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PMC_-LATICINIOS_FINAL_04_12_2017

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PLANO DE
MELHORIA DA
COMPETITIVIDADE
ARRANJO PRODUTIVO 
DE LATICÍNIOS 
EM PERNAMBUCO 
JULHO 2017
Programa de Produção e 
Difusão de Inovações para
a Competitividade de 
Arranjos Produtivos Locais
do Estado de Pernambuco - 
PROAPL
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Paulo Henrique Saraiva Câmara
Governador do Estado
Raul Jean Louis Henry Júnior
Vice-Governador do Estado
SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA
E INOVAÇÃO – SECTI
Lúcia Carvalho Pinto de Melo
Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação
Leonildo da Silva Sales
Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação
www.secti.pe.gov.br
www.facebook.com/Secti.Pernambuco/
Twitter: @sectecpe
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação - Secti
Rua Vital de Oliveira, nº 32, Bairro do Recife
Telefone: (81) 3183-5560
Esta publicação é uma realização da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) do 
Governo do Estado de Pernambuco. Todos os textos poderão ser reproduzidos, armazenados ou 
transmitidos, desde que citada a fonte.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 A773 Arranjo produtivo de laticínios em Pernambuco: plano de melhoria da 
 competitividade / coordenação de Luciana Elizabeth da Mota 
 Távora e Antônio Vaz de Albuquerque Cavalcanti. - Recife: 
 SECTI/PE, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado 
 de Pernambuco, 2017. 
 
179p. - il.: tab. 
 
Programa de Produção e Difusão de Inovações para a 
Competitividade de Arranjos Produtivos Locais do Estado de 
Pernambuco - PROAPL. 
 
ISBN: 978
978-85-98522-08-1
-85-98522-05-0 
 
1 LATICÍNIOS 2 PRODUTIVIDADE I Távora, Luciana Elizabeth 
da Mota II Cavalcanti, Antônio Vaz de Albuquerque II SECTI/PE - 
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de 
Pernambuco 
 
CDD 23th Ed. - 637.14 
 
 
 
 
 
COORDENAÇÃO 
Luciana Elizabeth da Mota Távora
Antônio Vaz de Albuquerque Cavalcanti 
1ª Edição 
 
Recife-PE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação- SECTI
2017 
PLANO DE MELHORIA DA
COMPETITIVIDADE
ARRANJO PRODUTIVO 
DE LATICÍNIOS 
EM PERNAMBUCO 
JULHO 2017
PLANO DE
MELHORIA DA
COMPETITIVIDADE
ARRANJO PRODUTIVO 
DE LATICÍNIOS 
EM PERNAMBUCO 
COORDENAÇÃO GERAL 
Luciana Elizabeth da Mota Távora
Diretora de Políticas e Articulação
Antônio Vaz de Albuquerque Cavalcanti 
Diretor-Presidente do Instituto de Tecnologia de Pernambuco
EQUIPE EXECUTORA DO PROAPL
UNIDADE GESTORA DE PROJETOS (UGP) 
Liana de Carvalho Lira
Maria Celeste de Sousa Maia
Tarcilene Jacinto Freitas da Silva
EQUIPE SECTI 
Cinthya Melo do Carmo
Suêrda Willna Jácome de Santana
COLABORADOR
Benoit Pascal Dominique Paquereau
CONSÓRCIO PLENA E TPF
 
Elias Teixeira Pires (Coordenador geral) 
Aidem Gonçalves de Assis
Ana Nery Cadete
Carlos Antônio Landi Pereira
Elias Teixeira Pires Junior
Fábio Chaffin Barbosa 
Leonard Mendonça de Assis
Pedro Correa de Araújo Junior
Rogério Alves de Santana
Univaldo Coelho Cardoso
 
 
ÍNDICE 
ÍNDICE DE FIGURAS 4 
ÍNDICE DE TABELAS 5 
1 INTRODUÇÃO 6 
2 PROGRAMA PROAPL 9 
3 ABORDAGEM METODOLÓGICA 12 
 ABORDAGEM PARTICIPATIVA 12 
 REUNIÃO DE NIVELAMENTO CONCEITUAL 12 
 REUNIÃO DE SENSIBILIZAÇÃO 12 
 ENTREVISTAS ESTRUTURAS COM DIVERSOS ATORES 13 
 ENTREVISTAS DE PROFUNDIDADE 13 
 WORKSHOP DIAGNÓSTICO E CENÁRIO ESTRATÉGICO 13 
 Workshop diagnóstico e cenário estratégico - ITEP 13 
 Workshop diagnóstico e cenário estratégico – Atores 14 
 REUNIÕES PROGRAMADAS 15 
 ENFOQUE ESTRATÉGICO DO APL 15 
 ESTRATÉGIA ESTRUTURANTE 15 
 ESTRATÉGIA DE POSICIONAMENTO DE MERCADO 17 
 METODOLOGIA PARA INICIATIVAS VOLTADAS A GESTÃO 17 
 RACIONALIDADE ECONÔMICA PARA A INTERVENÇÃO 18 
4 DIAGNÓSTICO 20 
 CARACTERIZAÇÃO DO APL 21 
 CARACTERIZAÇÃO GERAL 21 
 CARACTERIZAÇÃO TERRITORIAL 22 
 CARACTERIZAÇÃO CLIMATOLÓGICA 23 
 LOCALIZAÇÃO E ACESSO 23 
 POPULAÇÃO 25 
 EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB DO APL 27 
 CARACTERIZAÇÃO DOS ATORES 27 
 PRODUTOS E SERVIÇOS 29 
 EMPREGO 29 
 MAPA DO APL 29 
 Uso do solo das propriedades rurais destinado à pecuária leiteira 29 
 Produção de leite 31 
 Produção atual, destino e valor da produção 31 
 Consumidores finais 33 
 Fornecedores 33 
 Instituições 33 
 BASES ECONÔMICAS 33 
 GOVERNANÇA, GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DO APL 33 
 CAPACITAÇÃO E ASSESSORIA EMPRESARIAL 36 
 
 
 LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA 38 
 MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SOCIAL 40 
 PROSPECÇÃO DE MERCADO, COMERCIALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO 41 
 TECNOLOGIA INDUSTRIAL E AGROPECUÁRIA BÁSICAS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E 
ORGANIZACIONAL 44 
 ASPECTO DE MERCADO 48 
 MERCADO MUNDIAL 48 
 Comportamento do mercado e tendências de curto prazo 49 
 Projeções de longo prazo 52 
 MERCADO NACIONAL 54 
 Preços do leite e custo de produção 55 
 Balança comercial de lácteos 56 
 Tendências de curto prazo no mercado interno 60 
 Análise do consumo de lácteos no Brasil 63 
 MERCADO NO NORDESTE E APL 64 
 A pecuária de leite em Pernambuco e na região do APL- Laticínios 65 
 Caracterização dos laticínios 66 
 Investimentos recentes na indústria leiteira de Pernambuco 67 
 COMPORTAMENTO E DINÂMICA DO APL 68 
 ANÁLISE SWOT (FOFA) 68 
 Justificativa e objetivo 68 
 Metodologia 68 
 Resultados 68 
 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR DO APL 71 
 Aspectos conceituais 71 
 Conceito de cadeia de valor - nível de empresa 71 
 Conceito cadeia de valor setorial 72 
 Diretrizes para a análise da cadeia de valor do APL 72 
 Análise da cadeia de valor do APL 74 
 CASOS DE SUCESSO 76 
 A INDÚSTRIA DE LEITE E DERIVADOS DA NOVA ZELÂNDIA 76 
 Principais lições que podem ser adaptados para o APL – Caso Nova Zelândia 77 
 O SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO LEITE DO SUL DO PAÍS 78 
 Principais lições que podem ser adaptados para o APL – Sul do País 80 
 QUEIJO MINAS ARTESANAL – QUEIJO DA CANASTRA 80 
 Queijo Minas Artesanal 80 
 Queijo da Canastra 82 
 Principais lições que podem ser adaptados para o APL – Queijo Minas Artesanal e da 
Canastra 83 
5 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO 85 
 NEGÓCIO E VISÃO DE FUTURO DO APL 86 
 NEGÓCIO 86 
 VISÃO DE FUTURO DO APL 86 
 PLANO DE AÇÕES 86 
 ABORDAGEM ESTRATÉGICA DAS AÇÕES 87 
 AÇÕES PROPOSTAS 87 
 OUTRAS AÇÕES DE APOIO 91 
 ORÇAMENTO 91 
 CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO DAS AÇÕES 93 
 
 
6 EQUIPE TÉCNICA 94 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 95 
8 ANEXOS 103 
 DETALHAMENTO DAS AÇÕES 103 
 LINHA DE APOIO: CAPACITAÇÃO E ASSESSORIA EMPRESARIAL 103 
 Ação: gestão empresarial 103 
 Ação: Gestão empresarial cooperativo – Projeto Piloto 108 
 LINHA DE APOIO: TECNOLOGIA INDUSTRIAL E AGROPECUÁRIA BÁSICA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 
E ORGANIZACIONAL 112 
 Ação: Inovações tecnológicas na produção de leite 113 
 Ação: Prospecção tecnológica internacional – suporte forrageiro 120 
 Ação: Viabilidade econômica do uso de volumoso em período crítico de estiagem 124 
 LINHA DE APOIO: MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SOCIAL 126 
 Ação: Capacitação empresarial em gestão ambiental 127 
 LINHA DE APOIO: PROSPECÇÃO DE MERCADO, COMERCIALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO 131 
 Ação: Prospecção de mercado para o queijo de coalho, artesanal e pasteurizado 131 
 Ação: Plano de implementação da Indicação Geográfica do queijo de coalho artesanal135 
 Ação: Feiras e missões de negócio - Laticínios 139 
 LINHA DE APOIO: GOVERNANÇA, ASSOCIATIVISMO, GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DO APL 142 
 Ação: Modelagem da estrutura de governança, gestão e administração do APL 142 
 Ação: Missão técnica - França 146 
 Ação: Plano de comunicação e marketing do APL e seus produtos 149 
 Ação: Sistema de informações centralizado 153 
 LINHA DE APOIO: LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA 158 
 Ação: Criação de um entreposto comercial 158 
 Ação: Estruturação – Programa de incubação - UPE 162 
 Ação: Readequação e ampliação da plataforma da indústria- CT Laticínios 164 
 Ação: Readequação e ampliação - laboratório CT Laticínios 166 
 Ação: Readequação e ampliação LQA e LABTAM 169 
 Ação: Reforço eampliação da estrutura do IPA 172 
 Ação: Reforço e ampliação estrutura do PROGENE 174 
 MARCO LÓGICO 177 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 4.1 - Região do APL Laticínios. ......................................................................................... 24 
Figura 4.2 - Mapa do APL- laticínios. ............................................................................................ 29 
Figura 4.3 - Uso do solo dos estabelecimentos destinados à pecuária no APL. ............................ 30 
Figura 4.4 - Comercialização de queijo de coalho artesanal na feira de Capoeiras – PE. ............. 43 
Figura 4.5 - Venda de queijo de coalho artesanal na feira de Capoeiras – PE. Ao lado, um veículo 
refrigerado para transporte dos produtos até a região Metropolitana de Recife. ........................... 43 
Figura 4.6 - Venda de forragem na feira livre de Capoeiras – PE. ................................................ 45 
Figura 4.7 - Preço médio do leite em pó integral e preço médio dos produtos lactéos desde o início 
do último ano dos leilões da Fonterra, em US$/tonelada. ............................................................. 51 
Figura 4.8 - Balança comercial de lácteos do País (2001-2014). .................................................. 57 
Figura 4.9 - Importação e exportação de lácteos, em equivalente – leite (milhões de litros). ........ 58 
Figura 4.10 - Principais destinos das exportações brasileiras de lácteos de janeiro de 2009 a junho 
de 2014 (milhões US$). ................................................................................................................ 59 
Figura 4.11 - Principais produtos lácteos exportados pelo Brasil de janeiro 2009 a junho 2014 
(milhões US$). .............................................................................................................................. 59 
Figura 4.12 - Produção de leite sob inspeção no Brasil (bilhões de litros). .................................... 61 
Figura 4.13 - Evolução da produção e dos preços pagos aos produtores no Brasil (1975/2016). . 62 
Figura 4.14 - Cadeia de valor em nível de empresa. ..................................................................... 71 
Figura 4.15 - Diagrama cadeia de valor da APL de Laticínios. ...................................................... 74 
 
 
 
 
 
file:///J:/PROJETOS/ITEP%20-%20PMC/PMC-%20REVISADOS/PMC%20LATICIÍNIOS%20-%20PRELIMINAR%203/PMC-%20LATICÍNIOS-VF.docx%23_Toc491341441
 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 4.1 - Relação dos municípios do APL por Região de Desenvolvimento. ........................... 22 
Tabela 4.2 - Distâncias entre Garanhuns e cidades do APL. ........................................................ 25 
Tabela 4.3 - Populacional total, urbana e rural das cidades do APL - Anos 2000, 2010 e 2016. ... 26 
Tabela 4.4 - Evolução do PIB dos municípios do APL nos anos de 2000 e 2014 (em mil reais). .. 27 
Tabela 4.5 - Dados de produção de leite - região do APL. ............................................................ 31 
Tabela 4.6 - Produtos, valor da produção e consumo de leite - APL Laticínios – 2016. ............... 32 
Tabela 4.7 - Destino dos produtos lácteos das indústrias de laticínios do APL. ............................ 32 
Tabela 4.8 - Sistemas de controle das empresas. ......................................................................... 37 
Tabela 4.9 - Destino da venda dos produtos lácteos do APL. ....................................................... 42 
Tabela 4.10 - Canais de venda dos produtos lácteos do APL. ...................................................... 42 
Tabela 4.11 - Produção de leite nos países maiores produtores do mundo (em mil toneladas). ... 48 
Tabela 4.12 - Taxa de autossuficiência de consumo de lácteos nas grandes regiões do globo. ... 49 
Tabela 4.13 - Preço do leite em países produtores. ...................................................................... 49 
Tabela 4.14 - Produção de leite fluido, em milhões de toneladas. ................................................. 50 
Tabela 4.15 - Comportamento da produção e da produtividade de leite nas grandes regiões do 
País e nos estados maiores produtores (2013-2015). ................................................................... 55 
Tabela 4.16 - Simulação de excedentes exportáveis em 2024 (em milhões de litros). .................. 58 
Tabela 4.17 - Produção de leite nas três RDs abrangidas pelo APL de Laticínios de Pernambuco, 
segundo dados da ADAGRO (2016) e do IBGE (2015)................................................................. 65 
Tabela 4.18 - Resultado da análise SWOT – APL Laticínios. ........................................................ 69 
Tabela 5.1 - Objetivo de ações descritas por linha de apoio - APL Laticínios. ............................... 89 
Tabela 5.2 - Orçamento estimado para execução das ações PMC – Laticínios. ........................... 92 
Tabela 5.3 - Cronograma de execução das ações do PMC- Laticínios. ........................................ 93 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Estado de Pernambuco, via Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) 
junto com o ITEP vem implementando o Programa de Produção e Difusão de Inovações para a 
Competitividade de Arranjos Produtivos Locais do Estado de Pernambuco (ProAPL). 
 
O objetivo do Programa é aumentar a competitividade e produtividade das empresas que 
integram os Arranjos Produtivos Locais do Estado de Pernambuco, por meio do desenvolvimento 
de um modelo ambiental e socialmente sustentável, que promova ações para capitalizar as 
economias de aglomeração territorial e setorial, superar falhas de mercado que persistem na área 
de desenvolvimento empresarial e internacionalização, e fomentar uma maior capacidade de 
inovação. 
 
Realizado via contrato de gestão entre o ITEP e a SECTI, o ProAPL é uma articulação 
público-privada financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com 
o SEBRAE-PE e o Sistema FIEPE. 
 
Entende-se por APL, aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e 
sociais, com foco em um conjunto específico de atividades econômicas. 
 
O programa prevê aporte de recursos da ordem de 16,7 milhões de dólares em três anos 
e em seis linhas de apoio financiadas, além de viabilizar a gestão e a avaliação do Programa. 
 
Atualmente, o Programa trabalha com foco nos Arranjos Produtivos Locais de Confecção, 
no Agreste Central e Setentrional; Gesso, na região do Araripe; Laticínios, no Agreste Central e 
Meridional e Vitivinicultura, no Sertão do São Francisco. O programa interage com os Centros 
Tecnológicos, que produzem conhecimento e tecnologia em atendimento às demandas dos APL. 
 
Os objetivos específicos do Programa são: 
 
 Oferecer ferramentas inovadoras voltadas para a melhoria da competitividade dos 
APLs de Confecções, Laticínios, Gesso e Vinho, Uva e Derivados. 
 
 Estabelecer convergência das ações e programas, coordenando investimentos entre 
os setores público e privado na área de APL, para fomentar a articulação das 
entidades federais, estaduais e locais promotoras de APLs e elaborar, em conjunto 
com as empresas e instituições dos APLs, os respectivos Planos de Melhoria de 
Competitividade (PMCs). 
 
 Identificar e tratar os principais gargalos que comprometem a competitividade das 
empresas participantes dos APLs atendidos pelo Programa através da implementação 
das atividades propostas nos PMCs nas seguintes áreas de apoio: governança, gestão 
e administração do APL; meio-ambiente e desenvolvimento social; tecnologia industrial 
e agropecuária básica e inovação tecnológica e organizacional; capacitação e 
assessoria empresarial; logística; prospecção de mercado, comercialização e 
exportações. 
 
 Fortalecer a inserção competitiva dessas empresas nos mercados-alvos, 
compreendendo o mercado local e a inserção nos mercados internacionais. 
 
 Promover consenso em matéria depolíticas públicas de desenvolvimento; 
 Desenvolver e implantar um Sistema de Monitoramento, Avaliação e Identificação das 
Lições Aprendidas, que permita fazer uma avaliação e difusão dos resultados e dos 
 
 
7 
 
impactos do Programa e retroalimentar o desenho das políticas públicas de apoio ao 
desenvolvimento de APLs. 
 
Faz parte do ProAPL o desenvolvimento para cada APL do seu Plano de Melhoria de 
Competitividade (PMC), com definição de ações, que serão implantadas no segmento do 
Programa. 
 
Em janeiro de 2017, via um processo de seleção de consultores baseada na qualidade 
das propostas, o Consórcio constituído das empresas Plena Consultoria e Projetos LTDA e TPF 
Engenharia LTDA foi selecionado para elaborar os PMCs dos APLs de Vitivinicultura e Laticínios. 
 
Este documento trata do PMC do APL de Laticínios do ProAPL nos municípios 
compreendidos por Águas Belas, Arcoverde, Bom Conselho, Buíque, Capoeiras, Garanhuns, Iatí, 
Itaíba, Pedra, Pesqueira, São Bento da Una e Venturosa. 
 
O APL Laticínios tem na sua produção de lácteos mais de 20 itens. Eles vão do leite 
pasteurizado, queijo de coalho, queijo mussarela, bebidas lácteas, iogurte, manteiga, queijos finos 
dentre outros produtos. O queijo de coalho é o produto “carro chefe” do APL. 
 
No APL Laticínios segundo a ADAGRO, estão registradas, em abril/2017, 47 empresas 
de laticínios caracterizadas da seguinte forma: Queijaria artesanal (33); Fábrica de laticínios (6); 
Usina de beneficiamento (5) e Laticínios sifados (3). Em 2016, estavam em operação 46 
empresas e apenas 1(uma) de usina de beneficiamento não estava operando. 
 
Além do parque de laticínios registrados na ADAGRO, existem os laticínios não 
registrados (queijaria informal), e os “queijeiros¨, que produzem na própria propriedade. Não existe 
estatística sobre esse grupo. Estima-se que 52% do leite produzido na região, em 2016, foi 
beneficiado sob essa condição. O produto é comercializado de forma clandestina dentro e até fora 
do Estado de Pernambuco. Não existe, entretanto, estatística formada com relação a 
quantificação deste tipo de beneficiamento no Estado a não ser dados estimativos, mas sem 
consenso das instituições públicas. 
 
O valor total da produção dos produtos lácteos do APL, considerando preços recebidos 
pelos empresários, foi estimado em US$ 163,7 milhões no ano de 2016, sendo que o queijo 
coalho representa 47% desse valor. 
 
Para a realização do trabalho, o Consórcio utilizou uma metodologia participativa que 
buscou construir todas as etapas do PMC, com a participação dos diversos atores envolvidos no 
APL, empresários, dirigentes e técnicos do IPA, ADAGRO, ITEP, SECTI, SDEC, SEBRAE e 
outras entidades parceiras. 
 
O PMC deve ser visto como uma ferramenta catalisadora para o APL. As suas ações 
devem ser vistas como demonstrativas e devem ser continuadas após período do Programa, com 
os ajustes necessários, para que se possa ter o resultado mais amplo que se espera de 
competitividade e sustentabilidade a médio e longo prazo. 
 
 
 
 
8 
 
O PMC prevê a implementação de 20 ações nas linhas de apoio do ProAPL: capacitação 
e assessoria empresarial; tecnologia industrial básica e inovação tecnológica e organizacional; 
meio ambiente e desenvolvimento social; logística; comercialização, prospecção de mercado e 
exportações, e governança, gestão e administração do APL. Estão previstos 24 meses para a sua 
execução. O PMC está orçado em R$ 15,7milhões. 
 
Este documento além desse capítulo contém os seguintes capítulos: 
 
 CAPÍTULO 2 – PROGRAMA PROAPL – que trata da caracterização do Programa de 
Produção e Difusão de Inovações para a Competitividade de Arranjos Produtivos 
Locais (APL) do Estado de Pernambuco 
 
 CAPÍTULO 3 – ABORDAGEM METODOLÓGICA – que trata da abordagem 
participativa, enfoque estratégico para o desenvolvimento do APL, metodologia para 
iniciativas voltadas à gestão e racionalidade econômica para a intervenção. 
 
 CAPÍTULO 4 – DIAGNÓSTICO – que trata da caracterização do APL, resumo de 
mercados e tendências nacional e mundial, bases econômicas do APL, 
comportamento e dinâmica do APL e casos de sucesso do setor. 
 
 CAPÍTULO 5 – ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO – que trata do negócio e 
visão de futuro do APL e plano de ações. 
 
 CAPÍTULO 6 – EQUIPE TÉCNICA – que faz a citação da equipe técnica que 
participou da elaboração do PMC. 
 
 CAPÍTULO 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - que faz a citação de toda a 
bibliografia utilizada na preparação do PMC. 
 
 CAPÍTULO 8 – ANEXOS - onde se encontra a descrição de cada ação proposta 
(incluindo justificativa, estratégia de implementação, cronograma físico e financeiro, 
metas e indicadores) e o Marco Lógico do PMC. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2 PROGRAMA PROAPL 
 
O ProAPL, Programa de Produção e Difusão de Inovações para a Competitividade de 
Arranjos Produtivos Locais (APL) do Estado de Pernambuco tem como objetivo aumentar a 
competitividade e produtividade das empresas que integram os Arranjos Produtivos Locais do 
Estado de Pernambuco, através do desenvolvimento de um modelo ambiental e socialmente 
sustentável de articulação público-privada estadual, que promova ações para capitalizar as 
economias de aglomeração territorial e setorial, superar falhas de mercado que persistem na 
área de desenvolvimento empresarial e internacionalização, e fomentar uma maior capacidade 
de inovação. 
 
Tem como objetivos específicos: 
 
I. Oferecer ferramentas inovadoras voltadas para a melhoria da competitividade, em 
princípio, dos APLs Confecções, Laticínios, Gesso e Vitivinicultura. 
 
II. Estabelecer convergência das ações e programas, coordenando investimentos 
entre os setores público e privado na área de APL, para fomentar a articulação 
das entidades federais, estaduais e locais promotoras de APLs e elaborar, em 
conjunto com as empresas e instituições dos APLs, os Planos de Melhoria de 
Competitividade (PMCs) para os APLs. 
 
III. Identificar e tratar os principais gargalos que comprometem a competitividade das 
empresas participantes dos APLs atendidos pelo Programa através da implementação 
das atividades propostas nos PMCs dos APLs das seguintes áreas de apoio: 
governança, gestão e administração do APL; meio-ambiente e desenvolvimento 
social; tecnologia industrial básica e inovação tecnológica e organizacional; 
capacitação e assessoria empresarial; logística; prospecção de mercado, 
comercialização e exportações. 
 
IV. Fortalecer a inserção competitiva dessas empresas nos mercados-alvos, 
compreendendo o mercado local e a inserção nos mercados internacionais. 
 
V. Promover consenso em matéria de políticas públicas de desenvolvimento, e 
 
VI. Desenvolver e implantar um Sistema de Monitoramento, Avaliação e Identificação 
das Lições Aprendidas, que permita fazer uma avaliação e difusão dos 
resultados e dos impactos do Programa e retroalimentar o desenho das políticas 
públicas de apoio ao desenvolvimento de APLs. 
 
O Programa é composto por 4 (quatro) componentes, assim definidos: 
 
a) COMPONENTE 1 - DESENVOLVIMENTO DE MODELO PÚBLICO-PRIVADO DE APOIO À 
MELHORIA DA COMPETITIVIDADE DE APLS 
 
Através deste componente se financiará a articulação das ações das distintas 
entidades promotoras dos APLs através das entidades de governança local (EGLs) e a 
preparação, em conjunto com as empresas e instituições relacionadas, dos Planos de 
Melhoria da Competitividade (PMCs) dos APLs de Produção Cultural, Tecnologia da 
Informação e Comunicação, Confecções, Laticínios, Gesso e Vitivinicultura. Será financiado, 
também, o diagnóstico e Plano de Ação Comum ao conjunto dos 4 (quatro) APLs integrantes do 
Programa, bem como a execução do diagnóstico de uso da Tecnologia da Informação e 
 
 
10 
 
Comunicação – TIC nesse conjunto de APLs. Serão ainda financiadas a realização de estudos 
de indicadores econômicos, oficinas, sondagens e consultorias necessárias para completar os 
PMCs dos APLs de Gesso (Região do Araripe)e Confecções (Região do Agreste 
Pernambucano) e a preparação dos PMCs dos 2 APLs restantes. 
 
b) COMPONENTE 2 – IMPLEMENTAÇÃO DE PLANOS DE MELHORIA DE COMPETITIVIDADE 
DE APLS 
 
Este componente financiará a implementação e o desenvolvimento das ações 
priorizadas nos Planos de Melhoria da Competitividade – PMCs dos 4 (quatro) APLs 
integrantes do Programa, bem como a realização das ações estratégicas de melhorias comuns 
ao conjunto dos APLs definidas no componente 1. Serão financiados projetos estruturadores, 
qualificadores, cooperativos e experimentais nos campos de: (i) governança, gestão e 
administração a nível do APL; (ii) capacitação e assessoria empresarial; (iii) tecnologia industrial 
básica (TIB) e inovação tecnológica e organizacional; (iv) meio ambiente e desenvolvimento 
social; (v) logística; e (vi) comercialização, prospecção de mercado e exportações. Inicialmente, 
o Programa apoiará a implementação das atividades propostas nos PMCs preparados para os 
APLs iniciais de Gesso e Confecções. Posteriormente, serão co-financiadas as atividades 
constantes nos PMCs dos outros 2(dois) APLs. 
 
c) COMPONENTE 3 – IMPLEMENTAÇÃO DE APLICAÇÕES ESTRATÉGICAS DE 
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) PARA APLS 
 
Este componente, de caráter transversal, promoverá mecanismos para favorecer a 
incorporação de TICs na gestão dos projetos de cada APL, e para facilitar o seu uso na 
melhoria dos produtos, processos e serviços das empresas e organizações participantes dos 
APLs selecionados, incluindo o cumprimento da legislação socioambiental e a implantação de 
tecnologias mais limpas nas empresas. As intervenções serão baseadas em um diagnóstico da 
situação e necessidades dos APLs com relação às TICs, de acordo com o conteúdo dos 
respectivos PMCs, e se apoiarão na experiência e capacidades já desenvolvidas pelo Estado 
neste campo. As aplicações e intervenções que serão desenvolvidas através deste 
componente serão organizadas sob uma arquitetura única denominada Cluster Resource 
Planning (CRP), a qual integrará um conjunto de ferramentas de informática, que podem ser 
acessadas em forma massiva via Internet, orientadas à gestão do conhecimento das empresas 
em cada APL (informação estratégica, comercial, produtiva, operacional, e afins), à gestão e 
governança do Programa e dos APLs (execução e administração do Programa e gestão da 
governança local de cada APL), e à gestão individual das empresas (contabilidade, finanças, 
recursos humanos, e afins). Este componente irá financiar a modelagem, o desenvolvimento e a 
aquisição dos componentes do Cluster Resource Planning (CRP), bem como as atividades de 
implantação de módulos prioritários do CRP, incluindo capacitação, serviços e aquisições. 
 
d) COMPONENTE 4 – SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO E DE 
IDENTIFICAÇÃO E DIVULGAÇÃO DAS LIÇÕES APRENDIDAS DO PROGRAMA 
 
Este componente financiará a implementação e funcionamento de um sistema de 
acompanhamento e avaliação envolvendo as diversas linhas de ação e o conjunto do 
Programa, incluindo aspectos de gestão e aprendizagem resultantes da aplicação das 
metodologias de apoio aos APLs e a divulgação das lições aprendidas. 
 
 
 
 
11 
 
O Estado de Pernambuco assinou o contrato de empréstimo nº 2147/OC-BR com o 
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em junho/2011, e aditado em dezembro/2015, 
onde se propõe a utilizar parte dos recursos para efetuar pagamentos de despesas elegíveis em 
virtude do Programa de Produção e Difusão de Inovações para a Competitividade de 04 (quatro) 
Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Estado. 
 
O Programa é uma parceria entre o BID, o Governo do Estado, que assinaram o contrato 
de empréstimo nº 2147/OC-BR, Sistema FIEPE e o SEBRAE-PE, assim como o envolvimento de 
outras instituições de CT&I. Serão aportados recursos da ordem de 16,7 milhões de dólares para 
a execução do Programa, distribuídos para os 4 (quatro) componentes e atividades de 
administração e avaliação. Do montante de recursos previstos para o Programa, 12,602 milhões 
de dólares serão utilizados para financiar atividades propostas nos PMCs de 4(quatro) APLs, bem 
como para ações estratégicas comuns aos 4(quatro) e outras ações definidas em seus 
Componentes. 
 
O Governo do Estado de Pernambuco, via SECTIS, definiu a Estratégia de Ciência, 
Tecnologia e Inovação para Pernambuco, que visa promover condições para maior 
competitividade pernambucana que favoreçam a transformação social, elevação da qualidade de 
vida e da prosperidade baseadas em conhecimento, aprendizagem e inovação. 
 
Essa estratégia foi formulada tendo como referencial um novo modelo de desenvol-
vimento baseado no conhecimento, aprendizagem e inovação, e para tal orienta e promove 
ajustes e articula programas já em andamento, como o ProAPL. 
 
A inserção do ProAPL nas diretrizes de Ciência e Tecnologia e Inovação, se dará com a 
implementação de ações estratégicas e estruturantes comuns aos 4 APLs previstas no ProAPL 
para criar as condições de estrutura para a conectividade e interação de suas várias ações entre 
os diversos atores locais com o mundo do conhecimento externo à região, como: 
 
 Desenvolvimento do Information Hub (infraestrutura para interação e tráfego de 
conteúdo). 
 
 Ferramenta de TIC contemplando o BPM – Business Process Management voltado ao 
desenvolvimento e aceleração de empreendimentos nos APLs, apoiando-se no 
modelo CERNE – Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos. 
 
 Elaboração de conteúdos a serem disseminados pela plataforma COAM – Cursos 
Online Abertos Massivos para o desenvolvimento e aceleração de empreendimentos. 
 
 Construção de uma rede de transmissão de longa distância com tecnologia óptica 
DWDM. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
3 ABORDAGEM METODOLÓGICA 
 
Neste capítulo descreve-se a abordagem metodológica utilizada no desenvolvimento do 
Plano de Melhoria da Competitividade do APL de Laticínios com a participação dos diversos 
atores envolvidos no APL, empresários, dirigentes e técnicos do IPA, ADAGRO, ITEP, SECTI, 
SDEC, SEBRAE e outras entidades parceiras. Além desse envolvimento, três diretrizes básicas 
foram colocadas em todas as entrevistas e reuniões de trabalho: 1) A responsabilidade pela 
competitividade das empresas é dos empresários (que investem, arriscam, tem experiência no 
negócio) e, portanto, cabe a eles a decisão das ações, a partir de uma construção dentro de um 
processo orientado de discussão técnica e voltado para resultados; 2) O PMC deve ser visto como 
uma ferramenta catalisadora para o APL. As suas ações devem ser vistas como demonstrativas e 
devem ser continuadas após período do Programa, com os ajustes necessários, para que se 
possa ter o resultado mais amplo que se espera de competitividade e sustentabilidade a médio e 
longo prazo. Para isso, deve-se ter um processo de sensibilização/mobilização dos empresários, 
apoiado pelo resultado das ações e o efeito de demonstração, conduzido pelas entidades de 
governança do APL; 3) O trabalho de elaboração do PMC, em todas as suas fases considerou as 
seis linhas de apoio do Programa. 
 
A partir das diretrizes citadas anteriormente discute-se aqui a metodologia utilizada no 
trabalho referenciando a Abordagem Participativa, Enfoque Estratégico do APL, Metodologia para 
as Ações voltadas a Gestão e Racionalidade Econômica para a Intervenção. 
 
 ABORDAGEM PARTICIPATIVA 
 
Para a realização do trabalho, o Consórcio utilizou uma metodologia participativa que 
buscou construir o diagnóstico, visão, estratégia e iniciativas de ação em colaboração com os 
diversos atores envolvidos no APL. Isto não implica que o PMC reflita uma simples “carteira de 
demandas” do APL. Durante todo o processo, o Consórcio orientou o desenvolvimento da 
estratégia de diversas formas: apontando lacunas e oportunidades com base no diagnóstico e 
contribuição dos especialistas setoriais da equipe; apresentando uma visão para o APL validada 
com os empresários; e estruturandoas iniciativas de ação com base nas necessidades apontadas 
para o APL e com base em uma metodologia para a implementação das ações (discutida mais 
adiante). Portanto, durante todo o processo de construção, houve um equilíbrio e sinergia entre a 
contribuição dos empresários e a orientação técnica da equipe consultora e dos técnicos do ITEP, 
SECTIS e SDEC. 
 
A metodologia participativa foi implementada por via de várias atividades estruturadas 
descritas a seguir. 
 
 Reunião de nivelamento conceitual 
 
Reunião de nivelamento conceitual com os técnicos do ITEP, SECTI, SDEC, quando se 
discutiu principais informações sobre o APL, estrutura no APL para condução dos trabalhos, sobre 
os Comitês Gestor, Marco lógico do Programa ProAPL, metodologia e conceitos a serem 
utilizados pelo Consórcio, definição de um cronograma de trabalho abordando os principais 
eventos. 
 
 Reunião de sensibilização 
 
Reunião de sensibilização junto ao Comitê Gestor para informar e discutir sobre o 
entendimento do trabalho a ser realizado e sensibilizá-los a construírem juntos com o Consórcio o 
PMC. 
 
 
13 
 
 Entrevistas estruturas com diversos atores 
 
Entrevistas estruturadas junto a diversos atores do APL previamente agendadas 
(SEBRAE, IPA, ADAGRO, empresários de laticínios, produtores de leite, organizações de 
produtores), com o objetivo de informar sobre o PMC, a sua forma de construção, e ouvir deles 
informações, principalmente sobre o ponto de vista qualitativo e de governança e gestão do APL, 
para o diagnóstico do APL. 
 
 Entrevistas de profundidade 
 
O diagnóstico contará com indicadores que apresentarão a realidade do APL e servirá 
para definição da linha de base para que em um futuro próximo a execução do PMC possa ser 
avaliada e apontar a evolução das melhorias e competitividade. Para isso, foi realizada pesquisa 
para conhecer o perfil da região, na visão dos produtores quanto ao tipo de produção, seu mercado, 
forma e canais de comercialização, o custo do seu negócio, rentabilidade, o nível de risco, assistência 
técnica, uso do crédito rural, a forma de busca de tecnologia, inovação que podem elevar a 
rentabilidade das propriedades, perspectiva de expansão do negócio e ações de sustentabilidade. 
 
O levantamento de dados no APL foi realizado considerando dois públicos alvos: produtor 
de leite e empresários da indústria de laticínios e foi adotada a ENTREVISTA EM 
PROFUNDIDADE como meio para este levantamento (veja detalhe da metodologia no Documento 
Produto 2 – APL Laticínios). Essas entrevistas foram previamente agendadas. No momento da 
entrevista, esclareceu-se sobre o ProAPL e PMC, a forma de construção do PMC, a importância 
da participação dos empresários e coletar sugestões de ações necessárias para o crescimento 
sustentável do APL, com base nas seis (6) linhas de apoio do Programa. 
 
 Workshop diagnóstico e cenário estratégico 
 
 Workshop diagnóstico e cenário estratégico - ITEP 
 
Foi realizado na sede da SECTI, para as equipes da SECTI, SDEC e ITEP, com os 
objetivos: 
 
a) Discussão sobre o Diagnóstico (versão preliminar), apontamento de sugestões e 
validação técnica para apresentação junto aos atores do APL. 
 
b) Discussão da visão estratégica aonde se quer chegar para cada APL, sob a ótica do 
grupo técnico ITEP/Consórcio, definindo as Macro ações estruturantes necessárias 
ao desenvolvimento do APL. 
 
Os tópicos apresentados foram: 
 
 Desenvolvimento e sustentabilidade de APL 
 Diagnóstico do APL 
 Aspectos de mercado 
 Estudos de casos de sucesso - Benkmarketing 
 Cenário estratégico focando o negócio e visão do APL 
 Análise FOFA e 
 Macro ações. 
 
A apresentação aconteceu em formato de reunião com duração de 12 horas. 
Participaram ativamente do evento Secretária da SECTI, Presidente do ITEP, Subsecretário da 
 
 
14 
 
SDEC e suas respectivas equipes. Na reunião foram abordados os conteúdos do workshop, 
mediante apresentação, pela equipe do Consórcio, utilizando-se de metodologia dialogada com os 
participantes e com suporte visual / power point. O diagnóstico foi pré-validado pelos participantes 
para validação final pelo Grupo Gestor e demais representantes de cada APL. 
 
 Workshop diagnóstico e cenário estratégico – Atores 
 
Foi realizado nas instalações da Unidade Acadêmica de Garanhuns, com a apresentação 
e coordenação da equipe do Consórcio Plena-TPF, acompanhada por representantes da SECTIS, 
SDEC e ITEP, com duração de 8 horas. Participaram os membros do Grupo Gestor, produtores, 
instituições representativas da classe, representantes de órgãos estaduais e empresários do 
setor. Os objetivos foram: 
 
Diagnóstico 
 
1) Apresentação do Diagnóstico do APL, com suas potencialidades e lacunas, 
preparado com o viés da equipe técnica; 
 
2) Apresentação e discussão sobre as tendências mundiais do setor incluindo aspectos 
de tecnologia, mercado, governança e condições socioambientais; 
 
3) Apresentação e análise dos estudos de casos (benchmarking), casos nacionais e 
internacionais; 
 
4) Construção da análise FOFA; 
 
5) Identificação de novas lacunas e validação do Diagnóstico. 
 
Cenário estratégico 
 
1) Discussão e validação do cenário estratégico para o desenvolvimento do APL com a 
definição do negócio e visão. 
 
2) Analisar as “macro ações” propostas pela equipe técnica, discutir, e propor ajustes 
nas “macro ações” e/ou apontar novas “macro ações”. 
 
Os tópicos apresentados foram: 
 
 Desenvolvimento e sustentabilidade de APL 
 Diagnósticos dos APL 
 Aspectos de mercado 
 Estudos de casos de sucesso - Benkmarketing 
 Cenário estratégico focando o negócio e visão do APL 
 Construção de análise FOFA do APL e 
 Macro ações. 
 
A metodologia básica utilizada foi a de “Word Café” apoiada por apresentações em visual 
em power point e intermediadas por animações participativas do grupo, realizadas durante todo o 
evento por especialista em comunicação social do Consórcio. 
Neste conjunto de métodos de socialização da informação em que envolveu os 
participantes, os levaram a discutir, analisar, propor ajustes a partir de um nivelamento e onde os 
atores passam a sugerir várias ideias, ações e processos para melhoria da competitividade e 
 
 
15 
 
sustentabilidade do APL. Todo este trabalho foi pautado em “áreas temáticas” ou “linhas de apoio” 
pré-definidas pelo programa ProAPL: Capacitação e assessoria empresarial; Tecnologia básica 
industrial e agroindustrial e inovações tecnológica e organizacional; Prospecção de Mercados, 
comercialização e exportação; Governança, gestão e administração; Logística e Meio ambiente e 
desenvolvimento social. Todas estas seis linhas foram abordadas num ambiente matricial e de 
transversalidade, principalmente a de Meio ambiente e Desenvolvimento social. 
 
 Reuniões programadas 
 
Foram realizadas várias reuniões, com diversos atores, para complementar informações 
e discutir ações e estratégias com o IPA, ADAGRO e Instituto de Laticínios do Agreste. 
 
 ENFOQUE ESTRATÉGICO DO APL 
 
É importante caracterizar a abordagem utilizada pelo Consórcio na definição do enfoque 
estratégico para o desenvolvimento do APL. Este enfoque inclui dois vetores: a estratégia 
estruturante e uma estratégia de posicionamento de mercado. A estruturante inclui iniciativas 
focadas principalmente no aumento da produtividade, fortalecimento da cadeia de valor e 
governança (colaboração entre os atores), melhorando as capacidades dinâmicas no APL, para 
que este possa ajustar sua estratégia de mercado de forma contínua, de acordo com as 
oportunidades de mercado e com as mudanças no ambiente de negócios (tendências de 
consumo, competição, tecnologia). A estratégia de posicionamento de mercado inclui 
iniciativas para ampliação de mercados. Portanto, o plano de ações inclui uma combinação de 
iniciativas estruturantes e iniciativas focadas no desenvolvimento de mercados específicos – que 
se reforçam mutuamente. Todas as ações identificadascom os empresários, analisadas, 
complementadas e consolidadas, estão ligadas às lacunas, à visão estratégica, e às prioridades 
identificadas com os empresários. 
 
As estratégias baseadas puramente em um posicionamento de mercado não têm 
sustentabilidade, pois muitas vezes não consideram que as empresas precisam realizar várias 
atividades para atender a estes mercados: estruturar suas operações, buscar novas tecnologias 
ou implantar novas práticas de gestão. Além do mais, um mercado que parece ser atrativo em 
curto prazo, na ausência de barreiras de entrada, pode-se degradar rapidamente com a entrada 
de outros competidores. 
 
 Estratégia estruturante 
 
Essa estratégia é o ponto fundamental para a melhoria da competitividade do APL. A 
abordagem visa identificar como a cadeia de valor do APL deve ser reforçada visando maior 
produtividade, redução de custo e sustentabilidade do negócio. Entende-se que, qualquer 
estratégia de mercado deve estar ancorada em questões fundamentais de produtividade e 
tecnologia, gestão empresarial, gestão de pessoas, ações ambientais, e contar com um eficiente 
sistema de governança que permita um direcionamento na coordenação de ações. 
 
Na concepção do Consórcio, as empresas do APL devem estar estruturadas para 
atender a mercados diferentes de forma rápida e competitiva, de acordo com as oportunidades e 
dentro de um posicionamento de mercado coerente. Isto não implica que empresas não devam 
ter um direcionamento competitivo inicial (discutido mais adiante). Porém uma estruturação das 
empresas permite que estas atendam a mercados diferentes, diversificando suas vendas e 
aumentando sua sustentabilidade. 
Portanto, um elemento importante nessa estratégia de estruturação é a ampliação de 
capacidades dinâmicas nas empresas (e no APL) para que estas possam ajustar sua estratégia 
de mercado de forma contínua com base em novas oportunidades de negócio, informações de 
 
 
16 
 
mercado, tendências de consumo, novas tecnologias e mudanças no cenário competitivo (como 
novos competidores). Mudanças no ambiente de negócios também incluem fatores 
macroeconômicos (como o câmbio, que afeta a rentabilidade das exportações e a competição por 
parte de produtos importados) e aspectos regulatórios como barreiras tarifárias ou não tarifárias. 
Portanto, a competitividade globalizada torna o mercado muito dinâmico, por isso, as empresas 
devem estar preparadas para um ajuste de direcionamento continuado e não pontual. 
 
O conceito de capacidades dinâmicas é baseado na literatura recente sobre estratégia de 
negócios (exemplos: David Teece, Dynamic Capabilities, Tushman and Reilly, Ambidextrous 
Organizations, Constance Helfat (Ed.) Compilação de artigos sobre Dynamic Capabilities). Com as 
mudanças cada vez mais rápidas de mercado, tendências de consumo, tecnologia e competição, 
as estratégias de mercado têm “vida útil” mais curta e devem ser ajustadas de forma contínua, 
porém sem perder de vista as vantagens competitivas das empresas ou do APL. Portanto, é 
necessário desenvolver capacidades e processos internos nas empresas e nos APLs para a 
criação e atualização de estratégias. Segundo a Professora Constance Helfat, da Universidade de 
Dartmouth, o enfoque acadêmico atual se voltou para “dentro das empresas”, para a 
compreensão dos ativos e capacidades que tornam algumas empresas mais competitivas que 
outras, incluindo processos formais e informais para a identificação de novas oportunidades de 
mercado. Este mesmo conceito é estendido ao APL. 
 
As capacidades dinâmicas e a inovação também são importantes dentro do conceito de 
“upgrade” da cadeia de valor (veja, por exemplo, Kaplinsky e Morris, A Handbook for Value Chain 
Research). Kaplinsky e Morris apontam que as capacidades dinâmicas podem apoiar quatro tipos 
de “upgrade” da cadeia de valor: 
 
 Upgrade de processos: aumento da eficiência de processos, tanto dentro das 
empresas como entre os “elos” da cadeia de valor (por exemplo, ajustes no processo 
de produção do leite). 
 
 Upgrade de produtos: desenvolvimento de novos produtos ou melhoria da qualidade 
de produtos existentes de forma mais rápida que os competidores (ex. implantação da 
IG). 
 
 Upgrade funcional: aumento do valor agregado mudando o “mix” de atividades 
realizadas dentro da empresa e terceirizadas (por exemplo, contabilidade, logística, 
controle de qualidade), ou adquirindo novas competências dentro da cadeia de valor 
(como, por exemplo, novos mercados). 
 
 Upgrade para nova cadeia de valor: mudança para nova cadeia de valor (por exemplo, 
as empresas de Taiwan evoluíram de rádios, para calculadoras, TVs, a computadores 
e atualmente a produção de smartphones). 
 
Algumas iniciativas propostas nesta linha incluem: prospecção de mercado contínua, 
sistemas de informação de mercado para o APL, capacitações, ajustes no processo atual de 
produção, desenvolvimento de novas tecnologias na produção de leite, bem como outras 
iniciativas de fortalecimento da governança do APL, e como exemplo, a seguir são listadas 
algumas dessas ações. 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 Estratégia de posicionamento de mercado 
 
A Consultoria construiu com o seu conhecimento, o conhecimento do especialista setorial 
e a experiência dos empresários, uma orientação de posicionamento de mercado, com base em 
oportunidades para ampliação de mercados e na compreensão das vantagens competitivas do 
APL (presentes e potenciais). Para isso, é importante valorizar o conhecimento e experiência dos 
empresários sobre os seus negócios e mercados, principalmente as médias/grandes empresas do 
APL. Por isso, o foco inicial foi de conhecer os mercados consumidores de queijo coalho para 
ampliar a participação nesses mercados. As iniciativas verticais se baseiam no desenvolvimento 
de mercados específicos (que serão prospectados) ou iniciativas que visam preparar o APL para 
competir em certos nichos de mercado. Como mencionado acima, as estratégias verticais devem 
estar ancoradas em uma visão estruturante para o APL. 
 
 METODOLOGIA PARA INICIATIVAS VOLTADAS A GESTÃO 
 
O plano de ação apresenta várias iniciativas voltadas à capacitação em gestão (gestão 
empresarial, gestão ambiental, entre outras). A importância dessas ações na sustentabilidade do 
APL levou o Consórcio a utilizar uma abordagem consistente para a execução futura dessas 
iniciativas. A metodologia se baseia fundamentalmente na sensibilização/mobilização dos 
empresários em cada ação, em consultorias individuais, com base nas quais serão desenvolvidas 
ferramentas de gestão e um documento de melhores práticas, que orientará uma segunda fase de 
consultoria. Portanto, foi utilizada a seguinte sequência de atividades: 
 
 Sensibilização e mobilização: Muitos projetos/ações em vários APLs não apresentam 
os resultados esperados, quase sempre em função de um inadequado processo de 
conscientização e, portanto, mobilização. Prevendo essa lacuna, está se propondo um 
processo de sensibilização e mobilização ancorado num Plano de Comunicação 
específico para cada ação. 
 
 Consultorias iniciais: Consultorias iniciais serão realizadas para auxiliar as empresas 
e, também, formar uma base de conhecimento sobre as necessidades específicas do 
APL: melhoria de processos de gestão, o uso de ferramentas de gestão, etc. Essa 
consultoria inicial facilitará e dará base real ao processo de capacitação. 
EXEMPLO DE AÇÕES CONTRIBUIÇÃO PARA CAPACIDADE DINÂMICA
Gestão empresarial
Fortalecimento do processo de planejamento estratégico de forma 
contínua , com avaliação de riscos, novos produtos, oscilação de 
mercado, perspectiva de inserção em novos mercados.
Plano de gestão cooperativo - Projeto Piloto
Fortalecimento do processo cooperativo, planejamento estratégico e 
melhora da rentabilidade. 
Prospecção tecnológica internacional - suporte forrageiro 
Inovação no processo produtivo (ajuste tecnológico no uso de 
forrageira), com melhoria da produtividade, reduçãode custo, criar 
condições para sustentação no mercado.
Inovação tecnológica na produção de leite
Inovação no processo produtivo , com melhoria da qualidade e 
produtividade, redução de custo, melhora produtos dos laticínios.
Prospecção de mercado para queijo coalho, artesanal e pasteurizado
Estabelecer processos contínuos de planejamento estratégico nas 
empresas para atuação nos mercados atuais e novos mercados.
Implementação IG
Estabelecer processos contínuos de qualidade nas empresas para 
atuação nos mercados atuais e novos mercados.
Sistema de informações centralizado
O sistema inclui um módulo de informação e inteligência de mercado, 
que deve servir como base para o monitoramento e avaliação de 
mercados atuais e futuros, considerando, por exemplo, as mudanças no 
ambiente de negócios, como novos competidores, tendência de 
consumo com mais exigências.
Comunicação e marketing do APL 
Esta ação apoia a imagem e posicionamento do APL nos mercados atuais 
e futuros, com base em uma orientação de posicionamento de mercado.
Fonte: Elaboração Consórcio PLENA/TPF.
 
 
18 
 
 Elaboração de ferramentas para consultorias futuras e workshops: Com base no 
conhecimento específico obtido nas consultorias iniciais, propõe-se um conjunto de 
ferramentas: manual de melhores práticas, específico para o contexto do APL, 
ferramentas de TI para gestão (padronizadas ou customizadas), próprias para o APL, 
e desenho de processos produtivos ou de gestão. As ferramentas e modelos de 
gestão desenvolvidos nesta atividade serão utilizadas em workshops específicos, 
quando se discutirá com os participantes da capacitação em gestão, a base conceitual 
do segmento de gestão. 
 
 Consultorias individuais: Rodadas de consultorias serão realizadas individualmente 
junto às empresas participantes para, in loco, construir com o empresário uma 
estratégia específica de execução de ações do segmento de gestão, e também para 
avaliar e ajustar as suas ações. 
 
 Workshops de melhores práticas: Na finalização do processo de capacitação, propõe-
se a realização de workshops de melhores práticas, envolvendo as empresas 
participantes e outras convidadas, para (a) avaliar o resultado da ação, (b) disseminar 
a base de conhecimento desenvolvido nas atividades anteriores, e (c) iniciar um 
processo de sensibilização para mobilizar novos empresários a participar da 
capacitação. 
 
 RACIONALIDADE ECONÔMICA PARA A INTERVENÇÃO 
 
O programa visa apoiar a competitividade do APL, e principalmente de suas pequenas 
empresas. A maioria das iniciativas visa corrigir falhas de coordenação entre as empresas, ou 
entre as empresas e as instituições presentes no APL. Várias iniciativas também visam 
alavancar economias de escala (compartilhando custos fixos). A seguir apresentamos 
exemplos. 
 
 Algumas ações visam melhorar a integração e coordenação entre instituições de 
ensino/pesquisa e o APL – para transferência de tecnologia, capacitação ou outros 
temas. 
 
 Ações de gestão empresarial e gestão ambiental, entre outras, visam dividir os custos 
de pesquisas de melhores práticas entre pequenas empresas. Estas pesquisas 
apontarão soluções que podem ser implementadas por grupos de pequenas empresas 
que compartilham as mesmas características. Após a definição de melhores práticas, 
os processos e tecnologias serão implantados por via de assessorias técnicas de 3-4 
dias, no total, dentro das empresas. Normalmente as pequenas empresas não têm a 
consciência da importância deste tipo de assessoria técnica direta, portanto o 
programa também visa conscientizar as empresas sobre esta prática. 
 
 O PMC também inclui ações conjuntas de marketing para o APL que requerem 
coordenação, como prospecção de mercado, construção e gerenciamento, e 
fortalecimento da marca do APL. 
 
 Ações de governança do APL – como fortalecimento da EGL, Sistema de informações 
centralizado para o APL e Plano de Comunicação do APL – objetiva fortalecer o 
processo de coordenação do APL, dividindo também alguns custos fixos (por exemplo, 
no desenvolvimento de bancos de dados e sistemas de informação para inteligência 
de mercado). 
 
 
 
19 
 
Todas as iniciativas mencionadas acima possuem aspectos importantes de coordenação, 
e muitas também procuram compartilhar custos fixos entre as empresas quando existem 
economias de escala ou de escopo. 
 
O programa também procura conscientizar as pequenas empresas sobre melhores 
práticas de gestão, trazendo novas informações e conhecimentos para as empresas. Muitas vezes 
as pequenas empresas não utilizam ferramentas e processos de gestão por falta de conhecimento 
e conscientização (“falhas de informação”). O PMC promoverá esta conscientização nas 
pequenas empresas do APL por via de um processo que inclui um programa, mobilização, planos 
de comunicação, workshops e principalmente por vias das assessorias técnicas dentro das 
empresas (“learning by doing”). 
 
 
 
20 
 
4 DIAGNÓSTICO 
 
No início dos trabalhos o Consórcio realizou uma visita ao APL com o objetivo de obter 
uma visão geral da cadeia produtiva e subsidiar de informações para montagem da estratégia de 
entrevistas e coleta de dados. Paralelamente foi realizada uma revisão de documentação e 
bibliografia, pertinente ao APL. Como resultado foi observado: 
 
 A falta de água limita a produção de forragem para o gado leiteiro, restringindo 
drasticamente o potencial produtivo dos animais cujo grau de sangue está entre 
Girolando e Holandês, sendo que em alguns rebanhos visitados observou-se a 
predominância de gado Holandês de boa procedência. 
 
 Dentro das queijarias, muito se pode avançar nas boas práticas e na proteção do 
ambiente de trabalho. 
 
 Existência de muitas queijarias informais. Mudar a realidade da produção é o processo 
de regularização destas queijarias. A lei estadual está flexibilizando esse processo 
com o intuito de atrair mais queijarias para a formalidade. 
 
 A região produz vários produtos derivados do leite como, manteiga, queijo manteiga, 
iogurte e em maior quantidade o queijo de coalho artesanal que é uma tradição desta 
região. 
 
 Processo de indicação geográfica do queijo de coalho artesanal como uma iniciativa 
estimuladora para melhoria da qualidade dos produtos, bem como uma diferenciação 
importante para os produtos regionais alcançarem novos mercados e obterem 
melhores preços. 
 
 As informações estão descentralizadas, cada instituição/organização tem dados 
próprios, e que para um determinado tipo de informação, existe em várias instituições, 
mas com resultados divergentes. 
 
 Não há dados estatísticos na região para elaboração de um diagnóstico que se 
aproxime da realidade do APL, como por exemplo: produtividade do rebanho, renda 
dos produtores, capacidade instalada dos laticínios, empregos gerados, faturamento 
bruto, logística de captação e recepção do leite, destinação de efluentes, nível de 
participação em organizações associativas, processo de certificação, entre outros. 
 
 A definição de uma boa estratégia de desenvolvimento de um APL depende do conteúdo 
do diagnóstico, que deve focar a cadeia, desde por exemplo a produção de leite (custo, 
tecnologia, índices zootécnicos, etc.), a produção de derivados, do processo de comercialização 
(exemplo, canal de distribuição, destino), dos dispositivos para inovação, da capacidade de 
geração de emprego e renda, da capacidade de organização dos vários segmentos, do valor da 
produção, do processo de governança e gestão do APL, entre outras informações. Mas durante as 
entrevistas na visita inicial, leitura e análise de documentos verificou-se que muitas dessas 
informações não estavam disponíveis, o que poderia levar à construção de um PMC que não 
representasse a realidade. 
 
Diante da falta de dados consistentes e atuais sobre o APL, o Consórcio decidiu realizar 
um levantamento de dados com base numa metodologia estatística específica, detalhada no 
Produto 2 – APL – Laticínios.Com isso, passa-se ter um diagnóstico consistente e representativo 
da realidade, o que permite gerar informações e uma análise mais aprofundada do APL, que leve 
para um cenário estratégico e ações mais adequadas à melhoria da competitividade. 
 
 
21 
 
A metodologia utilizada para construção do diagnóstico, sob a coordenação de 
especialistas do setor, constituiu de análise de dados e informações obtidas via revisão de 
documentação existente sobre os setores e informações na região por meio de entrevistas com 
lideranças locais, produtores e empresários e instituições, utilização dos dados gerados nas 
entrevistas de profundidade e discutida com os diversos atores no Workshop sobre o Diagnóstico. 
Dessa forma, permitiu desenvolver uma análise da situação atual dos diferentes aspectos 
compreendidos no escopo do Arranjo Produtivo Local – APL, Laticínios do ProAPL nos municípios 
compreendidos por Águas Belas, Arcoverde, Bom Conselho, Buíque, Capoeiras, Garanhuns, Iatí, 
Itaíba, Pedra, Pesqueira, São Bento da Una e Venturosa. 
 
Os resultados do diagnóstico visam subsidiar a elaboração do Plano de Melhoria da 
Competitividade – PMC do setor de Laticínios, compreendido pela produção de uma variada gma 
de produtos lácteos. 
 
 CARACTERIZAÇÃO DO APL 
 
 Caracterização geral 
 
O APL Laticínios tem na sua produção de lácteos mais de 20 itens. Eles vão do leite 
pasteurizado, queijo de coalho, queijo mussarela, bebidas lácteas, iogurte, manteiga, queijos finos 
dentre outros produtos. O queijo de coalho é o produto “carro chefe” do APL. 
 
No APL Laticínios segundo a ADAGRO, estão registradas, em abril/2017, 47 empresas 
de laticínios caracterizadas da seguinte forma: Queijaria artesanal (33); Fábrica de laticínios (6); 
Usina de beneficiamento (5) e Laticínios sifados (3). Em 2016, estavam em operação 46 
empresas, apenas 1(uma) de usina de beneficiamento não estava operando. 
 
Os conceitos adotados pela equipe do ITEP para cada tipo destas empresas de laticínios 
são enunciados a seguir: 
 
Queijaria artesanal: Sob Serviço de Inspeção Estadual (SIE) para produção de queijos 
artesanais (queijo de coalho artesanal com leite cru, queijo de manteiga e manteiga de 
garrafa). Geralmente usa leite próprio e/ou compra leite de outros produtores. 
Geralmente, empresas beneficiam de 1.000 a 6.000 litros de leite/dia. 
 
Fábrica de laticínios: Sob Serviço de Inspeção Estadual (SIE) para produção de 
produtos produzidos com leite pasteurizado (fermentados, queijos como mussarela, 
ricota, prato, queijo de coalho tipo pasteurizado, manteiga, doce de leite, coalhada, etc.). 
Geralmente, empresas beneficiam de 5.000 a 20.000 litros de leite/dia. 
 
Usina de beneficiamento: Sob Serviço de Inspeção Estadual (SIE) para produção de 
leite pasteurizado para consumo humano, beneficiando de 5.000 a 20.000 litros de 
leite/dia. 
 
Laticínio sifado. Serviço de Inspeção Federal (SIF). Produtos com leite pasteurizado. 
Geralmente são empresas que buscam mercado interno estadual e de outros estados 
(principalmente nordestino). Indústrias de mais de 50.000 litros de leite/dia. 
 
 
 
 
22 
 
Além do parque de laticínios registrados na ADAGRO, existem os laticínios não 
registrados (queijaria informal), e os “queijeiros¨, que produzem na própria propriedade. Não existe 
estatística sobre esse grupo. Estima-se que 56% do leite produzido na região, em 2016, foram 
beneficiados sob essa condição. O produto é comercializado de forma clandestina dentro e até 
fora do Estado de Pernambuco. Não existe, entretanto, nenhuma estatística formada com relação 
a quantificação deste tipo de beneficiamento no Estado a não ser dados estimativos, mas sem 
consenso das instituições públicas. Segundo os empresários, em anos de maior produção que o 
2016, a percentagem de clandestinidade chega a mais de 75%. 
 
 Recentemente, o Estado de Pernambuco estabeleceu legislação específica 
regularizando a queijaria artesanal familiar de pequeno porte, formada por pequenos produtores 
de queijo de coalho, geralmente de 50 a um máximo de 1000 litros de leite por dia. Esta categoria 
passou a ter uma qualificação Estadual destinada para agricultores familiares que, entretanto, 
devem possuir o DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) e ter o registro no SIE (Serviço de 
Inspeção Estadual) para a produção de queijo artesanal (somente com leite próprio); ou caso 
utilizem leite de agricultores familiares vizinhos, os produtos devem ser pasteurizados. Essa 
legislação Estadual visa a facilitação da formalização destes pequenos produtores. Como essa 
legislação é recente, alguns produtores estão em fase de implantação, mas, ainda, não estão 
registrados. 
 
No tocante aos serviços e demais inputs, necessários à operação e produção das 
empresas de laticínios, são todos aqueles correlatos ao desenvolvimento de produtos lácteos. 
 
 Caracterização territorial 
 
O Estado de Pernambuco está dividido em doze regiões de desenvolvimento. Esta 
divisão é baseada na Lei Estadual nº 12.427 de 25/09/2003 e são as seguintes as regiões de 
desenvolvimento: Metropolitana, Sertão do São Francisco, Agreste Central, Mata Sul, Agreste 
Meridional, Mata Norte, Sertão do Araripe, Sertão do Moxotó, Sertão de Itaparica, Agreste 
Setentrional, Sertão do Pajeú e Sertão Central. 
 
Os Municípios do Arranjo Produtivo Local, estão identificados nas regiões de 
desenvolvimento conforme tabela a seguir. 
 
Tabela 4.1 - Relação dos municípios do 
APL por Região de Desenvolvimento. 
 
 
Região de Desenvolvimento
do Estado de Pernambuco
Águas Belas Agreste Meridional
Arcoverde Sertão de Moxotó
Bom Conselho Agreste Meridional
Buíque Agreste Meridional
Capoeiras Agreste Meridional
Garanhuns Agreste Meridional
Iati Agreste Meridional
Itaíba Agreste Meridional
Pedra Agreste Meridional
Pesqueira Agreste Central
São Bento do Una Agreste Central
Venturosa Agreste Meridional
Município
Fonte: Tabela preparada pelo Consórcio Plena-TPF - 
Banco de dados do Estado BDE.
 
 
23 
 
Verifica-se na tabela anterior que a maioria (9) dos municípios está localizada na região do 
Agreste Meridional. Dois estão na região do Agreste Central e somente um na região do Sertão de 
Moxotó. 
 
 Caracterização climatológica 
 
As informações sobre caracterização climática do APL foram obtidas no trabalho 
“Variabilidade Climática na Bacia Leiteira de Pernambuco”, apresentado no XII - Simpósio 
Brasileiro de Climatologia Geográfica (SBCG), por WANDERLEY, L.S.A. et al. 
 
“A região do APL apresenta um regime térmico pluviométrico, característico das áreas 
transitórias, entre os climas úmidos da Zona da Mata e o clima semiárido das depressões 
interplanálticas do interior da Região Nordeste”. Por esta razão, apresentam grande variabilidade 
espacial e temporal dos valores de precipitação. 
 
De maneira geral, o período chuvoso da bacia leiteira se estende de março a julho, com 
valor máximo médio de precipitação no mês de junho. O período seco do ano se estende entre os 
meses de primavera e verão, de agosto a janeiro. 
 
Os valores médios de precipitação mensal na bacia leiteira são superiores a 80 mm entre 
os meses de março e julho, atingindo 100 mm durante o mês de junho. Entre os meses de 
setembro e dezembro as médias mensais de precipitação são inferiores a 50 mm, 
compreendendo o período mais seco do ano. 
 
A média anual de precipitação para a região é de 772 mm, com desvio padrão de 206 
mm e coeficiente de variação de 26,6%, o que sugere para a região uma expressiva variabilidade 
interanual dos valores médios anuais de chuva. Analisados os anos entre 1921 e 2015, observou-
se uma sequência bastante irregular na distribuição dos índices ao longo do período. Revelam a 
ocorrência de três anos extremamente secos, quatro extremamente úmidos, treze muito secos, 
catorze muito úmidos, catorze moderadamente secos, nove moderadamente úmidos e trinta e oito 
habituais ou próximos ao normal. Portanto, trinta anos estão enquadrados na categoria secae 
vinte e sete nas úmidas. Isto mostra que a chuva se comporta de maneira irregular, em ciclos que 
intercalam anos chuvosos e outros secos. 
 
As temperaturas médias mensais têm uma amplitude anual de 4,1 °C. As maiores médias 
mensais ocorrem nos meses de verão, com valor máximo em dezembro e janeiro de 23,8ºC, já as 
menores temperaturas médias mensais ocorrem entre os meses de maio e agosto, com valor 
mínimo no mês de julho 19,7ºC. 
 
Os climas da área de estudo podem ser classificados, de acordo com o índice de aridez, 
em semiáridos, subúmidos secos, subúmidos úmidos e úmidos. Na maior parte da área do APL, 
predominam climas subúmido seco e subúmido úmido com índices de aridez variando entre 0,52 
e 0,90. 
 
 Localização e acesso 
 
A área foco do APL compreende municípios de duas regiões de desenvolvimento do 
Estado de Pernambuco. As regiões do Agreste Central e do Agreste meridional. O referido 
Programa definiu doze municípios influentes na produção de leite, laticínios e queijaria artesanal 
de queijo coalho. Estes municípios são: Águas Belas, Arcoverde, Bom Conselho, Buíque, 
Capoeiras, Garanhuns, Iati, Itaíba, Pedra, Pesqueira, São Bento do Una e Venturosa. Todos eles 
gravitam no entorno do município polo de Garanhuns, conforme mostra a figura a seguir. 
 
 
24 
 
 
Figura 4.1 - Região do APL Laticínios. 
 
 
25 
 
Recife dista a 235 km da cidade polo do APL, Garanhuns, no sentido leste oeste para o 
interior do Estado. O acesso, a partir de Recife no sentido Garanhuns, se dá pela BR 232, rodovia 
de pavimento asfaltado e em pista dupla de Recife até São Caetano por 154 km. A partir daí, 
segue pela via BR 423, também asfaltada, mas em pista simples por 81 km, até Garanhuns. 
 
Na tabela a seguir são indicadas as distâncias em linha reta e por via rodovia entre 
Garanhuns e as onze outras cidades do APL, bem como o tempo de viagem em minutos via 
rodoviária. 
 
Tabela 4.2 - Distâncias entre Garanhuns e cidades do APL. 
 
 
 População 
 
A população dos municípios que integram o APL de acordo com o IBGE – Censo 2010 e 
estimativa de 2016 é de aproximadamente 590 mil habitantes. Garanhuns lidera com uma 
população de aproximadamente 138 mil pessoas. Quanto a relação população urbana/rural, 
Arcoverde e Garanhuns se apresentam com a maior concentração urbana, em torno de 91% e 
89%, respectivamente. Os Municípios de Buíque, Capoeiras, Iatí e Itaíba apresentam a 
concentração da população no meio rural em mais de 50%. No todo do APL, a população urbana 
é de 372.597 habitantes e a rural de 180.825. 
 
A tabela a seguir discrimina a população no total por município e as respectivas 
populações urbana e rural, estas, referentes ao ano de 2010 em função de não disponibilidade de 
dados. 
 
Trecho de Tempo em 
Garanhuns a: Linha reta Via rodoviária minutos via rodovia
Águas Belas 73 83 68
Arcoverde 81 91 83
Bom Conselho 39 49 47
Buíque 71 101 110
Capoeiras 24 33 40
Iati 43 53 47
Itaíba 102 122 102
Pedra 88 107 99
Pesqueira 64 92 83
São Bento do Una 40 56 58
Venturosa 54 59 50
Fonte: Quadro elaborado pelo Consórcio Plena-TPF.
Distâncias
 
 
26 
 
Tabela 4.3 - Populacional total, urbana e rural das cidades do APL - Anos 2000, 2010 e 2016. 
 
 
Analisando a tabela anterior verifica-se, também, que os municípios de Venturosa, 
Buíque e São Bento do Una foram os que apresentaram maior índice de crescimento no período 
de 2000 a 2016, ou seja, 34,21%, 29,32 e 28,42%, respectivamente. 
 
Verifica-se, também, que calculando o índice da população rural em relação a população 
total de cada município, chega-se ao índice médio de 43,81%. Este dado indica que os municípios 
do APL possuem uma população média rural significativamente maior que a população média 
rural do Estado de Pernambuco que é de 18,94%. 
 
 Estas estatísticas populacionais levam a caracterizar o APL como dotado de forte apelo 
ao apoio à sua socioeconomia rural e agroindustrial. 
 
População População População % crescimento % crescimento Ocupação rural
2000 2010 2016 Est. 2000 a 2010 2000 a 2016 em % ano 2010 
Total 36.641 40.235 42.831 16,89 
Águas Belas Urbana 19.937 24.564 23,21
Rural 16.704 15.671 -6,18 38,95
Total 61.600 68.793 73.154 18,76 
Arcoverde Urbana 55.301 62.668 13,32
Rural 6.299 6.125 -2,76 8,90
Total 42.622 45.503 47.991 12,60 
Bom Conselho Urbana 25.222 29.779 18,07
Rural 17.400 15.724 -9,63 34,56
Total 44.169 52.105 57.120 29,32 
Buíque Urbana 15.472 21.195 36,99
Rural 28.697 30.910 7,71 59,32
Total 19.536 19.593 19.994 2,34 
Capoeiras Urbana 4.843 6.263 29,32
Rural 14.713 13.330 -9,40 68,03
Total 117.749 129.408 137.810 17,04 
Garanhuns Urbana 103.435 115.356 11,53
Rural 14.314 14.052 -1,83 10,86
Total 17.691 18.360 19.056 7,72 
Iati Urbana 6.608 7.718 16,80
Rural 11.083 10.642 -3,98 57,96
Total 26.799 26.256 26.362 -1,63 
Itaíba Urbana 8.735 9.688 10,91
Rural 18.064 16.568 -8,28 63,10
Total 20.244 20.944 22.455 10,92 
Pedra Urbana 10.267 11.998 16,86
Rural 9.977 8.946 -10,33 42,71
Total 58.085 30.615 66.524 14,53 
Pesqueira Urbana 49.991 45.126 -9,73 
Rural 17.094 17.805 4,16 58,16
Total 45.360 53.242 58.251 28,42 
São Bento do UnaUrbana 23.306 27.899 19,71 
Rural 22.054 25.343 14,91 47,60
Total 13.462 16.052 18.067 34,21 
Venturosa Urbana 8.050 10.343 28,48 
Rural 5.412 5.709 5,49 35,57
Fonte: Tabela preparada pelo Consórcio Plena-TPF - Dados IBGE.
Município População
 
 
27 
 
 Evolução do Produto Interno Bruto – PIB do APL 
 
O município de Garanhuns com relação ao seu Produto Interno Bruto – PIB destaca-se de 
maneira acentuada em relação aos demais onze municípios do APL. Seu PIB foi de 
aproximadamente 1,9 bilhões de reais em 2014 com um crescimento em relação ao ano de 2000 
de 477%. Em seguida, têm-se os municípios de Arcoverde, São Bento do Una e Pesqueira na 
faixa de 800 a 600 mil reais em 2014. Os demais municípios ficam na faixa de 100 a 400 mil reais 
no mesmo ano, conforme a tabela a seguir. 
 
Tabela 4.4 - Evolução do PIB dos municípios do APL nos anos de 2000 e 
2014 (em mil reais). 
 
 
Quanto aos índices percentuais de crescimento apresentados na tabela anterior, verifica-
se pouca discrepância entre os valores, com algum destaque para os municípios de São Bento do 
Una 850%, Arcoverde 572% e Bom Conselho com 539%. 
 
 Os dados mostram que existe uma uniformidade de crescimento entre os municípios do 
Arranjo Produtivo Local – APL. Esta condição indica a necessidade da generalização, entre os 
municípios, das muitas ações não específicas do ProAPL. 
 
 Caracterização dos atores 
 . 
Com relação às partes interessadas que envolvem o APL, destacam-se os seguintes 
atores ou Stakeholders. Estes atores são apresentados na listagem a seguir e caracterizados em 
classes das partes interessadas e seus respectivos atores. 
 
Associações e federações 
COOPAGA – Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Garanhuns; 
COOPANEMA – Cooperativa Mista dos Agricultores do Vale do Ipanema; 
FAEPE – Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco; 
FIEPE – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco; 
ACP – Associação Comercial de Pernambuco. 
 
 
Agencias e órgãos reguladores 
Município
PIB 2000 
Em mil R$
PIB 2014 
Em mil R$
Crescimento 
%
Aguas Belas 51.058267.143 423 
Arcoverde 129.486 870.063 572 
Bom Conselho 63.314 404.637 539 
Capoeiras 55.184 318.455 477 
Garanhuns 329.057 1.897.240 477 
Iati 21.792 116.525 435 
Itaíba 40.746 165.745 307 
Pedra 29.784 150.762 406 
Pesqueira 109.516 602.870 450 
São Bento do Una 77.258 734.172 850 
Venturosa 21.545 128.974 499 
Total 928.740 5.656.586 509 
Fonte: Tabela preparada pelo Consócio Plena-TPF com dados do IBGE Censo 2010.
 
 
28 
 
APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos; 
ADAGRO – Agencia de Defesa Agropecuária de Pernambuco. 
 
Bancos 
BANCO DO BRASIL; 
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL. 
 
Centros de pesquisa e estudos 
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; 
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos; 
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; 
IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco. 
 
Institutos 
IEL/ FIEPE – Instituto Euvaldo Lodi, Núcleo Regional de Pernambuco; 
Centro Tecnológico Instituto de Laticínios do Agreste – CT Laticínios. 
 
Sindicatos e organizações 
SINDLEITE PE – Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado 
de Pernambuco; 
CEPLEITE – PE – Comitê Estratégico da Pecuária Leiteira do Estado de Pernambuco; 
CODETAM – Comissão de Desenvolvimento Territorial do Agreste Meridional; 
CQP – Associação de Certificação do Queijo de Coalho do Agreste de Pernambuco; 
ACP – Associação dos Criadores de Pernambuco; 
SNC – Sociedade Nordestina de Criadores; 
Associação dos Produtores de Leite de Pesqueira; 
Associação dos Produtores de Leite de São Bento do Uma. 
 
Governos municipais, estadual e federal 
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia; 
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; 
PREFEITURAS dos Municípios do APL; 
SECTI – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação; 
SDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico; 
SARA - Secretaria da Agricultura e Reforma Agrária; 
SEMAS – Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade; 
ITEP – Instituto de Tecnologia de Pernambuco; 
 Prorural – PE – Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural. 
 
Sistema S 
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; 
SENAI/ FIEPE- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; 
SENAR/ FAEPE – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural; 
SESI/ FIEPE – Serviço Social da Indústria. 
 
Instituições de ensino 
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco; 
UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco; 
UAG – Unidade Acadêmica de Garanhuns – URFPE. 
 
Empresários rurais 
Pessoas físicas ou jurídicas, produtores rurais participantes do APL. 
 
 
29 
 
 
Empregados 
Colaboradores em cada empresa participante do APL. 
 
Fornecedores 
Casas de insumos agrícolas, máquinas, equipamentos, materiais de construção, 
serralherias, embalagens etc. participantes do APL. 
 
Comunidade do entorno 
Sociedade que está contida dentro/nos arredores do APL (geograficamente). 
 
 Produtos e serviços 
 
O APL Laticínios tem na sua produção de lácteos mais de 20 itens. Eles vão do leite 
pasteurizado, queijo coalho, queijo mussarela, bebidas lácteas, manteiga, queijos finos e outros 
produtos. O queijo de coalho é o produto carro chefe nas queijarias e importante nas fábricas de 
laticínios. Envolve, também, os inputs e serviços correlatos ao bom desempenho dos produtos 
lácteos. 
 
 Emprego 
 
A produção de produtos lácteos na região do APL, desde a produção da matéria prima 
leite (produção no campo) e industrialização formal e informal, constitui-se numa atividade de 
dinamismo da economia, estima-se que atualmente, gera cerca de 110.000 empregos de forma 
direta e indireta. 
 
 Mapa do APL 
 
A seguir uma figura que mostra a caracterização básica do Mapa do APL. 
 
 
Figura 4.2 - Mapa do APL- laticínios. 
 Uso do solo das propriedades rurais destinado à pecuária leiteira 
 
 
 
30 
 
A alimentação do rebanho em período de seca é uma preocupação constante dos 
produtores, principalmente daqueles que não se antecipam, com reserva de alimentos, a este 
fenômeno natural cíclico. Atualmente o agreste passa por um período anormal de estiagem de 
seis anos consecutivos e só ocorrido, nesta magnitude, há 60 anos atrás. A luz deste fato e neste 
diagnóstico, buscou-se identificar o atual uso do solo destinado a pecuária leiteira para qualificar 
melhor o seu impacto na pecuária leiteira do APL em termos de alimentação. Na figura a seguir 
apresentam-se os percentuais de uso do solo para as pastagens de capim para pisoteio, da área 
para plantio de palma forrageira e para cultivo de grãos e outros tipos de forragens como cana, 
capim para corte etc. 
 
 
Fonte: Pesquisa de campo – Consórcio Plena/TPF 
Figura 4.3 - Uso do solo dos estabelecimentos destinados à pecuária 
no APL. 
 
Em visita a campo, constatou-se que a área destinada a pastagens (75%) se encontra 
completamente dizimada, não mais produzindo alimentos a não ser em raras baixadas ainda 
pouco úmidas. Na área destinada a palma forrageira (20%), as plantações desta forrageira foram 
fortemente degradadas pela praga “Cochonilha do Carmim”. Por falta de “raquetes” (mudas) das 
variedades resistentes como Orelha de Elefante, Miúda e Sertânia, o plantio foi limitado, não 
sendo possível cultivar toda a área destinada a esta forragem nas propriedades. Os 5% restantes 
destinados a milho, cana etc. muito pouco está produzindo pela falta de água e umidade do solo. 
 
Da área total destinada à pecuária muito pouco restou de fonte de alimentos levando os 
produtores à compra de volumosos, silagem, palma, cana, milho em outras regiões e até fora do 
estado. 
 
Vive-se uma situação crítica, que será novamente abordada em outros itens deste 
diagnóstico. 
 
75%
20%
5%
Pastagens com capim
de pisoteio
Área destinada a
cultivo de Palma
Área destinada a
cultivo milho, cana,
capim de corte etc.
 
 
31 
 
 Produção de leite 
 
A produção de leite na região do APL, principal matéria prima, é conflitante quando se 
analisa os dados do IBGE e da ADAGRO. Analisando por exemplo os dados de 2015, em plena 
crise hídrica que a produção do APL, pelo IBGE, cresceu, enquanto era esperado que diminuísse 
em relação aos anos anteriores. Diante disso o Consórcio optou por trabalhar apenas com os 
dados da ADAGRO. Ou seja, para o ano base de 2016 a produção anual foi de 222 milhões de 
litros. 
 
Tabela 4.5 - Dados de produção de leite - região do APL. 
 
 
 Produção atual, destino e valor da produção 
 
Neste subitem são apresentados: a linha dos produtos fabricados pelas indústrias de 
laticínios, formais e não formais, do APL, o volume e o valor da produção e o destino desta 
produção para os diversos mercados atendidos. 
 
2012 2013 2014 2015 2016
Águas Belas 80.000 40.000 40.000 70.128 40.000
Arcoverde 18.000 7.000 7.000 9.653 7.000
Bom Conselho 130.000 100.000 100.000 105.168 93.000
Buíque 75.000 48.000 50.000 46.211 49.000
Capoeiras 38.000 28.000 25.000 28.557 26.000
Garanhuns 107.000 25.000 30.000 24.104 23.000
Iati 14.000 28.000 35.000 25.992 32.000
Itaíba 120.000 72.000 80.000 90.084 90.000
Pedra 100.000 70.000 80.000 83.880 70.000
Pesqueira 62.000 50.000 60.000 49.960 53.000
São Bento do Una 140.000 85.000 90.000 94.259 85.000
Venturosa 80.000 35.000 45.000 46.172 40.000
Total 964.000 588.000 642.000 674.168 608.000
Produção anual 351.860.000,00 214.620.000,00 234.330.000,00 246.071.320,00

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