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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
 
 
 
 
KIMBERLITO 
 
MORFOLOGIA, 
FORMAÇÃO E 
KIMBERLITOS 
DIAMANTÍFEROS 
EM MINAS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
--- Rodrigo Correia Barbosa --- 
(27/04/2006)
Página 3 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE PÁGINA 
 
1 – INTRODUÇÃO............................................................................................................ 04 
2 – MORFOLOGIA............................................................................................................ 05 
2.1 – KIMBERLITO DE CRATERAS................................................................... 05 
2.2 – KIMBERLITO DE DIATREMAS................................................................. 06 
2.3 – KIMBERLITO ABISSAL.............................................................................. 06 
3 – MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO DE KIMBERLITOS........................................... 07 
4 – MODELOS DE FORMAÇÃO DO KIMBERLITO..................................................... 09 
4.1 – TEORIA DO VULCANISMO EXPLOSIVO................................................ 09 
4.2 – TEORIA MAGMÁTICA (FLUIDIZAÇÃO)................................................. 09 
4.3 – TEORIA HIDROVULCÂNICA (FREATOMAGMÁTICA)........................ 12 
5 – PETROLOGIA.............................................................................................................. 14 
5.1 – KIMBERLITOS DO GRUPO I...................................................................... 15 
5.2 – KIMBERLITOS DO GRUPO II.................................................................... 15 
6 – KIMBERLITO E OS DIAMANTES DE MINAS GERAIS......................................... 16 
7 – CONCLUSÃO............................................................................................................... 18 
8 – BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 19 
 
ANEXO I............................................................................................................................. 20 
ANEXO II........................................................................................................................... 22 
ANEXO III.......................................................................................................................... 23 
ANEXO IV.......................................................................................................................... 24
Página 4 
1 - INTRODUÇÃO 
 
O kimberlito é uma rocha ígnea intrusiva, um peridotito composto por olivina 
(normalmente serpentinizada) com quantidades variáveis de flogopita, ortopiroxênio, 
clinopiroxênio, carbonatos e cromita. 
 
 Os kimberlitos são a mais importante fonte de diamantes, porém sua existência só se 
tornou conhecida no ano de 1866. Os depósitos da região de Kimberley na África do Sul 
foram os primeiros reconhecidos e deram origem ao nome. Os diamantes de Kimberley 
foram encontrados originalmente em kimberlito laterizado. Classifica-se grosseiramente, 
em função das características do kimberlito de Kimberley o kimberlito como sendo “ yellow 
ground” e “ blue ground” . Yellow ground é relativo ao kimberlito intemperizado que se 
encontra na superfície. Blue ground é relativo ao kimberlito não intemperizado, encontrado 
em profundidades variáveis. 
 
 O kimberlito ocorre principalmente nas zonas de crátons, porções da crosta terrestre 
estáveis desde o período Pré-Cambriano. No Brasil existem três áreas cratônicas. O cráton 
Amazônico é a principal delas, porém ao sul de Rondônia e norte do Mato Grosso também 
encontra-se kimberlitos. O cráton do São Francisco ocupa grande parte de Minas Gerais e 
destaca-se na região sudeste do Brasil, porém nele, com exceção dos kimberlitos pobres da 
Serra da Canastra, não se conhecem rochas kimberlíticas mineralizadas. 
Página 5 
2 - MORFOLOGIA 
 
Os kimberlitos são um grupo de rochas ultrabásicas ricas em voláteis 
(principalmente dióxido de carbono). Normalmente apresentam textura inequigranular 
característica, resultando na presença de macro-cristalizações inseridas em uma matriz de 
grãos finos. A montagem destas macro-cristalizações consistem em cristais anédricos de 
ilmenita magnesiana, piropo titaniano pobre em cromo, olivina, clinopiroxênio pobre em 
cromo, flogopita, enstatita e cromita pobre em titânio, sendo que a olivina é o membro 
dominante. Os minerais da matriz incluem olivina e/ou flogopita juntamente com 
perovskita, espinélio, diopsídio, monticellita, apatita, calcita e serpentina. 
 
Alguns kimberlitos contém flogopita-estonita poiquilítica em estágio avançado. 
Sulfetos de níquel e rutilo são minerais acessórios comuns. A substituição de olivina, 
flogopita, monticellita e apatita por serpetina e calcita é comum. 
 
Membros desenvolvidos do grupo do kimberlito podem ser pobres ou desprovidos 
de macro-cristalizações e compostos essencialmente de calcita, serpentina e magnetita 
juntamente com flogopita, apatita e perovskita, os últimos em menor quantidade. 
 
Segundo Kopylova (2005), em referência a Clement e Skinner (1985), o kimberlito 
pode ser dividido em três unidades, baseadas em sua morfologia e petrologia: 
 
 
 
2.1 - KIMBERLITO DE CRATERAS 
 
A morfologia de superfície de kimberlitos intemperizados é caracterizada por uma 
cratera de até dois quilômetros de diâmetro cujo piso pode estar a centenas de metros 
abaixo da superfície. A cratera é geralmente mais profunda no meio. No entorno da cratera 
há um anel de tufa relativamente pequeno (em geral com menos de 30 metros) quando 
comparado com o diâmetro da cratera. Duas categorias principais de rochas são 
encontradas em kimberlitos de crateras: piroclásticas, depositadas por forças eruptivas e 
epiclásticas, retrabalhadas por água. 
 
Rochas Piroclásticas: Encontradas preservadas em anéis de tufa no entorno da 
cratera ou dentro da cratera. Os anéis possuem pequena relação altura por diâmetro da 
cratera e são preservados em muito poucos kimberlitos. Os únicos locais com anéis de tufa 
bem preservados no mundo são Igwisi Hills na Tanzânia e Kasami em Mali. Os depósitos 
são normalmente acamados, vesiculares e carbonizados. 
Rochas Epiclásticas: Estes sedimentos representam retrabalho fluvial no material 
piroclástico do anel de tufa no lago formado no topo da diatrema. Apresentam-se dispersas 
quanto mais afastadas do centro e das paredes rochosas. 
Considerando a raridade de kimberlitos de crateras é difícil desenvolver um modelo 
para determinar com certeza que todos os kimberlitos serão conformados segundo as 
características observadas acima. 
 
 
Página 6 
 
 
 
2.2 – KIMBERLITO DE DIATREMAS 
 
Diatremas kimberlíticas possuem de 1 a 2 quilômetros de profundidade e 
geralmente apresentam-se como corpos cônicos que são circulares ou elípticos na superfície 
e afinam com a profundidade. O contato com a rocha hospedeira é dado usualmente entre 
80 e 85 graus. A zona é caracterizada por material kimberlítico vulcanoclástico 
fragmentado e xenólitos agregados de vários níveis da crosta terrestre durante a subida do 
kimberlito à superfície. 
 
 
 
2.3 – KIMBERLITO ABISSAL 
 
Estas rochas são formadas pela cristalização de magma kimberlítico quente e rico e 
voláteis. Geralmente não possuem fragmentação e parecem ígneos. 
São notáveis as segregações de calcita-serpentina e as segregações globulares de 
kimberlito em uma matriz rica em carbonato. 
Página 7 
3 – MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO DE KIMBERLITOS 
 
Vários modelos de classificação foram desenvolvidos para os kimberlitos e as 
grandes variações de textura e mineralogia apresentadas por estas rochas implicam em 
dificuldades para classificá-los. O modelo mais conhecido e geralmente bem aceito foi 
proposto por Clement e Skinner (1985). Esta classificação é largamente utilizada, no 
entanto é importante notar aqui as implicações genéticas neste modelo. O termo “ tufisítico” 
significa presumir que o kimberlito foi formado através de processode fluidização, porém 
ainda existem controvérsias com relação à formação dos kimberlitos. 
 
Classificação dos K imber litos 
 
 
De Clement e Skinner 1985 
 Crater-Facies 
Página 8 
 
As subdivisões das fácies principais são determinadas por diferenças na textura. As 
características diferenciadoras podem ser resumidas: 
Kimberlitos de crateras são reconhecidos por características sedimentares. 
Kimberlitos de diatremas são reconhecidas por formações geodésicas do magma 
cristalizado e formações semelhantes geradas durante a perda dos gases. 
Kimberlitos abissais são comumente reconhecidos pela presença abundante de 
calcita e textura segregada com macro/mega-cristalizações. 
A divisão entre “ breccia” e “ não breccia” (coluna dois – Tipo de Rocha) denomina 
rochas fragmentadas e é comumente aportuguesada do italiano pelo termo “brecha” . A 
denominação aqui é baseada no volume percentual dos fragmentos visíveis 
macroscopicamente. Qualquer rocha com mais de 15% do volume de fragmentos visíveis é 
denominada “breccia” . Fragmentos podem ser acidentados ou cognatos. As subdivisões da 
terceira coluna envolvem características específicas discutidas em detalhes por Clement e 
Skinner, 1985, mas que fogem do escopo deste texto. Vale ressaltar que não existem 
classificações inteiramente aceitas para o kimberlito. O diagrama proposto por Clement e 
Skinner é o mais comumente aceito utilizado e por isto é apresentado aqui. 
Página 9 
4 - MODELOS DE FORMAÇÃO DO KIMBERLITO 
 
Desde a descoberta de diamantes em kimberlito muitas teorias surgiram a respeito 
do processo de formação desta rocha. Mitchell (1986) apresenta em detalhes as diferentes 
teorias. Destas, serão apresentadas as três mais conhecidas e discutidas. 
 
 
 
4.1 – TEORIA DO VULCANISMO EXPLOSIVO 
 
Esta teoria envolve o apontamento de magma kimberlítico em baixas profundidades 
e o subseqüente acúmulo de voláteis. Quando a pressão confinada é suficiente para romper 
a rocha superior segue-se uma erupção. Acreditava-se que epicentro da erupção encontrava-
se no contato da fácie abissal com a diatrema. 
 
Através da extensiva atividade mineradora desenvolvida nas regiões kimberlíticas 
tornou-se claro que esta teoria não é sustentável. Não foi encontrada nenhuma câmara 
intermediária nas profundidades sugeridas. Além disso o ângulo de mergulho da grande 
maioria é muito alto (80-85 graus) para ter sido formado em tais profundidades, ou seja, a 
relação entre o raio na superfície e a profundidade é muito pequena. Fácies de transição 
entre diatremas e fácies abissais têm cerca de 2km de profundidade, enquanto crateras têm 
geralmente cerca de 1km de largura, perfazendo assim uma taxa de 1:2. Estudos do ponto 
original das explosões revelaram que a taxa deveria estar perto de 1:1. 
 
 
 
4.2 – TEORIA MAGMÁTICA (FLUIDIZAÇÃO) 
 
Segundo Kopylova, a proposição original desta teoria foi feita por Dawson (1962, 
1971). Subseqüentemente foi desenvolvida por Clement (1982) e vem sendo estudada 
atualmente por Field e Scott Smith (1999). 
 
Em termos gerais a teoria aponta que o magma kimberlítico sobe à superfície em 
diferentes pulsos, formando o que é denominado de “ embryonic pipes” (chaminés 
embrionárias; Mitchell, 1986). O resultado é uma rede complexa de chaminés embrionárias 
sobrepostas de fácies abissais de kimberlito. A superfície não é rompida e os voláteis não 
escapam. Um algum ponto as chaminés embrionárias alcançam uma profundidade rasa o 
suficiente (cerca de 500 metros) na qual a pressão dos voláteis é capaz de vencer o peso da 
rocha que o recobre e os voláteis escapam. Com a fuga dos voláteis um breve período de 
fluidização ocorre. Isto envolve o movimento ascendente dos voláteis, que é 
suficientemente rápido para “ fluidizar” o kimberlito e a rocha hospedeira fragmentada de 
modo que as partículas são carregadas em um meio sólido-líquido-gasoso. Fragmentos da 
rocha encaixante que se encontrem neste sistema fluidizado podem afundar dependendo de 
sua densidade. A fronte fluidizada move-se descendentemente a partir da profundidade 
inicial. Acredita-se que a fluidização seja muito breve pois os fragmentos normalmente são 
angulares. 
Página 10 
Desenvolvimento da Chaminé Embrionár ia 
 
 
 
De Mitchell 1986 
 
 
Esta teoria supostamente explica as 
características observadas em chaminés kimberlíticas 
tais como: fragmentos de rocha encaixante encontrados 
até 1km abaixo do nível estratigráfico através de 
fluidização; chaminés íngremes com ângulos de ~80-85 
graus, dado que a explosão inicial acontece a 
profundidades relativamente baixas; Rede complexa de 
chaminés de fácies abismais encontradas em 
profundidade; a transição de fácies abismais para fácies 
de diatremas. 
 
Descobertas recentes de chaminés de kimberlitos 
em Fort a la Corne no Canadá sugerem uma re-avaliação 
da teoria magmática. Field e Scott Smith não negam que 
a água pode desempenhar um papel na vasta variedade 
de chaminés de kimberlitos obervados. Eles acreditam 
que em alguns casos os magmas kimberlíticos possam 
entrar em contato com aqüíferos e neste caso a 
morfologia resultante será significantemente diferente 
das chaminés encontradas em outros lugares, 
particularmente na África do Sul. Eles consideram que a 
Página 11 
configuração geológica em que o kimberlito está inserido desempenha um papel 
significante na sua morfologia. Rochas bem consolidadas, que são aqüíferos pobres, tais 
como basaltos, que cobrem a maior parte da África do Sul, promovem a formação de 
chaminés muito inclinadas com 3 fácies kimberlíticas distintas. Sedimentos mal 
consolidados são excelentes aqüíferos e podem promover a formação de chaminés com 
ângulo de mergulho suave, o quais são preenchidos com kimberlitos de crateras, enquanto 
existe ausência de kimberlitos de diatremas. 
 
A figura abaixo é baseada no esquema montado por Field e Scott Smith 1998. De 
especial interesse é a morfologia da chaminé de kimberlitos de Fort a la Corne em 
Saskatchewan no Canadá. As paredes da chaminé possuem mergulho especialmente raso e 
são preenchidas com rochas vulcanoclásticas ou sedimentos das fácies da cratera. A 
geologia local apresenta sedimentos pouco consolidados. Field e Scott Smith atribuem a 
diferença na morfologia observada nas chaminés de Saskatchewan ao hidrovulcanismo. 
 
 
 
 
 
Exemplos de Chaminés K imberlíticas 
 
 
De Field e Scott Smith 1998 
 
 
 
Página 12 
4.3 – TEORIA HIDROVULCÂNICA (FREATOMAGMÁTICA) 
 
O principal propositor desta teoria é Lorenz (1999), que desenvolveu o modelo 
hidrovulcânico por 3 décadas. 
Magmas kimberlíticos ascendem à superfície por fissuras estreitas (~1m). Pode 
ocorrer de o magma kimberlítico encontrar-se em falhas estruturais, que agem como foco 
de água, ou a “brechação” resultante da exsolução (desmescla) dos voláteis pela ascensão 
do kimberlito pode atuar como foco para água. Em qualquer um dos casos o ambiente 
próximo à superfície é rico em água e a interação do magma quente com a água fria produz 
uma explosão freatomagmática. 
A explosão tem curta duração. A rocha brechada satura-se novamente com a água 
superficial. Outro pulso de magma kimberlítico segue a mesma fraqueza estrutural da rocha 
até a superfície e novamente entra em contato com a água produzindo outra explosão. 
Pulsos subseqüentes reagem com a água da mesma maneira enquanto a fronte de contato 
move-se para baixo até alcançar a profundidade média da transição entre a fácie abismal e a 
diatrema. 
 
 
De Mitchell 1986 
Página 13 
Críticas a esta teoria apontam os seguintes problemas: 
I) A teoria não explica porque toda erupção ocorre em contato com água, certamente 
algumas erupções teriam ocorrido em regiões pobres em água. 
II) A complexa rede de chaminés encontradas na área de transição da fácie abismal e da 
diatrema não é explicada. 
III) A falta de características que apontem para a subsidência através da chaminé. 
IV) A ausência de soerguimento associado com as chaminés kimberlíticas.A teoria hidrovulcânica tem seus méritos e é aceita como o processo de formação 
dos kimberlitos encontrados em Saskatchewan pelos propositores da teoria da fluidização 
(Field e Scott Smith, 1999). No entanto não explica as características observadas na maior 
parte das outras chaminés kimberlíticas. A formação de “maares” são associadas a 
explosões hidrovulcânicas e possuem estrutura interna diferente dos kimberlitos, sendo as 
principais características a estrutura interna com subsidência em forma de disco, a 
descontinuidade que forma um anel no entorno da cratera e o soerguimento da rocha 
encaixante associado à explosão. 
Página 14 
5 – PETROLOGIA 
 
Kimberlitos dividem-se em Grupo I (basáltico) e Grupo II (micáceo). Esta divisão é 
feita através de bases mineralógicas. 
A mineralogia dos kimberlitos do Grupo I é considerada como a representação do 
derretimento do lherzolito e harzburgito, eclogito e peridotito no manto inferior. A 
mineralogia dos kimberlitos do Grupo II podem representar um ambiente semelhante ao do 
Grupo I, porém a diferença é a preponderância de água ao invés de dióxido de carbono. 
 
 
 
 
 
Diagrama de Rochas Plutônicas Ultramáficas 
 
 
 
 
 
 
Página 15 
5.1 – KIMBERLITOS DO GRUPO I 
 
Kimberlitos do Grupo I são ricos em CO2 e predomina a mistura de olivina 
forsterítica, ilmenita magnesiana, piropo cromiano, piropo-almandina, diopsídio cromiano 
(em alguns casos subcálcico), flogopita, enstatita e cromita pobre em titânio. Kimberlitos 
do Grupo I exibem textura inequigranular distintiva com macrocristalizações (0,5-10mm) a 
megacristalizações (10-200mm), fenocristais de olivina, piropo, diopsídio cromiano, 
ilmenita magnesiana e flogopita em uma massa de grãos finos a médios. 
A composição mineralógica da matriz de micro-cristalizações, que apresenta com 
maior propriedade a composição de uma rocha ígnea, contém olivina forsterítica, granada 
piropo, Cr-diopsídio, ilmenita magnesiana e espinélio. 
 
 
 
5.2 – KIMBERLITOS DO GRUPO II 
 
Kimberlitos do Grupo II (ou orangeítos) são ricos em H2O. A característica 
distintiva dos orangeítos são as macro e megacristalizações de flogopita, juntamente com 
presença de micas que variam em composição de flogopita até tetraferroflogopita (flogopita 
anomalamente rica em Fe). Macrocristalizações de olivina ou cristais euédricos primários 
de olivina reabsorvidos são comuns mas não são constituintes essenciais. 
Fases primárias características na matriz microcristalina incluem piroxênios 
zonados (núcleos de diopsídio circulados por aegirina-Ti), minerais do grupo do espinélio, 
perovskita, apatita, fosfatos, rutilo e ilmenita. 
Página 16 
6 – KIMBERLITO E OS DIAMANTES DE MINAS GERAIS 
 
Os diamantes são formados no manto, em profundidade superior a 150km. Duas 
rochas são responsáveis pelo transporte do diamante até a superfície: kimberlitos e 
lamproítos. 
 
Os diamantes foram descobertos no Brasil em 1729, na região de Diamantina-MG, 
porém especula-se que a extração de diamantes no Brasil seja um pouco mais antiga. 
Durante toda a história do Brasil a extração de diamante tem sido feita em aluviões. 
Segundo CHAVES (1999) em Minas Gerais pode-se identificar duas macro-regiões nas 
quais se concentram os principais depósitos do estado: a província mineral do Espinhaço e 
a do Alto Parnaíba. 
 
Depósitos de Diamantes do Brasil 
 
 
Página 17 
 
A província do Espinhaço engloba a região de Diamantina e é marcada pela Serra 
do Espinhaço. A Serra do Espinhaço é constituída de rochas metamórficas dobradas, 
incluindo quartzitos, filitos e conglomerados, que representam originalmente sedimentos 
depositados em rios, taludes serranos, desertos, lagunas e mares rasos. 
Se os diamantes são sempre associados a kimberlitos e lamproítos fica aparente o 
paradoxo da província do Espinhaço. A fonte original e os processos responsáveis pelo 
transporte dos diamantes à província do Espinhaço é objeto de inúmeros debates e foge do 
escopo deste texto. 
A província do Alto Parnaíba, ao contrário do Espinhaço, é caracterizada pela 
presença de várias chaminés de rochas kimberlíticas. 
Constatou-se recentemente a presença de kimberlito mineralizado na Serra da 
Canastra. A chaminé kimberlítica “Canastra 1” é atualmente o maior projeto de mineração 
para os diamantes da província do Alto Paranaíba. O projeto vem sido conduzido pela 
empresa canadense “Brazilian Diamonds” . 
Embora existam kimberlitos na região, até o início do projeto Canastra 1 a extração 
de diamantes era realizada em aluviões por garimpeiros. O projeto Canastra 1 concentra-se 
sobre uma chaminé de cerca de 1 hectare de tamanho onde os teste indicaram uma 
concentração de 4 ct por tonelada, o que é muito pouco, principalmente se comparado ao 
lamproíto de Argyle na Austrália, que produz 18 ct por metro cúbico ou aos kimberlitos 
sul-africanos com cerca de 6 ct por metro cúbico. Embora a lavra de Canastra 1 seja pouco 
interessante economicamente o projeto prevê a exploração de boa parte da área kimberlítica 
da Serra da Canastra e é provável que alguma das chaminés kimberlíticas finalmente 
coloque o Brasil entre os produtores de diamantes primários (diamantes extraídos 
diretamente de kimberlitos ou lamproítos). As chaminés mais promissoras na região são 
Canastra 8 e Tucano 1. 
Página 18 
7 – CONCLUSÃO 
 
 A importância do kimberlito para toda a sociedade fica clara quando se analisa o 
impacto que a descoberta de kimberlito mineralizado causa sobre a economia das 
províncias minerais. A descoberta de uma única chaminé kimberlítica mineralizada na 
Austrália a colocou como maior produtora mundial de diamantes e existe possibilidade que 
no Brasil descoberta semelhante possa modificar todo o mercado mundial de diamantes. 
 Apesar de toda a sua importância o kimberlito é uma rocha ainda pouco conhecida e 
por isso mesmo alvo de opiniões divergentes principalmente com relação a sua formação. 
É consenso que as chaminés kimberlíticas não possuem relação com riftes e que a 
água desempenha um papel importante nas características da rocha, porém todos os 
modelos de formação atuais, embora aceitos em termos gerais, possuem falhas e 
exatamente por isso é impossível apontar um modelo como o “mais correto” . Sabe-se no 
entanto que lineamentos de chaminés kimberlíticas indicam com boa precisão a posição dos 
crátons em diversas eras geológicas e este tipo de conhecimento possibilita um melhor 
entendimento da formação da Terra e possue aplicações práticas na prospecção de minerais.
Página 19 
8 – BIBLIOGRAFIA 
 
CHAVES, Mário Luiz de Sá Carneiro; SVISERO, Darcy Pedro. Diamantes de M inas 
Gerais: Qual terá sido o caminho das pedras?, Ciência Hoje, v 25 n 150, p 22-29, 1999. 
 
CHAVES, Mario Luiz de Sá C. e BRANDAO, Paulo Roberto Gomes. Diamante 
var iedade carbonado na serra do Espinhaço (MG/BA) e sua enigmática gênese. REM: 
Revista Escola de Minas, v 57, n 1, p 33-38. Jan./Mar. 2004. 
 
CHAVES, M.L.S.C.; DUSSIN, T.M.; SANO, Y. The source of the Espinhaço 
diamonds: evidences from SHRIMP U-Pb zircon ages of the and Pb-Pb zircon 
evaporation ages of metavoncanic rocks. Revista Brasileira de Geociências, v 30, n 2, p 
265-269, 2000. 
 
MACHADO, F.B.; MOREIRA, C.A.; ZANARDO, A; ANDRE, A.C.;GODOY, A.M.; 
FERREIRA, J. A.; GALEMBECK, T.; NARDY, A.J.R.; ARTUR, A.C.; OLIVEIRA, 
M.A.F.de. Enciclopédia Multimídia de Minerais e Atlas de Rochas. [on-line]. 
Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.rc.unesp.br/museudpm. Arquivo 
capturado em 21 de abril de 2006. 
 
KOPYLOVA, Maya G. K imber lite. Diamond Exploration Lab, University of British 
Columbia. Disponível na Internet via WWW. URL: 
http://www.eos.ubc.ca/research/diamonds/kopylova. Arquivo capturado em 21 de abril de 
2006. 
 
CLEMENT, C. R. and E. M. W. SKINNER (1985). A Textural-Genetic Classification of 
K imber lites. Trans. geol. Soc. South Africa n 88: p 403-409. 
 
MITCHELL, R. H. K imberlites: mineralogy, geochemistry and petrology. New York, 
Plenum Press. 1986.FIELD, M. e SMITH, B. H. Scott. Contrasting Geology and Near-Surface Emplacement 
of K imberlite Pipes in Souther n Afr ica and Canada. 7th International Kimberlite 
Conference, Cape Town, South Africa, Red Roof Designs. 1998. 
 
SMITH, Barbara H. Scott. Near-Surface Emplacement of K imberlites by Magmatic 
Processes. Northern Arizona University – Comission on Explosive Volcanism. Disponível 
na internet via WWW. URL: 
http://host.uniroma3.it/progetti/cev/Web%20CEV%20folder/99-01/999news.html. 
Università degli studi Roma Tre. p 3-10. Arquivo capturado em 22 de abril de 2006. 
 
LORENZ, Volker; ZIMANOWSKI, Bernd; BUETTNER, Ralf. Discussion on the 
Formation of K imber lite Pipes: the Phreatomagmatic Model. Northern Arizona 
University – Comission on Explosive Volcanism. Disponível na internet via WWW. URL: 
http://host.uniroma3.it/progetti/cev/Web%20CEV%20folder/99-01/999news.html. 
Università degli studi Roma Tre. p 11-17. Arquivo capturado em 22 de abril de 2006. 
Página 20 
ANEXO I 
 
 
 
RESUMO 
 
 O kimberlito é uma rocha magmática plutônica de grande interesse econômico por 
sua associação com diamantes. Os diamantes são transportados pelo magma kimberlítico 
partindo de seu local de formação a cerca de 100km de profundidade. 
 O kimberlito trata-se de um peridotito composto por olivina com quantidades 
variáveis de flogopita, ortopiroxênio, clinopiroxênio, carbonatos e cromita. 
 Todos os peritotitos possuem mais de 40% de sua composição de olivina. No caso 
do kimberlito, a olivina componente é comumente serpentinizada. 
 
 O kimberlito é encontrado em chaminés kimberlíticas, que são resquícios de 
chaminés vulcânicas. As chaminés kimberlíticas apresentam-se geralmente com pouco 
soerguimento da área ao redor e com crateras muito largas. É comum que estas crateras se 
apresentem como maares. É consensual a proposição de que os kimberlitos são formados 
de um magma rico em voláteis. 
 
 A origem do nome deu-se em função da descoberta de kimberlitos diamantíferos na 
região de Kimberley na África do Sul em 1866. Classifica-se grosseiramente, em função 
das características do kimberlito de Kimberley o kimberlito como sendo “ yellow ground” e 
“ blue ground” . Yellow ground é relativo ao kimberlito intemperizado que se encontra na 
superfície. Blue ground é relativo ao kimberlito não intemperizado, encontrado em 
profundidades variáveis. Esta nomenclatura, embora usual, não caracteriza o kimberlito 
satisfatoriamente, tendo em vista as discrepâncias que kimberlitos de diferentes regiões 
apresentam. 
 Estas discrepâncias entre os kimberlitos levou à teoria que haveriam diferenças em 
sua formação. Baseado nesta premissa, o modelo de classificação dos kimberlitos mais 
aceito hoje em dia foi proposto por Clement e Skinner em 1985 e classifica os kimberlitos 
segundo três grandes grupos relativos ao seu local de formação na chaminé kimberlítica: 
Crater Facies Kimberlites, Diatreme Facies Kimberlites e Hyperabyssal Facies 
Kimberlites, que numa adaptação livre podem ser denominados simplesmente por 
“Kimberlitos de Crateras” , Kimberlitos de Diatremas” e “Kimberlitos Abissais” . Os 
Kimberlitos de Crateras são formados na porção superior da chaminé kimberlítica em 
profundidades muito rasas. Os Kimberlitos de Diatremas são formados nas diatremas, que é 
a região cônica da chaminé kimberlítica. Os Kimberlitos Abissais são formados na região 
abaixo das diatremas, no fundo do cone e nos entornos do dique de alimentação da 
chaminé. 
 
 Quanto à sua formação, existem três teorias mais conhecidas e aceitas: a Teoria do 
Vulcanismo Explosivo, que sugere que os voláteis (principalmente CO2) do magma 
formador do kimberlito dilatem entre a fácie abissal e a diatrema, criando uma zona de 
pressão contida pela rocha encaixante e que em um certo ponto explodiria gerando uma 
erupção. A Teoria Magmática sugere que somente existam explosões próximas à superfície 
e nestas explosões a energia liberada fluidizasse a rocha encaixante fazendo com que 
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pedaços desta afundassem no magma enquanto o kimberlito alcança a superfície. A Teoria 
Hidrovulcânica aponta a água superficial como fator causador das explosões do magma 
kimberlítico. 
 Os três modelos apresentam falhas e a formação do kimberlito ainda é objeto de 
estudo, porém é tido como consenso que um modelo definitivo será algo muito próximo da 
Teoria Magmática e da Teoria Hidrovulcânica, sendo que a Teoria do Vulcanismo 
explosivo é praticamente descartada. 
 
 Os kimberlitos podem ser dividos em dois grupos segundo sua petrologia. 
 Kimberlitos do Grupo I são ricos em CO2 e apresentam textura inequigranular. São 
chamados genericamente de kimberlitos basálticos. 
 Kimberlitos do Grupo II são ricos em H2O e são também chamados “orangeítos” . 
Sua característica distintiva são as macro e megacristalizações de flogopita, juntamente 
com presença de micas. Devido a isto são genericamente chamados de kimberlitos 
micáceos. 
 
 No estado de Minas Gerais a lavra de diamantes foi historicamente realizada em 
aluviões, com destaque especial para a região de Diamantina, Província Diamantífera do 
Espinhaço. 
 A verdadeira origem dos diamantes da Província do Espinhaço ainda é alvo de 
debates, tendo em vista que a Serra do Espinhaço é composta basicamente por rochas 
sedimentares e metamórficas, sem nenhuma relação com kimberlitos (ou com lamproítos, 
outra rocha relacionada ao transporte de diamantes) 
 Por outro lado, a Província do Alto Parnaíba possue presença marcante de 
kimberlitos, mas até pouco tempo não se conheciam kimberlitos mineralizados na região. 
Recentemente a descoberta de kimberlitos mineralizados, embora com teores muito baixos, 
na Serra da Canastra, na Província do Alto Parnaíba, despertou o interesse de mineradoras e 
a região vem sendo alvo de pesquisas em busca de kimberlitos diamantíferos. 
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ANEXO II 
 
 
 
MAPA: OCORRÊNCIAS DE DIAMANTES NO BRASIL 
 
 
 
L ineamentos das Pr incipais Ocor rências de Diamantes no Brasil 
 
 
 
Página 23 
ANEXO III 
 
DIAGRAMA: KIMBERLITO DIAMANTÍFERO 
 
Diagrama de Formação de K imberlito Diamantífero 
 
 
 
 
 
Página 24 
ANEXO IV 
 
FIGURA: ESQUEMA DE UMA CHAMINÉ KIMBERLÍTICA 
 
 
Chaminé K imberlítica

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