribui a qualificação dos acionistas minoritários como sendo tolos e arrogantes. Tolos 
porque lhe entregavam o dinheiro, e arrogantes, pois ainda pretendiam receber os 
dividendos. 
 
Paulatinamente, vai-se criando nova consciência nessas relações, e os controladores 
passam a buscar o consenso junto aos demais participantes da sociedade (empregados, 
minoritários etc.). No Brasil, a partir da metade do século XX, já há uma preocupação do 
direito brasileiro para com os direitos dos minoritários, possibilitando-lhes o recebimento 
dos dividendos, o recesso e responsabilizar os administradores e controladores da 
companhia. 
 
É o primeiro passo para a democratização e moralização da empresa, mediante a 
criação de um sistema de liberdade com responsabilidade, que sucedeu ao regime da mais 
completa irresponsabilidade. Verifica-se, modernamente, que a legislação brasileira 
consagra os conceitos de abuso de direito e de responsabilidade pelo desvio de poderes. A 
Lei n. 6.404/76, assim como a legislação do mundo inteiro, tem reconhecido que o poder do 
voto deve ser exercido no interesse da sociedade, consoante dispõe o artigo 115 da citada 
lei: 
 
O acionista deve exercer o direito de voto no interesse da companhia; 
considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de causar dano à 
companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para outrem, 
vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar prejuízo para 
companhia ou para outros acionistas. 
 
A obediência à ética e aos bons costumes se impôs até aos acordos de acionistas, 
cujas cláusulas ilegais, abusivas ou imorais não podem ser consideradas vinculatórias para os 
seus signatários. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
32 
 Valores éticos: interpretação: 
 
Como interpretar os valores éticos? A interpretação de valores éticos pode ser 
absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na premissa de que as normas de conduta são 
válidas em todas as situações, e a segunda de que as normas dependem da situação. 
 
No que tange à ética relativa, os orientais entendem que os indivíduos devem 
dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual pertence a vida dos 
trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a vida 
pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do 
tempo é do trabalhador e não do patrão. 
 
Quanto à ética absoluta, parte-se do princípio de quedeterminadas condutas são 
intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem 
ser apresentadas e difundidas como tal. Um problema sério da ética absoluta é que a noção 
de certo e errado depende de opiniões. 
 
Como exemplo disto, os bancos suíços construíram uma reputação de 
confiabilidade com base na preservação do sigilo sobre suas contas secretas. Sob a 
perspectiva absoluta, para o banco, o correto é proteger a identidade e o patrimônio do 
cliente. Durante muito tempo, os bancos suíços foram admirados por essa ética, até ficar 
evidente que os clientes nem sempre eram respeitáveis. 
 
Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas famosas contas 
secretas muito dinheiro ganho de maneira ilícita. Os bancos continuaram insistindo em sua 
política, enquanto aumentavam as pressões internacionais, especialmente dos países 
interessados em rastrear a lavagem de dinheiro das drogas, ou recuperar o que havia sido 
roubado pelos ditadores e nazistas. Para as autoridades destes países, a ética absoluta dizia 
que o sigilo era intrinsecamente errado, uma vez que protegia dinheiro obtido de forma 
desonesta. Finalmente, as autoridades suíças concordaram em revelar a origem dos 
depósitos e iniciar negociações visando à devolução do dinheiro para os seus donos. 
 
 Razões para a empresa ser ética: 
 
A maioria dos autores que estudam a questão da ética empresarial estabelece que 
o comportamento ético seja a única maneira de obtenção de lucro com respaldo moral. A 
sociedade tem exigido que a empresa sempre puna pela ética nas relações com seus 
clientes, fornecedores, competidores, empregados, governo e público em geral. 
 
O comportamento ético dentro e fora da empresa permite às companhias 
inteligentes baratear os produtos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salários, porque 
uma cultura ética torna possível reduzir os custos de coordenação. Além dessas, outras 
razões podem ser invocadas como o não pagamento de subornos, compensações indevidas 
etc. Agindo eticamente, a empresa pode estabelecer normas de condutas para seus 
dirigentes e empregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação. 
 
Os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial, 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
33 
quer com clientes, quer com fornecedores, quer, ainda, com sócios efetivos ou potenciais, 
Isso ocorre em função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros. A ética da 
empresa trata de mostrar, então, que optar por valores que humanizam é o melhor para a 
empresa, entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera. 
 
A atividade empresarial não é só para ganhar dinheiro. Uma empresa é algo mais 
que um negócio: é antes de tudo um grupo humano que persegue um projeto, necessitando 
de um líder para levá-lo a cabo, e que precisa de um tempo para desenvolver todas as suas 
potencialidades. Entende-se que a ética deve estar acima de tudo, e que a empresa que age 
dentro dos postulados éticos aceitos pela sociedade só tende a prosperar. 
 
 Ética profissional: 
 
Um profissional deve saber diferenciar a Ética da moral e do direito. A moral 
estabelece regras para garantir a ordem independente de fronteiras geográficas. O direito 
estabelece as regras de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm 
uma base territorial, valendo apenas para aquele lugar. As normas jurídicas obrigam os 
cidadãos de forma coercitiva, ou seja, independente da vontade pessoal. Já a norma ética 
não obriga coativamente a pessoa que a descumpre. Pessoas afirmam que em alguns pontos 
elas podem gerar conflitos. O desacato civil ocorre quando argumentos morais impedem 
que uma pessoa acate certas leis. Às vezes as propostas da ética podem parecer justas ou 
injustas. Ética é diferente da moral e do direito, porque não estabelece regras concretas. 
 
A Ética profissional se inicia com a reflexão. Quando se escolhe uma profissão, 
passa-se a ter deveres profissionais obrigatórios. Os jovens quando escolhem sua carreira, 
escolhem pelo dinheiro e não pelos deveres e valores. Ao completar a formação em nível 
superior, a pessoa faz um juramento, que significa seu comprometimento profissional. Isso 
caracteriza o aspecto moral da ética profissional. Mesmo que não se exerça uma atividade 
dentro da área de interesse do profissional, isto não o isenta dos deveres e obrigações que 
este tem a cumprir. 
 
Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos momentos 
mais inoportunos. Para ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores. Ser 
ético é proceder sem prejudicar os outros. Algumas das características básicas de como ser 
um profissional ético é ser bom, correto, justo e adequado. Além de ser individual, qualquer 
decisão ética tem por trás valores fundamentais, tais como: 
 
a) ser honesto em qualquer situação - é a virtude dos negócios; 
b) ter coragem para assumir as decisões - mesmo que seja contra a opinião alheia; 
c) ser tolerante e flexível - deve-se conhecer para depois julgar as pessoas; 
d) ser íntegro - agir de acordo com seus princípios; e, 
e) ser humilde - só assim se consegue reconhecer o sucesso individual. 
 
4.3.9 Problemas Morais 
 
De acordo com Alencastro (1997), a ética não é algo superposto à conduta humana, 
dado que todas as nossas atividades envolvem uma carga moral. O que define a nossa 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
34 
realidade são as ideias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido. 
 
Nas relações do dia a dia apresentam-se problemas do tipo: deve-se sempre dizer a 
verdade ou existem ocasiões em que se pode mentir? Será que é correto tomar tal atitude? 
Deve-se ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? Existe alguma ocasião 
em que seria correto atravessar um sinal de trânsito vermelho? Os soldados que matam 
numa guerra, podem ser moralmente condenados por seus crimes ou estão apenas 
cumprindo ordens? Como tratar a questão do aborto? Como lidar com a eutanásia, com o 
assédio moral? 
 
Essas perguntas evocam problemas cujas soluções, normalmente, não envolvem 
apenas a pessoa que os propõe, mas também outras pessoas que poderão sofrer as 
consequências das decisões e ações, consequências que poderão muitas vezes afetar uma 
comunidade inteira. 
 
Diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir nossas ações de 
forma quase que instintiva, automática, fazendo uso de alguma "fórmula" 
ou "receita" presente em nosso meio social, de normas que julgamos mais 
adequadas de serem cumpridas, por terem sido aceitas intimamente e 
reconhecidas como válidas e obrigatórias. Fazemos uso de normas, 
praticamos determinados atos e, muitas vezes, nos servimos de 
determinados argumentos para tomar decisões, justificar nossas ações e 
nos sentirmos dentro da normalidade (ALENCASTRO, 1997, p. 2). 
 
As normas sobre as quais se fala têm relação com valores morais. São os meios 
pelos quais os valores morais de um grupo social são manifestos e acabam adquirindo um 
caráter normativo e obrigatório. 
 
Quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem 
aceitos, não há muita necessidade de reflexão sobre eles. Mas, quando surgem 
questionamentos sobre a validade de certos costumes ou valores consolidados pela prática, 
surge a necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para os que discordam deles, 
criticá-los (ALENCASTRO, 1997). 
 
Para que se compreenda melhor acerca de alguns problemas relativos à moral, que 
abrangem a área da saúde, aqui especificamente a enfermagem, é necessário que se 
abordem os conceitos da Bioética e seus principais temas: aborto, assédio moral, eutanásia, 
Aids e as relações médico-paciente. 
 
4.3.10 Bioética 
 
Schramm (2002) trata a Bioética como uma ética aplicada, que visa “dar conta” dos 
conflitos e controvérsias morais implicados pelas práticas no âmbito das Ciências da Vida e 
da Saúde, do ponto devista de algum sistema de valores (chamado também de “ética”). 
Para o autor, ela se destina a resolver os conflitos éticos concretos, aqueles que surgem das 
interações humanas em sociedades. A bioética tem uma tríplice função: a) enquanto função 
descritiva, ela descreve e analisa os conflitos em pauta; em sua função normativa, a bioética 
lida com os conflitos, no sentido de abolir os comportamentos que podem ser considerados 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
35 
reprováveis e de prescrever aqueles considerados corretos; e, em sua função protetora, 
intuitivamente, ela ampara, dentro do possível, todos os envolvidos em alguma disputa de 
interesses e valores, priorizando os mais fracos, quando isto se fizer necessário. 
 
Mais claramente falando, a bioética é um conjunto de pesquisas, discursos e 
práticas, cuja finalidade é esclarecer e resolver questões éticas suscitadas pelos avanços e 
pela aplicação da medicina e da biologia. Vários são os grupos, com interesses distintos, que 
debatem sobre a bioética, tais como indústrias farmacêuticas, laboratórios de biotecnologia, 
organizações ambientalistas, associações de consumidores e entidades de classe. 
 
Entre os temas mais abordados na bioética, observam-se o aborto, a eutanásia, os 
transgênicos, a fertilização in vitro, a clonagem e os testes com animais, além da relação 
médico-paciente, assédio moral, as questões envolvendo os pacientes com Aids, etc. As 
próximas seções tratarão sobre aborto, eutanásia, relações médico-paciente, assédio moral 
e Aids. 
 
 Aborto: 
 
Conforme afirmam Diniz e Almeida (1998), dentro da bioética o tema aborto é 
aquele sobre o qual mais se tem escrito, debatido e realizado congressos científicos e 
discussões públicas. No entanto, pouco se caminhou nesta questão nos últimos anos. Para 
os autores, a maior dificuldade para um leigo no assunto reside na literatura, pois fica difícil 
discernir sobre quais são os argumentos filosóficos e científicos consistentes em meio a uma 
infinidade de manipulações retóricas, o que dificulta apresentar um panorama dos estudos 
bioéticos relativos ao tema. 
 
Uma gama considerável de textos acadêmicos, políticos e religiosos entram em 
cena e é uma difícil missão selecionar dentre eles quais os mais significativos para se 
estabelecer um debate frutífero. Neste sentido, abordar-se-á aqui: a) a terminologia e os 
principais tipos de aborto; b) dados sobre a legislação; e c) o aborto enquanto um problema 
ético. 
 
 Terminologia: 
 
Diniz e Almeida (1998) advogam, ainda, que seria necessária uma avaliação 
semântica dos conceitos utilizados pelos pesquisadores que escrevem sobre o aborto, pelo 
fato de a variedade conceitual ser proporcional ao impacto social causado pela escolha de 
cada termo. Observa-se uma cadeia interminável de definições que geram confusões 
semânticas para os pesquisadores interessados em se aprofundar nesta temática. Os autores 
sugerem que se usem as nomenclaturas mais próximas do discurso médico oficial, para 
melhor entendimento do assunto. Assim sendo, eles apontam para quatro tipos de situação 
para o aborto: 
 
a) interrupção eugênica da gestação (IEG) – nestes casos, interrompe-se a gestação 
por valores racistas, sexistas ou étnicos. De uma forma geral, este tipo de aborto 
acontece alheio à vontade da gestante, que é obrigada a praticar o aborto; 
b) interrupção terapêutica da gestação (ITG) – nos casos em que se deve preservar 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
36 
a saúde da gestante. Dado o avanço da medicina, estes casos são considerados 
raros hoje em dia; 
c) interrupção seletiva da gestação (ISG) – nos casos de anomalias fetais. Nestes 
casos, justificam-se as solicitações de aborto dada a incompatibilidade da vida 
extrauterina, como o feto portador de anencefalia, por exemplo; e, 
d) interrupção voluntária da gestação (IVG) – nos casos em que a gestação é 
interrompida pela autonomia da gestante, como uma gravidez indesejada, seja 
ela fruto ou não de um abuso sexual. 
 
Observa-se que, exceto pela interrupção eugênica, as demais levam em 
consideração a vontade da gestante (ou do casal) em manter ou não a gravidez. Sobre estas 
formas também recaem as maiores discussões bioéticas. A ITG e ISG se assemelham, 
especialmente em países onde a legislação permite ambos os casos. No entanto, observa-se 
que além dos limites gestacionais impostos de forma diferente para cada caso, é importante 
salientar que no caso da ISG a saúde do feto é a razão do aborto, e na ITG, privilegia-se a 
saúde materna. 
 
Outra dificuldade reside, de acordo com Diniz e Almeida (1998), em nomear o 
resultado do aborto. Alguns autores chamam de ‘feto’, outros de ‘embrião’, outros ainda de 
‘criança’, ‘não nascido’, ‘pessoa’ ou ‘indivíduo’. Uns autores argumentam que um feto de 12 
semanas, por exemplo, pode sentir dor, enquanto que estudos da neurofisio-embriologia 
negam esta tese. Estas controvérsias geram ainda mais dificuldade no entendimento sobre o 
tema, uma vez que se mesclam argumentos científicos e crenças morais como se fossem 
receitas de bolo, afirmam os autores. E isto se observa tanto entre os proponentes da 
questão quanto entre os seus oponentes. 
 
  Legislação: 
 
Um marco para a legislação e políticas nacionais e internacionais acerca do aborto 
foi a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, que ocorreu no Cairo, 
no ano de 1994. Antes deste evento, é sabido que o tema do aborto não fazia parte da 
agenda de saúde pública de inúmeros países (DINIZ e ALMEIDA, 1998). 
 
Um dos métodos para o controle de natalidade mais utilizado e difundido desde o 
século XIX tem sido o aborto. Porém, é difícil estimar um cálculo preciso para a taxa mundial 
de aborto, dado que este é considerado crime em alguns países. Ainda assim, as taxas 
mundiais de aborto são muitíssimo elevadas, especialmente nos países da África e América 
Latina. Em que pese a contestabilidade sobre o levantamento demográfico acerca do 
número de abortos, o estudo das legislações comparadas se apresenta mais confiável, 
segundo Diniz e Almeida (1998). 
 
No ano de 1869 o Papa Pio IX declarou que a alma incorpora quando da concepção. 
Assim, as leis vigentes naquele século não permitiam qualquer forma de interrupção da 
gravidez. Entre os anos de 1950 e 1985, quase todos os países desenvolvidos liberalizaram as 
suas leis sobre o aborto por motivos de direitos humanos e segurança. E, desde, então da 
década de 1985 alguns países vêm modificando a sua legislação, tornando-a mais aberta 
para a prática. Em países onde o aborto ainda é ilegal, sente-se uma forte influência de 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
37 
antigas leis coloniais, que muitas vezes não refletem a opinião da população local. 
 
De acordo com levantamento feito em 2013, aproximadamente 25% da população 
mundial vivem em países com leis sobre o aborto altamente restritivas, especialmente na 
América Latina, África e Ásia. Em alguns países, como o Chile, as mulheres ainda vão para a 
prisão por praticarem um aborto ilegal. Alguns autores defendem a tese de que a legislação 
restritiva do aborto viola os direitos humanos das mulheres, prescritos com base na 
Conferência Internacional sobre a População e o Desenvolvimento, na Quarta Conferência 
Mundial das Mulheres em Pequim e na Declaração Universal dos Direitos. 
 
Atualmente, a legislação aponta para os seguintes casos: a) para alguns países, o 
aborto é ilegal em todas as circunstâncias ou é permitido apenas em caso de risco de vida da 
mulher, como, por exemplo, no Brasil, Chile, República Dominicana, Venezuela, México, 
Angola, Benin, Costa do Marfim, Senegal, Egito, Líbano, Indonésia, Filipinas, Irlanda, etc.; e b) 
o aborto é permitido por lei, apenas em risco de vida ou para proteger a saúde física da 
mulher, como no caso da Argentina, Bolívia, Equador, República dos Camarões, 
Moçambique, Marrocos, Tailândia, Polônia, etc. 
 
No Brasil, a legislação que trata do aborto foi criada na década de 1940. Emboraseja crime, poucos são os casos conhecidos de pessoas que foram presas em virtude da 
prática ilegal do aborto. Os artigos que tratam do aborto no Código Penal Brasileiro (Dos 
Crimes Contra as Pessoas), Capítulo I são: 
 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento: 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Aborto provocado por terceiro: 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante. Pena - 
reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante. Pena - 
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é 
maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o 
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
Forma qualificada: 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas 
de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados 
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico. 
Aborto necessário: 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro: 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 
 O aborto enquanto um problema ético: 
 
Salatiel (2010, p. 01) advoga que as ciências da vida, tais como a biologia e a 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
38 
medicina criaram uma série de dilemas éticos que são estudados pela filosofia. Dentro da 
filosofia encontra-se a bioética, e dentro desta encontra-se a médica ética, que trata de 
temas polêmicos tal como o aborto. Como já citado aqui, este é um dos pontos mais difíceis 
da ética médica, dado que envolve aspectos legais, religiosos, médicos, socioculturais, 
políticos. 
 
A discussão acerca do tema se situa entre duas posições que se opõem: de um lado, 
uma posição conservadora em favor da vida, que defende o direito moral da vida do feto; de 
outro lado, uma escolha libera, que entende a mulher em seu direito moral de dispor sobre 
o próprio corpo. Não se pode deixar de ressaltar também as posições intermediárias, como 
aquele que advoga ser errado o aborto, mas que apoia a sua prática quando em casos 
específicos, tais como o risco de morte para a mãe ou filho ou em casos de estupro. Há 
também os que são totalmente contra, sobretudo nos casos avançados da gestação. 
 
Em relação ao argumento de que o feto ou embrião tem direito moral à vida, este 
se sobressai diante da escolha da mulher, posto que a vida é um valor superior. A questão, 
então, recai sobre o fato de se considerar o feto como uma pessoa. Enquanto pessoa, não há 
dúvidas de que ele tem direito à vida, e neste sentido, o aborto é errado, se torna um 
problema ético. 
 
Para aquecer o debate, observa-se a conceituação de John Locke, que afirma que a 
pessoa é um ser inteligente, possuidor de razão e capacidade de reflexão. Neste sentido, o 
feto não possui autoconsciência nem capacidade de reflexão, portanto, não pode ser 
definido enquanto pessoa. Ampliando ainda mais a polêmica, percebe-se que, sendo assim, 
os pacientes em coma não teriam direito à vida, nem mesmo os recém-nascidos, visto que 
ainda não possuem a noção de self. Para tentar pôr fim à questão, a literatura muda a 
perspectiva, conceituando o feto como um indivíduo em potencial e, em razão disso, realizar 
um aborto seria privá-lo do direito à vida futura. 
 
Por outro lado, a mulher possui direito sobre o seu corpo e, assim sendo, pode 
decidir pela interrupção de uma gravides se assim o desejar. Este argumento se fortalece 
quando atrelado àquele que afirma que o embrião ainda não é um indivíduo com as 
capacidades desenvolvidas, portanto, não haveria conflito de interesses entre direitos da 
mulher e do feto. Ao se olhar por um prisma de uma gravidez indesejada, o aborto se 
justificaria pela preservação futura do bem-estar do feto, como argumentam alguns. 
 
Dallari (2013) afirma que o aborto fica mais evidente do ponto de vista de um 
problema ético, quando há um conflito entre direitos e deveres morais. Mas não há clareza 
qual obrigação ética gera o direito ao aborto, muito menos quem é o titular deste direito ou 
dever. Diante de um diagnóstico antenatal, de ‘ter os filhos que se quer e não os que não se 
quer’, como descreve a autora, levantam-se dúvidas sobre as técnicas e sua utilização, 
custos envolvidos, escolhas sociais e políticas aí implícitas em relação à autoridade de jugar a 
qualidade da vida humana e quanto às relações interpessoais. Tais questionamentos trazem 
dúvidas cada vez maiores e alimentam o debate, tornando o aborto, de fato, um problema 
ético de saúde pública. 
 
A questão não se encerra e os debates continuam, buscando estabelecer, em 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
39 
definitivo, se o feto é uma pessoa, portanto, possuidora de direito à vida, tendo este direito 
sobreposto à vontade da mãe, que, por sua vez, tem o direito de dispor como queira do seu 
corpo. Espera-se que esses debates permaneçam, se fundamentem cada vez mais e que 
forneçam dados concretos para a elaboração de leis sobre o aborto e para a criação de 
políticas públicas que valorizem 
 
 Eutanásia: 
 
De acordo com Urban (2010), a eutanásia é um tema polêmico, caracteristicamente 
ambíguo, causando confusão entre médicos, legisladores e cidadãos, especialmente no que 
diz respeito ao Brasil. Por sua etimologia, cuja raiz é grega, eu-thanatos quer dizer boa 
morte, ou seja, é a supressão piedosa da vida do paciente, no que tange ao plano ético e 
prático. Entende-se, então, que a eutanásia é a ação ou omissão realizada com o objetivo de 
suprimir a vida de um paciente, com o intuito de lhe garantir o fim do sofrimento, seja ele 
físico ou psíquico. 
 
Diante do exposto, já se pode observar a primeira polêmica, dado que a eutanásia 
não apenas consiste na ação, mas também na omissão de algo que poderia salvar a vida de 
um paciente. E o que fazer? Como atua a ética neste sentido? Como se apresentam aqui os 
valores morais? 
 
Em alguns países, como na Holanda e na Bélgica, por exemplo, a eutanásia é 
permitida, amparada, inclusive por lei. No estado de Oregon, nos EUA, vigora desde 2006 e 
há propostas de lei em outros estados. A Holanda configura com o país onde a eutanásia é 
mais conhecida e estudada, com cerca de 2.300 a 4.000 casos a cada ano, de acordo com 
pesquisas, com a maioria acontecendo em casa do paciente. 
 
No que diz respeito à opinião médica, muitos são os estudos acerca do tema, porém 
de difícil compreensão, em virtude das diferentes linguagens e metodologias utilizadas por 
eles. Os dados quanto a este tema no Brasil também são muito limitados. Entre os 
oncologistas, por exemplo, não há um consenso de que a eutanásia, uma vez legalizada, 
possa melhorar os cuidados no final da vida. Um estudo feito pelos membros da Sociedade 
Americana de Oncologia revelou que, em pacientes terminais, com dor intratável, a 
eutanásia e suicídio assistido tiveram o apoio de apenas 22,5% dos oncologistas. Eles 
consideram que se o paciente recebe cuidados paliativos de forma adequada não suscita 
encerrar a sua vida. 
 
Urban (2010) afirma que no Brasil são raros os pacientes que desejariam praticar ou 
realizar a eutanásia, mesmo se esta fosse permitida por lei. “Os conflitos relacionados a ela 
são geralmente resultantes de interpretações errôneas sobre a situação real do paciente, 
pouca atenção aos problemas físicos, emocionais ou espirituais do mesmo e de seus 
familiares” (URBAN, 2010, p. 90). 
 
Segundo o autor, os médicos que se opõem à eutanásia, embora não neguem o 
valor intrínseco que a autonomia e o alívio do sofrimento possuem, advogam que a cada 
direito se deva empregar um dever, e que estese vincule a liberdade de autodeterminação 
do cidadão, que seja regulada e limitada por um critério externo. É sabido, como reafirma 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
40 
Urban (2010), que nenhuma sociedade democrática existe sem levar em conta os critérios 
de justiça, portanto não deve ser limitada a autonomia de cada cidadão. 
 
No Brasil, uma vez permitida a eutanásia, os riscos seriam maiores que os 
benefícios, uma vez que o acesso à saúde não é igual para todos. Nem todo cidadão 
brasileiro consegue receber os melhores tratamentos, seque os cuidados paliativos. Outro 
agravante reside na falta de preparação dos profissionais de saúde. “A formação médica 
brasileira não contempla os elementos mais importantes envolvidos nas decisões sobre o 
final da vida” (URBAN, 2010, p. 90). Outra questão ainda mais relevante é o fato de que as 
decisões sobre a eutanásia poderiam levar em conta os aspectos socioeconômicos, 
voltando-se para os pacientes que tenham o custo elevado para o sistema único de saúde 
bem como para os seus familiares. Há ainda a questão da dificuldade em se realizar um 
controle efetivo para que o processo pudesse ocorrer de acordo com os ditames legais. 
 
Sabe-se que, muitas vezes, o sofrimento do paciente suscita dos médicos e 
familiares muitas questões, que envolvem o afeto e compaixão pela sua dor, mas também os 
aportes legais e o direito de dispor da vida do outro. Não se tem uma preparação neste 
sentido. O autor sugere que o debate acerca deste tema, no Brasil, deva ser tratado no 
sentido de redirecionar a formação médica, humanizando-a, levando o profissional a 
entender o seu papel de cuidar, mais do que de curar, e a buscar aprimorar os cuidados 
paliativos de modo a alcançar todos os pacientes que dele necessitem. 
 
 Relação médico-paciente: 
 
Em artigo publicado em 2007, o Doutor Cláudio Barsanti, diretor de defesa 
profissional, da Sociedade de Pediatria de São Paulo, afirmou que a medicina atual vem 
crescendo cada vez mais, ao ponto de estar preparada para eliminar sofrimentos e salvar 
vidas. Os avanços da ciência e da tecnologia têm permitido às pessoas melhores condições 
de saúde mais longevidade. A cada quinquênio o conhecimento médico vem e ampliando, 
trazendo novas descobertas, com possibilidades de curas para muitas doenças até então 
incuráveis. 
 
Apesar disto, segundo Barsanti (2007), a relação médico-paciente continua 
carecendo de melhor tratamento. É sabido que o sucesso do tratamento depende, sem 
dúvidas, da inter-relação que se estabelece entre o médico e o seu paciente. O autor afirma 
que é preciso que haja confiança, reciprocidade, compaixão, autoridade, sem que, para isso, 
haja submissão, de ambas as partes, além do saber ouvir e atenção aos detalhes. O médico 
sabe que a sua terapêutica pode não trazer os efeitos desejados, mas este não pode furtar 
ao paciente a informação sobre todos os dados de sua doença, os tratamentos que serão 
utilizados, as possíveis complicações, riscos, do início ao fim, e até mesmo deixando claro 
que pode não haver evolução esperada. 
 
O autor advoga que os problemas na relação médico-paciente poderiam ser 
minimizados se os serviços de saúde não estivessem deteriorados, se houvesse melhores 
relações de trabalho para os profissionais da saúde, se houvesse melhoria na educação, 
desde o ensino médio, e se o nível socioeconômico fosse mais equânime entre os pacientes. 
Cabe ao médico evitar qualquer interferência na sua relação com o paciente. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
41 
É importante elencar quais os direitos dos pacientes e quais aqueles dos médicos2. 
Observa-se, então, o que descrevem as alíneas A e B e seus subitens, de acordo com Barsanti 
(2007, p. 02): 
 
a) direitos do paciente: 
 Abandono - após iniciado o tratamento, o médico não pode abandonar o 
paciente, a não ser que tenham ocorrido fatos que comprometam a 
relação médico-paciente e o desempenho profissional. Deve estar 
assegurada a continuidade na assistência prestada. Entretanto, no caso 
de atendimento ambulatorial, sem caráter de urgência, o médico pode 
se recusar a atender determinado paciente, não se configurando 
omissão de socorro. 
 Acompanhante - o paciente tem o direito de ser acompanhado por 
pessoa por ele indicada, em todos os atos médicos por ele sofridos. 
 Alta - o médico pode, ou melhor, deve se negar a conceder alta a 
paciente sob seus cuidados, quando considerar que isso possa acarretar 
risco à integridade do mesmo. Quando não incorrer em risco para o 
paciente, se este ou seus familiares decidirem pela alta, sem parecer 
favorável do médico, devem responsabilizar-se por escrito. 
 Anestesia - o paciente tem o direito de receber anestesia em todas as 
situações indicadas, bem como, pode recusar tratamentos dolorosos ou 
extraordinários para tentar prolongar a vida. 
 Atendimento digno - o paciente tem direito a um atendimento digno, 
atencioso e respeitoso, sendo identificado e tratado pelo nome ou 
sobrenome. 
 Autonomia - consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e 
esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnósticos ou 
terapêuticos a serem nele realizados, desde que em posse da 
capacidade e discernimento de escolha. 
 Criança - a criança, ao ser internada, terá em seu prontuário a relação 
das pessoas que poderão acompanhá-la integralmente durante o 
período de internação. 
 Exames - é vedada a realização de exames compulsórios, sem 
autorização do paciente, como condição necessária para internação 
hospitalar, exames pré-admissionais ou periódicos e ainda em 
estabelecimentos prisionais e de ensino. 
 Gravação - o paciente tem o direito de gravar a consulta, caso tenha 
dificuldade em assimilar as informações necessárias para seguir 
determinado tratamento. 
 Identificação - o paciente deve poder identificar as pessoas responsáveis 
direta e indiretamente por sua assistência, por meio de crachás visíveis, 
legíveis e que contenham o nome completo, a função e o cargo do 
profissional, assim como o nome da instituição. 
 Informação - o paciente deve receber informações claras, objetivas e 
compreensíveis sobre todos os atos médicos e de todos os riscos 
inerentes ao tratamento e possíveis procedimentos invasivos. 
 Medicação - ter anotado no prontuário todas as medicações, com 
 
2
Lei Estadual (São Paulo) Nº 10.241, de 17/03/1999. Pareceres dos Conselhos de Medicina Resolução Nº 196/96 do 
Conselho Nacional de Saúde. 
 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
42 
dosagens utilizadas. 
 Morte - o paciente tem o direito de optar pelo local de morte (conforme 
Lei Estadual válida para os hospitais do Estado de São Paulo). É 
importante verificar a legislação nos demais estados da Federação. 
 Pesquisa - ser prévia e expressamente informado, quando o tratamento 
proposto for experimental ou fizer parte de pesquisa, que deve seguir 
rigorosamente as normas regulamentadoras de experimentos com seres 
humanos no país e ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) 
do hospital ou instituição. 
 Prontuário - ter acesso, a qualquer momento, ao seu prontuário médico, 
recebendo por escrito o diagnóstico e o tratamento indicado, com a 
identificação do nome do profissional e o número de registro no órgão 
de regulamentação e controle da profissão. 
 Receituário - receber as receitas com o nome genérico dos 
medicamentos prescritos, datilografadas ou em letra legível, sem a 
utilização de códigos ou abreviaturas, com o nome, assinatura do 
profissional e número de registro no órgão de controle e 
regulamentação da profissão. 
 Recusa - o paciente pode desejar não ser informado do seu estado de 
saúde, devendo indicar quem deva receber as informações em seu lugar. 
 Respeito - ter asseguradas a satisfação de necessidades, a integridade 
física, a privacidade, a individualidade, o respeito aos valores éticos e 
culturais, a confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal, e a 
segurançado procedimento; ter um local digno e adequado para o 
atendimento; receber ou recusar assistência moral, psicológica, social ou 
religiosa. 
 Sangue - conhecer a procedência do sangue e dos hemoderivados e 
poder verificar, antes de recebê-los, os carimbos que atestaram origem, 
sorologias efetuadas e prazo de validade. 
 Segunda Opinião - direito de procurar uma segunda opinião ou parecer 
de outro médico sobre o seu estado de saúde. 
 Sigilo - ter resguardado o segredo sobre dados pessoais, por meio da 
manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a 
terceiros ou à saúde pública. 
 
b) direitos do médico: 
 Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, raça, 
sexo, nacionalidade, cor, opção sexual, idade, condição social, opinião 
política ou de qualquer outra natureza. 
 Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas 
reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no 
país. 
 Apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que 
trabalhe, quando as julgar indignas do exercício da profissão ou 
prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos 
competentes e, obrigatoriamente, à Comissão de Ética e ao Conselho 
Regional de Medicina de sua jurisdição. 
 Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada 
onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar o 
paciente. 
 Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
43 
instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer 
condições mínimas para o exercício profissional ou não o remunerar 
condignamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, 
devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de 
Medicina. 
 Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados com ou sem 
caráter filantrópico, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, 
respeitadas as normas técnicas da instituição. 
 Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Medicina, quando 
atingido no exercício de sua profissão. 
 Dedicar ao paciente, quando trabalhar com relação de emprego, o 
tempo que sua experiência e capacidade profissional recomendarem 
para o desempenho de sua atividade, evitando que o acúmulo de 
encargos ou de consultas prejudique o paciente. 
 Recusar a realização de atos médicos que, embora permitidos por lei, 
sejam contrários aos ditames de sua consciência. 
 
No que diz respeito à natureza jurídica da relação médico-paciente, Barsanti (2007) 
afirma que apesar de não ser agradável para a maioria dos médicos, a relação médico-
paciente, neste caso, assume contornos de relação de consumo, passando, assim, a ser 
tutelado pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Em seus artigos 2º e 3º, percebe-se 
que o paciente se enquadra no conceito de consumidor e, o médico, no de fornecedor de 
serviços. Deste modo, uma vez firmado um negócio jurídico, será contratual o vínculo entre 
o médico e o paciente. 
 
 Assédio moral: 
 
Barreto (2000) afirma o assédio moral como um fenômeno antigo, tanto quanto o 
trabalho, embora a reflexão e o debate sobre o tema sejam recentes no Brasil. Apenas do 
ano 2000 para cá o assunto tem sido recorrente em revistas, jornais, com discussão ampla 
nos movimentos sindicais, na sociedade como um todo e no âmbito legislativo. 
 
E o que vem a ser, de fato, assédio moral? O mesmo autor afirma se tratar da 
exposição dos trabalhadores a situações de humilhações e constrangimentos, de modo 
repetitivo e prolongado, durante a sua jornada de trabalho. É mais comum que ocorram em 
relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, onde predominam condutas negativas, 
relações desumanas e aéticas, vindas de um ou mais chefes em direção a um ou mais 
subordinados. 
 
Geralmente, a vítima escolhida é isolada do grupo sem prévias explicações, e passa 
a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada e desacreditada diante dos pares. O assédio 
moral constitui uma violência psicológica, podendo causar danos à saúde física e mental do 
assediado, inclusive daqueles que testemunham tais atos. Ainda de acordo com Barreto 
(2000), a humilhação repetitiva, de longa duração, interfere na vida do trabalhador de modo 
direto, podendo comprometer a sua dignidade e suas relações afetivas e sociais, 
ocasionando, muitas vezes, a incapacidade laborativa. Há registros de casos extremos, por 
exemplo, levando o indivíduo à morte. Trata-se de um risco invisível, segundo o autor, no 
entanto concreto, nas relações e condições de trabalho. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
44 
A violência moral no trabalho vem sendo objeto de pesquisa pela Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), que, em seu levantamento, apontou diversos distúrbios de 
saúde mental relativos ao tema em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e 
Estados Unidos. De acordo com a OIT, as perspectivas não são boas para as próximas duas 
décadas, visto que se prevê um ‘mal-estar na globalização’, com predominância para as 
depressões, angústias e demais danos psíquicos, todos relacionados às novas políticas de 
gestão organização do trabalho. 
 
 Aids: 
 
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) constituiu-se em um dos grandes 
desafios enfrentados pela Medicina. Espalhou-se no mundo todo com rapidez considerável, 
causando a morte de muitas pessoas, de forma leta e sofrida. De acordo com Rosenthal 
(2001), os profissionais de saúde não estavam preparados para enfrentá-la e foram pegos de 
surpresa. 
 
A Aids tornou-se um evento tão sério, epidemicamente falando, que saiu da esfera 
médica, para se tornar uma doença sob a responsabilidade de toda sociedade, passando 
também a envolver múltiplas disciplinas, passando por todos os campos da ciência. Neste 
sentido, os profissionais, em todas as áreas, se viram também instigados a fazer profundas 
reflexões no campo da ética e dos direitos humanos, provocando debates e levando a classe 
médica a se posicionar perante a sociedade. Até os dias atuais, os profissionais de saúde 
continuam se deparando com questões éticas, para as quais nem sempre encontram 
respostas. 
 
Rosenthal (2001) afirma que o advento da Aids provocou o aumento de posturas 
discriminatórias contra alguns grupos sociais identificados como susceptíveis em maior grau 
à infecção pelo HIV. Para o autor: “Na verdade, tais posturas traduzem a intolerância 
experimentada em face de comportamentos que se consideram indesejáveis. Em outras 
palavras, o que se deseja combater, assim, não é a doença, mas o comportamento” 
(ROSENTHAL, 2001, p. 38). 
 
O autor preconiza, ainda, que os profissionais de saúde devem ter, para com o 
paciente infectado pelo vírus da Aids, respeito e consideração, de modo que se possa obter 
uma situação favorável ao encaminhamento adequado das alternativas de abordagem dos 
problemas advindos da doença. Além disso, é imprescindível que o médico busque 
desprender-se de quaisquer preconceitos que estejam vinculados à postura profissional. E, 
neste sentido, a questão ética se apresenta em duas vertentes, conforme o autor (2001, p. 
38): 
 
[...] deve o médico ter presente a natureza da profissão e, principalmente, a 
finalidade (Código de Ética Médica, Arts. 1º, 2º e 6º); deve o médico buscar 
a mais ampla informação possível acerca daquilo que vai cuidar, não só 
fundamentando cientificamente sua conduta, mas tendo em vista também 
que o conhecimento é o caminho para a eliminação do preconceito (Código 
de Ética Médica, Arts. 2º e 5º). 
 
Conforme preconiza Rosenthal (2001), a Medicina está a serviço da saúde do ser 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
45 
humano e da coletividade, devendo ser exercida isenta de discriminação de qualquer 
natureza. O alvo da atenção do médico é o ser humano. Não se trata de um negócio, um 
comércio. É em benefício deste ser humano que o médico deve agir, com zelo e a com a 
melhor capacidade profissional, conforme rege oCódigo de Ética Médica, em seus artigos 
1º, 2º e 9º. O autor encerra a sua reflexão afirmando (2001, p. 39): 
 
O médico não pode recusar-se a atender o portador da doença sob 
alegação de risco profissional, ou de ser infectado, porque a sua função é 
exatamente essa. O mesmo ocorre com o pessoal da área médica e com o 
hospital. Deve o médico guardar absoluto respeito pela vida humana, 
atuando sempre em benefício do paciente. Jamais utilizar conhecimentos 
para gerar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano, ou 
para permitir acobertar tentativa contra a dignidade e a integridade (Código 
de Ética Médica, art. 6°). 
 
4.3.11 Ética Virtual 
 
A Internet está mudando o comportamento ético das empresas. A Internet muda a 
velocidade dos acontecimentos, a forma de remuneração dos funcionários e o ambiente de 
trabalho. Mas se deve tomar cuidado com o uso que se faz dessa ferramenta no ambiente 
de trabalho. Utilidades com bate-papo e sites de relacionamentos não compreendem um 
comportamento profissional ético, exceto se for para uso da empresa. Downloads e e-mails 
pessoais também não devem ser acessados. 
 
Como afirma Robert Henry Srour: "difícil não é fazer o que é certo, é descobrir o 
que é certo fazer". 
 
4.4 Código de Ética Profissional da Enfermagem 
 
De acordo com Jorge (2008), sempre que se fala em virtudes profissionais, faz-se 
necessário mencionar a existência dos códigos de ética profissional. As relações de valor 
entre o ideal moral e os mais variados campos da conduta humana reúnem-se enquanto 
instrumento regulador. Neste sentido, dá-se o código de ética, como uma espécie de 
contrato de classe assumido pelos órgãos de fiscalização para o exercício de cada profissão. 
 
Ainda de acordo com a autora, o interesse no cumprimento do referido código deve 
ser de todos. Embora seja utópico admitir uniformidade de conduta, a disciplina, entretanto, 
deve ser um contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência, que deve formar 
um código de ética. Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e 
especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria. 
 
4.4.1 O Exercício da Enfermagem 
 
De acordo com Santos (2012), os profissionais Técnicos em Enfermagem, com 
exercício regulamentado por lei, integram uma equipe que desenvolve, sob a supervisão do 
Enfermeiro, ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação referenciadas nas 
necessidades de saúde individuais e coletivas, determinadas pelo processo gerador de saúde 
e doença. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
46 
Suas atividades profissionais são desempenhadas em instituições de saúde bem 
como em domicílios, sindicatos, empresas, associações, escolas, lar de idosos e outros. Para 
atender às exigências educacionais demandadas pelo mundo do trabalho, os profissionais 
Técnicos em Enfermagem deverão receber uma formação ampla, sistêmica, constituída por 
competências gerais e específicas que lhes permitam acompanhar as transformações da 
Área (SANTOS, 2012). 
 
4.4.2 A Evolução Histórica da Legislação Básica de Enfermagem 
 
É sabido que o mais antigo sistema de normas legais escritas no mundo foi aquele 
estabelecido por Hamurabi, rei babilônico, que viveu entre 1782 a.C. e 1750 a.C. É conhecido 
como código de Hamurabi. É um texto considerado atual, embora tenha sido escrito há mais 
de 2000 anos. Nele se observam o direito de propriedade, a família, as sucessões e até a 
proteção do consumidor. No que diz respeito à enfermagem, o primeiro dispositivo legal 
ocorreu com a Lei nº 775, de 6 de agosto de 1949, que, ao dispor sobre o ensino da 
enfermagem, criou oficialmente o curso auxiliar de enfermagem, em dezoito meses, aberto 
para homens e mulheres. De acordo com a Lei, a principal atividade desta categoria deveria 
ser a de auxiliar o enfermeiro em suas atividades de assistência curativa. Não previa, 
portanto, o trabalho do auxiliar de enfermagem nos serviços de saúde pública (SANTOS, 
2012). 
 
Em 1959, um estudo foi feito por lideranças ligadas à Associação Brasileira de 
Enfermagem (ABEn) sobre a situação acima descrita. Publicaram, então, um documento 
intitulado Levantamento de Recursos e Necessidades de Enfermagem no Brasil. Tal 
documento, além das enormes diferenças existentes nos currículos dos cursos de auxiliar de 
enfermagem em todo o País, apontou para a insuficiência nos conteúdos das disciplinas, 
uma vez que os auxiliares de enfermagem executavam atividades mais complexas do que as 
previstas no ensino, e quase sempre sem a devida supervisão ou orientação de um 
enfermeiro (BRASIL, 2003). 
 
Ainda em Brasil (2003), observou-se que o estudo comprovou a existência de 
elevado número de pessoas que realizavam atividades de enfermagem sem o título ou 
preparo formal em curso reconhecido. Tal grupo era composto por atendentes de 
enfermagem que atuavam nos serviços de saúde, e, embora constituíssem mais da metade 
da força de trabalho nestes serviços, eram marginalizados dentro da própria enfermagem. 
Estes profissionais eram preparados, muitas vezes, por instituições hospitalares privadas ou 
filantrópicas, ou ainda por meio de cursos não reconhecidos pela Secretaria de Educação. 
 
A Lei no 4.025/61, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foi de grande 
importância na regulamentação dos cursos na área de enfermagem. A partir dos dados 
obtidos no levantamento acima citado, a ABEn fez diversas recomendações ao Ministério da 
Educação e Cultura, que baixou, então, a Portaria 106/65 para fixar normas reguladoras do 
curso de Auxiliar de Enfermagem. Porém, é importante salientar que, de acordo com esta 
portaria, o currículo deveria ser desenvolvido em dois anos letivos, incluindo cinco 
disciplinas de cultura geral. No ano de 1967, os enfermeiros conseguiram a aprovação de um 
curso intensivo de auxiliar de enfermagem, reduzindo o currículo para onze meses letivos, 
tendo como requisito para o ingresso o certificado de conclusão do curso ginasial, 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
47 
permitindo aos alunos maior dedicação às matérias específicas de enfermagem (BRASIL, 
2003). 
 
A LDB, em vigor desde 1996, mudou a estrutura de cursos técnicos de nível médio 
no País, passando a considerar o curso de Enfermagem como uma qualificação e não mais 
como habilitação, agora restrita ao técnico de enfermagem. 
 
4.4.3 Negligência, Imprudência e Imperícia: Cliente x Enfermagem 
 
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), 
em seu Capítulo I, das considerações sobre a responsabilidade médica, a negligência 
evidencia-se pela falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, 
normalmente é algo que se deixa de fazer. A imprudência resulta da imprevisão do agente 
em relação às consequências do ato ou ação. Age com imprudência o profissional que tem 
atitudes precipitadas, sem ter cautela. A imperícia, por sua vez, ocorre quando o profissional 
revela, em sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos técnicos da profissão. Ou seja, 
o despreparo prático. 
 
Este é um tema polêmico. Os erros dentro da área da saúde deveriam ser exceções. 
Infelizmente, não é bem assim. O profissional de saúde, ao exercer sua profissão, deve, em 
obediência a princípios éticos norteadores de sua atividade, zelar e trabalhar pelo perfeito 
desempenho ético da Medicina e Enfermagem e pelo prestígio e bom conceito das 
respectivas profissões. Nesse sentido, a falha médica (e da equipe de saúde) deve ser vista 
como exceção, acontecimento isolado ou episódico, sendo certo de que a responsabilidade 
do profissional pode gerar efeitos nas esferas ética, cível e criminal. 
 
De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e o Conselho Regional 
de Medicina (CRM), ao profissional é vedado praticar atos profissionais danosos ao paciente 
que possam ser caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência. Essas 
modalidades de culpa podem ser aferidas pelos mesmosconselhos como falta de ética, na 
Justiça Cível, para fins de indenização, ou na Justiça Criminal para enquadrar a conduta a um 
tipo penal. Porém é de responsabilidade total dos mesmos evitar que tais atos aconteçam. 
 
4.4.4 Entidades Nacionais da Enfermagem 
 
A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) é o órgão de representação mais 
antigo da enfermagem, fundado em agosto de 1926. Naquela época, tinha como 
denominação Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras. Em agosto de 
1954 sofreu nova alteração em seu estatuto, que a denominou da forma com a qual se 
conhece até os dias atuais. A ABEn foi responsável pela criação de duas outras entidades: o 
Conselho de Enfermagem e o Sindicato dos Enfermeiros. 
 
A ABEn congrega enfermeiros, obstetrizes e técnicos de enfermagem, embora seja 
facultativa a sua associação e tem como finalidade promover o desenvolvimento de 
pesquisa, intercâmbio com outras organizações nacionais e internacionais, divulgar estudos 
e trabalhos de interesse para o desenvolvimento técnico e científico da enfermagem. É 
composta de várias diretorias e um conselho fiscal, com mandato de 3 anos. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
48 
Com a proliferação de diferentes grupos e níveis educacionais, os enfermeiros 
passaram a sentir a necessidade de ter a sua profissão regulamentada. Neste sentido, a 
solução estava voltada para a criação de um conselho. Assim posto, elaborou-se o primeiro 
anteprojeto do Conselho de Enfermagem, no ano de 1945. A Lei no 5.905/73 criou o 
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), bem como seus Conselhos Regionais de 
Enfermagem (Coren). 
 
As entidades que disciplinam a profissão do enfermeiro são o Conselho Federal de 
Enfermagem e Conselho Regional de Enfermagem (Cofen e Coren, respectivamente). 
Enquanto tribunal de ética, o conselho tem por função: 
 
a) designar as pessoas com competência técnica e científica para o exercício da 
profissão nas suas diferentes categorias; 
b) impedir o exercício profissional de pessoas que não dispõem das condições legais 
para o exercício; 
c) avaliar o exercício legal da profissão relacionados às competências; e, 
d) aplicar a punição relacionada ao exercício irregular das suas atividades. 
 
Os conselhos profissionais, incluído o sistema COFEN‐CORENs, poderão exercer a 
fiscalização das profissões, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas 
físicas ou jurídicas, de todas as categorias de enfermagem e das instituições de saúde que 
deixarem de pagar as respectivas taxas e anuidades. 
 
De acordo com Santos (2012), para que existisse um Conselho na Enfermagem, não 
bastaram a vontade e a decisão de um grupo de enfermeiros. Seria necessária a 
promulgação de uma lei que dispusesse sobre a criação deste Conselho. Só vinte e oito anos 
depois, esta lei, no 5.905, de 13/07/1973, se tornou realidade, criando o Conselho Federal 
(Cofen) e os Conselhos Regionais de Enfermagem (Corens). Esta lei garante a abrangência 
estadual destes conselhos, incluindo todas as categorias de enfermeiros regulados por lei. 
 
Santos (2012) afirma que, de 1975 a 1978, os Corens provisionaram atendentes de 
enfermagem, visitadores sanitários e instrumentadores cirúrgicos. A Federação dos 
Profissionais de Enfermagem, junto com massagistas, duchistas e empregados de hospitais e 
casas de saúde de São Paulo, solicitaram ao Ministro do Trabalho que baixasse ato 
determinando ao Cofen tornar insubsistentes as resoluções referentes ao provisionamento, 
o que lhes fora concedido. 
 
Em cumprimento ao parágrafo único do Art. 10 da lei no 5.905/73, o Cofen 
organizou, então, três quadros distintos para fins de inscrição, sendo, o quadro I para os 
enfermeiros e obstetrizes; o quadro II para técnicos de enfermagem; e o quadro III para 
auxiliares de enfermagem, práticos de enfermagem e parteiras práticas (SANTOS, 2012). 
 
De acordo com a Lei 2.604/55, o plenário do Cofen é composto de nove membros 
efetivos e nove suplentes: enfermeiros e/ou obstetrizes, enquanto que os Corens compõem 
seus plenários entre 5 a 21 membros, sendo três quintos formados de profissionais de 
enfermagem e dois quintos das demais categorias reguladas em Lei. Os membros efetivos e 
suplentes dos Corens são eleitos por voto pessoal, secreto e obrigatório, em assembleia 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
49 
geral, de acordo com o Art. 12. Cada categoria profissional vota na chapa correspondente ao 
quadro a que pertence. O inscrito que deixar de votar fica sujeito ao pagamento de multa 
correspondente ao valor da anuidade. No caso do Cofen, os membros efetivos e suplentes 
são eleitos para mandato de três anos, em escrutínio secreto de delegados regionais ou 
eleitorais, como preconiza o Art. 6º da lei no 5.905/73 (SANTOS, 2012). 
 
Os Conselhos atuam como poder executivo e também com competência legislativa 
e judiciária. Competência legislativa, quando baixam provimentos disciplinadores da 
profissão, que têm força de lei sobre os que nele estão inscritos, ou por eles provisionados. 
Judiciária, quando julgam em processo ético os profissionais que transgridem as normas do 
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, constante da Resolução 15, de 1993, 
baixada pelo Cofen. Conforme afirma Santos (2012), o Conselho é a única entidade de classe 
onde a vinculação é compulsória, como condição para o exercício da profissão. No Conselho 
não há opção, pois a inscrição é obrigatória. 
 
4.4.5 Entidades de Defesa Econômica da Classe 
 
As associações profissionais e os sindicatos são órgãos de finalidade econômica, de 
assistência, de defesa e representação da classe. A associação profissional constitui 
normalmente uma fase ou estágio necessário que precede a existência do respectivo 
sindicato. O sindicalismo brasileiro adotou o sistema de unidade sindical, isto é, dentro de 
uma área geográfica, também denominada base territorial, e, para cada uma das categorias 
profissionais (representadas pelos empregadores) que nele se encontram, só pode haver um 
único sindicato. 
 
Não há concorrência de outro. Por ser único, o sindicato possui o privilégio legal da 
representação exclusiva e monopolista. A base territorial de um sindicato pode ser distrital, 
municipal, intermunicipal, estadual ou interestadual e, excepcionalmente, nacional. É 
competência do Ministro do Trabalho delimitar a base territorial no momento que outorga a 
carta sindical à associação profissional que satisfizer aos requisitos exigidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
 
A entidade sindical constitui reflexo da própria organização política do País, que é 
uma federação de Estados. O Brasil apresenta três níveis de organização política e 
administrativa, a saber, em ordem crescente: o Município, o Estado e a União. Da mesma 
forma, a organização sindical normalmente apresenta três níveis hierárquicos: o sindicato, 
de âmbito municipal; a federação; de âmbito estadual; e a confederação, de âmbito 
nacional. 
 
Quanto maior base territorial de um sindicato, maior a dificuldade para prestar aos 
associados os serviços a que está obrigado por lei. Além disso, a situação e as condições 
econômicas e de trabalho variam de um município para outro dentro de um mesmo estado, 
dificultando a representação dos interesses dos associados por um sindicato estadual. Para a 
existência de um sindicato, há necessidade prévia de criação de associação profissional; para 
a existência da federação, deve haver pelo menos cinco sindicatos; e, para a existência de 
uma confederação, há necessidade de três federações. 
 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
50 
A criação de associação profissional também depende, como no caso de associação 
cultural, de que um grupo de pessoas, com interesses comuns, elabore um estatuto, 
preencha os demais requisitos legais exigidos e solicite registro, dessa vez à Delegacia 
Regional do Trabalho. A sindicalização é o ato pelo qual o profissional, preenchendo os 
requisitos necessários, solicitando a sua admissãono sindicato de sua categoria ou classe. 
Uma vez filiando-se de forma voluntária ao seu sindicato, o indivíduo assume também o 
compromisso de pagar as mensalidades ou anuidades exigidas pelo órgão. Se a 
sindicalização é livre, também terá que ser livre a filiação das pessoas da mesma categoria 
ou profissão à associação profissional. 
 
Outra distinção importante é o voto nas eleições sindicais, que é obrigatório a todos 
os sindicalizados, conforme previsto na CLT (Art. 529). A diretoria e o Conselho Fiscal de 
sindicatos são eleitos pela assembleia geral, enquanto que na associação profissional não 
existe a obrigatoriedade aos associados de votar, cabendo à entidade convocar eleições, 
pautando-se por seu próprio estatuto, dado que a CLT só dispõe sobre eleições para os 
sindicatos. 
 
4.4.6 Atual Lei do Exercício Profissional da Enfermagem 
 
De acordo com Santos (2012), a lei que trata do exercício profissional da 
enfermagem é de no 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo Decreto 94.406, de 
08 de junho de 1987. Ela dispõe, em seu art. 1º, que “é livre o exercício da enfermagem em 
todo o território nacional, observadas as disposições legais desta lei”. Esta lei responde a 
duas questões muito importantes para a enfermagem, de acordo com o autor: a) em que 
consiste o exercício da enfermagem? e b) quem pode exercer legalmente a profissão de 
enfermagem no País? Este Decreto também descreve as atividades privativas do enfermeiro 
e aquelas que ele deve realizar como integrante da equipe de saúde. Portanto, aquele que 
não possui um desses títulos não pode exercer a enfermagem. 
 
Ainda conforme Santos (2012), em virtude da carência de recursos humanos de 
nível médio nessa área, entretanto, a Lei 7.498/96, no art. 23, permitiu que o pessoal sem 
formação específica, como atendentes e agentes de saúde, que se encontrava executando 
tarefas de enfermagem, continuasse nessa atividade, desde que autorizado pelo Conselho 
Federal de Enfermagem. Embora essa autorização devesse expirar em junho de 1996, teve 
seu texto alterado pela Lei 8.967, de 28‐12‐1994, assegurando aos atendentes de 
enfermagem admitidos antes da sua vigência o exercício de atividades elementares de 
enfermagem. 
 
Neste sentido, observa-se que não existe prazo legal que obrigue as pessoas 
amparadas pela Lei 8.967/94 a buscar uma formação específica. O Ministério da Saúde, 
preocupado com o problema, mediante projeto de grande alcance social, como o Projeto de 
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (Profae), profissionalizou esses 
trabalhadores, atendentes de enfermagem e outros agentes de saúde, reduzindo o 
percentual de pessoas não qualificadas de 65% para 35% (SANTOS, 2012). 
 
A titularidade constitui, pois, condição de capacidade técnica para o 
exercício profissional em qualquer profissão. Daí a importância que a lei 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
51 
confere à qualificação ou ao título profissional de acordo com o grau de 
preparo e formação. Por isso, na divisão do trabalho de enfermagem, as 
atividades mais complexas e de maior responsabilidade foram atribuídas 
aos enfermeiros, profissionais de maior preparo acadêmico (SANTOS, 2012, 
p. 03). 
 
Legalmente, o técnico de enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo 
orientação, intervenção mediante cuidados prescritos pelos médicos, participação no 
planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente participar da 
programação da assistência de enfermagem, de acordo com as seguintes ações: 
 
a) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do enfermeiro, 
observado o disposto no parágrafo único do Art. 11º da lei no 7.498/96; 
b) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau 
auxiliar; e, 
c) participar da equipe de saúde. 
 
4.5 Direitos e Garantias Fundamentais ao Homem 
 
De acordo com Mafra (2005, p. 01), “O reconhecimento dos direitos fundamentais 
do homem é matéria recente em enunciados explícitos. São prerrogativas que os indivíduos 
têm em face do Estado Constitucional, onde o exercício dos poderes soberanos não pode 
ignorar um limite para atividades, além do qual se invade a esfera jurídica do cidadão”. 
 
Em eras passadas, os bens pertenciam a todos, conjuntamente. Havia uma 
comunhão democrática de interesses. Não havia poder dominante nem subordinação. O 
progresso, bem-vindo e necessário, trouxe, em contrapartida, a propriedade privada e com 
ela uma forma de subordinação, onde aquele que detém a propriedade impõe seu domínio. 
 
Como afirma o autor, ao longo da evolução observaram-se várias formas de 
declarações de direitos, mas com elas surgiram também um movimento social em defesa da 
liberdade contra o arbítrio e o poder. As revoluções históricas, então, buscaram libertar o 
homem, a exemplo do pensamento iluminista da França, no século XVIII, e a independência 
americana. 
 
A primeira declaração de direitos surgiu na Virgínia, de 12 de junho de 1776, 
seguida por outros estados norte-americanos. Em 1789 surgiu a “Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão”, advinda da Revolução Francesa, que influenciou fortemente o 
desenvolvimento histórico do mundo. A primeira Constituição no Brasil data de 1824. Desde 
então, em todas as suas modificações, ela contempla a declaração dos direitos dos 
brasileiros e dos estrangeiros residentes no País. De acordo com Mafra (2005), não bastava a 
simples existência das declarações de direitos, mas buscou-se, sobretudo, assegurar a 
efetividade de tais direitos mediante recursos jurídicos. O cidadão tem seus direitos 
garantidos pela Constituição Federal. Contudo, estes direitos são negados constantemente, 
fazendo que a Lei Maior perca sua autoridade, assim como os cidadãos perdem direitos e a 
esperança de melhoria da sua condição de vida. 
 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
52 
4.5.1 Direitos Fundamentais do Cidadão 
 
De acordo com Canotilho (1999 apud LORA, 2014), as expressões ‘direitos do 
homem’ e ‘direitos fundamentais’ são continuamente usadas como sinônimos. Porém, 
ambas se distinguem em função de sua procedência e significado. Os direitos do homem são 
aqueles válidos para todos os povos, em todas as épocas. Quanto aos direitos fundamentais 
são aqueles garantidos jurídica e institucionalmente. Ou seja, os direitos do homem são 
inerentes à natureza humana e, neste sentido, seu caráter é inviolável, intemporal e 
universal, enquanto os direitos fundamentais são aqueles objetivamente vigentes em uma 
ordem jurídica concreta. São direitos derivados das aspirações sociais por igualdade e não 
pregam a distinção de cor, raça, sexo ou ideologia política. Estes direitos são extremamente 
necessários ao homem, para que este possa viver com dignidade, em comunhão com a 
sociedade. 
 
Já por garantias fundamentais, segundo Mafra (2005), podem-se entender os meios 
processuais disponíveis para fazer valer os direitos fundamentais dos seres humanos 
presentes naquele em cada país. 
 
4.5.2 Características dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 
Os direitos e garantias fundamentais possuem características que garantem a sua 
efetivação. Estas podem ser elencadas como: 
 
a) imprescritibilidade: garante que os direitos e garantias fundamentais não se 
extinguem com o percurso de tempo; 
b) inalienabilidade: impossibilita a transferência desses direitos, seja de forma 
gratuita ou onerosa; 
c) irrenunciabilidade: impossibilita a renúncia de tais direitos, garantindo a 
preservação dos mesmos e impedindo a perca deles de forma arbitraria. Como 
exemplo temos a proibição da eutanásia e do aborto; 
d) inviolabilidade: garante o respeito aos direitos e garantias fundamentais por 
parte de entidades e autoridades públicas, sobre pena de sanções; 
e) universalidade: caracteriza a abrangência total desses direitos, englobando todas 
as pessoas sem qualquer forma de distinção; 
f) efetividade: prevê o empenho do poder público para a efetivação de tais 
direitos, caracterizandoa não satisfação desses direitos com o simples objetivo 
abstrato; 
g) interdependência: toca a ligação existente entre todas estas classes de direitos, 
pois todos eles contém basicamente a mesma finalidade que é a dignidade da 
pessoa humana; e, 
h) complementaridade: possibilita a interpretação dos direitos e garantias 
fundamentais de maneira conjunta, pois todos possuem a mesma finalidade 
criada pelo legislador constituinte. 
4.5.3 Direitos Fundamentais segundo a Constituição Federal de 1988 
 
A Constituição Federal de 1988 se trata de uma Constituição extremamente 
preocupada com o social, ou seja, com a população de uma maneira geral. Os direitos 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
53 
fundamentais foram divididos em diversas áreas de classificação, direitos individuais e 
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos e os direitos 
relacionados à estruturação e organização dos partidos políticos, a saber: 
 
a) direitos individuais e coletivos: correspondem àqueles direitos que são 
intimamente ligados à pessoa humana e sua personalidade; 
b) direitos sociais: são aqueles direitos relacionados com obrigatoriedade de 
determinados serviços por parte do Estado. Sua principal função é zelar pela 
melhoria na qualidade de vida das pessoas, buscando a igualdade entre os 
cidadãos, pois esta constitui o pilar do Estado Democrático de Direito; 
c) direitos de nacionalidade: todos os cidadãos brasileiros têm um vínculo com o 
País, possibilitando as pessoas exigirem seus direitos elencados na Constituição 
Federal perante o Estado; 
d) direitos políticos: é um conjunto de regras que tem a função de disciplinar as 
formas de atuação da soberania popular. São direitos que possibilitam as 
pessoas exigir liberdade de participação nos negócios públicos dos Estados, para 
conferir os atributos da cidadania, caracterizando um princípio democrático; e, 
e) direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos 
políticos: os partidos políticos, são segundo a Lei Maior, fundamentais para o 
exercício da democracia. Para assegurar a igualdade entre as pessoas, se 
caracterizou a liberdade de participação em partidos políticos, afirmando que 
qualquer pessoa, desde que atenda aos critérios legais exigidos, pode participar 
de qualquer partido político para democratizar o sistema representativo. 
 
 Função dos direitos fundamentais: 
 
Em relação à função dos direitos fundamentais, observam-se duas óticas distintas: 
uma negativa e outra positiva. As negativas podem ser caracterizadas como aquelas que 
proíbem a participação de maneira indevida do Estado na vida particular das pessoas, 
enquanto que, numa ótica positiva, pode-se afirmar que é aquela possibilidade de exigência 
por parte da população para que ocorra a efetivação de seus direitos constitucionalmente 
protegidos, além da garantia de não agressão por parte dos órgãos públicos. 
 
 As gerações dos direitos fundamentais: 
 
Apesar de ter passado por várias gerações, os direitos fundamentais ainda se 
encontram em evolução. Essas fases são conhecidas como gerações dos direitos 
fundamentais. A primeira dessas gerações se voltava exclusivamente para a questão dos 
direitos do homem individual, com ideologia relacionada à questão das liberdades. Como 
derivada desta, surge uma segunda geração, que se portava de maneira distinta, visto que 
sua preocupação estava mais relacionada aos interesses coletivos da sociedade. Essa 
segunda geração veio complementar a geração anterior. 
 
A preocupação com o social suscitou a criação de um grupo de direitos mais 
voltados para a questão fraternal do homem, derivando daí a criação do nome de geração 
dos direitos fraternais. Essa geração se preocupava inteiramente com a questão dos direitos 
de uma maneira generalizada. Depois disto, surgiu a quarta geração, advinda da necessidade 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
54 
de universalização dos direitos e garantias fundamentais. Desta forma, a sociedade, de um 
modo geral, teria um grupo de direitos exigidos e existentes em todo o mundo, 
independente do país ou continente onde se encontre, igualmente aos direitos relacionados 
na Declaração dos Direitos Humanos. 
 
4.5.4 Direitos Humanos 
 
A Declaração dos Direitos do Homem foi feita em 1948, e constituiu um marco para 
toda a humanidade. É um documento que reconhece todos os direitos e deveres, 
designando à República a tarefa de proteger o cidadão, tanto na sua pessoa como na sua 
família; propriedade e trabalho. Tal acordo prega a igualdade entre todas as pessoas 
habitantes deste planeta, sem qualquer forma de discriminação. 
 
Com este acordo surgiram inúmeras aspirações de uma nova era na história da 
humanidade, pois se passou a valorizar a natureza humana como um todo, sem restrições de 
quaisquer gêneros. Entretanto, para que os Direitos Humanos tenham validade, os países 
signatários devem seguir seus princípios nas suas constituições, caso contrário, a declaração 
se tornará apenas mais um texto utópico de igualdade. 
. 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
55 
REFERÊNCIAS 
 
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Paulo. Ago., 2007. Disponível em: 
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MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
58 
ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________ 
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ENFERMAGEM MÓDULO 1 
59 
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MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
60 
ANEXO A - LEI Nº 2604 DE 17/09/1955 (FEDERAL) 
Regula o exercício da enfermagem profissional 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
 
Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
 
Art. 1º É livre o exercício de enfermagem em todo o território nacional, observadas 
as disposições da presente lei. 
Art. 2º Poderão exercer a enfermagem no país: 
1- Na qualidade de Enfermeiro: 
a) Os possuidores de diploma expedido no Brasil, por escolas oficiais ou 
reconhecidas pelo Governo Federal, nos termos da Lei nº 775, de 6 agosto de 
1949; 
b) Os diplomados por escolas estrangeiras reconhecidas pelas leis de seu país e 
que revalidaram seus diplomas de acordo com a legislação em vigor; 
c) Os portadores de diploma de enfermeiros, expedidos pelas escolas e cursos de 
enfermagem das forças armadas nacionais e forças militarizadas, que estejam 
habilitados mediante aprovação, naquelas disciplinas, do currículo estabelecido 
na Lei nº 775, de 6 de agosto de 1949, que requererem o registro de diploma 
na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura. 
 
2- Na qualidade de Obstetriz: 
a) Os possuidores de diploma expedido no Brasil, por escolas de obstetrizes, 
oficiais ou reconhecidas pelo Governo Federal, nos termos da Lei nº 775, de 6 
de agosto de 1949; 
b) Os diplomados por escolas de obstetrizes estrangeiras, reconhecidas pelas leis 
do país de origem e que revalidaram seus diplomas de acordo com a legislação 
em vigor. 
 
3- Na qualidade de auxiliar de enfermagem, os portadores de certificados de 
auxiliar de enfermagem, conferidos por escola oficial ou reconhecida, nos termos 
da Lei nº 775, de 6 de agosto de 1949 e os diplomados pelas forças armadas 
nacionais e forças militarizada que não se acham incluídos na letra c do item I do 
art. 2º da presente lei. 
 
4- Na qualidade de parteira, os portadores de certificado de parteira, conferido por 
escola oficial ou reconhecida pelo Governo Federal, nos termos da Lei nº 775, de 6 
de agosto de 1949. 
 
5- Na qualidade de Enfermeiros Práticos ou (atendentes) 
a) Os enfermeiros práticos amparados pelo Decreto nº 23.774, de 11 de janeiro 
de 1934; 
b) As religiosas de comunidade amparadas pelo Decreto nº 22.257, de 26 de 
dezembro de 1932; 
c) Os portadores de certidão de inscrição, conferida após o exame de que trata o 
Decreto nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946. 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
61 
6- Na qualidade de parteiras práticas, os portadores de certidão de inscrição 
conferida após o exame de que trata o Decreto nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946. 
 
Art. 3º São atribuições dos Enfermeiros além do exercício de enfermagem: 
a) Direção dos serviços de enfermagem nos estabelecimentos hospitalares e de 
saúde pública, de acordo com o art. 21 da Lei nº 775, de 6 de agosto de 1949; 
b) Participação do ensino em escolas de enfermagem e de auxiliar de 
enfermagem; 
c) Direção de escolas de enfermagem e de auxiliar de enfermagem; 
d) Participação nas bancas examinadoras de práticos de enfermagem. 
 
Art. 4º São atribuições das Obstetrizes, além do exercício da enfermagem 
obstétrica: 
a) Direção dos serviços de enfermagem obstétrica nos estabelecimentos 
hospitalares e de Saúde Pública especializados para a assistência obstétrica; 
b) Participação no ensino em escolas de enfermagem obstétrica ou em escolas de 
parteiras; 
c) Direção de escolas de parteiras; 
d) Participação nas bancas examinadoras de parteiras práticas. 
 
Art. 5º São atribuições dos Auxiliares de Enfermagem, enfermeiros práticos de 
enfermagem, todas as atividades da profissão, excluídas as constantes nos itens do art. 3º, 
sempre sob orientação médica ou de enfermeiro. 
 
Art. 6º São atribuições das parteiras as demais atividades da Enfermagem 
Obstétrica não constantes dos itens do art. 4º. 
 
Art. 7º Só poderão exercer a enfermagem, em qualquer parte do território nacional, 
os profissionais cujos títulos tenham sido registrados ou inscritos no Departamento Nacional 
de Saúde ou na repartição sanitária correspondente nos Estados e Territórios. 
 
Art. 8º O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio só expedirá carteira 
profissional aos portadores de diplomas, registros ou títulos de profissionais de enfermagem 
mediante a apresentação do registro dos mesmos no Departamento Nacional de Saúde ou 
na repartição sanitária correspondente nos Estados e Territórios. 
 
Art. 9º Ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina, órgão integrante do 
Departamento Nacional de Saúde, cabe fiscalizar, em todo o território nacional, diretamente 
ou por intermédio das repartições sanitárias correspondentes nos Estados e Territórios, tudo 
que se relacione com o exercício da enfermagem. 
 
Art. 10. Vetado. 
 
Art. 11. Dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias da publicação da presente lei, 
os hospitais, clínicas, sanatórios, casas de saúde, departamentos de saúde e instituições 
congêneres deverão remeter ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina a relação 
pormenorizada dos profissionais de enfermagem, da qual conste idade, nacionalidade, 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
62 
preparo técnico, títulos de habilitação profissional, tempo de serviço de enfermagem e 
função que exercem. 
Art. 12. Todos os profissionais de enfermagem são obrigados a notificar, 
anualmente, à autoridade respectiva sua residência e sede de serviço onde exercem 
atividade. 
 
Art. 13. O prazo da vigência do Decreto nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, é fixado 
em 1 (um) ano, a partir da publicação da presente lei. 
 
Art. 14. Ficam expressamente revogadas os Decretos nº 23.774, de 22 de janeiro de 
1934, 22.257, de 26 de dezembro de 1932, e 20.109, de 15 de junho de 1931. 
 
Art. 15. Dentro em 120 (cento e vinte) dias da publicação da presente lei, o Poder 
Executivo baixará o respectivo regulamento. 
Art. 16. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
 
Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1955; 134º da Independência e 67º da República. 
 
João Café Filho 
Cândido Motta Filho 
Napoleão de Alencastro Guimarães 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
63 
ANEXO B- LEI N 5.905, DE 12 DE JULHO DE 1973 
Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras 
providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º - São criados o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos 
Regionais de Enfermagem (COREN), constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada 
ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
 
Art. 2º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos disciplinadores do 
exercício da profissão de enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos serviços de 
Enfermagem. 
 
Art. 3º - O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, 
terá jurisdição em todo o território nacional e sede na Capital da República. 
 
Art. 4º - Haverá um Conselho Regional em cada Estado e Território, com sede na 
respectiva capital, e no Distrito Federal. 
 
Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o número de profissionais 
habilitados na unidade da federação for interior a cinquenta, determinar a formação de 
regiões, compreendendo mais de uma unidade. 
 
Art. 5º - O Conselho Federal terá nove membros efetivos e igual número de 
suplentes, de nacionalidade brasileira, e portadores de diploma de curso de Enfermagem de 
nível superior. 
 
Art. 6º - Os membrosdo Conselho Federal e respectivos suplentes serão eleitos por 
maioria de votos, em escrutínio secreto, na Assembleia dos Delegados Regionais. 
 
Art. 7º - O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, em sua primeira 
reunião, o Presidente, o Vice-presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários e o Primeiro e o 
Segundo Tesoureiros. 
 
Art. 8º - Compete ao Conselho Federal: 
I - aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais; 
II - instalar os Conselhos Regionais; 
III - elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando 
necessário, ouvidos os Conselhos Regionais; 
IV - baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e 
bom funcionamento dos Conselhos Regionais; 
V - dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais; 
VI - apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos Regionais; 
VII - instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e as insígnias da 
profissão; 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
64 
VIII - homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais; 
IX - aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da autarquia, 
remetendo-as aos órgãos competentes; 
X - promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional; 
XI - publicar relatórios anuais de seus trabalhos; 
XII - convocar e realizar as eleições para sua diretoria; 
XIII - exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei. 
 
Art. 9º - O mandato dos membros do Conselho Federal será honorífico e terá a 
duração de três anos, admitida uma reeleição. 
Art. 10 - A receita do Conselho Federal de Enfermagem será constituída de: 
I - um quarto da taxa de expedição das carteiras profissionais; 
II - um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais; 
III - um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos Regionais; 
IV - doações e legados; 
V - subvenções oficiais; 
VI - rendas eventuais. 
Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos para inscrição de 
profissionais o Conselho Federal de Enfermagem adotará como critério, no que couber, o 
disposto na Lei nº 2.604, de 17 de setembro 1955. 
 
Art. 11 - Os Conselhos Regionais serão instalados em suas respectivas sedes, com 
cinco a vinte e um membros e outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira, na 
proporção de três quintos de Enfermeiros e dois quintos de profissionais das demais 
categorias do pessoal de Enfermagem reguladas em lei. 
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais será sempre 
ímpar, e a sua fixação será feita pelo Conselho Federal, em proporção ao número de 
profissionais inscritos. 
 
Art. 12 - Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos suplentes serão eleitos 
por voto pessoal, secreto e obrigatório, em época determinada pelo Conselho Federal, em 
Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim. 
§ 1º Para a eleição referida neste artigo serão organizadas chapas separadas, uma 
para enfermeiros e outra para os demais profissionais de Enfermagem, podendo votar, em 
cada chapa, respectivamente, os profissionais referidos no artigo 11. 
§ 2º Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas eleições referidas neste 
artigo, será aplicada pelo Conselho Regional multa em importância correspondente ao valor 
da anuidade. 
 
Art. 13 - Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente, Secretário e Tesoureiro, 
admitida a criação de cargos de Vice-presidente, Segundo-secretário e Segundo- tesoureiro, 
para os Conselhos com mais de doze membros. 
 
Art. 14 - O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será honorífico e terá 
duração de três anos, admitida uma reeleição. 
 
Art. 15 - Compete aos Conselhos Regionais: 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
65 
I- deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento; 
II - disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do 
Conselho Federal; 
III - fazer executar as instruções e provimentos do Conselho Federal; 
IV - manter o registro dos profissionais com exercício na respectiva jurisdição; 
V - conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as 
penalidades cabíveis; 
VI - elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento 
interno e submetê-los à aprovação do Conselho Federal; 
VII - expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual 
terá fé pública em todo o território nacional e servirá de documento de identidade; 
VIII - zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam; 
IX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e relação dos profissionais 
registrados; 
X - propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoria do exercício 
profissional; 
XI - fixar o valor da anuidade; 
XII - apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal, até o dia 28 de 
fevereiro de cada ano; 
XIII - eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao Conselho Federal; 
XIV - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por esta Lei ou pelo 
Conselho Federal. 
 
Art. 16 - A renda dos Conselhos Regionais será constituída de: 
I - três quartos da taxa de expedição das carteiras profissionais; 
II - três quartos das multas aplicadas; 
III - três quartos das anuidades; 
IV – doações e legados; 
V – subvenções oficiais, de empresas ou entidades particulares; 
VI - rendas eventuais. 
 
Art. 17 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão reunir-se, pelo 
menos, uma vez mensalmente. 
Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem licença prévia do 
respectivo Conselho, a cinco reuniões perderá o mandato. 
 
Art. 18 - Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem poderão ser 
aplicadas as seguintes penas: 
I - advertência verbal; 
II - multa; 
III - censura; 
IV - suspensão do exercício profissional; 
V - cassação do direito ao exercício profissional. 
§ 1º As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo são da alçada dos 
Conselhos Regionais e a referida no inciso V, do Conselho Federal, ouvido o Conselho 
Regional interessado. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
66 
§ 2º O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas diferentes 
penalidades, serão disciplinados no regimento do Conselho Federal e dos Conselhos 
Regionais. 
 
Art. 19 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão tabela própria de 
pessoal, cujo regime será o da Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
Art. 20 - A responsabilidade pela gestão administrativa e financeira dos Conselhos 
caberá aos respectivos diretores. 
 
Art. 21 - A composição do primeiro Conselho Federal de Enfermagem, com mandato 
de um ano, será feito por ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante 
indicação, em lista tríplice, da Associação Brasileira de Enfermagem. 
Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá, além das 
atribuições previstas nesta Lei: 
a) promover as primeiras eleições para composição dos Conselhos Regionais e 
instalá-los; 
b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho Federal, até 
noventa dias antes do termino do seu mandato. 
 
Art. 22 - Durante o período de organização do Conselho Federal de Enfermagem, o 
Ministério do Trabalho e Previdência Social lhe facilitará a utilização de seu próprio pessoal, 
material e local de trabalho. 
 
Art. 23 - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
 
Brasília, 12 de julho de 1973. 
 
Emílio G. Médici, Presidente da República, e 
Júlio Barata, Ministro do Trabalho e Previdência Social 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
67 
ANEXO C- LEI 7.498 DE 25 DE JUNHO DE 1986 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
 
Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional, observadas 
as disposições desta lei. 
 
Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por 
pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem comjurisdição na área onde ocorre o exercício. 
Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo 
Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os 
respectivos graus de habilitação. 
 
Art. 3º O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde 
incluem planejamento e programação de enfermagem. 
 
Art. 4º A programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência de 
enfermagem. 
 
Art. 5º (VETADO). 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
 
Art. 6º São enfermeiros: 
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos 
termos da lei; 
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, 
conferido nos termos da lei; 
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou 
certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola 
estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural 
ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de 
Obstetriz; 
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de 
Enfermeiro conforme o disposto na alínea d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março 
de 1961. 
 
Art. 7º São Técnicos de Enfermagem: 
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de 
acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente; 
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso 
estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil 
como diploma de Técnico de Enfermagem. 
Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem: 
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
68 
ensino, nos termos da lei e registrado no órgão competente; 
II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956; 
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do art. 2º da Lei nº 
2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de 
dezembro de 1961; 
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, 
expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do 
Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da 
Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 
8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; 
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei 
nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; 
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, 
segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou 
revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. 
 
Art. 9º São Parteiras: 
I - a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de 
janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; 
II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por 
escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio 
cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta lei, como 
certificado de Parteira. 
 
Art. 10. (VETADO). 
 
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: 
I - privativamente: 
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de 
saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; 
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas 
e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; 
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistência de enfermagem; 
d) (VETADO); 
e) (VETADO); 
f) (VETADO); 
g) (VETADO); 
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; 
i) consulta de enfermagem; 
j) prescrição da assistência de enfermagem; 
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; 
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam 
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; 
II - como integrante da equipe de saúde: 
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; 
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
69 
saúde; 
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em 
rotina aprovada pela instituição de saúde; 
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; 
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças 
transmissíveis em geral; 
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela 
durante a assistência de enfermagem; 
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera; 
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; 
i) execução do parto sem distócia; 
j) educação visando à melhoria de saúde da população. 
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º desta lei incumbe, 
ainda: 
a) assistência à parturiente e ao parto normal; 
b) identificação das distócias obstétricas e tomada de providências até a chegada do 
médico; 
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando 
necessária. 
 
Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo 
orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação 
no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente: 
a) participar da programação da assistência de enfermagem; 
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, 
observado o disposto no parágrafo único do art. 11 desta lei; 
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau 
auxiliar; 
d) participar da equipe de saúde. 
 
Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza 
repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a 
participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe 
especialmente: 
a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; 
b) executar ações de tratamento simples; 
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; 
d) participar da equipe de saúde. 
 
Art. 14. (VETADO). 
 
Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei, quando exercidas em 
instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser 
desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro. 
 
Art. 16. (VETADO). 
Art. 17. (VETADO). 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
70 
Art. 18. (VETADO). 
Parágrafo único. (VETADO). 
Art. 19. (VETADO). 
 
Art. 20. Os órgãos de pessoal da administração pública direta e indireta, federal, 
estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observarão, no provimento de 
cargos e funções e na contratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, os 
preceitos desta lei. 
Parágrafo único. Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as medidas 
necessárias à harmonização das situações já existentes com as disposições desta lei, 
respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários. 
 
Art. 21. (VETADO). 
Art. 22. (VETADO). 
 
Art. 23. O pessoal que se encontra executando tarefas de enfermagem, em virtude 
de carência de recursos humanos de nível médio nessa área, sem possuir formação 
específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer 
atividades elementares de enfermagem, observado o disposto no art. 15 desta lei. 
Parágrafo único. A autorização referida nesteartigo, que obedecerá aos critérios 
baixados pelo Conselho Federal de Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o 
prazo de 10 (dez) anos, a contar da promulgação desta lei. 
Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de enfermagem, admitidos antes da 
vigência desta lei, o exercício das atividades elementares da enfermagem, observado o 
disposto em seu artigo 15. (Redação dada pela Lei nº 8.967, de 1986) 
 
Art. 24. (VETADO). 
Parágrafo único. (VETADO). 
 
Art. 25. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 120 (cento e vinte) 
dias a contar da data de sua publicação. 
 
Art. 26. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 27. Revogam-se (VETADO) as demais disposições em contrário. 
 
Brasília, 25 de junho de 1986; 165º da Independência e 98º da República. 
 
JOSÉ SARNEY 
ALMIR PAZZIANOTTO PINTO 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
71 
ANEXO D- DECRETO N 94.406/87 
Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da 
Enfermagem, e dá outras providências. 
 
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item 
III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 
1986, decreta: 
 
Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei 
nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de 
Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido 
ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região. 
 
Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no 
seu planejamento e programação. 
 
Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa 
de Enfermagem. 
 
Art. 4º - São Enfermeiros: 
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos 
termos da lei; 
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, 
conferidos nos termos da lei; 
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou 
certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola 
estrangeira segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio 
cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou 
de Obstetriz; 
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de 
Enfermeira conforme o disposto na letra ""d"" do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, 
de 28 de março de 1961. 
 
Art. 5º. São técnicos de Enfermagem: 
I - o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem, expedido de 
acordo com a legislação e registrado no órgão competente; 
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso 
estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil 
como diploma de técnico de Enfermagem. 
 
Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem: 
I - o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de 
ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente; 
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956; 
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. 2º. da Lei nº 
2.604, de 17 de setembro de1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de 
dezembro de 1961; 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
72 
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, 
expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do 
Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da 
Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 
8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; 
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei 
nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; 
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, 
segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou 
revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. 
 
Art. 7º - São Parteiros: 
I - o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, 
observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; 
II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por 
escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de 
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de 
Parteiro. 
 
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: 
I - privativamente: 
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de 
saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; 
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas 
e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; 
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistência de Enfermagem; 
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; 
e) consulta de Enfermagem; 
f) prescrição da assistência de Enfermagem; 
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; 
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam 
conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; 
II - como integrante da equipe de saúde: 
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; 
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; 
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde 
pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; 
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; 
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das 
respectivas comissões; 
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos 
que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem; 
g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos 
programas de vigilância epidemiológica; 
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao 
recém-nascido; 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
73 
i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual 
e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; 
j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; 
l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem 
distócia; 
m) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria 
de saúde do indivíduo, da família e da população em geral; 
n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, 
particularmente nos programas de educação continuada; 
o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de 
acidentes e de doenças profissionais e do trabalho; 
p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e 
contrarreferência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; 
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; 
r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de Enfermagem, nos 
concursos para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal 
Técnico e Auxiliar de Enfermagem. 
 
Art. 9º - Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de 
Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe: 
I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; 
II - identificação das distócias obstétricase tomada de providências até a chegada 
do médico; 
III - realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, 
quando necessária. 
 
Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio 
técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: 
I - assistir ao Enfermeiro: 
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de 
assistência de Enfermagem; 
b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave; 
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de 
vigilância epidemiológica; 
d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar; 
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a 
pacientes durante a assistência de saúde; 
f) na execução dos programas referidos nas letras ""i"" e ""o"" do item II do Art. 8º. 
II - executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas as privativas do 
Enfermeiro e as referidas no Art. 9º deste Decreto: 
III - integrar a equipe de saúde. 
 
Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio 
atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: 
I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos; 
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação; 
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
74 
atividades de Enfermagem, tais como: 
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral; 
b) realizar controle hídrico; 
c) fazer curativos; 
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio; 
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas; 
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis; 
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico; 
h) colher material para exames laboratoriais; 
i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios; 
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar; 
l) executar atividades de desinfecção e esterilização; 
IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, 
inclusive: 
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se; 
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependência de 
unidades de saúde; 
V - integrar a equipe de saúde; 
VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive: 
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições 
de Enfermagem e médicas; 
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de 
educação para a saúde; 
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes: 
VIII - participar dos procedimentos pós-morte. 
 
Art. 12 - Ao Parteiro incumbe: 
I - prestar cuidados à gestante e à parturiente; 
II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e 
III - cuidar da puérpera e do recém-nascido. 
Parágrafo único - As atividades de que trata este artigo são exercidas sob supervisão 
de Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível, 
sob controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio ou onde se 
fizerem necessárias. 
 
Art. 13 - As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente poderão ser exercidas 
sob supervisão, orientação e direção de Enfermeiro. 
 
Art. 14 - Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem: 
I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem; 
II - quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as atividades da assistência 
de Enfermagem, para fins estatísticos; 
 
Art. 15 - Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do 
Distrito Federal e dos Territórios será exigida como condição essencial para provimento de 
cargos e funções e contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, a prova de 
inscrição no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
75 
Parágrafo único - Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo promoverão, 
em articulação com o Conselho Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação 
das situações já existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os direitos 
adquiridos quanto a vencimentos e salários. 
 
Art. 16 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 17 - Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 08 de junho de 1987 
 
JOSÉ SARNEY 
EROS ANTONIO DE ALMEIDA 
 
 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
76 
ANEXO E- CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DA SAÚDE 
 
A carta que você tem nas mãos baseia-se em seis princípios básicos de cidadania. 
Juntos, eles asseguram ao cidadão o direito básico ao ingresso digno nos sistemas de saúde, 
sejam eles públicos ou privados. A carta é também uma importante ferramenta para que 
você conheça seus direitos e possa ajudar o Brasil a ter um sistema de saúde com muito 
mais qualidade. 
 
PRINCÍPIOS DESTA CARTA* 
 
1- Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de 
saúde. 
2- Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema. 
3- Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de 
qualquer discriminação. 
4- Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores 
e seus direitos. 
5- Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça 
da Forma adequada. 
6- Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que 
os princípios anteriores sejam cumpridos. 
 
* Aprovada pela Portaria MS/GM nº 675, de 30/3/2006, publicada no DOU, Seção 1, em 
31/3/2006. 
 
Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde 
 
Considerando o art. 196 da Constituição Federal, que garante o acesso universal e 
igualitário a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. 
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes. 
Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a 
Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. 
Considerando a necessidade de promover mudanças de atitude em todas as 
práticas de atenção e gestão que fortaleçam a autonomia e o direito do cidadão. 
O Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Saúde e a Comissão Intergestora 
Tripartite apresentam a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e convidam todos os 
gestores, profissionais de saúde, organizações civis, instituições e pessoas interessadas para 
que promovam o respeito destes direitos e assegurem seu reconhecimento efetivo e sua 
aplicação. 
O PRIMEIRO PRINCÍPIO assegura ao cidadão o acesso ordenado e organizado aos 
sistemas de saúde, visando a um atendimento mais justo e eficaz. 
Todos os cidadãos têm direito ao acesso às ações e aos serviços de promoção, 
proteção e recuperação da saúde promovidos pelo Sistema Único de Saúde: 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
77 
I- O acesso se dará prioritariamente pelos Serviços de Saúde da Atenção Básica 
próximos ao local de moradia. 
II- Nas situações de urgência/emergência, o atendimento se dará de forma 
incondicional, em qualquer unidade do sistema. 
III- Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser assegurada a remoção do 
usuário em condições seguras, que não implique maiores danos, para um estabelecimento 
de saúde com capacidade para recebê-lo. 
IV- O encaminhamento à Atenção Especializada e Hospitalar será estabelecido em 
função da necessidade de saúde e indicação clínica, levando-se em conta critérios de 
vulnerabilidade e risco com apoio de centrais de regulação ou outros mecanismos que 
facilitem o acesso a serviços de retaguarda. 
V- Quando houver limitação circunstancialna capacidade de atendimento do 
serviço de saúde, fica sob responsabilidade do gestor local a pronta resolução das condições 
para o acolhimento e devido encaminhamento do usuário do SUS, devendo ser prestadas 
informações claras ao usuário sobre os critérios de priorização do acesso na localidade por 
ora indisponível. A prioridade deve ser baseada em critérios de vulnerabilidade clínica e 
social, sem qualquer tipo de discriminação ou privilégio. 
VI- As informações sobre os serviços de saúde contendo critérios de acesso, 
endereços, telefones, horários de funcionamento, nome e horário de trabalho dos 
profissionais das equipes assistenciais devem estar disponíveis aos cidadãos nos locais onde 
a assistência é prestada e nos espaços de controle social. 
VII- O acesso de que trata o caput inclui as ações de proteção e prevenção relativas 
a riscos e agravos à saúde e ao meio ambiente, as devidas informações relativas às ações de 
vigilância sanitária e epidemiológica e os determinantes da saúde individual e coletiva. 
VIII- A garantia à acessibilidade implica o fim das barreiras arquitetônicas e de 
comunicabilidade, oferecendo condições de atendimento adequadas, especialmente a 
pessoas que vivem com deficiências, idosos e gestantes. 
 
O SEGUNDO PRINCÍPIO assegura ao cidadão o tratamento adequado e efetivo para 
seu problema, visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados. 
É direito dos cidadãos ter atendimento resolutivo com qualidade, em função da natureza do 
agravo, com garantia de continuidade da atenção, sempre que necessário, tendo garantidos: 
I- Atendimento com presteza, tecnologia apropriada e condições de trabalho 
adequadas para os profissionais da saúde. 
II- Informações sobre o seu estado de saúde, extensivas aos seus familiares e/ou 
acompanhantes, de maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível e adaptada à 
condição cultural, respeitados os limites éticos por parte da equipe de saúde sobre, entre 
outras: 
a) hipóteses diagnósticas; 
b) diagnósticos confirmados; 
c) exames solicitados; 
d) objetivos dos procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, preventivos ou 
terapêuticos; 
e) riscos, benefícios e inconvenientes das medidas diagnósticas e terapêuticas 
propostas; 
f) duração prevista do tratamento proposto; 
g) no caso de procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos ou cirúrgicos, a 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
78 
necessidade ou não de anestesia e seu tipo e duração, partes do corpo afetadas 
pelos procedimentos, instrumental a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou 
conseqüências indesejáveis, duração prevista dos procedimentos e tempo de 
recuperação; 
h) finalidade dos materiais coletados para exames; 
i) evolução provável do problema de saúde; 
j) informações sobre o custo das intervenções das quais se beneficiou o usuário. 
III- Registro em seu prontuário, entre outras, das seguintes informações, de modo 
legível e atualizado: 
a) motivo do atendimento e/ou internação, dados de observação clínica, evolução 
clínica, prescrição terapêutica, avaliações da equipe multiprofissional, 
procedimentos e cuidados de enfermagem e, quando for o caso, procedimentos 
cirúrgicos e anestésicos, odontológicos, resultados de exames complementares 
laboratoriais e radiológicos; 
b) registro da quantidade de sangue recebida e dados que permitam identificar sua 
origem, sorologias efetuadas e prazo de validade; 
c) identificação do responsável pelas anotações. 
IV- O acesso à anestesia em todas as situações em que for indicada, bem como a 
medicações e procedimentos que possam aliviar a dor e o sofrimento. 
V- O recebimento das receitas e prescrições terapêuticas, que devem conter: 
a) o nome genérico das substâncias prescritas; 
b) clara indicação da posologia e dosagem; 
c) escrita impressa, datilografadas ou digitadas, ou em caligrafia legível; 
d) textos sem códigos ou abreviaturas; 
e) o nome legível do profissional e seu número de registro no órgão de controle e 
regulamentação da profissão; 
f) a assinatura do profissional e data. 
VI- O acesso à continuidade da atenção com o apoio domiciliar, quando pertinente, 
treinamento em autocuidado que maximize sua autonomia ou acompanhamento em 
centros de reabilitação psicossocial ou em serviços de menor ou maior complexidade 
assistencial. 
VII- Encaminhamentos para outras unidades de saúde, observando: 
a) caligrafia legível ou datilografados/digitados ou por meio eletrônico; 
b) resumo da história clínica, hipóteses diagnósticas, tratamento realizado, 
evolução e o motivo do encaminhamento; 
c) a não utilização de códigos ou abreviaturas; 
d) nome legível do profissional e seu número de registro no órgão de controle e 
regulamentação da profissão, assinado e datado; 
e) identificação da unidade de referência e da unidade referenciada. 
 
O TERCEIRO PRINCÍPIO assegura ao cidadão o atendimento acolhedor e livre de 
discriminação, visando à igualdade de tratamento e a uma relação mais pessoal e saudável. 
É direito dos cidadãos atendimento acolhedor na rede de serviços de saúde de 
forma humanizada, livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em função de 
idade, raça, cor, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, características genéticas, 
condições econômicas ou sociais, estado de saúde, ser portador de patologia ou pessoa 
vivendo com deficiência, garantindo-lhes: 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
79 
I- A identificação pelo nome e sobrenome, devendo existir em todo documento de 
identificação do usuário um campo para se registrar o nome pelo qual prefere ser chamado, 
independentemente do registro civil, não podendo ser tratado por número, nome da 
doença, códigos, de modo genérico, desrespeitoso ou preconceituoso. 
II- Profissionais que se responsabilizem por sua atenção, identificados por meio de 
crachás visíveis, legíveis ou por outras formas de identificação de fácil percepção. 
III- Nas consultas, procedimentos diagnósticos, preventivos, cirúrgicos, terapêuticos 
e internações, o respeito a: 
a) integridade física; 
b) privacidade e conforto; 
c) individualidade; 
d) seus valores éticos, culturais e religiosos; 
e) confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal; 
f) segurança do procedimento; 
g) bem-estar psíquico e emocional. 
IV- O direito ao acompanhamento por pessoa de sua livre escolha nas consultas, 
exames e internações, no momento do pré-parto, parto e pós-parto e em todas as situações 
previstas em lei (criança, adolescente, pessoas vivendo com deficiências ou idoso). Nas 
demais situações, ter direito a acompanhante e/ou visita diária, não inferior a duas horas 
durante as internações, ressalvadas as situações técnicas não indicadas. 
V- Se criança ou adolescente, em casos de internação, continuidade das atividades 
escolares, bem como desfrutar de alguma forma de recreação. 
VI- A informação a respeito de diferentes possibilidades terapêuticas de acordo com 
sua condição clínica, considerando as evidências científicas e a relação custo-benefício das 
alternativas de tratamento, com direito à recusa, atestado na presença de testemunha. 
VII- A opção pelo local de morte. 
VIII- O recebimento, quando internado, de visita de médico de sua referência, que 
não pertença àquela unidade hospitalar, sendo facultado a esse profissional o acesso ao 
prontuário. 
 
O QUARTO PRINCÍPIO assegura ao cidadão o atendimento que respeite os valores e 
direitos do paciente, visando a preservar sua cidadania durante o tratamento. 
O respeito à cidadania no Sistema de Saúde deve ainda observar os seguintes 
direitos: 
I- Escolher o tipo de plano de saúde que melhor lhe convier, de acordo com as 
exigências mínimas constantes na legislação, e ter sido informado pela operadora da 
existência e disponibilidade do plano referência. 
II- O sigilo e a confidencialidade de todas as informações pessoais, mesmo após a 
morte, salvo quando houver expressa autorização do usuário ou em caso de imposição legal, 
como situações de risco à saúde pública. 
III-Acesso a qualquer momento, do paciente ou terceiro por ele autorizado, a seu 
prontuário e aos dados nele registrados, bem como ter garantido o encaminhamento de 
cópia a outra unidade de saúde, em caso de transferência. 
IV- Recebimento de laudo médico, quando solicitar. 
V- Consentimento ou recusa de forma livre, voluntária e esclarecida, depois de 
adequada informação, a quaisquer procedimentos diagnósticos, preventivos ou 
terapêuticos, salvo se isso acarretar risco à saúde pública. O consentimento ou a recusa 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
80 
dados anteriormente poderão ser revogados a qualquer instante, por decisão livre e 
esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais, administrativas ou legais. 
VI- Não ser submetido a nenhum exame, sem conhecimento e consentimento, nos 
locais de trabalho (pré-admissionais ou periódicos), nos estabelecimentos prisionais e de 
ensino, públicos ou privados. 
VII- A indicação de um representante legal de sua livre escolha, a quem confiará a 
tomada de decisões para a eventualidade de tornar-se incapaz de exercer sua autonomia. 
VIII- Receber ou recusar assistência religiosa, psicológica e social. 
IX- Ter liberdade de procurar segunda opinião ou parecer de outro profissional ou 
serviço sobre seu estado de saúde ou sobre procedimentos recomendados, em qualquer 
fase do tratamento. 
X- Ser prévia e expressamente informado quando o tratamento proposto for 
experimental ou fizer parte de pesquisa, decidindo de forma livre e esclarecida, sobre sua 
participação. 
XI- Saber o nome dos profissionais que trabalham nas unidades de saúde, bem 
como dos gerentes e/ou diretores e gestor responsável pelo serviço. 
XII- Ter acesso aos mecanismos de escuta para apresentar sugestões, reclamações e 
denúncias aos gestores e às gerências das unidades prestadoras de serviços de saúde e às 
ouvidorias, sendo respeitada a privacidade, o sigilo e a confidencialidade. 
XIII- Participar dos processos de indicação e/ou eleição de seus representantes nas 
conferências, nos conselhos nacional, estadual, do Distrito Federal, municipal e regional ou 
distrital de saúde e conselhos gestores de serviços. 
 
O QUINTO PRINCÍPIO assegura as responsabilidades que o cidadão também deve 
ter para que seu tratamento aconteça de forma adequada. 
Todo cidadão deve se comprometer a: 
I- Prestar informações apropriadas nos atendimentos, nas consultas e nas 
internações sobre queixas, enfermidades e hospitalizações anteriores, história de uso de 
medicamentos e/ou drogas, reações alérgicas e demais indicadores de sua situação de 
saúde. 
II- Manifestar a compreensão sobre as informações e/ou orientações recebidas e, 
caso subsistam dúvidas, solicitar esclarecimentos sobre elas. 
III- Seguir o plano de tratamento recomendado pelo profissional e pela equipe de 
saúde responsável pelo seu cuidado, se compreendido e aceito, participando ativamente do 
projeto terapêutico. 
IV- Informar ao profissional de saúde e/ou à equipe responsável sobre qualquer 
mudança inesperada de sua condição de saúde. 
V- Assumir responsabilidades pela recusa a procedimentos ou tratamentos 
recomendados e pela inobservância das orientações fornecidas pela equipe de saúde. 
VI- Contribuir para o bem-estar de todos que circulam no ambiente de saúde, 
evitando principalmente ruídos, uso de fumo, derivados do tabaco e bebidas alcoólicas, 
colaborando com a limpeza do ambiente. 
VII- Adotar comportamento respeitoso e cordial com os demais usuários e 
trabalhadores da saúde. 
VIII- Ter sempre disponíveis para apresentação seus documentos e resultados de 
exames que permanecem em seu poder. 
IX- Observar e cumprir o estatuto, o regimento geral ou outros regulamentos do 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
81 
espaço de saúde, desde que estejam em consonância com esta carta. 
X- Atentar para situações da sua vida cotidiana em que sua saúde esteja em risco e 
as possibilidades de redução da vulnerabilidade ao adoecimento. 
XI- Comunicar aos serviços de saúde ou à vigilância sanitária irregularidades 
relacionadas ao uso e à oferta de produtos e serviços que afetem a saúde em ambientes 
públicos e privados. 
XII- Participar de eventos de promoção de saúde e desenvolver hábitos e atitudes 
saudáveis que melhorem a qualidade de vida. 
 
O SEXTO PRINCÍPIO assegura o comprometimento dos gestores para que os 
princípios anteriores sejam cumpridos. 
Os gestores do SUS, das três esferas de governo, para observância desses princípios, 
se comprometem a: 
I- Promover o respeito e o cumprimento desses direitos e deveres com a adoção de 
medidas progressivas para sua efetivação. 
II- Adotar as providências necessárias para subsidiar a divulgação desta carta, 
inserindo em suas ações as diretrizes relativas aos direitos e deveres dos usuários, ora 
formalizada. 
III- Incentivar e implementar formas de participação dos trabalhadores e usuários 
nas instâncias e nos órgãos de controle social do SUS. 
IV- Promover atualizações necessárias nos regimentos e estatutos dos serviços de 
saúde, adequando-os a esta carta. 
V- Adotar formas para o cumprimento efetivo da legislação e normatizações do 
sistema de saúde. 
 
I – RESPONSABILIDADE PELA SAÚDE DO CIDADÃO 
Compete ao município “prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e 
do estado, serviços de atendimento à saúde da população” – Constituição da República 
Federativa do Brasil, art. 30, item VII. 
 
II – RESPONSABILIDADES PELA GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 
 
A- DOS GOVERNOS MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL: 
1- Gerenciar e executar os serviços públicos de saúde. 
2- Celebrar contratos com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, 
bem como avaliar sua execução. 
3- Participar do planejamento, programação e organização do SUS em articulação 
com o gestor estadual. 
4- Executar serviços de vigilância epidemiológica, sanitária, de alimentação e 
nutrição, de saneamento básico e de saúde do trabalhador. 
5- Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros. 
6- Celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados 
de saúde, assim como controlar e avaliar sua execução. 
7- Participar do financiamento e garantir o fornecimento de medicamentos básicos. 
 
 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
82 
B- DOS GOVERNOS ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL: 
1- Acompanhar, controlar e avaliar as redes assistenciais do SUS. 
2- Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios. 
3- Executar diretamente ações e serviços de saúde na rede própria. 
4- Gerir sistemas públicos de alta complexidade de referência estadual e regional. 
5- Acompanhar, avaliar e divulgar os seus indicadores de morbidade e mortalidade. 
6- Participar do financiamento da assistência farmacêutica básica e adquirir e 
distribuir os medicamentos de alto custo em parceria com o governo federal. 
7- Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de vigilância 
epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição e saúde do trabalhador. 
8- Implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados 
juntamente com a União e municípios. 
9- Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros. 
 
C- DO GOVERNO FEDERAL: 
1- Prestar cooperação técnica e financeira aos estados, municípios e Distrito 
Federal. 
2- Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a 
saúde. 
3- Formular, avaliar e apoiar políticas nacionais no campo da saúde. 
4- Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de alta complexidade de 
rede de laboratórios de saúde pública, de vigilância sanitária e epidemiológica. 
5- Estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e 
fronteiras em parceria com estados e municípios. 
6- Participar do financiamento da assistência farmacêutica básica e adquirir e 
distribuir para os estados os medicamentos de alto custo. 
7- Implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivadosjuntamente com estados e municípios. 
8- Participar na implementação das políticas de controle das agressões ao meio 
ambiente, de saneamento básico e relativas às condições e aos ambientes de trabalho. 
9- Elaborar normas para regular as relações entre o SUS e os serviços privados 
contratados de assistência à saúde. 
10- Auditar, acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, 
respeitadas as competências estaduais e municipais. 
 
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde 
www.saude.gov.br/bvs 
 
Legislação em Saúde 
www.saude.gov.br/saudelegis 
 
 
 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
83 
ANEXO F- RESOLUÇÃO COFEN Nº 311/2007 
Revoga a Resolução COFEN nº 240/2000 
 
Aprova a Reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. O 
Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso de sua competência estabelecida pelo art. 
2º, c.c. a Resolução COFEN-242/2000, em seu art. 13, incisos IV, V, XV, XVII e XLIX; 
 
CONSIDERANDO a Lei nº 5.905/73, em seu artigo 8º, inciso III; 
 
CONSIDERANDO o resultado dos estudos originais de seminários realizados pelo 
COFEN com a participação dos diversos segmentos da profissão; 
 
CONSIDERANDO o que consta dos PADs COFEN nos 83/91, 179/91, 45/92, 119/92 e 
63/2002; 
 
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário em sua 346ª ROP, realizada em 30, 31 
de janeiro de 2007. 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1º - Fica aprovado o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem para 
aplicação na jurisdição de todos os Conselhos de Enfermagem. 
 
Art. 2º - Todos os Profissionais de Enfermagem deverão conhecer o inteiro teor do 
presente Código, acessando o site www.portalcofen.gov.br; www.portalenfermagem.gov.br 
e requerê-lo no Conselho Regional de Enfermagem do Estado onde exercem suas atividades. 
 
Art. 3º - Este Código aplica-se aos profissionais de Enfermagem e exercentes das 
atividades elementares de enfermagem. 
 
Art. 4º - Este ato resolucional entrará em vigor a partir de 12 de maio de 2007, 
correspondendo a 90 (noventa) dias após sua publicação, revogando a Resolução COFEN nº. 
240/2000. 
 
Rio de Janeiro, 08 de fevereiro 2007. 
DULCE DIRCLAIR HUF BAIS 
Presidente 
COREN-MS Nº 10.244 
Carmem de Almeida Silva 
Primeira Secretária 
 
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem 
PREÂMBULO 
 
A Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos científicos 
e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
84 
que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na prestação de serviços à 
pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias de vida. 
O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo processo de 
construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e profissional 
configurado pela responsabilidade no plano das relações de trabalho com reflexos no campo 
científico e político. 
A Enfermagem Brasileira, face às transformações socioculturais, científicas e legais, 
entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem (CEPE). 
A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Federal de Enfermagem 
com a participação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, inclui discussões com a 
categoria de Enfermagem. 
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto e 
inclui princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta 
ética dos profissionais de Enfermagem. 
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração a 
necessidade e o direito de assistência em Enfermagem da população, os interesses do 
profissional e de sua organização. Está centrado na pessoa, família e coletividade e 
pressupõe que os trabalhadores de Enfermagem estejam aliados aos usuários na luta por 
uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda população. 
O presente Código teve como referência os postulados da Declaração Universal dos 
Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948) e adotada 
pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código de Ética do 
Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da Associação Brasileira 
de Enfermagem (1975). 
Teve Como referência, ainda, o Código de Deontologia de Enfermagem do Conselho 
Federal de Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e 
as Normas Internacionais e Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração 
Helsinque (1964), revista em Tóquio (1975) e a Resolução 196 do Conselho Nacional de 
Saúde, Ministério da Saúde (1996)]. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida da 
pessoa, família e coletividade. O Profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção, 
recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos 
éticos e legais. O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de 
saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa 
dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade 
de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da 
autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização 
político-administrativa dos serviços de saúde. O Profissional de Enfermagem respeita a vida, 
a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões. O Profissional de 
Enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na 
sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética. O Profissional de 
Enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção da saúde do ser 
humano na sua integridade, de acordo com os princípios da ética e da bioética. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
85 
CAPÍTULO I 
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS DIREITOS 
 
Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os 
pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos. 
 Art. 2º Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão 
sustentação a sua prática profissional. 
 Art. 3º Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa 
dos direitos e interesses da categoria e da sociedade. 
 Art. 4º Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do 
Conselho Regional de Enfermagem. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 5º Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, 
dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. 
Art. 6º Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na 
solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica. 
Art. 7º Comunicar ao COREN, e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam 
dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 8º Promover e ser conivente com a injúria calúnia e difamação de membro da 
Equipe de Enfermagem Equipe de Saúde e de trabalhadores de outras áreas, de 
organizações da categoria ou instituições. 
 
Art. 9º Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer 
outro ato, que infrinja postulados éticos e legais. 
 
SEÇÃO I 
DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMÍLIA E COLETIVIDADE DIREITOS 
 
Art. 10. Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência 
técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, 
família e coletividade. 
 Art. 11. Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e coletividade, 
necessárias ao exercício profissional. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 12. Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre 
de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
 Art. 13. Avaliar criteriosamente sua competência técnica,científica, ética e legal e 
somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenhar seguro para si e 
para outrem. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
86 
 Art. 14. Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em 
benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão. 
 Art. 15. Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer 
natureza. 
 Art. 16. Garantir a continuidade da Assistência de Enfermagem em condições que 
ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes 
de movimentos reivindicatórios da categoria. 
 Art. 17. Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito 
dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da Assistência de Enfermagem. 
 Art. 18. Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa 
ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e 
bem estar. 
 Art. 19. Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo 
seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte. 
 
Art. 20. Colaborar com a Equipe de Saúde no esclarecimento da pessoa, família e 
coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu estado 
de saúde e tratamento. 
 Art. 21. Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de 
imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da Equipe de Saúde. 
 Art. 22. Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de 
emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais. 
 Art. 23. Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa do 
cidadão, nos termos da lei. 
 Art. 24. Respeitar no exercício da profissão, as normas relativas à preservação do 
meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de poluição e deteriorização 
que comprometam a saúde e a vida. 
 Art. 25. Registrar no Prontuário do Paciente as informações inerentes e 
indispensáveis ao processo de cuidar. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 26. Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se caracterize 
como urgência ou emergência. 
Art. 27. Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da 
pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte. 
Art. 28. Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a 
gestação. 
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de 
acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo. 
Art. 29. Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a 
morte do cliente. 
Art. 30. Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-
se da possibilidade dos riscos. 
 
Art. 31. Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos 
previstos na legislação vigente em situação de emergência. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
87 
 Art. 32. Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança 
da pessoa. 
 Art. 33. Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, 
exceto em caso de emergência. 
 Art. 34. Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de 
violência. 
 Art. 35. Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada. 
 
SEÇÃO II 
DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM, SAÚDE E OUTROS DIREITOS 
 
Art. 36. Participar da prática profissional multi e interdisciplinar com 
responsabilidade, autonomia e liberdade. 
 Art. 37. Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não 
conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência 
e emergência. 
Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar 
prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 38. Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, 
independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe. 
 Art. 39. Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências 
decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe de 
saúde. 
 Art. 40. Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja 
por imperícia, imprudência ou negligência. 
 Art. 41. Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias 
para assegurar a continuidade da assistência. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 42. Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que 
suas ações sejam assinadas por outro profissional. 
 Art. 43. Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no 
descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização, 
fecundação artificial e manipulação genética. 
 
SEÇÃO III 
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA DIREITOS 
 
Art. 44. Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de 
cumprir o presente Código, a legislação do Exercício Profissional e as Resoluções e Decisões 
emanadas pelo Sistema COFEN/COREN. 
 Art. 45. Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades de Classe e Órgãos de 
Fiscalização do Exercício Profissional. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
88 
 Art. 46. Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e convocações. 
 Art. 47. Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, medidas cabíveis para 
obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 48. Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão. 
 Art. 49. Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem, fatos que firam preceitos 
do presente Código e da legislação do exercício profissional. 
 Art. 50. Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que 
envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade do 
profissional em cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional. 
 Art. 51. Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do 
Conselho Federal e Conselho Regional de Enfermagem. 
 Art. 52. Colaborar com a fiscalização de exercício profissional. 
 Art. 53. Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as suas 
obrigações financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem. 
 Art. 54. Apura o número e categoria de inscrição no Conselho Regional de 
Enfermagem em assinatura, quando no exercício profissional. 
 Art. 55. Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfermagem no 
desempenho de atividades nas organizações da categoria. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 56. Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às 
demais normas que regulam o exercício da Enfermagem. 
 Art. 57. Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que 
envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do 
profissional em cumprir o presente código e a legislação do exercício profissional. 
 Art. 58. Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio ou 
comprometam a finalidade para a qual foram instituídas as organizações da categoria. 
 Art. 59. Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício 
profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem. 
 
SEÇÃO IV 
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORAS DIREITOS 
 
Art. 60. Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do seu 
aprimoramento técnico-científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por 
melhores condições de assistência, trabalho e remuneração. 
 Art. 61. Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a 
instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições dignas para o 
exercício profissional ou que desrespeite a legislaçãodo setor saúde, ressalvadas as 
situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua 
decisão ao Conselho Regional de Enfermagem. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
89 
 Art. 62. Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a 
jornada de trabalho, a complexidade das ações e responsabilidade pelo exercício 
profissional. 
 Art. 63. Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que 
promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e 
dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as normas 
vigentes. 
 Art. 64. Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou 
equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica. 
 Art. 65. Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada 
onde trabalha, bem como de comissões interdisciplinares. 
 Art. 66. Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício 
profissional e do setor saúde. 
 Art. 67. Ser informado sobre as políticas da instituição e do Serviço de 
Enfermagem, bem como participar de sua elaboração. 
 Art. 68. Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da Enfermagem 
informações referentes ao processo de cuidar da pessoa. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 69. Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, 
científico e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão. 
 Art. 70. Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das atividades de ensino, 
pesquisa e extensão, devidamente aprovadas nas instâncias deliberativas da instituição. 
 Art. 71. Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e 
indispensáveis ao processo de cuidar. 
 Art. 72. Registrar as informações, inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar 
de forma clara, objetiva e completa. 
 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 73. Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou jurídicas que 
desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de Enfermagem. 
 Art. 74. Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de 
concorrência desleal. 
 Art. 75. Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de 
saúde, unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento 
congênere sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas. 
 Art. 76. Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade, 
além do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de Enfermagem diferenciada 
ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem. 
 Art. 77. Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas ou 
jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem. 
 Art. 78. Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para 
impor ordens, opiniões, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar 
pessoas ou dificultar o exercício profissional. 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
90 
 Art. 79. Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular 
de que tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem. 
Art. 80. Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de 
Enfermagem ou de saúde, que não seja Enfermeiro. 
 
CAPÍTULO II 
DO SIGILO PROFISSIONAL DIREITOS 
 
Art. 81. Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento 
em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao 
sigilo. 
 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 82. Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão 
de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o 
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. 
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e em 
caso de falecimento da pessoa envolvida. 
§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando 
necessário à prestação da assistência. 
§ 3º O profissional de· Enfermagem intimado como testemunha deverá comparecer 
perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o segredo. 
§ 4º O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, 
mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor 
tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou 
riscos ao mesmo. 
 Art. 83. Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade 
sobre o dever do sigilo profissional. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 84. Franquear o acesso a informações e documentos a pessoas que não estão 
diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos previstos na legislação 
vigente ou por ordem judicial. 
 Art. 85. Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os 
envolvidos possam ser identificados. 
 
CAPÍTULO III 
DO ENSINO, DA PESQUISA E DA PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA DIREITOS 
 
Art. 86. Realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respeitadas as 
normas ético-legais. 
 Art. 87. Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos 
com as pessoas sob sua responsabilidade profissional ou em seu local de trabalho. 
 Art. 88. Ter reconhecida sua autoria ou participação em produção técnico-
científica. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
91 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 89. Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, 
segundo a especificidade da investigação. 
Art. 90. Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e à 
integridade da pessoa. 
 Art. 91. Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem como os 
direitos autorais no processo de pesquisa, especialmente na divulgação dos seus resultados. 
 Art. 92. Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunidade científica e 
sociedade em geral. 
 Art. 93. Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da profissão 
no ensino, na pesquisa e produções técnico-científicas. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 94. Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em que o direito 
inalienável da pessoa, família ou coletividade seja desrespeitado ou ofereça qualquer tipo de 
risco ou dano aos envolvidos. 
Art. 95. Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por alunos ou 
estagiários, na condição de docente, Enfermeiro responsável ou supervisor. 
Art. 96. Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa, família 
ou coletividade. 
Art. 97. Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-los para fins 
diferentes dos pré-determinados. 
Art. 98. Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito participante do 
estudo sem sua autorização. 
Art. 99. Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica ou 
instrumento de organização formal do qual não tenha participado ou omitir nomes de 
coautores e colaboradores. 
Art. 100. Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, dados, 
informações, ou opiniões ainda não publicados. 
Art. 101. Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, das quais tenha 
participado corno autor ou não, implantadas em serviços ou instituições sob concordância 
ou concessão do autor. 
Art. 102. Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome como 
autor ou coautor em obra técnico-científica. 
 
CAPÍTULO IV 
DA PUBLICIDADE DIREITOS 
 
Art. 103. Utilizar-se de veículo de: comunicação para conceder entrevistas ou 
divulgar eventos e assuntos de sua competência, com finalidade educativa e de interesse 
social. 
Art. 104. Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilitado. 
 
 
 
MÓDULO 1 ENFERMAGEM 
92 
RESPONSABILIDADES E DEVERES 
 
Art. 105. Resguardaros princípios da honestidade, veracidade e fidedignidade no 
conteúdo e na forma publicitária. 
 
Art. 106. Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas de 
divulgação. 
 
PROIBIÇÕES 
 
Art. 107. Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional. 
 
Art. 108. Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e 
instituições sem sua prévia autorização. 
 
Art. 109. Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar. 
 
Art. 110. Omitir, em proveito próprio, referência a pessoas ou instituições. 
 
Art. 111. Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que 
caracterizem concorrência desleal. 
 
CAPÍTULO V 
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES 
 
Art. 112. A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das 
respectivas penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em 
outros dispositivos legais. 
 Art. 113. Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência que implique 
em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem. 
 Art. 114. Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos 
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem. 
 Art. 115. Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, 
ou dela obtiver beneficio, quando cometida por outrem. 
 Art. 116. A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos do 
dano e de suas consequências. 
 Art. 117. A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos do 
Código de Processo Ético das Autarquias dos Profissionais de Enfermagem. 
 Art. 118. As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regional de 
Enfermagem, conforme o que determina o art. 18, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, 
são as seguintes: 
I - Advertência verbal; 
II - Multa; 
III - Censura; 
IV - Suspensão do Exercício Profissional; 
V - Cassação do direito ao Exercício Profissional. 
 
ENFERMAGEM MÓDULO 1 
93 
§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma reservada, 
que será registrada no Prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas. 
§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez) vezes 
o valor da anuidade da categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do 
pagamento. 
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais 
dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação. 
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da Enfermagem por 
um período não superior a 29 (vinte e nove) dias e serão divulgados nas publicações oficiais 
dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, jornais de grande circulação e 
comunicada aos órgãos empregadores. 
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e será 
divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de 
grande circulação. 
 
Art. 119. As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censura e 
suspensão do exercício profissional, são da alçada do Conselho Regional de Enfermagem, 
serão registradas no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de cassação do 
direito ao exercício profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem, 
conforme o disposto no art 18, parágrafo primeiro, da Lei nº 5.905/73. Parágrafo único - Na 
situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem, terá como 
instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais. 
 Art. 120. Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se: 
I - A maior ou menor gravidade da infração; 
II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração; 
III - O dano causado e suas consequências; 
IV - Os antecedentes do infrator. 
 
Art. 121. As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, segundo a 
natureza do ato e a circunstância de cada caso. 
§ 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental 
ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar 
organizações da categoria ou instituições. 
§ 2º São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida, 
debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa ou as que causem 
danos patrimoniais ou financeiros. 
§ 3º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade 
permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral 
irremediável em qualquer pessoa. 
 
Art. 122. São consideradas circunstâncias atenuantes: 
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e 
com eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato; 
II - Ter bons antecedentes profissionais; 
III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação; 
IV - Realizar ato sob emprego real de força física; 
V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração. 
 
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 Art. 123. São consideradas circunstâncias agravantes: 
I - Ser reincidente; 
II - Causar danos irreparáveis; 
III - Cometer infração dolosamente; 
IV - Cometer a infração por motivo fútil ou torpe; 
V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outra infração; 
VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima; 
VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao 
cargo ou função; 
VIII - Ter maus antecedentes profissionais. 
 
CAPÍTULO VI 
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDAES 
 
Art. 124. As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas, 
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo. 
 Art. 125. A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que 
está estabelecido nos artigos: 5º a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 
57; 69 a 71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 89; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111 Código. 
 Art. 126. A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está 
estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 
56 a 59; 72 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105;107; 108; 110; e 111 deste Código. 
 Art. 127. A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está 
estabelecido nos artigos: 8º; 12; 13; 15; 16; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59; 71 a 80; 
82; 84; 85; 90; 91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste Código. 
 Art. 128. A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de 
infrações ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 
41 a 43; 48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste 
Código. 
 Art. 129. A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos 
casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 9º; 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste 
Código. 
 
CAPITULO VII 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 130. Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem. 
Art. 131. Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, 
por iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais. Parágrafo único - A 
alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a categoria, coordenada pelos 
Conselhos Regionais. 
Art. 132. O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário.

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