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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 1. O livro do Apocalipse 2. Informações acerca do livro 3. O estudo do Apocalipse 4. A simbologia dos números 2. PANORAMA GERAL 1. Os capítulos da Revelação 2. O tempo da promessa 3. O significado do quinto selo 4. O sangue dos mártires 5. Três exemplos específicos 1. A ressurreição das duas testemunhas 2. O dragão e a mulher 3. Novo céu e nova terra 6. Informações do livro 7. O tempo em apocalipse 8. A validade da mensagem 9. As sete bem aventuranças 10. As sete igrejas 11. Os sete espíritos 12. A identidade de Cristo 13. A majestade de Jesus 14. João em Patmos 15. Lições que perduram por toda a eternidade 3. O DESVENDAR DAS CARTAS DO APOCALIPSE 1. Cartas às igrejas 2. A carta à igreja em Éfeso 3. A carta à igreja em Esmirna 4. A carta à igreja em Pérgamo 5. A carta à igreja em Tiatira 6. A carta à igreja em Sardes 7. A carta à igreja em Filadélfia 8. A carta à igreja em Laodicéia 4. A VISÃO DO TRONO DE DEUS 5. DIGNO É O CORDEIRO 6. O CORDEIRO ABRE OS PRIMEIROS SELOS 7. OS SERVOS QUE PERTENCEM A DEUS 8. AS PRIMEIRAS QUATRO TROMBETAS 9. OS TRÊS AIS INTRODUÇÃO Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. Apocalipse 1:3 O livro do Apocalipse Falar sobre Apocalipse é adentrar às câmaras secretas dos grandes mistérios que Deus tem revelado acerca dos últimos tempos. De fato, temos tido o enorme privilégio ao receber parte dessas revelações neste livro da Bíblia Sagrada. O livro de Apocalipse é, sem sombra de dúvida, uma benção de Deus para a edificação da igreja e para seu preparo concernente à volta iminente de Cristo Jesus. Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, Apocalipse 1:1 O que o estudante honesto deveria fazer com este livro? Deveríamos nos retrair com medo, achando que os acontecimentos assustadores das manchetes sejam o cumprimento das profecias do Apocalipse? Deveríamos orgulhosamente cantar vitórias sobre as forças do mal cada vez que uma nação ou líder ímpio cai do poder? Deveríamos fechar nossas Bíblias diante de nossas perplexidades e incertezas? Jamais! O Apocalipse é um livro que Deus deixou para a edificação da igreja de Cristo na Terra, para que tornemo-nos cada vez mais aguçados aos sinais dos anos: Jesus está voltando. Para isso serão necessárias algumas observações sobre a abordagem do livro, a linguagem profética e simbólica, a história do período, etc.. Por valorizarmos as próprias escrituras acima de qualquer fonte extrabíblica, procuraremos sempre informações e exemplos na própria Bíblia Sagrada para esclarecer o sentido das expressões encontradas nesse livro. Estudaremos o Apocalipse e, depois, quando possível, considerarmos informações históricas. Não começaremos com a história ou com as manchetes do dia para interpretar a Palavra. Quando não encontrarmos informações históricas para explicar algum aspecto de uma profecia, ainda respeitaremos a veracidade da palavra de Cristo acima do registro dos historiadores: a palavra de Deus está acima de todas as coisas. Informações acerca do livro O verdadeiro autor de Apocalipse é o próprio Deus. Do ponto de vista humano, entretanto, a autoria é de João, filho de Zebedeu: bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. Lucas 5:10 Segundo as teorias acadêmicas mais aceitas, o livro data de 96 d.C. O lugar de escrita foi a Ilha de Patmos, situada na Ásia Menor, no Mar Egeu, com 40 quilômetros de superfície e uma população de 3000 habitantes. Lá o palco foi armado para a consolidação dessas extraordinárias revelações que tanto nos edificam e consolidam nossa fé. O livro de Apocalipse tem 22 capítulos, 404 versículos, 12.000 palavras e apenas nove perguntas. O livro é repleto de simbolismos, em especial o número 7: Sete Cartas às Sete Igrejas da Ásia, atual Turquia; os Sete Selos em um livro nas mãos de Deus; as Sete Trombetas; Sete Castiçais de ouro; os Sete Anjos, um Cordeiro com Sete Pontas e Sete Olhos; o Dragão Vermelho com Sete Cabeças e Sete Diademas; uma besta semelhante ao leopardo com Sete Cabeças e Sete Diademas; Sete Montes e Sete Reis; Sete Bem Aventuranças para os remidos. O estudo de Apocalipse Mas como devemos abordar o estudo do Apocalipse? Inicialmente devemos começar com a Bíblia, não a história humana. A Bíblia Sagrada é a base e o fundamento que nos leva a encontrar todas as respostas cabíveis e necessárias para o desempenho de nossa fé e do nosso ministério. Deus falou antes mesmo dos acontecimentos históricos, e a Sua palavra inspirada é verdadeira e exata. Mesmo quando faltam registros humanos de cumprimentos precisos, a palavra é o fundamento maior e mais gabaritado de nossa fé. Podemos ilustrar esse problema considerando o texto de Mateus 24:1-34. Aqui, Jesus fala de eventos específicos e catastróficos que ocorreriam em Jerusalém: Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Mateus 24:34 Qualquer pessoa que respeite a palavra de Cristo pode saber que a profecia foi cumprida ainda na época em que a geração de Cristo estava viva. Vamos lembrar desde o princípio que Jesus revelou coisas que ocorreriam logo depois que João as registrou: Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer. Eis que venho sem demora. Bem- aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. Apocalipse 22:6-7 Devemos reconhecer o estilo simbólico da linguagem empregado pelo Espírito Santo na escrita do livro. Da mesma maneira que o Espírito fez em várias outras partes da Bíblia, aqui há uma linguagem simbólica ou figurativa, frequentemente com descrições físicas que retratam conceitos espirituais. Este era o costume de Jesus em suas parábolas: Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. João 6:35 Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. João 10:7 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. João 15:1 Não nos deveríamos surpreender que a linguagem seja figurativa ou simbólica: outros livros da Bíblia Sagrada, especialmente Ezequiel, Daniel e Zacarias, empregam linguagem semelhante, tornando esse estilo de revelação algo que coincide com aquele recebido anteriormente. Ditar quais partes da narrativa são figurativas e quais são literais é um método ruim. Apocalipse é um livro de visões, isto é, ideias celestiais que excedem a imaginação humana ao não se reduzirem a algo meramente físico ou meramente literal. Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. Apocalipse 1:1,2 Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era como o sol, e as pernas, como colunas de fogo; Apocalipse 10:1 Para entendermos as coisas de Deus, precisamos colocar nosso tempo, nossa vida e nossa mente cativa às coisas do Espírito Santo. O Espírito Santo foi, é e sempre será o maior intérprete das Sagradas Escrituras. Conforme o registro do capítulo um, este livro não é uma meratransmissão de palavras, mas sim uma mensagem dos símbolos e imagens que Deus permitiu a João visualizar naquela ilha. Estas revelações do Apocalipse falam das coisas que estavam para acontecer logo. Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Apocalipse 1:10,11 Para uma leitura mais aprofundada, devemos nos atentar a alguns princípios: Primeiro: este é um livro de profecias. Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro. Apocalipse 22:18,19 Profetas bíblicos frequentemente usam linguagens simbólicas e ilustrações para apresentar a verdade. De fato, muitos conceitos errados sobre o texto de Apocalipse resultam de esforços para interpretar literalmente a linguagem figurativa do livro. Além do mais, o livro de Apocalipse foi escrito próximo do encerramento do primeiro século: um tempo em que muitos povos do mundo estavam sujeitos ao domínio do Império Romano. Este governo estava se tornando cada vez mais perverso e menos tolerante com povo de Deus, e é nessa situação que Deus entrega o Apocalipse a João. Muitos decidem estudar o livro com a determinação de encontrar aplicações modernas para algumas das profecias, esquecendo-se do fato de que ele foi escrito originalmente para os cristãos da Ásia, muitos dos quais sofreram severas perseguições por causa da sua fé. João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono Apocalipse 1:4 dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Apocalipse 1:11 A simbologia dos números O livro do Apocalipse utiliza-se de um estilo literário que emprega os significados simbólicos dos números ● O número 1 fala da unidade, isto é, algo e incomparável ou exclusivo; ● O número 2 fala de força, coragem e poder; ● O número 3 é divino e fala das Três Pessoas Divinas: o Pai cria, o Filho redime e o Espírito Santo santifica; ● O número 4 fala de coisas do mundo; ● O número 5 fala dos cinco nomes de Jesus Cristo: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz; ● O número 6 fala de algo incompleto e fracassado; ● O número 7 fala da perfeição; ● O número 10 fala da totalidade e também da plenitude; ● O número 12 fala de totalidade, especialmente do Povo de Deus (as 12 tribos, os 12 apóstolos...); ● O número 24 retrata os representantes do povo de Deus de todos os tempos; ● O número 144 é o número completo do Povo de Deus; ● Os 42 meses, os 1260 Dias e os "três anos e meio" representam um período de tempo indefinido, PANORAMA GERAL Os capítulos da Revelação O livro do Apocalipse demonstra, acima de tudo, o poder de Deus de vencer o diabo e seus asseclas. Essa mensagem servia de encorajamento para os santos angustiados num tempo cheio de turbulências e perseguição., pois convida o leitor a se atentar ao lado espiritual das lutas que constantemente desafiam a fé. O capítulo primeiro apresenta o retrato categórico de Jesus Cristo em todo Seu poder, domínio e glória. É comum que imaginemos Jesus em cenas de aparente fragilidade, seja Ele um bebê nos braços da mãe ou uma figura moribunda na cruz. Mas Cristo é muito mais que isso: Ele é o grande vitorioso e o Leão da tribo de Judá, Soberano dos reis da Terra. e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, Apocalipse 1:5 Tudo que se segue deste livro surge dessa poderosa mensagem: Cristo está no comando de todas as coisas, e, no final, os justos serão vitoriosos na luta contra o mal. Os capítulos 2 e 3 contém a história das sete igrejas na Ásia menor. As sete cartas seguem um padrão regular de saudação, lembrança da posição de Cristo, avaliação da condição da congregação e apelo ao arrependimento unindo ao encorajamento aos fiéis para que permaneçam firmes em sua fé. O texto também carrega uma lembrança dos galardões que aguardam os santos, reafirmando que, mesmo diante de problemas, vale a pena ser fiel: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Hebreus 11:1-6 Os capítulos 4 e 5 demonstram a posição do Pai e do Filho. João recebe a permissão de ver o trono de Cristo, cercado por Seus servos em adoração. Aqui, a cena sai da Terra e adentra no céu. Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco- íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. Apocalipse 4:2-6 O próximo capítulo volta a sua atenção a Jesus que, por causa de Sua vitória sobre a morte, é considerado digno de abrir o livro dos livros, que revelará o plano para a vitória total de Deus sobre as forças de Satanás. Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação Apocalipse 5:5-9 Do capítulo 6 ao 20 encontram-se numerosas demonstrações de vingança e punição. Aqui, a maioria das mensagens é organizada em séries de sete: sete selos, sete trombetas, sete taças; bem como em trêsgrandes juízos. A história não termina até chegarmos à parte sétima e final. Há momentos em que a leitura pode sugerir que a grande guerra está sendo vencida pelo diabo e seus servos, mas o livro oferece esperança aos fiéis afirmando que Deus e seu exército de justos serão vitoriosos. Os capítulos 21 e 22 destacam a condição dos santos vitoriosos na presença de Seus. Aqui, os privilégios perdidos no Éden em decorrência do pecado de Adão e Eva são restaurados, e todos desfrutam desta comunhão renovada entre Deus e o homem. Esses capítulos empregam muito da linguagem encontrada em outros textos proféticos, e também destacam a grandeza do Céu, a conclusão para a mensagem da Bíblia Sagrada. O tempo da promessa O livro do Apocalipse é guiado por uma trama, e precisamos entendê-la para que possamos compreender a mensagem do autor. Primeiro, devemos nos atentar ao fato de que, no relato, Jesus falou de coisas que tinham que acontecer logo depois que o livro fosse escrito. O significado desse ponto não deve ser diminuído: quando Deus colocou um limite no tempo para o cumprimento de sua palavra, os leitores não tem direito de ignorar. Algumas vezes, pessoas tentam evitar o significado desse limite com passagens como 2 Pedro 3:8: Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. 2 Pedro 3:8 Há aí, entretanto, um deslize. Nesta passagem, o autor está demonstrando a paciência de Deus em adiar Seu julgamento dos malfeitores, de forma que quando Deus fala de coisas que acontecerão logo, precisamos respeitar a veracidade de Sua palavra. Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João Apocalipse 1:1 Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer. Apocalipse 22:6 Esse limite de tempo é colocado tanto no começo quanto no fim do Apocalipse. Deve, portanto, ser sempre considerado no exercício de interpretação dos capítulos intermediários. A expressão “em breve” é usada também em outras partes do Novo Testamento. Nessas passagens, o cumprimento do que fora dito acontece logo depois das palavras ditas: Festo, porém, respondeu achar-se Paulo detido em Cesaréia; e que ele mesmo, muito em breve, partiria para lá. Portanto, disse ele, os que dentre vós estiverem habilitados que desçam comigo; e, havendo contra este homem qualquer crime, acusem-no. E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez dias, desceu para Cesaréia; e, no dia seguinte, assentando-se no tribunal, ordenou que Paulo fosse trazido. Atos 25:4-6 mas, em breve, irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e, então, conhecerei não a palavra, mas o poder dos ensoberbecidos. 1 Coríntios 4:19 Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação, segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne. Filipenses 1:19-24 Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; 1 Timóteo 3:14 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Mateus 24:32 E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. Mateus 26::18 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. João 2:13 Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima. João 6:4 Ora, a festa dos judeus, chamada de Festa dos Tabernáculos, estava próxima. João 7:2 Estava próxima a Páscoa dos judeus; e muitos daquela região subiram para Jerusalém antes da Páscoa, para se purificarem. João 11:55 O significado do quinto selo Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram. Apocalipse 6:9-11 Aqui temos a linguagem dos mártires: os cristãos mortos pedem por justiça, e o texto nos assegura que suas mortes não foram em vão, pois morreram na confiança de que Deus é justo. Deus punirá todos os malfeitores, mas permitirá que a perseguição continue por pouco tempo, até que se complete “o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram”. Deus é tardio em irar-se, mas a justiça é o cinto dos seus lombos. O sangue dos mártires Numerosas passagens do apocalipse ilustram a maneira como Deus respondeu ao apelo dos santos martirizados. ● Deus vingou seu sangue: E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios. Ap 14;20 ● A terceira taça representava a merecida vingança contra aqueles que haviam matado os profetas: Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos. Apocalipse 16:4-7 ● Deus vingou a causa dos santos contra a Babilônia: Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa. Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada. E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria. E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra. Apocalipse 18:20-24 porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. Apocalipse 19:2 ● Deus ressuscitou os mártires: Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo.Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos. Apocalipse 20:2-6 Há uma clara conexão entre esse trecho e as orações do capítulo 6: eles haviam sido decapitados por causa de sua fé, e agora estavam sendo ressuscitados para reinar juntamente com Cristo. Três exemplos específicos O livro do apocalipse está repleto de cenas dos santos sendo vitoriosos em Deus. A ressurreição das duas testemunhas: Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo; e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram. Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu. Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai. O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. Apocalipse 11:11-15 A ressurreição das duas testemunhas, que pregaram com poder e autoridade. As forças de satanás os mataram, e começa o triunfo do mal contra o bem. Entretanto, Deus ressuscitou as testemunhas, e as chamou aos céus e enviou punições contra os que regozijaram com a derrota da injustiça praticada. O dragão e a mulher: No capítulo 12 é narrado o triunfo sobre o dragão. A mulher dá a luz a Cristo, e satanás, o dragão e a serpente, salivava com a expectativa de devorar o filho. No versículo 5, entretanto, ocorre a vitória completa, que frustra o maligno. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias. Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Apocalipse 12:5-9 Satanás se volta contra a mulher, mas Deus a protege. Na batalha contra Miguel e os anjos, o diabo sofre mais uma derrota, e lhes são negadas outras oportunidades de acusar os servos do Deus vivo. Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar. Apocalipse 12:13-17 Cada vez mais frustrado, ele ataca a mulher e, novamente, fracassa. A partir de então, passa a concentrar as suas energias para “pelejar com os restantes da sua descendência”, os cristãos individuais. Acontece, entretanto, que os filhos da mulher podem entrar na guerra com confiança, pois: Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. 1 coríntios 10:13 Novo céu e nova terra Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. Apocalipse 22:1-4 Depois das grandes cenas de julgamento e condenação dos inimigos, esse trecho do livro revela um vislumbre da gloriosa comunhão entre Deus e os homens, prometida desde tempos antigos: Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo. E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles. E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR. Isaías 65:17-25 A admissão nesta companhia, entretanto, é limitada: haverá muitos que serão rejeitados e, então, lançados no lago de fogo. A Nova Jerusalém é um símbolo profético da comunhão restaurada (Is 52:1; Ap 60:19-20, 61:10, 65:18-19, 48:31-34; Ez 40:2-3). Informações do livro O próprio livro de Apocalipse revela que Jesus Cristo está enviando uma mensagem a todos os fiéis: Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. apocalipse 1:1-2 Quanto à autoria, ela certamente pertence a João. Mas que João? O versículo não oferece uma descrição que se estende para além do nome, mas, desde a antiguidade, quase todos os comentários bíblicos creditam o livro ao apóstolo João, filho de Zebedeu. Também é geralmente aceito que o mesmo João escreveu o evangelho e as três epístolas que carregam seu nome. Assim sendo, a leitura de seus outros livros, especialmente do evangelho, ajuda na compreensão da mensagem do Apocalipse. O tempo em apocalipse No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu,Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio. Daniel 8:1 No relato da Bíblia Sagrada, há diversas profecias que revelam acontecimentos que só se concretizaram centenas de anos após a morte do profeta. No caso de Daniel, por exemplo, o tempo entre o recebimento da visão e seu cumprimento foi de pelo menos 400 anos. Nesse caso, o anjo Gabriel explica que a mensagem se refere a dias muito distantes. Logicamente, podemos deduzir que se 400 anos é um tempo muito distante, o “breve” presente em Apocalipse deve indicar algo bastante próximo. Esse contraste torna-se mais nítido no restante da leitura do livro da revelação: Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. apocalipse 22:10 João é proibido de selar sua profecia, pois o tempo estava próximo. A partir disso, podemos compreender que qualquer interpretação que sugere que o cumprimento principal do livro ainda está para acontecer se opõe ao texto do próprio livro. A validade da mensagem João não teve nenhuma dúvida acerca da fonte de sua mensagem: a palavra de Deus e o testemunho Jesus Cristo. O próprio autor coloca este livro na mesma categoria do resto das Escrituras, e fez questão de transmitir a revelação que havia recebido. Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, Apocalipse 7:13-14 A revelação se deu por forma de visões e imagens dramáticas, que transmitiram as visões que Cristo queria passar para todos os seus servos. Desta forma, o apóstolo João relatou a tudo aquilo que viu: as evidências dos sinais são categóricas. As sete bem aventuranças 1. Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. (Ap 1.3) 2. Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham. (Ap 14.13) 3. Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha. (Ap 16.15) 4. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. (Ap 19.9) 5. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos. (Ap 20.6) 6. Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. (Ap 22.7) 7. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. (Ap 22.14) As sete igrejas Nos capítulos 2 e 3, o apóstolo João escreve cartas endereçadas às sete igrejas da Ásia e a seus sete anjos. Tudo indica que estas eram igrejas reais que existiam na época, porém não as únicas, como o resto da Escritura confirma: estes nos precederam, esperando-nos em Trôade. Depois dos dias dos pães asmos, navegamos de Filipos e, em cinco dias, fomos ter com eles naquele porto, onde passamos uma semana. No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite. Atos 20:5-7 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai. Colossenses 1:1,2 E dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós, pelos de Laodicéia e pelos de Hierápolis. Colossenses 4:13 Jesus escolheu endereçar as cartas a estas sete igrejas. Talvez isso tenha se dado como uma forma de representar o simbolismo do número completo, de forma que estas sete igrejas específicas simbolizam as características das igrejas da região. Os sete espíritos João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono Apocalipse 1:4 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Apocalipse 3:1 A Bíblia Sagrada revela-nos, na carta aos Efésios, que há um só Espírito: há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; Efésios 4:4 Isso se dá porque o número sete representa algo completo. Desta forma, portanto, o sentido mais provável para as passagens de Apocalipse é o de simbolismo que indica a perfeição do Espírito. O número sete é empregado da mesma maneira em diversas outras partes do relato bíblico, tanto no antigo quanto no Novo Testamento: Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu lavrarei a sua escultura, diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniqüidade desta terra, num só dia. Zacarias 3:9 Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. Apocalipse 4:5 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. Apocalipse 5:6 Aqui cabe uma observação: embora nenhum versículo do texto defina direta e explicitamente que os sete espíritos de Apocalipse são o Espírito Santo, sua colocação entre as Pessoas Divinas é evidência bastante concreta para apoiar essa interpretação. A identidade de Cristo O relato de Apocalipse não deixa dúvidas acerca da identidade de Jesus Cristo, a fiel testemunha. Ele é o Sim de Deus, o Amém das promessas do Pai: Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração. 2 Coríntios 1:20-22 Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Apocalipse 19:11 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, Colossenses 1:18 Cristo, aquele que tem domínio sobre tudo e todos, manda uma mensagem para consolar aqueles que sofrem e morrem crentes na verdade de Sua ressurreição. Eis aí a grandeza do livro do Apocalipse: Jesus, chamado soberano dos reis da Terra (Daniel 4:32) é governante dos governantes, de forma que sua autoridade está acima dos que perseguiram os santos. A Bíblia Sagrada afirma que Jesus é soberano: o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes 1 Pedro 3:22 E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. Efésios 1:22-23 e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Apocalipse 2:27-28Devemos sempre acreditar nas afirmações de Cristo e no princípio escriturístico da Bíblia Sagrada. É o próprio Jesus quem respalda sua palavra. Ele é Aquele que nos ama, e Seu sangue nos libertou de nosso pecado. e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! Apocalipse 1:5,6 O amor divino é constantemente evidenciado nos escritos de João. Esse fato em si é suficiente para demonstrar a grandeza e o poder do evangelho: a transformação do chamado filho do trovão no apóstolo do amor (Jo 3:16; 1Jo 4:7-21). João vai mais além: ele afirma que é o sangue de Jesus que nos liberta, e que é apenas na remissão dos pecados que encontramos a única e verdadeira libertação: não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão. Hebreus 9:12,14,22 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. 1 Pedro 2:9-10 O apóstolo também afirma que Jesus Cristo virá com as nuvens, em toda a Sua autoridade divina e com poder para julgar e castigar os rebeldes e trazer juízo sobre toda a impiedade (Ex 14:24; 19:9; 20:21; 24:16; 40:34-38; Nm 11:25; 12:5-10; DT 5:22 ; 2Cr 5:13) Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! Apocalipse 1:7 Há duas possíveis interpretações para essa promessa: 1 - A segunda vinda de Jesus, quando Ele julgará todos os homens: depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. 1 Tessalonicenses 4:17 E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem. Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. João 5:27-29 2 - A vinda de Jesus para castigar algum povo ou poder específico na Terra: Dentro de um contexto, a segunda interpretação faz mais sentido que a primeira, uma vez que Cristo virá em duas etapas. Assim sendo, devemos nos perguntar qual povo ou poder seria este. Alguns acreditam que o texto é direcionado a Jerusalém, fazendo referência à destruição da cidade que ocorreria no ano 70 d.C. Outros afirmam que este poder representa algum imperador romano. O versículo assemelha-se, entretanto, ao trecho de Mateus 24:30, que pode ser usado para fortalecer a hipótese da referência a Jerusalém: Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. Mateus 24:30 Apocalipse também fala do Alfa e Ômega: Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso. Apocalipse 1:8 Estas são a primeira e última letra do alfabeto, o que indica um caráter eterno. O trecho pode fazer referência ao Pai (Ap 4:8; 21:5-8) ou ao Filho (Cl 2:8,9; Hb 1:3) Esse selo de autoridade encerra-se com mais uma afirmação da natureza absoluta de Deus: o Todo Poderoso. Essa descrição aparece nove vezes no relato do Apocalipse, e mais de 50 vezes na Bíblia, sendo a maioria delas no livro de Jó. Os servos de Cristo estavam sendo perseguidos, e portanto precisavam ser lembrados de que o poder absoluto pertence a Deus. Nesses primeiros versículos, o apóstolo deixa isso claro, evidenciando que o autor da mensagem tem poder para cumprir Suas promessas. A majestade de Jesus Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. Apocalipse 1:9-20 O texto dos versículos 9 a 20 responde à seguinte pergunta: quem é Jesus e como devemos enxergá-lo? É comum que muitas pessoas imaginem Cristo como um bebê indefeso nos braços da mãe ou uma figura moribunda (e aparentemente derrotada) sofrendo na cruz. Se por um lado é certamente verdade que Jesus nasceu e morreu, também é verdade que estas cenas representam episódios temporários, não o estado permanente do Cristo vitorioso. A mensagem do Apocalipse deriva o seu poder na pessoa que a revelou: o próprio Cristo. Ele possui toda a autoridade e fala com poder absoluto. João em Patmos Durante o relato de Apocalipse, o apóstolo João se encontra na ilha de Patmos por causa da palavra de Deus. Tradicionalmente, acredita-se que ele tenha sido banido para a ilha por razão de sua fé. Fontes do terceiro século afirmam que o apóstolo foi banido por Domiciano, imperador romano que reinou entre 81 e 96 d.C. O dia do Senhor citado no versículo 10 se refere, em diversas outras passagens, ao dia em que Deus visitava o homem para castigar os malfeitores. O sentido mais provável, entretanto, é o dia especialmente dedicado ao Senhor no louvor dos santos no Novo Testamento, o dia especial da semana em que os cristãos primitivos se reuniam para cear e coletar recursos para ajudar os necessitados: No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite. Atos 20:7 No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for. 1Coríntios 16:2. O apóstolo João também relata ouvir uma voz como de trombeta. O poder que essa descrição carrega deve ser observado à luz de outros textos das Sagradas Escrituras(Ex 19:16-19; Ap 4:5). O propósito da grande vós foi ordenar a João o que fazer a respeito das coisas que ele veria. Ele deveria escrever suas visões em um livro, mandá-lo às sete igrejas: dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Apocalipse 1:11 No versículo seguinte, Jesus Cristo aparece ao apóstolo entre os sete candeeiros: Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Apocalipse 1:12-15 Os candeeiros eram todos de ouro, que simboliza divindade e realeza. No Velho Testamento, essa figura servia para iluminar o templo (Nm 8:1-4; Ex 27:20; 35:14; 39:37; Lv 24:2-4; 2 Cr 13:11; Hb 9:2) Na visão de João, Jesus identifica os sete candeeiros no versículo 20: Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. Apocalipse 1:20 A posição de Cristo no meio dos candeeiros aponta para Sua comunhão íntima com Seu povo: Ele anda no meio das igrejas, fazendo Seu tabernáculo entre Seus servos. O termo “filho do homem” é uma expressão frequentemente usada no Antigo Testamento para designar uma pessoa simples (Jó 35:8; Sl 144:3; Is 51:52; Ez 2:1-8; 4:16; Dn 7:13-14). Percebemos, portanto, que até o final do Velho Testamento a expressão ganhou dois outros sentidos: homens chamados para um papel especial de revelar a palavra de Deus & o eterno Rei sobre o reino de Deus. Assim sendo, percebemos que, no Apocalipse, Jesus tomou para si essa descrição com toda autoridade inerente a ela. De fato, todos os quatro relatos do evangelho empregam essa expressão com bastante frequência: Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Mateus 8:20 João utiliza o termo para destacar as qualidades essenciais de Jesus Cristo: Ele veio do céu e voltaria para lá. Ele tem autoridade, e só Ele pode dar vida eterna através de Seu sacrifício, que resultou em glória para o Pai (João 1:51, 3:14, 5:27). Lucas atualiza nossas informações sobre o filho do homem quando afirma que Estêvão viu-O nos céus e à destra do Pai: e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus Atos 7:56 João também descreve-o “com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.“ Alguns acreditam que a descrição das vestes faz referência ao sacerdócio como fora descrito em Êxodo e Levíticos, enquanto comentários de Flávio Josefo afirma que essa descrição passa a ideia de um ofício de autoridade e poder. Tecerás, quadriculada, a túnica de linho fino e farás uma mitra de linho fino e um cinto de obra de bordador. Para os filhos de Arão farás túnicas, e cintos, e tiaras; fá-los-ás para glória e ornamento. Êxodo 28:39-40 Vestiu a Arão da túnica, cingiu-o com o cinto e pôs sobre ele a sobrepeliz; também pôs sobre ele a estola sacerdotal, e o cingiu com o cinto de obra esmerada da estola sacerdotal, e o ajustou com ele. Levítico 8:7 A brancura dos cabelos provavelmente traz uma conotação de avançada idade: neste caso específico, a eternidade (Is 46:4, 1:18; Dn 7:9; Sl 51:7; Lv 19:32; Pv 16:31). Os olhos como chamas apontam para o fato de que nada pode ser escondido de Deus. Sua visão alcança todo o mundo, e vigiam a todas as nações (Pv 15:3; Jr 32:19; Sl 33:18, 34:15, 66:7; Dn 10:6). Apocalipse 1:15 também descreve-o como tendo “os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.” Esse trecho do relato de João faz-nos lembrar das visões de Ezequiel e Daniel. Frequentemente os profetas apresentam a imagem de Deus ou de seus servos através de seus calçados. Desta forma, os pés metálicos de Cristo sugerem a força para esmagar os inimigos. As suas pernas eram direitas, a planta de cujos pés era como a de um bezerro e luzia como o brilho de bronze polido. Ezequiel 1:7 Quem suscitou do Oriente aquele a cujos passos segue a vitória? Quem faz que as nações se lhe submetam, e que ele calque aos pés os reis, e com a sua espada os transforme em pó, e com o seu arco, em palha que o vento arrebata? Isaías 41:2 Quanto à voz “como que de muitas águas”, mais uma vez voltamos à visão de Daniel: o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente. Daniel 10:6 O versículo 16 descreve Cristo como uma figura que ”Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.” As estrelas são identificadas nos versículo anteriores como os anjos das sete igrejas, os mesmo que recebem as cartas nos capítulos 2 e 3. Essa imagem aponta para a enormidade de Jesus, que segura as estrelas das igrejas na mão, e pode fazer com elas o que Ele, em Sua justiça, desejar. A espada afiada de dois gumes certamente representa a palavra de Deus, destacando Seu poder para julgar e castigar os desobedientes (Hb 4:12-13). Na condição de luz do mundo, Jesus resplandece em Glória. De fato, ao fitar a figura de Cristo, João “cai a seus pés como morto”. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. Mateus 17:2 Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo. Atos 26:13. No versículo 19, o próprio Filho de Deus apresenta orientações ao apóstolo acerca da escrita e objetivos do livro: Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. Apocalipse 1:17-20 Aqui nota-se que, apesar de João ter sido um dos companheiros mais íntimos de Jesus durante Seu ministério terrestre, ele demonstra e revela absoluta reverência a Cristo, reagindo com respeito e temor diante do Senhor. Ele acaba de ver Cristo pronto para julgar, e cai como morto: Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Isaías 6:5 Jesus não veio para condenar e para esmagar a João: a mão estendida de Cristo oferece ao apóstolo conforto, consolo e alívio. Nesse trecho, Jesus também afirma sua eternidade e sua divindade pelos séculos dos séculos. E o que significam as chaves no versículo 18? São as chaves da morte e do inferno, evidentemente. Na ressurreição, Jesus não aparece apenas escapando de uma situação, fugindo do sepulcro. Ele venceu a morte, o inferno, as potestadese os principados. A morte e ressurreição de Cristo são temas centrais para o pensamento cristão (1Co 15:3,4; At 2:24- 32; Rm 5:8-11): Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. João 16:33 Somente Jesus Cristo pode falar tamanha expressão. Ele não permitirá que seus servos sejam presos eternamente. Há três mortes na Bíblia: a física, a espiritual e a eterna. Há solução para as duas primeiras, mas para a última não há mais solução. Apenas os crentes em Jesus podem ser salvos da morte eterna. O relevante papel de João, é, portanto, transmitir uma mensagem: passado, presente e futuro, o apóstolo observa e descreve tudo o que vê, sendo fiel em seu relato. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. Apocalipse 1:20 Não podemos errar essa interpretação, pois Jesus Cristo claramente fala que as estrelas são os guias espirituais da igreja. “Anjo” quer dizer mensageiro, sejam eles mensageiros do céu ou entre os homens, que devem transmitir a mensagem de Jesus às igrejas. No caso dessa passagem, percebe-se que os anjos são os pastores da igreja. A igreja é composta por santos e deve transmitir a luz de Deus para o mundo. Somos luz, e devemos prová-lo diariamente com nossos atos e nossos comportamentos. Cristo complementa a visão falando dos sete candeeiros: as sete igrejas. Depois de Sua grande vitória sobre a morte, Jesus volta numa visão especial para reconfortar Seus seguidores. O mesmo Jesus serve para nos reconfortar também. Ele ainda garante aos fiéis a vitória sobre a morte, e essa é a nossa esperança. Fiel é aquele que prometeu, pelo que também o fará. Lições que perduram por toda a eternidade O Apocalipse nos traz lições que marcam épocas e séculos. É como se vivêssemos esse momento do apóstolo João na ilha. A palavra de Deus é viva e eficaz, e penetra a divisão de alma e espírito. Diante dessa somatória de valores proféticos, analíticos, escatológicos e vivenciais, a Palavra vem para o consolo espiritual e edificação da igreja: as riquezas do Apocalipse trazem alegria e contentamento. O DESVENDAR DAS CARTAS DO APOCALIPSE Cartas às igrejas A mensagem do Apocalipse foi enviada principalmente às sete igrejas da Ásia. Esse fato é ressaltado diversas vezes pelo livro (Ap 1:4, 1:11, 1:20, 22:16). Os capítulos 2 e 3 são direcionados especificamente às igrejas, e estão carregados com uma mensagem especial para cada uma delas. Nossa interpretação deve sempre levar em consideração a identidade dos destinatários originais. Interpretações que ignoram esses fatores devem ser questionados e até mesmo rejeitadas. Se Jesus Cristo mandou um recado às igrejas da Ásia, devemos entender que a mensagem era para o benefício das mesmas. Desta forma, os textos apresentam formato de decretos imperiais. Estas cartas foram escritas em uma forma padrão, mas o conteúdo de cada uma é específico, e fala a respeito das necessidades da própria congregação em questão. As igrejas não eram subordinadas a uma hierarquia, e cada congregação era independente, de forma que cada uma delas recebia um comunicado exclusivo diretamente de Jesus, e respondia por sua própria obediência ou rebeldia. O fato de haver necessidade de sete cartas para sete igrejas reforça a importância do respeito à autonomia de cada uma das congregações. Essa igrejas encontravam-se numa área relativamente pequena, de forma que uma pessoa entregando as cartas completaria o circuito de destinatários em pouco mais de 500 quilômetros. A carta à igreja em Éfeso Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus. Apocalipse 2:1-7 Éfeso era a cidade mais importante da província romana da Ásia. Foi situada na margem do rio Castro, que desemboca no mar egeu. Duas estradas muito importantes cruzavam-se na região, tornando esta uma área importantíssima de contato entre os dois lados do Império Romano. Éfeso também era bastante relevante por ser um foco de adoração da deusa da fertilidade, Diana. Sabemos algumas coisas acerca desta igreja, segundo o relato de Atos 18:18-26, Atos 19:1- 41, Atos 20:17-38, 1 Timóteo 1:1-4. Isso, é claro, sem considerar a carta aos Efésios. A partir da análise de todas essas referências, podemos notar alguns fatores importantes coisas importantes: Desde o início, houve a necessidade de se examinar doutrinas e aceitar apenas o que Deus havia revelado. É justamente por essa razão que Áquila e Priscila ajudaram a Apolo em Atos 18:24-26, e Paulo advertiu-os intensamente contra os falsos mestres (At 20:29-31; 1Tm 1:3- 7). A descrição de Jesus mostra-nos o conhecimento e soberania de Cristo em relação às igrejas. Tanto os efésios quanto as outras igrejas precisavam lembrar da presença de Jesus, que ainda anda no meio das igrejas, observando seu procedimento pronto para agir quando for necessário: segurando as estrelas, Ele demonstra domínio sobre elas. Jesus elogia as qualidades da igreja em Éfeso. Deus quer servos dedicados que não desistam e que sigam em frente em sua caminhada. De fato, o Novo Testamento fala da importância da perseverança diante da perseguição (Tiago 1:4, Mateus 10:22, Romanos 5:3, Tiago 1:12) O versículo quatro, entretanto, faz uma dura crítica à igreja de Éfeso. Seu problema não era um de doutrina incorreta, mas de amor: eles haviam se esquecido dos grandes mandamentos que sintetizam a base dos ensinamentos de Deus: Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. Mateus 22:37-40 De fato, a importância do amor é fortemente ressaltada nos textos de Paulo (Efésios 3:17; 4:2-16; 5:2 e 6:23). Desta forma, devemos defender a verdade (como a igreja de Éfeso fizera) enquanto praticamos o amor, para que seguissem a verdade em amor: Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, Efésios 4:15 No versículo 5 há uma chamada de Deus à ação. Ele demanda que os efésios lembrem-se de onde caíram, arrependam-se e voltem às prática das primeiras obras: Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração; Atos 8:22 O versículo seguinte reforça o elogio anterior. Não menção aos nicolaítas em nenhuma parte além desta, entretanto sabemos que seus ensinamentos que eram abomináveis aos olhos de Deus (Tito 1:8-9, Salmo 97:10). A carta termina com “quem tem ouvidos ouça”. Aquele que desiste, abandonado para sempre o amor,não receberá o galardão. Jesus descreve a comunhão com Deus em termos que nos lembram do jardim do Éden, e apenas aqueles que andam com o Senhor possuem a esperança de chegar à casa do Pai. A carta à igreja em Esmirna Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver: Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. Apocalipse 2:8-11 Durante o período em que Paulo ficou em Éfeso em sua terceira viagem evangelística, está escrito que todos os habitantes da Ásia ouviram o evangelho de Jesus, conforme o relato de Atos 19:10. E Pedro, o apóstolo, inclui os eleitos e forasteiros da Ásia entre os destinatários de sua primeira carta: Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, 1 Pedro 1:1 É bem possível que a igreja em Esmirna esteja incluída nessas situações, mas a primeira vez em que ela é identificada por nome ocorre no Apocalipse. Jesus começa esta carta declarando Sua eternidade. Na situação da perseguição dos cristãos em Esmirna, era especialmente importante lembrar da ressurreição de Cristo: Ele não fracassou diante da morte, mas a venceu, dando esperança aos fiéis. Jesus Cristo se compadeceu de seus servos atravessando momentos de sofrimento em Esmirna. Porém, mesmo assim, Ele não os poupou de toda a dor que haveria de vir. É interessante notar que os cristãos de Esmirna eram bastante pobres, provavelmente sofrendo discriminação por causa da fé, ou seguindo o exemplo dos macedônios alguns anos antes (2 Coríntios 8:1-9). A pobreza material, entretanto, não tem importância quando há riquezas espirituais: Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. 3 João 1:2 Assim, percebemos que a situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor que os de Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual. A blasfêmia é um aspecto do sofrimento dos cristãos de Esmirna, pois os judeus perseguiam os cristãos. Aqui há uma crítica severa aos servos de satanás, acusadores dos fiéis. Mas há também uma palavra de encorajamento, conclamando os fiéis à fidelidade até a morte. Cristo anima dos discípulos a não desistirem, apesar das tribulações. O diabo é visto como a fonte da perseguição, mas os discípulo não devem negar sua fé. O efeito da tribulação seria o de provar a fé dos cristãos, testada sob a ameaça de morte. O tempo de 10 dias sugere um tempo curto, mas completo, que tem um fim. Sabemos que estamos vivendo num tempo de angústia, e para esses tempos a palavra é esta: vale a pena servir a Deus e ostentar a bandeira da fidelidade e da graça, pois a vida vem de Deus (Jo 5:26, 14:6; 1Jo 1:1-2; 2 Tm 4:7,8).. Como em todas as cartas, Jesus chama os destinatários a ouvirem Sua mensagem. Não há coisa mais gloriosa que ouvir a palavra de Deus, a boa mensagem do evangelho. Os que permanecem fiéis diante das perseguições são chamados de vencedores. e nada neste mundo pode lhes arrancar da presença de Deus. O castigo eterno não é para os fiéis, mas para os que rumam no outro caminho. A carta à igreja em Pérgamo Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes: Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe. Apocalipse 2:12-17 A espada afiada de dois gumes representa a autoridade e o poder para julgar e castigar. É Jesus, e não o governo romano, que segura essa espada. A igreja em Pérgamo se encontrava numa situação difícil, pois de todos os lados os vizinhos de pérgamo praticavam idolatria e davam honra aos líderes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, mas tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na igreja, imbuindo a congregação com doutrinas falsas e imoralidades. Jesus, sempre vigiando para ajudar Seu povo, sabia das circunstâncias da cidade, que desde 29 a.C. foi local de um templo dedicado à idolatria oficial de Roma. Mais tarde foram construídos ainda outros templos tanto aos imperadores quanto a outros deuses. Cristo elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis a Jesus mesmo sob perseguição intensa. A fé em Cristo é a palavra de Cristo revelada aos homens: Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Judas 1:3 Quanto a Antipas, esta figura é mencionada apenas aqui. Evidentemente, este foi um mártir, talvez da própria congregação de Pérgamo. Apesar da perseverança dos cristãos de Pérgamo, entretanto, havia problemas graves ameaçando o bem estar da congregação. Eles mostraram-se tolerantes em relação à falsa doutrinas: A doutrina de Balaão (Nm 22:25 e 31:16): Na igreja em Pérgamo., algumas pessoas agiam como Balaão, incentivando o povo a ser tolerante de outras religiões, até participando da idolatria e prostituição. Sua doutrina foram como as ideias atuais de pluralismo e aceitação religiosa de sincretismo, banalizando a fé em Deus e Cristo. A doutrina dos nicolaítas: Esta doutrina não é identificada, mas o texto afirma que Jesus odiava obra deles. Infelizmente, a igreja de Pérgamo tolerava esses falsos mestres. Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizam tanto a unidade entre ao ponto de tolerar maldades dentro da igreja. Persistir nesse erro trará castigo, porque Deus não busca números, mas qualidade. A pureza da palavra é mais importante que a paz entre os homens: A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Tiago 3:17 O arrependimento exigido no versículo 16 é o de uma igreja que tolerava os falsos mestres. Os professores das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas deveriam se arrepender, ou seriam rejeitados. As bênçãos são condicionais: Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. Romanos 16:17-18 Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, evive pecando, e por si mesma está condenada Tito 3:10-11 Como em todas as cartas, Jesus chama os ouvintes a darem atenção à palavra. Além disso, há aqui a promessa de uma bênção em duas partes: 1 - O maná escondido: aqueles que recusassem qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus: Cristo. 2 - A pedrinha branca com novo nome: esta pedrinha branca sugeria uma nova direção na vida, a exemplo de Abrão, Sarai e Jacó (Isaías 62:2-4) Também pode indicar inocência de pessoas acusadas de crimes, um item dado a escravos libertados. ou um ingresso para algum evento, a saber, Apocalipse 19:6-9. A carta à igreja em Tiatira Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido: Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras. Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós; tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha. Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 2:18-29 Não temos muitas informações acerca da igreja em Tiatira. O que sabemos dessa igreja vem das referências que estão postadas no livro do Apocalipse. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e santuários religiosos a deuses pagãos. A importância das figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a autodeclarada profetiza que seduzia os discípulos e incentivava-os às práticas de idolatria e prostituição. Os olhos como chama de fogo significam a capacidade de penetração do juízo divino: ninguém consegue fugir de seu olhar que percorre toda a Terra. Seus pés são semelhantes ao bronze polido e refinado, e têm força para castigar e esmagar todos os seus inimigos. Ele afirma que conhece as obras da igreja de Tiatira. Essa é uma congregação ativa, que, em vez de esfriar, tornou-se cada vez mais atuante no serviço de Deus: a fé que agrada a Deus é acompanhada de obras (Tg 2:14-17; 1Co 15:58; Ef 2:10). O princípio fundamental da igreja de Tiatira é o amor, o imprescindível fruto do Espírito que deve ser gerado nos verdadeiros cristãos. O princípio fundamentador da vida cristã é o amor. Junto com as sua obras, os discípulos mostraram também a sua fé, pois há crentes e incrédulos, e não pode haver comunhão entre os dois, da mesmo forma que não há comunhão entre trevas e luz, entre Cristo e Belial. Mas isso não impede-nos de persuadimos essas pessoas a Cristo Jesus. O mundo jaz do maligno, e à igreja cabe o papel de lançar o salva vidas de Deus aos náufragos que vivem à margem do Evangelho. Há ainda outro elogio à igreja a Tiatira: uma alusão à sua perseverança. O bom solo produz frutos com perseverança, e esta virtude é frequentemente considerada característica fundamental do comportamento piedoso verdadeiro, principalmente em tempos de perseguição (Lc 8:15; Col 1:11; 2Tim 3:10; 2 Pe 1:6; Rm 5:3-4; Tg 1:3,4,12). Deus também traz uma palavra de aviso contra a igreja (2:20-23). É interessante notar que o verbo empregado está no futuro, indicando que a punição segue o pecado, mas que ainda há espaço para frutos dignos de arrependimento. Caso os pecadores não se arrependam de suas obras, entretanto, Deus tomará as providências cabíveis. O principal problema de Tiatira foi a atitude de tolerância em relação à falsa profetisa, uma figura repleta de maldade, luxúria e práticas idólatras. O bom seguidor de Cristo deve buscar viver neste mundo sem habitar na lama do pecado (At 15:20-29; 1Co 10:19- 22). A carta à igreja em Sardes Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 3:1-6 Quando Cristo enviou essa carta ao anjo da igreja em Sardes, contrariou a impressão popular dos discípulos ao demonstrar as falhas que haviam deixado a congregação em estado moribundo. Cristo não apenas vê nossos erros, como também controla todas as situações. Ele segura os mensageiros das igrejas na mão direita, e cada pastor é responsável pelo seu rebanho, havendo de prestar contas a Deus, que julga a todos segundo Sua sabedoria. Cristo conhece as obras de Sardes, e sabe que aquela igreja é morta, diferindo entre sua reputação e seu caráter. Ele não fala de perseguição romana, conflitos ou em falsos mestres, mas sim de uma congregação aparentemente em paz mas que foi tomada por um sentimento de indiferença e apatia. No passado, a negligência da cidade de Sardes fez com que ela caísse nas mãos de seus inimigos. Agora, a falta de vigilância da congregação de Sardes tornaram-na espiritualmente morta. Os cristãos devem sempre estar vigilantes contra o pecado (Mt 26:41, 24:42-43; 1Pe 5:8; At 20:29-3;1; Lc 12:29-39; 1Co 16:13; 1Ts 5:6; Ef 6:18; Cl 4:2). O problema de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade nas mesmas. É possível fazer coisas certas com motivos errados, e Deus vê as obras e os corações dos homens ((Jd 1:22,23; 2Cr 25:2). Assim como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja também deveria relembrar e aprender a valorizar melhor sua comunhão com Deus. Esquecer-se da Palavra de Deus e da salvação do pecado é, em si mesmo, cair no pecado. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. 2 Pedro 1:8,9 Para nos firmarmos na fé, devemos nos lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que a ceia do Senhor foi dada como celebração central das reuniões dos cristãos: quando recordamos da morte de Jesus e Seu sacrifício, firmamo-nos ainda mais em nosso caminho rumo ao Céu. O Senhor também demonstra Sua misericórdia ao preservar remanescentes fiéis no
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