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DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL II

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DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
PROVA FINAL
UNIVERSIDADE MAURÍCIO DE NASSAU
Professor ISMAEL CAPIBARIBE
1) Dissertar, com suas palavras, sobre Controle de Constitucionalidade pela via indireta.
RESPOSTA
Existe inconstitucionalidade indireta, também dita reflexa, quando o ato viola, em primeiro lugar, 
a norma a que está subordinada, e apenas indireta ou reflexamente a Constituição. É o que 
ocorre, em outras palavras, quando o ato, antes de negar a Constituição, desrespeita a lei. De 
outra parte, quando, para se chegar à conclusão de afronta à Constituição, não é preciso passar 
pelo questionamento da compatibilidade do ato impugnado com norma infraconstitucional, há 
inconstitucionalidade direta, também chamada de frontal.
2) Dissertar, com suas palavras, sobre o remédio constitucional Habeas Corpus.
RESPOSTA
Conceito e legitimidade
A expressão "habeas corpus" significa apresente o corpo. Ele é uma garantia constitucional que 
tutela a liberdade de locomoção do homem. Assim, o "habeas corpus" é um remédio 
constitucional cabível sempre que alguém tiver sofrendo constrangimento ilegal no seu direito de 
ir e vir, ou quando estiver na iminência de sofrer tal constrangimento. Preceitua o art. 5º, inciso 
LXVIII, da Constituição Federal que, conceder-se-á “habeas corpus" sempre que alguém sofrer ou 
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder". 
Importante dizer que, o "habeas corpus" não é um recurso, embora o Código de Processo Penal o 
enquadre como tal. Isso porque a utilização de recursos pressupõe uma decisão não transitada 
em julgado, e o remédio constitucional em questão pode ser impetrado a qualquer momento, 
ainda que esgotadas todas as instâncias. Além disso ele pode ser impetrado tanto contra uma 
decisão judicial, quanto contra um ato administrativo, bastando que haja a ameaça ou a violência
ao direito de ir e vir de determinada pessoa.
Além disso, determina o art. 109, VII, da CF que “aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) VII - os 'habeas corpus', em matéria criminal de sua competência ou quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição”. O "habeas corpus" será impetrado no Tribunal Militar Estadual quando a coação partir
de qualquer autoridade militar estadual e se referir a processo de competência da Justiça Militar 
Estadual. Na inexistência deste Tribunal, o Tribunal de Justiça será competente para julgar a ação.
3) Dissertar, com suas palavras, sobre o remédio constitucional Habeas Data.
RESPOSTA
O habeas data é um remédio constitucional, previsto no artigo 5º, inciso LXXII, destinado a 
assegurar que um cidadão tenha acesso a dados e informações pessoais que estejam sob posse do
Estado brasileiro, ou de entidades privadas que tenham informações de caráter público. Ou seja, é
o direito de saber o que o governo sabe (ou afirma saber) sobre você. Ele também pode ser 
acionado para corrigir dados pessoais que estejam inexatos. 
O habeas data surgiu no ordenamento jurídico brasileiro com a Constituição de 1988. Foi 
inspirado pelas legislações de Portugal, Espanha e Estados Unidos, que desde os anos 1970 
passaram a incluir o direito de cidadãos acessarem dados pessoais em bancos de entidades 
governamentais. Segundo Arnoldo Wald e Rodrigo Fonseca, a inclusão do habeas data na 
Constituição foi motivada por um fator político: o Sistema Nacional de Informações (SNI), banco 
de dados mantido pelo regime militar (1964-1985), reunia diversas informações sobre os cidadãos 
brasileiros. O remédio facilitou o acesso aos dados do SNI.
É garantido a todo cidadão brasileiro o direito a requerer habeas data. A ação é gratuita, não são 
cobradas custas judiciais. Mas o cidadão precisa acionar um advogado. É importante perceber 
também que o impetrante pode apenas pedir acesso a seus próprios dados, e não de terceiros. 
Uma exceção a essa regra ocorre no caso de um cônjuge pedir a liberação de dados do parceiro 
falecido. 
Além disso, pessoas jurídicas também têm direito de ajuizar ações de habeas data. 
Segundo súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o habeas data só é cabível se antes disso o 
cidadão solicitar o acesso a dados pessoais a um órgão público e esse órgão se negar a 
disponibilizar os dados. Sem essa recusa prévia, o pedido de habeas data é negado. 
Por conta disso, o cidadão precisa observar o rito estabelecido pela lei 9.507/97, que regula o 
habeas data. Antes de mais nada, a pessoa interessada deve apresentar um pedido de acesso aos 
dados para o órgão público, que por sua vez tem dois dias para analisar o pedido. Feita a análise, 
o cidadão é informado em 24 horas da decisão do órgão. Se recusado o requerimento, cabe o 
habeas data.
Em casos de inexatidão de dados, o interessado deve fazer uma petição com documentos que 
comprovem o problema. Apresentada a petição, o órgão tem 10 dias para corrigir os dados 
inexatos e comunicar a correção para o requerente.
4) Dissertar, com suas palavras, sobre o remédio constitucional Mandado de Segurança 
Individual e Coletivo.
RESPOSTA
Mandado de segurança é o instrumento processual constitucional posto ao dispor tanto de 
pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas, para proteger direito líquido e certo, quando da 
prática de ilegalidade ou abuso de poder por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício do serviço público. 
Sua previsão constitucional se encontra no art. 5º, LXIX, e, no plano infraconstitucional, na Lei 
12.016/09 (porém, esta não será objeto, propriamente dito, de análise neste post). 
Conforme posicionamento do STF, dito remédio constitucional é uma ação civil, mesmo quando 
for impetrado contra ato de juiz criminal, no âmbito de processo penal. Para uma melhor 
conceituação, o Mandado de Segurança é, na verdade, uma ação subsidiária, posto que 
apenas caberá a impetração do mesmo quando o direito líquido e certo não for passível de 
proteção por habeas corpus ou habeas data, haja vista que estes dois últimos remédios 
constitucionais (habeas corpus e habeas data) também protegem direito líquido e certo. Repito: 
só é cabível MS quando não for possível HC ou HD para proteger o referido direito! 
Mas, afinal o que é direito líquido e certo? A doutrina costuma, de forma majoritária, conceituar 
direito líquido e certo como o direito que se apresenta devidamente caracterizado já na petição 
inicial. Qer dizer, é o direito que não é revestido de dúvida; não necessita de provas complexas 
para caracterização do mesmo. Ou seja, é aquele que não apresenta dúvidas de sua existência. 
Todavia, quem pode, ou melhor dizendo, quem possui legitimidade para impetrar tal remédio 
constitucional? O Mandado de Segurança pode ser impetrado tanto por pessoa física quanto por 
pessoa jurídica, seja nacional seja estrangeira (independentemente do domicílio); porém, exige-se 
que o direito a ser protegido esteja sob jurisdição brasileira. Para ser mais claro, não existe um 
legitimado especial ou diferenciado para tal propositura. Qalquer pessoa física pode ser o titular
do direito violado ou passível de violação. 
Diante disso, podemos concluir o seguinte: quem é o ‘autor’ da ação é quem impetra o Mandado 
de Segurança, portanto, a parte ativa de tal remédio é o impetrante. Porém, também são partes 
da ação em comento, além do impetrante, a autoridade coatora e o Ministério Público.
A autoridade coatora é aquela que se caracteriza como o agente público causador da ilegalidade 
e/ou abuso de poder que ameaçam o direito líquido e certo. Já o Ministério Público é parte 
primordial, assim pode dizer, como fiscal da lei, ou seja, o mesmo apenas detém a competência de
externar opinião sobre o fato em análise, não cabendo, contudo, deferir ou indeferi o Mandado de
Segurança (tal ato cabe ao Juiz).
O MS pode ser:
- epressivo;
-preventivo.
Será cabível o primeiro (repressivo) quando já houver uma ilegalidade ou abuso de poder contra o
direito de alguém. Oumelhor dizendo, será possível o ingresso do mesmo quando já houver 
algum ato praticado contra o direito da pessoa.
Com relação ao segundo, não existe qualquer ato já praticado, mas prestes a acontecer. Visa, 
portanto, a proteger uma possível e futura violação ao direito.
A Constituição Federal não estabelece qualquer prazo para impetração de tal remédio 
constitucional. Porém, a supracitada Lei de que trata o Mandado de Segurança, qual seja, Lei 
12.016/09, estabelece, em seu art. 23, que o prazo para impetração do MS repressivo é de 120 dias, 
contados da ciência do ato impugnado. Inclusive, o próprio STF, através da Súmula 632, afasta 
qualquer dúvida quanto a constitucionalidade de tal prazo (tendo em vista que a CF não 
estabeleceu o mesmo, prevista, apenas, em legislação infraconstitucional). Ou seja, a referida 
súmula dispõe, em outros termos, que é constitucional a fixação de tal prazo para propositura do 
MS. 
O supracitado prazo é decadencial e não prescricional (os concursos sempre tentam confundir o 
candidato).
Qanto ao MS preventivo, não existe qualquer prazo, seja constitucional seja infraconstitucional, 
sobre o mesmo, haja vista que se trata apenas de uma proteção contra ato ainda não praticado. 
Abaixo algumas súmulas de referência 
“Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.” (SÚM. 268, 
STF) 
“Não cabe mandado de segurança contra lei em tese” (SÚM. 266, STF)
“Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição” (SÚM. 267,
STF) “Mandado de Segurança não substitui ação popular” (SÚM. 101, STF)
“Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança” (SÚM. 
625, STF). Em se tratando de MS contra Universidade Particular ou Universidade Pública Federal, 
a competência para julgamento do remédio constitucional é da Justiça Federal;
-Em se tratando de MS contra Universidade Pública Estadual ou, se for o caso, 
Municipal, a competência é da Justiça Estadual.
5) Dissertar, com suas palavras, sobre o remédio constitucional Mandado de Injunção.
RESPOSTA
O mandado de injunção é um dos cinco remédios constitucionais, onde estão inclusos, também, o
habeas corpus, o habeas data, o mandado de segurança e a ação popular. Ele está previsto no 
artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no inciso LXXI. 
O mandado de injunção serve para tornar viável os direitos garantidos pela Constituição Federal, 
dando soluções para que esses direitos sejam válidos mesmo que não existam leis ou normas que 
os regulamentem. 
A competência para julgar e propor resoluções para situações onde o mandado de injunção é 
pedido é do Supremo Tribunal Federal (STF). 
Qais os fundamentos jurídicos do mandado de injunção? 
O mandado de injunção tem como fundamentação a necessidade de soberania das palavras da 
Constituição Federal dentro do país, fazendo com que a sua aplicabilidade seja prática. 
O mandado de injunção é uma das ferramentas mais importantes da Constituição Federal de 
1988. 
Ele, junto com os demais remédios constitucionais, tem a finalidade de garantir que o texto da 
Carta Magna tenha efeito direto e concreto na sociedade brasileira, não se tornando apenas um 
direito inexistente. O mandado de injunção existe justamente para garantir a superioridade e 
aplicabilidade real e soberana da Constituição Federal no Brasil, além de preservar o princípio da 
aplicabilidade dos direitos constitucionais.
Embora o mandado de injunção já fosse aplicado e regulamentado de forma subsidiária em outra 
lei, a Lei 13.300/16 foi criada para reforçar a necessidade de combater a omissão do Poder Público
no que tange a aplicação dos direitos constitucionais, que necessitam de regulamentação sem 
mora do Legislativo e do Executivo.

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