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Processo Constitucional Ações Constitucionais

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2 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
Prof. Diogo Durigon 
 
SUMÁRIO 
 
1. PEÇAS PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS ........................................................................................... 3 
2. HABEAS DATA .................................................................................................................................... 6 
3. MANDADO DE INJUNÇÃO ................................................................................................................ 20 
4. HABEAS CORPUS .............................................................................................................................. 31 
5. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) E AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADINO) ................................................................................ 35 
6. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE- ADC ................................................................ 58 
7. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - ADPF ..................................... 65 
8. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................... 73 
9. AÇÃO CIVIL PÚBLICA ........................................................................................................................ 77 
10. AÇÃO POPULAR ............................................................................................................................ 87 
11. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL DE COLETIVO .............................................................. 97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
Prof. Diogo Durigon 
 
1. PEÇAS PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS 
 
1.1 Requisitos elementares de uma petição 
 
A elaboração de uma petição judicial parte de alguns elementos básicos, 
relativos a matéria e relativos à estruturação de uma peça. 
É importante termos em mente que petição significa ‘pedir’ ou ‘postular’. De tal 
preceito básico podemos concluir, assim, que a petição é destinada à alguma 
pretensão, e, assim, necessita de demonstração de um cenário fático e de 
fundamentos jurídicos para amparar essa pretensão. 
Por tais razões, toda e qualquer petição demanda, mesmo que indiretamente, a 
identificação de FATOS, FUNDAMENTOS e PEDIDO. 
Também podemos perceber que a propositura de um pedido judicial passa pela 
análise de viabilidade jurídica desse pedido, pois do contrário não há como ser 
alcançado pelo judiciário, mesmo que possível o próprio ajuizamento da ação. 
Por fim, quanto ao pedido, temos que o mesmo é imprescindível para viabilizar 
a sentença, eis que uma decisão judicial dada além ou fora do que está pedido na 
inicial/contestação redundará em nulidade por julgamento ultra ou extra petita. 
Quanto à estruturação da peça, podemos considerar 05 elementos básicos 
para toda e qualquer peça: 
 
1º DIRECIONAMENTO 
A petição deverá ser direcionada para o juiz competente para apreciação ou 
destinatário de recurso. 
 
2º PARTES / PEÇA 
As partes devem ser indicadas/qualificadas no processo, bem como a peça 
(ação, resposta, recurso, etc.), com o respectivo fundamento. 
 
 
 
 
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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
Prof. Diogo Durigon 
 
3º FATOS 
Deve ocorrer narrativa dos fatos, de acordo com o respectivo enunciado, 
fazendo o delineamento das circunstâncias do caso com o direito que está sendo 
tutelado 
 
4º FUNDAMENTOS 
Deve ser apontado, a partir dos fatos narrados, o direito tutelado e a 
fundamentação que ampara essa tutela jurídica pretendida. 
A fundamentação envolve citação de artigos e jurisprudência (súmulas), que 
amparam a pretensão, porém devem estar concatenados com a redação, pois a 
simples citação de artigo não representa resposta. 
 
5º PEDIDOS 
Os pedidos devem ser realizados de acordo com a espécie de peça 
processual, mas seguindo os elementos básicos elencados no art. 323 e 324 do CPC. 
 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens 
demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato 
ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender 
de ato que deva ser praticado pelo réu. 
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
 
Os pedidos envolvem o pedido de citação do réu, concessão de tutela de 
urgência, procedência da demanda, condenação da parte contrária em custas e 
honorários,e produção de provas. 
Especificamente quanto à inicial, esta deve atender aos requisitos do art. 319 
do CPC: 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a 
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
Prof. Diogo Durigon 
 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou 
de mediação. 
 
Além desses elementos, é necessário atender às especificidades de algumas 
peças, de modo que poderão ter alguns pedidos ou requisitos específicos, como no 
caso de uma ADIN ou Mandado de Injunção, que tem detalhes peculiares à sua 
propositura. 
Por fim, então, temos a finalização com local, data, advogado e OAB. 
Lembre-se: não identificar a peça com sinais, pois poderá ser desqualificada. 
Quando não houver algum dado, lanças ... OU XXX. 
Também é importante lembrar que apenas os dados contantes no enunciado 
poderão ser utilizados na peça, mas, ao mesmo tempo, pode-se ter a perspectiva de 
que os dados lançados no enunciado são suficientes para a realização da peça 
processual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
Prof. Diogo Durigon 
 
2. HABEAS DATA 
 
O habeas data é ação que pretende sentença mandamental, de rito especial, 
e que se destina à obter acesso, corrigir ou retirar informações de bancos de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público. A previsão de uso do habeas 
data está no art. 5º, LXXII da CF/88: 
 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
A ação de habeas data é regrada pela Lei 9.507/97, e especifica, 
também, o objeto da demanda: 
 
Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou 
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência 
judicial ou amigável. 
 
Quanto aos requisitos da inicial, aplica-se a regra geral do art. 319, 
porém acrescido das especificidades do art. 8º da Lei 9.507/97: 
 
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 
285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os 
documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na 
segunda. 
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruídacom prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez 
dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze 
dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou 
do decurso de mais de quinze dias sem decisão. 
Art. 9° Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator do 
conteúdo da petição, entregando-lhe a segunda via apresentada pelo 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm#art282
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm#art282
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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
Prof. Diogo Durigon 
 
impetrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez 
dias, preste as informações que julgar necessárias. 
De modo prático, na elaboração da peça, devemos indicar o elemento 
sobre o qual está lastreada a ação, ou seja, a petição inicial deve indicar e 
referir (como prova), a recusa ao acesso à informação, a recusa à retificação 
ou a negativa de realização do registro, conforme previsto no art. 8º acima 
citado. 
 
ATENÇÃO: Só é cabível o HABEAS DATA com a finalidade de 
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante! 
 
Dois detalhes especiais merecem ser citados quanto ao habeas data. O 
primeiro deles se refere à competência de análise, pois há disseminação da 
possibilidade de manejo em várias esferas judiciais: 
 
Constituição Federal de 1988: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas 
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do 
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e 
do próprio Supremo Tribunal Federal; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de 
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do 
próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) 
 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio 
Tribunal ou de juiz federal; 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade 
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm#art105ib
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil 
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(...) 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Quanto à competência da justiça estadual, estará definida a possibilidade 
de manejo de habeas data a partir de previsão contida na própria Constituição 
Estadual, onde constará a competência de julgamento do Tribunal Estadual e 
do juiz estadual. 
O segundo ponto refere-se às custas processuais, pois no habeas data, 
assim como em algumas ações específicas, não há recolhimento de custas, 
sendo importante destacar, no final da inicial, a isenção, com base no art. 5º, 
LXXVII da CF/88 e no art. 21 da Lei 9.507/97, respectivamente 
 
Art. 5º (...) 
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma 
da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
 
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a 
informações e retificação de dados e para anotação de justificação, bem 
como a ação de habeas data. 
 
A legitimidade ativa será daquele que tem a informação ou acesso/ajuste 
sonegado, sendo que a legitimidade passiva será da autoridade que nega o 
acesso ou ajuste pretendidos. 
Vale lembrar, por fim, que é necessária a prova da recusa da informação para 
habeas data lastreado em não permissão de acesso, conforme súmula STJ. A recusa 
poderá ser expressa ou mesmo por omissão de resposta, cabendo indicar a 
respectiva prova. 
 
SÚMULA 02 STJ: Não cabe o <<habeas data>> (C.F/88, art. 5º, LXXII, a) se 
não houver recursa de informações por parte da autoridade administrativa. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
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2.1 Construção da peça prática – Habeas Data 
Lembre-se: Você deve adaptar a peça processual ao problema apresentado pela 
banca examinadora. 
HABEAS DATA – O QUE NÃO POSSO ESQUECER 
COMPETÊNCIA: A competência é determinada conforme a autoridade que negou a 
informação ou retificação da informação. 
ENDEREÇAMENTO: A peça será endereçada conforme a autoridade que negar a 
informação ou a retificação da informação. 
LEGITIMIDADE ATIVA: Qualquer indivíduo – desde que as informações sejam 
referentes a sua pessoa. 
LEGITIMIDADE PASSIVA: Instituição pública ou órgão público. 
PEDIDOS BÁSICOS: Notificação do órgão coator para prestar as informações ou 
retificá-las; Oitiva do Ministério Público; Procedência da ação para o fim de retificação, 
complementação ou acesso a informação; Realização de audiência de mediação / 
conciliação, na forma do art. 319, VII, do CPC/15. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HABEAS DATA – MODELO EXEMPLIFICATIVO 
 
Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE... 
 
Qualificação: AUTOR..., nacionalidade..., estado civil..., união estável..., profissão..., 
portador da Cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de 
seu procurador constituído... (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., endereço 
profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., onde recebe intimações, vem, à 
presença de Vossa Excelência, impetrar o presente 
 
Ação: HABEAS DATA, com base no art. 5º, LXXII da CF/88 (especificar alínea), bem como 
no art. 7º, I ou II ou III, da Lei nº 9.507/97, em face de 
 
Qualificação: RÉU... nacionalidade..., estado civil..., união estável..., profissão..., 
portador da Cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato 
e de direito a seguir expostas: 
 
1. DOS FATOS: 
Narrar o que ocorreu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação, 
conforme problema fornecido pela FGV. 
Expor a obrigação de fornecimento de acesso ou ajuste de dados. 
 
2. DOS FUNDAMENTOS: 
Trazer a fundamentação legal da ação. 
Expor, como fundamentos, os seguintes requisitos básicos: 
1) Demonstrar a legitimidade ativa e passava para propositura do Habeas Data. 
2) Demonstrar a competência para processar e julgar o Habeas Data. 
3) Demonstrar o cabimento da ação. 
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4) Requerer o acesso ou possibilidade de retificação de dados, conforme problema 
apresentado no enunciado; 
5) Demonstrar a ausência de risco à segurança do Estado. 
6) Atender o art.8º e paragrafo único da Lei 9.507/97. 
7) A negativa ou omissão de acesso ou ajuste, com respectivo enquadramento no art. 
5º, LXXII da CF/88 e, especialmente, no art. 7º, I, II, ou III da Lei nº 9.507/97; 
 
3. DOS PEDIDOS: 
Em face do exposto, requer: 
a) O recebimento e distribuição da presente ação, determinando-se a notificação da 
Autoridade Coatora, entregando-lhe a segunda via da inicial, conforme art. 9º da Lei 
9.507/1997, a fim de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar necessária – 
pelo que apresenta em anexo cópia integral da petição inicial, atendendo a necessidade de 
apresentação em duas vias, conforme art. 8º da Le 9.507/97. 
 
b) Em atendimento ao art. 319, VII e 334, §4º, II, ambos do Código de Processo Civil, informa 
que não tem interesse na audiência de mediação ou conciliação. 
 
c) A juntada da documentação essencial que comprove o indeferimento do pedido na via 
administrativa, conforme art. 8º, parágrafo único da Lei 9.507/97 (Conforme termos do 
enunciado – cuidado para não inventar dados sob pena de identificação de peça). 
 
d) A oitiva do Ministério Público, nos termos do art. 12 da Lei 9.507/97, no prazo de 05 dias. 
 
e) A prioridade de julgamento conforme art. 19 da Lei 9.507/97. 
 
f) O julgamento do mérito, com a procedência do Habeas Data para o fim de acesso/ajuste aos 
dados solicitados com base no art. 7º e na forma do art. 13 da Lei 9.507/97, exibindo/ajustando 
os dados, notificando-o através de carta AR, conforme art. 14 da Lei 9.507/97. 
 
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g) a condenação do requerido ao pagamento das custas e honorários advocatícios, na forma 
do art. 85 do Código de Processo Civil. 
 
h) protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial pela produção de prova documental, depoimento pessoal, testemunhal, pericial e 
inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem 
necessários, sob pena de confesso, na forma do art. 319, VI, do CPC; 
 
i) Deixa de apresentar o recolhimento das custas processuais em razão do disposto no art. 21 
da Lei nº 9.507/97. 
 
Valor da causa (verificar art. 291 e 292 do CPC) R$... (alçada ou do proveito). 
 
Local..., Data .... 
Advogado.... 
OAB nº... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2 Construção do caso base 
CASO BASE: TÍCIO pretende acessar as informações acerca da pontuação 
que tem sobre sua CNH, haja vista que teve recursos de infrações de trânsito 
deferidos, mas não vislumbrou a baixa junto ao sistema de penalidades e controle de 
pontos. Realizou pedido de acesso ao rol de pontos junto ao responsável (DIRETOR 
DO DEPARTAMENTO DE DADOS DO DETRAN-RS), porém, passados mais de 25 
dias, não houve resposta ao pedido. Também realizou, de modo mais recente, pedido 
de baixa da pontuação relativa às penalidades afastadas. Neste mesmo não tendo 
acesso a informação, não conseguira identificar o cumprimento do pedido, mesmo 
passados mais de 15 dias. Diante da situação, promova a demanda adequada para 
alcançar o direito à TICIO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA 
PÚBLICA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS 
 
TICIO..., nacionalidade..., estado civil..., união estável..., profissão..., portador da 
Cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu 
procurador constituído... (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., endereço 
profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., onde recebe intimações, vem, à 
presença de Vossa Excelência, impetrar o presente 
 
HABEAS DATA, com base no art. 5º, LXXII da CF/88, bem como no art. 7º, I e II, da Lei nº 
9.507/97, em face de 
 
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE REGISTROS FUNCIONAIS DO ÓRGÃO..., SR. CAIO... 
nacionalidade..., estado civil..., união estável..., profissão..., portador da Cédula de identidade 
nº..., inscrito no CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., 
nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
1. DOS FATOS: 
Conforme se verifica na documentação em anexo, o autor buscou informações junto à 
chefia de departamento ora demanda acerca da pontuação que recai sobre o seu prontuário 
de motorista. 
Contudo, mesmo passados 25 dias do primeiro pedido e 15 dias do segundo pedido 
relativos à acesso e retificação de dados próprios junto ao órgão, não se teve qualquer 
responsa, sequer negativa do órgão ou de seu responsável. 
Diante da situação e tratando-se de direito de acesso à informação própria, mostrou-se 
necessário o ajuizamento da presente demanda. 
 
2. DOS FUNDAMENTOS: 
2.1) DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 
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O impetrante tem legitimidade ativa para propor a presente demanda tendo em vista 
que pleiteia informações sobre a pontuação incidente em sua Carteira Nacional de 
Habilitação. 
A legitimidade passiva pode ser atribuída ao chefe do departamento de dados do 
departamento estadual de trânsito do Rio Grande do Sul – DETRAN/RS (órgão de caráter 
público), visto que manteve-se inerte ao pedido de informações realizado pelo impetrante. 
 
2.2) DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 
Conforme art. 20, I, “f” da Lei 9.507/97, compete ao Juiz Estadual julgar o Habeas Data 
originalmente. 
 
2.3) DO CABIMENTO DA AÇÃO 
A propositura do Habeas Data é plenamente possível visto que foi negado ao 
impetrante o direito de acesso a uma informação relativa a sua pessoa, conforme dispõe o art. 
5º, LXXII “a” da Constituição Federal. Além disso, mister salientar que a negativo adveio de um 
órgão de caráter público. 
 
2.4) REQUERIMENTO DE ACESSO A INFORMAÇÃO 
Sobre a fundamentação jurídica, estabelece o art. 5º da Constituição Federal que é 
direito da pessoa acessar os dados e informações em banco de dados públicos ou de 
instituições, sob pena de se viabilizar o acesso através do Habeas Data. 
No presente caso, houve omissão tanto em relação ao acesso da informação, como 
também em relação à retificação dos dados buscados através do primeiro requerimento, 
conforme estabelece o art. 5º, LXXII da Constituição Federal e, especialmente, no art. 7º, I e II 
da Lei 9.507/97. 
 
2.5) AUSÊNCIA DE RISCO À SEGURANÇA DO ESTADO 
A informação requerida pelo impetrante não gera nenhum risco ao Estado, motivo pelo 
qual não há motivação para manter-se sigilosa. 
 
2.6) DA PROVA DA RECUSA DO ACESSO A INFORMAÇÃO – ART. 3º DA LEI 9.507/97 
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É necessário lembrar que, para instruir a presente demanda, são anexos os protocolos 
dos pedidos formulados, conforme previsão da Lei 9.507 e que acompanham a presente 
demanda, na forma do art. 8º, parágrafo único da Lei 9.507/97. 
 
3) DOS PEDIDOS: 
Em face do exposto, requer: 
a) O recebimento e distribuição da presente ação, determinando-se a notificação da 
Autoridade Coatora, entregando-lhe a segunda via da inicial, conforme art. 9º da Lei 
9.507/1997, a fim de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar necessária – 
pelo que apresenta em anexo cópia integral da petição inicial, atendendo a necessidade de 
apresentação em duas vias, conforme art. 8º da Le 9.507/97. 
 
b) Em atendimento ao art. 319, VII e 334, §4º, II, ambos do Código de Processo Civil, informa 
que não tem interesse na audiência de mediação ou conciliação. 
 
c) Em atendimentoao art. 8º, parágrafo único da Lei 9.507/97, informa a juntada da 
documentação essencial que comprove o indeferimento do pedido na via administrativa 
(conforme termos do enunciado – cuidado para não inventar dados sob pena de identificação 
de peça). 
 
d) A oitiva do Ministério Público, nos termos do art. 12 da Lei 9.507/97, no prazo de 05 dias. 
 
e) A prioridade de julgamento conforme art. 19 da Lei 9.507/97. 
 
f) O julgamento do mérito, com a procedência do Habeas Data para o fim de acesso/ajuste aos 
dados solicitados com base no art. 7º e na forma do art. 13 da Lei 9.507/97, exibindo/ajustando 
os dados em prazo fixado pelo juízo. 
 
g) a condenação do requerido ao pagamento das custas e honorários advocatícios, na forma 
do art. 85 do Código de Processo Civil. 
17 
 
 
 
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h) protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial pela produção de prova documental, depoimento pessoal, testemunhal, pericial e 
inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem 
necessários, sob pena de confesso, na forma do art. 319, VI, do CPC; 
 
i) Deixa de apresentar o recolhimento das custas processuais em razão do disposto no art. 21 
da Lei nº 9.507/97. 
 
Valor da causa (verificar art. 291 e 292 do CPC) R$... (alçada ou do proveito). 
 
Local..., Data .... 
Advogado.... 
OAB nº... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
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2.3 Habeas Data já foi objeto de cobrança pela FGV na 2ª Fase 
Constitucional no Exame aplicado em 2010.3. Veja como foi cobrado: 
 
ENUNCIADO DA PEÇA PROCESSUAL: 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de 
movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de 
tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para 
averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência 
vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. 
Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de 
informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias 
administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, 
que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das 
atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão 
indisponíveis para todos os cidadãos. 
Tício, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, 
advogado, que propõe apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. Na 
qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, 
observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos 
de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais da peça 
inaugural. 
 
GABARITO COMENTADO: 
O tema acesso às informações pessoais foi alçado em nível constitucional pela 
Constituição de 1988, que previu, no seu art. 5º, LXXII (conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo;). 
19 
 
 
 
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O tema foi influência das constituições europeias que surgiram na Espanha e 
em Portugal também após regimes autoritários como no Brasil, como nos informa 
José Afonso da Silva, no seu Comentário Contextual à Constituição (pág. 168). 
O acesso é pertinente a dados pessoais, não podendo ocorrer o requerimento 
para acesso de dados de terceiras pessoas. A legitimidade ativa é daquele que 
deseja o acesso aos seus próprios dados, no caso Tício e a passiva da autoridade 
coatora, no enunciado o Ministro de Estado da Defesa. 
A lei que regula o Habeas Data é a de número 9.507/97 e estabelece os 
requisitos da petição inicial, além do requisito formal, que foi preenchido no caso em 
tela, consistente no prévio requerimento administrativo. Remete os requisitos da peça 
inicial às regras do Código de Processo Civil, naquilo que não regula, como o 
requerimento de provas e a notificação da autoridade que praticou o ato. No caso em 
exame, a competência será do Superior Tribunal de Justiça (art. 20, I, b), da Lei 
9.507/97, que repete norma do art. 105, I, “b”, da Constituição Federal. Em relação 
aos itens da correção, assim ficaram divididos: 
ITEM PONTUAÇÃO 
Competência e endereçamento 0 / 0,5 / 1,0 
Legitimidade ativa e passiva 0 / 0,3 / 0,6 
Fundamentação - (I) direito à informação pessoal - (II) abuso de 
autoridade. (III) Normas constitucionais, direitos individuais. (0,3 para 
cada um) 
0 / 0,3 / 0,6 / 0,9 
Requerimento de juntada de documentos essenciais (art. 8º, parágrafo 
único, Lei 9507/97) 
0 / 0,25 / 0,5 
Valor da causa - R$ 1.000,00, para efeitos procedimentais 0 / 0,5 
Postulação - procedência do habeas data 0 / 0,25 / 0,5 
Requerimento de intervenção do Ministério Público 0 / 0,25 / 0,5 
Requerimento de notificação da autoridade coatora 0 / 0,25 / 0,5 
 
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3. MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
O mandado de injunção é ação constitucional que apenas recentemente fora 
regulamentada por lei. Sua previsão de cabimento está centrada no art. 5º LXXI da 
CF/88: 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania; 
 
Percebe-se claramente que o Mandado de injunção terá lugar quando for 
identificada a falta de norma, onde se fizer necessária a aplicação de direitos e 
liberdades constitucionais e garantias e prerrogativas relativas à nacionalidade, 
soberania e cidadania. 
A regulamentação do MI fora realizada através da Lei nº 13.300/16, tendo, 
como elementos essenciais da propositura, os mesmos requisitos do art. 319 do CPC, 
conforme art. 4º da lei especial. 
Quanto a legitimidade ativa, qualquer pessoa atingida pela falta da 
regulamentação de forma, e que esteja lhe sonegando o acesso à liberdades e 
prerrogativas citadas no art. 5º, LXXI, da CF, poderá manejar o Mandado de Injunção. 
Quanto à legitimidade passiva, cabe esta àquele órgão ou poder que tem a 
atribuição para edição da norma regulamentadora, conforme art. 3º da Lei 13.300/16. 
O destaque especial para essa ação é relativo ao pedido, o qual se destina à 
obter, do demandado, a sua constituição em mora quanto à edição de norma 
regulamentadora. 
Mais do que isso: a Lei Federal nº 13.300/16 permite ao órgão julgador 
estabelecer a garantia ou prerrogativa que está sendo sonegada ao autor, e até 
modular a decisão para aplicação em novas situações (até que a mora legislativa seja 
solvida), conforme preconiza o art. 8º da Lei: 
 
Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção 
para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da 
norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das 
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições 
21 
 
 
 
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em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, 
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I 
do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em 
mandado de injunção anterior, ao prazoestabelecido para a edição da norma. 
 
Alguns detalhes especiais acerca do mandado de injunção: 
Primeiro: os efeitos da ação e da norma regulamentadora serão ex nunc, de 
modo que apenas vinculará novas situações, ressalvado o buscado e deferido em 
ações judiciais específicas: 
 
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex 
nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo 
se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. 
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma 
regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será 
extinto sem resolução de mérito. 
 
Segundo: será possível a interposição de mandado de injunção coletivo, 
quando tratar-se de pretensão relativa à defesa relevante da ordem jurídica, 
liberdades e prerrogativas, exercício de direitos, etc., porém atendendo-se de modo 
pontual à capacidade postulatória relativa, de acordo com a respectiva entidade, 
conforme art. 12 da Lei 13.300/16: 
 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: 
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente 
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos 
interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para 
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus 
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; 
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o 
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de 
parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde 
que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial; 
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente 
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos 
individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 
5o da Constituição Federal. 
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por 
mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma 
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou 
categoria. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5lxxiv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5lxxiv
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Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada 
limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou 
da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 
1o e 2o do art. 9o. 
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência 
em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão 
o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo 
de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva. 
 
Ainda quanto ao mandado de injunção coletivo, aplicar-se-ão as demais regras 
para o mandado de segurança coletivo (Lei 12.016/2009), conforme art. 14 da Lei 
13.300/16. 
Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do 
mandado de segurança, disciplinado pela Lei no 12.016, de 7 de agosto de 
2009, e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei no 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973, e pela Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, observado o 
disposto em seus arts. 1.045 e 1.046. 
 
Quanto à estrutura da peça processual, não há maiores especificações, 
ressalvado o disposto no já citado art. 4º da Lei 13.300/16. 
Um bom exemplo de uso do Mandado de Injunção redundou na edição da 
Súmula Vinculante nº 33, a qual estabeleceu, a partir do MI, que aplicar-se-ia as 
normas do regime geral de previdência, quanto aos servidores, até que fosse editada 
lei complementar específica: 
 
SÚMULA VINCULANTE Nº 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, 
as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que 
trata o art. 40, 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição da Lei complementar 
específica. 
 
3.1 Construção da peça prática – Mandado de injunção 
 
LEMBRE-SE: Você deve adaptar a peça ao problema apresentado pela banca 
examinadora. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12016.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12016.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
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MANDADO DE INJUNÇÃO – O QUE NÃO POSSO ESQUECER 
COMPETÊNCIA: Depende do tipo da omissão (atenção para os art. 102 e 105 da 
C.F/88) 
ENDEREÇAMENTO: Depende do ato. 
LEGITIMIDADE ATIVA INDIVIDUAL: Qualquer indivíduo que tenha o exercício de 
direitos e liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania inviabilizado por ausência de norma regulamentadora. 
LEGITIMIDADE ATIVA COLETIVA: Ministério Público, Partido Político, Organização 
Sindical e Defensoria Pública. 
LEGITIMIDADE PASSIVA: Aquele que tinha o dever de editar as normas 
regulamentadoras. 
FUNDAMENTAÇÃO: Demonstrar a inviabilidade do direito em razão da ausência da 
norma regulamentadora. 
PEDIDOS: Intimação do impetrado para prestar informações; intimação do Ministério 
Público; Fixação das condições para o exercício do direito inviabilizado; determinação 
da fixação do prazo para promover a edição legislativa; Manifestação sobre a 
audiência de mediação ou conciliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MANDADO DE INJUNÇÃO – MODELO EXEMPLIFICATIVO 
Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - 
STF 
Qualificação: TICIO..., nacionalidade..., estado civil..., união estável..., profissão..., 
portador da Cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de 
seu procurador constituído... (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., endereço 
profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., onde recebe intimações, vem, à 
presença de Vossa Excelência, impetrar o presente 
 
Ação: MANDADO DE INJUNÇÃO, com fundamento no art. 2º da Lei 13.300/2016, bem 
como no art. 5º, LXXI e art. 102, I, “q”, ambos da Constituição Federal de 1988, em face de 
 
Qualificação: CONGRESSO NACIONAL, com endereço na Rua..., nº..., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., nos termos que seguem: 
 
1. DOS FATOS 
Narrar o que ocorreu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação, 
conforme problema fornecido pela FGV, fazendo complemento acerca da omissão legislativa. 
 
2. DOS FUNDAMENTOS 
Trazer a fundamentação legal da ação. 
 
2.1 LEGITIMIDADE 
Demonstrar a legitimidade das partes. 
 
2.2 CABIMENTO 
Demonstrar o cabimento do Mandado de Injunção. 
 
2.3 FUNFAMENTOS SOBRE A MORA LEGISLATIVA 
a) A existência de direito/liberdade essencial sonegados; 
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b) A inexistência de norma regulamentadora e a falta de aplicação do direito/garantia 
em razão dessa lacuna legislativa; 
c) A demonstração de atribuição da demanda quanto à obrigação de suprir a lacuna; 
d) A necessidade de determinação de garantia do direito sonegado em liminar ou no 
final da demanda, conforme o caso. 
 
3. DOS PEDIDOSa) O recebimento e distribuição da presente demanda, determinando-se a citação do 
impetrado para prestar informações no prazo legal; 
b) Em atendimento ao art. 319, VII, do CPC, informa o desinteresse na realização da audiência 
de conciliação ou mediação, nos termos do art. 334, §4º, II, do CPC; 
c) A procedência da demanda para o fim de estabelecer a mora legislativa, fixando prazo para 
edição desta normal na forma do art. 8º, I, da Lei 13.300/16 para saneamento da omissão com 
edição de norma regulamentadora; 
c) A preservação do direito pleiteado pelo Autor, na forma do art. 8º, II da Lei 13.300/16; 
d) A condenação do requerido ao pagamento das custas processuais e honorários 
advocatícios, na forma do art. 85 do CPC. 
e) Intimação do Ministério Público, no prazo de 10 dias, nos termos do art. 7º da Lei nº 
13.300/16. 
f) protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial pela produção de prova documental, depoimento pessoal, testemunhal, pericial e 
inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem 
necessários, sob pena de confesso, na forma do art. 319, VI, do CPC. 
g) Deixa de recolher as custas processuais em face de previsão legal. 
 
Valor da causa: (verificar art. 292, CPC) R$ ... (alçada ou proveito). 
 
Local..., Data... 
Advogado... 
OAB nº... 
 
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3.2 Mandado de injunção coletivo já foi objeto de cobrança pela FGV 
na 2ª Fase Constitucional no XXIV Exame – Veja como a peça foi 
cobrada: 
 
ENUNCIADO: Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que 
integravam o mesmo segmento profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, 
legalmente constituído e em funcionamento há vinte anos, que representava os 
interesses da categoria, em assembleia geral convocada especialmente para 
deliberar a respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados. 
Ao fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que causaria grande 
prejuízo à população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças da capital 
do Estado Alfa, com o objetivo de debater publicamente os interesses da categoria de 
forma organizada e ordeira, e ainda fariam passeatas semanais pelas principais ruas 
da capital. Em situações dessa natureza, a lei dispõe que seria necessária a prévia 
comunicação ao comandante da Polícia Militar. 
No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas 
semanais, que teriam início em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em decisão 
formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu indeferi-los, sob o argumento de 
que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a tranquilidade das pessoas, os 
quais são protegidos pela ordem jurídica. 
Inconformado com a decisão do comandante da Polícia Militar, o Sindicato W 
procurou um advogado e solicitou o manejo da ação judicial cabível, que dispensasse 
instrução probatória, considerando a farta prova documental existente, para que os 
trabalhadores pudessem cumprir o que foi deliberado na assembleia da categoria, no 
prazo inicialmente fixado, sob pena de esvaziamento da força do movimento. (Valor: 
5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
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GABARITO COMENTADO: 
A peça adequada nesta situação é a petição inicial de Mandado de Segurança 
Coletivo. A petição deve ser endereçada ao Juízo Cível da Comarca X ou ao Juízo de 
Fazenda Pública da Comarca X, já que os dados constantes do enunciado não 
permitem identificar a organização judiciária do local. 
O examinando deve indicar, na qualificação das partes, o Sindicato W, 
impetrante e, como autoridade coatora, o comandante da Polícia Militar. 
A legitimidade ativa do Sindicato W decorre do fato de ser uma organização 
sindical legalmente constituída e em funcionalmente há mais de um ano, estando em 
defesa de direitos líquidos e certos de parte dos trabalhadores da categoria, conforme 
é da essência dos sindicatos profissionais, tal qual autorizado pelo Art. 21 da Lei nº 
12.016/09 ou pelo Art. 5º, inciso LXX, alínea b, da CRFB/88. A legitimidade passiva do 
comandante da Polícia Militar decorre do fato de ter exarado decisão impedindo a 
realização das reuniões e das passeatas, o que violaria direito líquido e certo dos 
trabalhadores sindicalizados, daí a incidência do Art. 1º da Lei nº 12.016/12. 
O examinando deve esclarecer que a Constituição da República ampara os 
direitos fundamentais à livre manifestação do pensamento (Art. 5º, inciso IV), à 
liberdade de expressão (Art. 5º, inciso IX) e à reunião pacífica (Art. 5º, inciso XVI). 
Neste último caso, a comunicação ao Comandante da Polícia Militar visava apenas a 
evitar a frustração de reunião anteriormente convocada para o mesmo local. 
Como a reunião independe de autorização, o indeferimento violou direito 
líquido e certo de parte dos associados do Sindicato W. Como estamos perante 
direitos coletivos, é cabível a impetração do mandado de segurança coletivo, nos 
termos do Art. 21, parágrafo único, da Lei nº 12.016/12, sendo certo que há prova pré-
constituída, consistente na decisão publicada no diário oficial. 
O examinando deve sustentar que, além do fundamento relevante do direito 
dos trabalhadores sindicalizados, há o risco de ineficácia da medida final se a liminar 
não for deferida, tendo em vista a urgência da situação, já que as reuniões nas praças 
e as passeatas começariam em poucos dias, de modo que o seu adiamento 
esvaziaria a força do movimento. 
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A peça deve conter os pedidos de (I) concessão da medida liminar, para que a 
autoridade coatora se abstenha de adotar qualquer medida que impeça a realização 
das reuniões e das passeatas; e, ao final, (II) procedência do pedido, com 
confirmação da concessão da ordem, atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar. 
O examinando ainda deve se qualificar como advogado e atribuir valor à causa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento: a petição deve ser endereçada ao Juízo Cível OU ao 
Juízo de Fazenda Pública da Comarca X OU da Capital do Estado Alfa 
(0,10). 
0,00/0,10 
Partes: Impetrante: Sindicato W (0,10). 0,00/0,10 
Autoridade coatora: comandante da Polícia Militar (0,10) 0,00/0,10 
Pessoa jurídica interessada (art. 7º, II, da Lei nº 12.016/09): Estado Alfa 
(0,10). 
0,00/0,10 
Legitimidade ativa do Sindicato W: organização sindical legalmente 
constituída e em funcionalmente há mais de um ano (0,10), estando 
em defesa de direitos líquidos e certos de parte dos trabalhadores da 
categoria (0,10), tal qual autorizado pelo Art. 21 da Lei nº 12.016/2009 
OU Art. 5º, inciso LXX, alínea b, da CRFB/88 (0,10). 
 
0,00/0,10/0,20/0,30 
Legitimidade passiva do comandante da Polícia Militar: exarou 
decisão impedindo a realização das reuniões e das passeatas (0,10). 
0,00/0,10 
Fundamentos de mérito: 
1 - Os trabalhadores têm o direito fundamental à livre manifestação 
do pensamento (0,50), conforme Art. 5º, inciso IV, da CRFB/88) (0,10) 
0,00/0,50/0,60 
2 - Os trabalhadores têm o direito fundamental à liberdade de 
expressão (0,50), conforme Art. 5º, inciso IX, da CRFB/88 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
3 - Os trabalhadores têm o direito fundamental à reunião pacífica 
(0,50), conforme Art. 5º, inciso XVI, da CRFB/88 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
4 – A comunicação ao comandante da Polícia Militar visava apenas a 
evitar a frustração de reunião anteriormente convocadapara o mesmo 
local, o que não era o caso (0,20). Como a reunião independe de 
autorização, o indeferimento violou os direitos de parte dos 
associados do Sindicato W OU o direito líquido e certo (0,20), sendo 
cabível a medida nos termos do Art. 1º da Lei nº 12.016/09 (0,10) 
0,00/0,20/0,30/0,40/0,50 
5 - Na medida em que estamos perante direitos coletivos (0,50), é 
cabível a impetração de Mandado de Segurança Coletivo, nos termos 
do Art. 21, parágrafo único, da Lei nº 12.016/09 (0,10). 
0,00/0,50/0,60 
6 - Há prova pré-constituída, consistente na decisão proferida pela 
autoridade coatora e formalmente comunicada ao Sindicato W (0,30). 
0,00/0,30 
Fundamentos da liminar: 
1 - A relevância da argumentação está expressa nos fundamentos de 
mérito (violação a direitos fundamentais) (0,20). 
0,00/0,20 
2 - Há o risco de ineficácia da medida final se a liminar não for 
deferida, tendo em vista a urgência da situação, já que as reuniões nas 
praças e as passeatas começariam em poucos dias (0,20). 
 
0,00/0,20 
30 
 
 
 
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Pedidos: 
1 - Concessão da medida liminar, para que a autoridade coatora se 
abstenha de adotar qualquer medida que impeça a realização das 
reuniões e das passeatas (0,20). 
 
0,00/0,20 
2 - Ao final, procedência do pedido, com confirmação da concessão da 
ordem, atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar (0,20). 
0,00/0,20 
Valor da causa (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento: local, data, assinatura, OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. HABEAS CORPUS 
 
O habeas corpus corresponde à ação constitucional direcionada à proteção da 
liberdade. Tanto que o art. 5º da CF/88 preconiza seu uso exclusivo para tais 
situações: 
Art. 5º (...) 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 
É interessante destacar que o direito tutelado, aqui, é a liberdade de locomoção 
quanto atingido por ilegalidade ou por abuso de poder. 
Por ilegalidade tem-se qualquer situação que venha a impedir a locomoção, 
assim como por abuso de poder envolve especialmente aquelas hipóteses previstas 
na Lei 4.898 no art. 3º. 
No direito civil a aplicação do habeas corpus é restrita, tendo atuação 
proeminente na prisão ilegal nas execuções alimentares (eis que inexistentes outras 
formas de prisão civil sob o albergue da CF/88). 
Os requisitos previstos para o habeas Corpus atendem às mesmas 
prerrogativas do HC penal. Assim, a competência de análise refere-se à autoridade 
em grau superior àquela de onde emanado o ato de ilegalidade, podendo ser 
proposto pelo advogado independentemente de procuração. 
4.1 Construção da peça prática – Habeas Corpus 
 
Lembre-se: Você deve adaptar a peça processual ao problema apresentado pela 
banca examinadora. 
 
 
 
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MODELO EXEMPLIFICATIVO DE HABEAS CORPUS 
 
Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
DO ESTADO DE... 
 
Qualificação: TICIO..., nacionalidade..., estado civil..., união estável..., profissão..., 
portador da Cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de 
seu procurador constituído... (procuração em anexo), OAB..., endereço eletrônico..., endereço 
profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., onde recebe intimações, vem, à 
presença de Vossa Excelência, impetrar o presente 
 
Ação: HABEAS CORPUS, com fundamento no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal de 
1988, com pedido de apreciação urgente (LIMINAR), em face da autoridade coatora 
 
Qualificação: JUIZ DE VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE..., juiz titular do processo 
nº..., cidade..., nos termos que seguem: 
 
1. DOS FATOS: 
Narrar o que ocorreu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação, 
conforme problema fornecido pela FGV. Discorrer sobre a coação e a prisão irregular, além de 
histórico da ação/processo originário. 
 
2. DOS FUNDAMENTOS: 
2.1 LEGITIMIDADE 
Demonstrar a legitimidade ativa e passiva das partes. 
 
2.2 CABIMENTO 
Demonstrar que o habeas corpus é a medida adequada para o caso apresentado no 
enunciado. 
 
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2.3 DA LIBERDADE: 
Demonstrar que o paciente tem direito a liberdade, na forma do art. 5º, caput, da CF. 
Mencionar o art. 5º, LVII, da CF. 
 
2.4 DA OFENSA A LIBERDADE 
Trazer como fundamentos o descumprimento do art. 5º e da hipótese ofendida quanto 
à irregularidade. 
 
2.5 DA MEDIDA LIMINAR 
Demonstrar o periculum in mora e fumus boni juris. 
 
3. DOS PEDIDOS: 
Em face do exposto, requer: 
a) O recebimento e distribuição da presente demanda, determinando a sua tramitação em 
regime de urgência; 
 
b) A concessão da medida liminar para conceder a ordem de habeas corpus (preventivo) face à 
ilegalidade e ofensa ao art. ___, bem como art. 5º, LXVIII da CF/88, com a expedição do alvará 
de soltura/salvo conduto (conforme enunciado). 
 
c) Em atendimento ao art. 319, VII, do CPC, informa o desinteresse na realização da audiência 
de conciliação ou mediação, nos termos do art. 334, §4º, II, do CPC; 
 
d) Vista ao Ministério Público, como fiscal da lei. 
 
c) A confirmação em sentença da liminar concedida, garantindo-se a liberdade do paciente. 
 
d) protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial pela produção de prova documental, depoimento pessoal, testemunhal, pericial e 
inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem 
necessários, sob pena de confesso, na forma do art. 319, VI, do CPC; 
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e) Deixa de apresentar comprovante de recolhimento de custas, face a gratuidade da 
demanda, consoante previsão do art. 5º, LXXVII da C.F/88. 
 
Valor da causa: R$ ... (art. 291 e 292, CPC) (alçada ou proveito). 
 
Local...Data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
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5. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) E AÇÃO DIRETA 
DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADINO) 
 
A ADIN tem por escopo realizar, através do chamado controle concentrado de 
constitucionalidade, o controle de adequação de determinada norma (dispositivo ou 
mesmo estatuto integral) para com a Constituição Federal. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou 
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
 
Trata-se de remédio constitucional destinado ao controle concentrado e 
abstrato de constitucionalidade, tendo por foco o questionamento em tese de normas, 
sendo instrumento de controle posterior à promulgação da norma. 
São legitimados aqueles previstos na CF e nas constituições Estaduais. A 
legitimação, contudo, guarda relação com o objeto (pertinência temática) em alguns 
casos – ver art. 103 da CF/88. 
 
Legitimidade: condição proponente 
Capacidade postulatória: condição de signatário do pedido 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
I - o Presidenteda República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm
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Entidade de classe: legitimação limitada; 
Outro legitimado: legitimação plena; 
Outros legitimados: capacidade postulatória especial; 
Entidades de classe: apenas aquelas previstas no art. 535 da CLT. 
 
Relativamente ao objeto, conforme art. 102, I, a, os atos que podem ser 
impugnados por ADIN são ATOS NORMATIVOS FEDERAIS OU ESTADUAIS ou 
seja, TODOS OS ATOS PRIMÁRIOS DA UNIÃO OU DOS ESTADOS. Ideia essa 
refletida nas constituições estaduais, sob análise, porém, de normas estaduais e 
municipais. 
 
Podem ser questionados por ADIN 
a) Disposições da própria constituição (emendas constitucionais); 
b) Leis de todas as formas e conteúdo (Leis, medidas provisórias, etc). 
 
O controle terá como objeto e objetivo a constituição vigente, analisando 
determinada norma ou dispositivo em relação à CF em vigor. 
 
ATENÇÃO: Se ocorrer revogação da norma: perda do objeto da demanda. 
 
5.1 Requisitos da inicial – Lei 9.868/99 
Deverão ser atendidos os requisitos previstos no 319 do CPC, mas atendendo 
às especificações do art. 3º da Lei 9.868/99: 
 
Art. 3o A petição indicará: 
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos 
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações; 
II - o pedido, com suas especificações. 
 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de 
procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, 
devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos 
documentos necessários para comprovar a impugnação. 
 
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Após o ajuizamento, não será possível a desistência, conforme estabelece o 
art. 5º da Lei 9.868/99. 
Também não será admitida a intervenção de terceiros, exceto quanto à figura 
do amicus curiae, conforme art. 7º, §2º da Lei 9.868/99: 
 
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade 
dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo 
fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades 
 
Com a distribuição da ação, o julgador determinará a intimação do órgão/ente 
do qual emanara a norma, bem como a procuradoria jurídica do mesmo para 
manifestação (prestar informações). 
Sendo relevante o direito alegado, e havendo risco, é possível a concessão de 
tutela de urgência para suspender a vigência da lei. A tutela cautelar terá efeitos EX 
NUNC, via de regra, conforme art. 11: 
 
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com 
efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia 
retroativa. 
 
Importante destacar que na peça prático profissional do XVII Exame da OAB – 
área Constitucional – a banca examinadora cobrou que o examinando, no pedido da 
concessão de medida cautelar, demonstrasse a existência do fumus boni iuris 
(fumaça do bom direito) e periculum in mora (perigo na demora). Ainda, foi objeto de 
pontuação no fundamento do pedido de cautelar, o requerimento de deferimento da 
medida com a suspensão da eficácia da lei até o julgamento definitivo da ação direta 
de inconstitucionalidade. 
A decisão será tomada, para procedência, com presença de pelo menos 8 
ministros, votos favoráveis de pelo menos 6 ministros, e cuja decisão é irrecorrível: 
 
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação 
declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos 
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. 
 
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A sentença final terá efeitos EX TUNC – salvo deliberação diversa (o que é 
possível a partir de modulação realizada pelo próprio plenário): 
 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo 
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, 
poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus 
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha 
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a 
ser fixado. 
 
 
5.2 A ação direta de inconstitucionalidade já foi objeto de cobrança pela FGV no 
XVII Exame – Constitucional. Veja como a peça foi exigida pela FGV: 
 
ENUNCIADO 
O Partido Político "Z", que possui apenas três representantes na Câmara dos 
Deputados, por entender presente a violação de regras da CRFB, o procura para que, 
na qualidade de advogado especialista em Direito Constitucional, se posicione sobre 
a possibilidade de ser obtida alguma medida judicial em face da Lei Estadual "Y", de 
janeiro de 2015, que contém 3 (três) artigos. 
De acordo com a exposição de motivos do projeto que culminou na Lei 
Estadual “Y”, o seu objetivo é criar, no âmbito estadual, ambiente propício às 
discussões políticas de âmbito nacional, e, para alcançar esse objetivo, estabelece, 
em sua parte dispositiva, novas regras eleitorais, sendo estabelecidas, em seu artigo 
1º, regras temporais sobre a criação de partidos políticos; em seu artigo 2º fica 
retirada a autorização para que partidos políticos com menos de cinco Deputados 
Federais possam ter acesso gratuito ao rádio e à televisão na circunscrição do 
Estado; e, por fim, em seu artigo 3º fica estabelecida a vigência imediata da referida 
legislação. 
Elabore a peça adequada, considerando a narrativa acima. (Valor: 5,00) 
 
GABARITO COMENTADO 
O examinando deverá elaborar uma petição inicial de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (Lei nº 9868/1999). 
A petição deve ser direcionada ao Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
39 
 
 
 
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A ação deve ser ajuizada pelo Partido Político “Z”, representado pelo 
presidente de sua Comissão Executiva Nacional. 
A legitimidade ativa decorre do fato de o Partido Político “Z” possuir 
representação no Congresso Nacional. 
O examinando deverá argumentar que a Lei Estadual “Y” afronta o disposto no 
Art. 22, I e IV, da Constituição da República Federativa do Brasil [Art. 22. Compete 
privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (...) IV - águas, 
energia, 
informática, telecomunicações e radiodifusão; (grifos)]. 
Em relação à inconstitucionalidade material, o examinando deverá demonstrar 
a afronta ao princípio da proporcionalidade ou razoabilidade, como também ao Art. 1º, 
V (pluralismo político) e ao Art. 17, caput e § 3º, da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 [(Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporaçãoe 
extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime 
democrático, o pluripartidarismo, (...) § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos 
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei (grifos)]. 
Deve ser pedida a medida cautelar, de modo a suspender a eficácia da Lei até 
que seja definitivamente julgada a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade. O 
examinando deve demonstrar que a tutela jurisdicional cautelar se faz necessária, 
pois estão suficientemente demonstrados os requisitos do fumus boni iuris, pela 
clareza dos vícios de inconstitucionalidade apontados, e do periculum in mora, isso 
em razão do constrangimento decorrente do impedimento ao exercício de atividade 
lícita e constitucional dos partidos políticos. 
Deve ser formulado o pedido de declaração de inconstitucionalidade da Lei 
Estadual “Y”. 
Devem ser solicitadas informações ao Governador e à Assembleia Legislativa 
do Estado, órgãos responsáveis pela edição do ato normativo e ouvidos o Advogado 
Geral da União e o Procurador Geral da República. A petição deve ser datada e 
assinada pelo advogado. 
 
 
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DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
Petição endereçada ao Presidente do Supremo Tribunal Federal (0,10) 0,00 / 0,10 
Individualização do autor (0,10) e indicação da ação que é proposta (0,10) 0,00 / 0,10 / 0,20 
I – Da Legitimidade Ativa do Autor 
O examinando deverá argumentar que a exigência para a legitimação 
ativa para a ação estão presentes, ou seja, representação no Congresso 
Nacional, (0,20) segundo o Art. 103, VIII, da Constituição da República 
Federativa do Brasil 1988 e do Art. 2º, VIII da Lei nº 9.868 de 1999 (0,10). 
 
0,00 / 0,20 / 0,30 
II – Da inconstitucionalidade da Lei Estadual "Y" 
IIA) O examinando deverá argumentar que a Lei Estadual “Y” padece de 
inconstitucionalidade formal (0,50) por afrontar o Art. 22, I e IV, da 
Constituição da República Federativa do Brasil (0,10) porque compete 
privativamente à União legislar, entre outros, sobre: direito eleitoral e 
sobre telecomunicações e radiodifusão; (0,60) 
 
0,00 / 0,50 / 0,60 / 1,10 / 
1,20 
IIB) Em relação à inconstitucionalidade material, o examinando deverá 
demonstrar a afronta ao princípio da proporcionalidade ou razoabilidade, 
(0,60) como também ao pluripartidarismo (0,50) (Art. 1º, V, da CFRB) 
(0,10) e ao direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, (0,50) na 
forma do Art. 17, caput, e § 3º (0,10). 
 
0,00 / 0,60 / 1,10 / 1,20 / 
1,60 / 1,70 / 1,80 
III- Da Medida Cautelar 
O examinando deverá demonstrar que é incontroverso que a tutela 
jurisdicional cautelar se faz necessária, pois estão suficientemente 
demonstrados os requisitos do fumus boni iuris, pela clareza dos vícios de 
inconstitucionalidade apontados (0,20), e do periculum in mora, isso em 
razão do constrangimento ao exercício de atividade lícita e constitucional 
pelos partidos políticos (0,20). 
O examinando deverá requerer o deferimento da medida, suspendendo a 
eficácia da Lei até que seja definitivamente julgada a presente Ação 
Direta de Inconstitucionalidade (0,20). 
 
 
0,00 / 0,20 / 0,40 / 0,60 
IV – Do Pedido 
O examinando deve requerer a declaração de inconstitucionalidade da Lei 
Estadual “Y” (0,30), bem como que sejam solicitadas informações ao 
Governo (0,10) e à Assembleia Legislativa do Estado (0,10), e ouvidos o 
Advogado Geral da União (0,10) e o Procurador-Geral da República (0,10), 
0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 / 
0,40 / 0,50 / 0,60 / 0,70 
Data, assinatura e OAB – (0,10). 0,00 / 0,10 
 
 
 
 
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5.3 Construção da peça prática – Ação direta de inconstitucionalidade 
 
Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL – STF (art. 102, I, “a’, C.F) 
 
Qualificação autor: CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, 
entidade representativa de classe, inscrita no CNPJ nº..., endereço eletrônico..., com endereço 
na Rua..., nº..., Bairro..., Brasília – DF, neste ato por seu presidente Sr...., nacionalidade..., 
estado civil..., união estável..., profissão..., portador da Cédula de identidade nº..., inscrito no 
CPF sob nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., vem, perante Vossa Excelência, propor a presente 
 
Ação: AÇÃO DIRETA DE INSCONSTITUCIONALIDADE, com base no art. 22, I e IV da 
Constituição Federal e art. 2º, VII da Lei 9.868/99, cumulada com pedido de MEDIDA 
CAUTELAR, com base no art. 10 e 11 da Lei 9.868/99, em face de 
 
Qualificação réu: NOME DO DEMANDADO..., pessoa jurídica de direito público, 
inscrito no CNPJ nº..., endereço eletrônico..., com endereço na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade 
de...., representado por seu Prefeito Municipal..., nacionalidade..., estado civil..., união 
estável..., profissão..., portador da Cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., com 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., 
CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
1. DOS FATOS: 
Narrar o que ocorreu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação, 
conforme problema fornecido pela FGV. Fazer complemento acerca da norma ou ato municipal 
que afronta dispositivos da Constituição Federal. 
 
2. DOS FUNDAMENTOS: 
a) O dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido 
em relação a cada uma das impugnações; 
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b) Demonstrar a inconstitucionalidade do ato pelo enfrentamento da norma em relação à 
Constituição Federal. 
 
c) Demonstrar a competência, cabimento e legitimidade das partes. 
 
3. DA CONCESSÃO DE MEDIDA CAUTELAR: 
Expor os fundamentos e justificativas à concessão da medida cautelar, conforme art. 
10 e 11 da lei 9.868/99. 
Justificar a necessidade de suspensão da vigência da norma. 
Demonstrar a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora. 
 
4. DOS PEDIDOS: 
Em face do exposto, requer: 
a) O recebimento e distribuição da demanda, bem como a notificação dos responsáveis 
pela edição da normal para que apresentem informações no prazo de 30 dias, conforme 
previsão do art. 6º, caput e parágrafo único da Lei 9.868/99. 
 
b) a citação do demandado para apresentação informações no prazo legal. 
 
c) a concessão de medida cautelar para o fim de suspender a vigência da norma questionada 
até a decisão final de mérito, conforme art. 10 e 11 da Lei 9.868/99; 
 
d) Seja determinada a intimação do Advogado Geral da União nos moldes do art. 10, §1º e art. 
8º da Lei 9.868/99 para que se manifeste; 
 
e) A intimação do Procurador Geral nos moldes do art. 10, , §1º e art. 8º da Lei 9.868/99 para 
que se manifeste; 
 
f) Protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial pela produção de prova documental, depoimento pessoal, testemunhal, pericial e 
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inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem 
necessários, sob pena de confesso, na forma do art. 319, VI, do CPC; 
 
g) Em atenção ao art. 3º, parágrafo único, da Lei 9.868/99 informa que a petição inicial foi 
apresentada em duas vias, com cópias da Lei impugnada e documentos necessários para 
comprovar sua impugnação (conforme enunciado). 
 
h) a procedência da demanda para o fim de reconhecer a inconstitucionalidade do art. XXX da 
Lei XXX, tornando definitiva a medida cautelar concedida, nos termos do art. 23 da Lei 
9.868/99; 
 
i) Requer a juntada de cópia dos documentos que comprovam a impugnação do ato, a 
procuração, nos termosdo art. 3º da Lei 9.968/99. 
 
Valor da causa (art. 292 do CPC) R$... 
 
Local..., Data .... 
Advogado .... 
OAB nº ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
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5.4 Ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
A ADIN por omissão busca o reconhecimento de inconstitucionalidade por 
omissão legislativa ou de ato normativo. Também é regrada pela lei 9868/99, 
seguindo requisitos e elementos semelhantes aos dispostos para a ADIN. 
A inicial, requer: 
 
Art. 12-B. A petição indicará: (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever 
constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole 
administrativa; (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
II - o pedido, com suas especificações. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de 
procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo 
conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação 
de omissão. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
 
 
É importante destacar que a ADIN por omissão tem por foco: 
a) Omissão legislativa; 
b) Omissão de providência de índole administrativa; 
c) Dever de regulamentação 
d) Omissão de atos ou medidas administrativas 
 
Quanto à possibilidade de concessão de medida cautelar, a mesma é possível 
através da suspensão de vigência de lei ou ato até saneamento da omissão. Não 
esquecer de indicar o fumus boni iuris e o periculum in mora! 
A sentença, por seu turno, determinará ação legislativa para sanear a 
inconstitucionalidade, sob pena não vigência da norma impugnada: 
 
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância 
do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção 
das providências necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
 
Um exemplo de seu uso fora em relação ao direito de greve dos servidores 
públicos, de modo que o STF, pela omissão, aplicou as regras da lei relativa à greve 
de trabalhadores privados aos públicos até o saneamento da omissão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12063.htm
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Lembrar que as ADINs e ADINs por omissão, quanto à normas municipais, são 
analisadas/enfrentadas em relação a normas constitucionais estaduais, as quais tem 
por situação corriqueira replicar a aplicação da Constituição Federal como norma 
intrínseca a essas constituições estaduais. 
 
SÚMULA 642 DO STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de Lei 
do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa municipal. 
 
5.5 Ação direta de inconstitucionalidade por omissão já foi objeto de cobrança 
no XIX Exame – Constitucional. Veja como a FGV exigiu a peça: 
 
ENUNCIADO: 
Determinado partido político, que possui dois deputados federais e dois 
senadores em seus quadros, preocupado com a efetiva regulamentação das normas 
constitucionais, com a morosidade do Congresso Nacional e com a adequada 
proteção à saúde do trabalhador, pretende ajuizar, em nome do partido, a medida 
judicial objetiva apropriada, visando à regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
O partido informa, por fim, que não se pode compactuar com desrespeito à 
Constituição da República por mais de 28 anos. 
Considerando a narrativa acima descrita, elabore a peça processual judicial 
objetiva adequada. (Valor : 5,00) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
GABARITO COMENTADO: 
Peça processual: Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão, a qual 
terá por objeto declarar a omissão na regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da 
CRFB/88. O candidato deverá elaborar uma petição dessa natureza, visto o comando 
da questão solicitar a peça processual objetiva adequada. 
Competência: Supremo Tribunal Federal, segundo o Art. 102 , inciso I, a, da 
CRFB/88. 
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Legitimidade ativa: Partido Político. Os legitimados à propositura da ADO 
estão arrolados no Art. 103, incisos I a IX, da Constituição Federal, conforme dispõem 
o Art. 2º e o Art. 12-A, ambos da Lei nº 9.868/99, acrescidos pela Lei nº 12.063/2009. 
Legitimidade passiva: Congresso Nacional. 
Fundamentação: 
Antes de adentrar o mérito, devem ser abertos os seguintes tópicos: da 
Legitimidade Ativa - A legitimidade ativa do partido político para a propositura da 
presente encontra assento no Art. 103, inciso VIII, da CRFB/88; da Competência 
Originária – Na forma do Art. 102, inciso I, a, da CRFB/88, é de competência 
originária do STF o processamento e julgamento da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por Omissão; do Cabimento da Ação – Eficácia limitada do Art. 
7º, inciso XXIII, da CRFB/1988 e a sua necessária regulamentação. 
Pedido: diante do exposto e com fulcro na Lei nº 9.868/99, 
1. seja julgado procedente o pedido, para que seja declarada a mora legislativa 
do Congresso Nacional na elaboração da Lei específica do Art. 7º, inciso XXIII, da 
CRFB/88; 
2. seja dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências 
necessárias; 
3. seja promovida a oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República para 
que emita o seu parecer, nos termos do Art. 12-E, § 3º, da Lei nº 9.868/99. 
Provas - Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na forma 
do Art. 14, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99. 
Local e data 
Advogado/OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento: Supremo Tribunal Federal (0,10). 0,00 / 0,10 
Legitimação ativa: Partido Político com representação no Congresso 
Nacional (0,10). 
0,00 / 0,10 
Legitimação Passiva: Congresso Nacional (0,10). 0,00 / 0,10 
Fundamentação: 
Da legitimidade ativa - A legitimidade ativa e universal do partido político 
para a propositura da presente ação (0,60) encontra assento no Art. 103, 
inciso VIII, da CRFB/88. (0,10) 
 
0,00 / 0,60 / 0,70 
Da competência originária - o processamento e julgamento da Ação 
Direta de Inconstitucionalidade por Omissão é de competência originária 
do STF (0,60), na forma do Art. 102, inciso I, a, da CRFB/88 (0,10). 
0,00 / 0,60 / 0,70 
Do cabimento da ação – eficácia limitada do Art. 7º, inciso XXIII, da 
CRFB/1988 e a sua necessária regulamentação. (0,80) 
0,00 / 0,80 
Pedidos: 
1. Intimação do Congresso Nacional para prestar informações (0,45) em 
30 (trinta) dias (0,15) 
0,00 /0,15/ 0,45/0,60 
2. Oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República, para que emita o 
seu parecer (0,35), em até 15 (quinze) dias (0,15), nos termos do Art. 12- 
E, § 3º, da Lei nº 9.868/99 (0,10). 
0,00 /0,15/ 0,25 / 0,35/ 
0,45/ 0,50 / 0,60 
3. A procedência do pedido para que seja declarada a mora legislativa do 
Congresso Nacional na elaboração da Lei (0,70) exigida pelo Art. 7º, 
inciso XXIII, da CRFB/88. (0,10); 
0,00 / 0,70 / 0,80 
Provas 
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito (0,20), na 
forma do Art. 14, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99. (0,10) 
0,00/0,20 /0,30 
Valor da causa (0,10) 0,00 / 0,10 
Local e data, advogado/OAB (0,10) 0,00 / 0,10 
 
 
 
 
 
 
 
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5.6 Construção da peça prática: ação direta de inconstitucionalidade 
 
Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE

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