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Biossegurança 2015 Prof. Ligia Rejane Reimann Gnas Perigo Estado ou situação que inspira cuidado Existe enquanto não se conhece a situação. É o desconhecido ou mal conhecido. Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a combinação destes. Risco É o perigo mediado pelo conhecimento que se tem da situação. Perigo ou possibilidade de perigo É o que temos como prevenir. O conceito de RISCO resulta do processo de transformações sociais, políticas, econômicas e culturais. Cabe ao próprio homem a atribuição de desenvolver a capacidade de interpretar e analisá-los para melhor prevenção e controle. Perigo X Risco As palavras risco e perigo se confundem, mas têm diferença. “Risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675). “Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675). Perigo X Risco Risco “(…) é uma função da natureza do perigo, acessibilidade ou acesso de contato (potencial de exposição), características da população exposta (receptores), a probabilidade de ocorrência e a magnitude da exposição e das conseqüências (…)” (Kolluru, 1996, p. 1.10). “ (…) risco é um resultado medido do efeito potencial do perigo” (Shinar, Gurion e Flascher, 1991, p. 1095). Perigo X Risco Perigo é a situação que contém “uma fonte de energia ou de fatores fisiológicos e de comportamento/conduta que, quando não controlados, conduzem a eventos / ocorrências prejudiciais / nocivas” (Shinar, Gurion e Flascher, 1991, p. 1095, apud. Grimaldi e Simonds, 1984, p. 236). “2. Possibilidade de perigo, incertos mas previsíveis, que ameaça de dano a pessoa ou coisa” (Michaelis, 2002). “1. Situação que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa. 2. Risco, inconveniente” (Michaelis, 2002). Exemplificando Um exemplo simples que define bem a diferença entre risco e perigo: Uma pessoa ao atravessar uma rua, tem as seguintes condições: - Atravessar a rua; - Atravessar a rua fora da faixa de pedestre; - Atravessar a rua na faixa de pedestre com semáforo. O perigo nesse caso é atravessar a rua; O risco aumenta consideravelmente ao atravessar a rua fora da faixa de pedestre (acidente - atropelamento); O risco diminui consideravelmente quando aumenta o nível de segurança da faixa de pedestre (faixa de pedestre com ou sem semáforo). Exemplificando 2. Outro exemplo simples que define bem a diferença entre risco e perigo: Um piso molhado no setor de trabalho, tem suas seguintes condições: - Piso molhado; - Passar no piso molhado; - Sinalizar ou Secar o piso molhado. O perigo nesse caso é o piso estar molhado: O risco aumenta consideravelmente ao passar no piso molhado (acidente - escorregões) O risco diminui consideravelmente ao sinalizar o perigo ou secar o piso. Exemplificando Em ambas situações identificamos o PERIGO e avaliamos o RISCO. Então podemos afirmar que o perigo está a todo tempo no nosso dia-a-dia e nos deparamos com ele a todo instante, envolvendo-nos vez por outra e na grande maioria das vezes nem o percebemos. Insalubridade e Periculosidade A CONSTITUIÇÃO FEDERAL ESTABELECE QUE: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; Insalubridade Norma regulamentadora – NR 15 São as atividades ou operações que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. Insalubridade O ambiente de trabalho hospitalar Considerado insalubre por agrupar pacientes portadores de diversas enfermidades infectocontagiosas e viabilizar muitos procedimentos que oferecem riscos de acidentes e doenças para os trabalhadores da saúde. Direito do funcionário ser informado sobre os riscos os quais ele poderá está exposto. Periculosidade Norma regulamentadora - NR 16 São atividades ou operações perigosas exercidas pelo trabalhador, como o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. Ex. Radiações ionizantes. Periculosidade Na periculosidade o que motiva o pagamento é o risco de ocorrer uma fatalidade. Nela o risco é mais iminente, existe risco de morte imediata. Um exemplo é o trabalhador que trabalha na fábrica de fogos de artifícios. Na ocorrência de um acidente envolvendo os fogos as chances de fatalidade são grandes. Periculosidade São exemplos de atividades periculosas: - Trabalho com explosivos; - Trabalho com inflamáveis; A caracterização que justifica o pagamento de adicional de insalubridade ou periculosidade deve ser feita por meio de laudo elaborado nos termos das NR’s 15 ou 16. Periculosidade Quem elabora o laudo de insalubridade ou periculosidade O laudo deve ser elaborado por profissional designado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que seja médico com especialização em Medicina do Trabalho ou Engenheiro com especialização em Segurança do Trabalho. Acidentes de Trabalho A instrução Normativa nº 78 de 2002 define o acidente do trabalho como: “exercício da atividade a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” Riscos de Acidentes Primário: é a própria fonte de risco, quando por si só já é um risco Ex. frasco de éter, material pérfuro-cortante Secundário: é a própria fonte de riscos + a condição insegura ligada ao humano Ex. material perfuro-cortante descartado em lixos comuns, frasco de éter colocado próximo a fonte de calor. Riscos de Acidentes Equipamentos de vidro Equipamentos e instrumentos perfuro- cortantes ou defeituosos Iluminação inadequada Equipamentos que utilizam gases Equipamentos de engrenagem, sistema de trituração e emissão de ultra som Eletricidade, incêndio e explosão Classificação dos acidentes ocupacionais Tipo 1 É classificado como acidente típico que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa; Classificação dos acidentes ocupacionais Tipo 2 Doença profissional ou do trabalho; Classificação dos acidentes ocupacionais Tipo 3 Acidente de trajeto, que ocorre no percurso do local de residência para o trabalho ou desse para aquele, considerando a distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto. ACIDENTES: Causas associadas Fatores sociais Ausência/precária capacitação e treinamento do pessoal Mal planejamento do trabalho Supervisão inadequada ou inapta Não observância das normas de biossegurança Práticas de trabalho inadequada e manutenção incorreta Mal uso de EPI e EPC Uso de materiais de origem desconhecida e origem duvidosa Higiene pessoal e jornada excessiva de trabalho Acidentes 98% dos acidentes podem ser prevenidos porque eles não tem causa única. Estabelecimentos assistenciais de saúde A maioria dos acidentes está relacionada com pérfuro-cortantes contaminados com material biológico. Construções, Fábricas e indústrias.Acidentes As estimativas da Organização Mundial de Saúde são da ocorrência de três milhões de acidentes percutâneos com agulhas contaminadas por material biológico por ano entre trabalhadores da área da saúde no mundo inteiro; Dois milhões com exposição ao HBV, 900.000 ao HCV e 170.000 ao HIV. Principais causas de acidentes Instrução inadequada Supervisão ineficiente Práticas inadequadas Mau uso de EPI’s Planejamento falho Não observar normas Manutenção falha Lay-out incorreto Jornada excessiva de trabalho Motivação Prevenção de acidentes Utilização de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva – EPI e EPC. Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC): São dispositivos, sistemas ou meios, fixos ou móveis de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. Prevenção de acidentes Adotar as medidas possíveis para minimizar os riscos de acidentes ocupacionais. Deve haver uma concentração de esforços e recursos para reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho, treinamento e conscientização de práticas seguras. Fornecimento de forma contínua e uniforme dos dispositivos de segurança aos trabalhadores da área da saúde. Acidentes na História Acidente na Usina de Chernobil Em 26 de abril de 1986, o quarto reator da usina de Chernobil na Ucrânia sofreu uma explosão de vapor nuclear (gás xenônio) catastrófica. O engenheiro chefe realizou um teste de redução de potência que resultou no desastre. CAUSAS: 2 teorias Operadores da usina; Defeitos no projeto do reator; Acidente com o Césio-137 Um exemplo de ignorância de normas de Biossegurança e do despreparo dos órgãos públicos em lidar com a questão. Em setembro de 1987, em Goiânia, um aparelho de radioterapia abandonado numa clínica desativada, foi roubado e desmontado, expondo a população daquela capital à contaminação radioativa. Usina de Fukushima Em 11 de março de 2011 um terremoto provoca um tsunami devastador, que mata 27 mil pessoas e danifica quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima. Altos níveis de césio-137, iodo-131 e plutônio foram detectados na água. Ainda se desconhece o impacto do acidente sobre a saúde humana. Impacto dos acidentes Questões a respeito... QUAIS SÃO OS RISCOS QUE PODEMOS ENCONTRAR NO NOSSO TRABALHO? NO NOSSO DIA-A-DIA? QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS? QUAIS PREJUÍZOS? COMO SE PREVENIR? QUAL O IMPACTO DESSES PROBLEMAS PARA A SOCIEDADE? Mapa de Risco Representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores. Histórico O mapa de riscos no Brasil, surgiu através: Portaria nº. 05 de 20/08/92 E modificada: Portaria nº. 25 de 23/12/94 e 08 de 23/02/99 Tornando obrigatória a elaboração do Mapa de Riscos pela CIPA Histórico A NR 05 – item 5.16 Das Atribuições a) Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a maior participação do maior numero de trabalhadores... Análise de Riscos Ambientais Mapa de Risco Representação gráfica dos riscos à saúde identificados pela CIPA de cada um dos diversos locais de trabalho de uma empresa. Mapeamento de Risco É o levantamento realizado nos locais de trabalho apontando os riscos, aos quais os colaboradores estão expostos - são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores de acordo com a sua sensibilidade. 41 Dificuldade ? •A maior dificuldade das empresas no mapeamento dos riscos ambientais, está na falta de capacidade, informação e subsídios técnicos para identificar, avaliar e controlar os riscos existentes dentro de seus processo produtivos. •Os MAPAS DE RISCO, devem ser refeitos a cada gestão da CIPA. 42 Benefícios para a Empresa Facilita a administração da prevenção de acidentes e de doenças do trabalho; Ganho da qualidade e produtividade; Aumento de lucros diretamente; Informa os riscos aos quais o trabalhador está expostos, cumprindo assim dispositivos legais. 43 Benefícios para os Trabalhadores Propicia o conhecimento dos riscos que podem estar sujeitos os colaboradores; Fornece dados importantes relativos a sua saúde; Conscientiza quanto ao uso dos EPI´s. Objetivos do Mapa de Riscos Conhecer o processo Identificar os riscos Identificar as medidas preventivas Identificar os indicadores de saúde Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local Elaborar o mapa de risco sobre a planta e fixar em placa em local visível Passarelli MAPA DE RISCO CONHECENDO O AMBIENTE DE TRABALHO Passarelli MAPA DE RISCO 46 TIPOS DE RISCOS AOS QUAIS O TRABALHADOR ESTÁ EXPOSTO AGENTES FÍSICOS 47 Vias de penetração no organismo: Via respiratória: inalação pelas vias Aéreas Via cutânea: absorção pela pele Via digestiva: ingestão Passarelli MAPA DE RISCO 48 RISCOS BIOLÓGICOS RISCOS MECÂNICOS OU DE ACIDENTES 50 Etapas da Elaboração a) Conhecer o processo de trabalho: • Os trabalhadores: nº, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança, jornada de trabalho; • Os instrumentos e materiais de trabalho; • As atividades exercidas; • O ambiente. b) Identificar os riscos existentes no local analisado; - conforme classificação da tabela I, anexo IV da NR-5 – RISCOS • Dificuldades operacionais • Cargas químicas • Desconhecendo a carga • Operando equipamentos c) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficiência: • Medidas de proteção coletiva; • Medidas de organização do trabalho; • Mediada de proteção individual; • Medidas de higiene e conforto: banheiros, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros, refeitórios, área de lazer. d) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local: •É ou foi realizado monitoramento dos agentes físicos? • É ou foi realizado monitoramento dos agentes químicos? • É ou foi realizado monitoramento das atividades anti-ergonômicas? • É ou foi realizado monitoramento dos agentes biológicos? • É ou foi realizado avaliação dos riscos de acidentes? e) Elaborar o mapa de riscos a partir do lay-out da empresa: Como o Anexo IV não define os parâmetros para classificar os riscos em grandezas proporcionais às suas intensidades, definimos como prática, um critério dentro de uma certa coerência. • O grupo a que pertence o risco; • O número de trabalhadores expostos ao risco; • A especificação do agente de risco; • A intensidade do risco; 56 Quando as condições agressivas dos agentes estiverem abaixo dos limites toleráveis para as pessoas, mas causem desconforto. Com ou sem proteção individual ou coletiva A g e n te s d e r is c o s Q u ím ic o , F ís ic o , B io ló g ic o , E rg o n ô m ic o , e A c id e n te Quando os agentes existem no ambiente, com concentração ou intensidade que a capacidade de agressão às pessoas possam ser considerada desprezível Quando a concentração, intensidade, tempo de exposição etc. estejam acima dos limites considerados toleráveis pelo organismo humano e não há proteção individual ou coletiva eficiente. Quando não existem dados precisos sobre concentração, intensidade, tempo de exposição etc., e, comprovadamente, os agentes estejam afetando a saúde do trabalhador. SimbologiaA intensidade do risco será dimensionada através de círculos; Risco Grande Risco Médio Risco Pequeno Os números dentro dos círculos indicam quantos funcionários estão expostos ao risco. Diversos tipos de risco num mesmo ponto •Ruído •Calor •Gases •Poeira •Postura Incorreta •Monotonia •Fagulhas •Cortes Diversos tipos de risco num mesmo ponto, mas com o mesmo grau. Diversos tipos de risco num mesmo ponto, mas em graus diferentes. Exemplo de um Mapa de Risco Grande Médio Pequeno Químico Físico Biológico Ergonômico Acidente 1 8 2 3 8 2 2 O numeral dentro dos círculos indicam a quantidade de trabalhadores expostos ao (s) risco (s), e as setas indicam que os riscos encontram-se por todo o setor. Como elaborar o Mapa de Risco 1º) PASSO: Conhecer os setores/seções da empresa: O que é e como produz. Para quem e quanto produz (direito de saber); 2º) PASSO: Fazer o fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produção); 3º) PASSO: Listar todas as matérias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentação das máquinas etc.) envolvidos no processo produtivo. Como elaborar o Mapa de Risco 4º) PASSO: Listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por etapa (se forem muitos, priorize aqueles que os trabalhadores mais se queixam, aqueles que geram até doenças ocupacionais ou do trabalho comprovadas ou não, ou que haja suspeitas). Julgar importante qualquer informação do trabalhador. NÃO FAÇA JULGAMENTOS PRECIPITADOS, PEQUENAS QUEIXAS PODEM ESCONDER GRANDES PROBLEMAS Diego Basílio DESCRIÇÃO DOS RISCOS Físico - Ruído Químico - Poeira Acidente - Máquina sem proteção - Eletricidade - Trabalho com Máquina Diego Basílio DESCRIÇÃO DOS RISCOS Acidente - Probabilidade de incêndio Diego Basílio DESCRIÇÃO DOS RISCOS Acidente - Arranjo físico inadequado Diego Basílio DESCRIÇÃO DOS RISCOS Físico - Radiação não ionizante Químico - Fumos Acidente - Trabalho com Máquina - Eletricidade Diego Basílio DESCRIÇÃO DOS RISCOS Acidente - Probabilidade de incêndio Diego Basílio DESCRIÇÃO DOS RISCOS Acidente - Probabilidade de incêndio Líquido Inflamável Diego Basílio RADIAÇÃO RISCO BIOLÓGICO ARMA QUÍMICA SIMBOLOGIA IRRITANTE INFLAMÁVEL PERIGO AO MEIO AMBIENTE TÓXICO CORROSIVO C O M B U S TÍ V E L E X P LO S IV O RISCO BIOLÓGICO RADIAÇÃO IONIZANTE RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE RADIAÇÃO A LASER GÁS COMPRIMID O SUPERFÍCIE AQUECIDA BAIXA TEMPERATURA CAMPO MAGNÉTICO Via de Exposição Procedimento de risco - Ingestão Pipetagem com a boca Consumir alimentos no lab. Colocar dedos ou objetos contaminados na boca - Inoculação Acidentes com agulhas Acidentes materiais cortantes Arranhão, mordidas de animais CONSIDERAÇÕES GERAIS - Pele / mucosa Fluidos bocas, olhos, nariz, pele Objetos / Equipamentos com superfícies contaminadas - Inalação Aerossóis Via de Exposição Procedimento de risco CONSIDERAÇÕES GERAIS
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