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USUCAPIÃO CPC

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Da usucapião de bens imóveis:
É um modo originário de aquisição de propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa. Art. 1238 reafirma a usucapião como modo de aquisição de propriedade imobiliária.
A sentença de usucapião implicará o cancelamento de qualquer registro que se relacione com as garantias primitivamente relacionada a débitos contraídos pelo antigo proprietário, contudo, deverá o usucapiente arcar com os custos referentes a impostos de propriedade urbana ou rural.
O usucapiente recebe o bem livre de maculas, não incidindo ITBI e outros, já que o usucapiente não adquire a coisa do antigo proprietário.
Requisitos da usucapião:
Posse com intenção de dono (animus domini) – entra em cena o conceito de posse de Savigny, que tem como conteúdo o corpus (domínio fático) e o animus domini (intenção de dono).
Posse mansa e pacífica – exercida sem qualquer manifestação em contrário de quem tenha legítimo interesse, ou seja, sem a oposição do proprietário do bem. Se em algum momento houver contestação dessa posse pelo proprietário, desaparece o requisito da mansidão.
Posse contínua e duradoura, em regra, e com determinado lapso temporal – posse sem intervalos, sem interrupção
Posse justa – a posse usucapível deve se apresentar sem os vícios objetivos, ou seja, sem a violência, a clandestinidade ou a precariedade. Se a situação fática for adquirida por meio de atos violentos ou clandestinos, não induzirá posse, enquanto não cessar a violência ou a clandestinidade
Posse de boa-fé e com justo título, em regra – a usucapião ordinária, seja de bem imóvel ou móvel, exige a boa-fé e o justo título (arts. 1.242 e 1.260 do CC).
Modalidades de usucapião de bens imóveis
a) Da usucapião ordinária (art. 1.242 do CC)
Expressa o art. 1.242 do CC que: “Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico”. Como se nota, concentra-se no mesmo dispositivo duas modalidades de usucapião
ordinária: No caput do comando há previsão da usucapião ordinária regular ou comum, cujos requisitos são os seguintes:
· Posse mansa, pacífica e ininterrupta com animus domini por 10 anos. O CC/2002
· reduziu e unificou os prazos anteriormente previstos, que eram de 10 anos entre
· presentes e de 15 anos entre ausentes (art. 551 do CC/1916). 
· Justo título. Boa-fé, no caso a boa-fé subjetiva, existente no campo intencional ou psicológico(art. 1.201 do CC).
b) Da usucapião extraordinária (art. 1.238 do CC)
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Ora, é requisito essencial da usucapião extraordinária a existência, em regra, de uma posse mansa e pacífica, ininterrupta, com animus domini e sem oposição por 15 anos. 
O prazo cai para 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual ou houver realizado obras ou serviços de caráter produtivo, ou seja, se a função social da posse estiver sendo cumprida pela presença da posse-trabalho.
Da usucapião constitucional ou especial rural – pró-labore
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Em relação aos seus requisitos, podem ser destacados os seguintes:
· A área não pode ser superior a 50 hectares (50 ha), e deve estar localizada na zona rural.
· A posse deve ter cinco anos ininterruptos, sem oposição e com animus domini.
· O imóvel deve ser utilizado para subsistência ou trabalho (pro labore), podendo ser na agricultura, na pecuária, no extrativismo ou em atividade similar. O fatoressencial é que a pessoa ou a família esteja tornando produtiva a terra, por força de seu trabalho.
· Aquele que pretende adquirir por usucapião não pode ser proprietário de outro imóvel, seja ele rural ou urbano.
A usucapião constitucional ou especial urbana (pro misero)
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Pois bem, sintetizando, pelo que consta das normas, são os requisitos da usucapião constitucional ou especial urbana:
· Área urbana não superior a 250 m2.
· Posse mansa e pacífica de cinco anos ininterruptos, sem oposição, com animus domini.
· O imóvel deve ser utilizado para a sua moradia ou de sua família, nos termos do que prevê o art. 6.º, caput, da CF/1988 (pro misero).
· Aquele que adquire o bem não pode ser proprietário de outro imóvel, rural ou urbano; não podendo a usucapião especial urbana ser deferida mais de uma vez.
usucapião especial urbana por abandono do lar. Vejamos a redação do novo comando, constante do art. 1.240-A do CC/2002:
“Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Da usucapião especial urbana coletiva (art. 10 da Lei 10.257/2001)
É a redação atual do art. 10 do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001): “Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural”. Consagra-se, assim, a usucapião especial urbana coletiva, ou, tão somente, usucapião coletiva, possível nos casos envolvendo imóveis localizados em zonas urbanas,
Em suma, são seus requisitos:
· Área urbana, sendo certo que a área total, dividida pelo número de possuidores, deve ser inferior a 250 m2 por possuidor.
· Posse de cinco anos ininterruptos, sem oposição, com animus domini, não havendo exigência de que a posse seja de boa-fé.
· Existência no local de um núcleo urbano informal ou de um núcleo urbano informal consolidado.
· Aquele que adquire não pode ser proprietário de outro imóvel – rural ou urbano.
Da usucapião de bens móveis
Usucapião ordinária – Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente, durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Portanto, são requisitos da usucapião ordinária de bens móveis a posse mansa, pacífica em com intenção de dono por três anos, o justo título e a boa-fé.
Usucapião extraordinária – Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião extraordinária, independentemente de título ou boa-fé, que se presumem de forma absoluta. 
Ações possessórias 
No caso de ameaça à posse (risco de atentado à posse ( não concretizado)) = caberá ação de interdito proibitório.
É a proteção preventiva da posse ante a ameaça de turbação ou esbulho. Esta disposto nos arts. 567 e 568 do CPC. É ordem oumandado judicial provocado pelo possuidor direto ou indireto ameaçado de sofrer turbação ou esbulho. Em outras palavras, é a ameaça de turbação ou esbulho. Ordem ou mandado judicial provocado pelo possuidor direto ou indireto ameaçado de sofrer turbação ou esbulho, para resguardar-se de violência iminente, que visa proibir o réu de praticar o ato, sob pena de pagar multa pecuniária, inclusive perdas e danos, em favor do autor ou de terceiro
No caso de turbação (atentados fracionados à posse =, atentado de forma não permanente) = caberá ação de manutenção de posse.
A ação de manutenção na posse visa proteger o possuidor que tem o seu exercício da posse dificultado por atos materiais do ofensor denominados de atos de turbação, como dispõe o art. 560 e ss do CPC. Na verdade, é o meio de que se pode servir o possuidor que sofrer turbação, a fim de manter a sua posse, receber indenização pelos danos sofridos. Nesse sentido, aquele possuidor que sofrer embaraço na sua posse, sem contudo perdê-la, poderá propor ação de manutenção de posse, provando a existência desta e a turbação, sem discutir a qualidade do direito do turbador, nem a natureza ou profundidade do dano, requerendo ao magistrado a expedição do mandado de manutenção.
No caso de esbulho (atentado consolidado à posse (forma definitiva)) = caberá ação de reintegração de posse.
Se o possuidor é esbulhado, como no caso de estranho que invade a casa deixada pelo inquilino, houve a perda da posse e a ação de reintegração de posse, serve para recuperar a posse. Assim, a ação de reintegração de posse é o remédio processual cabível quando o possuidor é despojado do bem possuído, prática esta denominada esbulho, como dispõe o art. 560 e SS do CPC
Obs>
Se a ameaça, a turbação e o esbulho forem novos, ou seja, tiverem menos deum ano e um dia, caberá a ação de força nova: o respectivo interdito possessório seguirá o rito especial, cabendo liminar nessa ação.
Se a ameaça, a turbação e o esbulho forem velhos, com pelo menos um ano e um dia, caberá ação de força velha, que segue o ora procedimento comum (rito ordinário, no CPC/1973), não cabendo a respectiva liminar. Todavia, será possível, no último caso, uma tutela de urgência ou de evidência, nos termos dos arts. 300 a 311 do Novo CPC. Tal enquadramento depende das circunstâncias do caso concreto.
Pelo princípio da instrumentalidade das formas, temos que a existência do ato processual é um instrumento utilizado para se atingir determinada finalidade. Assim, ainda que com vício, se o ato atinge sua finalidade sem causar prejuízo às partes, não se declara sua nulidade. Em resumo, o princípio da instrumentalidade das formas pressupõe que, mesmo que o ato seja realizado fora da forma prescrita em lei, se ele atingiu o objetivo, esse ato será válido.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
O detentor não tem legitimidade ativa e passiva, ao detentor caberá somente a autotutela imediata e proporcional da posse, sendo detentor indicado como réu na ação possessória deverá valer-se da nomeação da autoria.
Cumulação de pedidos: de indenização multa pela não cessação imediata da agressão a posse bem como demolição, não desnaturam a natureza da ação possessória que continuará a seguir processo especial.

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