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Aposentadoria por Idade, Tempo de Contribuição e Especial

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APOSENTADORIA POR IDADE, POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E 
ESPECIAL – DE ACORDO COM A REFORMA EC 103 DE 12/11/2019 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 4 
1 - A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 1998 ...................................................................................................... 5 
2.1 - A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 103, DE 2019 .......................................................................................... 11 
3 - RELAÇÃO DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO COM OUTRO RAMOS DO DIREITO ............................................... 11 
4 - APOSENTADORIA POR IDADE .............................................................................................................................. 14 
4.1 - Renda mensal inicial ...................................................................................................................................... 16 
5 - APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ......................................................................................... 22 
5.1-Beneficiários ..................................................................................................................................................... 25 
5.2 - Período de carência ........................................................................................................................................ 27 
5.3 - Data de início do benefício ............................................................................................................................ 27 
5.5 - Validade das novas regras de cálculo .......................................................................................................... 29 
6 - EC n. 103/2019 – Regras de transição em relação à aposentadoria por tempo de contribuição e por idade
 .................................................................................................................................................................................................... 30 
7 - APOSENTADORIA ESPECIAL ............................................................................................................................... 38 
7.1 - Beneficiários ................................................................................................................................................... 45 
7.2 - Comprovação do exercício de atividade especial ....................................................................................... 47 
7.3 - Laudo técnico pericial .................................................................................................................................... 54 
7.4 - Uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) ...................................................................................... 55 
7.5 - Nível do ruído .................................................................................................................................................. 59 
7.6 - Período de carência ........................................................................................................................................ 62 
7.7 - Data de início do benefício ............................................................................................................................ 63 
7.8 - Renda mensal inicial ...................................................................................................................................... 65 
7.9 - Conversão do tempo de serviço/contribuição ............................................................................................. 65 
7.10- Fator de conversão do tempo especial........................................................................................................ 68 
7.11 - A EC n. 103/2019 e as regras de transição para a aposentadoria especial ............................................. 69 
8 – MODELOS DE PETIÇÕES ..................................................................................................................................... 71 
8.1 - DA CTPS .......................................................................................................................................................... 72 
8.2 - DO EXTRATO DO FGTS ................................................................................................................................. 73 
8.3 - DA TUTELA DE URGÊNCIA ........................................................................................................................... 74 
8.4 - DO DIREITO ..................................................................................................................................................... 75 
8.5 - DO PEDIDO ...................................................................................................................................................... 76 
8.6 - TUTELA DE URGÊNCIA .................................................................................................................................. 77 
8.6.1 - DA JUSTIÇA GRATUITA ......................................................................................................................................................77 
8.6.2 - DOS FATOS ............................................................................................................................................................................78 
8.7 - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS ................................................................................................................. 79 
9 – BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................................... 85 
 
 
 
 
 
 
 
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FACUMINAS 
 
 A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em 
nível superior. 
 A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, 
aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da 
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de 
conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
 A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa 
forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, 
primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço 
oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
A Reforma da Previdência Social foi materializada pela publicação da Emenda Constitucional nº 
103 de 2019, em 13 de novembro de 2019, e altera dispositivos da Constituição Federal e o 
sistema de Previdência Social, disciplinando regras de transição. 
As mudanças proporcionadas pela EC 103/2019 implicaram em alterações no Direito 
Constitucional, no Direito Previdenciário, no Direito Tributário e Financeiro e no Direito 
Administrativo. 
As regras para servidores públicos estaduais e municipais, segurados do Regime Próprio de 
Previdência Social (RPPS), não foram objeto da Emenda. 
As alterações abrangem asregras dos benefícios para os servidores públicos federais, segurados 
do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), assim como as regras para os beneficiários do 
Regime Geral da Previdência Social (RGPS). 
Além disso, para os Policiais Militares, Bombeiros, trabalhadores rurais e professores foram 
instituídas regras próprias. 
Vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
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1 - A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 1998 
 
 No ano de 1995, o então Chefe do Poder Executivo enviou ao Congresso Nacional uma 
proposta de emenda constitucional visando alterar várias normas a respeito do Regime Geral de 
Previdência Social e da Previdência Social dos servidores públicos. 
 A Emenda n. 20, que modificou substancialmente a Previdência Social no Brasil, foi 
promulgada no dia 15.12.1998, no encerramento do ano legislativo, após três anos e nove meses 
de tramitação no Congresso Nacional. A votação da Emenda foi acelerada nos últimos meses da 
legislatura, por conta da crise econômica alardeada em meados de outubro daquele ano, o que 
pressionou o Legislativo por providências imediatas no sentido da aprovação de medidas capazes 
de conter o déficit público. Com isso, lamentavelmente, o debate acerca das questões envolvidas 
na reforma deixou de ser feito sob os pontos de vista estritamente jurídico e social, e passou a ser 
capitaneado pelo enfoque econômico, atuarial e dos resultados financeiros esperados com a 
aprovação do texto. 
 A proposta original da Emenda, de iniciativa do Presidente da República, sofreu diversas 
alterações. Três pontos básicos da reforma foram derrubados pelos deputados: a cobrança de 
contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos, a idade mínima para a aposentadoria 
dos trabalhadores da iniciativa privada e o fim da aposentadoria integral dos servidores públicos, 
com a criação de um “redutor” para aposentadorias de maior valor. 
 A Reforma realizada em 1998 pretendeu modificar a concepção do sistema, pois, conforme 
o texto, as aposentadorias passaram a ser concedidas tendo por base o tempo de contribuição, e 
não mais o tempo de serviço, tanto no âmbito do Regime Geral de Previdência Social, tanto – e 
principalmente – no âmbito dos Regimes de Servidores Públicos, aos que ingressaram em tais 
regimes após a publicação da Emenda, ou aos que optaram pelas regras da mesma, já sendo 
segurados anteriormente. 
 A alteração proposta só terá eficácia se vier a ser adotado, futuramente, pela Previdência 
Social, o regime de capitalização, com contas individualizadas, ou se o próprio segurado for 
responsabilizado pelas contribuições – atualmente, a maioria dos segurados, que pertencem às 
categorias de empregados e trabalhadores avulsos, não possui tal responsabilidade tributária, que 
 
 
 
 
 
 
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fica a encargo do empregador ou do órgão que intermedeia o trabalho, no caso dos avulsos. 
Porém, convém salientar que,com os altos índices de sonegação e de informalidade nas relações 
de trabalho, o único penalizado com a adoção deste mecanismo seria o segurado. 
 Manteve-se a possibilidade de adoção, por lei complementar, de aposentadorias especiais, 
concedidas com menor tempo de contribuição que as demais, desde que tenham por fundamento a 
exposição a condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. 
 Outro aspecto importante, é que, desde 16.12.1998, a idade mínima para o ingresso na 
condição de trabalhador – e, por conseguinte, de segurado da Previdênciapassou a ser de 16 
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. Aos menores de 16 anos já filiados 
ao RGPS até essa data, segundo linha de interpretação constante do Decreto n. 3.048/1999, foram 
assegurados todos os direitos previdenciários. 
 O mesmo entendimento se verifica quanto a pessoas que começaram a trabalhar aos 12 
anos de idade, quando a ordem jurídica assim autorizava (antes da Constituição de 1988 e mesmo 
após a promulgação desta, quando na condição de aprendiz, até a publicação da Emenda 
Constitucional n. 20), pois não poderia a lei atual desconsiderar tempo de trabalho prestado 
conforme as normas vigentes. 
 Sobre a idade mínima para o trabalho, nos termos da jurisprudência do STF, o art. 7º, 
XXXIII, da Constituição “não pode ser interpretado em prejuízo da criança ou adolescente que 
exerce atividade laboral, haja vista que a regra constitucional foi criada para a proteção e defesa 
dos trabalhadores, não podendo ser utilizada para privá-los dos seus direitos” (RE 600616 AgR/RS, 
1ª Turma, Min. Barroso, DJe de 10.9.2014). 
 O tempo de contribuição dos segurados vinculados a uma relação de trabalho em que a 
responsabilidade pelo recolhimento de suas contribuições seja transferido integralmente ao 
tomador dos serviços (caso do segurado empregado, empregado doméstico e do trabalhador 
avulso) será igual ao tempo de serviço prestado e comprovado por meio de documentos, 
imputando-se eventual inadimplemento ao responsável, e não ao segurado. Já para os demais 
segurados, permanece a obrigação de realizar os recolhimentos de contribuições para fazer jus 
aos benefícios. 
 Foram criadas regras diferenciadas para os trabalhadores que já contribuíam paraa 
Previdência e para os que entraram no mercado de trabalho após 16.12.1998. 
 
 
 
 
 
 
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 Para a concessão da aposentadoria integral daqueles que já pertenciam ao RGPS, em 
16.12.1998, mas não tinham o tempo suficiente para a concessão do benefício, foi prevista 
exigência de cumprimento dos limites mínimos de idade, 53 anos para os homens e 48 anos para 
as mulheres, mais 20% do período que faltava (pedágio) para os respectivos tempos de 
contribuição mínimos exigidos (trinta anos de contribuição, no caso de mulheres, e trinta e cinco 
anos, no caso dos homens). Sendo facultado aos segurados optar pelo critério mais vantajoso (art. 
9º, caput, da EC n. 20/1998) o requisito desta norma de transição perdeu sua razão de ser. A 
exigência do pedágio e da idade mínima não teve aplicabilidade, pois as regras permanentes do 
art. 201, § 7º, I da Constituição exigem apenas a prova do tempo de contribuição de 35 anos para o 
homem e de 30 anos para a mulher. 
 Para a concessão da aposentadoria proporcional dos que já eram segurados antes da 
Emenda, os segurados terão de cumprir os limites de idade – 53 anos para os homens e 48 anos 
para as mulheres – e acrescer 40% ao período que falta para os respectivos tempos de 
contribuição mínimos exigidos (vinte e cinco anos no caso de mulheres, e trinta anos, no caso dos 
homens). Neste caso, o segurado também possui a opção pelas novas regras, que em muitos 
casos, tende a ser mais vantajosa. 
 A aposentadoria proporcional foi extinta para quem começou a trabalhar na data da 
publicação da Emenda n. 20/98. Na regra de transição que passou a vigorar para quem já era 
filiado ao Regime, este benefício corresponde a 70% do salário de benefício calculado para a 
aposentadoria integral, acrescendo-se 5% por ano adicional, até o limite de 100%, regra que 
também passou a ser aplicada nos Regimes Próprios ligados ao serviço público, até vir a ser 
revogada pela EC n. 41/2003. Anteriormente, a aposentadoria proporcional no serviço público era 
calculada tomando-se uma percentagem entre o tempo de serviço completado e o tempo 
necessário à aposentadoria integral. 
 Os professores que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de 
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio preservaram o direito à 
aposentadoria especial, com vinte e cinco anos de atividades, no caso das mulheres, ou trinta 
anos, no caso dos homens, sem observância do limitemínimo de idade. 
 O professor – inclusive o universitário – poderá contar o tempo trabalhado em atividade 
docente com acréscimo de 17%, se homem, e de 20%, se mulher, antes do cálculo do pedágio, 
 
 
 
 
 
 
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desde que se aposente exclusivamentecom tempo de magistério e pelas regras de transição. 
 A situação dos trabalhadores rurais não mudou. Continuaram podendo se aposentar por 
idade, com cinco anos a menos do que os demais trabalhadores – 60 anos de idade para os 
homens e 55 anos para as mulheres. 
 Outra alteração importante – e que não pode passar despercebida no contexto – é a regra 
do § 10 do art. 201, que estabelece a possibilidade de livre concorrência, para a cobertura do risco 
de acidentes de trabalho, entre o Regime Geral de Previdência (INSS) e a iniciativa privada 
(seguradoras), o que pode ocorrer mediante regulamentação por lei ordinária. 
 Os direitos adquiridos de quem já reunia os requisitos exigidos pela legislação anterior – 
seja no serviço público, seja no regime do INSS – foram resguardados. Neste caso, o trabalhador e 
o servidor público poderão se aposentar, a qualquer tempo, sob as regras anteriores, de forma 
integral ou proporcional. 
 A Emenda trouxe, basicamente, reduções de despesas no que tange aos benefícios do 
regime geral, gerido pelo INSS, não tendo sido tomada qualquer medida para o aumento da 
arrecadação. Assim, no mesmo diapasão, o salário-família e o auxílio- reclusão passaram a ser 
devidos somente a dependentes de segurados de “baixa renda” – entendidos assim, no texto da 
Emenda, os que percebiam, mensalmente, até R$ 360,00 na data da promulgação. 
 Com a publicação da Lei n. 9.876, de 28.11.1999, adotou-se, em substituição à exigência de 
idade mínima para aposentadoria voluntária no RGPS, uma forma de cálculo que leva em 
consideração a idade do segurado, o tempo de contribuição do mesmo e a expectativa de 
sobrevida da população brasileira. A adoção do chamado “fator previdenciário” visou reduzir 
despesas com a concessão de aposentadorias por tempo de contribuição a pessoas que se 
aposentem com idades bem abaixo daquela considerada ideal pelos atuários da Previdência 
Social. Trata-se de uma fórmula que, aplicada a segurados com idade e tempo de contribuição 
menores, tendia a reduzir ovalor do salário de benefício e, consequentemente, reduzir a renda 
mensal da aposentadoria. Em compensação, aplicada a segurados com idade e tempo de 
contribuição maiores, tendia a elevar o salário de benefício e a renda mensal. Tal sistemática deixa 
de vigorar com a vigência da EC 103/2019, é dizer, para as pessoas que não preencheram os 
requisitos para aposentadoria voluntária no RGPS antes da vigência da Emenda, não há como 
postular a aplicação do fator, exigindo-se, doravante, a idade mínima prevista para a modalidade 
 
 
 
 
 
 
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de aposentadoria requerida. 
 Segundo Martinez, “o pressuposto lógico-jurídico da Lei n. 9.876/1999 é alcançar o equilíbrio 
do Plano de Benefícios do RGPS. Seu escopo inicial era, a médio prazo, eliminar o déficit da 
Previdência Social; fundamentalmente, estabelecer correlação sinalagmática entre a contribuição 
(expressa por um salário de benefício mais largo) e o benefício, levando em consideração a 
esperança média de vida aferida estatisticamente quando da aposentação”. 
 Além da criação do fator previdenciário, a Lei n. 9.876/1999 estabeleceu nova forma de 
cálculo dos benefícios de prestação continuada apurados com base na noção de salário de 
benefício (aposentadorias, pensões, auxílios-doença, auxílios-reclusão e auxílios-acidente): foi 
ampliada a gama de salários de contribuição, que até então era fixada nos trinta e seis últimos 
valores que serviram de base para a contribuição do segurado, para o período de julho de 1994 até 
o mês anterior ao do benefício. 
 Àqueles que ingressaram no RGPS após julho de 1994, o período básico de cálculo se inicia 
no mês em que o segurado iniciou a atividade laborativa (no caso dos empregados e 
trabalhadores avulsos), ou quando iniciou a contribuir (demais casos). De todos os salários de 
contribuição, corrigidos monetariamente até o mês da concessão do benefício, seriam utilizados no 
cálculo da média para o cálculo da renda mensal apenas 80% dos mesmos, desprezando-se a 
quinta parte correspondente aos salários de contribuição de menor valor dentre todos os existentes 
no período básico de cálculo. 
 Convém frisar que ambas as alterações produzidas não atingiram direitos adquiridos, ou 
seja, o benefício a que fazia jus o segurado antes da publicação da Lein. 9.876/1999, mesmo que 
requerido posteriormente, mas com base em direito adquirido à sua utilização, mesmo após a 
vigência da Lei n. 9.876/1999 e da EC n.103/2019, será calculado com base nos últimos trinta e 
seis salários de contribuição, sem aplicação do fator previdenciário, resguardando-se a utilização 
das novas regras, se mais benéficas ao segurado. 
 Com a edição da Lei n. 13.183, de 4.11.2015, foi criada nova regra que isentava da 
aplicação do fator previdenciário os segurados que, tendo cumprido todos os requisitos para a 
aposentadoria por tempo de contribuição, consigam somar tempo de contribuição e idade de modo 
que atinjam o número 95, para os do sexo masculino, e o número 85, para as do sexo feminino. Foi 
aprovada, ainda, uma tabela progressiva para tais somas, a partir de 31.12.2018, tabela essa que 
 
 
 
 
 
 
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também perde eficácia a partir da vigência da EC 103/2019. 
 Os temas referentes ao fator previdenciário são examinados com mais detalhamentos na 
Parte IV desta obra, dentro do estudo que envolve o cálculo do valor dos benefícios. 
 
2 - AS EMENDAS CONSTITUCIONAIS NS. 41 E 47 
 No ano de 2003, o Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional duas Propostas de 
Emendas Constitucionais, as quais a mídia denominou de PEC da Reforma da Previdência e 
Reforma Tributária, respectivamente. Após tramitação em tempo recorde, os textos foram 
promulgados pela Mesa do Congresso em 19.12.2003, e publicados no Diário Oficial no dia 
31.12.2003, sob os números 41 e 42. 
 Em termos gerais, pouco se alterou o Regime Geral de Previdência Social, objeto de estudo 
do Direito Previdenciário. As Emendas afetaram fundamentalmente os regimes próprios de agentes 
públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e apenas em aspectos pontuais, o 
regime que é administrado pelo INSS. 
 Em caráter programático, o § 12 do art. 201, cuja redação foi alterada pela Emenda, prevê 
que “Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa 
renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário mínimo, exceto 
aposentadoria por tempo de contribuição”. 
 A Emenda n. 47, de 5.7.2005, modificou regras de transição estabelecidas pela Emenda n. 
41 a agentes públicos ocupantes de cargos efetivos e vitalícios,pertencentes aos chamados 
Regimes próprios, com efeitos retroativos a 1.1.2004, revogando, ainda, o parágrafo único do art. 
6º da Emenda n. 41, de 31.12.2003. 
 Trata-se, em verdade, de parte da Proposta de Emenda Constitucional que tramitou em 
2003 e que, por falta de consenso entre os parlamentares, constituiu nova PEC, apelidada de PEC 
paralela da Previdência, em que houve retorno à primeira casa legislativa para votação das 
matérias alteradas no Senado. 
 A referida Emenda trata especialmente dos regimes de agentes públicos, adentrando, 
principalmente, em aspectos muito específicos dos chamados Regimes Próprios de que trata o art. 
 
 
 
 
 
 
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40 da Constituição. 
 Um aspecto interessante a ser observado, quanto à EC 47, é a previsão de seus efeitos 
retroativos. É dizer, muitos benefícios de aposentadoria já concedidos, no interregno entre 1.1.2004 
e 4.7.2005 deverão ser objeto de revisão, para adequação à norma mais favorável, quando for o 
caso, por força das novas disposições incluídas pela referida Emenda. 
 Os detalhes a respeito das modificações trazidas pelas Emendas n. 20, 41, 47 e 70 (esta 
última que acrescentou o art. 6º-A à EC n. 41, de 2003, para estabelecer critérios para o cálculo e a 
correçãodos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores públicos que ingressaram 
no serviço público até 31.12.2003), quanto aos Regimes Próprios de ocupantes de cargos efetivos 
de que trata o art. 40 da Constituição são tratados na Parte V desta obra, à qual remetemos o 
leitor. 
2.1 - A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 103, DE 2019 
 
 No ano de 2019, tramitou no Congresso Nacional a PEC n. 6/2019, que alterou de novo e de 
forma bastante significativa tanto o RGPS quanto o RPPS da União. Os regimes de Estados, 
Distrito Federal e Municípios não foram tão afetados, criando-se inclusive tratamento diferenciado 
para servidores federais, se comparados aos demais ocupantes de cargos efetivos dos demais 
entes da Federação. 
 Nela, destacam-se: a criação de uma idade mínima para as aposentadorias voluntárias do 
RGPS, inclusive a “especial”; a alteração do critério de carência para novos filiados ao RGPS do 
sexo masculino, de 15 para 20 anos; a mudança naapuração do salário de benefício, que passa a 
ser igual à média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994; o critério de cálculo da 
renda mensal inicial das aposentadorias, inclusive a por invalidez, salvo a acidentária; a alteração 
no direito à pensão por morte, auxílio-reclusão e salário-família; a previsão de aposentadoria de 
empregados públicos com cessação do vínculo de emprego, inclusive por atingimento da idade 
“compulsória” aplicada a ocupantes de cargos; e regras mais restritivas de acumulação de 
benefícios, especialmente de aposentadoria e pensão, entre outras regras incluídas. 
3 - RELAÇÃO DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO COM OUTRO RAMOS DO 
DIREITO 
 
 Como já asseverado, o Direito não pode ser visto como um conjunto de ramos estanques, 
 
 
 
 
 
 
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como um todo fragmentado em partes. A coerência do ordenamento jurídico, de que nos fala 
Bobbio, não permite que tenhamos normas que sejam incompatíveis entre si.Importa, pois, 
demonstrar de forma exemplificativa a relação do Direito Previdenciário com alguns ramos do 
Direito. 
 O primeiro ramo com o qual há íntima relação é o Direito Constitucional. Dada a fixação de 
diversos princípios e normas no texto constitucional, resulta que o Direito Previdenciário tem sofrido 
grande influência deste ramo, principalmente no tópico referente à concessão de benefícios: 
requisitos, cálculo dos proventos, fixação de limites mínimo e máximo, entre outros. No que tange 
ao custeio da Previdência Social, interferem diretamente os princípios e normas relativos ao 
sistema tributário nacional e as hipóteses de incidência indicadas no art. 195. No mesmo sentido, a 
fixação da competência dos entes públicos para a criação de contribuições sociais. 
 Identifica-se também grande relação com o Direito do Trabalho, pois a grande maioria dos 
segurados da Previdência é composta de empregados, de modo que as alterações no campo do 
Direito Laboral trazem repercussões efetivas no Direito Previdenciário, e vice-versa. Questões que 
sempre envolvem a análise destes dois ramos são facilmente verificáveis. 
Veja-se, a propósito, a questão da idade mínima para o trabalho –prevista no texto constitucional; o 
salário-maternidade (benefício previdenciário) e a licença à gestante (instituto de Direito do 
Trabalho); o afastamento do trabalho por motivo de doença, que nos primeiros quinze dias gera a 
obrigação ao empregador urbano ou rural de pagar o salário, e, após isso, o direito ao benefício 
auxílio-doença; a sempre atual discussão sobre os efeitos da aposentadoria sobre o contrato de 
trabalho; o acidente do trabalho e o direito à estabilidade provisória do acidentado, entre outros 
direitos. 
 Com o Direito Civil, a relação do Direito Previdenciário se dá a partir de vários aspectos. O 
principal deles, a nosso ver, é a conceituação da responsabilidade por danos, da qual vai se 
socorrer o Direito Previdenciário, nas questões envolvendo acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais, para revelar a responsabilidade do empregador ou tomador dos serviços. Também 
se verifica a necessidade de interação com o Direito Civil na caracterização do estado das pessoas 
– filiação, casamento e sua dissolução, bem como a união estável, a homoafetiva e as questões 
ligadas às relações afetivas simultâneas e paralelas, para fins de dependência previdenciária; 
ainda cabe salientar a aplicação dos conceitos de capacidade e incapacidade civil, emancipação, 
 
 
 
 
 
 
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ausência e morte presumida, todos obtidos das normas do Código Civil. Em relação ao Direito 
Tributário, vale-se o Direito Previdenciário de um sem- número de princípios e normas para o 
suprimento de lacunas na legislação de custeio, trazendo daí os conceitos de contribuinte, 
responsabilidade por substituição, sub- rogação, solidariedade, moratória, decadência e prescrição 
de créditos tributários. 
 Naturalmente, a utilização de institutos do Direito Tributário pressupõe a ausência de norma 
específica na legislação própria do Direito Previdenciário. 
 Do Direito Empresarial vai-se extrair toda a matéria relativa à classificação dos empresários 
como segurados obrigatórios, bem como a responsabilidade dos sócios gestores pelo 
inadimplemento de obrigações perante a legislação de custeio, aconceituação de cotas de 
participação nos lucros e dividendos. A escrituração contábil é de extrema relevância para a ação 
fiscal, que deverá observar sua regularidade, conforme as normas deste ramo do Direito Privado. 
 O Direito Administrativo guarda correlação com o Direito Previdenciário em função da 
atividade estatal desenvolvida pela autarquia gestora – entidade da Administração Indireta. Assim, 
a organização da Previdência Social na estrutura do Poder Executivo, a expedição dos atos 
administrativos – normativos ou não –, os direitos, deveres e obrigações dos servidores que atuam 
na autarquia previdenciária em relação aos beneficiários e contribuintes com que se relacionam, 
merecem especial atenção no estudo do Direito Previdenciário. Assim, os atos de concessão de 
benefícios e o procedimento contencioso administrativo estarão diretamente jungidos aos seus 
princípios e normas. 
 Na ocorrência de prática de infração à legislação previdenciária, há que se observar se a 
conduta do agente caracteriza delito ou contravenção penal. Daí a importância da relação com o 
Direito Penal. Desse ramo obter-se-á a tipificação de condutas reprováveis sob o ponto de vista 
criminal, sujeitas à sanção penal, cabendo ao estudioso do Direito Previdenciário ter delas noção. 
 O Direito Processual tem recebido diversas alterações com base em normas inseridas na 
legislação da Previdência Social. Desse modo, tem-se na Lei de Custeio diversos privilégios ao 
credor na execução fiscal; nas ações em que o INSS figura como réu, prevalecem os prazos 
especiais conferidos à Fazenda Pública. Em contrapartida, o processo contencioso administrativo, 
de interesse de contribuinte ou beneficiário, se abastece de vários princípios processuais, para a 
consecução do princípio-mor, do devido processo legal. 
 
 
 
 
 
 
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4-APOSENTADORIA POR IDADE 
 
 A aposentadoria por idade, criada pela Lei Orgânica da Previdência Social – Lein. 
3.807/1960 – e mantida pela EC n. 103/2019, era devida ao segurado que, cumprida a carência 
exigida, completasse 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos deidade, se mulher. A partir da 
vigência da EC n. 103/2019, a idade do homem permaneceu em 65 anos, mas a da mulher foi 
elevada para 62 anos. 
 Para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em 
regime de economia familiar, neste incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal, 
a idade é reduzida para 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher (art. 201, § 7º, II, da CF, com 
redação conferida pela EC n. 103/2019). 
 Não se pode dizer que, tecnicamente, haja o risco de infortunísticapelo fato de um indivíduo 
vir a envelhecer; partindo deste princípio, não haveria razão para a cobertura do evento 
envelhecimento pela previdência social. Mas Russomano demonstra o cabimento da proteção em 
face da idade avançada: 
 Mas, pouco a pouco, os sistemas previdenciais foram compreendendo em que medida pode 
a velhice ser definida como risco, pois, como a invalidez, ela cria a incapacidade física para o 
trabalho e, muitas vezes, coloca o ancião em difíceis condições econômicas (Carlos G. Posada. 
“Los Seguros Obligatorios en España”,3. ed., p. 237, s/d; A. Lopez Nunes. “El Seguro Social de 
Vejez”, 1919, p. 5). 
 A denominação “aposentadoria por idade” surgiu com a Lei n. 8.213/1991, conforme se 
observa do comentário de Sergio Pinto Martins: “No sistema anterior falava-se em aposentadoria 
por velhice. A expressão aposentadoria por idade surge com a Lei n. 8.213. A denominação 
utilizada atualmente é mais correta, pois o fato de a pessoa ter 60 ou 65 anos não quer dizer que 
seja velha. Há pessoas com essa idade que têm aparência de dez, vinte anos mais moça, além do 
que, a expectativa de vida das pessoas hoje tem atingido muito mais de 60 anos. Daí porque se 
falar em aposentadoria por idade, quando a pessoa atinge a idade especificada na lei”. 
 A aposentadoria por idade, segundo a Lei de Benefícios (art. 49), pode ser requerida pela 
empresa, compulsoriamente, desde que o empregado tenha cumprido o período de carência e 
completado 70 anos, se homem, e 65 anos, se mulher. Nesse caso, será garantida ao empregado 
 
 
 
 
 
 
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a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de 
trabalho a imediatamente anterior àdo início da aposentadoria. Todavia, frisamos que a regra 
atualmente não tem mais sentido em permanecer vigente, já que o segurado é o legítimo detentor 
do direito, cabendo a este decidir pela época mais oportuna para requerer o benefício, podendo 
inclusive desistir do benefício requerido até o pagamento da primeira renda mensal. Desta forma, a 
empresa que toma tal providência apenas decreta a extinção do contrato de trabalho, passando a 
ter de arcar com as verbas decorrentes da dispensa. 
 No que diz respeito à comprovação dos requisitos para obtenção da aposentadoria por 
idade urbana, a jurisprudência é assente no sentido de que a idade e a carência não necessitam 
ser preenchidas simultaneamente. Nesse sentido: TNU, PEDILEF 200872650011307, Juiz Federal 
Paulo Ricardo Arena Filho, DOU de 30.8.2011; STJ, REsp 1412566/RS, 2ª Turma, Relator Ministro 
Mauro Campbell Marques, DJe 2.4.2014). 
 O mesmo vale para o direito da pensionista do falecido segurado que já havia implementado 
os requisitos para a aposentadoria por idade, a saber: idade e carência, ainda que não de forma 
simultânea. Vejamos: 
AGRAVO INTERNO. PENSÃO POR MORTE. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS PARA 
APOSENTADORIA POR IDADE ANTES DO ÓBITO DO SEGURADO. 
DESNECESSIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO SIMULTÂNEA. PRECEDENTES. 
1.Desnecessária a implementação simultânea dos requisitos para aposentadoria por idade. 
2. O preenchimento dos requisitos para aposentadoria por idade, antes do óbito do 
segurado, torna possível a concessão de pensão por morte aos dependentes. 3. Agravo ao 
qual se nega provimento.(STJ. AGA 200601773314. Sexta Turma. Rel. Min. Celso Limongi 
– Desembargador Convocado do TJ/SP. DJe 7.6.2010). 
 
 Cabe mencionar que a Lei nº. 10.666/2003 (art. 3, § 1º) estabelece que para a concessão da 
aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada, desde que o 
segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de 
carência na data do requerimento do benefício. 
 Consoante orientação firmada pelo STJ, a regra da não simultaneidade dos requisitos não 
tem validade no caso da aposentadoria por idade rural, sendo necessário que o segurado especial 
comprove o cumprimento da carência no período que antecede o implemento da idade ou o 
requerimento (STJ, PET 7.476, 3ª Seção, Relator p/ acórdão Min. Jorge Mussi, DJe 25.4.2011). 
 
 
 
 
 
 
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 Ademais, o STJ, ao julgar recurso repetitivo (Tema 642), confirmou a tese de que: 
 “O segurado especial tem que estar laborando no campo, quando completar a idade 
mínima para se aposentar por idade rural, momento em que poderá requerer seu benefício. 
Ressalvada a hipótese do direito adquirido, em que o segurado especial, embora não tenha 
requerido sua aposentadoria por idade rural, preenchera de forma concomitante, no 
passado, ambos os requisitos carência e idade” (REsp n. 1354908/SP, Primeira Seção, 
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 9.9.2015). 
 No que diz respeito à apuração dos requisitos para a concessão da aposentadoria por idade, 
a jurisprudência da TNU é no sentido de ser o momento em que o requisito etário é implementado 
ou aquele em que o requerimento administrativo é protocolizado. No caso em referência, o relator 
do processo, Juiz Federal Otávio Port, considerou que levar em conta a data em que a pessoa 
formulou o requerimento administrativo seria uma afronta ao princípio da isonomia uma vez que 
distinguiria, de forma indevida, duas pessoas que, embora tendo a mesma idade e o mesmo 
tempo de contribuição, formularam seus requerimentos administrativos em momentos distintos 
(Proc. 2005.72.95.01.7041-4, DJ de 13.10.2009). 
 As regras gerais sobre a aposentadoria por idade estão disciplinadas no art. 19 da EC n. 
103/2019 (regra transitória), nos arts. 48 a 51 da Lei n. 8.213/1991 e nos arts. 51 a 55 do Decreto 
n. 3.048/1999. 
4.1-Renda mensal inicial 
 
 Até o advento da EC n. 103/2019, o valor da aposentadoria por idade era proporcional ao 
tempo de contribuição, consistindo numa renda mensal correspondente a 70% do salário de 
benefício, mais 1% por grupo de doze contribuições mensais, até o máximo de 100% do salário de 
benefício, podendo haver a multiplicação pelo fator previdenciário, caso este, uma vez aplicado, 
caracterize condição mais benéfica para o segurado (art. 7º da Lei n. 9.876/1999). Tal regra 
permanece aplicável a quem completou os requisitos (idade e carência) antes da vigência da 
Emenda. 
 Para aqueles que preencham os requisitos a partir da entrada em vigor da EC n. 103/2019, 
para apuração do salário de benefício, será utilizada a média aritmética simples dos salários de 
contribuição atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a 
 
 
 
 
 
 
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competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. E o 
coeficiente de cálculo corresponderá a 60% da média aritmética (SB), com acréscimo de dois 
pontos percentuais para cada ano que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, para os 
homens, e de 15 anos, para as mulheres. 
 A previsão do divisor mínimo para apuração do salário de benefício na aposentadoria por 
idade (sessenta por cento do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início 
do benefício, limitado a cem por cento de todo o período contributivo), previsto no art. 3º, § 2º da 
Lei n. 9.874/1999, foi validado pelo STJ (REsp n. 929.032/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, 
DJe de 27.4.2009). 
 Essa regra se mostra compatível com as novas regras estabelecidas pela EC n.103/2019, 
para garantir o equilíbrio financeiro e atual do sistema. 
 A aposentadoria por idade do trabalhador rural que se enquadre na regra do § 1º do art. 48 
da Lei de Benefícios, é igual ao valor mínimo do salário de benefício, ou seja, o salário mínimo 
mensal (art. 29, § 6º, da Lei n. 8.213/1991), salvo quando contribua, facultativamente, como 
contribuinte individual, quando então terá sua aposentadoria calculada com base na regra geral de 
cálculo (art. 39, II, da Lei n. 8.213/1991). 
 Para efeito da concessão da aposentadoria por idade híbrida, prevista no § 3º do art.48 da 
Lei de Benefícios, o cálculo da renda mensal do benefício será apurado de acordo com o disposto 
no inciso II do caput do art. 29 da Lei de Benefícios (obedecendo-se o cálculo da média dos 
salários de contribuição a partir de julho de 1994), considerando-se como salário de contribuição 
mensal do período como segurado especial o limite mínimo de salário de contribuição da 
Previdência Social. Nesse sentido: STJ, AREsp 397.348/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Herman 
Benjamin, DJe de 3.10.2013. 
 Na aposentadoria híbrida não se aplicava o fator previdenciário, mesmo que pudesse ser 
superior a 1,0 – pois a referência feita pelo art. 48, § 4º, da Lei n. 8.213/1991 (inserido pela Lei n. 
11.718/2008) remete ao critério de cálculo dos benefícios não sujeitos ao fator previdenciário. 
 Quanto ao cálculo da aposentadoria por idade urbana, a TNU tinha orientação no sentido de 
permitir a utilização do tempo de atividade rural para elevação do coeficiente de cálculo (PU 
200872550073376, DOU de 18.11.2011). Na sequência, a TNU revisou esse entendimento e 
editou a Súmula n. 76 com o seguinte teor: “A averbação de tempo de serviço rural não contributivo 
 
 
 
 
 
 
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não permite majorar o coeficiente de cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por idade 
previsto no art. 50 da Lei n. 8.213/91”. 
 Essa súmula se baseou na orientação do STJ, segundo o qual a aposentadoria por idade 
urbana exige a efetiva contribuição para o aumento do coeficiente da renda mensal. Diante da 
inexistência de contribuições mensais correspondentes aos períodos de atividade rural, a 
averbação desse tempo de serviço não traz reflexosfinanceiros capazes de propiciar a revisão, pois 
se refere a interregnos que não compõem o Período Básico de Cálculo – PBC da aposentadoria 
por idade (REsp 1.063.112/SC, 5ª Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 03.08.2009). 
 Já no tocante ao tempo de trabalho rural, decidiu o STJ, em julgamento de recurso 
repetitivo, que o reconhecimento do tempo de serviço registrado em carteira profissional, para 
efeito de cumprimento de carência pelo trabalhador rural, não ofende o § 2º do art. 55 da Lei n. 
8.213/1991, tendo em vista que o empregador rural, juntamente com as demais fontes previstas na 
legislação, era responsável pelo custeio do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural 
(FUNRURAL). 
 Em seu voto, o relator da matéria, ministro Arnaldo Esteves Lima, ressaltou que a ação não 
trata de aposentadoria rural por idade, mas do reconhecimento do direito à aposentadoria por 
tempo de serviço mediante o cômputo do tempo de serviço rural constante da carteira profissional 
de trabalhador rural. Assim, o tempo anterior à vigência da Lei n. 8.213 pode ser computado, 
inclusive, para comprovar a carência, desde que haja anotação em carteira, como é caso dos 
autos. “Com efeito, mostra-se incontroverso nos autos que o autor foi contratado por empregador 
rural, com registro em carteira profissional desde 1958, razão pela qual não há como 
responsabilizá-lo pela comprovação do recolhimento das contribuições”, consignou o relator (STJ, 
1ª Seção, REsp 1.352.791, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. Em27.11.2013). 
 Como consequência, o período de empregado rural, mesmo anterior à Lei n. 8.213/19991, 
deve ser computado para fins de carência e para a definição do coeficiente de cálculo da 
aposentadoria por idade. 
 
QUADRO-RESUMO – APOSENTADORIA POR IDADE 
 
 
BENEFÍCIO 
APOSENTADORIA POR IDADE 
Código da Espécie (INSS): B-41 
 
 
 
 
 
 
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Evento Gerador 
a) Homem: 65 anos + 15 anos de tempo de contribuição para quem 
era filiado até a EC n. 103/2019; para novos segurados, 20 anos de 
tempo de contribuição; 
b) Mulher: 60 anos + tempo de contribuição de 15 anos (a partir da 
EC n. 103/2019, a idade da mulher foi elevada para 62 anos); 
60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher + tempo de atividade 
rural: 15 anos. 
Todos os segurados do RGPS 
Carência 
180 contribuições mensais para os segurados inscritos após 
24.7.1991; 
Tabela Progressiva do art. 142 da Lei n.º 8.213/1991: para os 
segurados inscritos antes de 24.7.1991. 
Qualidade de 
Segurado 
A perda da qualidade de segurado não será considerada pa a 
concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no 
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para 
efeito de carência na data do 
requerimento do benefício (art. 3.º da Lei n. 10.666/2003). 
 
Essa regra não se aplica ao segurado especial, pois a aposentadoria 
rural tem requisito adicional específico: o efetivo exercício da 
atividade rural em período logo antecedente ao requerimento 
administrativo (arts. 39, I; 48, § 2.º; e 143, todos da Lei n. 8.213, de 
1991). 
 
A concessão do benefício de aposentadoria por idade, nos termos 
do art. 3º da Lei nº 10.666/2003, observará, para os fins de cálculo 
do valor do benefício, o disposto no art. 3º, caput e § 2º, da Lei n. 
9.876/1999, ou, não havendosalários de contribuição recolhidos no 
período a partir da competência julho de 1994, será de um salário 
mínimo. 
 
 
 
 
 
 
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Fator 
Previdenciário 
(aplicável até o 
advento da EC 
n. 103/2019) 
–Será calculado considerando-se a idade, a expectativa de 
sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. 
–Ao segurado com direito à aposentadoria por idade é assegurada a 
opção pela aplicação ou não do fator previdenciário, considerando o 
que for mais vantajoso. 
Fator 
Previdenciário 
(aplicável até o 
advento da EC 
n. 103/2019) 
Sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. 
–Ao segurado com direito à aposentadoria por idade é assegurada a 
opção pela aplicação ou não do fator previdenciário, considerando o 
que for mais vantajoso. 
 
 
Renda Mensal 
Inicial 
a) Até a entrada em vigor da EC n. 103/2019: 
Proporcional ao tempo de contribuição, consistindo numa renda 
mensal correspondente a 70% do salário de benefício, mais 1% a 
cada grupo de doze contribuições mensais, até 100% do salário de 
benefício. 
b)Após a entrada em vigor da EC n. 103/2019: 
60% do valor do salário de benefício (média integral de todos os 
salários de contribuição), com acréscimo de dois pontos percentuais 
para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de 
contribuição para os homens e de 15 anos para as 
mulheres.Segurado especial: é igual a um salário mínimo, salvo 
quan contribua, facultativamente, como contribuinte individual, 
quando então terá a aposentadoria calculada com base na regra 
geral. 
Período Básico 
de Cálculo 
O Período Básico de Cálculo – PBC é fixado, conforme o caso, de 
acordo com a: 
I – Data do Afastamento da Atividade ou do Trabalho – DAT; 
II – Data de Entrada do Requerimento – DER; 
III – Data da Publicação da Lei nº 9.876, de 1999 – DPL; 
IV – Data da Publicação da EC n. 103/2019; 
V – Data de Implementação das Condições Necessárias à 
Concessão do Benefício – DICB. 
Data de Início do 
Benefício 
– Segurado empregado, inclusive o doméstico: 
 - A partir da data do desligamento do emprego, quando requerida 
até essa data ou até noventa dias depois; 
- Da data do requerimento, quando não houver desligamento do 
emprego ou quando requerida após 90 dias. 
– Para os demais segurados: a partir da data da entrada do 
requerimento 
 
 
 
 
 
 
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Aposentadoria 
Compulsória 
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa desde que o 
segurado tenha cumprido a carência, quando este completar 70 anos de 
idade, se do sexo masculino,ou 65, se do sexo feminino, sendo 
compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização 
prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do 
contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da 
aposentadoria. 
Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das 
sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão 
aposentados compulsoriamente,observado o cumprimento do tempo 
mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de 75 anos. 
 
Duração 
Indeterminada. Cessa com a morte do segurado, transformando-se em 
pensão por morte, caso tenha dependentes. 
 
Desistência 
Depois que receber o primeiro pagamento, ou sacar o PIS e/ou o FGTS (o 
que ocorrer primeiro), o segurado não poderádo benefício (art. 181-B – 
Decreto nº 3048/1999). 
Observações 
As regras gerais da aposentadoria por idade encontram-se no art. 201 da 
CF (com redação conferida pela EC n. 103/2019), nos arts. 48 a 51 da Lei 
nº 8.213/1991 e nos arts. 51 a 55 do Decreto nº 3.048/1999. 
 
 
 
 
 
 
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5-APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 
 Embora criticada por muitos doutrinadores, era da tradição da Previdência Social brasileira a 
aposentadoria por tempo de atividade laborativa, razão pela qual, em que pese ter sido extinta a 
aposentadoria por tempo de serviço, permaneceu a noção de aposentadoria por tempo de 
atividade, com o surgimento de nova modalidade de jubilação. 
 Com a Reforma da Previdência efetivada pela Emenda Constitucional n. 20/1998, o tempo 
de serviço deixou de ser considerado para a concessão da aposentadoria, passando a valer o 
tempo de contribuição efetiva para o regime previdenciário. A partir de então, para aqueles que se 
filiaram ao RGPS após a EC n. 20, não mais havia possibilidade de concessão de aposentadoria 
proporcional ao tempo de serviço. 
 A exigência da combinação do tempo de contribuição com uma idade mínima foi eliminada 
durante a tramitação do texto principal da Emenda Constitucional n. 20, constando apenas das 
regras de transição. 
 Conforme a regulamentação dada pela Previdência Social à matéria, a aposentadoria por 
tempo de contribuição foi concedida de acordo com as seguintes regras: 
 Os segurados inscritos no RGPS até 16 de dezembro de 1998, data da publicação da 
Emenda Constitucional n. 20, inclusive os oriundos de outro regime de Previdência Social, desde 
que cumprida a carência exigida,tinham direito à aposentadoria por tempo de contribuição nas 
seguintes situações: 
 – aposentadoria por tempo de contribuição ou de serviço, conforme o caso, com renda 
mensal no valor de cem por cento do salário de benefício, desde que cumpridos: 
 35 anos de contribuição, se homem; 
 30 anos de contribuição, se mulher; 
 – aposentadoria por tempo de contribuição com renda mensal proporcional, desde que 
cumpridos os seguintes requisitos, cumulativamente: 
 idade: 53 anos para o homem; 48 anos para a mulher; 
 
 
 
 
 
 
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 tempo de contribuição: 30 anos, se homem, e 25 anos de contribuição, se mulher; 
um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, em 16 de 
dezembro de 1998, faltava para atingir o tempo de contribuição estabelecido na alínea b; 
 Os segurados inscritos no RGPS a partir de 17 de dezembro de 1998, inclusive os oriundos 
de outro regime de Previdência Social, desde que cumprida a carência exigida, tinham direito à 
aposentadoria por tempo de contribuição desde que comprovassem: 
 35 anos de contribuição, se homem; 
 30 anos de contribuição, se mulher. 
 A Constituição assegurava ao professor que comprovasse exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a 
redução de cinco anos no tempo de contribuição (art. 201, § 8º). 
 As regras de transição previstas para os segurados inscritos no RGPS até 16.12.1998 
estavam contidas no art. 9º da Emenda Constitucional n. 20/1998. Com relação aos critérios para 
concessão de aposentadoria integral pelas regras detransição, estas não tinham aplicabilidade por 
serem mais gravosas ao segurado, já que eram previstos os seguintes requisitos: a idade mínima, 
de 53 anos para o homem, e de 48 anos, para a mulher; e, para atingir o tempo de contribuição de 
trinta e cinco anos, se homem, e de trinta anos, se mulher, o cumprimento de um período adicional 
de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da publicação da Emenda, 
faltasse para atingir o limite de tempo de contribuição. Nesse sentido: STF, ED no Ag. Reg. no Rec. 
Ext. 524.189/MG, 2ª Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 30.8.2016. 
 Essa situação foi reconhecida pelo INSS quando da edição da Instrução Normativa INSS/DC 
n. 57/2001 e mantido o entendimento conforme as instruções normativas subsequentes. Ou seja, 
não se exigiu idade mínima e o pedágio de vinte por cento para a concessão da aposentadoria 
integral pelas regras de transição. No entanto, a idade mínima e o pedágio de quarenta por cento 
foram exigidos dos segurados que pretendessem optar pela aposentadoria proporcional, de acordo 
com as regras de transição. 
 A mesma orientação foi adotada pela Turma Nacional de Uniformização dos Juizados 
Especiais Federais: PU n. 200451510235557, Relator Juiz Federal Edilson Pereira Nobre Júnior, 
DJ de 15.5.2008). 
 
 
 
 
 
 
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 Ainda quanto à aplicação das regras de transição da EC n. 20/1998, o STF interpretou no 
sentido da impossibilidade de utilizar o tempo de contribuição posterior a 16.12.1998 para 
concessão da aposentadoria com as regras anteriores à reforma da Previdência. A decisão foi 
proferida pelo Tribunal Pleno com Repercussão Geral – Tema 70, sendo fixada a seguinte tese: 
 “Na sistemática de cálculo dos benefícios previdenciários, não é lícito ao segurado conjugar 
as vantagens do novo sistema com aquelas aplicáveis ao anterior, porquanto inexiste direito 
adquirido a determinado regime jurídico” (Leading Case: RE 575.089, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, DJe 24.10.2008). 
 A perda da qualidade de segurado não era considerada para a concessão da aposentadoria 
por tempo de contribuição, regra prevista na Lei n. 10.666/2003 (art 3º) 
– Extinção da aposentadoria por tempo de contribuição: EC n. 103/2019. 
 Na avaliação do Governo (Exposição de Motivos da PEC n. 06/2019), essasmudanças 
decorrentes da EC n. 20/1998 e da Lei n. 9.876/1999 não foram suficientes para reduzir o déficit do 
sistema, pois a média de idade nas aposentadorias por tempo de contribuição estava em 54,22 
anos. 
Com isso, a solução proposta e aprovada, constante da EC n. 103/2019, foi a extinção da previsão 
de aposentadoria por tempo de contribuição (sem a previsão de uma idade mínima) das regras 
permanentes da Constituição. 
 Temos, assim, a partir da EC n. 103/2019, somente a possibilidade de concessão de 
aposentadoria voluntária com o cumprimento de tempo de contribuição e de idade mínima ou 
pontuação mínima (idade + tempo de contribuição). 
 No entanto, foi prevista regra de transição para a aposentadoria por tempo de contribuição 
sem idade mínima, para homens e mulheres que faltavam cumprir até 2 (dois) anos de contribuição 
na data da publicação da EC n. 103/2019, mesmo assim, com um pedágio de 50% do tempo 
faltante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.1-Beneficiários 
 Em princípio, todos os segurados do RGPS tinham direito à aposentadoria por tempo de 
contribuição, observadas as seguintes exceções: 
 Segurado especial: 
 Quando contribuísse exclusivamente com base na comercialização da produção rural, não 
teria direito à aposentadoria por tempo de contribuição. Caso optasse por efetuar contribuições 
mensais, de forma voluntária, passaria a ter reconhecido o direito à concessão desse benefício. 
 Contribuinte individual e segurado facultativo: 
 Os contribuintes individuais e segurados facultativos que optassem pela sistemática de 
contribuição, na forma estabelecida na Lei Complementar n. 123, de 14.12.2006 (alíquota de 11% 
sobre o valor mínimo mensal do salário de contribuição, ou seja, 11% sobre o salário mínimo), não 
poderiam desfrutar do benefício da aposentadoria por tempo de contribuição, salvo se 
complementassem ascontribuições feitas em alíquota menor que a regra geral(mais 9% sobre o 
mesmo salário de contribuição). 
 Microempreendedor Individual (MEI): 
 A contribuição reduzida (5% do salário mínimo) não assegurava ao MEI a aposentadoria por 
tempo de contribuição. Caso pretendesse contar o tempo de contribuição correspondente para fins 
de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de 
contribuição a que se refere o art.94 da Lei n. 8.213/1991, deveria complementar a contribuição 
mensal mediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário de 
contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o percentual pago 
e o de 20%, acrescido dos juros moratórios equivalentes à taxa Selic. 
 Segurado facultativo com contribuição reduzida (CadÚnico): 
 A lei também reduziu para 5% do salário mínimo a contribuição do segurado facultativo sem 
renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, 
desde que pertencente à família de baixa renda, assim considerada a família inscrita no Cadastro 
Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico cuja renda mensal seja de até dois 
 
 
 
 
 
 
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salários mínimos. 
 O segurado (contribuinte individual ou facultativo) enquadrado nos requisitos da Lei n. 
12.470/2011 que tenha contribuído com a alíquota de 5% sobre o salário mínimo e pretendesse 
contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo 
de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art. 94 da Lei 
n. 8.213/1991, deveria complementar a contribuição mensal mediante recolhimento, sobre o valor 
correspondente ao limite mínimo mensal do salário de contribuição em vigor na competência a ser 
complementada, da diferença entre o percentual pago e o de 20%, acrescido dos juros moratórios 
equivalentes à taxa Selic. 
 
 
 Síntese dos segurados que efetuam contribuição reduzida: 
 
Alíquota 11% Alíquota 5% 
Somente pode pagar sobre o salário 
mínimo de cada competência; 
Somente pode pagar sobre o salário 
mínimo de cada competência; 
Não tem direito à aposentadoria por 
tempo de contribuição; 
Não tem direito à aposentadoria por 
tempo de contribuição; 
Disponível para segurado facultativo 
ou segurado contribuinte individual, 
que trabalhe por conta própria, sem 
relação de trabalho com empresa ou 
equiparado; 
Disponível para microempreendedor 
individual (MEI) e segurado facultativo 
sem renda própria que se dedique 
exclusivamente ao trabalho doméstico no 
âmbito de sua residência, desde que 
pertencente a família de baixa renda 
registrada no CadÚnico; 
Se quisesse se aposentar por tempo 
de contribuição ou obter CTC para 
contagem recíproca deve 
complementar a contribuição mensal 
com a diferença de 9%. 
Se quisesse se aposentar por tempo de 
contribuição ou obter CTC para 
contagem recíproca deve complementar a 
contribuição mensal com a diferença de 
15%. 
 
 
 
 
 
 
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5.2 - Período de carência 
 A carência era de 180 contribuições mensais, com a aplicação da tabela do art. 142 da Lei 
n. 8.213/1991 aos segurados que se filiaram antes de 24.7.1991, caso implementado até o ano de 
2011. 
 A exigência de 35 anos de contribuição para o segurado e de 30 anos de contribuição, para 
a segurada, não excluía a regra então vigente sobre a carência, uma vez que o tempo de 
contribuição poderia ser obtido computando-se atividades prestadas em períodos anteriores à 
filiação, como nos casos de averbação do tempo anterior à perda da qualidade de segurado, de 
contagem recíproca de tempo de contribuição cumprido noutros regimes, e outras aberturas legais 
que permitiam incluir períodos em que não houve efetiva contribuição ao sistema, como nas 
hipóteses de fruição de benefícios de prestação continuada, substitutivos do salário de 
contribuição. 
 Entendemos compatível a continuidade da exigência do período de carência de180 meses 
nas regras de transição da EC n. 103/2019 que ainda permitem a aposentadoria por tempo de 
contribuição associado a outros requisitos. 
5.3 - Data de início do benefício 
 A aposentadoria por tempo de contribuição é devida ao segurado empregado, inclusive ao 
doméstico, que cumpriu os requisitos antes da EC n. 103/2019, ou pelas regras de transição dessa 
Emenda, a partir da data do desligamento do emprego (quando requerida até essa data ou até 
noventa dias depois), ou da data do requerimento (quando não houvesse desligamento do 
emprego ou quando fosse requerida após noventa dias). Para os demais segurados, que também 
tenham cumprido os requisitos até a EC n. 103/2019 ou das regras de transição, é devida a partir 
da data da entrada do requerimento. 
 O benefício pode ser solicitado por meio da Central 135, pelo portal da Previdência Social na 
Internet (Meu INSS) ou nas Agências da Previdência Social, mediante o cumprimento das 
exigências legais. Ressaltamos que o trabalhador não precisava deixar o emprego para requerer a 
aposentadoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 De acordo com o Regulamento da Previdência Social, a aposentadoria por tempo de 
contribuição é irreversível e irrenunciável depois que o segurado receber o primeiro pagamento, 
sacar o PIS ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro). 
 O STF, ao julgar a repercussão geral que tratou da desaposentação, validou esse 
entendimento, fixando a tese de que por ausência de norma legal não é possível a renúncia da 
aposentadoria para a concessão de outra mais vantajosa, sendo constitucional a regra do art. 18, 
§ 2º, da Lei n. 8.213/1991 (RE 661.256/SC, Tribunal Pleno, j. 26.10.2016, DJe 29.9.2016). 
 Frisamos, todavia, que tais regras relativas à DIB permanecem válidas para as situações 
que envolvem direitos adquiridos (preenchimento dos requisitos antes da vigência da EC n. 
103/2019) e para quem se aposentar pelas regras de transição doravante aplicáveis. 
5.4 - Renda mensal inicial 
 A renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição correspondia a 100%do salário 
de benefício, calculado na forma do § 9º do art. 32 do Decreto n. 3.048/1999. 
 Para os benefícios com DIB a partir de 26.11.1999 (Lei n. 9.876/1999) havia a incidência 
obrigatória do fator previdenciário, o qual foi tornado opcional pela Lei n. 13.183, de 4.11.2015, 
apenas quando implementada a Fórmula 95/85 progressiva. Essa regra é comentada com 
apresentação de exemplos no Capítulo 33 desta obra. 
 O período básico de cálculo – PBC era fixado, conforme o caso, de acordo com as datas a 
seguir relacionadas, observada a mais vantajosa para o segurado: 
 data do afastamento da atividade – DAT; 
 data da entrada do requerimento – DER; 
 data da publicação da Emenda Constitucional n. 20, de 16.12.1998 – DPE; 
 data da publicação da Lei n. 9.876, de 28.11.1999 – DPL; 
 data de implementação das condições necessárias à concessão do benefício – DICB. 
 Para os benefícios da regra de transição da EC n. 20/1998, deferidos com contagem de 
tempo após 16.12.1998, o coeficiente de cálculo era de 70% do salário de benefício acrescido de 
5% por ano de contribuição que superasse a soma do tempo de 30 anos, se homem, ou 25 anos, 
 
 
 
 
 
 
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se mulher, mais o tempo adicional do pedágio (art. 188, § 2º, do Decreto n. 3.048/1999). Nesse 
sentido: Turma Regional de Uniformização dos JEFs da 4ª Região, Incidente de Uniformização 
2004.72.95.004578-0, Sessão de 15.4.2005. 
 Quando da concessão de aposentadoria com o cômputo do tempo de atividade até 
16.12.1998, ou até 28.11.1999, a renda mensal inicial será calculada com base nos trinta e seis 
últimos salários de contribuição anteriores àquelas datas, reajustadas pelos mesmos índices 
aplicados aos benefícios, até a data da entrada do requerimento, não sendo devido qualquer 
pagamento relativamente a período anterior a esta data. 
 Taisregras podem ser conferidas nos arts. 187 e 188 do Decreto n. 3.048/1999. Questão 
relevante estava relacionada à sistemática de cálculo da RMI quanto nãocoincidente com a DER. O 
entendimento firmado pela jurisprudência foi no sentido daquele preconizado no Regulamento da 
Previdência Social, o qual prevê a atualização pelos mesmos índices utilizados para reajustar os 
benefícios e não daqueles empregados para correção dos salários de contribuição, regra que seria 
bem mais vantajosa para os segurados. 
Neste sentido: TNU: PEDILEF 0012147- 38.2006.4.03.6302; STJ: REsp 1342984; REsp 
1.369.028. 
 
5.5 - Validade das novas regras de cálculo 
 Com as mudanças promovidas pelas EC n. 20/1998 e n. 103/2019, assim como pela Lei n. 
9.876/2019, as normas de concessão e de apuração do benefício vão depender da época em que 
o segurado adquiriu o direito à aposentadoria, pois a legislação posterior não pode alterar a forma 
de cálculo dos benefícios cujo direito já foi adquirido. 
 A esse respeito, o art. 3º, § 2º, da EC n. 103/2019 estabelece que os proventos de 
aposentadoria devidos ao segurado e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão 
apurados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela 
estabelecidos para a concessão desses benefícios. 
 Segundo o § 4º do art. 56 do Decreto n. 3.048/1999, cumpre ao INSS estabelecer o 
comparativo entre o valor inicial da aposentadoria apurada pelas regras atuais e pelas regras 
anteriores, com vistas à possibilidade de que o segurado possa vislumbrar qual a opção mais 
 
 
 
 
 
 
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vantajosa. 
 Insta ressaltar que não assiste direito ao segurado às regras de cálculo revogadas quando 
pretender somar o tempo trabalhado após as reformas. Nesse sentido, a Repercussão Geral Tema 
n. 70, cuja tese fixada pelo STF, foi a seguinte: “Na sistemática de cálculo dos benefícios 
previdenciários, não é lícito ao segurado conjugar as vantagens do novo sistema com aquelas 
aplicáveis ao anterior, porquanto inexiste direito adquirido a determinado regime jurídico.” 
 Em conclusão, consolidou-se o entendimento de que a tese em questão importava em 
“mesclar as vantagens de dois regimes distintos de aposentadoria”, beneficiando- se das 
vantagens decorrentes de um sistema híbrido. 
6 - EC n. 103/2019 – Regras de transição em relação à aposentadoria por 
tempo de contribuição e por idade 
 A Reforma da Previdência estabeleceu cinco novas regras de transição para ossegurados 
filiados ao RGPS até a data de entrada em vigor da EC n. 103/2019. Quanto ao valor da 
aposentadoria devida em razão de tais regras de transição, prevê a EC n. 103/2019 que, 
futuramente, o cálculo poderá ser modificado na forma de lei ordinária a ser aprovada pelo 
Congresso Nacional. Vejamos a seguir quais são essas regras e o embasamento legal. 
– Regra de Transição 1: SISTEMA DE PONTOS 
 Está prevista no art. 15 da EC n. 103/2019, tendo por destinatários os segurados filiados ao 
RGPS até a entrada em vigor dessa EC, assegurando o direito à aposentadoria, quando 
preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
– 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se 
homem; e 
– somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 
(oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem. 
 A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação que se iniciou em 86/96 será acrescida de um 
ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir o limite de 100 pontos, se mulher (em 
2033), e de 105 pontos, se homem (em 2028). A idade e o tempo de contribuição são apurados em 
dias para o cálculo do somatório de pontos. 
 
 
 
 
 
 
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 Importante destacar que o requisito de pontos (estabelecido através do somatório de idade e 
de tempo de contribuição) impõe um mecanismo de incremento gradual dos requisitos, 
especialmente a partir de 1º de janeiro de 2020, quando essas pontuações vão aumentando 
gradativamente ano após ano. 
 Pode-se dizer que essa regra fragiliza a concepção da previsibilidade de data estimada de 
aposentadoria, estipulando requisitos mutáveis e que, com o passar do tempo, vão se revelando 
cada vez mais difíceis de cumprir e exigindo uma idade ainda mais avançada de aposentação. 
 Nos termos da EC n. 103/2019, e enquanto a matéria não seja disciplinada por lei posterior, 
o valor da aposentadoria corresponderá a 60% do valor do salário de benefício (média integral de 
todos os salários de contribuição desde julho de 1994),com acréscimo de dois pontos percentuais 
para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição para os homens e 
de 15 anos para as mulheres. 
 
– Regra de Transição 2: TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO + IDADE MÍNIMA 
Está prevista no art. 16 da EC n. 103/2019, tendo por destinatários os segurados filiados ao RGPS 
até a entrada em vigor dessa EC, assegurando o direito à aposentadoria, quando preenchidos, 
cumulativamente, os seguintes requisitos: 
 
 
 
 
 
 
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– 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se 
homem; 
– idade de 56 (cinquenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos, se homem. 
A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade será acrescida de seis meses a cada ano, até atingir 62 
anos de idade, se mulher (em 2031), e 65 anos de idade, se homem (em 2027). Em 12 anos acaba 
a transição para as mulheres e em 8 anos para oshomens. 
 Nos termos da EC n. 103/2019, e enquanto a matéria não seja disciplinada por lei posterior, 
o valor da aposentadoria corresponderá a 60% do valor do salário de benefício (média integral de 
todos os salários de contribuição desde julho de 1994), com acréscimo de dois pontos percentuais 
para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição para os homens e 
de 15 anos para as mulheres. 
 
 
– Regra de Transição 3: PEDÁGIO DE 50% DO TEMPO FALTANTE 
 Está prevista no art. 17 da EC n. 103/2019, tendo por destinatários os segurados filiados ao 
RGPS até a entrada em vigor dessa EC, e que na referida data contavam com mais de 28 anos de 
contribuição, se mulher, e 33 anos de contribuição, se homem, ficando assegurado o direito à 
aposentadoria quando preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
 
 
 
 
 
 
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– 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; 
e 
– cumprimento de período adicional correspondente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na 
data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, faltava para atingir30 (trinta) anos de contribuição, se 
mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem. 
 De acordo com o parágrafo único do art. 17, o benefício concedido com base nessa regra 
terá seu valor apurado de acordo com a média aritmética simples dos salários de contribuição e 
das remunerações calculadas na forma da lei, multiplicada pelo fator previdenciário, calculado na 
forma do disposto nos §§ 7º a 9º do art. 29 da Lei n. 8.213/1991. 
 A renda mensal inicial deverá corresponder a 100% do salário de benefício, que deverá ser 
apurado com base na média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 
todo o período contributivo (desde julho de 1994), multiplicada pelo fator previdenciário. E, pela 
falta de previsão expressa, não deverá ser aplicada a fórmula 86/96 progressiva para exclusão do 
fator previdenciário, constante do art. 29-C da Lei 8.213/1991. 
 Esse novo critério de apuração do valor da renda mensal inicial irá redundar em perda 
significativa para os segurados que estavam perto de preencher os requisitos da aposentadoria. 
 Outro aspecto polêmico dessa regra, que não exige idade mínima, é a exclusão dos 
segurados com menor tempo de contribuição. É possível imaginar seguradosque não serão 
beneficiados por terem faltado 2 anos e 1 mês de tempo de contribuição na data da publicação da 
EC n. 103/2019. 
 A título de comparação, podemos citar a EC n. 20/1998, que fixou o pedágio de 20% e de 
40% do tempo faltante quando substituiu a aposentadoria por tempo de serviço pela de tempo de 
contribuição e extinguiu a possibilidade da aposentadoria proporcional. De acordo com aquela EC, 
todos os segurados poderiam, em tese, optar pelas regras de transição, desde que cumpridos o 
pedágio e a idade mínima exigida de 53 anos, se homem, e de 48 anos, se mulher. Contudo, com 
o passar do tempo, as regras permanentes se tornaram mais atrativas, por não exigirem pedágio e 
sequer idade mínima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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– Regra de Transição 4: IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 
Está prevista no art. 18 da EC n. 103/2019, tendo por destinatários os segurados filiados ao RGPS 
até a entrada em vigor dessa EC, assegurando o direito à aposentadoria, quando preenchidos, 
cumulativamente, os seguintes requisitos: 
– 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; 
– 15 (quinze) anos de contribuição, para ambos os sexos. 
A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 anos da mulher será acrescida em seis meses a 
cada ano, até atingir 62 anos de idade (em 2023). Para os homens, a idade mínima continua como 
era antes da Reforma, 65 anos. O tempo mínimo de contribuição também foi mantido para ambos 
os sexos em 15 anos. 
 
REGRA DE TRANSIÇÃO (RGPS): TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO + PEDÁGIO 
DE 50% 
 
Tempo de 
Contribuição até a 
Reforma 
 
Tempo de Contribuição 
Faltante 
 
Pedágio de 
50% 
 
 
Tempo Total 
 
 
33 anos 2 anos 1 ano 36 anos 
 
34 anos 
 
1 ano 
 
6 meses 
35 anos e 6 meses 
 
 
28 anos 2 anos 1 ano 31 anos 
 
29 anos 
 
1 ano 
 
6 meses 
30 anos e 6 meses 
RMI: 100% do salário de benefício (média integral dos salários de contribuição x Fator Previdenciário) 
 
 
 
 
 
 
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O que alterou foi o cálculo do valor do benefício. Inicialmente, corresponderá a60% do valor 
do salário de benefício (média integral de todos os salários de contribuição desde julho de 1994), 
com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 
20 anos de contribuição para os homens e de 15 anos para as mulheres. 
Entendemos que o coeficiente para os homens deve ser igual aos das mulheres, 
começando com 60% aos 15 anos (idade prevista para a aposentadoria) com acréscimo de dois 
pontos percentuais a cada novo ano de contribuição, chegando aos 100% com 35 anos de 
contribuição. Isso porque ficou garantida aposentadoria ao homem com 65 anos de idade e 15 
anos de contribuição, não sendo previsto coeficiente menor que 60% do salário de benefício. 
Quanto ao segurado do meio rural, embora a EC 103/2019 não tenha fixado regra de 
transição específica, deverá ser mantida a exigência dos 15 anos para quem era filiado ao RGPS 
até a entrada em vigor dessa EC. Nesse sentido a referência feita no Parecer 113, de 2019 (p. 
14/15): “(...) o esforço é nulo para os que usufruem da aposentadoria rural (...). O tempo de 
trabalho no campo continua o mesmo, 15 anos, e o valor do benefício também, 1 salário mínimo”. 
 
REGRA DE TRANSIÇÃO (RGPS): IDADE MÍNIMA E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 
 
IDADE: 
65 anos 
 
 
IDADE: 
2019 – 60 anos; 2020 – 60,5 anos; 
2021 – 61 anos; 2022 – 61,5 anos 
2023 – 62 anos 
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: 
15 anos 
 
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: 
15 anos 
RMI: 60% do salário de benefício (média integral) + dois pontos percentuais para cada ano de contribuição 
que exceder a 20 anos (15 anos – conforme interpretação apresentada), se homem, e 15 anos, se 
mulher. 
 
 
 
 
 
 
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– Regra de Transição 5: PEDÁGIO DE 100% DO TEMPO FALTANTE 
Está prevista no art. 20 da EC n. 103/2019, tendo por destinatários os segurados filiados ao 
RGPS até a data de entrada em vigor dessa EC, assegurando o direito à aposentadoria, quando 
preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
– 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem; 
– 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se 
homem; 
– período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em 
vigor da EC n. 103/2019, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no 
inciso II (pedágio de 100% do tempo faltante). 
Como exemplo dessa regra, podemos considerar que um segurado que já tenha a idade 
mínima de 60, mas tiver 30 anos de tempo de contribuição quando a reforma entrou em vigor, terá 
que trabalhar os 5 anos que faltam para completar os 35 anos, mais 5 anos de pedágio. 
Nessa regra, o que mais atrai em relação às demais é o coeficiente de cálculo do benefício, 
que será de 100% do salário de benefício, calculado com base na média integral de todos os 
salários de contribuição desde julho de 1994. 
No entanto, considerando o tempo de pedágio a ser cumprido, é bem provável que, para a 
grande maioria das pessoas, as regras permanentes sejam mais vantajosas que as de transição. 
 
 
 
 
 
 
 
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Idade Mínima Contribuição 
Pedágio de 100% Tempo 
Faltante 
 
 
 
 
60 anos 
 
 
35 anos 
Ex.: 30 anos de TC + 5 
anos (faltante) + 5 
anos (pedágio): 
Tempo total: 40 
anos 
 
 
 
 
57 anos 
 
 
30 anos 
Ex.: 27 anos de TC + 3 
anos (faltante) + 3 
anos (pedágio): 
Tempo total: 33 
anos 
RMI: 100% do salário de benefício, calculado com base na média integral, sem incidência de fator 
previdenciário. 
REGRA DE TRANSIÇÃO (RGPS): TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO + PEDÁGIO DE 100% 
 Tempo de 
 
 
 
 
 
 
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8
 
7-APOSENTADORIA ESPECIAL 
A aposentadoria especial é uma espécie de aposentadoria por tempo de contribuição, com 
redução do tempo necessário à inativação, concedida (segundo o art. 201, § 1º, da Constituição – 
redação anterior à EC n. 103/2019) em razão do exercício de atividades consideradas prejudiciais 
à saúde ou à integridade física. 
A respeito da finalidade da aposentadoria especial, manifestou-se Maria Lúcia Luz Leiria: “A 
finalidade do benefício de aposentadoria especial é de amparar o trabalhador que laborou em 
condições nocivas e perigosas à sua saúde, reduzindo o tempo de serviço/contribuição para fins de 
aposentadoria. Tem, pois, como fundamento o trabalho desenvolvido em atividades ditas 
insalubres. Pela legislação de regência, a condição, o pressuposto determinante do benefício está 
ligado à presença de agentes perigosos ou nocivos (químicos, físicos ou biológicos) à saúde ou à 
integridade física do trabalhador, e não apenas àquelas atividades ou funções catalogadas em 
regulamento”. 
O tempo mínimo de exercício da atividade geradora do direito à aposentadoria especial foi 
estipulado em – 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos – pelo art. 31 da Lei n. 
3.807/1960, que instituiu o benefício, sendo mantido esse período pelas legislações subsequentes 
(atualmente art. 57 da Lei n. 8.213/1991). 
A Emenda n. 20/1998, ao dar nova redação ao § 1º do art. 201 da Constituição Federal, 
estabeleceu que os critérios para concessão da aposentadoria decorrente deatividades exercidas 
sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física serão definidos em lei 
complementar. 
Comentando esse dispositivo, José Afonso da Silva esclarece: “Por regra, essas atividades 
são aquelas a que o art. 7º, XXIII, confere direito a um adicional de remuneração: atividades 
penosas, insalubres e perigosas, cujo sentido já mencionamos antes (pp. 670-671)”. 
Por sua vez, o art. 15 da Emenda Constitucional n. 20/1998 manteve em vigor o disposto 
nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213, de 24.7.1991, na redação vigente em 16.12.1998,

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