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AULA REMOTA - DIREITOS REAIS 1

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DIREITO DAS COISAS – CIVIL IV
PROF. LÉA FEITOSA
leafeitosa4@gmail.com
@leafeitosa
NOTA DE AULA: 
DIREITOS REAIS – DIREITO DAS COISAS
 (Em constante atualização)
Referências Bibliográficas:
Manual de Direito Civil – Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona.
Curso de Direito Civil / Direitos Reais - Carlos Roberto Goncalves.
Curso de Direito Civil / Direitos Reais – Cristiano Chaves.
Novo Curso de Direito Civil / Direitos Reais - Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona.
· AV1: MATÉRIA ESTUDADA
· AV2 E AV3: MATÉRIA CUMULATIVA
· DIREITOS REAIS
OS DIREITOS REAIS TÊM POR OBJETO O ESTUDO DAS COISAS, ENTENDIDAS COMO OS BENS QUE PODEM SER OBJETO DE APROPRIAÇÃO.
	PESSOA à COISA/BEM
NO CAMPO DOS DIREITOS REAIS, O QUE SE ESTUDA É REALMENTE A “COISA”, ENTENDIDA COMO O BEM SUSCETÍVEL DE APROPRIAÇÃO.
- BENS X COISAS;
TAREFINHA DO <3 : LEITURA SOBRE BENS E COISAS.
OBS: CC 1916 X CC 2002 
· A propriedade começa a ser interpretada de maneira privatista, passando a ser considerada com um DIREITO ABSOLUTO, devendo o Estado e a sociedade se abster de interferir na seara patrimonial do indivíduo.
· Com o Estado Social, essa interpretação do direito de propriedade começa a mudar, na tentativa de superar o direito de propriedade absoluto, para adequá-lo às necessidades sociais do século XX.
· Brasil: Desde o período da colonização brasileira de 1934 passou abordar a ideia de limitação do dt de propriedade em prol dos interesses sociais ou coletivos;
· Em 1967 foi usada a expressão função social da propriedade no texto constitucional;
· CF/88: A função social um dos princípios informadores da ordem econômica social;
· Harmonização do direito civil com a Constituição;
· CC/2002: consagrou o abandono da concepção privatista da propriedade, prevendo a necessidade do exercício do direito de propriedade se dar em observância à sua função social;
· Função Social não possui um conceito fechado, é cláusula geral do direito.
· Dignidade da pessoa humana.
- CARACTERISTICAS DOS DIREITOS REIAS; 
A) TIPICIDADE / LEGALIDADE: OS DIREITOS REAIS SOMENTE EXISTEM MEDIANTE PREVISÃO LEGAL.
B) TAXATIVIDADE: ENUMERAÇÃO LEGAL (NÃO ADMITE CRIAÇÃO POR ATO DE VONTADE)
C) PUBLICIDADE: ESPECIALMENTE PARA OS BENS IMÓVEIS – REGISTRO.
D ) EFICÁCIA ERGA OMNES – OS DIREITOS REAIS SÃO OPONÍVEIS A TODAS AS PESSOAS, INDISTINTAMENTE. O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO JURÍDICA REAL ENTRE UM HOMEM E UMA COISA. RESSALTE-SE, OUTROSSIM, QUE ESSA EFICÁCIA ERGA OMNES DEVE SER ENTENDIDA COM RESSALVA, APENAS NO ASPECTO DE SUA OPONIBILIDADE, UMA VEZ QUE O EXERCÍCIO DO DIREITO REAL – ATÉ MESMO O DE PROPRIEDADE, MAIS ABRANGENTE DE TODOS – DEVERÁ SER SEMPRE CONDICIONADO (RELATIVIZADO) PELA ORDEM JURÍDICA POSITIVA E PELO INTERESSE SOCIAL, UMA VEZ QUE NÃO VIVEMOS MAIS A ERA DA DITADURA DOS DIREITOS.
EX: CASO DA IGREJA X MORADORES
E) SEQUELA – COMO CONSEQUÊNCIA DA CARACTERÍSTICA ANTERIOR, O TITULAR DE UM DIREITO REAL PODERÁ PERSEGUIR A COISA AFETADA, PARA BUSCÁ-LA ONDE SE ENCONTRE, E EM MÃOS DE QUEM QUER QUE SEJA. É ASPECTO PRIVATIVO DOS DIREITOS REAIS, NÃO TENDO O DIREITO DE SEQUELA O TITULAR DE DIREITOS PESSOAIS OU OBRIGACIONAIS.
- OBRIGAÇÃO PROPTER REM
Trata-se de obrigações decorrentes de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a esta e, por isso, acompanhando-a nas modificações do seu titular. Ao contrário das relações jurídicas obrigacionais em geral, que se referem pessoalmente ao indivíduo que as contraiu, as obrigações propter rem se transmitem automaticamente para o novo titular da coisa a que se relacionam.
Ex: Taxa do condomínio. 
· POSSE (ART.1196/CC): Estado de fato que recebe proteção jurídica.
-NATUREZA JURÍDICA DA POSSE: Hibrida / Sui Generis
· POSSE X DETENÇÃO (ART. 1998/CC)
· CLASSIFICAÇÃO DA POSSE:
-QTO AO EXERCÍCIO: ART. 1997, CC.
-QTO AOS VICIOS: ART. 1200,CC.
-QTO A SUBJETIVIDADE: BF / MF
-QTO A TITULARIDADE:
· EFEITOS DA POSSE: (DEPENDER, SE É POSSUIDOR DE BOA FÉ OU MÁ FÉ)
-QTO AOS FRUTOS: BF: ART.1214 E SS / 1217
 MF: ART. 1216 / 1218
-QTO AS BENFEITORIAS:
	BENFEITORIAS: ART 96, CC - NECESSÁRIAS (CONSERVAÇÃO DA COISA), ÚTEIS (FACILITAR O USO BEM) E VOLUPTUÁRIAS (LUXO)
 BF: (ART 1219) NEC, ÚTEIS E VOLUPTUÁRIA, PODE LEVANTAR A VOLUPTUÁRIA E O DIREITO DE RETENÇÃO.
	MF: (ART 1220) APENAS AS NECESSÁRIAS.
OBS: VALOR ATUALIZ
ADO OU VALOR DE CUSTO – ART.1222 
- QTO A PROTEÇÃO: (ART. 1210)
 	AUTO TUTELA – PRÓPRIA FORÇA: FORMA MODERADA.
 AÇÕES POSSESSÓRIA: PODER JUDICIÁRIO.
AGRESSÕES:
ESBULHO: PERDA DA POSSE à REINTEGRAÇÃO DA POSSE (RESTAURAR)
TURBAÇÃO: A POSSE ESTÁ LIMITADA, EMBARAÇADA, “PERDA PARCIAL” à MANUTENÇÃO DA POSSE (NORMALIZAR)
AMEAÇA: ANTE O RISCO DA TURBAÇÃO OU AMEAÇA à INTERDITO PROIBITÓRIO ( AÇÃO PREVENTIVA)
OBS: FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSORIAS.
· PERDA DA POSSE: ART. 1223 E ART1224, CC
NÃO ESTÁ VINCULADA A VONTADE. ( EX: FURTO, FATOR DA NATUREZA)
· PROPRIEDADE (ART.1225, CC)
- EVOLUÇÃO DO CONCEITO;
- PODERES: USAR, GOZAR, DISPOR E REAVER. – ART. 1228, CC
- FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; (EX: DESAPROPRIAÇÃO)
· CARACTERISTICAS DA PROPRIEDADE:
-NATUREZA ABSOLUTA RELATIVIZADA;
-ELASTICIDADE (propriedade plena – propriedade limitada – propriedade plena),
-EXCLUSIVIDADE: (único titular, contudo temos a situação do condomínio = propriedade compartilhada à pluralidade de titulares);
 EXC: CONDOMINIO NECESSÁRIO (LEI) CONDOMINIO VOLUNTÁRIO, CONDOMINIO EDILICIO, CONDOMINIO DE LOTE E MULTIPROPRIEDADE).
-PERPETUA. 
· TRANSMISSÃO DA PROPRIEDADE:
-MÓVEL: TRADIÇÃO – (ART. 1226)
-IMÓVEL: REGISTRO – (ART.1227)
· LIMITAÇÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE – ART. 1229 E 1230
· DA DESCOBERTA – ART. 1233 (NÃO É FORMA DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE)
-COISA PERDIDA NÃO É O MESMO QUE COISA ABANDONADA.
COISA PERDIDA: ALHEIA A VONTADE DO POSSUIDOR.
COISA ABANDONADA: DECLARAÇÃO DA VONTADE.
-DEVER DE RESTITUIÇÃO – ART. 1234
· FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL:
- USUCAPIÃO: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE PELA POSSE PROLONGADA, OBSERVANDO OS DEMAIS REQUISITOS LEGAIS.
- É O DIREITO QUE O INDIVÍDUO ADQUIRE EM RELAÇÃO À POSSE DE UM BEM MÓVEL OU IMÓVEL EM DECORRÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DO BEM POR DETERMINADO TEMPO, CONTÍNUO E INCONTESTADAMENTE. 
- EM CASO DE IMÓVEL, QUALQUER BEM QUE NÃO SEJA PÚBLICO PODE SER ADQUIRIDO ATRAVÉS DA AÇÃO USUCAPIÃO.
- A / O
- Espécies:
1. Usucapião Extraordinário, artigo 1.238, CC.
Prazo: 15 anos, independe da boa-fé.
 10 anos, moradia ou realização obras ou serviços produtivos.
 
2. Usucapião Ordinário, artigo 1.242,CC.
Prazo: 10 anos, requer boa-fé.
 05 anos, se foi adquirido de forma onerosa e moradia.
3. Usucapião Rural, art. 1239, CC.
Não pode ter outra propriedade.
Prazo: 05 anos.
Até 50 hectares, tornando produtiva por trabalho e moradia.
4. Usucapião Urbano, art. 1240,CC.
Não pode ter propriedade.
Prazo: 05 anos.
Até 250 metros, usando para moradia.
OBS: Não precisa ser casado! Vale para o homem e para a mulher. Pluralidade de famílias.
OBS: NÃO será reconhecido mais de uma vez.
5. Usucapião Matrimonial: Art. 1240 –A,CC.
 Em face do “ex” marido/esposa ( CONJUGE OU COMPANHEIRO).
 Prazo: 02 anos, sem oposição, posse direta exclusiva.
 Até 250m.
 Dividia a propriedade!
· Da Aquisição pelo Registro do Título: Art.1245 e ss, CC.
 Não basta o título translativo, é preciso que este seja registrado no Registro de Imóveis, permitindo a quem quer que seja saber a quem pertence a propriedade de qualquer imóvel.
R1, R2, R3....(Nova numeração para o novo dono), atrelado a número da MATRICULA (número fixo que não é alterado, como regra geral – identificar o imóvel, trazendo a localização e as dimensões / confinantes).
MATRICULA, regra geral não sofre alteração – princípio da unicidade (cada imóvel possui um número de matricula)
MATRICULA: DESMEMBRAMENTO (subdivisão) ou FUSÃO
· Matéria para AV1 (Até aqui) ß
· Da Aquisição por Acessão: Art. 1248, CC. (AV2)
Acessão é o aumento do volume ou do valor da coisa principal, em virtude de um elemento externo.
Segundo Orlando Gomes, a acessão é: o aumento da coisa queconstitui objeto de propriedade, seja por produção, seja por união, sem alteração no direito do proprietário. Esse aumento tanto pode se dar no volume como no valor do bem. Deve-se a forças internas da própria coisa ou a forças externas. 
 a acessão é o aumento do volume ou do valor do objeto da propriedade, devido a forças externas.
A Acessão é modalidade de aquisição de propriedade dividida em cinco espécies:
1 – Por Formação De Ilhas: ART.1249,CC
Há formação de ilha quando um trato de terra surge em um rio. De acordo com a regra dominante, as ilhas formadas no rio pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros. Ou seja, se os rios não são navegáveis, as ilhas são do domínio público; caso contrário, as ilhas pertencem aos donos dos terrenos ribeirinhos fronteiros.
2 – Aluvião: ART 1250, CC.
O que caracteriza o aluvião é o fato de o acréscimo feito pelo rio à margem ser de tal modo lento que se torna impossível precisar a quantidade acrescida no momento anterior.
 Regra de que o acessório acompanha o principal.
 	O aluvião pode formar-se em frente de uma ou de várias propriedades. Neste último caso, para determinar a divisão, é adotado o critério da divisão proporcional pela testada, pelo qual se faz a proporção relativamente a divisão proporcional pela testada.
Não cabe indenização.
3 – Avulsão: Art. 1251, CC.
É uma porção de terra considerável e identificável destacada por força natural violenta que se agrega ao terreno de outro proprietário. A este proprietário é atribuída a opção de indenizar o dono do terreno do qual se destacara a porção de terra ou de concordar com a remoção da parte acrescida. Optando pela indenização tornar-se-á proprietário da parte acrescida, ocorrendo a chamada acessão por avulsão.
Importante mencionar que as terras desprendidas continuam a pertencer ao proprietário do terreno do qual se desprenderam. Este só a perderá, se o dono do terreno acrescido quiser indenizar a parte acrescida.     
Logo, a avulsão se dá quando o dono do terreno aumentado se prontifica em pagar a indenização, ou, quando caduca o direito do proprietário do terreno diminuído de reclamar, pela expiração do prazo da decadência, que é de um ano.
 
4- Acessão por álveo abandonado – Art. 1252, CC.
Definição de álveo – leito do rio – “Álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto” - Art.9 Código das Águas.
Os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso não tem direito a indenização, isto em razão de ser o abandono do álveo acontecimento natural.
5 - Construções e plantações (Art. 1.253, CC) são casos de acessão artificial ou industrial.
 	Aplica-se, nestes casos, o princípio de que o acessório segue o principal. Assim, se o solo é coisa principal, o que se lhe incorpora passa a pertencer ao seu dono.
Terreno próprio com semente alheia (pertence a terceiro) – Adquire a propriedade pois incorporou ao solo e deve indenizar – Art. 1254,CC.
Terreno alheio, perder em favor do proprietário – Art. 1255, CC.
Slides com ilustrações: https://slideplayer.com.br/slide/11672336/
· Da Aquisição da Propriedade Móvel – Art. 1260 e ss, CC.
- Da Usucapião: Aquisição pelo uso + prazo + requisitos legais.
Assim como os bens imóveis, os bens móveis também podem ser adquiridos através da usucapião. Porém a usucapião de coisas móveis não apresenta a mesma importância da imóveis, e com isso o Código Civil apresenta prazos mais reduzidos para a primeira.
 	1 -  Usucapião Ordinária – Art. 1260, CC.
Prazo: 03 anos + boa fé!
2 – Usucapião Extraordinária – Art. 1261,CC.
Prazo: 05 anos – independente de boa fé.
TAREFINHA DE CASA: Um objeto fruto de furto pode ser usucapido? Verifique a jurisprudência.
LEITURA DE DECISÃO DO STJ 
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Reconhecida-usucapiao-extraordinaria-de-veiculo-furtado-apos-20-anos-de-uso-por-terceiro.aspx
-  Da Ocupação: Art. 1263, CC.
Carlos Roberto Gonçalves define ocupação como sendo o modo originário de aquisição de bem móvel que consiste na tomada de posse de uma coisa sem dono, com a intenção de se tornar seu proprietário.
Através da definição, é importante saber o que são coisas sem dono. De acordo com ele, coisas sem dono são as coisas de ninguém ( res nullius ) ou as abandonadas (res derelicta).
É importante lembrar que o abandono não se presume, devendo resultar claramente da vontade do proprietário de se despojar do que lhe pertence.
- Do Achado do Tesouro: Art. 1264,CC
Tesouro = BOTIJAS = objetos preciosos / valiosos – ex: joias. 
Oculto: escondido
Proprietário guarde e esqueça = cujo o dono não haja memória.
Divide por igual: proprietário do prédio e quem achar casualmente.
Se encontrado pelo dono do prédio, pertence a esse. Ou ainda, se foi encontrado por alguém que ordenou que procurasse ou terceiro que não tinha anuência. (Art. 1265)
- Tradição: Art. 1267, CC.
Entrega da coisa, não basta o contrato.
Tradição: Real (entrega efetiva da coisa), Simbólica (gesto que traduz entrega posterior, como exemplo: chave de um carro ou cheque em tamanho gigante – simbolismo) e Ficta ( não precisa entregar a coisa, pois a pessoa já está com a coisa, mas existe uma modificação dos poderes, exemplo: locatário que comprou o imóvel locado / proprietário que vende o bem e continua em posse desse, atrelou um contrato de locação)
Constituto possessório (Art. 1267, §único): cláusula contratual mediante a qual o alienante (vendedor) transmite a posse da coisa alienada ao nome do comprador, embora continue a deter o bem.
Ex: Fábio me vende um Vade Mecum que pertence a Edvaldo, recebei hoje (13/04). Só que o Fábio somente vai regular a propriedade dele no final do mês, mas se ele se tornar o proprietário, considera a tradição no dia da entrega ao adquirente de boa fé. ( ART. 1268, PARAG. 1, CC)
- ESPECIFICAÇÃO: ART. 1269, CC.
Matéria prima à espécie nova.
Especificação constitui forma de aquisição da propriedade móvel, que ocorre mediante atividade de uma pessoa em determinada matéria prima, obtendo, por seu trabalho, espécie nova.
Especificador (mão de obra)
Observar se de BOA FÉ OU MÁ FÉ.
Ex: Tecido à vestido
 Madeira à banco / cadeira
 Couro à Sapato
OBS: Todavia, quando a coisa exceder consideravelmente o valor da matéria prima, ainda que de má-fé, a propriedade pertencerá ao especificador, que deverá indenizar o valor da matéria prima e pagar eventuais perdas e danos – ART. 1270 § 2, CC.
Ex: Tela pintado por um artista famoso – super valoriza a tela!
 Vestido feito um estilista renomado – excede o valor da matéria prima.
- CONFUSÃO, COMISSÃO E ADJUNÇÃO – ART 1272, CC
confusão é a mistura de coisas líquidas; Ex: vinho e refrigerante.
comistão / comissão é a mistura de coisas sólidas ou secas; Ex: sal e açúcar / mistura de café de diversos donos.
adjunção é a justaposição de uma coisa móvel a outra. União de coisas. Ex: peça soldada a um motor, pedra preciosa em um anel.
- Pode separar?
- Indivisibilidade: quinhão proporcional do VALOR.
Obs: Observar má fé e boa fé – O de boa fé pode escolher!
- PERDA DA PROPRIEDADE – ART. 1275
Rol exemplificativo.
a) Alienação: contrato de compra e venda;
b) Renúncia: expressar / declarar que não quero / Em favor de terceiro.
c) Abandono:
d) Perecimento: coisa será retirada do mercado pois se tornou imprópria para o uso / perdeu o valor.
Ex: produtos vencidos / carro que deu PT.
e) Desapropriação.
f) Usucapião.
g) Decisão judicial.
Obs: ART. 1276, CC
Abandono: não está na posse de ninguém!
 não pagamento dos ônus fiscais - § 2º, Art. 1276, CC.
- DIREITOS DE VIZINHANÇA: ART. 1277, CC
Conjunto de regramentos que visa possibilitar o convívio de propriedade próximas, objeto é alcançado por meio da imposição de limites e restrições ao direito de propriedade.
Limitação do direito de propriedade, uma vez que vivemos em sociedade, busca-se preservar uma harmonia na convivência.
São regras que limitam o direito de propriedade a fim de evitar conflitos entre proprietáriosde prédios contíguos, respeitando, assim, o convívio social. Constituem obrigações propter rem (que acompanham a coisa).
Os direitos de vizinhança são criados por lei e, não visam aumentar a utilidade do prédio, mas sim reputados necessários para a coexistência pacífica entre os vizinhos.
Atenção! Imóveis vizinhos não são apenas os confinantes, mas também os que se localizam nas proximidades desde que o ato praticado por alguém em determinado prédio vá repercutir diretamente sobre o outro, causando incômodo ou prejuízo ao seu ocupante.
RESTRIÇÕES QUANTO A AMPLITUDE DO EXERCÍCIO DO DIREITO: ARTS 1277
· USO ANORMAL DA PROPRIEDADE: REGRA DOS 3S – saúde, sossego e a segurança.
Ex: Não buzinar em frente aos hospitais.
Ex: Estúdio para bandas ensaiarem, deve reforçar a acústica para não incomodar aos vizinhos. (Art. 1279,CC)
 Ex: (nesse sentido o TJ-RS, 18ª. Câmara Cível, relator André Luiz Planella Villarinho, decidiu no processo 70.003.573.029 que os ensaios da banda de rock estão proibidos em uma residência de Pelotas, por incomodar os vizinhos).
OBS: É certo que para se viver em sociedade, é mesmo preciso reconhecer limites e tolerar e, o ponto de equilíbrio nem sempre, é fácil de se alcançar.
REPARAÇÃO/DEMOLIÇÃO: Art. 1280 à ruína
· ÁRVORES LIMÍTROFES: Art. 1282,CC
Linha divisória entre duas propriedades: pluralidade de titulares
Pode cortar os galhos que ultrapassar seu muro? Sim, na linha vertical.
A quem pertence os frutos? Art. 1284,CC
Por que o legislador deu os frutos para o dono do solo? Para evitar invasão em busca dos frutos.
E se não cair? É do dono da árvore! Não pode arrancar e nem sacudir a árvore.
· PASSAGEM FORÇADA
ENCRAVAMENTO X NECESSIDADE DE ACESSO À VIA PÚBLICA (Não vale encurtar o caminho!)
Vale a pena diferenciar a passagem forçada da servidão de passagem, para bem se compreender. A primeira diferenciação pode ser feita de acordo com a natureza jurídica, enquanto o primeiro se porta como um instituto do direito de vizinhança o segundo se porta como um direito real na coisa alheia de gozo ou fruição.
A questão de a passagem forçada ser possuidora de um caráter obrigacional, pois, o mesmo tem previsão legal, ou seja, força de lei. Enquanto, a servidão de passagem é possuidora de um caráter facultativo, uma vez que, trata-se de um direito real concretizado através de um negócio jurídico que emana da vontade das partes.
Indenização.
· DA PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES
Indenização.
É obrigado por lei – Art.1286, CC.
· DAS ÁGUAS
A água é um dos bens cada vez mais preciosos da humanidade e deverá ser entendida sempre como um bem ambiental, na forma do art. 225 da CF/88. 
Carlos Roberto Gonçalves: “Importância das águas, não só no cotidiano das cidades, como especialmente na zona rural papel de relevo que a água desempenha na economia e na vida das pessoas fez com que, desde os tempos mais antigos, as grandes cidades se desenvolvessem às margens de algum rio”. 
O CC regulamente acerca do tema nos artigos 1288 a 1296 estabelecendo os direitos e deveres presentes entre o proprietário de um terreno que se situa geograficamente acima de outro prédio (prédio superior e prédio inferior). 
Regula também o direito de construção de aquedutos para o represamento e aproveitamento de águas bem como, o direito de passagem das tubulações pelos prédios contíguos e vizinhos. Em cada um dos casos especificados, a lei estabelece se haverá ou não indenização, dentre outras regras específicas.
PRÉDIO SUPERIOR E PRÉDIO INFERIOR
· LIMITES ENTRE PRÉDIOS E DIREITO DE TAPAGEM
Direito de tapagem é o direito que o proprietário de um imóvel tem de cercar, murar, valar e tapar de qualquer modo o seu prédio urbano ou rural.
Admite a construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim. Essa construção pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas - Art. 1.297, § 3.º do CC. 
Exemplo: os mata-burros e as cercas de arame que vedam a passagem de aves. 
Confusão de limites – Art. 1298, CC.
· DIREITO DE CONSTRUIR
Protegendo-se o direito à privacidade, é proibido abrir janelas,ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho - Art. 1.301 do CC.
O prazo decadencial para a propositura da demanda demolitória é de um ano e dia, a contar da conclusão da obra - Art. 1.302 do CC.
CONDOMÍNIO à CONDOMINOS (propriedade compartilhada: dois ou mais titulares)
Condomínio é espécie do gênero comunhão, consistindo em um estado de comunhão de propriedade. 
Não se tratando de uma nova espécie de direito real.
No condomínio, há uma pluralidade de sujeitos – dois ou mais proprietários – compartilhando o exercício de um único direito de propriedade.
CONDOMINIO VOLUNTÁRIO: VONTADES - Art. 1314, CC.
 Também chamado de convencional, é aquele que surge a partir da vontade das partes, nascendo de um negócio jurídico quando duas ou mais pessoas adquirem um bem conjuntamente para dele usar e gozar. (DINIZ, 2013, p. 236)
Direito e deveres: destinação da coisa
		CONDOMÍNIO EVENTUAL: Apesar do Código Civil não tratar expressamente desta espécie de condomínio, a doutrina defende haver um condomínio denominado de eventual, classificação recebida em razão da forma com que surge.
Carlos Roberto Gonçalves (2016, p. 381) afirma que “O condomínio eventual é o que resulta da vontade de terceiros, ou seja, do doador ou do testador, ao efetuarem uma liberalidade a várias pessoas”.
CONDOMINIO NECESSÁRIO / FORÇADO / LEI: ORIUNDO DE PREVISÃO LEGAL – Art. 1327, CC.
Trata-se de forma de condomínio que é IMPOSTA POR LEI, em decorrência de dois direitos de vizinhança estudados no capítulo anterior: o direito de tapagem e o direito de construir. 
Tal espécie de comunhão da propriedade, também chamada de condomínio forçado ou legal, tem por objeto paredes, cercas, muros, valas, tapumes.
Ex: Art. 1791, § único (sucessão aberta até a partilha – momento que se faz a divisão).
CONDIMINIO EDICILIO: PARTE EXCLUSIVA + PARTE COMPARTILHADA (USO COMUM)
O condomínio edilício tem como principal característica o fato de ser constituído de partes que são de utilização exclusiva, que correspondem ao direito de propriedade sobre a unidade do seu titular, e partes que são comuns a todos, devendo o direito sobre as mesmas ser subordinado ao conceito de condomínio - tendo cada um dos condôminos uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns (art. 1.331, §3º, do CC).
O edifício é exemplo de condomínio edilício, uma das espécies de condomínio.
Podem ser considerados propriedade exclusiva, nos termos do art. 1.331, §1º, os apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, assim como as vagas de garagem, não se estabelecendo em relação a estes qualquer tipo de direito de preferência entre os condôminos. Logo, podem ser alienados e gravados livremente por seus proprietários, com exceção dos abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção condominial.
INSTITUIÇÃO E CONSTITUIÇÃO DO CONDOMÍNIO: Art. 1.332 do CC.
Carlos Roberto Gonçalves afirma que “Todo condomínio em edificações deve ter, obrigatoriamente, o ato de instituição, a Convenção de Condomínio e o Regimento Interno”. 
A CONVENÇÃO de condomínio deverá ratificar as cláusulas previstas no ato de instituição, referidas no art. 1.332, além de contemplar aquelas que os interessados entendam por bem estipular, assim como determinará:
• a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; 
• sua forma de administração;
• a competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum exigido para as deliberações; 
• as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; 
• o regimento interno.
O REGIMENTO INTERNO disciplina a rotina do condomínio edilício, dispondo acerca dos direitos e obrigações dos condôminos e sobre as regras de convivência em comunidade, porexemplo, estabelecendo horários para utilização de salão de festas, piscina, academia, dias e horários em que podem ser feitas reformas ou mudanças etc.
DOS DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS: Art. 1335, CC.
Pode o condômino usar, fruir e livremente dispor das suas unidades, bem como usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores.
Apesar de a maioria dos condôminos não gostar muito de participar das assembleias, a participação e o voto nas deliberações é previsto como um direito apenas para aqueles que estejam quites com suas quotas condominiais.
O condômino está impedido de realizar obras que comprometam a segurança da edificação, haja vista que neste caso ele não comprometerá apenas a segurança do seu imóvel, mas corre o risco de estar colocando em perigo as demais unidades condominiais. 
Outro impedimento (art. 1.336) é o que tange à impossibilidade de alteração da forma e da cor da fachada, das partes e esquadrias externas. Essa é uma limitação ao direito do condômino em relação à realização de modificações na fachada do imóvel que no cotidiano costuma gerar muitos conflitos.
O art. 1.337 prevê que o condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá ser constrangido a pagar multa.
A sanção referida poderá ser majorada em razão de reiterado comportamento antissocial, do condômino, ou possuidor, que acarrete a incompatibilidade de convivência com os demais condôminos, ou possuidores, podendo a multa a ser aplicada corresponder ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia (art. 1.337).
DA ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO: Art. 1347.
Cabe à assembleia a escolha do síndico, que poderá não ser condômino – prazo de 02 anos – pode ser reeleito?
ATRIBUIÇÕES DO SÍNDICO: Art. 1348,CC
• a competência para convocar a assembleia dos condôminos; 
•para representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; 
•cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembleia; 
•elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; 
•cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; 
•prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas. 
O síndico poderá ser destituído?
A assembleia não poderá deliberar se todos os condôminos não forem convocados para a reunião. Observe que apesar da participação e do voto na assembleia de condomínio ser um direito do condômino adimplente, conforme disposto no art. 1.335, III, o legislador não fez distinção entre condôminos adimplentes ou inadimplentes quanto à sua convocação para assembleia, prevendo que todos devem ser convocados, isso porque, uma vez convocado, o condômino inadimplente, querendo, poderá quitar as dívidas junto ao condomínio, a fim de viabilizar a sua participação na assembleia em questão - art. 1.354 do CC
CONSELHO FISCAL: ART 1356, CC.
DA EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO: arts. 1.357 e 1.358 do CC
Na hipótese da edificação vir a ser total ou consideravelmente destruída, ou se ameaçar ruir, os condôminos deliberarão em assembleia sobre a reconstrução, ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais. 
Em caso de desapropriação, a indenização será repartida entre os condôminos, proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias.
CONDOMINIO DE LOTE (HORIZONTAL) – ART. 1358-A, CC.
LEI 13. 465/2017.
MULTIPROPRIEDADE (Vários proprietários de um mesmo bem): Art.1358 - C
A Lei 13.777, ou Lei da Multipropriedade, foi publicada em dezembro de 2018 e altera regras do Código Civil e da Lei de Registros Públicos.
É denominada de Time Sharing nos Estados Unidos, onde pode ser aplicada também a bens móveis como barcos, aviões. Já no Brasil, o Time Sharing se restringe aos bens imóveis.
É o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
É o exercício temporal fracionado, posto exclusivo, do direito de propriedade sobre o bem, o que incentiva a economia.
DIREITOS E DEVERES: 1358-I
TRANSFERENCIA: ART. 1358-L
ADMINISTRAÇÃO: ART. 1358-M
· TAREFINHA: 
O condômino que, por seu comportamento antissocial, reiteradamente gera incompatibilidade de convivência com os demais, pode ser compelido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor das despesas condominiais. Certo ou Errado?
DOS DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA
São aqueles que têm por titular pessoa diversa do titular da propriedade. Esses direitos surgem a partir do desmembramento da posse do proprietário e consequente transmissão de parte de seus poderes para a constituição desse novo direito. Em razão disso, são classificados como direitos limitados. 
Os direitos reais sobre coisa alheia se subdividem em direitos reais de gozo ou de fruição, que conferem ao seu titular o(s) poder(es) de uso e/ou gozo sobre coisa alheia; direito real de aquisição, que vincula a aquisição de um determinado bem ao titular deste direito (ex: promessa de compra e venda); e direitos reais de garantia, que vinculam um determinado bem como garantia pelo pagamento de uma dívida.
DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE - arts. 1.369 e 1.377 do CC
No CC/1916 era uma espécie de locação perpétua - Trata-se de um direito que veio substituir a arcaica ENFITEUSE, contudo, com prazo determinado - Supressão no CC/2002.
Trata-se de direito real sobre coisa alheia e limitado, classificado como direito real de gozo ou fruição – Não era tratado no CC 1916.
Confere ao seu titular o direito de construir ou de plantar em terreno de outrem, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
NÃO é PERSONALISSÍMO, pode ser transferido e alcança os herdeiros do superficiário.
Foi incluído no Código Civil/2002 em substituição à antiga enfiteuse, guardando diferenças em relação a esta. A enfiteuse era perpétua, o enfiteuta tinha anualmente que por obrigação pagar uma contraprestação por tal direito real chamada de foro, tendo este poderes amplos sobre o bem, podendo usá-lo, desfrutá-lo, aliená-lo e transmiti-lo por herança. A enfiteuse é considerada um dos direitos reais mais amplos que já existiu, conservando o proprietário praticamente apenas o nome no título de domínio (GONÇALVES, 2016, p. 648-649). 
Acrescente-se que o Código Civil de 2002 retirou a enfiteuse do rol de direitos reais e proibiu, em seu art. 2.038, a constituição de novas enfiteuses. No entanto, não extinguiu aquelas ainda existentes, determinando que em relação as mesmas devem ser aplicadas as disposições que regulavam a matéria constantes no Código Civil de 1916.
A finalidade do direito real de superfície será a de permitir que pessoa diversa do titular da propriedade construa ou plante no imóvel - art. 1.369 do CC. 
Esse direito tem por característica a sua temporariedade, ficando ao arbítrio das partes o prazo pelo qual será convencionado. Por se tratar de direito real, exige-se a constituição de tal direito por meio de escritura pública registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Sem a efetivação do registro, o direito em tela não terá eficácia perante terceiros, afigurando-se na prática como um mero arrendamento.
DIREITO REAL DE USO E HABITAÇÃO (ART. 1225, V e VI, CC)
O direito real de uso é direito real sobre coisa alheia, limitado, temporário e intuitu personae, ou seja, personalíssimo, não podendo ser alienado ou transferido em nenhuma hipótese, arts 1.412 e 1.413.
Trata-se de direito que garante ao seu titular o exercício do poder de uso sobre coisa alheia, podendo também perceber frutos.
O uso não admite a possibilidade de cessão de seu exercício nem a título gratuito nem a título oneroso, haja vista que o seu titular estaria transferindoo seu direito em si, por ter apenas o uso da coisa e mais nenhum outro poder sobre ela.
Ressalte-se que, quando tenha por objeto bem imóvel, a sua constituição dependerá do registro do ato constitutivo no Cartório de Registro de Imóveis.
Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, essa espécie de uso será chamada de habitação - art. 1.414 do CC.
 O direito real de habitação trata-se de uma espécie do direito real de uso!
O titular desse direito não poderá alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupar com sua família o imóvel objeto do direito de habitação. O Código Civil admite a possibilidade de tal direito ser constituído em favor de mais de uma pessoa (art. 1.415).
EXTINÇÃO:
· Pelo decurso do prazo estipulado no contrato;
· Pelo desvio da finalidade comentido pelo usufrutuário;
· Desapropriação ( INDENIZAÇÃO vai para os dois!)
DO DIREITO REAL DE AQUISIÇÃO DO PROMITENTE COMPRADOR (COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL REGISTRADO NA MATRÍCULA)
Promitente Comprador X Promitente Vendedor
O direito real de aquisição também é considerado direito real sobre coisa alheia e limitado, pois garante ao seu titular apenas uma expectativa de direito acerca da aquisição de um bem imóvel. Há apenas uma espécie de direito real de aquisição, o direito real do promitente comprador - arts. 1.417 e 1.418 do CC.
O direito real do promitente comprador tem por objeto um bem imóvel adquirido mediante promessa irretratável de compra e venda (feita sem a cláusula de arrependimento), por instrumento público ou particular, devidamente registrada no Cartório de Imóveis. O registro no Cartório de Imóveis é essencial para conferir a esse direito de aquisição natureza real e, consequentemente, eficácia erga omnes, caso contrário terá natureza meramente obrigacional.
OBS: Se não houve o registro do direito real de aquisição, o que existe é um direito de natureza pessoal, de eficácia relativa, vinculando apenas as partes, o que não impede a propositura da ação de adjudicação compulsória contra o promitente vendedor. (STJ, 239) 
Compromisso de compra e venda de imóvel não registrado na matrícula do imóvel: Nesse caso há um contrato preliminar com efeitos obrigacionais inter partes.
DIREITO REAL DE SERVIDÃO
Subserviência, submissão, escravidão – relação que submeteria um PRÉDIO AO PODER DE OUTRO.
PRÉDIO SERVIENTE X PRÉDIO DOMINANTE, pertencentes a donos diversos.
O proprietário não pode praticar determinados atos no prédio serviente ou não impedir que neste, o proprietário do imóvel dominante pratique atos de extração da utilidade que lhe foi concedida, tornando mais ÚTIL ou AGRADÁVEL.
 UTILIDADE para o prédio DOMINANTE e GRAVA o prédio serviente – restringe um prédio em proveito de outro.
Necessidade do prédio serviente desempenhar FUNÇÃO SOLIDÁRIA.
Direito real sobre coisa alheia e limitado.
Confere a pessoa diversa do proprietário, o poder de FRUIÇÃO, estabelecendo entre DOIS IMÓVEIS uma relação de DOMINANCIA E SUBSERVIÊNCIA.
REQUISITOS de CONSTITUIÇÃO:
· Existência entre dois prédios: Uma vez que não é entre as pessoas, mas em favor e contra os imóveis.
· Encargo imposto ao prédio serviente: servidão está fundamentada na utilidade do prédio. Logo, se não houver vantagem, não haverá servidão. – ART. 1383: Não pode embaraçar o exercício da servidão.
· Prédios de propriedades distintas: Não há vantagem ou ônus se os imóveis pertencem a mesma pessoa.
· Registro do ato constitutivo no cartório de registro de imóveis: a constituição da servidão exige o registro do ato no cartório.
 O REGISTRO deverá ser feito tanto na matricula do imóvel dominante, como na do imóvel serviente.
DIREITO REAL DE LAJE
Inovação incluída no CC, LEI 13465/17 – MP 759/16.
Situação frequente, em especial nos grandes centros urbanos – sobreposição de moradia.
Ex: O proprietário do andar térreo cede o direito de uso e moradia para que terceiro construa sua casa no andar de cima - Popular puxadinho!
Passam a coexistir unidades imobiliárias autônomas, de titularidades distintas, situadas em mesma área.
O titular do direito de laje manterá unidade distinta daquela originalmente construída.
DIREITO REAL DE USUFRUTO
Situação em que o proprietário concede a outro o uso e o gozo por um período prolongado, sem altera-lo.
Atualmente, o USUFRUTO é direito real temporário concedido a uma pessoa para desfrutar de objeto alheio como se fosse próprio, retirando suas utilidades (frutos).
 Aquele que mantém a titularidade do direito real, tem a posse indireta e direito de dispor da coisa (proprietário) e o USUFRUTUÁRIO obtém o proveito econômico sobre a coisa, devendo garantia a plenitude do objeto, sem alterar a substancia da coisa, pois deverá ser restituído ao proprietário.
 OBS: O USUFRUTO, USO e HABITAÇÃO possuem origem comum e identidade finalistica – poderes de USO e FRUIÇÃO;
O usufruto pode ser apontado como o direito real de gozo ou fruição por excelência, pois há a divisão igualitária dos atributos da propriedade (poderes).
Usufrutuário – como o próprio nome já diz, tem os atributos de usar (ou utilizar) e fruir (ou gozar) a coisa – GU. Repise-se que esses são os atributos diretos, que forma o domínio útil. 
Nu-proprietário – tem os atributos de reivindicar (ou buscar) e dispor (ou alienar) a coisa – RD. É assim chamado justamente por estar despido dos atributos diretos, que estão com o usufrutuário.
O nu-proprietário pode locar o imóvel objeto de usufruto? Não, somente o usufrutuário, que tem o atributo de gozar ou fruir. 
O nu-proprietário pode usar a coisa? Não, apenas o usufrutuário. 
O usufrutuário pode vender o bem? Não, somente o nu-proprietário, que tem o atributo de disposição.
DIREITOS REAIS DE GARANTIA - arts. 1.419 e 1.430
Constituídos em razão de uma dívida, a fim de vincular um bem como garantia de pagamento.
São direitos reais de garantia sobre coisa alheia o penhor, a hipoteca e a anticrese, que têm regras gerais entre os arts. 1.419 e 1.430 do CC. Seguem, após essa teoria geral dos direitos reais de garantia, as suas regras específicas e detalhadas.
Patrimônio é a prenda comum de todos credores.
Para evitar riscos, o legislador idealizou GARANTIAS.
 GARANTIA PESSOAL: Ao devedor se soma um responsável - contudo, o perigo de insolvência também pesa sobre o fiador.
 GARANTIA REAL: Uma ou várias coisas de propriedade do devedor ficam afetadas para assegurar o cumprimento da obrigação garantida.
Risco de insolvência do devedor é inerente ao regime de responsabilidade patrimonial e pela característica da ELASTICIDADE.
A GARANTIA tem por finalidade proporcionar segurança ao credor, oferecendo-lhe meio de satisfação do crédito.
PENHOR
O patrimônio do devedor podia fornecer GARANTIA do crédito, com caráter jurídico. Antes era na pessoa do devedor.
ENTREGA-SE a coisa a titulo de garantia, mas SEM A TRANSFERÊNCIA da propriedade que continua na titularidade do devedor.
Efetiva transferência da POSSE de um BEM MÓVEL – Regra Geral.
CREDOR PIGNORATÍCIO X DEVEDOR PIGNORATÍCIO.
O bem dado em garantia pode ser de propriedade de terceiro? Sim, desde que de livre disposição.
Direito Real em SEGURANÇA de um crédito, GRAVA uma COISA MÓVEL, que é entregue ao credor.
Ex: Você deseja um valor e entrega joias em garantia real.
CARACTERISTICAS DO PENHOR:
· Direito real, operando o efeito erga omnes (com o devido registro, seu titular tem direito de sequela e de preferência)
- E se não tiver registro? Se limita ao plano obrigacional, com efeito entre as partes.
- Sendo frustado o pagamento, o bem será leiloado e o produto da venda preferencialmente resgatará o valor do débito.
 - E o valor for menor que o valor do bem: ART 1430
- E sendo o valor maior: ART 1435, V
DIREITOS E OBRIGAÇÕES:
Oriundos de previsão legal, independe de contrato.
Liberdade contratual de pactuar de forma distinta, considerando a essência. 
· DIREITOS:
A) POSSE DA COISA (POSSE DIRETA E INDIRETA)
Para evitar que o devedor fruste a garantia com a alienação do bem pela tradição.
O bem pode ficar com terceiro por determinaçãodo credor ? Sim.
Possuidor como mero DEPOSITARIO, NÃO pode GOZAR da coisa.
Impossibilidade de Usucapir.
Dever de cuidado sobre a coisa, uma vez que será restituida.
B) DIREITO DE RETENÇÃO DO OBJETO EMPENHADO
ATÉ a integralidade do pagamento das despesas devidamente justificadas e relacionadas a conservação da coisa.
Conservação = benfeitorias à possuidor de boa fé
C) RESSARCIMENTO PELO VICIO
Se o credor perceber que o bem poderá perecer ou ser depreciado – eventual perda econômica.
D) EXECUÇÃO DA COISA
Consequência do inadimplemento, pagando-se com o produto da venda.
Nula a CLAUSULA COMISSÓRIA que permite o credor ficar com a coisa para si, salvo na condição de devolver a diferença.
E) APROPRIAÇÃO dos frutos da coisa empenhada;
Regra geral, o penhor não permite fruição da coisa – mero depositário.
Porém, por meio de ajuste contratual, pelo qual o devedor autoriza o credor a se apropriar dos frutos como forma de ABATIMENTO do débito e juros. 
F) Faculdade de ALIENAR ANTECIPADAMENTE, diante do risco de perda ou deterioração;
Mediante autorização judicial, com oitiva do devedor /dono da coisa;
Pode ser EVITADA, se ocorrer a SUBSTITUIÇÃO do bem, ofertada outra forma de garantia.
EXTINÇÃO DO PENHOR:
Em conformidade com o art. 1.436, o penhor será extinto quando:
• extinguir-se a obrigação à Satisfação do débito;
• perecer a coisa à Desaparecimento /Perda da coisa - não há NJ sem objeto;
• renunciar o credor à Ato formal e averbado;
• confundir-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa à Ninguém pode se torna credor de si mesmo;
 A CONFUSÃO PARCIAL NÃO extingue o penhor! Ex: O credor adquire apenas um dos quatros objetos dado em garantia, continua sobre os bens não confundidos.
Pelo INDAPIMPLEMENTO, pode ocorrer a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
Descumprimento que traduz a necessidade de executar.
OBS: A extinção do penhor se torna EFICAZ APENAS APÓS A AVERBAÇÃO DO CANCELAMENTO DO REGISTRO, à vista da respectiva prova.
HIPOTECA
Ideia de assegurar o cumprimento da obrigação por via de uma garantia real.
Aspecto substancial: CC 
Aspecto processual: LRP (Lei 6015/73
Direito real de garantia, em virtude do qual um bem IMÓVEL (especialmente návio e aeronave) remanesce na posse do devedor ou de terceiro, assegurando preferencialmente ao credor o pagamento de uma dívida.
O bem fica afetado como CAUÇÃO ESPECÍFICA de uma obrigação.
Não efetuando o pagamento, executa!
CARACTERISTICAS DA HIPOTECA:
A) Direito real de garantia – se adere ao bem e possui oponibilidade erga omnes.
B)É acessória, pois não se concebe garantia sem uma obrigação a ser garantida.
C) Tem por objeto COISA IMÓVEL .
D) O objeto – pode ser coisa de propriedade do devedor ou de terceiro.
E) A posse da coisa hipotecada permanece com o proprietário, NÃO SE TRANSFERE ao credor.
F) INDIVISIVEL, pois não satisfeito de forma integral a dívida, subsiste por inteiro sobre a totalidade dos bens gravados.
G) TEMPORÁRIO: Tendo como uma das causas de extinção a perempção ou usucapião.
F) Não adere ao princípio da EXCLUSIVIDADE – ART,1476
OBSERVAÇÕES:
Uma garantia ponderada, atendendo simultaneamente aos interesses do credor e devedor.
Constituída a hipoteca, cria-se para o devedor a obrigação de nada fazer que possa diminuir a extensão ou o valor da garantia.
O devedor só será DESAPOSSADO após a execução do bem, diante do inadimplemento da obrigação.

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