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UNIVERSIDADE PAULISTA
ANÁLISE CRÍTICA
 
ANÁLISE CRÍTICA
Análise crítica apresentada ao Curso Serviço Social da Universidade Paulista - UNIP.
ANÁLISE CRÍTICA: A QUESTÃO SOCIAL DO DESEMPREGO
O município de Capitão Poço possui uma população de 51.893 habitantes, sendo considerado de médio porte, com uma população abaixo da linha da pobreza de 37.335 pessoas, que corresponde a 73,47% da população total do município (IBGE, 2010),são muitas famílias que buscam proteção social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), tratam-se de indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade, causada pela pobreza e pelo desemprego.
Segundo Santos (2012, p. 174), o desemprego é uma questão social que “resulta, nesse momento, de uma significativa quantidade de força de trabalho à disposição do capital, mas, fundamentalmente, do aprofundamento da precariedade e instabilidade dos vínculos, característica do regime de trabalho”.Trata-se de uma questão estrutural do desenvolvimento do Capitalismo onde, o aumento da riqueza socialmente produzida, não decorre em maior distribuição destas riquezas, mas em maior acumulação de capital por meio da exploração da força de trabalho.
Destaca-se que aquestão social do desemprego, em país Capitalista com o Brasil, não pode ser considerada como um fenômeno isolado. Trata-se de uma problemática que não se distancia da relação social imposta pela sociedade, que é mantida segundo os pilares da contradição de classes, que origina um “desastre social”, onde observa-se no cotidiano que “para as massas trabalhadoras e as classes subalternas, não existe jogo de soma zero, as políticas de ajuste favoreceram, ampla e escandalosamente, os grandes capitalistas (individuais e/ou coletivos) e os seus serventuários diretos” (NETTO, 2007, p. 151).
A pobreza e a falta de empregos são questões sociais que preocupam a sociedade moderna, onde a cada dia mais observam-se pessoas trabalhando na informalidade ou em busca de ajuda nas instituições de apoio como forma de amenizar a situação de penúria na qual se encontram. Vive-se em uma sociedade caracterizada pela desigualdade crescente, onde os mais ricos ficam cada vez mais ricos e a imensa maioria da população vive na situação de pobreza e não tem acesso as riquezas produzidas com sua força de trabalho.
Netto (2007, p. 139) exemplifica essa questão ao citar que, no Brasil “os mais ricos se apropriam de uma renda quase 66 vezes maior que os mais pobres”. Essa distribuição inadequada de renda é característica do sistema capitalista de produção que possui disparidades que afetam toda a sociedade, seja no meio rural como no urbano, envolvendo homens, mulheres e crianças. 
Assim, uma das formas dos sujeitos terem acesso aos itens básicos é por meio dos recursos adquiridos pela sua força de trabalho por meio da relação de emprego que é garantida na Constituição Federal em seu artigo 6º, ao destacar que, “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e àinfância, a assistência aos desamparados”(BRASIL, 1988).
Nesse contexto, a escolha desta temática como análise tem origem no cotidiano do estágio supervisionado em Serviço Social no CRAS do município de Capitão Poço, estado do Pará, onde se observa uma situação preocupante quanto ao grande número de pessoas (jovens, adultos, homens e mulheres) que buscam benefícios eventuais como a aquisição de cestas básicas tendo como justificativa a falta de recursos para compra de alimentos.
Dentre todos os atendimentos realizados diariamente no CRAS, uma média de cinco pessoas solicita a inclusão no serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) para o recebimento de benefícios eventuais (cestas básicas), muitos estão doentes ou desempregados. Considerando essa demanda, os assistentes sociais realizam um cadastro, pois não há cesta básica para todos que buscam o beneficio eventual, desta forma, são realizadas visitas domiciliares para conhecer a realidade socioeconômica das famílias e definir a respeito da entrega das cestas. Destaca-se que a entrega destas cestas não ocorrem todos os meses, trata-se de uma ação eventual como uma forma de amenizar a situação da família.
É necessário observar que o benefício eventual de cesta básica é uma atitude paliativa, cumpre apenas com a função de amenizar o sofrimento do cidadão que se encontra desempregado, entretanto, não representauma resposta efetiva por parte do Estado na garantia e acesso a direitos socioassistenciais. Observando a forma complexa como a demanda se apresenta, a concessão das cestas básicas é uma estratégia para aliviar as adversidades mínimas vividas pelo cidadão.
O benefício eventual de entrega de cesta básica baseia-se na perspectiva de que a alimentação representa o indispensável para a sobrevivência humana. É nesse contexto que reside o aspecto crítico da análise, pois na medida em que o benefício eventual de cesta básica propõe o mínimo para o cidadão, caso este não seja acompanhado ou encaminhado aos serviços assistenciais complementares faz com que o caráter eventual deste benefício seja mal compreendido.
É importante que o benefício eventual de doação de cestas básicas não sirva para camuflar a violação de direitos da qual o cidadão está passando no momento, apoiando-os na condição de benefício ocasional, mas que, por vezes, se torna constante e duradouro.Assim, devem-se desenvolver as ações que possam contribuir para o processo de emancipação social dos sujeitos e para a sua autonomia em um trabalho conjunto com a Secretária Municipal de Assistência Social que busque a reinserção deste profissional ao mercado de trabalho. 
Observa-se que os aspectos positivos do programa de benefício eventual não são claramente perceptíveis, pois não há resultados práticos que demonstram que a entrega de cestas básicas e a inclusão destas famílias nas políticas de assistência, como as de transferências de renda, mudem significativamente a vida das pessoas, considerando o valor do benefício frente ao alto custo social em um país onde a inflação volta a assustar a sociedade e as notícias preocupantes de que o poder de compra do cidadão vem diminuindo significativamente.
A questão da focalização dos benefícios é um dos aspectos que merece atenção, pois ao focalizar as ações na população pobre e extremamente pobre, o programa se mostra ineficiente ao combater à pobreza em sua dimensão estrutural, causando somente uma pequena melhora nas condições imediatas de vida das famílias, que permanecem, sem sua maioria, vivendo nos subúrbios e nas áreas rurais do município, sem boas condições de moradia, educação e saúde de qualidade.
Conclui-se destacando que a concessão de benefícios eventuais aos desempregados que buscam auxílio no CRAS é um importante instrumento de inclusão social e amenização do sofrimento, no entanto, suas características assistencialistas contribuem para que muitas famílias se tornem dependentes destas doações, em uma política de assistência pautada pela benesse e o clientelismo, muitas das vezes se tornando como uma ferramenta eleitoral dos governos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm.
IBGE. Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica.
NETTO, José Paulo. Desigualdade, pobreza e Serviço Social; in Revista: Em Pauta, n. 19. FSS-UERJ, Rio de Janeiro, Editora Revan, 2007.
SANTOS, J. S. Questão Social – Particularidades no Brasil – Vol. 6. São Paulo: Cortez, 2012.

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