Buscar

RESUMOS: Novo curso de Direito Civil, Pablo Stolze (Cap. do VIII ao XIII)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Importância da Matéria1.
O Código Civil cuida, primeiramente, das pessoas naturais e jurídicas, para aí então 
definir seu domicílio.
Domicílio vem do latim domus que significa casa, moradia
No Direito Romano, "domicílio era apenas o lugar onde a pessoa se estabelecia 
permanentemente"
▪
A ideia de domicílio no Direito Romano era simples, bastando para ser domicilio o 
local onde a pessoa viria a se fixar permanentemente. Na época, o lar não era 
somente uma moradia, mas também um templo para relembrar e cultuar os 
antepassados.
▪
No entanto, a ideia de domicílio se complicou com os franceses, que imaginavam 
haver uma relação jurídica entre a pessoa e o lugar que habitava.
▪
"Por imperativo de segurança jurídica, toda pessoa deve ter um lugar que seja 
considerado a sede central de seus negócios"
-
Stolze, 
Pablo
A noção de domicílio não cabe a somente uma parte do direito. Ela se vê presente e 
necessária em várias partes do direito, como por exemplo:
Direito Internacional: na Leis de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Dec.-
Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942) se utiliza muito da noção de domicílio em 
seus artigos, como no "Art. 7º A lei do país em que for domiciliada a pessoa 
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos"
Direito Processual Penal: "Art. 72 Não sendo conhecido o lugar da infração, a 
competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu"
Direito do Trabalho: o conceito também é importante especialmente por reger as 
condições contratuais, como dispõe "Art. 469 Ao empregador é vedado transferir o 
empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar no 
contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a 
mudança do seu domicílio"
Conceito2.
"Domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde estabelece residência com ânimo 
definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de 
sua atividade profissional"
Existem duas noções distintas de domicílio:
Domicílio ligado à vida privada: àquele ligado às suas relações internas ou em 
família, residindo sozinho ou com familiares.
Domicílio ligado à vida externa: àquele ligado à vida social e profissional, o lugar 
onde exerce sua profissão ou de ocupação habitual
Capítulo VIII: Domicílio Civil
segunda-feira, 11 de maio de 2020 19:52
 Página 1 de Nova Seção 2 
Embasados pelos Arts. 70 e 72 do Novo Código Civil.
Morada, residência e domicílio: distinções necessárias3.
Morada: local onde a pessoa se estabelece temporariamente. ROBERTO DE RUGGIERO 
adverte que "a sua importância é porém mínima e subalterna, não produzindo em regra 
qualquer efeito, senão quando se ignora a existência de uma sede mais estável para a 
pessoa".
Ex: Intercâmbio de estudos no exterior.
Residência: local onde a pessoa se estabelece com maior estabilidade, e pode ser 
encontrada com certa frequência, mas não tão frequentemente quanto em seu domicílio.
Ex: Pessoas que trabalham em outras cidades e permanece por certo período com 
frequência.
Domicílio: Domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde estabelece residência com 
ânimo definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos 
ou de sua atividade profissional. Não cabe simplesmente residir em um lugar, mas o 
propósito permanente de ficar naquele local.
Compõe-se de dois elementos: objetivo (ato de fixação) e subjetivo (permanência no 
local)
Caso de pluralidade de residências: se alguém viva alternadamente entre vários locais, 
sem em nenhum deles estabelecer situação de domicílio (se fixar com intuito 
permanente), considera-se que em todos esses locais a pessoa possua residência.
"Art. 32. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências onde alternadamente viva, 
ou vários centros de ocupações habituais, considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou 
daquelas." (CC/1916)
"Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles." 
(CPC/2015)
Tratamento legal e mudança de domicílio4.
O CC/1916 considerou o domicílio da pessoa natural "o lugar onde ela estabelece sua 
residência com ânimo definitivo" (art.31) e a pluralidade de residências (art.32). Com isso, 
fugia da ideia inicial francesa e seguia a orientação do direito alemão.
A pluralidade de residências permite que o indivíduo more em um local com sua família e 
exerça sua atividade profissional em outro, considerando domicílio qualquer um desses 
lugares, como admite o CPC/2015, em seu Art. 46, § 1º "Tendo mais de um domicílio, o réu 
será demandado no foro de qualquer deles."
O Novo Código Civil também admite a pluralidade de residências como admitido nos Art. 
71 e 72 de seus textos. E expressamente no Art. 72 permite a pluralidade de domicílios 
profissionais. Isso facilita as relações trabalhistas definindo mais claramente o domicílio 
de ambos empregador e empregado, importante para aplicações das regras dos Art. 469 
e 651, § 1º, da CLT.
A mudança de domicílio se dá com a "transferência da residência aliada à intenção 
manifesta de o alterar".
"Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o 
mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades 
dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria 
mudança, com as circunstâncias que a acompanharem." (CC/2002)
 Página 2 de Nova Seção 2 
A norma em si não é perfeita, pois não estabelece sanção a quem omite documento de 
prova de transferência. Esse documento pode tanto ser cartas de comunicação de 
transferência ao empregado, posse e exercício de cargo público, comprovação de 
despesas de mudança etc.
Entretanto, segundo o Art. 87 do Código de Processo Civil a mudança de domicílio após 
dado início em situação judicial não acarretará na mudança do foro, pois o foro é 
determinado pelo domicílio ocupado no momento do acontecimento.
Domicílio aparente ou ocasional5.
A necessidade de fixação de domicílio decorre de imperativo de segurança jurídica. Por 
isso, aqueles que não apresentam residência certa, ou que viajam constantemente como 
ciganos e andarilhos, são sujeitos da teoria de HENRI DE PAGE, a teoria do domicílio 
aparente onde, criadas aparências de domicílio, esse lugar pode ser considerado 
domicílio pelo terceiro.
Embasada no Art 73 do CC/2002: 
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar 
onde for encontrada.
Como também pelo Art. 46, § 1º, do CPC/2015:
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for 
encontrado ou no foro de domicílio do autor.
Domicílio da pessoa jurídica6.
A regra geral do domicílio da pessoa jurídica de direito privado é que esta seja sua sede 
determinada em documentação, e se não houver fixação o domicílio será onde a diretoria 
e administração do local funcionarem. Ainda também, em casos de filial, cada filial é 
considerado um domicílio diferente. (Art. 75 do CC/2002)
"Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um 
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados."
Em caso da administração da empresa for estrangeira ou tiver sede fora do Brasil, será 
considerado domicílio o lugar de onde a empresa opera suas atividades em território 
brasileiro. (Art. 75, § 2º, do CC/2002)
"§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro,haver-se-á por domicílio 
da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o 
lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder."
Já o domicílio de pessoa jurídica de direito público tem domicílio previsto em lei, da 
seguinte forma (Art. 75 do Novo Código Civil de 2002)
"Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;"
Espécies de domicílio7.
O domicílio poderá ser:
 Página 3 de Nova Seção 2 
Voluntário: mais comum tipo de domicílio. Ocorre quando o indivíduo escolhe livremente 
onde fixa sua residência em um determinado local, com ânimo definitivo.
a)
Legal ou necessário: ocorre quando o indivíduo tem seu domicílio determinado pela lei, 
em atenção à condição especial de determinadas pessoas. 
b)
"Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o 
preso."
Domicílio do incapaz: é o domicílio de seu representante legal ou assistente (filhos 
menores de dezoito anos que moram com os pais)
i.
Domicílio do servidor público: é domicílio o local em que o indivíduo exerce 
permanentemente suas funções (aqueles cargos comissionados ou temporários 
nada implicam alteração do domicílio anterior)
ii.
Domicílio do militar: é domicílio o lugar onde serve ou a sede do comando a que se 
encontra imediatamente subordinado
iii.
Domicílio do marítimo: é domicílio o lugar onde o navio estiver matriculadoiv.
Domicílio do preso: é o domicílio do preso o local em que cumpre sentença (presídio 
ou outro centro de detenção)
v.
O agente diplomático, quando este não alegar extraterritorialidade no país, terá seu 
domicílio no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde teve
"Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar 
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser 
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve"
Eleição ou especial: ocorre com o ajuste entre as partes de um contratoc)
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se 
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Vale destacar que este dispositivo somente pode ser invocado em relações jurídicas em 
que prevaleça o princípio da igualdade dos contratantes e de sua correspondente 
autonomia de vontade. 
 Página 4 de Nova Seção 2 
Segundo Beviláquia:❖
❝bem é tudo quanto corresponde à solicitação de nossos desejos❞
Para o Direito "os bens jurídicos podem ser definidos como toda a utilidade física ou ideal, que seja 
objeto de um direito subjetivo.
❖
Material ou imaterial, economicamente apreciável ou não, todo bem jurídico é objeto de direito subjetivo▪
Todo bem econômico é bem jurídico, mas nem todo bem jurídico é também bem econômico (ex.: honra)▪
❝Em sentido jurídico, latu sensu, bem jurídico é a utilidade, física ou imaterial, objeto de uma relação 
jurídica, seja pessoal ou real.❞
❝[...] em sentido estrito, bem jurídico costuma ser utilizado, por parte da doutrina, como sinônimo de 
coisa, bem materializado (objeto corpóreo), [...], valendo lembrar a existência de bens jurídicos 
imaterias, como, v.g., os direitos de personalidade.❞
Para Orlando Gomes: ❝bem é gênero e coisa é espécie❞❖
Já Sílvio Venosa diz que a noção de coisa é mais vasta, incluindo tudo que existe no universo, 
compreendendo bens que podem ser apropriados ou não, como o oxigênio, o espaço, e água do 
mar.
❖
Mas, para a linha do direito alemão:❖
❝Os bens compreendem os objetos corpóreos ou materiais (coisas) e os ideias (bens imaterias). 
Dessa forma, há bens juridicos que não são coisas: a liberdade, a honra, a integridade moral, a 
imagem, a vida.❞
A ideia de patrimônio não se deve ser confundida com bens materiais, mas sim com toda a gama de 
relações jurídicas de valor econômico de uma pessoa, natural ou ideal
Pode ser tanto líquido (conjunto de bens e créditos, deduzidos os débitos) quanto bruto 
(conjunto de relações jurídicas sem esta dedução)
❖
Pluralidade de patrimônios
Capítulo VIII: Bens Jurídicos
segunda-feira, 18 de maio de 2020 14:04
 Página 5 de Nova Seção 2 
Pluralidade de patrimônios❖
Para Baviláqua, não existe pluralidade de patrimônios▪
Já de Fadda e Bensa admitia essa existência e a divisibilidade de patrimônio. No entanto, tal patrimônio 
não deve ser vulnerado, quebrado, mas mantido sua unidade.
▪
❝não há, porém, nesses casos, pluralidade u divisibilidade de patrimônio. O que há é a distinção de 
bens de procedência diversa no mesmo patrimônio.❞
Caio Mário-
 
Bens corpóreos e incorpóreos❖
Não estabelecido no Código Civil, mas tratado no Código Penal, por exemplo.
Bens corpóreos são aqueles bens que possuem existência material, percepitiveis aos sentidos, como 
bens móveis e imóveis em geral.
Podem ser objeto de contrato de compra e venda.▪
Bens não corpóreos são aqueles bens de existência abstrata, tendo existência apenas jurídica, por 
força do direito, como direitos sobre um produti do intelecto, com valor econômico.
Só podem ser transferidos por contrato de cessão.▪
1.1 - bens imóveis e móveis❖
Bens imóveis são aqueles que não podem ser transportados ou movidos de lugar, sem que isso altere 
sua substânica.
Bens imóveis por sua própria natureza: o CC/2002 considera imóveis ❝o solo e tudo quanto se lher 
incorporar natural ou artificialmente.❞
a.
Bens imóveis por acessão física, industrial ou artificial: é tudo que o homem fixe permanentemente 
ao solo, de modo que não possa ser retirado sem destruição ou dano
b.
Bens imóveis por acessão intelectual: ❝são bens que o proprietario intencionalmente destina e 
mantém o imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade. [...] Tais 
bens podem ser, a qualquer tempo, mobilizados.❞
c.
Bens móveis são aqueles que podem ser transportados e movidos, sem quebra ou fragmenteção
Bens móveis por sua própria natureza: são os bens que podem ser transportados de um local para 
outro, por força exterior.
a.
Bens móveis por antecipação: são bens que, originalmente incorporados ao solo, são destinados a 
serem destacados e convertidos em móveis, como é o caso das árvores destinadas ao corte
b.
Bens móveis por determinação legal: ❝Consideram-se móveis para os efeitos legais: as energias que 
tenham valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; os 
direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.❞ Art. 83 (CC/2002)
c.
 Página 6 de Nova Seção 2 
direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.❞ Art. 83 (CC/2002)
Bens semoventes: são aqueles bens que possuem movimento próprio, como os animais.d.
No direito brasileiro, só se pode realizar uma aquisição de propriedade imobiliária se no contrato 
seguir a solenidade de registro. Enquanto que bens móveis podem ser adquiridos apenas com a 
tradição da coisa.
Bens fungíveis e infungíveis❖
Bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade. É uma classificação típica dos bens móveis.
Bens infungíveis são aqueles de natureza insubstituível (ex.: uma obra de arte)
A vontade das partes poderá torna um bem essencialmente fungível em bem infungível 
(emprestimos, gratúito, de um vaso de decoração, que deve ser retornado sem admitir substituto).
❝A fugibilização também pode decorrer do valor histórico de um determinado bem. Por exemplo, um 
vaso da dinastia Ming é, hoje, sem dúvida, um bem infungível enquanto registro de uma época 
remota, mas sem seu próprio tempo, nada mais era do que um utensílio doméstico perfeitamente 
substituível.❞
Bens consumíveis e inconsumíveis❖
Bens consumíveis são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância,bem como aqueles destinados à alienaçãp.
Bens inconsumíveis são aqueles que suportam uso continuado, sem prejuízo do seu perecimento 
("consumo") progressivo e natural. 
Os bens consumíveis não tem direito real de usufruto.
❝a qualificação dos produtos ou serviços como de consumo duráveis ou não duráveis envolve a sua 
maior ou menor durabilidade, mensurada em termos de tempo de consumo. Assim, os produtos 
alimentares, de vestuario e os serviços de dedetização, por exemplo, não são duráveis, ao passo que 
os eletrodomésticos, veiculos automotores e os serviços de construção civil são duráveis.❞
Bens divisíveis e indivisíveis❖
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, dininuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Caso contrário, são bens indivisíveis.
Os bens indivisíveis podem ser:
Por determinação legal (o módulo rural, a servidão)a.
Por convenção (uma obrigação de dinheiro)b.
Por sua própria natureza (animal)c.
Bens singulares e coletivos❖
Bens singulares são aqueles que, embora reunidos, se consideram de per si , independentemente dos 
demais.
 Página 7 de Nova Seção 2 
demais.
Simples: quando suas partes estão ligadas naturalmente (uma árvore, um animal)▪
Compostas: quando a coesão de seus componentes decorre do engenho humano (um avião, um 
relógio)
▪
Bens coletivos são os que, sendo compostos de várias coisas singulares, são considerados em 
conjunto, formando um todo homegêneo (uma floresta, uma biblioteca)
 
Art 92 ❝Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja 
existência supõe a do principal.❞
Classificação dos bens acessórios❖
Frutos: utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua 
substância (ex.: a soja, a maçã, os juros, o alugues)
Quanto à sua natureza:
Naturais: são gerados pelo bem principal sem intervenção humanaa.
Industriais: são gerados a partir da atividade industrial humana (manofaturas)b.
Civis: são utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de 
uma renda (juros, aluguel)
c.
Quanto à ligação com a coisa principal:
Colhidos ou percebidos: frutos já destacados, mas ainda existentesa.
Pendentes: frutos ainda ligados à coisa principal, esperando destaqueb.
Percipiendos: frutos que deveriam ter sido colhidos, mas não foramc.
Estantes: frutos já destacados, estando estocados e armazenados para a vendad.
Consumidos: frutos que já não existem mais.e.
Produtos: utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui sua substância 
(ex.: pedras e metais que se extraem das minas e das pedreiras)
Rendimentos: são frutos civis, a exemplo do aluguel, dos juros e dos dividendos.
Pertenças: são os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, 
ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
❝São características da pertença: um vínculo, material ou ideal, mas sempre intencional, estabelecido 
por quem faz uso da coisa e o fim em virtude do qual a põe a serviço da coisa principal; um destino 
não transitório da coisa principla; uma destinação de fato e concreta da pertença colocada a serviço 
do bem principal❞
Benfeitorias: são as obras realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o propósito de 
conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la.
Partes integrantes: são os bens que só possuem existência material própria quando juntos à parte 
 Página 8 de Nova Seção 2 
Partes integrantes: são os bens que só possuem existência material própria quando juntos à parte 
principal, quando só são disprovidos da mesma mas mantém sua identidade (lâmpada e lustre)
 
❝Quanto ao titular do domínio, os bens poderão ser públicos ou particulares❞
Bens particulares são aqueles pertencentes à iniciativa privada, cuja disciplina interessa, em especial, 
ao Direito Civil
Bens públicos são aqueles pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios.
Bens de uso comum do povo: sua utilização não se submente a qualquer tipo discriminação 
ou ordem especial de fruição (praias, ruas, praças, estradas)
a.
Bens de uso especial: sua fruição é atribuída, por título especial e na forma de lei, a 
determinada pessoa, bem como aqueles utilizados pelo próprio Poder Público para a 
realização de seus serviços (prédios escolares)
b.
Bens dominicais ou dominiais: não afetados à utilização direta e imediata do povo, nem aos 
usuários de serviços, mas que pertencem ao patrimônio estatal.
c.
A primeira ideia de bem de família foi estabelecida no período da República Romana, que 
considerava a família como núcleo político, econômico e religioso. Assim, consagrou-se o princípio da 
inalienabilidade dos bens competentes do patrimônio familiar, que reputavam sagrados.
Nos termos do Código Civil de 1916, bem de família é o prédio destinado pelos chefes de família ao 
exclusivo domicílio desta. Trata-se ai de um bem de família voluntário, já que foi estabelecido a partir 
da vontade do chefe da família.
O Código Civil de 2002 consagra algumas modificações, como quando autoriza a instituição do bem 
de família não apenas ao casal, mas também pela entidade familiar e por terceiro. Também se 
consagrou a impenhorabilidade limitada e uma inalienabilidade relativa.
Há extinção, em caráter definitivo, se sobrevier a morte de ambos os cônjuges, dos companheiros ou 
do cabeça da família monoparental, e os filhos atingirem a maioridade, desde que não estejam sob 
curatutela.
❝De modo geral, todos os bens podem ser apropriados e alienados, tanto a título oneroso quanto 
gratuito. Há, todavia, exceções a essa regra, constituindo-se o que se convencionou chamar de bens 
fora do comércio ou inalienáveis, consistentes nos bens que não podem ser negociados.❞
Bens inapropriaveis pela própria natureza são bens de uso inesgotável, comuns a todos, e que não 
podem ser considerados propriamente coisas, pois lhes falta requisito de ocupabilidade. (luz solar e 
mares)
Bens legalmente inalienáveis são bens que têm sua comercialização vetada por lei para atender a 
interesses econômicos-sociais, de defesa social ou proteção de pessoas (terras ocupadas por índios, o 
 Página 9 de Nova Seção 2 
interesses econômicos-sociais, de defesa social ou proteção de pessoas (terras ocupadas por índios, o 
bem de família, etc.)
Bens inalienáveis pela vontade humana são bens que, por vontade humana, não excluídos do 
comércio jurídico, gravando-se a cláusula de inalienabilidade/impenhorabilidade.
❝Vale destacar, porém, que há coisas que até podem vir a integrar o patrimônio das pessoas - ou seja, 
são passíveis de apropriação -, mas que não estão no complexo de bens de qualquer pessoa, antes 
de apropriadas.❞
 Página 10 de Nova Seção 2 
 
É o ponto de partida de todo raciocínio jurídico.
Todo acontecimento, natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, 
modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito, denomina-se fato jurídico
Segundo Caio Mário da Silva Pereira: 
❝fato jurídico seria todo acontecimento em virtude do qual começam ou terminam as relações 
jurídicas❞
Para Roberto de Ruggiero:
❝Todos os fenômenos até aqui descritos não se produzem sem uma causa, causa essa que são 
os fatos jurídicos, [...] eventualidades capazes de provocar a aquisição, a perda e a modificação 
de um direito❞
 
Fato jurídico, em sentido amplo, seria todo acontecimento natural ou humano capaz de crair, modificar, 
conservar ou extinguir relações jurídicas.
❝A noção de fato jurídico comporta, em seu campo de abrangencia, não apenas os acontecimentos 
naturais (fatos jurídicos em sentido estritio), mas também as ações humanas lícitas e ilícitas (ato jurídico 
em sentido amplo e ato ilícito, respectivamente), bem como aqueles fatos emque, embora haja atuação 
humana, esta é desprovida de manifestaçãi de vontade, mas mesmo assim produz efeitos jurídicos (ato-
fato jurídico)❞
 
Alvo de diversas controvérsias doutrinarias
Podemos decompor o fato jurídico vizualizando-o esquematicamente da seguinte forma: 
Essa classificação toma por base o prórpio humano como sujeito destinatário da norma jurídica e agente 
de sua aplicação.
 
Aquisição
Segundo Stolfi: 
a aquisição de direitos ocorre quando se dá ❝sua conjunção com seu titular. Assim, surge a 
propriedade quando o bem se subordina a um dominus.❞
Tratado no Código Civil de 1916, em seu art 74, e embora não existam denominações equivalentes no 
atual código civil, esses conceitos legais ainda podem ser utilizados, pois são equivalentes aos consagrados 
pela doutrina.
A expectativa do direito é a possibilidade de aquisição de um direito, não estando amparado pela 
legislação em geral, uma vez que ainda não foi incorporado ao patrimônio.
Ex: fase de tratativas de um contrato
O direito eventual refere-se a situações em que o interesse do titular ainda não se encontra completo, 
pelo fato de não se terem realizados todos elementos básicos exigidos pela norma jurídica.
Ex: direito à herança, que, embora protejido por lei, só se consolida com a morte do autor da 
herança.
O direito condicional é aquele que só se concretiza se vier a ocorrer determinado acontecimento futuro e 
incerto.
Ex: promessa de cessão direitos autorais
Modificação de direitos
❝Mesmo que não haja alteração da sua essência, é perfeitamente possível a prática de atos ou a 
ocorrência de fatos jurídicos que impliquem a modificação de direitos❞
Modificação objetiva se dá quando há alteração de quantidade (volume) ou qualidade (conteúdo) de 
objetos de direito.
Modificação subjetiva se dá quando há alteração do sujeito de titularidade do objeto ou direito, dando-se 
tanto pela substituição do sujeito ativo ou passivo quanto pela multiplicação ou concentração de sujeitos 
ou mesmo o desdobramento da relação jurídica.
Doutrinariamente, entende-se que os direitos perssonalíssimos não comportam modificação subjetiva, 
Capítulo IX: Fato Jurídico em Sentido Amplo
segunda-feira, 25 de maio de 2020 11:04
 Página 11 de Nova Seção 2 
Doutrinariamente, entende-se que os direitos perssonalíssimos não comportam modificação subjetiva, 
tendo em vista que esses direitos não podem ser defrutados por outra pessoa.
Conservação de direitos
Atos jurídicos são também praticados com a intenção de resguardo (defesa) de direitos, casos esteste se 
encontrem ameaçados.
Atos de conservação: atos praticados pelo titular do direito para evitar o perecimento, turbação ou 
esbulho de seu direito.
a.
Atos de defesa do direito lesado: tendo ocorrido a violação do direito, o ajuizamento de ações 
cognitivas ou executivas, no exercício do direito constitucional de ação (art. 5º, XXXV, da CF/88).
b.
Atos de defesa preventiva: antes mesmo da violação, mas diante de uma ameaça evidente, é 
possivel o ajuizamento de procedimentos próprios para uma defesa preventiva.
c.
Autotutela: ocorrida a violação, a ordem jurídica admite, sempre excepcionamente, a prática de atos 
de autotutela.
d.
Extinção de direitos
❝Os fatos e atos jrídicos podem levar à extinção de direitos [...] como é o caso do perecimento do 
objeto, a alienação, a renúncia, o abandono, o falecimento do titular, a decadência, a abolição de 
um instituto jurídico, a confusão, o implemento de condição resolutiva, o escoamento de prazo 
ou mesmo o aparecimento de direito incompatível com o direito atualmente existente e que o 
suplanta.❞
 
❝Considera-se fato jurídico em sentido estrito todo acontecimento natural, determinante de efeitos na 
órbita jurídica.❞
Uma chuva em alto mar, por exemplo, é fato da natureza mas não é fato jurídico, pois não produz efeito 
jurídico algum. Agora, se a chuva ocorre em zona urbana, causando prejuísos a determinada construção, 
passa-se a ser fato jurídico, qualificado pelo Direito.
Os fatos jurídicos ordinários são de ocorrência comum, costumeira, cotidiana: o nascimento, a morte, o 
decurso do tempo.
Os fatos jurídicos extraordinários são de ocorrência inesperada, extraordinaria, imprevisíveis: um 
terremoto, uma enchente, um tsunami, uma pandemia (covid-19).
Vale resaltar a diferença entre caso fortuito e a força maior. Os caso fortuito também pode ser decorrente 
de um ato humano, deixando-o fora dos limites de fato jurídico stricto senso.
 
O ato-fato jurídico nada mias é que um fato jurídico qualificado pela atuação humana.
No ato-fato jurídico a substância esta no ato humano, mas não importa se houve intenção ou não de 
praticá-lo. O que se ressalta é a consequência do ato, o fato resultante, independentemente de terem 
querido ou não, ou mesmo se poderiam manifestar vontade, adquirem a propriedade.
Atos reais: atos humanos de que resultam circunstâncias fáticas, geralmente irremovíveis.a.
Ato-fatos jurídicos indenizativos: ato humano lícito (não contrário ao Direito) decorre prejuízo a 
terceiro, com dever de indenizar. É o caso da deteriorização ou destruição de coisa alheia.
b.
Atos-fatos jurídicos caducificantes: situações que, dependentes de atos humanos, constituem fatos 
jurídicos, cujos efeitos consistem na extinção de determinado direito.
c.
 
O ato jurídico constitui simples manifestação de vontade, sem conteúdo negocial, que determina a 
produção de efeitos legalmente previstos.
Atos materiais: consistem na atuação humana de vontade consciente, e tende a produzir efeitos 
jurídicos previstos em lei.
Embora haja vontade consciente na realização do ato, ela não tem em visão o efeito, 
que acontece independente do seu querer.
a.
Participações: atos de mera comunicação, dirigidos a determinado destinatário, e sem conteúdo 
negocial.
b.
A doutrina conteporânea reconhece a existência de uma categoria próxima aos atos materias e às 
participações, mas com caracteres inconfundíveis: os negócios de atuação.
❝❞
A turbação é, no sentido comum, todo ato de tumultuar, perturbar, ou causar desordem, confusão. 
No sentido jurídico é “todo fato injusto, ou todo ato abusivo, que venha ferir direitos alheios, 
impedindo ou procurando impedir o seu livre exercício"*
Usualmente, é tratada em relação a posse, ou seja, tal como prevista no artigo 1210, do Código 
Civil. 
Assim, turbação da posse é todo fato ou ato impeditivo do livre exercício da posse de um bem pelo 
seu possuidor. 
Difere do esbulho porque neste o impedimento ao livre exercício da posse já se consumou, 
enquanto na turbação se configura a ameaça ao seu livre exercício. Quando já consumada a 
ocupação ou a tomada do bem, tem-se o esbulho. Enquanto ainda seja apenas a ameaça, ou 
estejam em andamento os atos tendentes à tomada do bem, tem-se a turbação. 
 Página 12 de Nova Seção 2 
 
A categoria dos negócios jurídicos foi desenvolvida recentemente, por isso só veio a ser tratada na 
legislação brasileira com a introdução do Novo Código Civil.
▪
No Novo Código Civil, no entanto, a categoria é tratada exaustivamente, sem considerar os atos jurídicos 
em sentido estrito.
▪
 
Toda sua teoria, no momento, passa por um processo de transformação▪
Desde o início do século XX, o Direito Civil vem sendo descodificado, deixa seu eixo centralizador e passa a 
se constituir de leis especiais e estatutos jurídicos autônomos.
▪
Gustavo Tepedino deixa:
❝ [...] convencionou a chamar de processo de descodificação do Direito Civil, com deslocamento do centro de 
gravidade do direito privado, [...] para uma realidade fragmentada pela pluralidade de estatutos autônomos. Em 
relação a estes o Código Civil perdeu qualquer capacidade de influência normativa, configurando-se um poli sistema, 
caracterizado por um conjuntode leis tidas como centros de gravidade autônomos, e chamados, por conhecida 
corrente doutrinária, de microssistemas. ❞
Orlando Gomes conclui:
❝A multiplicação das leis especiais está causando a agonia do Código Civil. Quebrada a unidade do sistema, deixou 
este de condensar e exprimir os princípios gerais do ordenamento❞
Resaltando a necessidade de constitucionalizar o estudo do Direito Civil, também discorre Orlando Gomes:
❝essa condensação dos valores essenciais do direito privado passou a ser cristalizada no direito público. Ocorreu nos 
últimos tempos o fenômeno da emigração desses princípios para o Direito Constitucional. A propriedade, a família, o 
contrato ingressaram nas Constituições. É nas Constituições que se encontram hoje definidas as proposições 
diretoras dos mais importantes institutos do direito privado❞
Concluí-se que a moderna teoria geral do direito civil, levantada em base constitucional, deve firmar-se na 
autonomia de direito e na livre iniciativa, sem que deixem de observar os princípios de direito e moral que 
devem pautar o solidarismo social
 
As definições voluntaristas são as mais antigas na história, e também as mais comuns.▪
Antônio Junqueira de Azevedo define negócio jurídico como sendo:
❝A manifestação de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos❞ ou ❝o ato de vontade dirigido a fins práticos 
tutelados pelo ordenamento jurídico. ❞
A corrente voluntarísta é dominante no Direito brasileiro. Todavia, ela não carece de críticas.▪
As definições objetivistas vão de encontro com as voluntaristas.▪
O primeiros a tentar explicar esse ponto de vista foram Brinz e Thon, que afirmavam o negócio jurídico:
Capitulo X: Negócio Jurídico
segunda-feira, 8 de junho de 2020 09:29
 Página 13 de Nova Seção 2 
O primeiros a tentar explicar esse ponto de vista foram Brinz e Thon, que afirmavam o negócio jurídico:
❝seria antes um meio concedido pelo ordenamento juídico para produção de efeitos jurídicos, que propriamente 
um ato de vontade. ❞
Teria conteúdo normativo, consistindo em:
❝um poder privado de autocriar um ordenamento jurídico próprio. ❞
Doutrina Elemento produtor de efeitos jurídicos
Voluntarismo vontade real
Objetivismo Declaração
Por fim, Prof. Junqueira de Azevedo conceitua negócio jurídico como:
❝todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos 
designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma 
jurídica que sobre ele incide. ❞
 
 
O Código Civil de 1916 não tratava dos negócios jurídicos pois a doutrina veio a se desenvolver um pouco mais 
tarde. Tratado no Novo Código Civil, no entanto, no Livro III de sua parte geral, substitui a expressão genérica ato 
jurídico pela designação específica negócio jurídico, pois é a este que se aplicam todos os preceitos contidos 
nesse livro.
Existência – um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o 
atendimento a certos requisitos mínimos
▪
Validade – o fato de um negócio jurídico ser considerado existente não quer dizer que ele seja considerado 
perfeito, ou seja, com aptidão legal para produzir efeitos
▪
Eficácia – ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, isto não importa em produção 
imediata de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da declaração
▪
 
 
Unilaterais – quando ocorre somente uma manifestação de vontade (ex.: testamento)a.
Bilaterais – quando ocorre a manifestação das vontades de duas partes, formadoras do consendo (ex.: 
contratos de compra e venda ou locação)
b.
Plurilaterais – quando ocorre, no mínimo, duas vontades paralelas, todas direcionadas para a mesma 
finalidade (ex.: contrato de sociedade)
c.
 
Negócios de disposição – quando autorizam o exercício de amplos direitos, inclusive alienação, sobre o 
objeto transferido
a.
Negócios de administração – quando admitem apenas a simples administração e uso do objeto cedidob.
 
Gratuitos – quando apenas uma das partes é beneficiada (ex.: doação pura)a.
Onersos – quando ao benefício obtido experimenta-se um sacrifício correspondente
Comutativos – quando há um equilíbrio entre as prestaçõesm de forma que sejam equivalentes entre si (ex.: 
locação, onde o locador cessa o bem e o locador as prestações)
i.
b.
 Página 14 de Nova Seção 2 
locação, onde o locador cessa o bem e o locador as prestações)
Aleatórios – quando a prestação de uma das partes fica condicionada a um acontecimento exterior (ex.: 
compra de uma safra)
ii.
Neutros – quando são distituídos de atribuição patrimonial específica, não se incluindo em nenhuma das 
outras categorias (ex.: instituição voluntária do bem de família)
c.
Bifrontes – quando o negócios podem ser tanto gratuitos como onerosos. Tudo depende da intenção das 
partes.
d.
 
Formais ou solenes – são aqueles negócios que exigem seguirem as formas previstas em lei (ex.: o 
casamento)
a.
Não formais ou de forma livre – são aqueles negócios que não exigem seguirem as formas previstas em lei, 
sendo livremente pactuados (ex.: doação de bem móvel)
b.
 
Inter vivos – quando produz efeito estando ambas as partes vivasa.
Mortis causa – quando pontuado para produzir efeitos após a morte do declarante (ex.: o testamento)b.
 
Principais – quando existentes por si mesmos (ex.: compra e venda)a.
Acessórios – quando sua existência pressupõe a do principal (ex.: penhor, fiança)b.
 
Patrimoniais – relacionados aos bens ou direitos adiquiridos pecuniariamente (com dinheiro ou tendo 
relações econômicas) 
a.
Extrapatrimoniais – refentente aos direitos sem conteúdo econômico (ex.: direitos de personalidade)b.
 
Constitutivos – quando a eficácia começa a partir do momento da celebração do negócio (ex nunc)a.
Declaratórios – quando a eficácia retroage ao momento da ocorrência fática a que se vincula a declaração 
de vontade (ex tunc)
b.
 
Art. 113, Código Civil/2002
❝Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração❞
 Página 15 de Nova Seção 2 
 
Para Marcos Bernardes de Mello:
❝no plano da existência não se cogita de invalidade ou eficácia do fato jurídico, importa, apenas, a 
realidade da existência. Tudo, aqui, fica circunscrito a se saber se o suporte fáctico suficiente se compôs, 
dando ensejo à incidência❞
▪
Segundo ele ❝o casamento realizado perante quem não tenha autoridade para casar não configura fato jurídico, 
e, simplesmente, não existe.❞
▪
Para caracterizar os fatores existenciais do negócio jurídico usa-se a expressão elementos constitutivos.▪
 
São elementos constitutivos:
 A.
Expessa – através da palavra escrita ou falada, gestos ou sinais▪
Tácita – aquela que resulta de um comportamento do agente▪
Para que algumas declarações de vontade surtam efeitos, necessita-se que chegem ao conhecimento da outra 
parte, sendo chamadas de declarações receptícias de vontade.
▪
O uso de meios que neutralizem a manifestação da vontade tornam inexistente o negócio jurídico, já que, 
segundo Marco Bernardes de Mello
❝a exteriorização de vontade consciente constitui o elemento nuclear do suporte fáctico do ato jurídico 
‘lato sensu’.❞
▪
O Direito Romano atribuía ao silêncio sentido jurídico. Caio Mario adverte que por ❝via de regra, o silêncio é a 
ausência de manifestação de vontade, e, como tal, não produz efeitos. ❞
▪
Há situações em que a abstenção dosujeito ganha juricidade, como no caso de um mandato, onde o silêncio 
implica aceitação. 
▪
Também existem cituações em que o silêncio caracteriza omissão dolosa, quando nos atos bilaterais, for 
intencionalmente empregada para prejudicar a outra parte.
❝Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de
fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem
ela o negócio não se teria celebrado❞
▪
Em cada caso, deverá o juiz examinar as circunstâncias do silêncio▪
 B.
A participação do sujeito de direito (pessoa natural ou jurídica) é indispensável para a configuração existencial 
do negócio jurídico
 C.
Da mesma maneira, todo negócio jurídico pressupõe a existência de um objeto (utilidade física ou ideal), em 
razão do qual giram os interesses das partes
 D.
Capítulo XI: Plano de Existência do Negócio Jurídico
segunda-feira, 8 de junho de 2020 11:03
 Página 16 de Nova Seção 2 
É o tipo de manifestação através do qual a vontade chega ao mundo exterior
forma escrita, oral, silêncio, sinais, etc
▪
Sem uma forma pela qual se manifeste a vontade, não existe negócio, pois nada conta para o direito uma ideia 
que nunca saiu do pensamento
▪
Não confundir a forma como elemente existencial da forma legalmente prescrita como pressuposto de validade 
do ato negocial
▪
 E.
Duas correntes de pensamento tentam explicar a natureza jurídica da causa
Corrente subjetivista – a causa seria a razão determinante. Para Ráo ❝é o fim imadiato que determina a 
declaração de vontade❞ 
▪
Corrente objetivista – a causa seria a função econômico-jurídica do ato ou a função prático-social do 
negócio jurídico reconhecida pelo Direito
▪
 Página 17 de Nova Seção 2 
 
❝os atos jurídicos determinam a aquisição, modificação ou extinção de direitos. Para que, porém, produzam 
efeito, é indispensável que reúnam certo número de requisitos que costumamos apresentar como os de 
sua validade. Se o ato possui tais requisitos, é válido e dele decorre a aquisição, modificação e extinção de 
direitos prevista pelo agente. Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o ato é inválido, não produz o 
efeito jurídico em questão e é nulo❞
São pressupostos legais de validade do negócio jurídico brasileiro, segundo no Novo Código Civil:➢
Agente capaza.
Objeto lícito, possível, determinado ou determinávelb.
Forma prescrita ou não defesa em leic.
 
 A.
❝A manifestação ou declaração de vontade há que ser livre e não estar impregnada em malícia (má-fé)❞
Dois principios devem existir para que possa ser reconhecido a manifestação de vontade
O princípio da autonomia privada – a liberdade de atuação do indivíduo no comércio jurídico, repeitando os 
regras mínimas de convivência social e moralidade média. No entanto, essa liberdade deve ser sujeita de 
limites
Luis Díez-Picazo e Antonio Gullón afirma que a autonomia privada deve sofrer condicionamentos da 
lei, da moral e da Ordem Pública.
a.
O princípio da boa-fé – aparece como boa-fé subjetiva e como boa-fé objetiva. 
Subjetiva – basea-se nas crenças internas; não basta para se reconhecer a plena validade volitiva. 
Objetiva – basea-se na conduta das partes, na confidencialidade, no respeito, na lealdade e confiança 
recíproca.
b.
 B.
❝Desde que seja plenamente capaz, poderá a pessoa física ou jurídica praticar atos e celebrar negócios em geral, 
na orbita jurídica❞
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em le
Caso a pessoa natural não possua plena capacidade para a prática de atos jurídicos, deverá ser representada (ex.: 
menores de 16 anos) ou assistida (ex.: maiores de 16 e menores de 18 anos).
➢
Faz-se necessário que, além da capacidade, haja legitimidade.➢
 , ( )C.
Lícito – o objeto é permitido por lei, não sendo proibido pelo direito nem pela moral. (ex.: se o objeto for a 
maconha não seria lícito pois o objeto é ilícito; a venda de um bem de uso comum do povo, como uma 
praça)
a.
Possível – o objeto deve respeitar as leis naturais, sendo fisicamente possivel (ex.: não seria possivel a b.
Capítulo XII: Plano de Validade do Negócio Jurídico
segunda-feira, 8 de junho de 2020 12:39
 Página 18 de Nova Seção 2 
Possível – o objeto deve respeitar as leis naturais, sendo fisicamente possivel (ex.: não seria possivel a 
venda de um imóvel situado em marte, ou um carro feito de vibranium)
Obs.: a impossibilidade só invalida o negócio se for absoluta, uma vez que, se relativa, permite, 
em tese, a realização por terceiro, às custas do devedor.
b.
Determinado ou determinável – todo objeto deve conter elementos mínimos de individualização que 
permitam caracterizá-lo
Determinado: objeto descrito detalhadamente (ex.: escritura pública de compra e venda de um 
apartamento)
Determinável: objeto descrito sem muitos detalhes (ex.: uma safra de café)
c.
 ( )D.
Para se dar a validade de um negócio jurídico precisa-se que ele seja adequada às normas, quando prescrito em 
lei
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá 
de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir
➢
Os negócios jurídicos podem ser realizados de acordo com a conveniência da forma preferida pelas partes➢
Não confundir pressuposto de validade do ato negocial com a forma como elemente existencial da forma 
legalmente prescrita.
Negócio ad solmnitatem – quando a norma legal impõe determinada forma para ser 
considerado válido
Negócio ad probationem – quando a norma legal não é essencial, porém deve ser observada 
para efeito de prova do ato jurídico
➢
❝❞
 Página 19 de Nova Seção 2 
 
Os defeitos do negócio jurídico são os vícios que impedem que a vontade seja exercida plenamente, 
prejudicando a validade do negócio jurídico.
❖
Classificam-se em:❖
Vícios de consentimento – aqueles em que a vontade não é expressada de maneira absolutamente 
livre.
Vícios sociais – aqueles em que a vontade manifestada não tem a intenção pura e de ba-fé que 
enuncia.
 
 A.
O erro expressa uma interpretação equivocada da realidade, uma opinião não verdadeira sobre o objeto ou a 
pessoa com quem se estabelece a relação jurídica.
❖
Segundo Caio Mário da Silva Pereira❖
❝quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age de um modo que não seria 
a sua vontade, se conhecesse a verdadeira situação, diz-se que procede com erro❞
A ignorância é um estado de espírito negativo, o total desconhecimento do declarante a respeito das 
circunstâncias do negócio
❖
O erro só poderá ser considerado causa de anulabilidade do negócio jurídico quando for:
Essencial (substancial) – é o erro que incide sobre a substância (objeto) do ato que se pratica, e que não 
teria se realizado se não fosse comprido. 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de 
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por 
pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Error in negotio – incide sobre a natureza do negócioa.
Error in corpore – incide sobre a identidade do objeto (ex.: declarar o desejo por um relógio e 
receber outro).
b.
Error in substantia – incide sobre a essência ou propriedade essencial do objeto (ex.: um brinco 
comprado comose fosse de ouro, mas na verdade é de cobre)
c.
Error in persona – incide sobre a identidade ou qualidades de determinada pessoad.
○
Escusável (perdoável) – é o erro que é perdoável dentro do que se espera do homem médio queatue com 
grau normal de diligência.
○
❖
O erro não deve aparar o negligente, por isso, deve levar-se em conta o contexto em que os sujeitos estão 
envolvidos.
Capítulo XIII: Defeitos do Negócio Jurídico
segunda-feira, 8 de junho de 2020 15:15
 Página 20 de Nova Seção 2 
envolvidos.
O art. 3º da LINDB expressa que ninguém pode se escusar de cumprir a lei alegando que não a conhece❖
Washington de Barros Monteiro observa que❖
❝O ‘error juris’ não consiste apenas na ignorância da norma, mas também no seu falso conhecimento e na sua 
interpretação errônea. De qualquer modo, para induzir anulação do ato, necessário que o erro tenha sido a razão 
única ou principal, ao determinar a vontade.❞
Erro x Vício redibitório: o erro é um defeito de negócio que atua no campo psíquico (subjetivo), já o vício 
redibitório não toca no psquismo do agente.
❖
 B.
É o erro provocado por um terceiro, e não pelo próprio sujeito enganado❖
Clóvis Beviláqua define como
❝o artifício ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato jurídico que o prejudica, 
aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro❞
❖
Dolo x dolus bonus: dolus bonus pode ser exemplificado quando um vendedor elogia muito seu produto. Não é 
ilegal, mas se caso haja indicação de qualidades inexistentes pode-se configurar como propaganda enganosa, 
sujeitando o infrator a sanções administrativas, civis e criminais.
❖
Dolo x fraude: na fraude quase sempre há a busaca pela violação da lei ou de prejudicar um número 
indeterminado de pessoas.
❖
O dolo pode ser: 
Principal – quando ataca a causa do negócio em si
Para ser invalidado o dolo deve ser principal□
○
Acidental
O dolo acidental só gera obrigação de indenizar□
○
❖
Quanto à atualçao do agente, o dolo poderá ser: 
Positivo – quando decorre de uma atuação comissiva○
Negativo – quando é fruto de uma omissão, resultando numa abstenção miliciosa juridicamente relevante○
❖
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma 
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, 
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria 
celebrado.
O negócio jurídico pode se anulado, ainda, por dolo de terceiro se a parte a quem aproveita o dolo não saiba, 
nem tenha como saber do ato astucioso.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, 
se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em 
caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro 
responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
❖
Maria Helena Diniz diz que
❝Se o dolo de terceiro apresentar-se por cumplicidade de um dos contratantes ou se este dele tiver conhecimento, 
o ato negocial anularse-á, por vício de consentimento, e se terá indenização de perdas e danos a que serão 
obrigados os autores do dolo❞
 Página 21 de Nova Seção 2 
obrigados os autores do dolo❞
No caso de representação legal, o representado só responderá civilmente até a importância do proveito que 
obteve.
❖
 C.
Considera-se coação toda a violência usada para influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que a sua 
vontade interna não deseja atuar
❖
Prof Francisco Amaral discute que❖
❝a coação é a ameaça com que se constrange alguém à prática de um ato jurídico. É sinônimo de violência, tanto 
que o Código Civil usa indistintamente os dois termos (CC, arts. 147, II, 1.590, 1.595, III). A coação não é, em si, um 
vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. 
Configurando-se todos os seus requisitos legais, é causa de anulabilidade do negócio jurídico (CC, art. 147, II)❞
São dois os tipos de coação❖
Física ("vis absoluta") – aquela que age diretamente sobre o corpo da vítima, neutralizando 
completamente sua manifestação de vontade.
Se um coator usar de força bruta para forçar a vítima a cometer um fato delituoso contra terceiro, a 
conduta do coagido será considerada atípica e somente o coator respoderar criminalmente por isso.
○
Moral ("vis compulsiva") – aquela que põe a vítima sob temor constante e capaz de perturbar seu 
espírito, fazendo com que manifeste seu consentimento de maneira viciada. Sua vontade não está 
neutralizada, mas embaçada pela ameaça que está sofrendo.
○
Coação é causa de invalidade (anulabilidade) do negócio jurídico.❖
São alguns requisitos para caracterização da coação: violência psicológica, declaração de vontade viciada, receio 
sério e fundade de grave dano à pessoa, à família (ou pessoa próxima) ou aos bens do paciente.
No entanto, cabe ao juíz analisar as circunstâncias do fato e as condições pessoais da vítima.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a 
condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais 
circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
❖
Não se é considerado coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. O 
temor reverencial é o respeito pela autoridade paterna ou eclesiástica, que a princípio não se configura como 
coação. Entretanto, se essa força moral for acompanhada por ameaça ou intimidação, o vício poderá se 
configurar.
❖
Beviláqua adiciona que não são consideradas coações:
A ameaça de um mal impossível, remoto, ebitável , ou menos do que o mal resultante do ato○
O temor vão, que procede da fraqueza de ânimo do agente○
❖
O Código Civil aceita como possível a coação exercida por terceiro.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta 
responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
❖
 D.
É o prejuízo gerado a partir da desproporção entre as prestações de um determinado negócio jurídico, em face 
do abusdo da inexpreriência, necessidade econômica ou levianidade de um dos declarantes. O abuso do poder 
econômico de uma das partes em dreterimento da outra.
❖
 Página 22 de Nova Seção 2 
Carlos Alberto Bittar afirma que a lesão❖
❝representa, assim, vício consistente na deformação da declaração por fatores pessoais do contratante, diante de 
inexperiência ou necessidade, explorados indevidamente pelo locupletante❞ 
A lesão tradicionalmente é composta por dois requisitos básicos:❖
Objetivo ou material – desproporção das prestações combinadas○
Subjetivo, imaterial ou anímico – a inexperiência ou a levianidade (da parte lesada) e o dolo de 
aproveitamento da parte beneficiada.
A inexperiência é a falta de habilidade para trato dos negócios; já a levianidade se caracteriza por uma atuação 
impensada.
○
O abuso por parte do beneficiário tem como objetivo tirar proveito exagerado da situação de carência do 
contratante lesado.
❖
Segundo Silvio Rodrigues❖
A lesão só é admissível nos contratos comutativos, porquanto nestes há uma presunção de equivalência 
entre as prestações
○
A desproporção entre as prestações deve se verificar no momento do contrato e não posteriormente. ○
A desproporção deve ser considerável.○
Lesão não se confunde com a aplicação da teorida da imprevisão. Essa teoria ❝é aplicável quando a ocorrência 
de acontecimentos novos pelas partes e a elas são imputáveis, refletindo sobre a economia ou na execução do 
contrato, autorizarem a sua resolução ou revisão, para ajustá-lo às circunstâncias supervenientes❞
❖
A consequência da lesão é a nulidade do ato ❖
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o 
negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores.
 E.
Configura-se quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pela outra parte, emite declaração de 
vontade para salvaguardar direito seu, ou de pessoa próxima, assumindo obrigação excessivamente onerosa.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido danecessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano 
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do 
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
❖
No estado de perigo não houve ameaça psicológica ou física para que a vítima assumisse a obrigação 
excessivamente onerosa. O declarante busca evitar a concretização do perigo.
❖
 F.
Simulação é o negócio jurídico feito, aparentemente, de forma normal, mas que não pretende atingir o efeito 
que juridicamente devia produzir.
❖
Segundo Clóvis Beviláqua❖
❝é uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado❞
 Página 23 de Nova Seção 2 
❝é uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado❞
No Direito Civil brasileiro, a simulação poderá ser❖
Absoluta – o negócio se forma a partir da manifestação de vontade ou uma confissão de dívida emitida 
para não gerar efeito jurídico algum
○
Relativa (dissimulação) – quando se tem uma manifestação de vontade ou confissão falsa com o propósito 
de encobrir ato de natureza diversa, cujos efeitos, queridos pelo agente, são proibidos por lei. Também 
quando se manifesta vontade para conferir direitos a uma pessoa, mas qua na verdade serão transferidos 
para outra.
○
A simulação não é mais cuasa de anulabilidade com o Novo Código Civil❖
 G.
Consiste no ❝ato de alienação ou oneração de bens, assim como de remissão de dívida, praticado pelo devedor 
insolvente, ou à beira da insolvência, com opropósito de prejudicar credor preexistente, em virtude da 
diminuição experimentada pelo seu patrimônio❞
❖
Dois elementos compõem a fraude❖
Consilium fraudis (o concílio fraudulento) – de natureza subjetiva○
Consilium damni (o prejuízo causado ao credor) – de natureza objetiva○
 Página 24 de Nova Seção 2 
 
A categoria dos negócios jurídicos foi desenvolvida recentemente, por isso só veio a ser tratada na 
legislação brasileira com a introdução do Novo Código Civil.
▪
No Novo Código Civil, no entanto, a categoria é tratada exaustivamente, sem considerar os atos jurídicos 
em sentido estrito.
▪
 
Toda sua teoria, no momento, passa por um processo de transformação▪
Desde o início do século XX, o Direito Civil vem sendo descodificado, deixa seu eixo centralizador e passa a 
se constituir de leis especiais e estatutos jurídicos autônomos.
▪
Gustavo Tepedino deixa:
❝ [...] convencionou a chamar de processo de descodificação do Direito Civil, com deslocamento do centro de 
gravidade do direito privado, [...] para uma realidade fragmentada pela pluralidade de estatutos autônomos. Em 
relação a estes o Código Civil perdeu qualquer capacidade de influência normativa, configurando-se um poli sistema, 
caracterizado por um conjunto de leis tidas como centros de gravidade autônomos, e chamados, por conhecida 
corrente doutrinária, de microssistemas. ❞
Orlando Gomes conclui:
❝A multiplicação das leis especiais está causando a agonia do Código Civil. Quebrada a unidade do sistema, deixou 
este de condensar e exprimir os princípios gerais do ordenamento❞
Resaltando a necessidade de constitucionalizar o estudo do Direito Civil, também discorre Orlando Gomes:
❝essa condensação dos valores essenciais do direito privado passou a ser cristalizada no direito público. Ocorreu nos 
últimos tempos o fenômeno da emigração desses princípios para o Direito Constitucional. A propriedade, a família, o 
contrato ingressaram nas Constituições. É nas Constituições que se encontram hoje definidas as proposições 
diretoras dos mais importantes institutos do direito privado❞
Concluí-se que a moderna teoria geral do direito civil, levantada em base constitucional, deve firmar-se na 
autonomia de direito e na livre iniciativa, sem que deixem de observar os princípios de direito e moral que 
devem pautar o solidarismo social
 
As definições voluntaristas são as mais antigas na história, e também as mais comuns.▪
Antônio Junqueira de Azevedo define negócio jurídico como sendo:
❝A manifestação de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos❞ ou ❝o ato de vontade dirigido a fins práticos 
tutelados pelo ordenamento jurídico. ❞
A corrente voluntarísta é dominante no Direito brasileiro. Todavia, ela não carece de críticas.▪
As definições objetivistas vão de encontro com as voluntaristas.▪
O primeiros a tentar explicar esse ponto de vista foram Brinz e Thon, que afirmavam o negócio jurídico:
Capitulo X-XIII: Negócio Jurídico
segunda-feira, 8 de junho de 2020 09:29
 Página 25 de Nova Seção 2 
O primeiros a tentar explicar esse ponto de vista foram Brinz e Thon, que afirmavam o negócio jurídico:
❝seria antes um meio concedido pelo ordenamento juídico para produção de efeitos jurídicos, que propriamente 
um ato de vontade. ❞
Teria conteúdo normativo, consistindo em:
❝um poder privado de autocriar um ordenamento jurídico próprio. ❞
Doutrina Elemento produtor de efeitos jurídicos
Voluntarismo vontade real
Objetivismo Declaração
Por fim, Prof. Junqueira de Azevedo conceitua negócio jurídico como:
❝todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos 
designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma 
jurídica que sobre ele incide. ❞
 
 
O Código Civil de 1916 não tratava dos negócios jurídicos pois a doutrina veio a se desenvolver um pouco mais 
tarde. Tratado no Novo Código Civil, no entanto, no Livro III de sua parte geral, substitui a expressão genérica ato 
jurídico pela designação específica negócio jurídico, pois é a este que se aplicam todos os preceitos contidos 
nesse livro.
Existência – um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o 
atendimento a certos requisitos mínimos
▪
Validade – o fato de um negócio jurídico ser considerado existente não quer dizer que ele seja considerado 
perfeito, ou seja, com aptidão legal para produzir efeitos
▪
Eficácia – ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, isto não importa em produção 
imediata de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da declaração
▪
 
 
Unilaterais – quando ocorre somente uma manifestação de vontade (ex.: testamento)a.
Bilaterais – quando ocorre a manifestação das vontades de duas partes, formadoras do consendo (ex.: 
contratos de compra e venda ou locação)
b.
Plurilaterais – quando ocorre, no mínimo, duas vontades paralelas, todas direcionadas para a mesma 
finalidade (ex.: contrato de sociedade)
c.
 
Negócios de disposição – quando autorizam o exercício de amplos direitos, inclusive alienação, sobre o 
objeto transferido
a.
Negócios de administração – quando admitem apenas a simples administração e uso do objeto cedidob.
 
Gratuitos – quando apenas uma das partes é beneficiada (ex.: doação pura)a.
Onersos – quando ao benefício obtido experimenta-se um sacrifício correspondente
Comutativos – quando há um equilíbrio entre as prestaçõesm de forma que sejam equivalentes entre si (ex.: 
locação, onde o locador cessa o bem e o locador as prestações)
i.
b.
 Página 26 de Nova Seção 2 
locação, onde o locador cessa o bem e o locador as prestações)
Aleatórios – quando a prestação de uma das partes fica condicionada a um acontecimento exterior (ex.: 
compra de uma safra)
ii.
Neutros – quando são distituídos de atribuição patrimonial específica, não se incluindo em nenhuma das 
outras categorias (ex.: instituição voluntária do bemde família)
c.
Bifrontes – quando o negócios podem ser tanto gratuitos como onerosos. Tudo depende da intenção das 
partes.
d.
 
Formais ou solenes – são aqueles negócios que exigem seguirem as formas previstas em lei (ex.: o 
casamento)
a.
Não formais ou de forma livre – são aqueles negócios que não exigem seguirem as formas previstas em lei, 
sendo livremente pactuados (ex.: doação de bem móvel)
b.
 
Inter vivos – quando produz efeito estando ambas as partes vivasa.
Mortis causa – quando pontuado para produzir efeitos após a morte do declarante (ex.: o testamento)b.
 
Principais – quando existentes por si mesmos (ex.: compra e venda)a.
Acessórios – quando sua existência pressupõe a do principal (ex.: penhor, fiança)b.
 
Patrimoniais – relacionados aos bens ou direitos adiquiridos pecuniariamente (com dinheiro ou tendo 
relações econômicas) 
a.
Extrapatrimoniais – refentente aos direitos sem conteúdo econômico (ex.: direitos de personalidade)b.
 
Constitutivos – quando a eficácia começa a partir do momento da celebração do negócio (ex nunc)a.
Declaratórios – quando a eficácia retroage ao momento da ocorrência fática a que se vincula a declaração 
de vontade (ex tunc)
b.
 
Art. 113, Código Civil/2002
❝Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração❞
 
Para Marcos Bernardes de Mello:
❝no plano da existência não se cogita de invalidade ou eficácia do fato jurídico, importa, apenas, a 
realidade da existência. Tudo, aqui, fica circunscrito a se saber se o suporte fáctico suficiente se compôs, 
dando ensejo à incidência❞
▪
Segundo ele ❝o casamento realizado perante quem não tenha autoridade para casar não configura fato jurídico, 
e, simplesmente, não existe.❞
▪
Para caracterizar os fatores existenciais do negócio jurídico usa-se a expressão elementos constitutivos.▪
 Página 27 de Nova Seção 2 
Para caracterizar os fatores existenciais do negócio jurídico usa-se a expressão elementos constitutivos.▪
 
São elementos constitutivos:
 A.
Expessa – através da palavra escrita ou falada, gestos ou sinais▪
Tácita – aquela que resulta de um comportamento do agente▪
Para que algumas declarações de vontade surtam efeitos, necessita-se que chegem ao conhecimento da outra 
parte, sendo chamadas de declarações receptícias de vontade.
▪
O uso de meios que neutralizem a manifestação da vontade tornam inexistente o negócio jurídico, já que, 
segundo Marco Bernardes de Mello
❝a exteriorização de vontade consciente constitui o elemento nuclear do suporte fáctico do ato jurídico 
‘lato sensu’.❞
▪
O Direito Romano atribuía ao silêncio sentido jurídico. Caio Mario adverte que por ❝via de regra, o silêncio é a 
ausência de manifestação de vontade, e, como tal, não produz efeitos. ❞
▪
Há situações em que a abstenção do sujeito ganha juricidade, como no caso de um mandato, onde o silêncio 
implica aceitação. 
▪
Também existem cituações em que o silêncio caracteriza omissão dolosa, quando nos atos bilaterais, for 
intencionalmente empregada para prejudicar a outra parte.
❝Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de
fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem
ela o negócio não se teria celebrado❞
▪
Em cada caso, deverá o juiz examinar as circunstâncias do silêncio▪
 B.
A participação do sujeito de direito (pessoa natural ou jurídica) é indispensável para a configuração existencial 
do negócio jurídico
 C.
Da mesma maneira, todo negócio jurídico pressupõe a existência de um objeto (utilidade física ou ideal), em 
razão do qual giram os interesses das partes
 D.
É o tipo de manifestação através do qual a vontade chega ao mundo exterior
forma escrita, oral, silêncio, sinais, etc
▪
Sem uma forma pela qual se manifeste a vontade, não existe negócio, pois nada conta para o direito uma ideia 
que nunca saiu do pensamento
▪
Não confundir a forma como elemente existencial da forma legalmente prescrita como pressuposto de validade 
do ato negocial
▪
 E.
Duas correntes de pensamento tentam explicar a natureza jurídica da causa
Corrente subjetivista – a causa seria a razão determinante. Para Ráo ❝é o fim imadiato que determina a 
declaração de vontade❞ 
▪
Corrente objetivista – a causa seria a função econômico-jurídica do ato ou a função prático-social do 
negócio jurídico reconhecida pelo Direito
▪
 Página 28 de Nova Seção 2 
 
❝os atos jurídicos determinam a aquisição, modificação ou extinção de direitos. Para que, porém, produzam 
efeito, é indispensável que reúnam certo número de requisitos que costumamos apresentar como os de sua 
validade. Se o ato possui tais requisitos, é válido e dele decorre a aquisição, modificação e extinção de direitos 
prevista pelo agente. Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o ato é inválido, não produz o efeito jurídico em 
questão e é nulo❞
São pressupostos legais de validade do negócio jurídico brasileiro, segundo no Novo Código Civil:➢
Agente capaza.
Objeto lícito, possível, determinado ou determinávelb.
Forma prescrita ou não defesa em leic.
 
 A.
❝A manifestação ou declaração de vontade há que ser livre e não estar impregnada em malícia (má-fé)❞
Dois principios devem existir para que possa ser reconhecido a manifestação de vontade
O princípio da autonomia privada – a liberdade de atuação do indivíduo no comércio jurídico, repeitando os 
regras mínimas de convivência social e moralidade média. No entanto, essa liberdade deve ser sujeita de limites
a.
Luis Díez-Picazo e Antonio Gullón afirma que a autonomia privada deve sofrer condicionamentos da lei, da moral 
e da Ordem Pública.
O princípio da boa-fé – aparece como boa-fé subjetiva e como boa-fé objetiva. b.
Subjetiva – basea-se nas crenças internas; não basta para se reconhecer a plena validade volitiva. 
Objetiva – basea-se na conduta das partes, na confidencialidade, no respeito, na lealdade e confiança recíproca.
 A.
❝Desde que seja plenamente capaz, poderá a pessoa física ou jurídica praticar atos e celebrar negócios em geral, 
na orbita jurídica❞
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em le
Caso a pessoa natural não possua plena capacidade para a prática de atos jurídicos, deverá ser representada (ex.: 
menores de 16 anos) ou assistida (ex.: maiores de 16 e menores de 18 anos).
➢
Faz-se necessário que, além da capacidade, haja legitimidade.➢
 , ( )B.
Lícito – o objeto é permitido por lei, não sendo proibido pelo direito nem pela moral. (ex.: se o objeto for a 
maconha não seria lícito pois o objeto é ilícito; a venda de um bem de uso comum do povo, como uma praça)
a.
Possível – o objeto deve respeitar as leis naturais, sendo fisicamente possivel (ex.: não seria possivel a venda de 
um imóvel situado em marte, ou um carro feito de vibranium)
b.
Obs.: a impossibilidade só invalida o negócio se for absoluta, uma vez que, se relativa, permite, em tese, a 
 Página 29 de Nova Seção 2 
Obs.: a impossibilidade só invalida o negócio se for absoluta, uma vez que, se relativa, permite, em tese, a 
realização por terceiro, às custas do devedor.
Determinado ou determinável – todo objeto deve conter elementos mínimos de individualização que permitam 
caracterizá-lo
c.
Determinado: objeto descrito detalhadamente (ex.:escritura pública de compra e venda de um apartamento)
Determinável: objeto descrito sem muitos detalhes (ex.: uma safra de café)
 ( )A.
Para se dar a validade de um negócio jurídico precisa-se que ele seja adequada às normas, quando prescrito em 
lei
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, 
senão quando a lei expressamente a exigir
➢
Os negócios jurídicos podem ser realizados de acordo com a conveniência da forma preferida pelas partes➢
Não confundir pressuposto de validade do ato negocial com a forma como elemente existencial da forma 
legalmente prescrita.
➢
Negócio ad solmnitatem – quando a norma legal impõe determinada forma para ser considerado válido
Negócio ad probationem – quando a norma legal não é essencial, porém deve ser observada para efeito de prova 
do ato jurídico
 
Os defeitos do negócio jurídico são os vícios que impedem que a vontade seja exercida plenamente, 
prejudicando a validade do negócio jurídico.
❖
Classificam-se em:❖
Vícios de consentimento – aqueles em que a vontade não é expressada de maneira absolutamente livre.
Vícios sociais – aqueles em que a vontade manifestada não tem a intenção pura e de ba-fé que enuncia.
 
 A.
O erro expressa uma interpretação equivocada da realidade, uma opinião não verdadeira sobre o objeto ou a 
pessoa com quem se estabelece a relação jurídica.
❖
Segundo Caio Mário da Silva Pereira❖
❝quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age de um modo que não seria a sua 
vontade, se conhecesse a verdadeira situação, diz-se que procede com erro❞
A ignorância é um estado de espírito negativo, o total desconhecimento do declarante a respeito das 
circunstâncias do negócio
❖
O erro só poderá ser considerado causa de anulabilidade do negócio jurídico quando for:❖
Essencial (substancial) – é o erro que incide sobre a substância (objeto) do ato que se pratica, e que não teria se 
realizado se não fosse comprido. 
○
 Página 30 de Nova Seção 2 
realizado se não fosse comprido. 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do 
negócio.
Error in negotio – incide sobre a natureza do negócioa.
Error in corpore – incide sobre a identidade do objeto (ex.: declarar o desejo por um relógio e receber outro).b.
Error in substantia – incide sobre a essência ou propriedade essencial do objeto (ex.: um brinco comprado 
comose fosse de ouro, mas na verdade é de cobre)
c.
Error in persona – incide sobre a identidade ou qualidades de determinada pessoad.
Escusável (perdoável) – é o erro que é perdoável dentro do que se espera do homem médio que atue com grau 
normal de diligência.
○
O erro não deve aparar o negligente, por isso, deve levar-se em conta o contexto em que os sujeitos estão 
envolvidos.
O art. 3º da LINDB expressa que ninguém pode se escusar de cumprir a lei alegando que não a conhece❖
Washington de Barros Monteiro observa que❖
❝O ‘error juris’ não consiste apenas na ignorância da norma, mas também no seu falso conhecimento e na sua 
interpretação errônea. De qualquer modo, para induzir anulação do ato, necessário que o erro tenha sido a razão única ou 
principal, ao determinar a vontade.❞
Erro x Vício redibitório: o erro é um defeito de negócio que atua no campo psíquico (subjetivo), já o vício 
redibitório não toca no psquismo do agente.
❖
 A.
É o erro provocado por um terceiro, e não pelo próprio sujeito enganado❖
Clóvis Beviláqua define como❖
❝o artifício ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato jurídico que o prejudica, 
aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro❞
Dolo x dolus bonus: dolus bonus pode ser exemplificado quando um vendedor elogia muito seu produto. Não é 
ilegal, mas se caso haja indicação de qualidades inexistentes pode-se configurar como propaganda enganosa, 
sujeitando o infrator a sanções administrativas, civis e criminais.
❖
Dolo x fraude: na fraude quase sempre há a busaca pela violação da lei ou de prejudicar um número 
indeterminado de pessoas.
❖
O dolo pode ser: ❖
Principal – quando ataca a causa do negócio em si○
Para ser invalidado o dolo deve ser principal□
Acidental○
O dolo acidental só gera obrigação de indenizar□
Quanto à atualçao do agente, o dolo poderá ser: ❖
Positivo – quando decorre de uma atuação comissiva○
Negativo – quando é fruto de uma omissão, resultando numa abstenção miliciosa juridicamente relevante○
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato 
ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o 
 Página 31 de Nova Seção 2 
ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o 
negócio não se teria celebrado.
O negócio jurídico pode se anulado, ainda, por dolo de terceiro se a parte a quem aproveita o dolo não saiba, 
nem tenha como saber do ato astucioso.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem 
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio 
jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
❖
Maria Helena Diniz diz que
❝Se o dolo de terceiro apresentar-se por cumplicidade de um dos contratantes ou se este dele tiver conhecimento, o ato 
negocial anularse-á, por vício de consentimento, e se terá indenização de perdas e danos a que serão obrigados os autores 
do dolo❞
No caso de representação legal, o representado só responderá civilmente até a importância do proveito que 
obteve.
❖
 B.
Considera-se coação toda a violência usada para influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que a sua 
vontade interna não deseja atuar
❖
Prof Francisco Amaral discute que❖
❝a coação é a ameaça com que se constrange alguém à prática de um ato jurídico. É sinônimo de violência, tanto que o 
Código Civil usa indistintamente os dois termos (CC, arts. 147, II, 1.590, 1.595, III). A coação não é, em si, um vício da 
vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. Configurando-se 
todos os seus requisitos legais, é causa de anulabilidade do negócio jurídico (CC, art. 147, II)❞
São dois os tipos de coação❖
Física ("vis absoluta") – aquela que age diretamente sobre o corpo da vítima, neutralizando completamente sua 
manifestação de vontade.
○
Se um coator usar de força bruta para forçar a vítima a cometer um fato delituoso contra terceiro, a conduta do 
coagido será considerada atípica e somente o coator respoderar criminalmente por isso.
Moral ("vis compulsiva") – aquela que põe a vítima sob temor constante e capaz de perturbar seu espírito, 
fazendo com que manifeste seu consentimento de maneira viciada. Sua vontade não está neutralizada, mas 
embaçada pela ameaça que está sofrendo.
○
Coação é causa de invalidade (anulabilidade) do negócio jurídico.❖
São alguns requisitos para caracterização da coação: violência psicológica, declaração de vontade viciada, receio 
sério e fundade de grave dano à pessoa, à família (ou pessoa próxima) ou aos bens do paciente.
❖
No entanto, cabe ao juíz analisar as circunstâncias do fato e as condições pessoais da vítima.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o 
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Não se é considerado coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. O 
temor reverencial é o respeito pela autoridade paterna ou eclesiástica, que a princípio não se configura como 
coação. Entretanto, se essa força moral for acompanhada por ameaça ou intimidação, o vício

Outros materiais