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Aulão Semiologia Farmacêutica Prof Me Mário Rezende

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LUÍS MÁRIO REZENDE JÚNIOR
Farmacêutico – UFPI
Mestre em Ciências Farmacêuticas – UFPI.
Especialista em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica
Especialista em Farmácia Hospitalar
Especializando em Fitoterapia Aplicada à Estética e Prática Esportiva.
Membro da Comissão de Ensino – CRF –PI
Professor Adjunto Faculdade Chrisfapi
Docente Instituto de Ciências, Tecnologia e Qualidade – ICTQ
Farmacêutico SAE – Piripiri-PI
Primeiro trimestre de 2019, a profissão farmacêutica foi a
segunda de nível superior que mais gerou novos empregos com
carteira assinada no Brasil nesse período;
De acordo com a Abrafarma, 2,9 mil farmácias possuem salas e
consultórios em operação e mais de 8 mil farmacêuticos das redes
estão focados neste atendimento;
ASPECTOS REGULATÓRIOS
Necessidade social 
do farmacêutico
Aparência e vestuário
Adequação da linguagem 
Tom de voz
Linguagem corporal
“A semiologia é uma das áreas do conhecimento que auxiliam o farmacêutico no
reconhecimento da(s) necessidade(s) e do(s) problema(s) de saúde do paciente, a
partir de uma demanda ou queixa apresentada, e na seleção das melhores
intervenções possíveis, a fim de obter resultados ótimos em saúde, reduzir a
morbimortalidade relacionada a medicamentos e melhorar a qualidade de vida do
paciente”
NOÇÕES DE SEMIOLOGIA
ANAMNESE:
(Grega); ana = trazer de novo + mnesis = memoria.
DADOS SUBJETIVOS:
São aqueles que não podem ser medidos diretamente, nem sempre são exatos e
reprodutíveis, e incluem percepções, queixas, crenças, emoções, entre outros.
DADOS OBJETIVOS:
São dados mensuráveis e observáveis, cuja acurácia depende da qualidade da
medida. Ex.: inspeção, palpação, auscultação...
NOÇÕES DE SEMIOLOGIA
NOÇÕES DE SEMIOLOGIA
▪ SINAIS:
Do latim “signalis”, que significa manifestação, indício ou vestígio. São manifestações
clínicas visíveis e perceptíveis pelo profissional. Ex.: mal hálito, ulceras na mucosa
bucal, etc.
▪ SINTOMAS:
Do grego “sympitien”, que significa acontecer. São manifestações subjetivas
percebidas pelo paciente e relatadas ao profissional. Ex.: dor, náusea, cansaço,
prurido, dormência, etc.
▪ SINTOMATOLOGIA OU QUADRO CLÍNICO:
Representa um conjunto de sinais e sintomas presentes em uma determinada doença.
Ex.: disfunção temporomandibular.
NOÇÕES DE SEMIOLOGIA
NOÇÕES DE SEMIOLOGIA
PROBLEMA DE SAÚDE:
Qualquer queixa, observação ou evento que o paciente ou o profissional da saúde
percebe como um desvio da normalidade, e que já afetou, afeta ou poderá afetar a
capacidade funcional do paciente.
PROPEDÊUTICA E SEMIOGÊNESE:
Consistem em conhecer e buscar os sintomas e sinais, compreender sua gênese,
aprender a coletar os dados da anamnese e do exame físico para avaliação das
necessidades de saúde do paciente.
SEMIOTÉCNICA:
Consiste na técnica de coleta dos sinais e/ou sintomas para avaliação da(s)
necessidade(s) de saúde do paciente.
NOÇÕES DE SEMIOLOGIA
ACOLHIMENTO DA DEMANDA:
▪ Iniciativa do Paciente em procurar o farmacêutico;
▪ Relatos sobre sinais e/ou sintomas identificados pelo paciente, e de suas
expectativas, crenças, preocupações e tentativas prévias de tratamento;
▪ Farmacêutico: escuta ativa e qualificada do(s) problema(s) de saúde do paciente,
resposta positiva, responsabilizando-se pela sua resolução;
▪ Garantia de acesso aos recursos necessários ao seu tratamento.
ETAPAS DO PROCESSO SEMIOLÓGICO
ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS CLÍNICOS:
▪ Relato espontâneo: insuficiente;
▪ Realização da Anamnese e verificação de parâmetros clínicos;
▪ Objetivos:
✓ Identificar a(s) necessidade(s) e o(s) problema(s) de saúde do paciente;
✓ Situações especiais e as precauções;
✓ Informações relevantes para a resolução do(s) problema(s).
▪ Plano de Cuidado: conformidade com o paciente.
ETAPAS DO PROCESSO SEMIOLÓGICO
Elementos da Anamnese Farmacêutica:
A anamnese possibilita analisar o discurso do paciente;
▪ Identificação
▪ Queixa Principal ou Demanda
▪ História da Doença Atual (HDA)
▪ História Médica Pregressa (HMP)
▪ História Familiar (HF)
▪ História Pessoal e Social (HPS)
▪ Revisão por Aparelhos (RA) ou por Sistemas (RS)
PARÂMETROS CLÍNICOS: PA, TEMPERATURA, PESO ALTURA, ETC.
ETAPAS DO PROCESSO SEMIOLÓGICO
▪ Nome completo; número de registro ou prontuário (se em hospital) 
▪ Idade (e/ou data de nascimento) 
▪ Sexo 
▪ Cor / Raça 
▪ Estado civil
▪ Profissão e escolaridade 
▪ Nacionalidade/ Naturalidade 
▪ Procedência atual e remota 
▪ Cuidador, se for o caso
▪ Motivo da procura e consulta;
▪ Orienta a atenção para o sistema ou aparelho acometido (geralmente);
▪ Usar, se possível, as palavras do paciente;
▪ Registro curto;
▪ Atenção aos poli queixosos!
QUEIXA E DURAÇÃO (QD) OU QUEIXA PRINCIAL (QP)
▪ Contexto do paciente: quem mora junto, quem prepara ou supervisiona os
medicamentos e alimentos, situações de violência familiar e nas redondezas;
▪ Atividades da vida diária: mensura a independência do paciente;
▪ Crenças e restrições religiosas;
▪ Perspectivas do paciente quanto ao futuro.
HISTÓRICO PSICOSSOCIAL
▪ Se possível, cheque os recipientes;
▪ Checar tempo de uso, motivo do uso, técnica correta, efeitos colaterais; 
▪ Checar horários, modo de tomada, regularidade, quem prescreveu;
▪ Incluir remédios caseiros, sem prescrição, laxantes, anticoncepcionais. Busca 
ativa;
▪ Checar o que já usou e porque não usa mais.
HISTÓRIA MEDICAMENTOSA
▪Tabagismo (quantidade, tempo, tentativas de cessação e causas do insucesso) –
3 minutos de aconselhamento fazem diferença!
▪Tabagistas passivos;
▪Uso de drogas;
▪Álcool (quantidade, tipo de bebida, tempo);
▪Exercício (tipo, tempo diário ou semanal);
▪Sexo seguro / Dieta ou dia alimentar.
HÁBITOS E VÍCIOS
▪ Se foi amamentado exclusivo ao seio materno e quanto tempo;
▪ Idade do desmame e condições;
▪ Qualidade e quantidade dos alimentos ofertados; 
▪ Número de refeições;
▪ Pesquisar intolerância ou alergia alimentar.
ANTECEDENTES ALIMENTARES
▪ Pesquisar doenças na família;
▪ Idade, sexo e estado de saúde dos irmãos;
▪ Idade e estado de saúde dos pais.
HISTÓRIA FAMILIAR
▪ Exploração detalhada das queixas e dos problemas que fizeram o paciente
procurar a consulta;
▪ Contém a história evolutiva da “doença” (ou condição), desde seu início até o
momento da consulta.
HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) OU HISTÓRIA 
PROGRESSA DA MOLÉSTIA ATUAL (HPMA)
Preferir perguntas abertas: 
▪ Que tipo de problema você está tendo? 
▪ Sente dor no estômago? Como é essa dor? 
▪ Como era sua saúde antes do infarto? 
▪ O que mais o senhor sente quando começa a dor? 
HMA – DADOS
Perguntas Abertas:
▪ Pedem ao paciente informações gerais;
▪ Permitem que conte sua história espontaneamente ;
▪ O “divagar” excessivo deve ser controlado de forma sensível, mas firme;
▪ “Múltiplas escolhas”, quando buscar dados específicos.
HMA – DADOS
Descrição das características
Exemplo:
DOR
▪ Localização: Onde dói? Esta dor se irradia?
▪ Caráter ou qualidade: Como é a dor?
▪ Quantidade e/ou intensidade: Quanto dói? Até onde incomoda? Dar notas,
qualificar, buscar similares, buscar incapacidade
▪ Sequência cronológica: Início, duração e frequência, associação com eventos ou
períodos
HMA – SINTOMAS PRINCIPAIS
▪ Períodos ou circunstâncias: em que os sintomas ocorrem: movimentos,
alimentos, fatores ambientais, atividades pessoais, reações emocionais, etc;
▪ Fatores associados: outros sintomas simultâneos;
▪ Fatores agravantes ou de alívio: repouso, esforço, mudança de posição, uso
de medicamentos, relação com alimentos;
▪ Anotar dados negativos relevantes ;
▪ Repercussão: o quanto afetam vida diária, convívio social, trabalho, auto-
imagem.
HMA – SINTOMAS PRINCIPAIS
Coletar dados sobre as doenças e internações ocorridas anteriormente:
▪ Doenças prévias;
▪ Acidentes, cirurgias, hospitalizações;
▪ Alergias e intolerâncias;
▪ Vacinas;
▪ História ocupacional e ambiental, riscos domésticos, medidas de segurança;
▪ Outrasdoenças infecciosas ou contato com portadores (tuberculose);
▪ Transfusões sanguíneas;
▪ Doenças crônicas: hipertensão (HAS), diabetes (DM), insuficiências, doenças
respiratórias, doenças endocrinológicas.
HISTÓRIA PATOLÓGICA PROGRESSA (HPP)
▪ Perguntas pertinentes, de preferência com um objetivo baseado em raciocínio
clínico;
▪ Roteiro individualizado ;
▪ Análise dos sintomas: os pacientes reais “não lêem o livro”!
▪ "Se você não sabe o que procura, não vai saber quando encontrar” (prof. Milton
Martins).
REVISÃO DE SISTEMAS
▪ Perguntas sobre sintomas específicos ligados aos diversos aparelhos,
sistemas e regiões do corpo;
▪ Deve ser individualizado devem ser feitas perguntas que o entrevistador
considerar necessárias para determinado paciente -busca ativa de sintomas, de
acordo com o raciocínio clínico;
▪ Cada um dos sintomas encontrados, se possível, deve ser caracterizado, com
relação a intensidade, duração, fatores de melhora e piora, ritmo e
periodicidade.
ISDA – INTERROGATÓRIO SOBRE OS 
DIVERSOS APARELHOS
▪ Febre;
▪ Alterações de apetite;
▪ Peso habitual e alterações recentes de peso (ganho ou perda);
▪ Fraqueza, fadiga (cansaço);
▪ Sudorese, calafrios;
▪ Tristeza, ansiedade;
▪ Padrão de sono.
ISDA – SINTOMAS GERAIS
▪ Problemas de comunicação; 
▪ Crianças; 
▪ Adolescentes; 
▪ Idosos; 
▪ Deficientes visuais ou auditivos.
ISDA – SITUAÇÕES ESPECIAIS
▪ Raramente precisa ser suprimido;
▪ Aceite, ofereça um lenço e uma palavra de conforto;
▪ Espere a recuperação: geralmente logo o paciente se recupera e retoma o
discurso;
▪ Se depressão, fale sobre o assunto sem medo ou vergonha.
CHORO
Somando os dados obtidos da entrevista com o exame clínico, deve-se formular
hipóteses e, a partir daí, tomar condutas: orientações, investigação,
encaminhamentos, tratamentos etc.
FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
▪ ID: I.S., 33 anos, masculino, balconista em loja de material de construção,
natural do Dirceu, em Teresina, há 3 anos, solteiro
▪ QP: está sempre gripado
▪ HMA: relata coriza e espirros frequentes, diários, que pioram sempre que entra
no almoxarifado ou manipula objetos empoeirados. Nega febre. Cefaléia frontal
eventual. Coriza hialina. Sem tosse ou expectoração.
CASO CLÍNICO
“Existe sempre um terceiro fator da doença e de como ela se
manifesta em determinado paciente: são os aspectos
psicológicos, familiares, sociais, de trabalho e econômicos que
cercam o indivíduo e sempre são fundamentais para entender
a doença e como ela se manifesta em cada um deles”
(História Clínica, In Semiologia Clínica, Editora Sarvier, 2002)
“Que o medo de falhar jamais supere a 
vontade de conseguir.”

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