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Jesus, modelo de liderança
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JESUS, MODELO DE LIDERANÇA
Texto Básico: Marcos 3.13-15
Para ler e meditar durante a semana
D – Jo 13.1 – Jesus, o líder amoroso;
S – Jo 13.12-17 – Jesus, o líder servo;
T – Jo 8.46 – Jesus, o líder íntegro;
Q – Mt 23.13-36 – Jesus, o líder corajoso;
Q – Jo 2.13-22 – Jesus, o líder zeloso;
S – Mt 26.39 – Jesus, o líder fiel;
S – Lc 9.18-22 – Jesus, o líder focado em sua missão
INTRODUÇÃO
Jesus foi e é o maior líder de todos os tempos. Nunca houve alguém com vocação tão
suprema, ministério tão eficaz, liderança tão exemplar e legado mais duradouro. Como líder,
ele tinha uma clara consciência de sua pessoa, da sua missão e do seu dever de formar
discípulos que continuassem sua obra. Em seu estado de humilhação Jesus aprendeu a
depender do Pai em tudo e todas as suas escolhas ministeriais, desde o chamado aos
discípulos até seu triunfo na cruz, foram feitas em oração e submissão.
O presente estudo aborda o ministério de Jesus como o modelo supremo de liderança a ser
imitado, analisando algumas características marcantes que devem ser seguidas por todo
líder cristão, como sua consciência da missão, seu pastoreio sacrificial, seu amor abnegado e
o seu exemplo humilde que moldou a vida e o caráter dos discípulos. Todos são chamados a
amar, servir e liderar como ele, formando outros discípulos para que a obra de Deus
continue se expandindo até a consumação.
I. JESUS, O LÍDER SINGULAR
Jesus foi um líder completo, diferentemente de todos os outros líderes humanos. O caráter
singular da sua pessoa como Deus e homem proporcionou uma perfeição a suas ações,
palavras e escolhas que nunca poderão ser plenamente imitadas por nenhum homem ou
líder. Ninguém pode perguntar aos demais como ele perguntou: “Quem dentre vós me
convence de pecado?” (Jo 8.46).
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Jesus foi único porque sua pessoa é única. Ele é o verdadeiro Deus que se fez carne e veio ao
mundo com o propósito de salvar pecadores (Jo 1.1-5,11-14). Ao mesmo tempo, é o servo de
Deus que renunciou sua glória nascendo como perfeito homem para dessa forma
identificar-se com seu povo e salvá-lo da condenação eterna (cf. Jo 15.13).
A singularidade e perfeição da pessoa e obra de Cristo responde por sua perfeita consciência
de si mesmo, de sua missão e das suas ovelhas, coisa que os demais líderes não possuem.
Ainda assim, o fato de ele ter sido apontado por Deus como Supremo Pastor e exemplo
indica a todo líder cristão que seu dever é seguir os passos do Mestre (1Pe 2.21-22).
A. Consciência de si mesmo
Jesus tinha uma perfeita consciência de quem era. Ele sabia que era perfeito Deus e perfeito
homem. Um dos mais importantes títulos encontrados no NT para Jesus é “Filho de Deus”
(Mt 11.25- 27; 16.17). Repetidas vezes ele fala de Deus como seu Pai, mostrando que tinha
consciência da sua divina filiação. No seu batismo e transfiguração, o próprio Pai
testemunhou que Jesus era o seu preexistente filho (Mc 1.1,11; 9.7). Por outro lado, ele
nasceu e cresceu como um perfeito homem, sabendo que era o segundo Adão, o
descendente real de Davi, o servo sofredor prometido, o messias e “Filho do Homem” que
reinaria para sempre.
Essa consciência de Jesus quanto à sua dupla natureza em uma só pessoa é afirmada
constantemente no NT. Jesus se define pelo menos 18 vezes com a expressão “Eu Sou”, que
apontava para o caráter divino de sua pessoa e missão (Jo 6.35; 8.12,23-24,58; 10.9; 11.25).
Porém, em diversas ocasiões, Jesus fez também referência à sua natureza humana (Jo 2.25;
11.35; 12.33). Sua encarnação proporcionou um conhecimento prático do que era a
natureza humana com todas as suas limitações. Embora tivesse nascido sem pecado, seu
corpo carregava as marcas da fragilidade impostas pela queda, como o sofrimento e a
morte.
Esse é um ponto importante para os líderes atuais porque a primeira coisa que um líder
precisa ter é uma clara consciência de si. Obviamente, não existem líderes divinos ou
perfeitos, porém conhecer a si mesmo é fundamental para um ministério eficaz. Por isso, é
necessário buscar um conhecimento profundo de Deus e de sua Palavra, pois tal
conhecimento produzirá algo vital no ministério, a humildade.
B. Compreensão de sua missão
Jesus sabia perfeitamente por que veio ao mundo. Ele fala de si mesmo como tendo “vindo”
ou sido “enviado” por Deus (Mc 1.38; 10.45; Lc 12.49,51). Ele possuía um completo
conhecimento de cada momento e estágio do seu ministério. Essa consciência se devia tanto
ao relacionamento eterno com o Pai, quando recebeu sua missão como aos próprios textos
proféticos que falavam em detalhes dessa missão. (Veja por exemplo: Jo 16.28; Lc 19.10; Jo
4.34; 10.11; Lc 9.22).
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O ministério de Jesus possuía um caráter paradoxal, pois ele tanto sabia da origem divina de
sua pessoa, como agiu como um servo sofredor para cumprir a missão dada pelo Pai (Is
53.1-12). Hoje, nenhum líder é capaz de ter uma visão completa da sua missão com respeito
a cada estágio de sua vida ministerial como Jesus teve. Contudo, ainda assim é de suma
importância para os líderes compreenderem por que foram chamados por Deus e qual é a
natureza da sua missão. Os exemplos dos apóstolos e de Paulo mostram que líderes
eficazes são aqueles que sabem o propósito de sua missão e mantêm o foco no que é
prioritário (At6.1-7; 20.24).
C. Conhecimento de suas ovelhas
A metáfora predileta de Jesus para retratar seu relacionamento com seu povo foi a ilustração
do pastor e da ovelha. O Antigo Testamento estava repleto de alusões a Deus como o pastor
de Israel (Is 40.10-11; Sl 23.1). Além disso, o conceito de pastorear tornou-se uma importante
imagem explicativa usada para retratar a liderança espiritual em Israel. Assim, reis, profetas
e sacerdotes eram chamados de pastores (Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11).
Essa metáfora não foi usada pelo Senhor Jesus por acaso, uma vez que era uma clara alusão
ao pastor ferido, conforme profetizado por Zacarias, como também uma imagem cultural
fácil de ser entendida pelos ouvintes (Zc 13.7-9). Assim, Jesus se descreve como o bom
pastor, cuja obra consistia em dar a vida pelas ovelhas (Jo 10.11). O conceito de ovelhas era
importante porque mostrava que somente um grupo de pessoas creria na mensagem de
Jesus (Jo 10.26-27).
Ao usar essa metáfora, Jesus demonstra ter um conhecimento perfeito das suas ovelhas. Ele
sabia quem entre os seus discípulos e ouvintes eram crentes verdadeiros e algumas vezes se
referiu a pessoas como não fazendo parte do seu aprisco. De fato, Jesus nunca foi
surpreendido por falsas ovelhas e sempre deixou claro que sua missão consistia em juntar
apenas aquelas que o Pai lhe dera (Jo 6.37-44; 10.25-29; 13.18).
Esse conhecimento perfeito do rebanho nenhum líder hoje tem, embora seja seu dever
pastorear o rebanho conhecendo as ovelhas e cuidando de cada uma delas. Na igreja visível
é possível apenas observar os frutos e as marcas da graça na vida de alguém e presumir que
tal pessoa seja uma ovelha do Senhor. Contudo, enganos podem acontecer e muitos bodes
podem estar no meio do rebanho ou mesmo da liderança. É tarefa dos líderes estar atentos
para pastorear as ovelhas do Senhor e ter cuidado com os lobos vestidos de cordeiro.
II. JESUS, O LÍDER A SER IMITADO
O ministério de Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt 4.23),
instruindo aqueles que respondiam afirmativamente à sua proclamação a terem uma
atitude de total submissão à sua própria pessoa e ensino, por ser ele o Messias, Rei e
Salvador. A nova vida ideal dos crentes consistia em viver como cidadãos do reino,
reconhecendo que o rei veio e que suas exigências eram graciosas e revestidas de
autoridade, exigindo uma resposta de fé e um comprometimento absoluto. É possível
resumir a prática ministerial de Jesus observando suas quatro principais ênfases, que eram:
a) anunciar a verdade de Deus com autoridade aos ouvintes, mostrandoque as profecias
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estavam sendo cumpridas nele e pregando as Escrituras pelo método de exposição,
ilustração e aplicação com o objetivo de converter pecadores e edificar os discípulos; b)
depender do Pai em tudo, vivendo em completa submissão e vida de oração; c) desenvolver
um ministério de misericórdia paralelo ao da pregação, em que as curas e exorcismos
tinham o propósito de mostrar a sua compaixão e a natureza singular de sua vida e obra (Mt
11.2-6; Is 35.5-6; 61.1); d) preparar discípulos para que fossem como ele mesmo e dentre
eles selecionar um grupo para pastorear os demais (os 12 apóstolos).
A. Jesus, o expositor da Palavra
Jesus foi um pregador da Palavra de Deus e sua forma de pregar foi essencialmente judaica,
apresentando a exposição das Escrituras entrelaçada com ilustrações, figuras de linguagem
e constantes aplicações práticas. Sua preocupação central era anunciar que o reino havia
chegado à sua plenitude e a sua própria pessoa representava a inauguração do estágio final
do reino de Deus. Ele era não somente o concretizador das promessas do Antigo Testamento
concernentes à era vindoura, mas também o inaugurador dos propósitos finais de Deus na
história da salvação, trazendo a mensagem do evangelho tanto para judeus como para
gentios (Mt 4.23-25).
A exposição do Antigo Testamento feita com autoridade formava a base do ministério de
Jesus (Lc 4.16-21). Ele era tanto o intérprete final das Escrituras, como a sua vida e ministério
(nascimento, morte, ressurreição e exaltação) eram a própria chave para se entender o seu
conteúdo, uma vez que todas as Escrituras falavam a respeito dele (Lc 24.25-27,44-45).
Durante todo o seu ministério Jesus nunca se apartou da Palavra de Deus e sua linguagem,
motivos, temas e mensagem eram somente baseados nela. Algumas vezes, sua pregação
consistia em uma exposição bíblica em textos específicos com afirmações revestidas de
autoridade e autor referências que indicavam o caráter único de sua pessoa (Lc 4.16-21).
Outras vezes, tratava de temas gerais e amplos cujas ideias estavam ancoradas em
linguagem alusiva ao Antigo Testamento, como no caso do sermão do monte (Mt 5.1–7.29).
Ou, ainda, sua exposição era resultado de uma resposta aos desafios e questões propostas
pelos ouvintes (Mt 19.3-12). Sua prática de ensino possuía sempre autoridade e era repleta
de metáforas, símiles, parábolas e outras figuras de linguagem usadas para causar impacto
nos ouvintes.
A ênfase ministerial de Jesus nas Escrituras e sua forma de interpretar foram imitadas pelos
apóstolos e seus seguidores, mas, infelizmente, têm sido negligenciadas pelos líderes. É de
fundamental importância reaprender os métodos interpretativos e comunicativos de Jesus,
com a profundidade bíblica acompanhada de ilustrações e aplicações práticas que falem ao
mundo real dos ouvintes.
B. Jesus e sua vida de oração
A oração foi um elemento distintivo no ministério de Jesus. Não há um único momento em
seu ministério em que Jesus não seja visto buscando o Pai em oração. Além disso, o escopo
de sua oração era vasto, pois tanto orou por si, como pelos discípulos e os futuros crentes.
Ele também ensinou os discípulos a orar e deixou um modelo de oração a ser imitado.
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Jesus orou no início e durante seu ministério (Mc 1.35-39; Mt 14.23; Lc 9.28), antes de
escolher os discípulos e depois os ensinou a orar (Lc 6.12-16; 11.2; Mt 6.9-15; Mt 21.22; Lc
11.9-13; 18.1; 22.40), antes e durante a sua crucificação (Mc 14.32-42; 15.34-35). Ele rogou
(orar com grande intensidade) pela vida espiritual dos discípulos (Lc 22.32; Jo 17.9), pela sua
futura igreja (Jo 17.20-21). Jesus zelou pelo papel singular da oração na vida do povo de Deus
(Mt 21.13) e alertou sobre a importância da oração na batalha espiritual (Mc 9.29; cf. Ef 6.17-
18). A submissão a Deus em se ministério dirigia suas orações. Ele não orava por algo que
implicasse fazer sua própria vontade (Mt 26.36-39,53).
Todas as citações mostram que Jesus viveu em constante oração em seu ministério. A oração
não era uma prática ou tema acessório em sua vida, mas a contínua ênfase que norteava
seu ministério e deveria também nortear o ministério dos discípulos. Portanto, é impossível
pensar em um líder cristão fiel que não seja um homem de oração. Nas palavras do teólogo
John Owen, “um ministro pode encher os bancos da igreja, sua lista de comunhão, a boca do
público, mas o que esse ministro é sobre seus joelhos em secreto diante do Deus Todo-
Poderoso é o que ele é e nada mais”.
III. JESUS, O LÍDER A SER SEGUIDO
Outra característica fundamental no ministério de Jesus foi sua ênfase em formar discípulos
e motivá-los a ser como ele. Cristo escolheu homens comuns e os treinou por um período de
tempo ensinando-os a guardar a Palavra de Deus (Mt 28.20), corrigindo pela convivência e
exemplificando modelos comportamentais a serem imitados (Jo 13.12-17,34-35). Ele os
ensinou sobre teologia e como interpretar as Escrituras, sobre a história da salvação e seus
eventos finais, bem como a viver em comunhão e de forma piedosa como homens de
oração, dispostos a perdoar e servir aos outros com humildade.
Porque seu ministério seria curto (cerca de três anos), era preciso um programa de
discipulado rápido, prático, intensivo e seletivo. Então ele escolheu especialmente 12
homens com quem trabalhar mais de perto (Lc 6.12-16). A seleção dos 12 foi um marco
importante no ministério de Jesus, pois seu ministério adquirira grandes proporções e isso
exigia uma organização e divisão de trabalho mais efetiva. Além do mais, era preciso
preparar uma liderança que serviria de fundamento para a igreja do Novo Testamento, que
seria composta de judeus e gentios (Ef 2.19-22).
No caso específico dos 12, o objetivo de Jesus foi treiná-los para exercer um pastoreio
sacrificial, um amor abnegado pela obra do Pai e uma vida de humildade similar à do
Mestre. Eles precisavam pastorear com a Palavra, vigiar em oração, exercer misericórdia
para com os fracos e oprimidos e liderar com amor. Sua missão seria testemunhar acerca da
obra de Cristo e glorificar o seu nome fazendo discípulos de todas as nações, “ensinando-os
a guardar todas as coisas” ordenadas por Jesus (Mt 28.18-20; At 1.8; 4.12,33).
Líderes devem aprender com Jesus que a prioridade no ministério não é apenas pregar, mas
formar discípulos pelo ensino e exemplo. Além disso, é importante selecionar e preparar
dentre eles os que são aptos para liderar a igreja. Formar discípulos requer tempo, ensino da
Palavra, oração, visitação, atribuição de missão, exemplo e humildade.
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CONCLUSÃO
Estudar sobre a vida de Jesus como líder nos conduz a um modelo completo de liderança,
em que autoridade e serviço, amor e verdade, firmeza e sensibilidade, disciplina e
compaixão, fidelidade e submissão andam juntos. É pastorear com coração amoroso e
formar discípulos pelo ensino, exemplo e serviço. É ter posição de autoridade, mas agir
humildemente como servo de todos. É trabalhar incansavelmente anunciando o evangelho,
mas sempre dependendo de Deus em tudo. É ter paciência com as ovelhas, pastoreando
cada uma delas de acordo com suas necessidades. É resistir ao erro, denunciar a hipocrisia,
o legalismo e as tradições humanas que se sobrepõem à verdade de Deus. Porém, é também
anunciar o arrependimento, indicando o caminho da salvação aos pecadores e a vida que
devem viver para agradar a Deus. Enfim, estudar sobre o ministério de Jesus é descobrir que
nunca houve ou haverá um líder como ele, mas todos os líderes cristãos são desafiados a ser
como Cristo.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO EM GRUPO
1. Por que Jesus foi um líder completo?
2. Como Jesus liderou os seus discípulos?
3. Como podemos aprender com as ênfases ministeriais de Jesus?
4. Como o relacionamento pastor/ ovelhas entre Jesus e seus discípulos pode ajudar a
repensarmos o relacionamento entre líderes e liderados hoje?
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão, na revista
Liderança Segundo o NT. Usado com permissão.
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http://www.editoraculturacrista.com.br/categorias.asp?codigo=17Jesus, modelo de liderança

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