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DIREITO CIVIL (II) - Artigo 79 ao 137. BENS (Artigo 79 a 103) · Bens = Bonum = Felicidade = Contentamento. · A maioria das relações jurídicas possuem como foco, o bem. Conceito -> São coisas materiais ou imateriais, que são úteis ao homem e possui valor econômico, suscetível (capaz) de apropriação. -> Tudo o que satisfaz a vontade humana. -> “Bens, portanto, são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis.” -> Patrimônio: Plural, coletivo de bens. Amontoação, conjunto de bens. -> Coisas Comuns: São coisas incapazes de apropriação humana. São comuns a todos os homens. Ex: Ar, Sol, o mar. -> Coisas sem dono (res nullius): Nunca foram apropriadas. -> Coisas abandonadas (res derelicta): Coisas móveis abandonadas. Não estão sujeitas a um objeto de relação jurídica, apesar de, antes de ser abandonada, era objeto da relação jurídica. Bens Corpóreos e Bens Incorpóreos -> Bens Corpóreos: Aqueles que possuem corpo, matéria. Uma existência física, tocável, tangível. Podemos ver, sentir, tocar. Ex: COMPUTADOR, CASA, CANETA. -> Bens Incorpóreos: Não tem existência material, concreta, física. Porém, possuem valor econômico. Possuem apenas existência jurídica. Ex: DIREITOS AUTORAIS, DIREITOS DE CRÉDITO. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS Bens Imóveis e Móveis -> Bens Imóveis (Art. 79 a 81): · Bens que não podem ser levados de um lugar para outro, não podem ser deslocados de um lugar a outro, pois altera sua essência, seu conteúdo econômico. · Bens que não podem ser removidos sem que haja destruição. · Dependem de escritura pública e registro no Cartório de Registro de Imóveis. (Escritura pública é exceção para imóveis com – de 30 salários mínimos). 1) Imóveis por Natureza: Solo com sua superfície. As árvores, por exemplo, são Imóveis por acessão natural. 2) Imóveis por Mão Humana: Aquilo colocado artificialmente no solo pelo homem. Ex: Casa, apartamento, piscina. 3) Imóveis Legais (Art. 80): I – Direitos Reais (propriedade, penhor, usufruto) sobre imóveis e ações que o asseguram. II – O direito à sucessão aberta (quando os bens do morto ainda não foram partilhados). Não perdem a característica de imóveis (Art. 81): I – As edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outros locais. Ex: Casa transportada para outro lugar. II – Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Ex: Telhas, janelas, portas. -> Bens Móveis (Art. 82 a 84): · Aqueles que podem ser levados de um lugar a outro, sem alterar sua essência, substância, conteúdo. · Podem ser levados a outro lugar pela força do homem ou pela força própria. 1) Semoventes: Que se movem por força própria. Ex: Animais, homem. 2) Propriamente Ditos: Que se movem por força do homem. Ex: Mesa, Cadeira, Lápis. 3) Móveis por determinação legal: I – As energias que têm valor econômico. Ex: Energia elétrica. II – Direitos Reais sobre objetos móveis e ações correspondentes. III – Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 4) Móveis por antecipação: Bens incorporados ao solo, porém com finalidade de separá-la e converter em bens móveis. Intenção de retirada. Ex: Árvore que irá virar madeira. Bens Fungíveis e Infungíveis (Art: 85) -> Fungíveis: Aqueles que podem ser substituídos por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. Que podem ser trocados por outro, sem fazer diferença: Ex: Dinheiro, nescau em pó, caneta bic. -> Infungíveis: Não pode ser substituído por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. São únicos. Ex: Quadro de um artista famoso, produtos únicos, animal de estimação. Bens Consumíveis e Inconsumíveis (Art. 86) -> Bens Consumíveis: Os bens que o uso implica na destruição imediata da própria substância. Após o uso, ele será esgotado. Ex: Comida, shampoo, combustível. -> Bens Inconsumíveis: Aquele que pode ser reutilizado, reiterado. O uso não implica na destruição imediata da substância. Ex: Livro, celular, roupa. Bens Divisíveis e Indivisíveis (Art. 87 e 88) -> Bens Divisíveis: Aqueles que podem ser fracionados, divididos, sem que altere sua essência, qualidade. Quando a divisão acontece, não faz com que o bem perca seu valor, utilidade e substância. Ex: Saca de feijão de 50kg, Carregamento de Areia, Crédito de R$10.000. -> Bens Indivisíveis: Não poderá ser dividido, pois perderá o valor, a utilidade e a substância. Ex: Celular, Carro. Art 88: Um bem naturalmente divisível pode se tornar indivisível, por: I - Determinação da lei (ex: terreno, servidão -passagem entre casas-). II – Vontade das partes. Ex: Coleção de quadros, que o dono não quer que seja dividido. Bens Singulares e Coletivos (Art: 89 a 91) -> Bens Singulares: Bens que se consideram em si, independentemente dos demais. Ex: UM livro, UMA caneta, UM cachorro. -> Bens Coletivos: A pluralidade de bens singulares. Reunião de bens singulares, que pertencem a mesma pessoa. Ex: Biblioteca, Caixa de Canetas, Rebanho de ovelhas. BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (Art. 92 a 97) Os bens são analisados em comparação a outro bem. Um bem em relação a outro bem. Como se comporta quando relacionado a outro. -> Bem Principal (Art. 92): Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente. Não depende de outro para existir. Existe por si só. Ex: Solo em relação a casa. // Casa em relação a janela// Colar em relação a pérola. ->Bem Acessório (Art.92): Aquele cuja existência supõe a do principal. Depende do bem principal para existir. É subordinado ao bem principal. Ex: Janela em relação a casa// Pérola em relação ao colar QUANTO A ORIGEM DO BEM ACESSÓRIO: 1) Naturais: Aqueles que se renovam periodicamente pela própria natureza. Ex: Frutas, animais. 2) Industriais: Os que aparecem pela mão do homem, indústria. Ex: Lápis, computador, livro, caneta. 3) Civis: Aqueles que se rendem através da coisa, como os juros, a poupança, o aluguel. QUANTO AO ESTADO DO BEM ACESSÓRIO (frutos: estão ligados ao bem principal, e se regeneram): 1) Pendentes: Quando ainda estão unidos a coisa que o produziu (bem principal). Ex: Maçã ainda na árvore 2) Colhidos ou Percebidos: Quando é separado do bem principal. Ex: Laranja tirada da laranjeira. 3) Estantes: Já separados do bem principal e colocado à venda. Ex: Maça no supermercado. 4) Percipiendos: Frutos podres. Eram pra ser colhidos, mas não foram, por isso foram inutilizados. 5) Consumidos/Utilizados: Já foram separados do bem principal, mas não existem mais porque foram consumidos. PRODUTOS (estão ligados ao bem principal, porém não se regeneram) Ex: Pedras retiradas de uma pedreira, petróleo. -> Os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico (Art. 95) ->O bem acessório segue o caminho, o destino do bem principal. (PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA) Ex: Se algo está sendo vendido, se supõe que os seus acessórios sigam, acompanhem o bem principal. PERTENÇAS (Art. 93) -> É considerada também, um acessório, porém, não segue o bem principal. -> São partes vinculadas, ligadas ao embelezamento. -> Ex: Geladeira, fogão, ventilador, móveis da casa. -> Art. 93: São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou aformoseamento de outro. -> São coisas acessórias, destinadas a conservar ou facilitar o uso dos principais, sem que sejam partes integrantes. -> Art. 94: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação da vontade ou das circunstâncias do caso. -> As pertenças não seguem o bem principal. BENFEITORIAS (Art. 96) -> São obras, despesas, melhorias feitas em um bem já existente (móvel ou imóvel). -> Acréscimos, melhoramentos realizados nos bens. TIPOS DE BENFEITORIAS 1) Necessárias: Visam conservar o bem, evitar que o bem se ruíne. É uma melhoria necessária, para não deteriorar o bem. Ex: Reparação elétrica, reparação do telhado da casa. 2) Úteis: Aumentamou facilitam o uso do bem. Ex: Construção de uma garagem, construção de uma suíte. 3) Voluptuárias: Servem para mero deleite, uso recreio. Ex: Lago de carpas, lustre. Tomar atenção as benfeitorias. Elas podem ser classificadas de forma relativa a cada área/local. Ex: Ar condicionado instalado em casa de alguém que necessita (útil). Ar condicionado instalado em uma casa para mero deleite (voluptuária). DEPENDE BENS PÚBLICOS (Art. 98 ao 103) -> Bens que pertencem as Pessoas Jurídicas de domínio público. (União, Estados, Município) Ex: Escola Municipal, prédio federal. -> Os bens que não pertencerem a essa ordem é considerado bem privado, 1) USO COMUM DO POVO: Qualquer pessoa pode usar, indistintamente. Ex: Estrada, rios, mares, praças. 2) USO ESPECIAL: Bens que as Pessoas Jurídicas de direito público utilizam para exercer seus serviços. Ex: Edifícios, terrenos destinados ao trabalho da administração pública. 3) BENS DOMINICAIS: Patrimônio da PJ. Não está sendo utilizado pelo povo, mas também não tem destinação pública. Ex: Terreno baldio. Os bens comuns do povo e de uso especial não podem ser vendidos, portanto são INALIENÁVEIS. Os bens dominicais podem ser vendidos, portanto são alienáveis. Os bens públicos não estão sujeitos à usucapião. (posse do bem após x período de tempo) FATOS JURÍDICOS -> Fatos é diferente de fatos jurídicos: Fatos é todo acontecimento. Fatos Jurídicos são todos os fatos que trazem reflexos, consequências para o mundo jurídico. -> Portanto, Fatos Jurídicos é todo acontecimento da vida relevante para o mundo jurídico. -> Ex: Jovem completa 17 anos = Fato // Jovem completa 18 anos = Fato Jurídico. Os fatos jurídicos são divididos em: -> Naturais (atos jurídicos em sentido estrito): Fatos Jurídicos provocados pela natureza. Podem ser ORDINÁRIOS (Esperados -> Fatos que irão acontecer) Ex: Morte, maioridade. Ou podem ser EXTRAORDINÁRIOS (Inesperados -> Não se sabe se vai acontecer) Ex: Tsunami, terremoto -> Humanos (atos jurídicos em sentido amplo): Fatos jurídicos produzidos pela ação ou omissão do homem. Podem ser LÍCITOS (Praticados em harmonia, respeito com o ordenamento) ou ILÍCITOS (Praticados em desrespeito ao ordenamento jurídico. NEGÓCIO JURÍDICO -> São atos humanos que demonstram a intenção (vontade) de produzir efeitos jurídicos. Ex: Contrato de Compra e Venda, Contrato de Locação Classificação do Negócio Jurídico 1) · Unilaterais: Depende de apenas uma manifestação de vontade. Ex: Testamento, Promessa de Recompensa. -> Unilaterais Receptíceos: É fundamental o conhecimento da outra parte no negócio. -> Unilaterais Não Receptíceos: A outra parte não tem conhecimento do negócio. · Bilaterais: Manifestação das duas partes do negócio jurídico. Depende de ambas as vontades, reciprocidade de obrigações. Ex: Contrato de locação, contrato de compra e venda. · Plurilaterais: Manifestação de mais de duas vontades dirigidas a mesma finalidade. Ex: Sociedade de Advogados, Pessoa Jurídica. 2) · Gratuitos ou Benéficos: Somente uma das partes é beneficiada, recebe vantagem patrimonial. Ex: Renúncia de posse, doação. · Onerosos: Ambas as partes recebem vantagem econômica. Ex: Compra e Venda, Contrato de Trabalho. 3) · Inter Vivos: O negócio jurídico produz efeito imediato. Entre vivos · Mortis Causa: O negócio jurídico só terá efeito pós morte. Ex: Posse de bens no testamento 4) · Principais: Tem vida e existência própria. Não está vinculado a nenhum outro negócio jurídico. · Acessórios: Negócio Jurídico vinculado ao principal. 5) · Solenes: Forma especial, prevista em lei. Solene é formalidade. Ex: Casamento, Cheque. Obs: Casa -> Acima de 30 salários mínimos exige a escritura contratual, se tornando solene. · Não solenes (informais): As partes escolhem o modelo do negócio. Ex: Recibo, venda de um bem móvel. 6) · Simples: Se constituem mediante um único ato, único negócio. Ex: Compra e venda de algo. · Complexos: Se constituem mediante atos repetidos, reiterados. Ex: Parcelamento · Coligados: Contratos interligados, entrelaçados. 7) · Fiduciários: Prevê confiança, boa fé. · Simulado: Mentiroso. Conteúdo: Artigo 104 ao 137. Antes de entrar ao assunto do Artigo 104, vamos relembrar... -> Negócio Jurídico São atos humanos que demonstram vontade, intenção de produzir efeitos jurídicos. Exemplos: Contratos de compra e venda/Contrato de locação. Para que o Negócio Jurídico seja feito, é preciso que alguns elementos essenciais se façam presente: a) Manifestação de Vontade - Não há Negócio Jurídico sem a vontade de ambas as partes. Essa vontade deve ser livre e espontânea, sem qualquer tipo de coação. É um elemento subjetivo necessário para que haja o Negócio Jurídico. b) Finalidade Negocial – Deve-se haver a vontade de criar, preservar ou extinguir direitos. O contrato, por exemplo, deve apresentar de forma clara a intenção do Negócio Jurídico. c) Idoneidade dos Objetos – O Negócio Jurídico deve ser pautado na boa fé, ou seja, na pressuposição das duas partes, de que ambas irão cumprir e realizar, segundo a lei, suas vontades. Agora que já fizemos uma breve revisão dos Negócios Jurídicos, vamos diretamente ao assunto da prova. (Artigo 104 ao 137). -> Requisitos para a VALIDADE do Negócio Jurídico (Art. 104) A validade do Negócio Jurídico requer: a) Agente (quem?); b) Objeto (o quê?); c) Forma (como?); d) Manifestação de Vontade. a) Agente Capaz - Para que o Negócio Jurídico seja válido, é preciso que o agente seja capaz, tenha aptidão para fazer parte do contrato. É a condição subjetiva. Capaz: 18 anos. Um Negócio Jurídico celebrado por um absolutamente incapaz (menores de 16 anos) é NULO. (Salvo se acompanhado por seu representante) Um Negócio Jurídico celebrado por um relativamente incapaz (entre 16 e 18 anos, ébrios...) é ANULÁVEL. (Salvo assistido por seu assistente) b) Objeto Lícito, Possível, Determinado/Determinável - O Negócio Jurídico deve ser baseado em um Objeto Lícito, ou seja, aquele que está de acordo com a moral e os bons costumes. Assim como deve ser um Objeto Possível, ou seja, aquele que é possível de ser realizável. E, para completar, é preciso ter um Objeto Determinado, ou seja, aquele que é certo, descrito pela quantidade, gênero e qualidade. Exemplo: 100 canetas BIC. c) Forma prescrita (autorizada) ou não defesa (proibida) em Lei - Se a Lei exigir formalidade, há de se cumprir. Forma prescrita em lei: Aquela descrita, escrita, determinada na Lei. Exemplo: Cheque (tem uma forma descrita na Lei de como fazer) Forma não defesa em lei: Aquela não proibida, não vedada por Lei. *Forma Livre: A validade do Negócio Jurídico não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. -> Reserva Mental (Artigo 110) Artigo 110: “A manifestação de vontade subsiste, ainda que seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.” A Reserva Mental é a divergência que existe entre a vontade declarada e a vontade íntima da pessoa. É quando um dos declarantes oculta sua verdadeira intenção. O que interessa no Negócio Jurídico é a vontade declarada exposta, manifestada no Negócio Jurídico. Mas a reserva mental produz efeitos? R: Depende Se o destinatário sabe da vontade íntima -> Não tem efeito. Se o destinatário não sabe da vontade íntima -> Tem efeito. -> Silêncio (Artigo 111) Artigo 111: “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.” Anuência = Concordância. Ou seja, o silêncio é uma forma de manifestação de vontade, no sentido de concordância com o Negócio Jurídico. Para que o silêncio traga alguma consequência para o mundo do Direito, ele deverá ser: a) Autorizado pela Lei; b) Pelas circunstâncias; c) Pelos usos (costumes); d) Não necessitar de declaração de vontade expressa. Caso contrário, o silêncio não é manifestação de vontade, e a vontade da pessoa deve ser expressamente dita. -> Teoria da Vontade sobre a Declaração (Artigo 112) Artigo 112: “Nas declaraçõesde vontade, se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.” Quando houver divergência em um contrato, haverá a necessidade de fazer uma interpretação do contrato. Quando a divergência for entre a vontade (intenção) declarada e as palavras empregadas no negócio = prevalecerá a vontade (intenção) das partes. -> Costumes e Boa Fé (Artigo 113) Artigo 113: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa fé e os usos do lugar de sua celebração.” -> Representação (Artigo 115 ao 120) Representação é agir juridicamente em nome de outra pessoa. É a transferência, a delegação de poderes a outrem. Exemplo: Representante de classe, advogado. Deve ter: REPRESENTANTE (aquele que “ganhou” os poderes) e REPRESENTADO (quem passou os poderes). 1) Representação Legal: Ocorre quando a Lei define quem vai representar a pessoa. A lei escolhe o representante. Exemplo: Confere a ambos os pais, quanto aos filhos, representá-los até os 16 anos (Artigo 1694, VII) / Compete ao síndico representar o condomínio (Artigo 1348, II). 2) Representação Convencional (Voluntária): Ocorre quando uma pessoa escolhe por vontade própria uma outra pessoa para exercer direitos e/ou deveres em seu nome. Para exercer a representação voluntária, é preciso a Procuração (documento). Regras da Representação (Artigo 116) Artigo 116: “A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.” Ou seja, o representante realiza um ato que produzirá efeitos ao representado. Contrato consigo mesmo “Autocontrato” (Artigo 117) Artigo 117: “Salvo se permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta própria, celebrar consigo mesmo.” Artigo 121 ao 137 - Condição, Termo e Encargo. -> Condição (Artigo 121) Art. 121: “Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do Negócio Jurídico a evento futuro e incerto”. Para tanto, então, há 3 requisitos para que haja Condição: · Vontade das partes: Os agentes devem queres, concordar com o negócio jurídico. · Futuridade: Ainda não aconteceu. · Incerteza: Será que vai acontecer? Tipos de Condição: -> Suspensiva: Enquanto não se realizar a condição, não haverá aquisição do direito, e o negócio jurídico não produzirá efeitos. Ex: Te dou o carro se você passar na faculdade. Ou seja, enquanto o agente não passar na faculdade, não terá o carro. -> Resolutiva: É aquela que termina (põe fim) a eficácia do negócio jurídico. Enquanto não se realizar a condição, o negócio jurídico produzirá efeitos, mas, quando a condição é ocorrida, cessará os efeitos do negócio jurídico. Ex: Te dou o carro, mas se você pegar DP, tiro ele de você. Ou seja, o carro foi dado, mas se a condição for cumprida (pegar DP) o negócio jurídico será cessado. (Extinção do contrato por inadimplência) Exemplo prático, tirado do Direito em Tela. 😀 -> Produzindo efeito. 🏁 -> Condição. ❌ -> Não produz efeito. Condição Resolutiva: 😀😀😀🏁❌❌❌ (começa produzindo efeitos, mas após a condição, para de ter eficácia). Condição Suspensiva: ❌❌❌🏁😀😀😀 (começa sem efeitos, mas, após a condição, produzirá efeito). Elementos da Condição 1) Licitude: A Condição deve ser lícita, ou seja, de acordo com a lei. 2) Possibilidade: A Condição deve ser possível, realizável. 3) Forma: Deve envolver formas possíveis, com fatores externos. Ou seja, não pode ter vontade puramente de uma das partes. Ex: Pagarei pelos serviços quando eu puder. (isso não pode, pois é pura vontade da parte). -> Termo (Artigo 131 ao 135) Termo é o dia em que começa ou extingue a eficácia do negócio jurídico. · Quando começa: Termo Inicial (dies a quo). · Quando extingue: Termo Final (dies ad quem). É um evento futuro e certo, pois é necessário ter uma data final (ou inicial). Termo certo: 13 de Maio, 1 (um) ano, 24 horas. Espécies de Termo: 1) Termo Convencional: É aquele que as partes, por livre e espontânea vontade, estabelecem no contrato jurídico. É um termo combinado entre as partes. Ex: João pagará o aluguel no dia 3 de cada mês. 2) Termo de Direito: É o que é definido pela Lei. Ex: Pelo Código de Defesa do Consumidor, você tem 90 dias para reclamar do seu celular que veio com defeito. 3) Termo de Graça: É a ampliação de prazo concedida ao devedor. Ex: O prazo para pagar a conta é até dia 10, mas se o pagamento for feito até o dia 15, não terá multas. -> Prazo (art. 132) Prazo é o lapso de tempo, que vai do Termo Inicial até o Termo Final. Ex: José alugou uma casa por 1 mês, do dia 15 de janeiro até 15 de fevereiro. Portanto, o termo inicial é 15 de janeiro, e o termo final, 15 de fevereiro. O prazo é de 1 mês. Art. 132: “Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. Exemplo: João comprou uma obra de arte no dia 10/01, e tem 5 dias para pagá-la, ou seja, até dia 15/01. O dia 10 não conta, seguindo o artigo. Portanto, João terá 5 dias (11/01; 12/01; 13/01; 14/01; 15/01). Veja, exclui o dia inicial e inclui o do vencimento. Prazo de meses e anos: “Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência”. Exemplo: Contrato de 3 (três) meses, contando a partir de 14/07. Vencerá no dia 14/10. Prazo em horas: “Os prazos fixados por hora serão contados minuto a minuto”. Exemplo: Contrato de 2 (dois) dias, iniciando no dia 12/01 às 14:35. Ele terá fim no dia 14/01, às 14:35. Prazo em feriado: “Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil”. Meado: Em qualquer mês, meado é o 15 (décimo quinto) dia. -> Negócio Jurídico sem prazo (Art. 134) Art. 134: “Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo (cumpridos imediatamente), salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.” Não contém prazo do pagamento? É a vista. Não contém prazo de início de aluguel? É já. Não contém prazo para entrega do produto? Deve ser feito imediatamente. -> Encargo (modo) (Artigo 136 e 137). É uma restrição imposta a uma liberalidade (negócios jurídicos gratuitos ou benéficos). É uma restrição imposta a uma doação, por exemplo, que impõe a ela uma obrigação ou ônus (encargo) ao beneficiário. Ex: Na doação de terrenos, deverá ser realizado a vontade do cedente, daquele que doou. O encargo é obrigatório? Não. Ele somente vai existir se o cedente tiver vontade. Ou seja, para que haja encargo, deve estar explícito as obrigações que o cedente quer. Portanto, é um elemento acidental, que depende da vontade da parte cedente. Encargo: para que..., a fim de que..., com a obrigação de... -> Encargo Ilícito (ou impossível) (Artigo 137) Art. 137: “Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que invalida o negócio jurídico” Encargo ilícito é o contrário à norma jurídica. Ex: Distribuição de produtos tóxicos proibidos em lei. Ou seja, as leis jurídicas não permitem que se realize o encargo.
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