Buscar

Hexag - Entre Frases - Livro 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

4
LINGUAGENS, CÓDIGOS
e suas tecnologias
Emily Cristina dos Ouros e Murilo de Almeida Gonçalves
Estudo da escr ita - Redação
L
ENTRE FRASES
C
Redação para
vestibular medicina
4ª edição • São Paulo
2019 
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.
Autores
Emily Cristina dos Ouros
Murilo de Almeida Gonçalves
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Bruno Alves Oliveira Cruz
Claudio Guilherme da Silva
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
ISBN: 978-85-9542-164-6
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
CARO ALUNOCARO ALUNO
O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos principais 
vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo enri-
quecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019. 
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno 
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. 
Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais abordados nos 
principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões propos-
tas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações 
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de informações para o 
estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses 
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais acessível 
e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar o 
repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do aluno. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões 
de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares de 
hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e química, 
história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacio-
nam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante consegue entender 
que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando o 
contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” de 
fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção “Aplicação no Cotidiano”. Como o próprio nome já 
aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm contato em seu 
dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve 
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas 
habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expositiva, descre-
vendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurá-las na sua 
prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles 
é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e 
fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos 
ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu 
sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
SUMÁRIO
ESTUDO DA ESCRITA - REDAÇÃO
ENTRE FRASES
Aula 14: Coesão referencial 7
Aula 15: Progressão temática 33
Aula 16: Título 55
Aula 17: Coerência textual 73
Redações extras 89
Prontuário 105
1 4 Coesão referencial
L C
ENTRE 
FRASES
14 Coesão referencial
L C
ENTRE 
FRASES
8
9
Coesão referenCial
Na aula anterior, estudamos a coesão textual a partir do emprego de determinados verbos e conectivos, isto 
é, a coesão sequencial. Vimos que esse tipo de amarração de ideias permite que o texto progrida sequencialmente 
dentro de uma estrutura argumentativa.
No entanto, essa não é a única forma de estabelecer relações sequenciais entre as partes de um texto. Na 
aula de hoje, observaremos a forma de emprego de outro tipo de coesão: a coesão referencial.
O que é coesão referencial?
Coesão referencial é aquela em que um componente da superfície do texto faz remissão a outro(s) 
elementos(s) nela presentes ou inferíveis a partir do universo textual. Em outras palavras, trata-se do ato de fazer 
referências a termos que já apareceram no texto sem se valer do uso de repetições. 
A coesão referencial pode ser empregada a partir do uso de artigos, pronomes, numerais, sinônimos e 
hiperônimos e termos genéricos. Esses elementos estão classificados em formas gramaticais e lexicais conforme 
veremos na sequência.
1. Formas gramaticais presas
Nesse grupo, observaremos o uso de termos que – acompanhados de um outro vocábulo – fazem remissão 
a elementos que já apareceram ou que ainda estão por aparecer. Comumente, são formas relacionadas a um nome 
com o qual concordam em gênero e/ou em número.
a) Artigos – definidos e indefinidos.
O artigo indefinido é utilizado de maneira catafórica, isto é, serve a apresentar um termo ou do dentro da 
superfície textual.
Um exemplo disso é a difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação rece-
bida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira.
Trecho da redação ENEM de Isabella Barros Castelo Branco, texto nota mil do ano de 2017. 
No exemplo acima, vemos que ao artigo “um” acompanhado do substantivo “exemplo” referem-se a ex-
pressão posterior “difícil inserção”.
O artigo definido é utilizado de maneira anafórica, isto é, serve a retomar um termo dentro da superfície 
textual.
Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na 
teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo 
também por conta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmiti-
do de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o problema no Brasil.
Trecho da redação ENEM de Larissa Cristine Ferreira, texto nota mil do ano de 2016. 
10
No excerto acima, o artigo “o” acompanhado da palavra “problema” retomam a expressão “preconceito 
religioso”.
b) Pronomes adjetivos
Estes pronomes, caracterizados por sempre acompanharem um substantivo, também possuem função de 
determinar um nome que retoma termo já expresso na superfície textual.
Demostrativos:
Desse modo, cabe ao Ministério da Educação a criação de um programa escolar nacional que vise a contem-
plar as diferenças religiosas e o respeito a elas, o que deve ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças 
teatrais que abordem essa temática.
Trecho da redação ENEM de Laryssa Cavalcanti, texto nota mil do ano de 2016. 
Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses masculinos e tal 
paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como 
expoente.
Trecho da redação ENEM de Cecília Maria Lima Leite, texto nota mil do ano de 2015. 
Isso porque poucos recursos são destinados pelo Estado à construção de escolas especializadas na educa-
ção de pessoas surdas, bem como à capacitação de profissionais para atenderem às necessidades especiais desses 
alunos.
Trecho da redação ENEM de Yasmin Lima Rocha, texto nota mil do ano de 2017. 
Possessivos:
Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos de 
suas vidas.
Trecho da redação ENEM de Isabella Barros Castelo Branco, texto nota mil do ano de 2017. 
Indefinidos
Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, 
dentre esses a psicológica.
Trecho da redação ENEM de Amanda Carvalho Maia Castro, texto nota mil do ano de 2015. 
11
2. Formas gramaticais livres
Fazem parte deste grupo as palavras que retomam outros termos, mas não vêm acompanhadas de substan-
tivos. Abaixo, estão listadas as formas mais interessantes para se empregar nas redações:
a) Pronomes pessoais de 3ª pessoa. (ELE, ELA, ELES, ELAS)
Desse modo, cabe ao Ministério da Educação a criação de um programa escolar nacional que vise a contem-
plar as diferenças religiosas e o respeito a elas, o que deve ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças 
teatrais que abordem essa temática.
Trecho da redação ENEM de Laryssa Cavalcanti, texto nota mil do ano de 2016. 
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos 
e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: 
a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade 
em desenvolvimento.
Trecho da redação ENEM de Larissa Cristine Ferreira, texto nota mil do ano de 2016. 
b) Pronomes substantivos – (Demonstrativos, possessivos, indefinidos, interrogativos, ou re-
lativos )
Demonstrativos 
Logo, é necessário que o Ministério da Educação, em parceria com instituições de apoio ao surdo, propor-
cione a este maiores chances de se inserir no mercado, mediante a implementação do suporte adequado para a 
formação escolar e acadêmica desse indivíduo.
Trecho da redação ENEM de Alan de Castro Nabor, texto nota mil do ano de 2017. 
No excerto acima, “este” retoma o termo mais próximo com o qual concorda em gênero e em número. No 
caso, o termo “surdo”.
Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse direito, reconhecido por me-
canismos legais, a discriminação enraizada em parte da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas 
pessoas com limitação. Isso por ser explicado segundo o sociólogo Talcott Parsons, o qual diz que a família é uma 
máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a ideia de que o preconceito por parte de muitos pais 
dificulta o acesso à educação pelos surdos.
Trecho da redação ENEM de Marcus Vinícius Monteiro de Oliveira , texto nota mil do ano de 2017. 
No exemplo acima, o pronome “isso” retoma toda uma ideia desenvolvida anteriormente.
12
Relativos
Dentro dessa lógica, nota-se que a dificuldade de prevenção e combate ao desprezo e preconceito religioso 
mostra-se fruto de heranças coloniais discriminatórias, as quais negligenciam tanto o direito à vida quanto o 
direito de liberdade de expressão e religião.
Trecho da redação ENEM de Desirée Macarroni Abbade, texto nota mil do ano de 2016. 
Em primeiro plano, evidencia-se que a coletividade brasileira é estruturada por um modelo excludente 
imposto pelos grupos dominantes, no qual o indivíduo que não atende aos requisitos estabelecidos, branco e 
abastado, sofre uma periferização social.
Trecho da redação ENEM de Matheus Pereira Rosi, texto nota mil do ano de 2016. 
c) Numerais (Ordinais, cardinais, multiplicativos e fracionários)
Pesquisas comprovam que, no Brasil, o salário dado a homens e mulheres é diferente, mesmo com ambos 
exercendo a mesma função.
Trecho da redação ENEM de Julia Guimarães Cunha, texto nota mil do ano de 2015. 
3. Formas lexicais
As formas de remissão lexicais são aquelas que – além de se conectarem com termos anteriores – possuem 
um significado exterior à superfície textual. Fazem parte desse grupo sinônimos, hiperônimos, nominalizações e 
alguns termos genéricos por meio dos quais conseguimos reconhecer o referente já expresso.
a) Sinônimos – Trata-se de usar termos com significado equivalente ousemelhante.
Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à permanência dos deficientes auditivos 
nas escolas. Tristemente, a existência da discriminação contra surdos é reflexo da valorização dos padrões criados 
pela consciência coletiva.
Trecho da redação ENEM de Thaís Fonseca Lopes, texto nota mil do ano de 2017. 
SINÔNIMOS POSSÍVEIS – Verifique se a substituição desses elementos em seu texto pode ser realizada.
Ação: atividade, processo, realização, operação. 
Contexto: cenário, conjuntura, situação 
Ideia: posicionamento, acepção, posição, consideração.
Pessoas: indivíduos, cidadãos, sujeitos.
População: Sociedade civil, pessoas de modo geral
b) Hiperônimos – Trata-se da retomada de um termo específico por um termo mais abrangente.
Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar a companheira tem como consequência a solidificação 
desse comportamento psicológico dos filhos.
Trecho da redação ENEM de Valéria da Silva Alves, texto nota mil do ano de 2015. 
13
Dessa forma, muitas pessoas julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até 
desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão física é a mais relatada, 
correspondendo a 51,68% dos casos.
Trecho da redação ENEM de Anna Beatriz Alvares Simões Wreden, texto nota mil do ano de 2015. 
c) Nominalizações - Trata-se de transformar uma oração expressa em um substantivo com o objetivo de 
retomá-la.
A mulher é constantemente tratada com inferioridade pela população e pelos próprios órgãos públicos. 
Uma atitude que demonstra com clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, chegando 
à polícia, é acusada de causar a violência devido à roupa que estava vestindo.
Trecho da redação ENEM de Caio Nobuyoshi Koga , texto nota mil do ano de 2015. 
c) Termos genéricos – Trata-se do emprego de termos que podem retomar os variados tipos 
de palavras ou orações.
Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses masculinos e tal 
paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como 
expoente.
Trecho da redação ENEM de Cecília Maria Lima Leite, texto nota mil do ano de 2015. 
É fundamental, portanto, a criação de oficinas educativas, pelas prefeituras, visando à elucidação das mas-
sas sobre a marginalização da educação dos surdos, por meio de palestras de sociólogos que orientem a inserção 
social e escolar desses sujeitos. Ademais, é vital a capacitação dos professores e dos pedagogos, pelo Ministério da 
Educação, com o fito de instruir sobre as necessidades de tal grupo, como o ensaio em Libras, utilizando cursos e 
métodos para acolher esses deficientes e incentivar a sua continuidade nas escolas, a fim de elevar a visualização 
dos surdos como membros do corpo social. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora das condições 
educacionais e sociais desse grupo.
Trecho da redação ENEM de Matheus Pereira Rosi , texto nota mil do ano de 2017. 
14
exerCíCios
EXERCÍCIO 1: No texto abaixo, estão identificados de verde os sinônimos, hiperônimos e termos ge-
néricos que retomam o termo “surdos”, longamente referido durante a redação. Observe os termos 
em vermelho e identifique a quais palavras, frases ou orações eles se referem.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura a todos os 
indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, o precário serviço de educação pública do Brasil 
e a exclusão social vivenciada pelos surdos impede que essa parcela da população usufrua desse direito 
internacional na prática. Com efeito, evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema de educação 
inclusiva do país.
Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que diz respeito à formação edu-
cacional de surdos no país, bem como promoção da inclusão social desse grupo. Quanto a essa questão, é notório 
que o sistema capitalista vigente exige alto grau de instrução para que as pessoas consigam ascensão profissional. 
Assim, a falta de oferta do ensino de libras nas escolas brasileiras e de profissionais especializados na educação de 
surdos dificulta o acesso desse grupo ao mercado de trabalho. Além disso, há a falta de formas institucionalizadas 
de promover o uso de libras, o que contribui para a exclusão de surdos na sociedade brasileira.
Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no país evidencia práticas 
históricas de preconceito. A respeito disso, sabe-se que, durante o século XIX, a ciência criou o conceito de deter-
minismo biológico, utilizado para legitimar o discurso preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, se-
gundo o qual a função social do indivíduo é determinada por características biológicas. Desse modo, infere-se que 
a incapacidade associada hodiernamente aos deficientes tem raízes históricas, que acarreta a falta de consciência 
coletiva de inclusão desse grupo pela sociedade civil.
É evidente, portanto, que há entraves para que os deficientes auditivos tenham pleno acesso à educação 
no Brasil. Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro promova melhorias no sistema público de ensino do 
país, por meio de sua adaptação às necessidades dos surdos, como oferta do ensino de libras, com profissionais 
especializados para que esse grupo tenha seus direitos respeitados. É imprescindível, também, que as escolas 
garantam a inclusão desses indivíduos, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação de 
familiares, a fim de que os surdos tenham sua dignidade humana preservada.
Redação ENEM de Larissa Fernandes Silva de Souza , texto nota mil do ano de 2017. 
15
EXERCÍCIO 2: Observe os termos em negrito e identifique a quais palavras, frases ou orações eles se 
referem.
Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática 
possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres. No entanto, percebe-se que, no Brasil, os 
deficientes auditivos compõem um grupo altamente desfavorecido no tocante ao processo de formação educacio-
nal, visto que o país enfrenta uma série de desafios para atender a essa demanda. Nesse contexto, torna-se 
evidente a carência de estrutura especializada no acompanhamento desse público, bem como a compreensão 
deturpada da função social deste.
O filósofo italiano Norberto Bobbio afirma que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, 
capaz de lhe dar direito ao respeito e à consideração por parte do Estado. Nessa lógica, é notável que o poder 
público não cumpre o seu papel enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, uma vez que não proporciona 
aos surdos o acesso à educação com qualidade devida, o que caracteriza um irrespeito descomunal a esse pú-
blico. A lamentável condição de vulnerabilidade à qual são submetidos os deficientes auditivos é percebida no 
déficit deixado pelo sistema educacional vigente no país, que revela o despreparo da rede de ensino no que tange 
à inclusão dessa camada, de modo a causar entraves à formação desses indivíduos e, por conseguinte, sua 
inserção no mercado de trabalho.
Além disso, outra dificuldade enfrentada pelos surdos para alcançar a formação educativa se dá pela falta 
de apoio enfrentada por muitos no âmbito familiar, causada pela ignorância quanto às leis protetoras dos direitos 
do deficiente, que gera uma letargia social nesse aspecto. Esse desconhecimento produz na sociedade con-
cepções errôneas a respeito do papel social do portador de deficiências: como consequência do descumprimento 
dos deveres constitucionais do Estado, as famílias – acomodadas por pouca instrução – alimentam a falsa ideia 
de que o deficiente auditivo não tem contribuição significante para a sociedade, o que o afasta da escolaridade e 
neutraliza a relevância que possui.
Logo, é necessárioque o Ministério da Educação, em parceria com instituições de apoio ao surdo, propor-
cione a este maiores chances de se inserir no mercado, mediante a implementação do suporte adequado para a 
formação escolar e acadêmica desse indivíduo – com profissionais especializados em atende-lo -, a fim de gerar 
maior igualdade na qualificação e na disputa por emprego. É imprescindível, ainda, que as famílias desses defi-
cientes exijam do poder público a concretude dos princípios constitucionais de proteção a esse grupo, por meio 
do aprofundamento no conhecimento das leis que protegem essa camada, para que, a partir da obtenção do 
saber, esse empenho seja fortalecido e, assim, essa parcela receba o acompanhamento necessário para atingir 
a formação educacional e a contribuição à sociedade.
Redação ENEM de Alan de Castro Nabor, texto nota mil do ano de 2017. 
16
aula 14 - o jovem e o merCado de trabalho 
ACERVO
TEXTO 1
Os jovens sem oportunidades de trabalho e estudo que serão desafio para próximo 
presidente
Por BBC 06/10/2018 
Paulo Edson Teixeira tem uma ideia fixa. Participa de três grupos de WhatsApp, segue diversos perfis nas redes sociais, troca 
mensagens diárias com amigos, tudo com variações sobre o mesmo tema: conseguir o primeiro emprego.
Paulo tem apenas 20 anos, mora na Vila Kennedy, comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e concluiu o ensino médio 
no ano passado. Este ano deveria marcar seu ingresso em uma faculdade ou um curso de qualificação, ou ainda seus primeiros 
passos na vida profissional, mas ele se vê em um limbo de falta de oportunidade.
"Estou todo dia na busca, mas até agora nada", diz ele, que costuma sair distribuindo currículos com o amigo Mateus da 
Silva Lopes, também da Vila Kennedy.
Os dois amigos estão na mesma situação que outros 11 milhões de brasileiros de idades entre 15 e 29 anos que nem estu-
dam e nem trabalham no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os chamados "nem-nem".
O número equivale a quase um entre cada quatro jovens e aumentou 6% de 2016 para 2017, o que representa outros 
619 mil jovens.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que desenvolver políticas para alavancar as trajetórias desses jovens é 
uma questão chave para a próxima Presidência, sobretudo diante do envelhecimento da população no país.
Paulo e Mateus sabem bem o que gostariam que o próximo presidente priorizasse: emprego, saúde, educação - e que 
tivesse um olhar especial para a geração que será o futuro do país.
"Muitas vezes os candidatos vêm nas nossas comunidades e prometem coisas que sabemos que não vão fazer. Eu não 
vejo uma preocupação deles com a nossa juventude. Se houvesse políticas pensando na gente, a gente teria mais oportunidade", 
diz Paulo.
"Acho importante, porque é por meio da juventude, de nós, que vão se formar os profissionais futuros, os médicos, advo-
gados, publicitários."
As barreiras enfrentadas pelos jovens 'nem-nem'
A falta de oportunidades de emprego é um dos grandes obstáculos enfrentados pelos jovens "nem-nem", mas está longe 
de ser o único.
Em 2016, o Banco Mundial entrevistou 77 jovens de 18 a 25 anos de áreas urbanas e rurais de Pernambuco para entender 
o que está por trás do fenômeno.
O resultado é o estudo "Se já é difícil, imagina para mim", lançado em março deste ano pelas pesquisadoras Miriam Müller 
e Ana Luiza Machado, e que elenca uma série de barreiras estruturais enfrentadas por esses jovens.
São obstáculos relacionados a pobreza, educação deficiente, falta de estrutura familiar, de redes de apoio e de exemplos 
positivos e desigualdade de gênero. Ou todos eles juntos.
Müller afirma que a expressão "nem-nem" é "infeliz", porque gera um estigma de que jovens estariam nessa situação 
porque querem ou porque não correm atrás.
"O termo põe a culpa no jovem, que não está nesta situação porque deseja", ressalta Müller.
"Mesmo que aparentem não estudar nem trabalhar, são jovens que na grande maioria das vezes estão fazendo alguma 
coisa, buscando trabalhos ou bicos ou fazendo tarefas domésticas, ou fazendo um trabalho informal ou não remunerado. Essa 
definição estigmatiza um grupo que não merece isso, que é ativo e busca oportunidades."
17
Sem qualificação, sem emprego
Com um grupo de mais alguns amigos, Mateus e Paulo fazem rondas diárias por sites de emprego, se avisam quando 
abrem inscrições para vagas de trabalho, enfrentam filas em feiras de emprego e saem juntos para deixar seus currículos em empre-
sas como grandes redes de varejo, lojas de rua, multinacionais.
"Espero que a pessoa que assuma a Presidência venha com propostas voltadas ao emprego, porque está difícil", diz 
Mateus.
Filho de mãe costureira e pai auxiliar de limpeza, ele torce para que o próximo governo seja mais focado em educação, 
que "é o princípio de tudo."
Ele se formou em uma escola da rede estadual na Vila Kennedy. "Até que não foi ruim", avalia. "Mas, no círculo de amigos 
que se formou comigo, todos estão na mesma condição que eu."
Como muitos jovens, a dupla ainda não decidiu que carreira seguir. Mateus fez a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino 
Médio), mas não foi bem. Pensa em fazer concurso para ser gari da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana).
Já Paulo está cogitando duas áreas bem diferentes: logística ou radiologia. Mas sua meta atual é conseguir uma vaga de 
emprego que permita pagar uma faculdade.
"Teria que ser numa universidade pública, porque venho de família de baixa renda, e o dinheiro seria para poder pagar 
transporte, livros, arcar com as minhas despesas", diz.
O governo estadual construiu próximo da casa dos dois uma unidade da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), que 
deveria oferecer cursos técnicos e profissionalizantes à comunidade da Vila Kennedy. O prédio custou R$ 2 milhões e ficou pronto 
em 2014, mas nunca abriu as portas e está se deteriorando, para revolta dos moradores. O motivo é a crise financeira do Rio de 
Janeiro.
"Isso muito ruim, né?", diz Paulo. "Quando deixamos o currículo, muitas vezes perguntam se temos alguma qualificação. 
Como pessoas de baixa renda vão conseguir uma qualificação, se não temos oportunidade de cursos gratuitos?", questiona.
O cenário de desalento para a juventude é especialmente preocupante diante da expectativa que recai sobre as novas 
gerações frente às tendências demográficas atuais.
O Brasil está envelhecendo, e a taxa de natalidade está diminuindo. Assim, a carga previdenciária sobre a parcela produtiva 
da população só tende a aumentar.
Regina Madalozzo, coordenadora do mestrado profissional em Economia do Insper, afirma que o país terá que pagar uma 
conta cara no futuro se não conseguir oferecer caminhos para seus jovens no presente.
"O jovem que não está aprimorando sua formação nem trabalhando não está sendo preparado para a vida adulta", diz.
"O país conta com essa população produzindo para que a economia rode. Senão, quem é que vai pagar essa conta depois? 
Mas a grande pergunta é o que aconteceu para termos uma parcela tão grande de jovens sofrendo com essa falta de perspectivas."
O cenário se agrava quando se considera o alto índice de homicídios de que jovens são vítimas.
Segundo o último Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Pura e Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública, o Brasil registrou 33.590 mortes violentas de pessoas entre 15 e 29 anos em 2016. O número representa mais 
da metade do total de assassinatos no Brasil no ano - 94,6% dos mortos são homens.
Políticas para o "futuro do país"
Para Ana Amélia Camarano, coordenadora de Estudos e Pesquisas de Igualdade de Gênero, Raça e Gerações do Ipea, esta é 
a face mais drástica da falta de perspectiva imposta a jovens em situação de pobreza, levando alguns a se envolverem com facções 
criminosas para obter dinheiro e reconhecimento.
Para Regina Madalozzo, do Insper, embora políticas para jovens figurem em alguns dos programasde governo apresenta-
dos pelos candidatos, o problema não tem tido espaço proporcional à gravidade da situação.
"O debate ficou centrado em questões que não tangem esse assunto, com a questão da segurança ou da posse de armas, 
e ainda não alcançou profundidade para debater questões tão importantes e ao mesmo tempo sutis como essas", afirma.
Para ela, falar em "nem-nem" não admite interpretações simplistas que culpabilizem os jovens pela situação que enfren-
tam - como se fosse desejo deles ficar em casa.
18
"É preciso uma preocupação não só com o mercado de trabalho e educação, mas com inclusão social. E essa preocupação 
não parece ser tão grande por parte de todos (os candidatos)", considera a economista do Insper.
A partir das entrevistas com jovens de Pernambuco, o estudo do Banco Mundial observou diversas barreiras que afastam os 
jovens do sistema de educação ou do mercado de trabalho, e fez uma série de recomendações de políticas públicas para fortalecê-
-los e ajudá-los a desenvolver suas aspirações e objetivos.
Os jovens foram separados em três grupos, de acordo com suas aspirações - ou a falta delas.
No primeiro entraram jovens que mostraram ter vontade de participar do mercado de trabalho ou aprimorar sua formação, 
mas não conseguiram por obstáculos externos.
No segundo, jovens que mencionavam essas aspirações, mas que não tinham as ferramentas para realizá-las por razões 
variadas.
Já o terceiro grupo foi composto por jovens que não mencionaram quaisquer aspirações relacionadas ao mercado de tra-
balho ou à educação. Neste grupo, entraram apenas mulheres. Esse recorte evidenciou como mulheres jovens ainda se veem presas 
por papeis de gênero.
"Nesse grupo, os sonhos e desejos das mulheres estavam muito mais ligados à formação de uma família boa e saudável, 
a ser feliz, a ter casa própria", diz a autora Miriam Müller. "Mesmo quando indagamos um pouco mais a fundo, elas não falaram 
quase nada sobre trabalho ou educação."
De acordo com Müller, não basta aumentar a oferta de cursos técnicos para ajudar jovens a entrarem no mercado para 
remediar a situação "nem-nem".
Há que se desenvolver políticas que levem em conta as diversas limitações estruturais que se apresentam como obstáculos 
- como pobreza, falta de redes de apoio e normas de gênero - e sem desprezar aspectos sutis que podem ser decisivos.
A falta de transporte público gratuito e seguro, por exemplo, pode ser uma barreira incontornável para jovens em situação 
de pobreza irem para a escola.
Para famílias pobres, um filho na escola pode ser um par de braços a menos para trabalhar, e contrapartidas financeiras 
podem ser necessárias para viabilizar o estudo do jovem.
Müller diz ainda que não se pode desprezar a importância de trabalhar essa motivação com as pessoas no entorno dos 
jovens - a família, os professores, a comunidade. "Trabalhar com essas redes de apoio é essencial para construir essa motivação 
nesses jovens, e esse sentimento de que sim, é possível para mim também", diz a pesquisadora do Banco Mundial.
Sem fé na política
Paulo mora com a mãe, que era auxiliar de creche, mas está desempregada e não tem tido sucesso na busca por uma 
recolocação; e a avó, que foi manicure a vida inteira, não recebe aposentadoria, porque trabalhava na informalidade. Seu pai era 
camelô e morreu quando ele tinha 6 anos. Hoje, a família sobrevive graças à pensão que a avó recebe do Estado em nome do avô, 
falecido, que era policial militar.
"Eu gostaria de ver políticas para beneficiar as pessoas ao meu redor", diz Paulo sobre o candidato que será eleito presi-
dente. "Muitos vizinhos e muitas pessoas na minha família estão desempregados. Não somos só nós."
No seu círculo de conhecidos, as dificuldades para ter acesso a saúde também são motivos de preocupação. "As pessoas 
aqui que precisam de médicos têm muita dificuldade de conseguir. Até sair uma vaga no Sisreg (o Sistema Nacional de Regulação, 
do Ministério da Saúde, que gerencia vagas para atendimento e exames), a pessoa já piorou. Ou até mesmo já morreu", afirma.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2018/10/06/os-jovens-sem-opor-
tunidades-de-trabalho-e-estudo-que-serao-desafio-para-proximo-presidente.ghtml 
TEXTO 2
19
As mulheres, parte da população da Região Nordeste, pessoas com baixa escolaridade, jovens adultos (de 18 a 24 anos) e 
pessoas que não são chefes de família são os grupos sociais que mais desistem de ingressar no mercado de trabalho ou retornar a 
alguma ocupação para ter renda. O fenômeno, chamado de desalento pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é 
confirmado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 
O desalento está ligado ao desemprego, ou seja, os dois oscilam simultaneamente. O especialista explica que não é possível 
elencar apenas uma causa desencadeadora do desalento, pois os aspectos estruturais, estatísticos e tomográficos também fazem 
parte da equação. Os mais afetados por esse fenômeno, de acordo com Chahad, são os chamados trabalhadores secundários: 
jovens, mulheres e idosos, em sua maioria, que não têm como objetivo final a inserção no mercado de trabalho, mas contribuem 
para a renda da família.
Os jovens, principalmente, sofrem mais com o desemprego, rotatividade, informalidade e, consequentemente, com o de-
salento, afirma Chahad. Eles têm menos oportunidades por comporem um grupo com menos experiência e qualificação. Quanto a 
isso, o professor ressalta que a falta de mão de obra qualificada no Brasil, por conta da baixa escolaridade, é um grande obstáculo 
para a retomada do crescimento do País. Se os profissionais brasileiros fossem mais qualificados, o custo de produção diminuiria, o 
que proporciona o aumento da produtividade, com salários maiores e alto nível de concorrência.
A partir de políticas públicas, segundo Chahad, a economia foi capaz de restaurar, minimamente, a confiança do investidor 
no mercado, mas não foi o suficiente para diminuir substancialmente o desemprego e o desalento. Para que isso aconteça, o es-
pecialista defende a retomada do investimento e do crescimento do Brasil, atrelada à aplicação de recursos na educação, com um 
plano capaz de melhorar a qualificação dos profissionais. O professor Marcelo Afonso Ribeiro, do Departamento de Psicologia Social 
e Trabalho do Instituto de Psicologia da USP, também abordou o desemprego, desalento e exclusão social a partir da perspectiva da 
psicologia social, na entrevista Desemprego causa impacto social e psicológico na população.
https://jornal.usp.br/atualidades/jovens-sao-os-mais-afetados-pelo-desemprego-e-desalento/ (05.10.2018)
TEXTO 3
As empresas abriram 227 mil postos de trabalho para jovens aprendizes de janeiro a junho deste ano, segundo levanta-
mento da Rede Peteca a partir de dados do Ministério do Trabalho. No mesmo período, foram fechadas 184 mil vagas para esse 
público, ou seja, houve um acréscimo de apenas 43 mil novos jovens aprendizes no Brasil.Quando se leva em conta todo o ano 
passado, verifica-se a abertura de 615 mil vagas para jovens aprendizes, contra o fechamento de outras 553 mil. Isso dá uma média 
de 90 postos fechados para cada 100 criados.
“Esse número revela que muitas empresas vêm cumprindo a Lei do Aprendiz por mera obrigação, sem entender seu papel 
social na contratação desses jovens. Essas vagas precisam ser acompanhadas de um treinamento similar à atividade prática. A 
passagem do adolescente pela empresa acaba sendo um processo de mera formalidade a fim de evitar uma multa”, diz Felipe Tau, 
articulador social da Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil, um projeto da ONG Cidade Escola Aprendiz, em parceria com o 
Ministério Público do Trabalho.
https://veja.abril.com.br/economia/para-cada-10-vagas-abertas-de-
-jovem-aprendiz-9-sao-fechadas/ (15.08.2018)
20
TEXTO 4
DESALENTADOS: 4,7 MILHÕES SE SENTEM SEM ESPERANÇA DE EMPREGO NO BRASIL
Esse é o número de brasileiros que, de tanto batalharem paraarranjar trabalho e não conseguiram, desistiram até 
de tentar. Para o IBGE, eles estão em situação de desalento.
Há cinco anos sem conseguir trabalho, Valéria Alves de Moraes, 38 anos, não sabe mais como fazer para achar uma vaga. 
“Eu paro de procurar, depois volto a entregar currículo. Mas eu preciso arrumar emprego. Meu marido é garçom e só com a renda 
dele não dá para pagar aluguel, água, luz… Eu quero trabalhar”, lamenta. Para driblar a falta de dinheiro, Valéria atua como 
manicure em casa e fez um curso de secretariado escolar, mesmo assim, não consegue uma colocação. “A primeira coisa que eles 
perguntam é se tem filhos. Quando a gente responde que sim, dizem que vão ligar e não entram mais em contato. Outro empecilho 
é a idade”, percebe ela, que é mãe de três crianças. Há mais de 30 dias sem procurar emprego, Valéria integra o grupo de mais de 
4,7 milhões de desalentados. Na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é uma parcela da população 
que, de tanto procurar emprego e não achar, desistiu de tentar trabalhar. São profissionais que não tomaram providências para 
conseguir emprego nos últimos 30 dias, mas que aceitariam uma vaga caso alguém oferecesse.
Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do 4º trimestre de 2018. A última edição 
da pesquisa registrou um aumento de 8,1% no número de brasileiros nessa situação em comparação com o mesmo período do 
ano passado. A média de 2018 apresentou aumento de 13,4% com relação a 2017. O motivo para a multiplicação do montante de 
desalentados no país, de acordo com Luciano Maia, diretor da região Centro-Oeste da consultoria de carreira Lee Hecht Harrison, 
é simples: o desemprego. “Se tivéssemos um mercado que absorvesse as pessoas, elas, naturalmente, seriam empregadas e não 
engrossariam a fila do desalento”, afirma. Isso porque, apesar da contínua queda no número de desempregados, ainda há 12,669 
milhões de pessoas sem trabalho no país. “As taxas vêm diminuindo sensivelmente, em uma velocidade baixa. Mas temos pessoas 
que estão procurando uma colocação há dois ou três anos, porque não tem vaga”, explica.
 Em janeiro, o IBGE voltou a registrar aumento dessas taxas, depois de nove meses de queda. Porém, na comparação com 
o mesmo período de 2018, houve uma diminuição de 2%. “A taxa de desemprego geral diminuiu, mas aumentou a do desalento. As 
pessoas deixaram de estar desempregadas para estarem desalentadas”, alerta Luciane Orlando, consultora de carreira da Thomas 
Case & Associados, especializada na gestão de carreiras e RH. O mais preocupante, de acordo com ela, é o perfil das pessoas que 
formam essa massa da população. “Em geral, são os mais idosos e as mulheres. Mesmo com uma escolaridade maior, às vezes, 
elas têm de tomar conta de alguém, seja um idoso, seja um filho. Isso dificulta a entrada delas no mercado”, aponta. “Também 
há os pretos e pardos, porque eles têm menos escolaridade, e os jovens, por falta de qualificação... Eles não tiveram tempo para 
desenvolver habilidades que só se aprimora no mercado”, afirma.
A morte da esperança
Desistir de procurar emprego é uma situação extrema, como observa Luciano Maia, graduado em administração pela 
Universidade Católica de Brasília (UCB). “A pessoa perde o ânimo de continuar na busca. Isso é um grande problema. Ela está 
procurando uma solução e pensa que não tem uma, isso é muito triste”, diz. “Emprego é o meio pelo qual a pessoa sobrevive, se 
relaciona, desenvolve autoestima, planeja casamento, filhos. Tudo isso desaparece do radar quando ela entra no desalento. Existe 
uma desistência da vida”, completa. A preocupação de Luciano é em relação aos altos níveis de doenças emocionais relacionadas. 
No Brasil, há 11,5 milhões de pessoas com depressão e 264 milhões com ansiedade, de acordo com dados da Organização Mundial 
da Saúde (OMS).
“O desalentado é, sobretudo, um desesperançado. É a morte daquilo que a sabedoria popular diz que é a última coisa a 
morrer. Quando a esperança morre, com ela, se vai o desejo de viver”, afirma. “Quando alguém está no desalento, isso pode se 
transformar em uma síndrome e gerar adoecimento. A possibilidade de ter uma depressão é alta, e é um momento em que as pesso-
as acabam consumindo com mais frequência substâncias como álcool e cigarro”, completa Luciane Orlando. “Esse desalento pode 
ocasionar consequências ainda mais severas, tanto em nível individual quanto social, como o agravamento da violência urbana, do 
tráfico de drogas e da prostituição, porque a pessoa tem que buscar sustento por algum outro meio”, enumera Luciano. “Pior do 
que o desemprego é o desalento”, emenda.
21
Sem expectativa
Retomar a profissão depois de tanto tempo longe da prática pode ser muito difícil. “Em longo prazo, isso significa um 
gigantesco número de pessoas que não conseguem mais entrar no mercado de trabalho. Porque as empresas preferirão um recém-
-formado do que alguém que esteve tanto tempo parado”, destaca Luciano Maia. O afastamento do emprego também gera 
desatualização. “O trabalhador deixa de ter as habilidades necessárias. Não esquecemos de andar de bicicleta, mas se paramos de 
praticar, ficamos sem alguns saberes práticos, como ser capaz de empiná-la. O mesmo ocorre no trabalho”, explica Luciane Orlando. 
Para que essas pessoas consigam voltar ao mercado formal, seria necessário, de acordo com Luciano, que o país voltasse a crescer 
de tal maneira que passassem a sobrar oportunidades de trabalho.
“Vamos supor que esse governo dê certo e que as vagas comecem a abrir, mesmo assim, a solução não virá de forma 
imediata. Daqui a quatro anos, o mercado passaria a precisar de trabalhadores”, diz. “Foi o que aconteceu em 2002. Com empre-
go pleno, a pessoa é arrancada de casa e é inserida”, explica. Caso contrário, o jeito é procurar outra solução, como empreender, 
trabalhar de forma autônoma, arranjar renda extra e fazer bicos. “Esse é um fenômeno que sempre irá nos atingir enquanto seres 
humanos. Teremos décadas boas e outras nem tanto. Existem eventos incontroláveis, como guerras e crises econômicas. Haja vista 
a situação da Venezuela, que tem muitas pessoas desempregadas e não há o que se possa fazer. A questão é como lidamos com as 
crises que atravessamos. A primeira coisa é não deixar a esperança morrer”, afirma.
“Quando alguém diz ‘não vai ter jeito’, discordo na hora. O mundo já passou por situações mais severas, e a vida con-
tinuou. Tem gente que pensa ‘esse governo entrou e só vai piorar’. Mesmo que não seja do meu alinhamento ideológico, eu não 
posso dizer ‘agora acabou’. Em uma análise histórica, é possível ver que muitas grandes corporações surgem no período pós-crise”, 
afirma. “A pessoa fica desempregada, arranja uma cabrinha e resolve fazer leite e queijo. A Piracanjuba, por exemplo, começou 
assim. O dono da empresa não tinha a vaquinha no projeto de vida dele. O projeto dele era viver. Ele se negou a ser um desalentado. 
Não é rápido, nem fácil, mas começa com uma decisão”, exemplifica Luciano. O problema, de acordo com ele, é a falta de incentivo.
Falta formação
A falta de capacitação e, principalmente, de capacitação de qualidade, é um problema de longa data, apontado por Sherlly 
Souza, consultora de carreira da rede de escolas de profissionalização Cedaspy Professional School (CPS), como um dos principais 
alimentadores do desalento. “Essa é uma das questões que mais identificamos. Mesmo tendo curso superior e experiência, há pes-
soas sem capacidade”, ressalta. O que não abarca apenas aspectos técnicos, mas também comportamentais, como saber trabalhar 
em equipe, ter iniciativa e engajamento.
"Nessa área de informática são necessárias muitas certificações, além da graduação. Se você só tem o básico, eles olham 
com discriminação"Lucas de Oliveira Souza, graduado em redes de computadores
 Lucas de Oliveira Souza, 25 anos, percebe que a falta de capacitação é um dos empecilhos paraconseguir se incluir no 
mercado de trabalho. Graduado em redes de computadores pela Universidade Paulista (Unip) há dois anos e sete meses, ele en-
grossa a fila do desemprego. “Nessa área de informática, são necessárias muitas certificações, além da graduação. Se você só tem 
o básico, eles olham com discriminação”, explica. Ainda como universitário, Lucas estagiou com manutenção de computadores, mas 
não acha que a experiência agrega muito valor. “Conversando com as pessoas, percebi que os empregadores quase nem conside-
ram isso. Tenho experiência na parte técnica, mas eles querem quem já tenha lidado com público, por exemplo”, diz.
Empreender para vencer a crise
“Muitas vezes, a nossa sociedade não estimula esse tipo de iniciativa. Quando a pessoa quer começar um negócio, é 
considerada perdedora. É preciso ter uma mudança de pensamento. É importante usar a criatividade. O que eu posso fazer, que tipo 
de consultoria eu posso prestar? Em muitos casos, será muito melhor partir para ser um profissional liberal ou abrir um pequeno 
negócio”, defende Luciano Maia. Esse foi o caminho encontrado por Mariana Ramonne, 36 anos. Depois de largar um emprego 
como técnico-administrativa por acreditar que poderia achar algo melhor, há quatro anos, ela se deu conta de que não seria tão 
fácil assim. A demora para arranjar outra oportunidade acabou levando-a a perder as esperanças. “Desisti há três anos, porque não 
consegui uma recolocação com salário equivalente. A crise política e financeira já estava acontecendo”, lembra.
"Sou multifuncional, eu me viro para me manter financeiramente" Mariana Ramonne, autônoma
22
A solução, então, foi procurar outras formas de se manter. “Resolvi empreender. Em 2017, criei uma loja de bijuterias virtu-
al, passei a vender para vários estados. Hoje também atuo como personal organizer. Sou multifuncional, eu me viro para me manter 
financeiramente”, afirma. Casos como o de Mariana são cada vez mais comuns. Em 2018, 37,5% dos empreendimentos abertos 
foram motivados por necessidade, ou seja: é o caso de pessoas desempregadas que encontram no empreendedorismo uma forma 
de conseguir rendimentos. Apesar de essa taxa diminuir desde 2015, ainda é um nível alto em comparação com os últimos 10 anos. 
Os dados são do Relatório Executivo Brasil 2018, divulgado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Luz no fim do túnel
Apesar de ser difícil retornar ao mercado formal, Sherlly Souza garante que é possível. Só é preciso se reposicionar. “Muitas 
pessoas não sabem como se apresentar por meio de um papel. É preciso fazer um currículo mais elaborado. Procure cursos que 
ajudem a desenvolver competências como trabalhar em equipe”, explica. De acordo com ela, as chances de conseguir uma opor-
tunidade mesmo sem experiência existem porque, muitas vezes, as empresas estão atrás de um profissional novo. “Elas querem 
pessoas sem vícios, mas é preciso ter uma bagagem, mesmo que não tenha experiência. Mostre proatividade, comprometimento e 
não tenha preguiça”, destaca.
Saia dessa situação! Para conseguir voltar ao mercado de trabalho, Luciane Orlando, consultora de carreira da 
Thomas Case & Associados, lista algumas dicas:
Currículo
É preciso refletir e atualizar o documento. Informe todas as suas formações, inclusive curso de idiomas. Descreva os cargos 
que já ocupou. Coloque informações de contato, use um e-mail sério (nada daqueles que remetem a apelidos). Lembre-se de que 
esse é o seu cartão de visitas.
Redes sociais
Tenha perfis digitais, especialmente no LinkedIn, atualizado de acordo com as informações que você disponibilizar no seu 
currículo. Saiba usar esse tipo de canal com seriedade. Se preferir ter Facebook e Instagram, use de forma adequada, porque as 
empresas olham para isso.
Networking
Durante o período de desemprego, as pessoas tendem a pensar que precisam conter gastos, mas não podem deixar de sair, 
ver gente. Mantenha sua rede de contatos, pois ela pode ser a porta para arranjar um trabalho.
Foco
Não atire para todos os lados. Dá para buscar emprego em outras áreas e segmentos, mas continue na mesma linha de 
trabalho
Saúde
Reserve tempo para si mesmo e cuide do seu bem-estar físico e mental. Exercícios físicos são ideiais.
Entrevista
Esteja preparado para esse momento, que faz parte de seleções de trabalho. Vá com roupas adequadas. Não fale mal dos 
antigos empregos, por mais que esteja chateado, e não invente histórias sobre o porquê de estar desempregado.
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/tf_carreira/2019/03/18/tf_carreira_in-
terna,743537/numero-de-desalentados-no-brasil-passa-de-4-7-milhoes.shtml (18.03.2019)
23
É imPortante saber
I. DADO ESTATÍSTICO RELEVANTE
11 milhões de brasileiros de idades entre 15 e 29 anos nem estudam e nem trabalham no Brasil, segundo dados do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os chamados "nem-nem".
O número equivale a quase um entre cada quatro jovens e aumentou 6% de 2016 para 2017, o que representa outros 619 
mil jovens.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2018/10/06/os-jovens-sem-oportuni-
dades-de-trabalho-e-estudo-que-serao-desafio-para-proximo-presidente.ghtml (06.10.2018)
II. ARGUMENTO DE AUTORIDADE 
Regina Madalozzo, coordenadora do mestrado profissional em Economia do Insper, afirma que o país terá que pagar uma conta 
cara no futuro se não conseguir oferecer caminhos para seus jovens no presente.
"O jovem que não está aprimorando sua formação nem trabalhando não está sendo preparado para a vida adulta", diz. O 
país conta com essa população produzindo para que a economia rode. Senão, quem é que vai pagar essa conta depois? Mas a 
grande pergunta é o que aconteceu para termos uma parcela tão grande de jovens sofrendo com essa falta de perspectivas."
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2018/10/06/os-jovens-sem-oportuni-
dades-de-trabalho-e-estudo-que-serao-desafio-para-proximo-presidente.ghtml (06.10.2018)
III. EXEMPLOS DO COTIDIANO 
Paulo tem apenas 20 anos, mora na Vila Kennedy, comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e concluiu o ensino médio no 
ano passado. Este ano deveria marcar seu ingresso em uma faculdade ou um curso de qualificação, ou ainda seus primeiros 
passos na vida profissional, mas ele se vê em um limbo de falta de oportunidade.
"Estou todo dia na busca, mas até agora nada", diz ele, que costuma sair distribuindo currículos com o amigo Mateus da Silva 
Lopes, também da Vila Kennedy.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2018/10/06/os-jovens-sem-oportuni-
dades-de-trabalho-e-estudo-que-serao-desafio-para-proximo-presidente.ghtml (06.10.2018)
IV. ATORES OU SITUAÇÕES QUE PODEM SER MOBILIZADOS NA DISCUSSÃO DO TEMA (PROPOSTA ENEM) 
ONGs – Capacitação profissional
Jovens de baixa renda já podem se inscrever no curso de capacitação profissional e orientação de carreira oferecido gra-
tuitamente pelo Instituto Proa.
O programa de seis meses de duração é voltado para alunos e ex-alunos da rede pública de São Paulo que tenham entre 
17 e 19 anos. Durante o período, eles serão estimulados a desenvolver competências técnicas e comportamentais, com 
atividades práticas, vivências corporativas, e simulações de processo seletivo.
Na sequência do curso, eles receberão encaminhamento para o mercado de trabalho com oportunidades em grandes 
companhias parceiras do programa.
Podem participar do processo seletivo estudantes e ex-estudantes da rede pública que estejam no 3º ano do ensino médio 
ou tenham concluído o curso. É necessário ter renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa.
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2017/11/1938552-ong-oferece-
-capacitacao-profissional-gratuita-a-jovens-de-baixa-renda.shtml (27.11.2017)
24
V. LEGISLAÇÃO: 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, 
a previdênciasocial, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/art_6_.asp
VI. DIREITOS HUMANOS 
Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à 
proteção contra o desemprego.
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf 
25
ASSISTIR
INTERATIVIAA DADE
Vídeo
Artigo
LER
Livros
LER
JC DEBATE | O JOVEM E O DESEMPREGO
Fonte: TvCultura
26
Desemprego - Uma Abordagem Psicossocial – 
Belinda Mandelbaum e Marcelo Ribeiro
O Desemprego É Um Fenômeno De Múltiplas Causas, Que Envolve Determi-
nantes Pessoais, Sociais E Econômicos. Reduzi-Lo A Um Problema Pessoal, 
Que Algumas Orientações Resolveriam, É Parte De Uma Ideologia Indivi-
dualizante Em Curso Hoje, Que Ofusca A Compreensão De Como Nossa 
Sociedade Se Estrutura.
Os jovens e o mercado de trabalho: 
evolução e desafios da política 
de emprego no Brasil - Alexandre 
Queiroz Guimarães, Mariana Euge-
nio Almeida 
Os Jovens e o mercado de trabalho
ASSISTIR
INTERATIVIAA DADE
Vídeo
Artigo
LER
Livros
LER
28
ProPosta ENEM
TEXTO 1
Dados divulgados, em setembro de 2017, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram 
que as maiores vítimas da recessão foram os jovens. No segundo trimestre do ano passado, do total de desem-
pregados com idade entre 18 e 24 anos, apenas 25% conseguiram uma nova colocação no mercado de trabalho, 
enquanto 57% estão desempregados há mais de um ano.
Segundo Jacques Meir, diretor do grupo Padrão – que elaborou outro estudo Millennials e a Geração Nem 
Nem, em parceria com a consultoria MindMiners – essa é a geração mais preparada, informada e educada, mas 
também a que tem mais desempregados. “Uma das razões para isso é a inadequação entre a formação acadêmica 
e o que o mercado exige. A outra é a necessidade de as empresas, para manter a produtividade, optarem pelos mais 
experientes na hora de escolher quem fica”, diz Jacques. (…)
Outro problema frequente dessa geração, de acordo com Milie Haji, gerente de projetos da Cia. de Talentos, 
consultoria de seleção e desenvolvimento de carreira de São Paulo, é a falta de competências emocionais. “Muitas 
vagas deixam de ser preenchidas porque faltam candidatos que tenham, por exemplo, controle de suas emoções 
durante a seleção”. 
https://exame.abril.com.br/carreira/jovens-sao-os-mais-afetados-pelo-desemprego/ (23/02/2018)
TEXTO 2
http://rgcriativo.com.br/post/169/Mercado-de-Trabalho (Acessado em 05.05.2019)
29
TEXTO 3
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/17/desemprego-entre-os-jovens-e-
-superior-ao-dobro-da-taxa-geral-aponta-ibge.ghtml (17.08.2018)
TEXTO 4
Concluir um curso profissionalizante ou uma graduação não basta na hora de conseguir emprego. Além dos 
cursos, o mercado exige experiência, cuja falta é apontada por 77% dos jovens como a maior dificuldade na hora 
de conseguir uma vaga de emprego formal, segundo o levantamento Acreditamos nos Jovens, feito pela empresa 
argentina de pesquisa em tendências Trendsity, encomendado pelo McDonald's. 
A maquiadora Ana Priscila Fernandes, 24, formada em administração de empresas, concorda. E acrescenta 
que há poucas oportunidades para os jovens, situação citada por 69% dos entrevistados. Ela chegou a fazer está-
gio, procurou emprego e acabou exercendo outra profissão. 
A supervisora de carreiras do Ibmec—MG Cymara Bastos observa que o desafio de superar a falta de expe-
riência não é exclusivo da atual geração. "Não é de hoje que a maioria das empresas exige dos jovens experiência. 
Há casos em que isso é exigido do estagiário, que ingressa numa organização com o objetivo de aprender e, logo, 
ganhar experiência", diz. 
A recomendação dos especialistas para o jovem é buscar alternativas, caso ele não consiga uma oportuni-
dade como menor aprendiz ou um estágio. Entre elas, está o trabalho voluntário. "É importante persistir e também 
investir em cursos", diz Silveira.
https://www.otempo.com.br/economia/jovens-reclamam-de-pedido-de-experi%C3%AAncia-para-1%C2%BA-emprego-1.1570323
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo 
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa 
sobre o tema AS DIFICULDADES DO JOVEM PARA INGRESSAR NO MERCADO DE TRABALHO, apresentan-
do proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e 
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
30
ProPosta – VEstibular
TEXTO 1
DESALENTADO É quem não tem emprego, gostaria de trabalhar, mas desistiu de procurar porque perdeu a 
esperança. Essa pessoa está desanimada sobre suas possibilidades. O desalentado não está na força de trabalho. 
Então ele sequer entra na conta da taxa de desemprego.
 A maior parte desse grupo tem, no máximo, ensino médio completo. Quase dois terços dos 4,6 milhões se 
declaram pardos. Na distribuição regional, o Nordeste é, com folga, onde mais há pessoas que desistiram de pro-
curar emprego. Em 2014, no início da crise, eram pouco mais de um milhão de pessoas nessa situação na região. 
Esse número no primeiro trimestre de 2018 chegou a 2,8 milhões de pessoas. Ou seja, 60% dos desalentados do 
Brasil estão na região Nordeste.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/18/Desemprego-subocupa%C3%A7%C3%A3o-
-e-desalento-a-crise-do-trabalho-no-Brasil (18.05.2018)
TEXTO 2
O índice de desemprego subiu a 12,4% no Brasil entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019, frente a 
12% entre novembro e janeiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados 
nesta sexta-feira, que também revelam um volume recorde de pessoas em situação de "desalento" - quando de-
sistem de procurar trabalho por falta de oportunidade.
O número de pessoas que desistiram de procurar emprego chegou a 4,9 milhões, um recorde desde o início 
da série histórica, informou o IBGE.
https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2019/03/29/interna_internacional,1042254/de-
semprego-cresce-no-brasil-e-atinge-13-1-milhoes-de-pessoas.shtml (29.03.2019)
TEXTO 3
Desistir de procurar emprego é uma situação extrema, como observa Luciano Maia, graduado em adminis-
tração pela Universidade Católica de Brasília (UCB). “A pessoa perde o ânimo de continuar na busca. Isso é um 
grande problema. Ela está procurando uma solução e pensa que não tem uma, isso é muito triste”, diz. “Emprego 
é o meio pelo qual a pessoa sobrevive, se relaciona, desenvolve autoestima, planeja casamento, filhos. Tudo isso 
desaparece do radar quando ela entra no desalento. Existe uma desistência da vida”, completa. A preocupação de 
Luciano é em relação aos altos níveis de doenças emocionais relacionadas. No Brasil, há 11,5 milhões de pessoas 
com depressão e 264 milhões com ansiedade, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/tf_carreira/2019/03/18/tf_carreira_in-
terna,743537/numero-de-desalentados-no-brasil-passa-de-4-7-milhoes.shtml (18.03.2019)
31
TEXTO 4
Não é nada auspicioso para o futuro do País ter uma parte de sua força de trabalho mais qualificada fora 
do mercado. São muitos os resultados que daí podem advir, nenhum dos quais alvissareiro. Essa massa de traba-
lhadores desocupados pode permanecer como está, vale dizer, alheia ao mercado de trabalho, vivendo de possíveis 
economias que possa ter amealhado nos anos de emprego - finitas, portanto -, pode decidir sair do País ou sim-
plesmente se sujeitar a ocupar posições de menor grau de exigência e remuneração, um subaproveitamento que 
não a beneficia e tampouco o País.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,desalento,70002709358 (06.02.2019)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos,escreva uma dissertação, empregan-
do a norma--padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS DESALENTADOS NO BRASIL
1 5 Progressão temática
L C
ENTRE 
FRASES
Progressão
34
35
Progressão temática
A progressão temática é um procedimento utilizado para garantir a boa sequenciação dos textos. Con-
siste em apresentar, pouco a pouco, informações novas a respeito do tema que se está discutindo a fim de se fazer 
com que o texto avance com novas camadas de sentido.
Pode-se dizer também que a progressão temática é aquilo que garante unidade temática do texto; ou em 
termos mais claros, é aquilo que impede que o escritor acabe incluindo no meio de sua redação informações que 
não possuam relação com o tema geral. Se o tema a ser discutido na redação é bullying, devemos tomar cuidado 
para não perdermos o foco discutindo relações de trabalho, especulação imobiliária ou qualquer outro tema que 
não estabeleça relações com o que foi inicilamente proposto. Além disso, deve haver cuidado para que se “afunile” 
a discussão levando em conta a particularidade de sua coletânea (a discussão proposta é sobre cyberbullying? É 
sobre bullying em escolas infantis?). 
De acordo com a especialista em linguagens Ingedore Villaça Koch, a organização e a hierarquização das 
unidades semânticas do texto se concretizam por meio de dois eixos de informação, denominados tema (tópico) e 
rema (comentário). Vejamos como tais eixos funcionam:
TEMA: é aquilo que tomamos como base da comunicação (enunciados que apresentam efetivamente o 
assunto sobre o qual se fala
REMA: é aquilo que se diz a respeito do tema. Desse modo, podemos pensar que o tema seria uma infor-
mação já apresentada em algum momento ao leitor, a partir de um contexto previamente sugerido em coletânea 
(e que por isso é facilmente compreendida e inferida por ele); enquanto o rema seria o gesto de ir apresentando 
informações novas ao texto, que tenham relação com o tema.
Ainda nos apoiando nos escritos de Ingedore, ela nos informa que esses dois eixos de progressão podem 
ser conduzidos de duas maneiras: seria possível apresentarmos um tema central e na sequência acoplarmos várias 
remas; ou fazermos com que subtemas ou subtópicos se desdobrem a partir do tema principal (o que nos garantiria 
outras possiblidades de remas para o avanço do texto).
Estratégias para mantEr a progrEssão tExtual na rEdação do vEstibular
Ao elaborar o seu planejamento textual, é essencial observar a ordem de aparecimento das informações, 
sobretudo da vinculação entre os parágrafos de desenvolvimento. Procure sempre analisar qual seria o melhor 
caminho lógico para a apresentação das informações de seu texto.
As estratégias abaixo são pensadas para se trabalhar o 2º E 3º PARÁGRAFOS DE REDAÇÃO. Lembre-se de 
que são apenas sugestões capazes de auxiliar a organização do raciocínio que comprova a tese do autor. Tudo 
dependerá do tema e da tese a ser defendida no texto.
a) Apresentação lógica dos argumentos – Aproximação temática
Nas redações do ENEM, é muito comum elaborarmos nossos planejamentos a partir das causas do pro-
blema ou então dos desafios a serem enfrentados para resolvê-lo. Isso costuma depender da proposta que nos é 
apresentada. Portanto, ao elaborar o seu planejamento, organize a apresentação desses parágrafos da maneira 
que for mais lógica para a compreensão do coretor. Por exemplo: devo falar primeiro da família e depois do Es-
tado? Devo falar primeiro da educação e depois do trabalho? Devo falar primeiro da sociedade civil e depois das 
empresas? Essa escolha não pode ser aleatória. Observe qual é o melhor caminho e depois siga esse planejamento.
DICA: Cuidado ao selecionar argumentos muito díspares: procure sempre manter uma linha de raciocínio 
lógico que comprove a tese estabelecida.
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
Thai
Realce
36
b) Causa / consequência
Uma das formas de progressão temática mais comum é a articulação entre causa e consequência. Tal 
relação pode ser facilmente empregada em diferentes propostas de vestibular, já que consiste na apresentação 
das razões que motivam determinada ideia ou problema e,em seguida, dos efeitos que tal situação provoca. No 
entanto, é preciso cuidado: o parágrafo de consequência não pode ser completamente expositivo. É fundamental, 
nesse caso, que o autor realiza uma avaliação crítica do efeito apresentado.
c) Argumento mais evidente / menos evidente
Em algumas propostas, é possível identificar argumentos que são muito plausíveis de serem abordados, 
já que estão indiretamente sugeridos por meio da análise da coletânea. Nesse sentido, para comprovar a tese, o 
candidato pode dividir seus parágrafos começando com um argumento mais previsível e depois aprofundando sua 
análise num argumento menos evidente, mas que também se mostra muito pertinente à questão. 
d) Representação/ Realidade
Essa estratégia pode ser aplicada nas propostas de redação em for conveniente abordar a realidade e a 
representação de determinadas situações. Para defender sua tese, o autor pode começar apontando como as 
representações construíram negativamente uma determinada visão de mundo,e, no parágrafo subsequente, pode 
apresentar porque tal visão é inconsistente, revelando a realidade por trás de toda a ficcção.
e) Passado/Presente
O uso da divisão entre passado e presente no desenvolvimento das redações tambémnão é uma novidade. 
Em alguns temas, torna-se fundamental analisar o passado para entender as causas de determinada situação e, 
assim, comprovar a tese. Por uma questão lógica, é preciso primeiro apresentar as relações com o passado para 
depois mostrar como ela ainda engendram uma relação com o presente.
f) Discurso/Realidade
O candidato também pode estruturar seu ponto de vista a partir da apresentação de um discurso existente 
na sociedade e das razões que o criaram. Na sequência, cabe a ele descontruir esse discurso,mostrando como a 
realidade é bem diferente do que é pregado por meio das palavras.
37
aula 15 – a telemedicina e o acesso à saúde no brasil
ACERVO
TEXTO 1
Norma para consultas médicas online é revogada pelo CFM após críticas
Para conselhos regionais, havia riscos à segurança de dados e brechas para uso desenfreado de atendimento a distância
Em meio a críticas, o Conselho Federal de Medicina decidiu revogar a resolução que ampliava a prática de telemedicina no 
país e permitia a realização de consultas, diagnósticos e cirurgias a distância.
A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (22), cerca de três semanas após a norma ser divulgada. A previsão era que a 
medida entrasse em vigor em maio.
Em nota, o conselho atribui a decisão ao alto número de propostas encaminhadas para alteração na resolução e "ao cla-
mor de inúmeras entidades médicas, que pedem mais tempo para analisar o documento e enviar também suas sugestões".
Desde que foi anunciada, a possibilidade de liberação de um maior número de atendimentos online tem sido alvo de críti-
cas de conselhos regionais de medicina e outras entidades médicas.
A maior parte delas diz respeito às consultas não presenciais e à segurança dos dados. A AMB (Associação Médica Brasi-
leira) foi uma das que pediu revogação da resolução. Segundo o presidente da entidade, Lincoln Lopes Ferreira, a responsabilização 
por eventuais erros médicos que possam ser cometidos com a consulta à distância é uma das grandes preocupações das entidades.
"A pessoa pode achar que é uma dor de cabeça. Mas pode ser a manifestação de um aneurisma ou de uma pressão arterial 
elevada. O exame físico continua sendo o pilar da relação entre o médico e o paciente", afirmou.
Pelo texto inicial, a teleconsulta poderia ocorrer somente após um primeiro contato, com exceção das populações que 
vivem em áreas geograficamente remotas, para as quais o atendimento podecomeçar já de modo virtual com acompanhamento 
de outros profissionais de saúde.
A falta de definição sobre o que são áreas geograficamente remotas, contudo, trouxe o temor de que a teleconsulta seja 
usada de forma desenfreada e aumente a distância entre médicos e pacientes.
Outro temor eram riscos ao sigilo dos atendimentos, que passariam a ser armazenados na rede. 
Em carta divulgada no dia 6 deste mês, representantes dos conselhos regionais de medicina de 27 estados já pediam a 
revogação da norma. 
“Após intensa discussão, demonstramos a preocupação com possíveis implicações negativas para o adequado exercício da 
medicina, bem como da garantia de observação das normas do Código de Ética Médica”, afirmaram no documento.
A situação levou o CFM a divulgar uma consulta pública para receber sugestões antes que a norma pudesse entrar em 
vigor. 
O alto volume de sugestões —que já passam de 1.444— acabou por fazer com que a norma fosse revogada. Segundo o 
conselho, não haveria como analisar as sugestões até maio deste ano. 
Questionado, o relator da resolução, Aldemir Soares, evita dar novos prazos. Diz apenas que as contribuições serão analisa-
das. A Folha apurou, porém, que a previsão é que novas datas sejam discutidas em reunião na próxima terça-feira (26).
Para Soares, ao menos dois pontos da norma que foi cancelada devem ser esclarecidos: a definição do que são áreas 
remotas e qual o modelo ideal para assegurar o sigilo das informações durante as teleconsultas.
Segundo ele, não haveria necessidade de programas caros para isso. "De acordo com especialistas da área, um médico 
interessado em usar esse modelo em seu consultório poderia fazê-lo com um investimento anual máximo de R$ 5 mil, caso optasse 
pela compra dos equipamentos. Os serviços também poderiam ser locados", afirma.
38
A revogação do aval à telemedicina também gerou reação de parte do setor. Em nota, a Abramge (Associação Brasileira 
de Planos de Saúde) disse lamentar a revogação. 
"O mundo digital cresce a uma velocidade cada vez maior, num compasso de inovação surpreendente, e soa estranho 
qualquer tentativa em frear esta evolução", informa. "Além da manutenção da insegurança jurídica, ressaltamos que a telemedicina 
proporciona a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, pois soluciona entraves relacionados à geografia e grandes distâncias."
Segundo a associação, pesquisa sobre o comportamento do consumidor em saúde mostra que 32% da geração Z (nascida 
depois de 1996) e 12% dos Millenials (nascidos entre 1981 e 1996) estão “insatisfeitos” ou “muito insatisfeitos” com a efetividade 
do atendimento tradicional.
"Cada vez mais os consumidores demonstram independência na escolha do que for mais conveniente às suas necessida-
des."
Como era/é até então
Telemedicina era realizada apenas entre médicos, como uma segunda opinião. Alguns hospitais universitários já usavam a 
modalidade, mas em caráter experimental
O que mudaria com a nova regra
 § Nova resolução define a prática de teleconsulta e estabelece regras, como necessidade de que o primeiro atendimento 
seja presencial. Estabelece ainda intervalo de no máximo quatro meses para consultas presenciais —no caso de pacientes 
crônicos, por exemplo.
 § Também prevê que atendimento seja gravado e armazenado seguindo critérios, com proteção garantida para sigilo. Caso 
paciente não concorde com a gravação, consulta não pode ser realizada
 § Caso o médico prescreva exames e medicamentos, documento deve conter dados de identificação, registro de data e hora 
e assinatura digital do médico
 § Na telecirurgia, os procedimentos devem ocorrer em espaços com infraestrutura, com médico que opere equipamento 
robótico e outro que acompanhe o paciente no local
Glossário da telemedicina
Telemedicina
Termo usado para definir o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, 
prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde
Teleconsulta
É a consulta médica mediada por tecnologias, com médico e paciente em diferentes locais
Teleinterconsulta
Ocorre quando há troca de informações e opiniões entre médicos para auxílio diagnóstico ou terapêutico, clínico ou cirúrgico
Telediagnóstico
Consiste na emissão de laudo ou parecer de exames pela internet 
Telecirurgia
É um procedimento feito por um robô ou outra tecnologia manipulada por um médico que está em outro local, desde que 
com presença de outro médico, com a mesma habilitação do cirurgião remoto, que possa atuar no caso de intercorrências
39
Teleconferência cirúrgica
Feita por videotransmissão, é permitida desde que o grupo receptor das imagens, dados e áudios seja formado por médicos
Teletriagem médica
Ocorre quando o médico faz uma avaliação, a distância, dos sintomas para a definição e direcionamento do paciente ao 
tipo adequado de assistência necessária
Telemonitoramento
Permite que um médico avalie a distância as condições de saúde dos pacientes. Pode ser usada em casas de repouso para 
idosos ou em comunidades terapêuticas
Teleorientação
Preenchimento a distância, pelo médico, de declaração de saúde para a contratação ou adesão a um plano de saúde
Teleconsultoria
Permite troca de informações entre médicos, gestores e profissionais de saúde sobre procedimentos e ações de saúde
Fontes: Resolução 1.643/2002 e resolução 2.227/2018
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/02/norma-para-consultas-
-medicas-online-e-revogada-pelo-cfm-apos-criticas.shtml
TEXTO 2
O que é telemedicina. E as novas regras para esse campo no Brasil 
Até o momento, ela vem sendo utilizada principalmente como forma de obter uma segunda opinião, enviando imagens de 
uma lesão de pele por WhatsApp, por exemplo 
No dia 3 de fevereiro de 2019, o Conselho Federal de Medicina divulgou em seu site o teor de uma resolução por meio da 
qual pretende regulamentar a telemedicina no Brasil. 
O termo se refere a formas de atendimento médico a distância viabilizadas pela tecnologia. Por exemplo: teletriagens, 
consultas online, telediagnósticos, telemonitoramento e mesmo telecirurgias, realizadas com auxílio de robôs. 
Até o momento, a telemedicina vem sendo realizada por médicos no Brasil principalmente como forma de obter uma se-
gunda opinião -ou seja, o médico principal não poderia ser aquele que realiza o atendimento a distância. Muitas vezes, isso se dá 
de formas muito simples, com o envio de fotos pelo celular para que colegas avaliem uma lesão de pele, por exemplo. 
Alguns hospitais universitários também vinham adotando a prática experimentalmente. A resolução deve ser publicada no 
Diário Oficial ainda nesta semana, afirma a entidade, que é uma autarquia que concentra a atribuição de regular a prática médica 
no Brasil.
 Em uma nota publicada no portal da entidade, seu presidente, Carlos Vital, afirma que a resolução pode contribuir para 
levar serviços de saúde ao interior do país, e diminuir o “estrangulamento” no sistema convencional em grandes centros. 
Na quinta-feira (7), a instituição realiza seu Segundo Fórum de Telemedicina, onde a nova resolução será lançada. 
40
As novas regras para a telemedicina
CONSENTIMENTO E DADOS
O texto prevê que o paciente assine um termo de consentimento pelo qual concorda oficialmente com a consulta a distân-
cia. Assim como acontece com processos realizados por meio das redes sociais, sites de busca e outras plataformas online, todos os 
dados trocados por meio da telemedicina podem ser coletados. A resolução afirma que essas informações deverão ser preservadas. 
Elas deverão, no entanto, trafegar de forma segura, privada e sigilosa. Um relatório com toda a informação clínica relevante deverá 
ser realizado e enviado ao paciente. 
EXIGÊNCIAS PRESENCIAIS 
“Os serviços de telemedicina jamais poderão substituir o compromisso constitucional de garantir assistência integral e 
universal aos pacientes”, diz o documento. Em vários pontos, ele deixa claro que os procedimentos a distância

Outros materiais