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GEOGRAFIA 4º PERÍODO ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Maria Olímpia Beatriz Santos Silvina Fonseca Corrêa ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Maria Olímpia Beatriz Santos Silvina Fonseca Corrêa Montes Claros - MG, 2010 2010 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. EDITORA UNIMONTES Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG) Caixa Postal: 126 - CEP: 39041-089 Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214 REITOR IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO Paulo César Gonçalves de Almeida Gráfica Yago VICE-REITOR PROJETO GRÁFICO E CAPA João dos Reis Canela Alcino Franco de Moura Júnior Andréia Santos Dias DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES Giulliano Vieira Mota EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO Alcino Franco de Moura Júnior - Coordenação CONSELHO EDITORIAL Andréia Santos Dias Maria Cleonice Souto de Freitas Bárbara Cardoso Albuquerque Rosivaldo Antônio Gonçalves Clésio Robert Almeida Caldeira Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida Wanderlino Arruda Diego Wander Pereira Nobre Fernando Freire Madureira Gisele Lopes SoaresREVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Jéssica Luiza de AlbuquerqueMaria Leda Clementino Marques Karina Carvalho de Almeida Rogério Santos BrantREVISÃO TÉCNICA Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes Ficha Catalográfica: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil Celso José da Costa Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Duque Portugal Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes Paulo César Gonçalves de Almeida Vice-Reitor da Unimontes João dos Reis Canela Pró-Reitora de Ensino Maria Ivete Soares de Almeida Coordenadora da UAB/Unimontes Fábia Magali Santos Vieira Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes Betânia Maria Araújo Passos Diretor de Documentação e Informações Giulliano Vieira Mota Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH Mércio Coelho Antunes Chefe do Departamento de Geociências Anete Marília Pereira Coordenadora do Curso de Geografia a Distância Janete Aparecida Gomes Zuba AUTORAS Maria Olímpia Beatriz Santos Mestre em Educação e Sociedade pela Universidade Presidente Antônio Carlos, especialização em Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros, graduação em Pedagogia com habilitação em Supervisão Pedagógica pela Universidade Estadual de Montes Claros. Silvina Fonseca Corrêa Formada em Pedagogia com Habilitação em SUPERVISÃO ESCOLAR DE 1º GRAU; ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E ENSINO DAS DISCIPLINAS E ATIVIDADES PRÁTICAS, pela Fundação Norte-Mineira de Ensino Superior, FUNM – Montes Claros – MG. Cursou SUPERVISÃO ESCOLAR DE 1º E 2º GRAUS. Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, São Carlos, Brasil. Especializou-se em Supervisão Educacional pela PUC/MG. Atualmente é Mestranda em Educação e Psicanálise, gerenciado pelo Centro de Orientação e Organização Psicanalítica - CORPO – em convênio com a Cambridge Internacional University – External Degree of Campus – Commonwealth Territory of British Virgin Islands – United Kingdom – e com a Universidad de Los Pueblos da Europa - UPE, regido pela resolução 001/2001 – CNE/CES/MEC, publicada no D.O.U em 03/04/2001. É professora universitária e diretora da empresa Instituto Pólis Montes Claros - Assessoria e Consultoria na Elaboração de Planos, Programas Projetos e Estatutos atuando em diversos municípios de Minas, inclusive com a instalação de diversos Centros de Apoio e atendimento a EAD. SUMÁRIO DA DISCIPLINA Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Unidade I: Breve Histórico da Educação na Legislação Brasileira . . . 11 1.1 A Educação no Brasil Colônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.2 A Educação Brasileira no Período Republicano . . . . . . . . . . . 13 1.3 A Educação no Brasil Contemporâneo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Unidade II: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica . . . . . . . 24 2.1 Legislação educacional no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 2.2 Principios e fins da educação nacional na atualidade. . . . . . . 32 2.3 Objetivos da educação básica à luz da legislação vigente . . . 33 2.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Unidade III: A legislação e a universalização de uma escola básica de qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.1 O Ensino Fundamental de 09 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.2 O Ensino Médio e o Direito à Profissionalização . . . . . . . . . . 42 3.3 A Educação de Jovens e Adultos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 3.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Unidade IV: O plano nacional de educação e as ações articuladas e normatizadas pelas políticas nacionais vigentes . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 4.1 O Plano Nacional de Educação – Antecedentes Históricos . . 57 4.2 O Plano Nacional de Educação e as Metas Propostas para a década da educação- 2001-2011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 4.3 O PNE e a visão sistêmica do PDE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 4.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 4.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Referências básica, complementar e suplementar . . . . . . . . . . . . . . . 87 Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 APRESENTAÇÃO 07 Prezado (a) cursista, Estamos iniciando o estudo sobre a estrutura e funcionamento da Educação Básica Brasileira em seus níveis fundamental e médio. Vamos começar questionando: você sabe como funciona a Educação Básica em nosso país? Conhece a legislação que a orienta? E no passado, como a nossa educação foi instituída? Com base em quais pressupostos legais? Para responder a essas questões nos fundamentaremos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que apresenta os pressupostos e fatores, que determinam e/ou norteiam a organização das diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasileira, dando ênfase especial para a intencionalidade da Lei e do Planejamento Curricular. Ressaltamos que estes pressupostos se consolidam como principais responsáveis pela formação das identidades pessoais e sociais, significando, sobretudo, a determinação dos modos e intenções como foi organizada a educação antes e depois da República brasileira. Fazendo um breve histórico da legislação brasileira, entenderemos o antes e o depois, mas, principalmente, como ela se estrutura na atualidade, já que o funcionamento está ainda sob a responsabilidade dos agentes (atores) sujeitos atuais, quer sejam os que legislam, executam, dirigem, coordenam ou ensinam, formando educadores/educandos para uma sociedade que se pretende seja, cada vez mais, democrática, por meio doplanejamento participativo, decorrido de um diagnóstico real dos dados educacionais, como também das expectativas e julgamentos de critérios/indicadores tecnicamente elaborados dos perfis encontrados, enfim da avaliação realizada. Pretendemos que o nosso trabalho seja baseado em compromissos e hábitos de estudos individuais, em pequenos grupos, em grupos diversificados e/ou na coletividade, mas sempre visando à construção de um novo conhecimento. A partir de enunciados, muitas vezes já conhecidos por nós, mas que também sirvam de renovação de práticas educativas que possam fazer da educação, cada vez mais, um instrumento de desenvolvimento pessoal, ético e democrático, capaz de refletir na qualidade social brasileira. A participação de todos será determinante para a construção de uma educação a distância, com mérito, desde a organização e funcionamento dessa modalidade de ensino, dentro dos parâmetros da legislação brasileira assim, também, de parâmetros de formação de 08 Geografia Caderno Didático - 4º Período formadores de crianças, adolescentes e jovens, adultos e idosos, pois, no Brasil, todos têm direito a uma educação de qualidade. Portanto a sua participação e a do seu colega são de extrema importância para o bom andamento das atividades e trabalhos propostos. Acompanhe, com atenção, o estudo dos textos apresentados, as orientações no decorrer deste estudo e faça das propostas e estratégias momentos inovadores e desafiadores que possibilitem a construção de uma nova prática educativa. Prática essa que lhe proporcione vivenciar momentos de perfis profissionais diversos: coordenador ou líder de um grupo de trabalho; mediador ou relator, exercendo sempre papéis diferenciados no grupo de educandos etc. Essas oportunidades trarão para sua formação novas competências e habilidades num processo de ensino- aprendizagem e avaliação. Atente-se para a carga horária da disciplina, o tempo previsto no calendário do curso e se organizem para melhor aproveitar este tempo. Acompanhe o seu tutor e preste a ele a ajuda necessária para que possa também ajudá-lo. A Educação a Distância requer de todos os envolvidos o compromisso com o hábito de estudo, a sistematização dos registros e atividades bem como o cumprimento de prazos. Não podemos nos esquecer de que a verbalização nas discussões e debates, o uso das diversas linguagens textuais e as pesquisas bibliográficas de enriquecimento dos estudos constituem as diversas formas de você fazer do seu curso oportunidade de otimização de sua formação e/ou da formação de colegas. Evite limitar as suas características, habilidades e capacidades, mas faça delas oportunidades de crescimento nas análises, críticas, sínteses e construções que pretendemos seja proveitosa não só durante o curso, mas no decorrer da carreira profissional e da vida que esperamos seja próspera e feliz. Priorize! Evite situações indesejadas. Aperfeiçoe, a cada dia, o seu desempenho acadêmico. Crie o hábito de leitura diária, de seleção de leituras significativas, de interpretações e inferências devidas, de abstração de raciocínio, de concentração e respeito às regras, de promoção e integração entre alunos e profissionais do curso/instituição. Colabore para encontrar e promover medidas e projetos que possam ser elencados no rol de iniciativas do curso, da educação como iniciativa dos acadêmicos dos polos da UAB em qualquer canto deste grande sertão veredas. Professora Mestra Maria Olímpia Beatriz Santos Professora Mestranda Silvina Fonseca Corrêa 09 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes ORIENTAÇÕES PARA AS UNIDADES Acadêmico (a), neste material que você está recebendo da Disciplina “Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio” trabalharemos com a seguinte ementa: Os determinantes que norteiam a organização das diretrizes e bases da educação, com ênfase especial para a intencionalidade da lei e do planejamento curricular, como principais responsáveis pela formação das identidades pessoais e sociais. Para atendermos a esta ementa, o conteúdo está dividido em quatro unidades. São elas: UNIDADE I: Breve Histórico da Educação na Legislação Brasileira A Educação antes da República. Educação Brasileira no Período Republicano. A Organização Educacional no Brasil (Constituição Federal de 1988) UNIDADE II: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica Legislação Educacional no Brasil. Princípios e fins da Educação Nacional na Atualidade. Objetivos da Educação Básica à Luz da Legislação Vigente. UNIDADE III: A Legislação e a Universalização de uma Escola Básica de Qualidade O Ensino Fundamental de 09 anos. O Ensino Médio e o Direito à Profissionalização. A Educação de Jovens e Adultos. UNIDADE IV: O Plano Nacional de Educação e as Ações Articuladas e Normatizadas pelas Políticas Educacionais Vigentes O Plano Nacional de Educação (PNE) e os seus Antecedentes Históricos. O Plano Nacional de Educação e as Metas Propostas para a Década da Educação- 2001-2011. O Plano de Desenvolvimento da Educação, o Compromisso “Todos pela a Educação” e as Ações Articuladas dos Entes Federados. Na primeira unidade, temos o histórico da educação brasileira, tomando como ponto principal a legislação educacional. Apresentamos como a educação estava legalizada antes e durante o período republicano até chegarmos à organização da Educação Nacional, a partir da nova Constituição do Brasil em 1988. Na segunda unidade, intitulada “Estrutura e Funcionamento da Educação Básica”, apresentamos a Legislação Educacional no período que antecede à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, além de apresentarmos os objetivos, os princípios e fins da Educação Nacional, na atualidade, de acordo com a legislação vigente. 10 Geografia Caderno Didático - 4º Período Já na terceira unidade, o enfoque é a universalização da educação básica e a busca de qualidade. Apresentamos o ensino de nove anos, as considerações sobre o ensino médio atrelado à profissionalização e o direito à educação- garantido a todos- por meio da educação de jovens e adultos. E para finalizar este estudo, na quarta unidade - “O Plano Nacional de Educação e as Ações Articuladas e Normatizadas pelas Políticas Educacionais Vigentes” tratamos do Plano Nacional de Educação e como, através da legislação brasileira, chegamos até aqui e por onde se faz o caminhar da sociedade brasileira em busca de uma escola pública e eficaz para todos os brasileiros. O mais importante de tudo isso, entretanto, é que você, acadêmico (a), faça a leitura do material e das sugestões propostas; reflita sobre o processo legal da educação brasileira e acredite que, antes da legislação, existe a ação de homens e mulheres empenhados em um mundo melhor. Lembrando Paulo Freire Não posso entender os homens e as mulheres, a não ser mais do que simplesmente vivendo, histórica, cultural e socialmente existindo, como seres fazedores de seu “caminho” que, ao fazê-lo, se expõem ou se entregam ao “caminho” que estão fazendo e que assim os refaz também.(1992, p.97) Assim, torna-se necessário refletir sobre a importância da legislação brasileira em um curso de Pedagogia e licenciaturas para que os futuros profissionais da educação observem que fazer educação no Brasil exige de nós um profundo conhecimento da trajetória da educação brasileira. E, assim sendo, contribuiremos para que em todos os dias possamos refletir e agir na busca da educação de qualidade para todos. 11 1UNIDADE 1BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Objetivo Geral Apresentar o histórico da educação brasileira, tomando como ponto principal a Legislação Educacional, analisando os aspectos educacionais, antes e durante o período republicano, até chegarmos à organização da Educação Nacional atravésda Constituição do Brasil, em 1988. Introdução No Brasil, as concepções de gestão da educação e administração pública vigentes resultam de uma construção histórica influenciada pela tradição jurídica que caracterizou o Período Colonial, marcado pelas orientações e práticas resultantes das correntes filosóficas positivistas e funcionalistas, que dominavam as Ciências Sociais na segunda metade do século XIX e na primeira metade do século XX (SANDER, 2007). Veja no glossário ao lado a explicação sobre estas correntes filosóficas. Ações estratégicas para a condução possível do processo educacional em território nacional, de alguma forma ou por algum motivo, sempre foram executadas, pois, de acordo com Sander (2007, p.14), “fundamenta-se na convicção de que a gestão da educação, longe de ser um instrumento ideologicamente neutro, desempenha um papel político e cultural específico, situado no tempo e no espaço”. Para melhor compreender os processos que envolvem a legalização e administração da educação brasileira, é de fundamental relevância identificar aspectos e características dos três grandes momentos históricos: Brasil Colônia, Brasil República e Brasil Contemporâneo. Em cada um deles desenvolveram-se processos e situações que possibilitam compreender a evolução da estrutura e administração da educação brasileira, percebendo, especificamente, o momento histórico em que deixou de ser vigente uma concepção de administração, avançando para uma concepção de gestão da educação. 1.1 A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA Como podemos imaginar a educação no Brasil colônia? Vamos lá... A organização e administração da educação, durante o período colonial, apresentam a influência das Correntes Escolástica e Positivista, mas fundamentalmente manifesta um enfoque jurídico, fundamentado no direito romano, que era interpretado em acordo com o código napoleônico. Corrente Positivista: É uma corrente sociológica cujo precursor foi o francês Auguste Comte (1798-1857). Propõe à existência humana valores completamente humanos. O método geral do Positivismo de Auguste Comte consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação (ou seja, mantém a imaginação), mas há outras características igualmente importantes. Corrente Funcionalista: É um ramo da Antropologia e das Ciências Sociais que procura explicar aspectos da sociedade em termos de funções realizadas por indivíduos ou suas conseqüências para a sociedade como um todo. Corrente sociológica relacionada ao pensador francês Emile Durkheim, para quem cada indivíduo exerce uma função específica na sociedade e sua má execução significa um desregramento da própria sociedade. Sua interpretação de sociedade está diretamente relacionada ao estudo do fato social. O fato social é exterior na medida em que existe antes do próprio indivíduo e coercitivo na medida em que a sociedade impõe tais postulados, sem o conhecimento prévio do indivíduo. C F E A B G GLOSSÁRIO 12 Geografia Caderno Didático - 4º Período A tradição do direito romano tinha como principais aspectos o caráter normativo e o pensamento dedutivo, o que acabou por nortear a trajetória educacional e administrativa do Brasil. Naquele momento histórico, a lei era considerada um ideal a ser alcançado e não apenas “um parâmetro a ser aplicado em circunstâncias concretas” (SANDER, 2007). No entanto, a educação, durante o Período Colonial, era um tema de pouca importância para os colonizadores portugueses e para a população que habitava o país, resultando na pouca atenção aos processos relacionados à sua administração. Vale destacar que, apesar desse olhar desatento com a educação brasileira naquele momento, algumas das importantes personalidades da época desenvolveram ações em prol da valorização e melhoria da educação nacional, especialmente a educação pública, entre eles, o grupo liderado por Rui Barbosa. Sobre isso, Sander afirma que estudos sobre a organização do ensino daquela época não permitem identificar uma administração escolar capacitada para atender às exigências mínimas das poucas instituições educacionais para a elite governante e, muito menos, para dirigir as escolas destinadas à educação popular. (2007, p.20) O enfoque jurídico que influenciava a administração da educação acabou somado aos valores do cristianismo com a chegada da Ordem Franciscana, chefiada pelo Frei Henrique de Coimbra, que integrava a caravela comandada por Pedro Álvares Cabral. Porém, a grande interferência religiosa na educação brasileira resultou do trabalho dos padres da Companhia de Jesus, os jesuítas, sacerdotes que rapidamente disseminaram seus ensinamentos por todo o território brasileiro, desenvolvendo o primeiro esboço de um sistema educacional. Essa influência permaneceu e até aumentou durante o Período Imperial e a Primeira República. O positivismo teve grande impacto na sociedade brasileira, manifestando-se no funcionamento das instituições políticas e sociais da época. Um precioso exemplo é o lema “ordem e progresso”, que consta na bandeira brasileira. Na educação, o positivismo manifestou-se “no conteúdo universalista de seu currículo enciclopédico, na sua metodologia científica de natureza descritiva e empírica e nas práticas prescritivas e normativas de organização e gestão educacional” (SANDER, 2007, p.25). Corrente Escolástica: É uma corrente filosófica nascida na Europa da Idade Média, que dominou o pensamento cristão entre os séculos XI e XIV e teve como principal nome o teólogo italiano São Tomás de Aquino. Máxima de São Tomás de Aquino: "Crer para poder entender e entender para crer." São Tomás de Aquino dividiu o conhecimento humano em dois. O conhecimento sobrenatural seria aquele ensinado pela fé, como a aceitação da Trindade Divina, ou seja, Deus como Pai, Filho e Espírito Santo. Já o conhecimento natural viria, à luz da razão, como os teoremas matemáticos. Fonte: WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Disponível em pt.wikipedia.org. Código Napoleônico: originalmente chamado de Code Civil des Français, foi o código civil francês outorgado por Napoleão I e que entrou em vigor a 21 de março de 1804. Todavia, o Código Napoleônico não foi o primeiro código legal a ser estabelecido numa nação europeia. O Código Napoleónico, propriamente dito, aborda somente questões de direito civil, como o registro civil ou a propriedade. Este código baseou-se em leis francesas anteriores e também no Direito Romano, tendo seguido o Código Justiniano, o Corpus Juris Civilis, dividindo o direito civil em: a pessoa; a propriedade; a aquisição da propriedade. (Diário Universal, 21, mar. 2007. Disponível em www.diariouniversal.com C F E A B G GLOSSÁRIO 13 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes 1.2 A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO PERÍODO REPUBLICANO Agora, no período republicano, como estava a educação brasileira? Em 1920, no Brasil, organizou-se o movimento chamado Escola Nova. Naquele momento histórico, o mundo vivia um período de crescimento industrial e de expansão urbana e, nesse contexto, um grupo de intelectuais brasileiros sentiu necessidade de preparar o país para acompanhar esse desenvolvimento. A educação era percebida por eles como o elemento-chave para promover a remodelação requerida. Inspirados nas ideias político-filosóficas de igualdade entre os homens e do direito de todos à educação, esses intelectuais viam num sistema estatal de ensino público livre e aberto o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação. Denominado de Escola Nova, o movimento ganhou impulso na década de 30, após a divulgação do Manifesto da Escola Nova (1932). Nesse documento, defendia-se a universalização da escola pública, laica e gratuita. Compreenda melhor o que significou o movimento denominado Escola Nova e o Manifestodos Pioneiros no glossário ao lado. O pensamento vigente, na administração da educação brasileira, no período republicano, divide-se, segundo Sander (2007), em quatro fases: organizacional, comportamental, desenvolvimentista e sociocultural. Cada uma delas revelava um modelo de gestão específico. Vamos analisar cada uma destas fases? a) Fase organizacional: início do século XX, desde a Primeira Guerra Mundial até a Revolução de 1930. Caracterizou-se como um período de grande efervescência pol ítica e intelectual. Esse movimento manifestou-se, também, na educação, tendo como principais consequências a fundação da Associação Brasileira de Educação (ABE), em 1924, e o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, em 1932. Esses movimentos foram determinantes para a gestão da educação nacional, impulsionando a promulgação, em 1961, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 4024/61. Destacaram-se nessa época, entre outros, Anísio Teixeira, Querino Ribeiro e Lourenço Pinto. (SANDER, 2007) Nessa fase, a gestão da educação teve grande interferência dos princípios da administração clássica, assumindo “características de um modelo-máquina preocupado com a economia, a produtividade e a eficiência” (SANDER, 2007, p. 30). Apresentaremos, a seguir, um elenco das principais características da LDB 4024/61 que foram determinantes para a gestão da educação brasileira: Caráter Normativo: Atos de caráter normativo, como o próprio nome está dizendo, são instruções de caráter geral para que todos os interessados/envolvidos procedam de padronizada. Geralmente os atos de caráter normativo são editados para melhor compreensão dos procedimentos requeridos em função de um texto de Lei, Decreto etc. (LYRA, 2001) Pensamento Dedutivo: quando, a partir de enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular ou menos geral. Ex: Todo homem é mortal (geral) Pedro é homem Pedro é mortal (conclusão particular) Função básica do pensamento dedutivo: explicitar, ao longo da demonstração, aquilo que implicitamente já se encontra no antecedente. www.esmec/wp.../2008/.../ metodo_cientifico C F E A B G GLOSSÁRIO 14 Geografia Caderno Didático - 4º Período ?obrigatoriedade de matrícula nos quatro anos do ensino primário (Art. 30); ?formação do professor para o ensino primário no ensino normal de grau ginasial ou colegial (Art. 52 e 53); ?ano letivo de 180 dias (Art. 72); ?ensino religioso facultativo (Art. 97); ?maior autonomia aos órgãos estaduais, diminuindo a centralização do poder no MEC (Art. 10); ?empenho de 12% do orçamento da União e 20% dos municípios com a educação (Art. 92); ?regulamentação da existência dos Conselhos Estaduais de Educação e do Conselho Federal de Educação (Art. 8 e 9). b) Fase comportamental: a Segunda Guerra Mundial manifestou, também no Brasil, a reação que já acontecia em outros países contra os princípios e práticas da escola clássica da administração, resgatando a sua dimensão humana. Essa fase tem como marco inicial a expansão do movimento psicossociológico das relações humanas, deflagrado com os estudos de Hawthorne, que foram desenvolvidos entre 1924 e 1927, e que fundamentaram as bases teóricas da construção comportamental de administração. Sander destaca que, a partir daí, “instalou-se, assim, o reinado dos psicólogos e psicólogos sociais no estudo do comportamento administrativo no setor público, na empresa e na educação”.(2007, p. 37) Sander (2007, p. 39) afirma que “na realidade, a aplicação da psicologia à organização e administração do ensino remonta ao psicologismo pedagógico do início do século XIX, protagonizado por Pestalozzi e Froebel, os quais postularam que a educação deve levar em conta a realidade psicológica do educando com todas as exigências do seu mundo subjetivo”. Os ensinamentos da sociologia da educação vieram ainda contribuir e influenciar as concepções da gestão da educação. A integração entre a psicologia e a sociologia deu origem à psicologia social, que influenciou os estudos da administração da educação. Nesse período, foi intenso o movimento para superação da utilização dos estudos da administração na área educacional, destacando-se uma perspectiva pedagógica. Essa percepção se manifesta na gestão da educação, em que o principal compromisso passa a ser com a “consecução eficaz dos objetivos intrínsecos do sistema educacional e de suas escolas e universidades” (SANDER, 2007, p. 42-43). Escola Nova: A “escola nova”, “escola ativa” ou “escola progressiva” foi um movimento próprio do século XX, mas que se inspirou em pedagogos e filósofos do século XVIII e XIX como Rousseau (1712-1778), Pestalozzi (1746–1827), Froebel (1782–1852), Nietzsche (1844-1900), Tolstoi (1828-1910), William James (1842-1910) etc. Este movimento foi iniciado na Europa e nos Estados Unidos na transição dos séculos XIX para o XX. Na Europa, foi defendido, entre outros, por Edouard Claparède (1873- 1940) e Maria Montessori (1870-1952). Nos Estados Unidos John Dewey (1859- 1952) e William Kilpatrick (1871-1965) foram seus principais advogados. A “educação nova” privilegia a criança como indivíduo. Essa educação surge como resultado de um novo sentimento dos adultos em relação às crianças, que merecem cuidados especiais. (Aranha, 1996) Para entender o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, leia-o na integra, acessando o site: http://www.pedagogiaemfoco. pro.br/heb07a.htm. Mais a frente comentaremos sobre Paulo Freire, mas se você estiver interessado visite: www.paulofreire.org e pesquise mais sobre este grande educador. C F E A B G GLOSSÁRIO DICAS 15 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes c) Fase desenvolvimentista: surge com a denominada “administração para o desenvolvimento”, período de reconstrução econômica nas décadas de 1950-1960, resultante das consequências da Segunda Guerra Mundial e decorrente da necessidade de organizar e administrar os serviços de assistência e ajuda financeira no período pós- guerra. No que se refere à educação, o enfoque desenvolvimentista também se inseriu no movimento internacional da economia da educação, em que se destacam as áreas de recursos humanos, teorias do capital humano e investimentos no ser humano, numa compreensão de que a educação é fator estratégico para o desenvolvimento econômico. O otimismo pedagógico, até então vigente, entra em crise diante da constatação de que os investimentos, na área da educação, não haviam alcançado os resultados esperados na economia e no progresso tecnológico. Tedesco (1987, p. 85-86) afirma que “o sistema educacional deixou de ser concebido como alavanca e motor de transformação, e o otimismo pedagógico, que concebia a educação e o professor como fontes de progresso, transformou-se em pessimismo e desilusão”. Essa realidade impôs a necessidade de se reavaliar o papel da educação nos aspectos econômicos, políticos e culturais. d) Fase sociocultural: ao contrário da fase desenvolvimentista, anteriormente vigente, a fase sociocultural desenvolve-se a partir dos ensinamentos das ciências sociais. Paulo Freire, expoente da pedagogia libertadora, foi um dos representantes desse período, disseminando, por meio de seus estudos, a reflexão a respeito das relações de dominação e dos ideais de libertação que ainda se manifestavam nas relações econômicas e nas políticas internacionais. A eficiência da administração, inclusive a educacional, determinava-se fundamentalmente pela atuação de um conjunto de fatores – políticos, sociológicos e antropológicos. Essa compreensão disseminou-se, também, no meio acadêmico, onde os cursos de pós-graduação em educação desenvolveram suas discussões voltadas para área de política e gestão da educação. 1.3 A EDUCAÇÃO NO BRASIL CONTEMPORÂNEOE agora? Chegamos à contemporaneidade. Você consegue perceber como a educação é influenciada pelos acontecimentos políticos, econômicos e sociais? Vamos lá então. A história da educação brasileira, na contemporaneidade, também participou e sofreu a interferência de inúmeros movimentos políticos e culturais. Manifesto da Escola Nova: ou Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Foi um documento elaborado e assinado pelos mais destacados expoentes do movimento de renovação do ensino e vinha, num primeiro momento, responder a uma solicitação do Governo Provisório, que buscava subsídios para sua política educacional. Divulgado em 1932 é um documento dirigido ao povo e ao governo. Seu texto define, de forma clara, seus pressupostos e se apresenta com o propósito de superar o empirismo das reformas parciais efetuadas. O documento diagnostica a situação precária do ensino no país como decorrência da falta de organização das escolas e reforça a ideia da necessidade de dotar a escola e, consequentemente, o sistema de ensino, de estrutura burocrática consoante com os propósitos estabelecidos para a educação escolarizada nessa nova fase de desenvolvimento do país. (Aranha, 1996) C F E A B G GLOSSÁRIO 16 Geografia Caderno Didático - 4º Período Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), como um dos primeiros atos do Governo Provisório de Getúlio Vargas, tendo como Ministro da Educação Francisco Campos. O ministério foi responsável pela reforma que ocorreu na estrutura do ensino brasileiro, organizando a educação escolar, “especialmente nos níveis secundário e universitário e na modalidade do ensino comercial, desatendendo o ensino primário e a formação dos professores”. (LIBÂNEO, 2005, p. 135), A Constituição Federal de 1934 delegou ao Estado a responsabilidade de fiscalizar e regulamentar as instituições de ensino públicas e privadas. Naquele momento histórico, até 1945, vigorava a ditadura de Getúlio Vargas, fato que também interferia na organização da educação brasileira. No entanto, pouco tempo depois, em 1946, a sociedade política brasileira – partidos de esquerda e progressistas – retomou as principais discussões sobre a necessidade de melhorar e democratizar a educação brasileira. Nossa intenção é fazer alguns recortes na História da Educação Brasileira que possibilite a você compreender o contexto atual, a partir do entendimento das histórias construídas no passado, sendo assim, algumas décadas não serão, por nós, reportadas. A partir da década de 1970, até meados da década de 1990, diferentes segmentos sociais brasileiros se mobilizaram em prol da democracia efetiva, pois já se manifestavam as novas exigências de uma sociedade impulsionada pela globalização econômica. O contexto educacional brasileiro também sofreu essa interferência, mobilizando-se e se transformando, muitas vezes, segundo Sander, “numa arena de lutas em que seus diferentes atores vêm tratando de impor suas opções políticas e suas categorias de percepção e interpretação”. (2007, p. 70-71) Um exemplo dessa mobilização (arena de luta) foi a manifestação ocorrida, em 1984, em prol das eleições diretas para a presidência do Brasil. O país e muitos de nós assistimos a uma mobilização popular sem precedentes. Na grande maioria das cidades e em todas as capitais brasileiras, a população manifestou seu repúdio às eleições indiretas e exigiu o voto direto para presidente. A maior manifestação realizou-se em São Paulo e reuniu aproximadamente 1 milhão e 700 mil pessoas. A concretização da democracia implica mecanismos de tomada de decisão que, na maioria das vezes, revelam a posição da maioria. É com essa compreensão que Machado e Cavalcanti afirmam que “democratizar o ensino pressupõe o acesso à permanência com êxito e à qualidade”.(2004, p. 141) Quanto à legislação educacional, a primeira LDB – a Lei nº 4.024/61 – dispõe, reproduzindo a Constituição vigente à época, que a União, os Estados e o Distrito Federal organizem seus sistemas de ensino (art. 11). E, ao delimitar a abrangência destes sistemas, determina como Otimismo pedagógico: A partir de 1920, engendra-se no campo educacional brasileiro o movimento eufórico que fora denominado "Otimismo Pedagógico". Esse movimento desencadeou por todo o país uma série de reforma do ensino em nível estadual, restritas, portanto, aos ensinos primário e normal, visto que o ensino superior estava a cargo do governo federal e o secundário não passava de uma rede de cursos preparatórios. Podemos destacar, com efeito, quatro reformas que foram fundamentais no delineamento do ensino público no Brasil: a primeira, em 1920, no Estado de São Paulo, tendo como mentor o ilustre advogado Antônio de Sampaio Dória; a segunda, em 1922, no Ceará, realizada por Lourenço Filho; a terceira, em 1927, implantada em Minas Gerais, por Francisco Campos e, por último, em 1928, no Distrito Federal, por Fernando Azevedo. (CAVALCANTE, Francisco Leonardo dos Santos, 2004, Disponível em http://www.conteudoescola. com.br/site/content/view/118/4 2/1/1/. Acesso em 03 de agosto C F E A B G GLOSSÁRIO 17 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes competência da União reconhecer e inspecionar as instituições de ensino superior, particulares (art. 14) e como competência dos Estados e Distrito Federal autorizar o funcionamento, reconhecer e inspecionar os estabelecimentos de ensino primário e médio não pertencentes à União (art. 16), aí incluindo, portanto, as instituições estaduais, municipais e privadas. A partir da compreensão de que a delimitação dos universos de jurisdição dos sistemas de ensino reforça muito a delimitação das áreas de competência de cada esfera de Governo, vagamente expressas no texto constitucional (ROMÃO, 1997, p. 26), conclui-se que, desde a década de 1930, a educação nacional passou a contar com uma ordenação jurídica comum. Saviani, (1997, p. 05) diz que até a Constituição Federal de 1988, a distribuição de competências pela educação escolar, no Brasil, atribuía à União a responsabilidade pelo ensino superior e aos Estados e ao Distrito Federal a responsabilidade pelos ensinos primário e secundário, ou, conforme a legislação da época, pelo ensino de 1º e 2º graus. Portanto os Municípios não tinham uma esfera de competência própria (JUSTO, 1988, p. 20). Até a Constituição de 1988 o ensino municipal era considerado um “subsistema” que se vinculava ao sistema estadual. O Estado repartia com o Município a responsabilidade pelo ensino fundamental numa relação em que o Município desempenhava um papel suplementar, praticamente excluído das decisões normativas (BEDÊ apud ARELARO, 1997, p. 5). Apesar disto, sempre se estendeu aos Municípios a obrigatoriedade da aplicação de percentuais mínimos da receita de impostos em educação. Segundo a Constituição de 1946, art. 169, a União deveria aplicar nunca menos de dez por cento e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nunca menos de vinte por cento da renda resultante de impostos em manutenção e desenvolvimento do ensino. Eliminada pela Constituição de 1967, esta vinculação de recursos para educação foi, entretanto, reintroduzida apenas para os Municípios pela Emenda Constitucional nº 1 de 1969, de fato, ao dispor sobre a intervenção dos Estados nos Municípios. O art. 15, § 3º institui, na alínea “f”, que estes últimos deveriam aplicar, em cada ano, pelo menos vinte por cento da receita tributária municipal no ensino primário. Em 1983, a Emenda Calmon acrescentou o § 4º ao art. 176 da Constituição de 1969, estabelecendo que, anualmente, a União deveria aplicar nunca menos de treze por cento e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante deimpostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino. Como se observa, não só sempre se estendeu aos Municípios a vinculação de recursos para educação como, em 1969, somente a eles foi atribuída esta obrigação. Em consequência, apesar de não existir, antes de Constituição de 1934: Promulgada em 16 de julho pela Assembléia Nacional Constituinte, foi redigida "para organizar um regime democrático, que assegure à Naçao, a unidade, a liberdade, a justiça e o bem- estar social e econômico", segundo o próprio preâmbulo. Ela foi a que menos durou em toda a História Brasileira: durante apenas três anos, mas vigorou oficialmente apenas um ano (suspensa pela Lei de Segurança Nacional). O cumprimento à risca de seus princípios, porém, nunca ocorreu. Ainda assim, ela foi importante por institucionalizar a reforma da organização político-social brasileira — não com a exclusão das oligarquias rurais, mas com a inclusão dos militares, classe média urbana e industriais no jogo de poder. (WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org. (Acesso em 23 jul. 2009). C F E A B G GLOSSÁRIO 18 Geografia Caderno Didático - 4º Período 1988, uma esfera de competência própria dos Municípios, esses já desempenhavam papel suplementar aos Estados, especialmente em relação ao oferecimento do ensino de 1º grau. Brasil (1983) A primeira referência legal à responsabilidade dos Municípios encontra-se na Reforma de Ensino – Lei nº 5.692/71. Ao lado dos sistemas de ensino da União, dos Estados e do Distrito Federal previstos na Lei nº 4.024/61 e da destinação de recursos para a educação no âmbito dos Municípios (art. 59 da Lei nº 5.692/71). A Reforma de 1971 previu que legislação supletiva disporia sobre a responsabilidade do Estado e dos seus Municípios no desenvolvimento dos diferentes graus de ensino (art. 58) e, no parágrafo único deste mesmo dispositivo, previa a progressiva passagem para a responsabilidade municipal dos encargos e serviços da educação, especialmente do 1º grau. A partir da década de 70, intensificou-se, no Brasil, a municipalização do ensino, atingindo principalmente as regiões mais pobres do país. Muitas vezes, a municipalização decorreu de iniciativas dos Estados mais com o objetivo de diminuir seus gastos do que inserida em uma política de melhoria da qualidade do ensino Haguette (s/d, p. 4). 1.3.1 Constituição Federal de 1988 Considerando a legislação anterior (constituições e leis de diretrizes e bases nacionais) no art. 211 da CF (Constituição Federal) de 1988, encontram-se as seguintes novidades: 1ª – a organização dos sistemas Municipais de ensino, ao lado dos sistemas da União, dos Estados e do Distrito Federal (caput); 2ª – a organização dos sistemas de ensino em regime de colaboração (caput); 3ª – a atuação prioritária dos Municípios no ensino pré-escolar e fundamental (§ 2º). Na Assembléia Nacional Constituinte, a municipalização do ensino constitui-se em tema polêmico, em relação ao qual se opunham duas posições radicais: definir a responsabilidade da União pelo 3º grau, dos Estados pelo 2º grau e dos Municípios pelo 1º grau ou manter a responsabilidade dos Estados pelo 1º e 2º graus. Como resultado, no texto constitucional não há, como nas Constituições anteriores, a definição clara de competências, e o debate continuou a ser defendido a partir de diferentes interpretações do disposto no § 2º do art. 211 da Constituição Federal. Para os defensores da municipalização, os Municípios passavam a ser os responsáveis ou, ao menos, os principais responsáveis pelo 1º grau. Para os contrários à municipalização, a atuação prioritária dos Municípios, na oferta do ensino fundamental, não implicava a supressão da responsabilidade principal dos Estados pela oferta desse nível de ensino. Abreu (1998) Constituição de 1988: A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas, situando-se no topo do Ordenamento jurídico. É a sétima a reger o Brasil desde a sua Independência. Apesar das controvérsias de cunho político, a Constituição Federal de 1988 assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, permitindo a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direitos. (WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org. Acesso em 23 jul.2009) C F E A B G GLOSSÁRIO 19 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes A indefinição do texto constitucional refletia, na verdade, a impossibilidade de se definir no âmbito nacional, uma distribuição de competências entre Estados e Municípios, ou seja, em relação à oferta da educação escolar, notadamente do ensino fundamental, face à extrema diferenciação entre as regiões brasileiras quanto à capacidade de arrecadação tributária e de investimento na educação dos entes federados e quanto às suas diferentes participações historicamente construídas na oferta do ensino. Em consequência, a Constituição de 1988 optou por não atribuir a responsabilidade pelo ensino fundamental exclusivamente aos Estados ou aos Municípios. Na verdade, o conflito presente na Constituinte, entre a posição favorável e a contrária à chamada municipalização do ensino de 1º grau, foi mediado pela introdução, no texto constitucional, do regime de colaboração. Através dele, no caminho já apontado pela Lei nº 5.692/71, em cada Unidade Federada, Estados e Municípios devem delimitar a responsabilidade concorrente a eles e atribuída pela Magna Carta em relação à oferta do ensino fundamental. Abreu (1998) 1.3.2 Emenda Constitucional nº 14/96 A Constituição de 1988 não explicita, de forma coerente, as responsabilidades e competências de cada uma das esferas do Poder Público. Daí, o Governo Federal apresentar como um dos objetivos da Proposta de Emenda Constitucional enviada ao Congresso em 1996, a definição clara de responsabilidades dos diferentes níveis da população no que se refere à obrigatoriedade da educação fundamental. No art. 211 do texto constitucional, a Emenda Constitucional nº 14 altera a redação do parágrafo primeiro, relativo às atribuições da União e acrescenta os parágrafos terceiro e quarto, relativos, respectivamente, à área de atuação prioritária dos Estados e à colaboração entre Estados e Municípios em relação ao ensino obrigatório. Abreu (1998) Segundo Abreu, (1998) o novo texto constitucional, emendado em 1996, utiliza-se da mesma linguagem – atuação prioritária – para a definição das responsabilidades de Estados e Municípios. Tanto no artigo 211, como na emenda constitucional o ensino fundamental é colocado em primeiro lugar na sentença: antes da educação infantil, no caso dos Municípios e antes do ensino médio, para os Estados. Abreu (1998) Em segundo lugar, o parágrafo quarto trata de explicitar o que estava implícito: a universalização do ensino obrigatório, ou seja, do ensino fundamental deve ser assegurada, em conjunto, pelos Estados e pelos Municípios que, para isso, define formas de colaboração entre seus sistemas de ensino. (ABREU, 1998) Para conhecer a Emenda Constitucional nº 14/94, acesse o site: http://www.planalto.gov.br/cciv il.../Emendas/.../emc14.htm Função redistributiva e supletiva: O Art. 211 da CF/88 destaca que a União tem, “em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios” (BRASIL, 1988). Através desta função fixada à União, a Constituição Federal procura a equalização das oportunidades educacionais, tendo em vista asdesigualdades regionais, a carência de recursos financeiros ou mesmo técnicos nos demais sistemas estaduais e municipais. Castro (1998) DICAS C F E A B G GLOSSÁRIO 20 Geografia Caderno Didático - 4º Período A Emenda Constitucional nº 14/96 substitui, na redação do parágrafo segundo do art. 211, o ensino pré-escolar pela educação infantil, desta forma procedendo à adequação do texto da Constituição ao debate educacional desenvolvido no país. Após 1988 e consubstanciado na nova LDB nº 9394/96 que, por coerência com o disposto no art. 208, inciso VI, do texto de 1988, institui a educação infantil como a que atende crianças, até seis anos de idade, em creches (até três anos) e pré-escolas (de quatro a seis anos de idade) (Callegari & Callegari, 1997, p. 16). Entretanto, igual adequação não foi encaminhada no art. 30, inciso VI, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual cabe ao Município manter, com a cooperação técnica da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental. Abreu (1998) Ao mesmo tempo, ao constituir uma subvinculação para o ensino fundamental dos recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino pelo art. 212 da Constituição Federal, a Emenda Constitucional nº 14/96, na nova redação do art. 60 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), determina igual percentual de recurso dos Estados e dos Municípios para este nível de ensino. Abreu (1998) No que se refere à União, a Emenda Constitucional nº 14/96 promove alterações na redação do parágrafo primeiro do art. 211, de forma a tornar o texto mais preciso. Em primeiro lugar, diferencia a atribuição da União de organizar o sistema federal de ensino e o dos Territórios da atribuição de financiar as instituições públicas federais. O texto constitucional de 1988, ao atribuir à União a responsabilidade de organizar e também financiar o sistema federal de ensino, deixava margem a uma interpretação equivocada sobre o papel do Governo Federal em relação às instituições de ensino privadas que integram o seu sistema de ensino. Abreu (1998) Em terceiro lugar, o texto constitucional emendado em 1996 explicita a função redistributiva e supletiva da União em matéria educacional e acrescenta que o objetivo da União, ao exercer esta função, será o de “garantir a equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade de ensino”. Abreu (1998) Em quarto lugar, repete o texto de 1988 ao estabelecer que a função redistributiva e supletiva da União será implementada através de “assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”. Abreu (1998) Daí, para falar de estrutura e funcionamento do ensino fundamental e médio é necessário recorrer à fala da Secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda em 2008 que apresenta “A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.” Para isso, temos dois 21 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes documentos norteadores da Educação Básica brasileira: A Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 de 20/12/1996 e Plano Nacional de Educação Lei nº 10.172/2001 regidos naturalmente pela Constituição da República Federativa do Brasil. 1.4 CONCLUSÃO Nesta Unidade nós discutimos: ?Sobre o processo histórico da educação brasileira, tomando como ponto principal a legislação educacional antes e durante o período republicano até chegarmos à organização da educação nacional através da nova Constituição do Brasil em 1988. ?No Brasil, as concepções de gestão da educação e administração pública vigentes resultam de uma construção histórica, influenciada pela tradição jurídica que caracterizou o Período Colonial, marcado pelas orientações e práticas resultantes das correntes filosófica, positivista e funcionalista. Para melhor compreender os processos que envolvem a legalização e administração da educação brasileira, é de fundamental relevância identificar aspectos e características dos três grandes momentos históricos: Brasil Colônia, Brasil República e Brasil Contemporâneo. ?A Educação no Brasil Colônia: A organização e administração da educação durante o período colonial apresentam a influência das correntes escolástica e positivista, mas fundamentalmente manifesta um enfoque jurídico, fundamentado no direito romano, que era interpretado de acordo com o código napoleônico. A educação, durante o Período Colonial era um tema de pouca importância para os colonizadores portugueses e para a população que habitava o país, resultando na pouca atenção aos processos relacionados à sua administração. ?A Educação Brasileira no Período Republicano: O pensamento vigente na administração da educação brasileira no período republicano divide-se, segundo Sander (2007), em quatro fases: organizacional, comportamental, desenvolvimentista e sociocultural. Cada um delas revelava um modelo específico de gestão. ?A Educação no Brasil Contemporâneo: A história da educação brasileira na contemporaneidade também participou e sofreu a interferência de inúmeros movimentos políticos e culturais. Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP). A Constituição Federal de 1934 delegou ao Estado a responsabilidade de fiscalizar e regulamentar as instituições de ensino públicas e privadas. Naquele momento histórico, até 1945, vigorava a ditadura de Getúlio Vargas, fato que também interferia na organização da educação brasileira. No entanto, pouco tempo depois, em 1946, a sociedade política brasileira – partidos de esquerda e progressistas – retomou os debates sobre a necessidade de melhorar e democratizar a 22 Geografia Caderno Didático - 4º Período educação brasileira. A partir da década de 1970, até meados da década de 1990, diferentes segmentos sociais brasileiros se mobilizaram em prol da democracia efetiva, pois já se manifestavam as novas exigências de uma sociedade impulsionada pela globalização econômica. ?A Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e o Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172/2001, são os documentos norteadores da Educação Básica brasileira. Através deles está estruturado todo o funcionamento fundamental e médio, além da educação infantil e da educação superior. ABREU, Mariza, Organização da Educação Nacional na Constituição e na LDB. Ijuí: UNIJUÍ, 1998. ARANHA, M.L. História da Educação. 2 ed.rev. São Paulo: Moderna, 1996. ARELARO, Lisete Regina Gomes. Concepção de Sistema de Ensino no Brasil e competências legais do Sistema Municipal. Brasília, 1997. (Mimeo). BRASIL. Emenda Constitucional Nº 24 (Estabelece a obrigatoriedade de aplicação anual, pela União, de nunca menos de treze por cento, e pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, de, no mínimo, vinte e cinco por cento da renda resultante dos impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino.). Brasília, 1983. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília: Senado Federal, Gráfica Central, 1988. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394/96. Brasília: Diário Oficial de 12 de dezembro de 1996. CALLEGARI, César; CALLEGARI, Newton. Ensino Fundamental: a Municipalização induzida. São Paulo: Editora SENAC, 1997. CASTRO, M. L. O. de. A educação na Constituição de 1988 e a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional. Brasília: André Quicé, 1998. HAGUETTE, André. Parceria: o Desafio do Regime de Colaboração no Ensino Fundamental. (Mimeo). JUSTO, Eloy Bernst. Sistemas de Ensino: concepções e aplicabilidade as novas disposições constitucionais. Conselho Estadual de Educação do RS, 1988. REFERÊNCIAS 23 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/UnimontesLIBANEO José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. 17 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. ROMÃO José Eustáquio. A LDB e o Município: Sistema Municipal de Educação. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 1997. SANDER, B. Administração da educação no Brasil: genealogia do conhecimento. Brasília: Líber Livro, 2007. SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação. 3ed. Campinas: Autores Associados, 1997 TEDESCO, J.C. El desafio educativo: calidad y democracia. Buenos Aires: Grupo Editor Latinoamericano, 1987. 24 2UNIDADE 2ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Objetivo Geral Apresentar a legislação educacional, no período que antecede a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, destacando os objetivos, os princípios e fins da educação nacional ao longo da história até a atualidade. 2.1 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL “Conhecer a legislação é um ato de cidadania e que não pode ficar restrito aos especialistas como juristas, bacharéis e advogados.” (CURY, 2000, p.16) Como educadores precisamos conhecer a legislação do ensino brasileiro. O que você sabe sobre a nossa legislação? A nossa educação caminha com que base e fundamento? Vamos estudar sobre isso? Devido à independência do Brasil, surge então a necessidade de um Sistema Educacional Brasileiro, pois o país emancipou-se politicamente sem, contudo, ter uma forma de organização educacional que atendesse a esta nova realidade. Sabemos que, quando os jesuítas foram expulsos, em 1759, das terras brasileiras, também levaram com eles uma organização educacional que, embora atendesse a uma minoria da população (e nós veremos que isso continuará por um bom tempo), ainda era um referencial para a população brasileira. De acordo com Xavier (1994), somente em 1772 houve a primeira iniciativa das autoridades públicas com a escola brasileira e, mesmo assim, restringindo-se ao ensino superior. Após a independência, justificando os princípios liberais e democráticos, são elaborados planos, tendo como meta uma nova política referente à instrução popular, mas, na prática, isso pouco se concretiza. Segundo Xavier, conforme o discurso da época, havia que se construir o “edifício instrucional”, de que a “jovem nação” carecia para tomar finalmente os “rumos da civilização”. Mas esse processo foi marcado, desde logo, por um escandaloso desajuste entre os objetivos proclamados e o encaminhamento de projetos, assim como entre as medidas legais definidas e as condições concretas de efetivação. (1994, p. 61) Ainda é possível verificar a incoerência dos debates realizados, a época, sobre como efetivar um sistema educacional consistente e que Projeto de Tratado de Educação para a Mocidade Brasileira e Projeto de Criação de Universidades: dois projetos elaborados em 1823 relativos à instrução pública. O primeiro projeto, apresentado à Assembléia Constituinte, em 16 de junho de 1823, objetivava “estimular os gênios brasileiros” a elaborar um tratado completo de educação física, moral e intelectual para a mocidade brasileira e o segundo, sugeria a criação de universidades. Ensino Elementar: relativo à educação básica (ou ensino básico). É a designação dada ao nível de ensino correspondente aos primeiros anos de educação formal. Fonte: pt.wikipedia.org Ensino Secundário: O ensino secundário ou ensino médio é um nível de ensino cuja denominação corresponde a um conjunto específico de anos de escolaridade. Ensino Propedêutico: Ensino que serve de introdução e que prepara alguém para receber, mais tarde, ensino de nível mais alto. “Conjunto de estudos que, como estágio preparatório, antecede os cursos superiores.” (DUARTE,1986. 175 p.) C F E A B G GLOSSÁRIO 25 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes atendesse à educação popular quando, na Assembléia Constituinte e Legislativa de 1823, são apresentados dois projetos para apreciação: o Projeto de Tratado de Educação para a Mocidade Brasileira e o Projeto de Criação de Universidades. Estes dois projetos na realidade não definiam como deveria se organizar a educação brasileira. Eles visavam a interesses particulares. O primeiro preocupava-se em excluir qualquer tentativa governamental para o ensino elementar e ao segundo só interessava a criação de duas universidades no país. Nos dois projetos, como já afirmamos, percebia-se o descaso em construir um sistema educacional popular e sim continuar garantindo um sistema de educação voltado para os interesses da elite. Veja os significados destes termos no quadro ao lado. A Constituição de 1824 garantia a instrução primária a todos os cidadãos do Império e, devido a isso, em 1826, é apresentada a proposta de criação de escolas primárias no país, através do Projeto Januário da Cunha Barbosa e legitimado no Decreto de 15 de outubro de 1827. Entretanto, o projeto propunha, em sua essência, uma educação voltada para a realidade europeia e o decreto visava a transformar a instrução pública elementar em Escolas de Primeiras Letras e não ressaltava como deveriam ser implantadas essas escolas e quais as condições reais que o país dispunha. Xavier (1997) De acordo com Xavier (1997), os documentos oficiais desta época deixam claro que, durante todo o Período Imperial, pouco se preocupou com a criação de um sistema de instrução nacional. Ainda com o Ato Adicional de 1834 houve a criação de sistemas paralelos de ensino em cada província, na busca de soluções para questões que eram centralizadas pela Coroa, anteriormente. Então começa a ter uma preocupação com o ensino básico, continuando o poder central responsável pelo ensino superior. Essa medida pouco modificou o quadro do ensino elementar, porque a verba destinada às províncias, para custeio da instrução pública, era ínfima, insuficiente para assumir tais responsabilidades. Em consequência, algumas raras escolas particulares, sediadas na Corte e nas grandes cidades, ofereciam ensino primário mais rico e consistente que o ministrado nas escolas públicas. Apesar das iniciativas de alguns teóricos e magistrados da época, a educação brasileira caminhava lentamente e, com pouca evolução enquanto política educacional; o ensino elementar era qualitativamente deficiente e quantitativamente precário. O ensino secundário beneficiava apenas diminuta parcela da população que buscava o ensino superior. Foram criadas condições de expansão da rede privada, procurando, dessa forma, suprir as graves lacunas do ensino público provincial. No entanto, o Império legou à República uma tarefa imensa a ser cumprida no setor da instrução pública, agregando-se à tal tarefa a necessidade de instalação do ensino técnico comercial, agrícola e industrial, que praticamente inexistia no Brasil. Aranha (1996). Constituição Republicana de 1891: A elaboração da constituição brasileira de 1891 iniciou-se em 1890. Após um ano de negociações, a sua promulgação ocorreu em 24 de fevereiro de 1891. Esta constituição vigorou durante toda a República Velha e sofreu apenas uma alteração em 1927. Fonte: pt.wikipedia.org Sobre o PLANO NACIONAL DE EDUCAÇAO O primeiro Plano Nacional de Educação surgiu em 1962, durante a vigência da primeira LDB (Lei 4024 de 1961) Um Decreto proposto no Governo João Goulart, de iniciativa do MEC e aprovado pelo CNE, propunha metas qualitativas e quantitativas para a educação num prazo de oito anos. Durante o período em que os militares estiveram no poder, de 1964 a 1985, a concepção tecnicista de educação transformou a ideia de um plano nacional em instrumento de racionalidade tecnocrática. Em 1990, no inicio do Governo Collor, discutiu-se internacionalmente (UNICEF, UNESCO, PNUD, BM) sobre um plano decenal para osnove países mais populosos do mundo. C F E A B G GLOSSÁRIO PARA REFLETIR 26 Geografia Caderno Didático - 4º Período Qual é a diferença entre ensino elementar e ensino secundário? Pode-se dizer que, desde o Império, com toda a precariedade dos serviços educativos, já se percebe uma dicotomia no ensino que espelhava a realidade da sociedade, ou seja, o ensino propedêutico para as elites e o ensino profissional, que visava preparar o aluno para o mercado de trabalho, era o ensino destinado às classes pobres. E no período Republicano, quais foram as preocupações com a educação do povo? No período Republicano, começa a se formar um novo perfil educacional onde se apresentam leis, decretos e atos institucionais que propõem diretrizes e critérios para o ensino primário, secundário e superior e tentam também normatizar o ensino agrícola e o ensino industrial que eram mantidos com finalidades filantrópicas e se destinavam, primeiramente, aos órfãos e desvalidos. Ressaltamos que a Proclamação da República em 1889, apesar de o povo simpatizar com a causa e ter o respaldo dos intelectuais progressistas que já a reivindicavam desde a Independência, não trouxe uma mudança significativa para a ordem econômica nacional. Aranha (1996). A Constituição Republicana de 1891 estabeleceu uma república federativa e fez com que o Estado assumisse, de forma definitiva, as rédeas da educação, instituindo várias escolas públicas de ensino fundamental e intermediário. Em relação à educação, continuou a tradicional divisão entre escola para a elite e escola para a população menos favorecida. Com a responsabilidade pela educação primária e profissional delegada aos estados, o dever de manter as escolas secundárias e superiores fica a cargo das autoridades estaduais e federais. Isso, de acordo com Planck, traz as seguintes consequências: a) o fortalecimento do papel federal na educação superior; b) um crescimento substancial das matrículas no ensino primário em alguns estados relativamente ricos, como São Paulo e estagnação em outros; c) e uma quase total falta de coordenação das políticas educacionais dos vários órgãos envolvidos no sistema educacional. Plank (2001) Durante a década de 1920, com a urbanização e a industrialização em desenvolvimento, tem como consequência a pressão para mudanças no sistema educacional. Jovens educadores, influenciados por educadores progressistas dos Estados Unidos e da Europa, criam a Associação Brasileira de Educação onde publicam artigos e livros desejando uma nova escola em todo o país. Todas estas ideias e movimento escolanovista culminam com a públicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nacional, em 1932. SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial é uma instituição privada brasileira de interesse público, sem fins lucrativos, cujo objetivo é ministrar cursos de formação profissional de aprendizagem industrial para indústria brasileira. SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial foi criado em 10 de janeiro de 1946 em São Paulo.É uma instituição brasileira de educação profissional aberta a toda a sociedade. Através de diferentes modalidades de ensino a instituição se faz presente em mais de 1.850 municípios, capacitando para o mundo do trabalho cerca de 1,7 milhões de brasileiros, a cada ano. pt.wikipedia.org. Constituição de 1946: foi promulgada em 18 de setembro de 1946. A Constituição Brasileira de 1946, bastante avançada para a época, foi notadamente um avanço da democracia e das liberdades individuais do cidadão. Lei de Diretrizes e Bases: Lei= normas, regras; Diretrizes = direção, o que se deseja alcançar; Bases= aquilo que sustenta. Souza (1997) Paulo Freire: um grande educador brasileiro. Destacou- se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Saiba mais no Instituto Paulo Freire: www.paulofreire.org C F E A B G GLOSSÁRIO 27 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes Ainda em 1930, com a Revolução, o governo nacional demonstrou grande interesse na política social e educacional. Cria-se o Ministério da Educação e da Saúde que se torna um marco da ação federal no campo educacional. A Constituição de 1934, em seu capítulo sobre a educação, exigia que todo cidadão tivesse direito ao ensino fundamental e seria obrigação do Estado ofertá-lo. Surgem, portanto, as primeiras ideias de um Plano Nacional de Educação para especificar as diretrizes curriculares e orientar as atividades dos estados e municípios.. Com o Golpe de Estado de Getúlio Vargas e o estabelecimento do Estado autoritário, muitas das iniciativas foram revertidas. Enquanto a Constituição de 1934 estabelecia o dever do Estado de prover a educação, agora a Constituição de 1937 colocava a obrigação no Estado de prover o ensino primário e profissional para os “menos favorecidos”; entretanto esta ação deveria ser realizada em acordo com os órgãos privados, como a Igreja Católica e só se esses órgãos não conseguissem atender, satisfatoriamente, é que o Estado deveria intervir. Percebemos então que, nesta Constituição, o Estado delega a outros órgãos a obrigação que deve ser primeiramente dele. Durante este período, sob o governo de Vargas, são criadas as redes de ensino depois do primário, de 5ª à 8ª séries e são favorecidos cursos profissionalizantes (formação industrial, comercial, agrícola e magistério). Cria-se o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) que deviam oferecer uma profissionalização a todos os brasileiros que desejavam profissionalizar-se. Aranha (1996) Em 1945, com o fim do governo autoritário, uma nova Constituição é adotada - a de 1946. Nela, os “pioneiros da educação nova” retomam a luta pelos valores já defendidos em 1934 no qual o Estado tem como obrigação oferecer e prover a educação a todo cidadão brasileiro. A Constituição de 1946 obriga, também, os empresários a oferecerem educação para os empregados e filhos dos empregados, caso este número seja superior a cem, e restaura a determinação (ausente na Constituição de 1937) de que as autoridades públicas federal, estadual e municipal deveriam investir percentuais de suas receitas na educação. Contudo isso era a lei, mas cumprir esta determinação era a dificuldade. De 1910 até 1960 podemos afirmar que foram várias as reformas educacionais com o objetivo de resolver os problemas principais da educação brasileira: a quantidade e a qualidade educacional. Vamos constatar, entretanto, que essas reformas significaram pouco na conquista de auxiliar a construçao de uma escola de qualidade para todos. Podemos destacar as Reformas: Francisco Campos (1931-1932) e Reforma Capanema (1942-1946). Consulte http://pt.wikipedia.org onde você encontrará informações sobre estas reformas. Golpe militar de 1964: O Golpe Militar de 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil e que culminaram no dia 1º de abril em um Golpe de Estado, que interrompeu o governo do presidente João Belchior Marques Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido, democraticamente, eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Depois de muita negociação, principalmente de seu cunhado Leonel de Moura Brizola, na época governador do Rio Grande do Sul, os apoiadores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual se criaria o regime parlamentarista, passando então João Goulart a ser chefe- de-Estado. Em 1963, porém, houve um plebiscito e o povo optou pela volta do regime presidencialista. João Goulart, finalmente, assume a presidênciada República com amplos poderes, o que tornou aparente vários problemas estruturais na polÍtica brasileira acumulados nas décadas que precederam o golpe e disputas de natureza internacional, desestabilizando o governo. O Golpe de 1964 submeteu o Brasil a uma ditadura militar alinhada politicamente com os interesses dos Estados Unidos da América, que durou até 1985, quando, indiretamente, foi eleito o primeiro presidente civil desde 1964, Tancredo Neves. Fonte: WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org Acesso em 23 jul.2009. C F E A B G GLOSSÁRIO 28 Geografia Caderno Didático - 4º Período Enquanto isso, desde 1946, acontecem os intensos debates sobre a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Como salienta Aranha (1996), o percurso desse projeto é longo e muito tumultuado e se estende até 1961, data da promulgação da lei. E durante este percurso há muitas discussões e debates sobre a descentralização do ensino; a iniciativa privada e as obrigações do Estado; a Igreja Católica defende uma escola baseada nos princípios religiosos católicos; e os intelectuais, estudantes e líderes sindicais iniciam a Campanha em Defesa da Escola Pública. Em 1961, a Lei nº 4024 é promulgada após 13 anos de discussões e quando isso acontece já se encontra ultrapassada, pois, apesar de ter sido gestada como uma proposta avançada, para a educação a Lei “envelhece” no decorrer dos debates e do confronto de interesses. Destacamos os pontos principais desta Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: ?não há alteração na estrutura do ensino, ou seja, mantém a desarticulação entre os ensinos primário e o médio. Entretanto diminui-se a rigidez do sistema e propõe a redução do número de disciplinas no ensino secundário. ?a União dispensará recursos para a construção e reforma de prédios escolares e equipamentos. ?cria-se o Conselho Federal de Educação (CFE) e os Conselhos Estaduais de Educação (CEE) com a função principal de exigir recursos financeiros do governo. ?o ensino técnico continua sem merecer uma atenção especial e continua sendo relegado a uma população “menos favorecida”. (LDBEN, 1961) Após a promulgação da Lei, muitos intelectuais, políticos e líderes religiosos ficam insatisfeitos com os resultados e intensificam os movimentos populares em defesa de uma escola para todos. Estes movimentos populares exigem do governo uma educação voltada para os interesses dos educandos. Baseiam suas propostas em aulas com peças teatrais (muitas vezes apresentadas nas ruas); atividades em sindicatos e universidades; alfabetização para a população rural e urbana marginalizada; exibição de filmes e documentários e formação de líderes locais para uma melhor participação política. Destaque para o grande educador Paulo Freire. Como já dissemos anteriormente vale a pena pesquisar sobre este educador brasileiro. O Golpe Militar de 1964 desarticula estes movimentos de conscientização do povo, pois são considerados subversivos e seus líderes são logo penalizados através de exílios, desaparecimentos e até assassinatos. O que este golpe realmente representou para a educação brasileira? A ditadura militar que tomou o poder em 1964 afirmou a importância da educação e buscou adaptar o sistema educacional aos requisitos do rápido crescimento econômico. Por ser ditatorial, o regime 29 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes promove uma estreita “vigilância” no setor educacional, especialmente nas escolas de grau médio e nas universidades. Mas o governo ainda estabeleceu um setor de planejamento de recursos humanos e desenvolveu uma série de Planos Nacionais de Educação voltados para uma política de incentivo à melhoria da escola pública. Entretanto lembramos que isso tudo era realizado tendo como base o terror e as ameças. O governo militar ainda tentou promover uma reorganização da universidade brasileira (1968) e do ensino primário e secundário (1971). Juntamente com as reformas de organização do sistema educacional, o governo militar diminui, de forma bem significativa, a responsabilidade dos governos estaduais e municipais em relação à aplicação dos recursos financeiros na educação. Como já dissemos anteriormente, no governo militar são realizadas as reformas educacionais dos ensinos superior, médio e fundamental. A Reforma do 1º e 2º graus (ensinos fundamental e médio) acontece no período mais crítico do governo ditatorial com a Lei 5692/71 que apresenta os pontos: ?extensão da obrigatoriedade para o 1º grau (1ª à 8ª séries); ?não se separa mais o ensino secundário do técnico, superando o dualismo escolar; ?superação do ensino propedêutico com a profissionalização do ensino médio para todos; ?as empresas devem cooperar com a educação; ?integração geral do sistema educacional: do primário ao superior. Para melhor compreender a Reforma do 1º e 2º graus confira as dicas do quadro a seguir: Conheça algumas das principais características da Lei 5692 de 1971: Foi publicada em 11 de agosto de 1971, durante o regime militar, pelo presidente Emílio Garrastazu Médici. Prevê um núcleo comum para o currículo de 1º e 2º graus e uma parte diversificada em função das peculiaridades locais (art. 4) Inclusão da educação moral e cívica, educação física, educação artística e programas de saúde como matérias obrigatórias do currículo, além do ensino religioso facultativo (art. 7) Ano letivo de 180 dias (art. 11) Ensino de 1º grau obrigatório dos sete aos 14 anos (art. 20) Educação a distância como possível modalidade do ensino supletivo (art. 25) Lei 5692/71: Fixa as Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e é revogada pela Lei 9394/96. Direito público subjetivo: É o direito intrínseco da pessoa, ou seja, pertence ao indivíduo a manifestação de postular ou reivindicar um direito a um serviço, atendimento, reclamação de conduta e outros feitos negativos cometidos por representantes do Poder Público. Fonte: WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org Acesso em 23 jul.2009. C F E A B G GLOSSÁRIO 30 Geografia Caderno Didático - 4º Período Formação preferencial do professor para o ensino de 1º grau, da 1ª à 4ª séries, em habilitação específica no 2º grau (art. 30 e 77) Formação preferencial do professor para o ensino de 1º e 2º grau em curso de nível superior ao nível de graduação (art. 30 e 77) Formação preferencial dos especialistas da educação em curso superior de graduação ou pós-graduação (art. 33) Dinheiro público não exclusivo às instituições públicas de ensino (art. 43 e 79) Os municípios devem gastar 20% de seu orçamento com educação; não prevê dotação orçamentária para a União ou os estados (art. 59) Progressiva substituição do ensino de 2º grau gratuito por sistema de bolsas com restituição (art. 63) Permite o ensino experimental (art. 64) No tocante às reformas educacionais, estas, ao longo da história da educação brasileira, deixaram suas contribuições, embora ainda continuemos exigindo dos governantes uma responsabilidade maior em relação aos objetivos e metas para a educação dos brasileiros. Na verdade, desde o início, a política educacional demonstra que a evolução do conhecimento e a aprendizagem do indivíduo estão sempre ancorados no que o Estado deseja e impõe. Assim, o poder prevalece e a educação fica relegada ao segundo plano. Chegamos à Constituição de 1988, também chamada de Constituição Cidadã. Esta Constituição dará início às discussões sobre uma nova LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Muitas foram as pressões e exigências para esta Constituição onde todos queriam agora (em um período democrático) expressar a sua voz e direitos. De acordo com Aranha os pontos mais relevantes da Constituição F e d e r a l d e 1 9 8 8 r e f e r e n t e à e d u c a ç ã o s ã
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