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GEOGRAFIA
4º PERÍODO
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO 
DO ENSINO FUNDAMENTAL 
E MÉDIO 
Maria Olímpia Beatriz Santos
Silvina Fonseca Corrêa
ESTRUTURA E 
FUNCIONAMENTO DO
ENSINO FUNDAMENTAL 
E MÉDIO
Maria Olímpia Beatriz Santos
Silvina Fonseca Corrêa
Montes Claros - MG, 2010
2010
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39041-089 
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
REITOR IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO
Paulo César Gonçalves de Almeida Gráfica Yago
VICE-REITOR PROJETO GRÁFICO E CAPA
João dos Reis Canela Alcino Franco de Moura Júnior
Andréia Santos Dias
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Giulliano Vieira Mota EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO
Alcino Franco de Moura Júnior - Coordenação
CONSELHO EDITORIAL Andréia Santos Dias
Maria Cleonice Souto de Freitas Bárbara Cardoso Albuquerque
Rosivaldo Antônio Gonçalves Clésio Robert Almeida Caldeira
Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Wanderlino Arruda Diego Wander Pereira Nobre
Fernando Freire Madureira
Gisele Lopes SoaresREVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Jéssica Luiza de AlbuquerqueMaria Leda Clementino Marques
Karina Carvalho de Almeida
Rogério Santos BrantREVISÃO TÉCNICA
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
 Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica: 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil
Celso José da Costa 
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
Paulo César Gonçalves de Almeida
Vice-Reitor da Unimontes
João dos Reis Canela
Pró-Reitora de Ensino
Maria Ivete Soares de Almeida
Coordenadora da UAB/Unimontes
Fábia Magali Santos Vieira
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Diretor de Documentação e Informações
Giulliano Vieira Mota
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH
Mércio Coelho Antunes
Chefe do Departamento de Geociências
Anete Marília Pereira
Coordenadora do Curso de Geografia a Distância
Janete Aparecida Gomes Zuba
AUTORAS
Maria Olímpia Beatriz Santos
Mestre em Educação e Sociedade pela Universidade Presidente Antônio 
Carlos, especialização em Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes 
Claros, graduação em Pedagogia com habilitação em Supervisão Pedagógica 
pela Universidade Estadual de Montes Claros. 
Silvina Fonseca Corrêa
Formada em Pedagogia com Habilitação em SUPERVISÃO ESCOLAR DE 1º 
GRAU; ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E ENSINO DAS DISCIPLINAS E 
ATIVIDADES PRÁTICAS, pela Fundação Norte-Mineira de Ensino Superior, 
FUNM – Montes Claros – MG. Cursou SUPERVISÃO ESCOLAR DE 1º E 2º 
GRAUS. Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, São Carlos, Brasil. 
Especializou-se em Supervisão Educacional pela PUC/MG. Atualmente é 
Mestranda em Educação e Psicanálise, gerenciado pelo Centro de 
Orientação e Organização Psicanalítica - CORPO – em convênio com a 
Cambridge Internacional University – External Degree of Campus – 
Commonwealth Territory of British Virgin Islands – United Kingdom – e com 
a Universidad de Los Pueblos da Europa - UPE, regido pela resolução 
001/2001 – CNE/CES/MEC, publicada no D.O.U em 03/04/2001. É 
professora universitária e diretora da empresa Instituto Pólis Montes Claros - 
Assessoria e Consultoria na Elaboração de Planos, Programas Projetos e 
Estatutos atuando em diversos municípios de Minas, inclusive com a 
instalação de diversos Centros de Apoio e atendimento a EAD.
SUMÁRIO
DA DISCIPLINA
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Unidade I: Breve Histórico da Educação na Legislação Brasileira . . . 11
1.1 A Educação no Brasil Colônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 A Educação Brasileira no Período Republicano . . . . . . . . . . . 13
1.3 A Educação no Brasil Contemporâneo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Unidade II: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica . . . . . . . 24
2.1 Legislação educacional no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2 Principios e fins da educação nacional na atualidade. . . . . . . 32
2.3 Objetivos da educação básica à luz da legislação vigente . . . 33
2.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Unidade III: A legislação e a universalização de uma escola básica de 
qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1 O Ensino Fundamental de 09 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.2 O Ensino Médio e o Direito à Profissionalização . . . . . . . . . . 42
3.3 A Educação de Jovens e Adultos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Unidade IV: O plano nacional de educação e as ações articuladas e 
normatizadas pelas políticas nacionais vigentes . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.1 O Plano Nacional de Educação – Antecedentes Históricos . . 57
4.2 O Plano Nacional de Educação e as Metas Propostas para a 
década da educação- 2001-2011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.3 O PNE e a visão sistêmica do PDE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.4 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.5 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Referências básica, complementar e suplementar . . . . . . . . . . . . . . . 87
Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
APRESENTAÇÃO
07
Prezado (a) cursista,
Estamos iniciando o estudo sobre a estrutura e funcionamento da 
Educação Básica Brasileira em seus níveis fundamental e médio. Vamos 
começar questionando: você sabe como funciona a Educação Básica em 
nosso país? Conhece a legislação que a orienta? E no passado, como a nossa 
educação foi instituída? Com base em quais pressupostos legais?
Para responder a essas questões nos fundamentaremos na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional que apresenta os pressupostos e 
fatores, que determinam e/ou norteiam a organização das diretrizes e Bases 
da Educação Nacional Brasileira, dando ênfase especial para a 
intencionalidade da Lei e do Planejamento Curricular. Ressaltamos que estes 
pressupostos se consolidam como principais responsáveis pela formação das 
identidades pessoais e sociais, significando, sobretudo, a determinação dos 
modos e intenções como foi organizada a educação antes e depois da 
República brasileira. 
Fazendo um breve histórico da legislação brasileira, entenderemos 
o antes e o depois, mas, principalmente, como ela se estrutura na atualidade, 
já que o funcionamento está ainda sob a responsabilidade dos agentes 
(atores) sujeitos atuais, quer sejam os que legislam, executam, dirigem, 
coordenam ou ensinam, formando educadores/educandos para uma 
sociedade que se pretende seja, cada vez mais, democrática, por meio doplanejamento participativo, decorrido de um diagnóstico real dos dados 
educacionais, como também das expectativas e julgamentos de 
critérios/indicadores tecnicamente elaborados dos perfis encontrados, 
enfim da avaliação realizada.
Pretendemos que o nosso trabalho seja baseado em compromissos 
e hábitos de estudos individuais, em pequenos grupos, em grupos 
diversificados e/ou na coletividade, mas sempre visando à construção de um 
novo conhecimento. A partir de enunciados, muitas vezes já conhecidos por 
nós, mas que também sirvam de renovação de práticas educativas que 
possam fazer da educação, cada vez mais, um instrumento de 
desenvolvimento pessoal, ético e democrático, capaz de refletir na 
qualidade social brasileira. A participação de todos será determinante para a 
construção de uma educação a distância, com mérito, desde a organização e 
funcionamento dessa modalidade de ensino, dentro dos parâmetros da 
legislação brasileira assim, também, de parâmetros de formação de 
08
Geografia Caderno Didático - 4º Período
formadores de crianças, adolescentes e jovens, adultos e idosos, pois, no 
Brasil, todos têm direito a uma educação de qualidade. Portanto a sua 
participação e a do seu colega são de extrema importância para o bom 
andamento das atividades e trabalhos propostos.
Acompanhe, com atenção, o estudo dos textos apresentados, as 
orientações no decorrer deste estudo e faça das propostas e estratégias 
momentos inovadores e desafiadores que possibilitem a construção de uma 
nova prática educativa. Prática essa que lhe proporcione vivenciar 
momentos de perfis profissionais diversos: coordenador ou líder de um 
grupo de trabalho; mediador ou relator, exercendo sempre papéis 
diferenciados no grupo de educandos etc. Essas oportunidades trarão para 
sua formação novas competências e habilidades num processo de ensino-
aprendizagem e avaliação.
Atente-se para a carga horária da disciplina, o tempo previsto no 
calendário do curso e se organizem para melhor aproveitar este tempo. 
Acompanhe o seu tutor e preste a ele a ajuda necessária para que possa 
também ajudá-lo.
A Educação a Distância requer de todos os envolvidos o 
compromisso com o hábito de estudo, a sistematização dos registros e 
atividades bem como o cumprimento de prazos. Não podemos nos 
esquecer de que a verbalização nas discussões e debates, o uso das diversas 
linguagens textuais e as pesquisas bibliográficas de enriquecimento dos 
estudos constituem as diversas formas de você fazer do seu curso 
oportunidade de otimização de sua formação e/ou da formação de colegas. 
Evite limitar as suas características, habilidades e capacidades, mas faça delas 
oportunidades de crescimento nas análises, críticas, sínteses e construções 
que pretendemos seja proveitosa não só durante o curso, mas no decorrer 
da carreira profissional e da vida que esperamos seja próspera e feliz.
Priorize! Evite situações indesejadas.
Aperfeiçoe, a cada dia, o seu desempenho acadêmico. Crie o 
hábito de leitura diária, de seleção de leituras significativas, de 
interpretações e inferências devidas, de abstração de raciocínio, de 
concentração e respeito às regras, de promoção e integração entre alunos e 
profissionais do curso/instituição. Colabore para encontrar e promover 
medidas e projetos que possam ser elencados no rol de iniciativas do curso, 
da educação como iniciativa dos acadêmicos dos polos da UAB em qualquer 
canto deste grande sertão veredas.
Professora Mestra Maria Olímpia Beatriz Santos
Professora Mestranda Silvina Fonseca Corrêa
09
Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
ORIENTAÇÕES PARA AS UNIDADES
Acadêmico (a), neste material que você está recebendo da 
Disciplina “Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio” 
trabalharemos com a seguinte ementa: 
Os determinantes que norteiam a organização das diretrizes e bases 
da educação, com ênfase especial para a intencionalidade da lei e do 
planejamento curricular, como principais responsáveis pela formação das 
identidades pessoais e sociais.
Para atendermos a esta ementa, o conteúdo está dividido em 
quatro unidades. São elas:
UNIDADE I: Breve Histórico da Educação na Legislação Brasileira
A Educação antes da República.
Educação Brasileira no Período Republicano.
A Organização Educacional no Brasil (Constituição Federal de 
1988)
UNIDADE II: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
Legislação Educacional no Brasil.
Princípios e fins da Educação Nacional na Atualidade.
Objetivos da Educação Básica à Luz da Legislação Vigente.
UNIDADE III: A Legislação e a Universalização de uma Escola 
Básica de Qualidade
O Ensino Fundamental de 09 anos.
O Ensino Médio e o Direito à Profissionalização.
A Educação de Jovens e Adultos.
UNIDADE IV: O Plano Nacional de Educação e as Ações 
Articuladas e Normatizadas pelas Políticas Educacionais Vigentes
O Plano Nacional de Educação (PNE) e os seus Antecedentes 
Históricos.
O Plano Nacional de Educação e as Metas Propostas para a Década 
da Educação- 2001-2011.
O Plano de Desenvolvimento da Educação, o Compromisso “Todos 
pela a Educação” e as Ações Articuladas dos Entes Federados.
Na primeira unidade, temos o histórico da educação brasileira, 
tomando como ponto principal a legislação educacional. Apresentamos 
como a educação estava legalizada antes e durante o período republicano 
até chegarmos à organização da Educação Nacional, a partir da nova 
Constituição do Brasil em 1988.
Na segunda unidade, intitulada “Estrutura e Funcionamento da 
Educação Básica”, apresentamos a Legislação Educacional no período que 
antecede à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, além de 
apresentarmos os objetivos, os princípios e fins da Educação Nacional, na 
atualidade, de acordo com a legislação vigente.
10
Geografia Caderno Didático - 4º Período
Já na terceira unidade, o enfoque é a universalização da educação 
básica e a busca de qualidade. Apresentamos o ensino de nove anos, as 
considerações sobre o ensino médio atrelado à profissionalização e o direito 
à educação- garantido a todos- por meio da educação de jovens e adultos.
E para finalizar este estudo, na quarta unidade - “O Plano Nacional 
de Educação e as Ações Articuladas e Normatizadas pelas Políticas 
Educacionais Vigentes” tratamos do Plano Nacional de Educação e como, 
através da legislação brasileira, chegamos até aqui e por onde se faz o 
caminhar da sociedade brasileira em busca de uma escola pública e eficaz 
para todos os brasileiros. 
O mais importante de tudo isso, entretanto, é que você, acadêmico 
(a), faça a leitura do material e das sugestões propostas; reflita sobre o 
processo legal da educação brasileira e acredite que, antes da legislação, 
existe a ação de homens e mulheres empenhados em um mundo melhor.
Lembrando Paulo Freire
Não posso entender os homens e as mulheres, a não ser mais 
do que simplesmente vivendo, histórica, cultural e 
socialmente existindo, como seres fazedores de seu 
“caminho” que, ao fazê-lo, se expõem ou se entregam ao 
“caminho” que estão fazendo e que assim os refaz 
também.(1992, p.97) 
Assim, torna-se necessário refletir sobre a importância da legislação 
brasileira em um curso de Pedagogia e licenciaturas para que os futuros 
profissionais da educação observem que fazer educação no Brasil exige de 
nós um profundo conhecimento da trajetória da educação brasileira. E, 
assim sendo, contribuiremos para que em todos os dias possamos refletir e 
agir na busca da educação de qualidade para todos. 
11
1UNIDADE 1BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
Objetivo Geral
Apresentar o histórico da educação brasileira, tomando como 
ponto principal a Legislação Educacional, analisando os aspectos 
educacionais, antes e durante o período republicano, até chegarmos à 
organização da Educação Nacional atravésda Constituição do Brasil, em 
1988.
Introdução
No Brasil, as concepções de gestão da educação e administração 
pública vigentes resultam de uma construção histórica influenciada pela 
tradição jurídica que caracterizou o Período Colonial, marcado pelas 
orientações e práticas resultantes das correntes filosóficas positivistas e 
funcionalistas, que dominavam as Ciências Sociais na segunda metade do 
século XIX e na primeira metade do século XX (SANDER, 2007).
Veja no glossário ao lado a explicação sobre estas correntes 
filosóficas.
Ações estratégicas para a condução possível do processo 
educacional em território nacional, de alguma forma ou por algum motivo, 
sempre foram executadas, pois, de acordo com Sander (2007, p.14), 
“fundamenta-se na convicção de que a gestão da educação, longe de ser um 
instrumento ideologicamente neutro, desempenha um papel político e 
cultural específico, situado no tempo e no espaço”.
Para melhor compreender os processos que envolvem a legalização 
e administração da educação brasileira, é de fundamental relevância 
identificar aspectos e características dos três grandes momentos históricos: 
Brasil Colônia, Brasil República e Brasil Contemporâneo. Em cada um deles 
desenvolveram-se processos e situações que possibilitam compreender a 
evolução da estrutura e administração da educação brasileira, percebendo, 
especificamente, o momento histórico em que deixou de ser vigente uma 
concepção de administração, avançando para uma concepção de gestão da 
educação.
1.1 A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
Como podemos imaginar a educação no Brasil colônia? Vamos lá...
A organização e administração da educação, durante o período 
colonial, apresentam a influência das Correntes Escolástica e Positivista, mas 
fundamentalmente manifesta um enfoque jurídico, fundamentado no 
direito romano, que era interpretado em acordo com o código napoleônico.
Corrente Positivista: É uma 
corrente sociológica cujo 
precursor foi o francês Auguste 
Comte (1798-1857). Propõe à 
existência humana valores 
completamente humanos. O 
método geral do Positivismo de 
Auguste Comte consiste na 
observação dos fenômenos, 
subordinando a imaginação à 
observação (ou seja, mantém a 
imaginação), mas há outras 
características igualmente 
importantes.
Corrente Funcionalista: É um 
ramo da Antropologia e das 
Ciências Sociais que procura 
explicar aspectos da sociedade 
em termos de funções 
realizadas por indivíduos ou 
suas conseqüências para a 
sociedade como um todo. 
Corrente sociológica 
relacionada ao pensador 
francês Emile Durkheim, para 
quem cada indivíduo exerce 
uma função específica na 
sociedade e sua má execução 
significa um desregramento da 
própria sociedade. Sua 
interpretação de sociedade 
está diretamente relacionada 
ao estudo do fato social. O fato 
social é exterior na medida em 
que existe antes do próprio 
indivíduo e coercitivo na 
medida em que a sociedade 
impõe tais postulados, sem o 
conhecimento prévio do 
indivíduo. 
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
12
Geografia Caderno Didático - 4º Período
A tradição do direito romano tinha como principais aspectos o 
caráter normativo e o pensamento dedutivo, o que acabou por nortear a 
trajetória educacional e administrativa do Brasil. Naquele momento 
histórico, a lei era considerada um ideal a ser alcançado e não apenas “um 
parâmetro a ser aplicado em circunstâncias concretas” (SANDER, 2007).
No entanto, a educação, durante o Período Colonial, era um tema 
de pouca importância para os colonizadores portugueses e para a população 
que habitava o país, resultando na pouca atenção aos processos 
relacionados à sua administração.
Vale destacar que, apesar desse olhar desatento com a educação 
brasileira naquele momento, algumas das importantes personalidades da 
época desenvolveram ações em prol da valorização e melhoria da educação 
nacional, especialmente a educação pública, entre eles, o grupo liderado 
por Rui Barbosa. Sobre isso, Sander afirma que
estudos sobre a organização do ensino daquela época não 
permitem identificar uma administração escolar capacitada 
para atender às exigências mínimas das poucas instituições 
educacionais para a elite governante e, muito menos, para 
dirigir as escolas destinadas à educação popular. (2007, 
p.20) 
O enfoque jurídico que influenciava a administração da educação 
acabou somado aos valores do cristianismo com a chegada da Ordem 
Franciscana, chefiada pelo Frei Henrique de Coimbra, que integrava a 
caravela comandada por Pedro Álvares Cabral. Porém, a grande 
interferência religiosa na educação brasileira resultou do trabalho dos padres 
da Companhia de Jesus, os jesuítas, sacerdotes que rapidamente 
disseminaram seus ensinamentos por todo o território brasileiro, 
desenvolvendo o primeiro esboço de um sistema educacional. Essa 
influência permaneceu e até aumentou durante o Período Imperial e a 
Primeira República.
O positivismo teve grande impacto na sociedade brasileira, 
manifestando-se no funcionamento das instituições políticas e sociais da 
época. Um precioso exemplo é o lema “ordem e progresso”, que consta na 
bandeira brasileira.
Na educação, o positivismo manifestou-se “no conteúdo 
universalista de seu currículo enciclopédico, na sua metodologia científica 
de natureza descritiva e empírica e nas práticas prescritivas e normativas de 
organização e gestão educacional” (SANDER, 2007, p.25).
Corrente Escolástica: É uma 
corrente filosófica nascida na 
Europa da Idade Média, que 
dominou o pensamento cristão 
entre os séculos XI e XIV e teve 
como principal nome o teólogo 
italiano São Tomás de 
Aquino. Máxima de São Tomás 
de Aquino: "Crer para poder 
entender e entender para crer." 
São Tomás de Aquino dividiu o 
conhecimento humano em 
dois. O conhecimento 
sobrenatural seria aquele 
ensinado pela fé, como a 
aceitação da Trindade Divina, 
ou seja, Deus como Pai, Filho e 
Espírito Santo. Já o 
conhecimento natural viria, à 
luz da razão, como os teoremas 
matemáticos.
Fonte: WIKIPÉDIA. 
Enciclopédia Livre. Disponível 
em pt.wikipedia.org. 
Código Napoleônico: 
originalmente chamado de 
Code Civil des Français, foi o 
código civil francês outorgado 
por Napoleão I e que entrou 
em vigor a 21 de março de 
1804.
Todavia, o Código Napoleônico 
não foi o primeiro código legal 
a ser estabelecido numa nação 
europeia. O Código 
Napoleónico, propriamente 
dito, aborda somente questões 
de direito civil, como o registro 
civil ou a propriedade. Este 
código baseou-se em leis 
francesas anteriores e também 
no Direito Romano, tendo 
seguido o Código Justiniano, o 
Corpus Juris Civilis, dividindo o 
direito civil em:
a pessoa; 
a propriedade; 
a aquisição da propriedade. 
(Diário Universal, 21, mar. 
2007. Disponível em 
www.diariouniversal.com
C
F
E
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B G
GLOSSÁRIO
13
Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
1.2 A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO PERÍODO REPUBLICANO
Agora, no período republicano, como estava a educação brasileira?
Em 1920, no Brasil, organizou-se o movimento chamado Escola 
Nova. Naquele momento histórico, o mundo vivia um período de 
crescimento industrial e de expansão urbana e, nesse contexto, um grupo de 
intelectuais brasileiros sentiu necessidade de preparar o país para 
acompanhar esse desenvolvimento.
A educação era percebida por eles como o elemento-chave para 
promover a remodelação requerida. Inspirados nas ideias político-filosóficas 
de igualdade entre os homens e do direito de todos à educação, esses 
intelectuais viam num sistema estatal de ensino público livre e aberto o único 
meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação. Denominado de 
Escola Nova, o movimento ganhou impulso na década de 30, após a 
divulgação do Manifesto da Escola Nova (1932). Nesse documento, 
defendia-se a universalização da escola pública, laica e gratuita.
Compreenda melhor o que significou o movimento denominado 
Escola Nova e o Manifestodos Pioneiros no glossário ao lado.
O pensamento vigente, na administração da educação brasileira, 
no período republicano, divide-se, segundo Sander (2007), em quatro fases: 
organizacional, comportamental, desenvolvimentista e sociocultural. Cada 
uma delas revelava um modelo de gestão específico. 
Vamos analisar cada uma destas fases? 
a) Fase organizacional: início do século XX, desde a Primeira 
Guerra Mundial até a Revolução de 1930. Caracterizou-se como um 
período de grande efervescência pol ítica e intelectual. Esse movimento 
manifestou-se, também, na educação, tendo como principais 
consequências a fundação da Associação Brasileira de Educação (ABE), em 
1924, e o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, em 1932. Esses 
movimentos foram determinantes para a gestão da educação nacional, 
impulsionando a promulgação, em 1961, da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, LDB 4024/61. Destacaram-se nessa época, entre 
outros, Anísio Teixeira, Querino Ribeiro e Lourenço Pinto. (SANDER, 2007)
Nessa fase, a gestão da educação teve grande interferência dos 
princípios da administração clássica, assumindo “características de um 
modelo-máquina preocupado com a economia, a produtividade e a 
eficiência” (SANDER, 2007, p. 30).
Apresentaremos, a seguir, um elenco das principais características 
da LDB 4024/61 que foram determinantes para a gestão da educação 
brasileira:
Caráter Normativo: Atos de 
caráter normativo, como o 
próprio nome está dizendo, 
são instruções de caráter geral 
para que todos os 
interessados/envolvidos 
procedam de padronizada. 
Geralmente os atos de caráter 
normativo são editados para 
melhor compreensão dos 
procedimentos requeridos em 
função de um texto de Lei, 
Decreto etc. (LYRA, 2001)
Pensamento Dedutivo: 
quando, a partir de enunciados 
mais gerais dispostos 
ordenadamente como 
premissas de um raciocínio, 
chega a uma conclusão 
particular ou menos geral. Ex: 
Todo homem é mortal (geral)
Pedro é homem
Pedro é mortal (conclusão 
particular)
Função básica do pensamento 
dedutivo: explicitar, ao longo 
da demonstração, aquilo que 
implicitamente já se encontra 
no antecedente.
www.esmec/wp.../2008/.../
metodo_cientifico 
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14
Geografia Caderno Didático - 4º Período
?obrigatoriedade de matrícula nos quatro anos do ensino 
primário (Art. 30);
?formação do professor para o ensino primário no ensino normal 
de grau ginasial ou colegial (Art. 52 e 53);
?ano letivo de 180 dias (Art. 72);
?ensino religioso facultativo (Art. 97);
?maior autonomia aos órgãos estaduais, diminuindo a 
centralização do poder no MEC (Art. 10);
?empenho de 12% do orçamento da União e 20% dos municípios 
com a educação (Art. 92);
?regulamentação da existência dos Conselhos Estaduais de 
Educação e do Conselho Federal de Educação (Art. 8 e 9).
b) Fase comportamental: a Segunda Guerra Mundial manifestou, 
também no Brasil, a reação que já acontecia em outros países contra os 
princípios e práticas da escola clássica da administração, resgatando a sua 
dimensão humana. Essa fase tem como marco inicial a expansão do 
movimento psicossociológico das relações humanas, deflagrado com os 
estudos de Hawthorne, que foram desenvolvidos entre 1924 e 1927, e que 
fundamentaram as bases teóricas da construção comportamental de 
administração. Sander destaca que, a partir daí, “instalou-se, assim, o 
reinado dos psicólogos e psicólogos sociais no estudo do comportamento 
administrativo no setor público, na empresa e na educação”.(2007, p. 37) 
Sander (2007, p. 39) afirma que “na realidade, a aplicação da 
psicologia à organização e administração do ensino remonta ao 
psicologismo pedagógico do início do século XIX, protagonizado por 
Pestalozzi e Froebel, os quais postularam que a educação deve levar em 
conta a realidade psicológica do educando com todas as exigências do seu 
mundo subjetivo”.
Os ensinamentos da sociologia da educação vieram ainda 
contribuir e influenciar as concepções da gestão da educação. A integração 
entre a psicologia e a sociologia deu origem à psicologia social, que 
influenciou os estudos da administração da educação.
Nesse período, foi intenso o movimento para superação da 
utilização dos estudos da administração na área educacional, destacando-se 
uma perspectiva pedagógica. Essa percepção se manifesta na gestão da 
educação, em que o principal compromisso passa a ser com a “consecução 
eficaz dos objetivos intrínsecos do sistema educacional e de suas escolas e 
universidades” (SANDER, 2007, p. 42-43).
Escola Nova: A “escola nova”, 
“escola ativa” ou “escola 
progressiva” foi um movimento 
próprio do século XX, mas que 
se inspirou em pedagogos e 
filósofos do século XVIII e XIX 
como Rousseau (1712-1778), 
Pestalozzi (1746–1827), 
Froebel (1782–1852), 
Nietzsche (1844-1900), Tolstoi 
(1828-1910), William James 
(1842-1910) etc. Este 
movimento foi iniciado na 
Europa e nos Estados Unidos 
na transição dos séculos XIX 
para o XX. Na Europa, foi 
defendido, entre outros, por 
Edouard Claparède (1873-
1940) e Maria Montessori 
(1870-1952). Nos Estados 
Unidos John Dewey (1859-
1952) e William Kilpatrick 
(1871-1965) foram seus 
principais advogados. A 
“educação nova” privilegia a 
criança como indivíduo. Essa 
educação surge como 
resultado de um novo 
sentimento dos adultos em 
relação às crianças, que 
merecem cuidados especiais. 
(Aranha, 1996)
Para entender o Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova, 
de 1932, leia-o na integra, 
acessando o site:
http://www.pedagogiaemfoco.
pro.br/heb07a.htm.
Mais a frente comentaremos 
sobre Paulo Freire, mas se você 
estiver interessado visite: 
www.paulofreire.org e pesquise 
mais sobre este grande 
educador.
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DICAS
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Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
c) Fase desenvolvimentista: surge com a denominada 
“administração para o desenvolvimento”, período de reconstrução 
econômica nas décadas de 1950-1960, resultante das consequências da 
Segunda Guerra Mundial e decorrente da necessidade de organizar e 
administrar os serviços de assistência e ajuda financeira no período pós-
guerra.
No que se refere à educação, o enfoque desenvolvimentista 
também se inseriu no movimento internacional da economia da educação, 
em que se destacam as áreas de recursos humanos, teorias do capital 
humano e investimentos no ser humano, numa compreensão de que a 
educação é fator estratégico para o desenvolvimento econômico.
O otimismo pedagógico, até então vigente, entra em crise diante da 
constatação de que os investimentos, na área da educação, não haviam 
alcançado os resultados esperados na economia e no progresso tecnológico. 
Tedesco (1987, p. 85-86) afirma que “o sistema educacional deixou de ser 
concebido como alavanca e motor de transformação, e o otimismo 
pedagógico, que concebia a educação e o professor como fontes de 
progresso, transformou-se em pessimismo e desilusão”.
Essa realidade impôs a necessidade de se reavaliar o papel da 
educação nos aspectos econômicos, políticos e culturais.
d) Fase sociocultural: ao contrário da fase desenvolvimentista, 
anteriormente vigente, a fase sociocultural desenvolve-se a partir dos 
ensinamentos das ciências sociais.
Paulo Freire, expoente da pedagogia libertadora, foi um dos 
representantes desse período, disseminando, por meio de seus estudos, a 
reflexão a respeito das relações de dominação e dos ideais de libertação que 
ainda se manifestavam nas relações econômicas e nas políticas 
internacionais.
A eficiência da administração, inclusive a educacional, 
determinava-se fundamentalmente pela atuação de um conjunto de fatores 
– políticos, sociológicos e antropológicos. Essa compreensão disseminou-se, 
também, no meio acadêmico, onde os cursos de pós-graduação em 
educação desenvolveram suas discussões voltadas para área de política e 
gestão da educação. 
1.3 A EDUCAÇÃO NO BRASIL CONTEMPORÂNEOE agora? Chegamos à contemporaneidade. Você consegue 
perceber como a educação é influenciada pelos acontecimentos políticos, 
econômicos e sociais? Vamos lá então. 
A história da educação brasileira, na contemporaneidade, também 
participou e sofreu a interferência de inúmeros movimentos políticos e 
culturais.
Manifesto da Escola Nova: ou 
Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova. Foi um 
documento elaborado e 
assinado pelos mais destacados 
expoentes do movimento de 
renovação do ensino e vinha, 
num primeiro momento, 
responder a uma solicitação do 
Governo Provisório, que 
buscava subsídios para sua 
política educacional. Divulgado 
em 1932 é um documento 
dirigido ao povo e ao governo. 
Seu texto define, de forma 
clara, seus pressupostos e se 
apresenta com o propósito de 
superar o empirismo das 
reformas parciais efetuadas. O 
documento diagnostica a 
situação precária do ensino no 
país como decorrência da falta 
de organização das escolas e 
reforça a ideia da necessidade 
de dotar a escola e, 
consequentemente, o sistema 
de ensino, de estrutura 
burocrática consoante com os 
propósitos estabelecidos para a 
educação escolarizada nessa 
nova fase de desenvolvimento 
do país. (Aranha, 1996)
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Geografia Caderno Didático - 4º Período
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública 
(MESP), como um dos primeiros atos do Governo Provisório de Getúlio 
Vargas, tendo como Ministro da Educação Francisco Campos. O ministério 
foi responsável pela reforma que ocorreu na estrutura do ensino brasileiro, 
organizando a educação escolar, “especialmente nos níveis secundário e 
universitário e na modalidade do ensino comercial, desatendendo o ensino 
primário e a formação dos professores”. (LIBÂNEO, 2005, p. 135),
A Constituição Federal de 1934 delegou ao Estado a 
responsabilidade de fiscalizar e regulamentar as instituições de ensino 
públicas e privadas. Naquele momento histórico, até 1945, vigorava a 
ditadura de Getúlio Vargas, fato que também interferia na organização da 
educação brasileira. No entanto, pouco tempo depois, em 1946, a 
sociedade política brasileira – partidos de esquerda e progressistas – 
retomou as principais discussões sobre a necessidade de melhorar e 
democratizar a educação brasileira.
Nossa intenção é fazer alguns recortes na História da Educação 
Brasileira que possibilite a você compreender o contexto atual, a partir do 
entendimento das histórias construídas no passado, sendo assim, algumas 
décadas não serão, por nós, reportadas.
A partir da década de 1970, até meados da década de 1990, 
diferentes segmentos sociais brasileiros se mobilizaram em prol da 
democracia efetiva, pois já se manifestavam as novas exigências de uma 
sociedade impulsionada pela globalização econômica.
O contexto educacional brasileiro também sofreu essa 
interferência, mobilizando-se e se transformando, muitas vezes, segundo 
Sander, “numa arena de lutas em que seus diferentes atores vêm tratando de 
impor suas opções políticas e suas categorias de percepção e interpretação”. 
(2007, p. 70-71)
Um exemplo dessa mobilização (arena de luta) foi a manifestação 
ocorrida, em 1984, em prol das eleições diretas para a presidência do Brasil. 
O país e muitos de nós assistimos a uma mobilização popular sem 
precedentes. Na grande maioria das cidades e em todas as capitais 
brasileiras, a população manifestou seu repúdio às eleições indiretas e exigiu 
o voto direto para presidente. A maior manifestação realizou-se em São 
Paulo e reuniu aproximadamente 1 milhão e 700 mil pessoas. 
A concretização da democracia implica mecanismos de tomada de 
decisão que, na maioria das vezes, revelam a posição da maioria. É com essa 
compreensão que Machado e Cavalcanti afirmam que “democratizar o 
ensino pressupõe o acesso à permanência com êxito e à qualidade”.(2004, 
p. 141) 
Quanto à legislação educacional, a primeira LDB – a Lei nº 
4.024/61 – dispõe, reproduzindo a Constituição vigente à época, que a 
União, os Estados e o Distrito Federal organizem seus sistemas de ensino (art. 
11). E, ao delimitar a abrangência destes sistemas, determina como 
Otimismo pedagógico:
A partir de 1920, engendra-se 
no campo educacional 
brasileiro o movimento 
eufórico que fora denominado 
"Otimismo Pedagógico". Esse 
movimento desencadeou por 
todo o país uma série de 
reforma do ensino em nível 
estadual, restritas, portanto, aos 
ensinos primário e normal, 
visto que o ensino superior 
estava a cargo do governo 
federal e o secundário não 
passava de uma rede de cursos 
preparatórios. Podemos 
destacar, com efeito, quatro 
reformas que foram 
fundamentais no delineamento 
do ensino público no Brasil: a 
primeira, em 1920, no Estado 
de São Paulo, tendo como 
mentor o ilustre advogado 
Antônio de Sampaio Dória; a 
segunda, em 1922, no Ceará, 
realizada por Lourenço Filho; a 
terceira, em 1927, implantada 
em Minas Gerais, por Francisco 
Campos e, por último, em 
1928, no Distrito Federal, por 
Fernando Azevedo. 
(CAVALCANTE, Francisco 
Leonardo dos Santos, 2004, 
Disponível em 
http://www.conteudoescola.
com.br/site/content/view/118/4
2/1/1/. Acesso em 03 de agosto
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Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
competência da União reconhecer e inspecionar as instituições de ensino 
superior, particulares (art. 14) e como competência dos Estados e Distrito 
Federal autorizar o funcionamento, reconhecer e inspecionar os 
estabelecimentos de ensino primário e médio não pertencentes à União (art. 
16), aí incluindo, portanto, as instituições estaduais, municipais e privadas. 
A partir da compreensão de que a delimitação dos universos de 
jurisdição dos sistemas de ensino reforça muito a delimitação das áreas de 
competência de cada esfera de Governo, vagamente expressas no texto 
constitucional (ROMÃO, 1997, p. 26), conclui-se que, desde a década de 
1930, a educação nacional passou a contar com uma ordenação jurídica 
comum.
Saviani, (1997, p. 05) diz que até a Constituição Federal de 1988, a 
distribuição de competências pela educação escolar, no Brasil, atribuía à 
União a responsabilidade pelo ensino superior e aos Estados e ao Distrito 
Federal a responsabilidade pelos ensinos primário e secundário, ou, 
conforme a legislação da época, pelo ensino de 1º e 2º graus. 
Portanto os Municípios não tinham uma esfera de competência 
própria (JUSTO, 1988, p. 20). Até a Constituição de 1988 o ensino municipal 
era considerado um “subsistema” que se vinculava ao sistema estadual. O 
Estado repartia com o Município a responsabilidade pelo ensino 
fundamental numa relação em que o Município desempenhava um papel 
suplementar, praticamente excluído das decisões normativas (BEDÊ apud 
ARELARO, 1997, p. 5).
Apesar disto, sempre se estendeu aos Municípios a obrigatoriedade 
da aplicação de percentuais mínimos da receita de impostos em educação. 
Segundo a Constituição de 1946, art. 169, a União deveria aplicar 
nunca menos de dez por cento e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, nunca menos de vinte por cento da renda resultante de 
impostos em manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Eliminada pela Constituição de 1967, esta vinculação de recursos 
para educação foi, entretanto, reintroduzida apenas para os Municípios pela 
Emenda Constitucional nº 1 de 1969, de fato, ao dispor sobre a intervenção 
dos Estados nos Municípios. O art. 15, § 3º institui, na alínea “f”, que estes 
últimos deveriam aplicar, em cada ano, pelo menos vinte por cento da 
receita tributária municipal no ensino primário. 
Em 1983, a Emenda Calmon acrescentou o § 4º ao art. 176 da 
Constituição de 1969, estabelecendo que, anualmente, a União deveria 
aplicar nunca menos de treze por cento e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante deimpostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Como se observa, não só sempre se estendeu aos Municípios a 
vinculação de recursos para educação como, em 1969, somente a eles foi 
atribuída esta obrigação. Em consequência, apesar de não existir, antes de 
Constituição de 1934: 
Promulgada em 16 de julho 
pela Assembléia Nacional 
Constituinte, foi redigida "para 
organizar um regime 
democrático, que assegure à 
Naçao, a unidade, a 
liberdade, a justiça e o bem-
estar social e econômico", 
segundo o próprio preâmbulo. 
Ela foi a que menos durou em 
toda a História Brasileira: 
durante apenas três anos, mas 
vigorou oficialmente apenas 
um ano (suspensa pela Lei de 
Segurança Nacional). O 
cumprimento à risca de seus 
princípios, porém, nunca 
ocorreu. Ainda assim, ela foi 
importante por institucionalizar 
a reforma da organização 
político-social brasileira — não 
com a exclusão das oligarquias 
rurais, mas com a inclusão dos 
militares, classe média urbana 
e industriais no jogo de poder. 
(WIKIPÉDIA. Enciclopédia 
Livre. Disponível em 
http://pt.wikipedia.org. (Acesso 
em 23 jul. 2009). 
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Geografia Caderno Didático - 4º Período
1988, uma esfera de competência própria dos Municípios, esses já 
desempenhavam papel suplementar aos Estados, especialmente em relação 
ao oferecimento do ensino de 1º grau. Brasil (1983)
A primeira referência legal à responsabilidade dos Municípios 
encontra-se na Reforma de Ensino – Lei nº 5.692/71. Ao lado dos sistemas 
de ensino da União, dos Estados e do Distrito Federal previstos na Lei nº 
4.024/61 e da destinação de recursos para a educação no âmbito dos 
Municípios (art. 59 da Lei nº 5.692/71).
A Reforma de 1971 previu que legislação supletiva disporia sobre a 
responsabilidade do Estado e dos seus Municípios no desenvolvimento dos 
diferentes graus de ensino (art. 58) e, no parágrafo único deste mesmo 
dispositivo, previa a progressiva passagem para a responsabilidade 
municipal dos encargos e serviços da educação, especialmente do 1º grau.
A partir da década de 70, intensificou-se, no Brasil, a 
municipalização do ensino, atingindo principalmente as regiões mais pobres 
do país. Muitas vezes, a municipalização decorreu de iniciativas dos Estados 
mais com o objetivo de diminuir seus gastos do que inserida em uma política 
de melhoria da qualidade do ensino Haguette (s/d, p. 4). 
1.3.1 Constituição Federal de 1988 
Considerando a legislação anterior (constituições e leis de diretrizes 
e bases nacionais) no art. 211 da CF (Constituição Federal) de 1988, 
encontram-se as seguintes novidades:
1ª – a organização dos sistemas Municipais de ensino, ao lado dos 
sistemas da União, dos Estados e do Distrito Federal (caput);
2ª – a organização dos sistemas de ensino em regime de 
colaboração (caput);
3ª – a atuação prioritária dos Municípios no ensino pré-escolar e 
fundamental (§ 2º).
Na Assembléia Nacional Constituinte, a municipalização do ensino 
constitui-se em tema polêmico, em relação ao qual se opunham duas 
posições radicais: definir a responsabilidade da União pelo 3º grau, dos 
Estados pelo 2º grau e dos Municípios pelo 1º grau ou manter a 
responsabilidade dos Estados pelo 1º e 2º graus.
Como resultado, no texto constitucional não há, como nas 
Constituições anteriores, a definição clara de competências, e o debate 
continuou a ser defendido a partir de diferentes interpretações do disposto 
no § 2º do art. 211 da Constituição Federal. Para os defensores da 
municipalização, os Municípios passavam a ser os responsáveis ou, ao 
menos, os principais responsáveis pelo 1º grau. Para os contrários à 
municipalização, a atuação prioritária dos Municípios, na oferta do ensino 
fundamental, não implicava a supressão da responsabilidade principal dos 
Estados pela oferta desse nível de ensino. Abreu (1998)
Constituição de 1988: A 
Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 é 
a lei fundamental e suprema 
do Brasil, servindo de 
parâmetro de validade a todas 
as demais espécies normativas, 
situando-se no topo do 
Ordenamento jurídico. É a 
sétima a reger o Brasil desde a 
sua Independência. Apesar das 
controvérsias de cunho 
político, a Constituição Federal 
de 1988 assegurou diversas 
garantias constitucionais, com 
o objetivo de dar maior 
efetividade aos direitos 
fundamentais, permitindo a 
participação do Poder 
Judiciário sempre que houver 
lesão ou ameaça de lesão a 
direitos. (WIKIPÉDIA. 
Enciclopédia Livre. Disponível 
em http://pt.wikipedia.org. 
Acesso em 23 jul.2009)
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Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
A indefinição do texto constitucional refletia, na verdade, a 
impossibilidade de se definir no âmbito nacional, uma distribuição de 
competências entre Estados e Municípios, ou seja, em relação à oferta da 
educação escolar, notadamente do ensino fundamental, face à extrema 
diferenciação entre as regiões brasileiras quanto à capacidade de 
arrecadação tributária e de investimento na educação dos entes federados e 
quanto às suas diferentes participações historicamente construídas na oferta 
do ensino. 
Em consequência, a Constituição de 1988 optou por não atribuir a 
responsabilidade pelo ensino fundamental exclusivamente aos Estados ou 
aos Municípios. Na verdade, o conflito presente na Constituinte, entre a 
posição favorável e a contrária à chamada municipalização do ensino de 1º 
grau, foi mediado pela introdução, no texto constitucional, do regime de 
colaboração. Através dele, no caminho já apontado pela Lei nº 5.692/71, 
em cada Unidade Federada, Estados e Municípios devem delimitar a 
responsabilidade concorrente a eles e atribuída pela Magna Carta em 
relação à oferta do ensino fundamental. Abreu (1998) 
1.3.2 Emenda Constitucional nº 14/96
A Constituição de 1988 não explicita, de forma coerente, as 
responsabilidades e competências de cada uma das esferas do Poder 
Público. Daí, o Governo Federal apresentar como um dos objetivos da 
Proposta de Emenda Constitucional enviada ao Congresso em 1996, a 
definição clara de responsabilidades dos diferentes níveis da população no 
que se refere à obrigatoriedade da educação fundamental. 
No art. 211 do texto constitucional, a Emenda Constitucional nº 14 
altera a redação do parágrafo primeiro, relativo às atribuições da União e 
acrescenta os parágrafos terceiro e quarto, relativos, respectivamente, à área 
de atuação prioritária dos Estados e à colaboração entre Estados e 
Municípios em relação ao ensino obrigatório. Abreu (1998)
Segundo Abreu, (1998) o novo texto constitucional, emendado em 
1996, utiliza-se da mesma linguagem – atuação prioritária – para a definição 
das responsabilidades de Estados e Municípios. Tanto no artigo 211, como 
na emenda constitucional o ensino fundamental é colocado em primeiro 
lugar na sentença: antes da educação infantil, no caso dos Municípios e 
antes do ensino médio, para os Estados. Abreu (1998)
Em segundo lugar, o parágrafo quarto trata de explicitar o que 
estava implícito: a universalização do ensino obrigatório, ou seja, do ensino 
fundamental deve ser assegurada, em conjunto, pelos Estados e pelos 
Municípios que, para isso, define formas de colaboração entre seus sistemas 
de ensino. (ABREU, 1998)
Para conhecer a Emenda 
Constitucional nº 14/94, acesse 
o site:
http://www.planalto.gov.br/cciv
il.../Emendas/.../emc14.htm 
Função redistributiva e 
supletiva: 
O Art. 211 da CF/88 destaca 
que a União tem, “em matéria 
educacional, função 
redistributiva e supletiva, de 
forma a garantir equalização de 
oportunidades educacionais e 
padrão mínimo de qualidade 
do ensino mediante assistência 
técnica e financeira aos 
Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios” (BRASIL, 
1988). Através desta função 
fixada à União, a Constituição 
Federal procura a equalização 
das oportunidades 
educacionais, tendo em vista asdesigualdades regionais, a 
carência de recursos 
financeiros ou mesmo técnicos 
nos demais sistemas estaduais e 
municipais. Castro (1998)
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Geografia Caderno Didático - 4º Período
A Emenda Constitucional nº 14/96 substitui, na redação do 
parágrafo segundo do art. 211, o ensino pré-escolar pela educação infantil, 
desta forma procedendo à adequação do texto da Constituição ao debate 
educacional desenvolvido no país. 
Após 1988 e consubstanciado na nova LDB nº 9394/96 que, por 
coerência com o disposto no art. 208, inciso VI, do texto de 1988, institui a 
educação infantil como a que atende crianças, até seis anos de idade, em 
creches (até três anos) e pré-escolas (de quatro a seis anos de idade) 
(Callegari & Callegari, 1997, p. 16). Entretanto, igual adequação não foi 
encaminhada no art. 30, inciso VI, da Constituição Federal de 1988, 
segundo o qual cabe ao Município manter, com a cooperação técnica da 
União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino 
fundamental. Abreu (1998)
Ao mesmo tempo, ao constituir uma subvinculação para o ensino 
fundamental dos recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do 
ensino pelo art. 212 da Constituição Federal, a Emenda Constitucional nº 
14/96, na nova redação do art. 60 do ADCT (Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias), determina igual percentual de recurso dos 
Estados e dos Municípios para este nível de ensino. Abreu (1998)
No que se refere à União, a Emenda Constitucional nº 14/96 
promove alterações na redação do parágrafo primeiro do art. 211, de forma 
a tornar o texto mais preciso. Em primeiro lugar, diferencia a atribuição da 
União de organizar o sistema federal de ensino e o dos Territórios da 
atribuição de financiar as instituições públicas federais. O texto 
constitucional de 1988, ao atribuir à União a responsabilidade de organizar 
e também financiar o sistema federal de ensino, deixava margem a uma 
interpretação equivocada sobre o papel do Governo Federal em relação às 
instituições de ensino privadas que integram o seu sistema de ensino. Abreu 
(1998) 
Em terceiro lugar, o texto constitucional emendado em 1996 
explicita a função redistributiva e supletiva da União em matéria 
educacional e acrescenta que o objetivo da União, ao exercer esta função, 
será o de “garantir a equalização de oportunidades educacionais e padrão 
mínimo de qualidade de ensino”. Abreu (1998)
Em quarto lugar, repete o texto de 1988 ao estabelecer que a 
função redistributiva e supletiva da União será implementada através de 
“assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios”. Abreu (1998)
Daí, para falar de estrutura e funcionamento do ensino 
fundamental e médio é necessário recorrer à fala da Secretária de Educação 
Básica, Maria do Pilar Lacerda em 2008 que apresenta “A educação básica é 
o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum 
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para 
progredir no trabalho e em estudos posteriores.” Para isso, temos dois 
21
Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
documentos norteadores da Educação Básica brasileira: A Lei de Diretrizes e 
Bases nº 9394/96 de 20/12/1996 e Plano Nacional de Educação Lei nº 
10.172/2001 regidos naturalmente pela Constituição da República 
Federativa do Brasil. 
1.4 CONCLUSÃO
Nesta Unidade nós discutimos: 
?Sobre o processo histórico da educação brasileira, tomando 
como ponto principal a legislação educacional antes e durante o período 
republicano até chegarmos à organização da educação nacional através da 
nova Constituição do Brasil em 1988.
?No Brasil, as concepções de gestão da educação e administração 
pública vigentes resultam de uma construção histórica, influenciada pela 
tradição jurídica que caracterizou o Período Colonial, marcado pelas 
orientações e práticas resultantes das correntes filosófica, positivista e 
funcionalista. Para melhor compreender os processos que envolvem a 
legalização e administração da educação brasileira, é de fundamental 
relevância identificar aspectos e características dos três grandes momentos 
históricos: Brasil Colônia, Brasil República e Brasil Contemporâneo. 
?A Educação no Brasil Colônia: A organização e administração da 
educação durante o período colonial apresentam a influência das correntes 
escolástica e positivista, mas fundamentalmente manifesta um enfoque 
jurídico, fundamentado no direito romano, que era interpretado de acordo 
com o código napoleônico. A educação, durante o Período Colonial era um 
tema de pouca importância para os colonizadores portugueses e para a 
população que habitava o país, resultando na pouca atenção aos processos 
relacionados à sua administração.
?A Educação Brasileira no Período Republicano: O pensamento 
vigente na administração da educação brasileira no período republicano 
divide-se, segundo Sander (2007), em quatro fases: organizacional, 
comportamental, desenvolvimentista e sociocultural. Cada um delas 
revelava um modelo específico de gestão.
?A Educação no Brasil Contemporâneo: A história da educação 
brasileira na contemporaneidade também participou e sofreu a interferência 
de inúmeros movimentos políticos e culturais. Em 1930, foi criado o 
Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP). A Constituição Federal de 
1934 delegou ao Estado a responsabilidade de fiscalizar e regulamentar as 
instituições de ensino públicas e privadas. Naquele momento histórico, até 
1945, vigorava a ditadura de Getúlio Vargas, fato que também interferia na 
organização da educação brasileira. No entanto, pouco tempo depois, em 
1946, a sociedade política brasileira – partidos de esquerda e progressistas – 
retomou os debates sobre a necessidade de melhorar e democratizar a 
22
Geografia Caderno Didático - 4º Período
educação brasileira. A partir da década de 1970, até meados da década de 
1990, diferentes segmentos sociais brasileiros se mobilizaram em prol da 
democracia efetiva, pois já se manifestavam as novas exigências de uma 
sociedade impulsionada pela globalização econômica. 
?A Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases de 
1996 e o Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172/2001, são os 
documentos norteadores da Educação Básica brasileira. Através deles está 
estruturado todo o funcionamento fundamental e médio, além da educação 
infantil e da educação superior. 
ABREU, Mariza, Organização da Educação Nacional na Constituição e na 
LDB. Ijuí: UNIJUÍ, 1998.
ARANHA, M.L. História da Educação. 2 ed.rev. São Paulo: Moderna, 1996. 
ARELARO, Lisete Regina Gomes. Concepção de Sistema de Ensino no 
Brasil e competências legais do Sistema Municipal. Brasília, 1997. 
(Mimeo).
BRASIL. Emenda Constitucional Nº 24 (Estabelece a obrigatoriedade de 
aplicação anual, pela União, de nunca menos de treze por cento, e pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, de, no mínimo, vinte e cinco por 
cento da renda resultante dos impostos, na manutenção e desenvolvimento 
do ensino.). Brasília, 1983. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília: 
Senado Federal, Gráfica Central, 1988.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394/96. 
Brasília: Diário Oficial de 12 de dezembro de 1996.
CALLEGARI, César; CALLEGARI, Newton. Ensino Fundamental: a 
Municipalização induzida. São Paulo: Editora SENAC, 1997.
CASTRO, M. L. O. de. A educação na Constituição de 1988 e a LDB – Lei de 
Diretrizes e Bases da educação Nacional. Brasília: André Quicé, 1998.
HAGUETTE, André. Parceria: o Desafio do Regime de Colaboração no 
Ensino Fundamental. (Mimeo). 
JUSTO, Eloy Bernst. Sistemas de Ensino: concepções e aplicabilidade as 
novas disposições constitucionais. Conselho Estadual de Educação do RS, 
1988.
REFERÊNCIAS
23
Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/UnimontesLIBANEO José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza TOSCHI, 
Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 2. ed. 
São Paulo: Cortez, 2005.
LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. 17 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.
ROMÃO José Eustáquio. A LDB e o Município: Sistema Municipal de 
Educação. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 1997.
SANDER, B. Administração da educação no Brasil: genealogia do 
conhecimento. Brasília: Líber Livro, 2007.
SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação. 3ed. Campinas: Autores 
Associados, 1997 
TEDESCO, J.C. El desafio educativo: calidad y democracia. Buenos Aires: 
Grupo Editor Latinoamericano, 1987. 
24
2UNIDADE 2ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Objetivo Geral
Apresentar a legislação educacional, no período que antecede a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, destacando os 
objetivos, os princípios e fins da educação nacional ao longo da história até a 
atualidade. 
2.1 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL
“Conhecer a legislação é um ato de cidadania e que não pode ficar 
restrito aos especialistas como juristas, bacharéis e advogados.” (CURY, 
2000, p.16)
Como educadores precisamos conhecer a legislação do ensino 
brasileiro. O que você sabe sobre a nossa legislação? A nossa educação 
caminha com que base e fundamento? Vamos estudar sobre isso?
Devido à independência do Brasil, surge então a necessidade de 
um Sistema Educacional Brasileiro, pois o país emancipou-se politicamente 
sem, contudo, ter uma forma de organização educacional que atendesse a 
esta nova realidade. Sabemos que, quando os jesuítas foram expulsos, em 
1759, das terras brasileiras, também levaram com eles uma organização 
educacional que, embora atendesse a uma minoria da população (e nós 
veremos que isso continuará por um bom tempo), ainda era um referencial 
para a população brasileira. De acordo com Xavier (1994), somente em 
1772 houve a primeira iniciativa das autoridades públicas com a escola 
brasileira e, mesmo assim, restringindo-se ao ensino superior.
Após a independência, justificando os princípios liberais e 
democráticos, são elaborados planos, tendo como meta uma nova política 
referente à instrução popular, mas, na prática, isso pouco se concretiza. 
Segundo Xavier, 
conforme o discurso da época, havia que se construir o 
“edifício instrucional”, de que a “jovem nação” carecia para 
tomar finalmente os “rumos da civilização”. Mas esse 
processo foi marcado, desde logo, por um escandaloso 
desajuste entre os objetivos proclamados e o 
encaminhamento de projetos, assim como entre as medidas 
legais definidas e as condições concretas de efetivação. 
(1994, p. 61)
Ainda é possível verificar a incoerência dos debates realizados, a 
época, sobre como efetivar um sistema educacional consistente e que 
Projeto de Tratado de 
Educação para a Mocidade 
Brasileira e Projeto de 
Criação de Universidades: 
dois projetos elaborados em 
1823 relativos à instrução 
pública. O primeiro projeto, 
apresentado à Assembléia 
Constituinte, em 16 de junho 
de 1823, objetivava “estimular 
os gênios brasileiros” a elaborar 
um tratado completo de 
educação física, moral e 
intelectual para a mocidade 
brasileira e o segundo, sugeria 
a criação de universidades.
Ensino Elementar: relativo à 
educação básica (ou ensino 
básico). É a designação dada 
ao nível de ensino 
correspondente aos primeiros 
anos de educação formal. 
Fonte: pt.wikipedia.org
Ensino Secundário: O ensino 
secundário ou ensino médio é 
um nível de ensino cuja 
denominação corresponde a 
um conjunto específico de 
anos de escolaridade. 
Ensino Propedêutico: Ensino 
que serve de introdução e que 
prepara alguém para receber, 
mais tarde, ensino de nível 
mais alto. “Conjunto de 
estudos que, como estágio 
preparatório, antecede os 
cursos superiores.” 
(DUARTE,1986. 175 p.)
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Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
atendesse à educação popular quando, na Assembléia Constituinte e 
Legislativa de 1823, são apresentados dois projetos para apreciação: o 
Projeto de Tratado de Educação para a Mocidade Brasileira e o Projeto de 
Criação de Universidades. Estes dois projetos na realidade não definiam 
como deveria se organizar a educação brasileira. Eles visavam a interesses 
particulares. O primeiro preocupava-se em excluir qualquer tentativa 
governamental para o ensino elementar e ao segundo só interessava a 
criação de duas universidades no país. Nos dois projetos, como já 
afirmamos, percebia-se o descaso em construir um sistema educacional 
popular e sim continuar garantindo um sistema de educação voltado para os 
interesses da elite. Veja os significados destes termos no quadro ao lado.
A Constituição de 1824 garantia a instrução primária a todos os 
cidadãos do Império e, devido a isso, em 1826, é apresentada a proposta de 
criação de escolas primárias no país, através do Projeto Januário da Cunha 
Barbosa e legitimado no Decreto de 15 de outubro de 1827. Entretanto, o 
projeto propunha, em sua essência, uma educação voltada para a realidade 
europeia e o decreto visava a transformar a instrução pública elementar em 
Escolas de Primeiras Letras e não ressaltava como deveriam ser implantadas 
essas escolas e quais as condições reais que o país dispunha. Xavier (1997)
De acordo com Xavier (1997), os documentos oficiais desta época 
deixam claro que, durante todo o Período Imperial, pouco se preocupou 
com a criação de um sistema de instrução nacional. Ainda com o Ato 
Adicional de 1834 houve a criação de sistemas paralelos de ensino em cada 
província, na busca de soluções para questões que eram centralizadas pela 
Coroa, anteriormente. Então começa a ter uma preocupação com o ensino 
básico, continuando o poder central responsável pelo ensino superior. Essa 
medida pouco modificou o quadro do ensino elementar, porque a verba 
destinada às províncias, para custeio da instrução pública, era ínfima, 
insuficiente para assumir tais responsabilidades. Em consequência, algumas 
raras escolas particulares, sediadas na Corte e nas grandes cidades, 
ofereciam ensino primário mais rico e consistente que o ministrado nas 
escolas públicas. 
Apesar das iniciativas de alguns teóricos e magistrados da época, a 
educação brasileira caminhava lentamente e, com pouca evolução 
enquanto política educacional; o ensino elementar era qualitativamente 
deficiente e quantitativamente precário. O ensino secundário beneficiava 
apenas diminuta parcela da população que buscava o ensino superior. 
Foram criadas condições de expansão da rede privada, procurando, dessa 
forma, suprir as graves lacunas do ensino público provincial. No entanto, o 
Império legou à República uma tarefa imensa a ser cumprida no setor da 
instrução pública, agregando-se à tal tarefa a necessidade de instalação do 
ensino técnico comercial, agrícola e industrial, que praticamente inexistia no 
Brasil. Aranha (1996). 
Constituição Republicana de 
1891: A elaboração da 
constituição brasileira de 1891 
iniciou-se em 1890. Após um 
ano de negociações, a sua 
promulgação ocorreu em 24 
de fevereiro de 1891. Esta 
constituição vigorou durante 
toda a República Velha e 
sofreu apenas uma alteração 
em 1927.
Fonte: pt.wikipedia.org 
Sobre o PLANO NACIONAL 
DE EDUCAÇAO
O primeiro Plano Nacional de 
Educação surgiu em 1962, 
durante a vigência da primeira 
LDB (Lei 4024 de 1961)
Um Decreto proposto no 
Governo João Goulart, de 
iniciativa do MEC e aprovado 
pelo CNE, propunha metas 
qualitativas e quantitativas para 
a educação num prazo de oito 
anos.
Durante o período em que os 
militares estiveram no poder, 
de 1964 a 1985, a concepção 
tecnicista de educação 
transformou a ideia de um 
plano nacional em instrumento 
de racionalidade tecnocrática.
Em 1990, no inicio do 
Governo Collor, discutiu-se 
internacionalmente (UNICEF, 
UNESCO, PNUD, BM) sobre 
um plano decenal para osnove 
países mais populosos do 
mundo.
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PARA REFLETIR
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Geografia Caderno Didático - 4º Período
Qual é a diferença entre ensino elementar e ensino secundário? 
Pode-se dizer que, desde o Império, com toda a precariedade dos 
serviços educativos, já se percebe uma dicotomia no ensino que 
espelhava a realidade da sociedade, ou seja, o ensino propedêutico para 
as elites e o ensino profissional, que visava preparar o aluno para o 
mercado de trabalho, era o ensino destinado às classes pobres. 
E no período Republicano, quais foram as preocupações com a 
educação do povo?
No período Republicano, começa a se formar um novo perfil 
educacional onde se apresentam leis, decretos e atos institucionais que 
propõem diretrizes e critérios para o ensino primário, secundário e 
superior e tentam também normatizar o ensino agrícola e o ensino 
industrial que eram mantidos com finalidades filantrópicas e se 
destinavam, primeiramente, aos órfãos e desvalidos. Ressaltamos que a 
Proclamação da República em 1889, apesar de o povo simpatizar com a 
causa e ter o respaldo dos intelectuais progressistas que já a reivindicavam 
desde a Independência, não trouxe uma mudança significativa para a 
ordem econômica nacional. Aranha (1996).
A Constituição Republicana de 1891 estabeleceu uma 
república federativa e fez com que o Estado assumisse, de forma 
definitiva, as rédeas da educação, instituindo várias escolas públicas de 
ensino fundamental e intermediário. Em relação à educação, continuou a 
tradicional divisão entre escola para a elite e escola para a população 
menos favorecida.
Com a responsabilidade pela educação primária e profissional 
delegada aos estados, o dever de manter as escolas secundárias e 
superiores fica a cargo das autoridades estaduais e federais. Isso, de 
acordo com Planck, traz as seguintes consequências:
a) o fortalecimento do papel federal na educação superior; 
b) um crescimento substancial das matrículas no ensino primário 
em alguns estados relativamente ricos, como São Paulo e estagnação em 
outros;
c) e uma quase total falta de coordenação das políticas 
educacionais dos vários órgãos envolvidos no sistema educacional. Plank 
(2001)
Durante a década de 1920, com a urbanização e a 
industrialização em desenvolvimento, tem como consequência a 
pressão para mudanças no sistema educacional. Jovens educadores, 
influenciados por educadores progressistas dos Estados Unidos e da 
Europa, criam a Associação Brasileira de Educação onde publicam artigos 
e livros desejando uma nova escola em todo o país. Todas estas ideias e 
movimento escolanovista culminam com a públicação do Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nacional, em 1932. 
SENAI: Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial é uma 
instituição privada brasileira de 
interesse público, sem fins 
lucrativos, cujo objetivo é 
ministrar cursos de formação 
profissional de aprendizagem 
industrial para indústria 
brasileira. 
SENAC: Serviço Nacional de 
Aprendizagem Comercial foi 
criado em 10 de janeiro de 
1946 em São Paulo.É uma 
instituição brasileira de 
educação profissional aberta a 
toda a sociedade. Através de 
diferentes modalidades de 
ensino a instituição se faz 
presente em mais de 1.850 
municípios, capacitando para o 
mundo do trabalho cerca de 
1,7 milhões de brasileiros, a 
cada ano. pt.wikipedia.org. 
Constituição de 1946: foi 
promulgada em 18 de 
setembro de 1946. A 
Constituição Brasileira de 
1946, bastante avançada para 
a época, foi notadamente um 
avanço da democracia e das 
liberdades individuais do 
cidadão. 
Lei de Diretrizes e Bases: 
Lei= normas, regras; Diretrizes 
= direção, o que se deseja 
alcançar; Bases= aquilo que 
sustenta. Souza (1997)
Paulo Freire: um grande 
educador brasileiro. Destacou-
se por seu trabalho na área da 
educação popular, voltada 
tanto para a escolarização 
como para a formação da 
consciência. É considerado um 
dos pensadores mais notáveis 
na história da pedagogia 
mundial, tendo influenciado o 
movimento chamado 
pedagogia crítica. 
Saiba mais no Instituto Paulo 
Freire: www.paulofreire.org
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Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
Ainda em 1930, com a Revolução, o governo nacional demonstrou 
grande interesse na política social e educacional. Cria-se o Ministério da 
Educação e da Saúde que se torna um marco da ação federal no campo 
educacional. 
A Constituição de 1934, em seu capítulo sobre a educação, exigia 
que todo cidadão tivesse direito ao ensino fundamental e seria obrigação do 
Estado ofertá-lo. Surgem, portanto, as primeiras ideias de um Plano 
Nacional de Educação para especificar as diretrizes curriculares e orientar as 
atividades dos estados e municípios.. 
Com o Golpe de Estado de Getúlio Vargas e o estabelecimento do 
Estado autoritário, muitas das iniciativas foram revertidas. Enquanto a 
Constituição de 1934 estabelecia o dever do Estado de prover a educação, 
agora a Constituição de 1937 colocava a obrigação no Estado de prover o 
ensino primário e profissional para os “menos favorecidos”; entretanto esta 
ação deveria ser realizada em acordo com os órgãos privados, como a Igreja 
Católica e só se esses órgãos não conseguissem atender, satisfatoriamente, é 
que o Estado deveria intervir. Percebemos então que, nesta Constituição, o 
Estado delega a outros órgãos a obrigação que deve ser primeiramente dele. 
Durante este período, sob o governo de Vargas, são criadas as redes de 
ensino depois do primário, de 5ª à 8ª séries e são favorecidos cursos 
profissionalizantes (formação industrial, comercial, agrícola e magistério). 
Cria-se o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o 
SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) que deviam 
oferecer uma profissionalização a todos os brasileiros que desejavam 
profissionalizar-se. Aranha (1996) 
Em 1945, com o fim do governo autoritário, uma nova Constituição 
é adotada - a de 1946. Nela, os “pioneiros da educação nova” retomam a 
luta pelos valores já defendidos em 1934 no qual o Estado tem como 
obrigação oferecer e prover a educação a todo cidadão brasileiro. A 
Constituição de 1946 obriga, também, os empresários a oferecerem 
educação para os empregados e filhos dos empregados, caso este número 
seja superior a cem, e restaura a determinação (ausente na Constituição de 
1937) de que as autoridades públicas federal, estadual e municipal deveriam 
investir percentuais de suas receitas na educação. Contudo isso era a lei, mas 
cumprir esta determinação era a dificuldade. 
De 1910 até 1960 podemos afirmar que foram várias as reformas 
educacionais com o objetivo de resolver os problemas principais da 
educação brasileira: a quantidade e a qualidade educacional. Vamos 
constatar, entretanto, que essas reformas significaram pouco na conquista de 
auxiliar a construçao de uma escola de qualidade para todos. Podemos 
destacar as Reformas: Francisco Campos (1931-1932) e Reforma Capanema 
(1942-1946). Consulte http://pt.wikipedia.org onde você encontrará 
informações sobre estas reformas. 
Golpe militar de 1964: O 
Golpe Militar de 1964 designa 
o conjunto de eventos 
ocorridos em 31 de março de 
1964 no Brasil e que 
culminaram no dia 1º de abril 
em um Golpe de Estado, que 
interrompeu o governo do 
presidente João Belchior 
Marques Goulart, também 
conhecido como Jango, que 
havia sido, democraticamente, 
eleito vice-presidente pelo 
Partido Trabalhista Brasileiro 
(PTB). Depois de muita 
negociação, principalmente de 
seu cunhado Leonel de Moura 
Brizola, na época governador 
do Rio Grande do Sul, os 
apoiadores de Jango e a 
oposição acabaram fazendo 
um acordo político pelo qual 
se criaria o regime 
parlamentarista, passando 
então João Goulart a ser chefe-
de-Estado. Em 1963, porém, 
houve um plebiscito e o povo 
optou pela volta do regime 
presidencialista. João Goulart, 
finalmente, assume a 
presidênciada República com 
amplos poderes, o que tornou 
aparente vários problemas 
estruturais na polÍtica brasileira 
acumulados nas décadas que 
precederam o golpe e disputas 
de natureza internacional, 
desestabilizando o governo. O 
Golpe de 1964 submeteu o 
Brasil a uma ditadura militar 
alinhada politicamente com os 
interesses dos Estados Unidos 
da América, que durou até 
1985, quando, indiretamente, 
foi eleito o primeiro presidente 
civil desde 1964, Tancredo 
Neves. 
Fonte: WIKIPÉDIA. 
Enciclopédia Livre. Disponível 
em http://pt.wikipedia.org 
Acesso em 23 jul.2009. 
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Geografia Caderno Didático - 4º Período
Enquanto isso, desde 1946, acontecem os intensos debates sobre a 
Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Como salienta Aranha (1996), o percurso 
desse projeto é longo e muito tumultuado e se estende até 1961, data da 
promulgação da lei. E durante este percurso há muitas discussões e debates 
sobre a descentralização do ensino; a iniciativa privada e as obrigações do 
Estado; a Igreja Católica defende uma escola baseada nos princípios 
religiosos católicos; e os intelectuais, estudantes e líderes sindicais iniciam a 
Campanha em Defesa da Escola Pública.
Em 1961, a Lei nº 4024 é promulgada após 13 anos de discussões e 
quando isso acontece já se encontra ultrapassada, pois, apesar de ter sido 
gestada como uma proposta avançada, para a educação a Lei “envelhece” 
no decorrer dos debates e do confronto de interesses. Destacamos os pontos 
principais desta Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: 
?não há alteração na estrutura do ensino, ou seja, mantém a 
desarticulação entre os ensinos primário e o médio. Entretanto diminui-se a 
rigidez do sistema e propõe a redução do número de disciplinas no ensino 
secundário.
?a União dispensará recursos para a construção e reforma de 
prédios escolares e equipamentos.
?cria-se o Conselho Federal de Educação (CFE) e os Conselhos 
Estaduais de Educação (CEE) com a função principal de exigir recursos 
financeiros do governo.
?o ensino técnico continua sem merecer uma atenção especial e 
continua sendo relegado a uma população “menos favorecida”. (LDBEN, 
1961)
Após a promulgação da Lei, muitos intelectuais, políticos e líderes 
religiosos ficam insatisfeitos com os resultados e intensificam os movimentos 
populares em defesa de uma escola para todos. Estes movimentos populares 
exigem do governo uma educação voltada para os interesses dos educandos. 
Baseiam suas propostas em aulas com peças teatrais (muitas vezes 
apresentadas nas ruas); atividades em sindicatos e universidades; 
alfabetização para a população rural e urbana marginalizada; exibição de 
filmes e documentários e formação de líderes locais para uma melhor 
participação política. Destaque para o grande educador Paulo Freire. Como 
já dissemos anteriormente vale a pena pesquisar sobre este educador 
brasileiro. 
O Golpe Militar de 1964 desarticula estes movimentos de 
conscientização do povo, pois são considerados subversivos e seus líderes 
são logo penalizados através de exílios, desaparecimentos e até assassinatos.
O que este golpe realmente representou para a educação 
brasileira?
A ditadura militar que tomou o poder em 1964 afirmou a 
importância da educação e buscou adaptar o sistema educacional aos 
requisitos do rápido crescimento econômico. Por ser ditatorial, o regime 
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Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio UAB/Unimontes
promove uma estreita “vigilância” no setor educacional, especialmente nas 
escolas de grau médio e nas universidades. Mas o governo ainda estabeleceu 
um setor de planejamento de recursos humanos e desenvolveu uma série de 
Planos Nacionais de Educação voltados para uma política de incentivo à 
melhoria da escola pública. Entretanto lembramos que isso tudo era 
realizado tendo como base o terror e as ameças. 
O governo militar ainda tentou promover uma reorganização da 
universidade brasileira (1968) e do ensino primário e secundário (1971). 
Juntamente com as reformas de organização do sistema educacional, o 
governo militar diminui, de forma bem significativa, a responsabilidade dos 
governos estaduais e municipais em relação à aplicação dos recursos 
financeiros na educação. Como já dissemos anteriormente, no governo 
militar são realizadas as reformas educacionais dos ensinos superior, médio e 
fundamental. 
A Reforma do 1º e 2º graus (ensinos fundamental e médio) 
acontece no período mais crítico do governo ditatorial com a Lei 
5692/71 que apresenta os pontos: 
?extensão da obrigatoriedade para o 1º grau (1ª à 8ª séries);
?não se separa mais o ensino secundário do técnico, superando o 
dualismo escolar;
?superação do ensino propedêutico com a profissionalização do 
ensino médio para todos;
?as empresas devem cooperar com a educação;
?integração geral do sistema educacional: do primário ao 
superior. 
Para melhor compreender a Reforma do 1º e 2º graus confira as 
dicas do quadro a seguir:
Conheça algumas das principais características da Lei 5692 de 
1971:
Foi publicada em 11 de agosto de 1971, durante o regime 
militar, pelo presidente Emílio Garrastazu Médici.
Prevê um núcleo comum para o currículo de 1º e 2º graus e uma 
parte diversificada em função das peculiaridades locais (art. 4)
Inclusão da educação moral e cívica, educação física, educação 
artística e programas de saúde como matérias obrigatórias do currículo, 
além do ensino religioso facultativo (art. 7)
Ano letivo de 180 dias (art. 11)
Ensino de 1º grau obrigatório dos sete aos 14 anos (art. 20)
Educação a distância como possível modalidade do ensino 
supletivo (art. 25)
Lei 5692/71: Fixa as Diretrizes 
e Bases para o ensino de 1° e 
2º graus, e é revogada pela Lei 
9394/96. 
Direito público subjetivo: É o 
direito intrínseco da pessoa, ou 
seja, pertence ao indivíduo a 
manifestação de postular ou 
reivindicar um direito a um 
serviço, atendimento, 
reclamação de conduta e 
outros feitos negativos 
cometidos por representantes 
do Poder Público.
Fonte: WIKIPÉDIA. 
Enciclopédia Livre. Disponível 
em http://pt.wikipedia.org 
Acesso em 23 jul.2009. 
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Geografia Caderno Didático - 4º Período
Formação preferencial do professor para o ensino de 1º grau, da 
1ª à 4ª séries, em habilitação específica no 2º grau (art. 30 e 77)
Formação preferencial do professor para o ensino de 1º e 2º 
grau em curso de nível superior ao nível de graduação (art. 30 e 77)
Formação preferencial dos especialistas da educação em curso 
superior de graduação ou pós-graduação (art. 33)
Dinheiro público não exclusivo às instituições públicas de 
ensino (art. 43 e 79)
Os municípios devem gastar 20% de seu orçamento com 
educação; não prevê dotação orçamentária para a União ou os estados 
(art. 59)
Progressiva substituição do ensino de 2º grau gratuito por 
sistema de bolsas com restituição (art. 63)
Permite o ensino experimental (art. 64)
No tocante às reformas educacionais, estas, ao longo da história da 
educação brasileira, deixaram suas contribuições, embora ainda 
continuemos exigindo dos governantes uma responsabilidade maior em 
relação aos objetivos e metas para a educação dos brasileiros. 
Na verdade, desde o início, a política educacional demonstra que a 
evolução do conhecimento e a aprendizagem do indivíduo estão sempre 
ancorados no que o Estado deseja e impõe. Assim, o poder prevalece e a 
educação fica relegada ao segundo plano.
Chegamos à Constituição de 1988, também chamada de 
Constituição Cidadã. Esta Constituição dará início às discussões sobre uma 
nova LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Muitas foram 
as pressões e exigências para esta Constituição onde todos queriam agora 
(em um período democrático) expressar a sua voz e direitos. 
De acordo com Aranha os pontos mais relevantes da Constituição 
F e d e r a l d e 1 9 8 8 r e f e r e n t e à e d u c a ç ã o s ã

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