Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO E SÍNDROMES GERIÁTRICAS Santo Antônio de Jesus Setembro, 2016 Profª Fernanda de Oliveira Souza OBSERVAÇÃO: Deseja uma imagem diferente neste slide? Selecionea imagem e apague-a. Agora, clique no ícone Imagens no espaço reservado para inserir sua própria imagem. * A fisiologia... Os idosos usam suas reservas fisiológicas para manter a homeostase. Quando as reservas são necessárias para suprir aumento das demandas de doenças agudas, ocorre falência dos sistemas. Nossos órgãos e tecidos têm um turnover celular diferente e um padrão de envelhecimento também diferente. PELE E ANEXOS Derme Redução da espessura Menor celularidade e vascularização Degeneração das fibras de elastina Degeneração das fibras de colágeno Maior mobilidade Rugas Palidez Redução do tamanho e da função de glândulas sudorípara e sebácea Sudorese prejudicada Alteração na regulação da temperatura PELE E ANEXOS Palidez devido a menor quantidade de melanócitos Manchas hipercrômicas em áreas expostas ao sol – face e dorso das mãos Melanose senil (púrpura senil pele e subcutâneo menos espessos + trauma) Ainda sobre a pele... Pêlos: Redução geral dos pêlos em todo o corpo, exceto narinas, orelhas e sobrancelhas Perda da pigmentação dos pêlos – cabelos brancos Inativação de células do bulbo capilar – queda de pêlos e calvície Unhas: Tornam-se frágeis, sem brilho, com estriações longitudinais e descolamento Grau de crescimento progressivamente menor Alteração na audição Alteração no paladar Graus de perda do paladar Perda de olfato... Água Corporal Redução de 20 a 30% da água corporal total Redução mais importante no conteúdo intracelular “Desidratado crônico” Maior risco de desidratação aguda Alteração no volume de distribuição de drogas hidrossolúveis Condição cardíaca Retardo no enchimento do ventrículo esquerdo Endurecimento e espessamento da parede ventricular esquerda Menor frequência cardíaca em repouso Menor frequência cardíaca máxima induzida por exercícios Espessamento das válvulas cardíacas (mitral e aórtica) Sopros Aumento progressivo da pressão arterial Aumento da resistência vascular periférica Sistema Respiratório Perda da retração elástica dos pulmões Perda da capacidade respiratória máxima Menor capacidade de troca de oxigênio e monóxido de carbono ao nível alveolar Reflexos pulmonares como tosse e função ciliar reduzidos Predisposição de indivíduos idosos ao acúmulo de secreções Fisiologia da Micção A imunossenescência implica no declínio da competência imune que acompanha o envelhecimento. Nesse sistema há o aumento da suscetibilidade a infecções, de autoanticorpos e imunoglobulina monoclonal e tumorigênese. Sistema Muscular Perda de massa muscular – sarcopenia Diminuição do peso corporal Redução da força muscular, mobilidade, equilíbrio Quedas Menor tolerância a esforço físico Diminuição da sensibilidade à insulina Intolerância à glicose Massa óssea Redução do conteúdo mineral ósseo Maior perda de massa óssea após a menopausa Redução dos níveis de hormônio do crescimento Estatura: Perda de 1 cm por década a partir dos 40 anos de idade Aumento da curvatura da coluna vertebral Diminuição dos arcos dos pés Perda de massa óssea Hipercifose torácica Achatamento dos discos intervertebrais Gordura Aumento de 20 a 30% na gordura corporal total (2 a 5%/década, após os 40 anos) Tecido adiposo em menor quantidade nos membros Deposição abdominal e visceral da gordura Aumento da meia-vida das drogas lipossolúveis (benzodiazepínicos) Indicadores de fragilização na velhice para o estabelecimento de medidas preventivas Alguns profissionais de saúde consideram fragilidade como uma condição intrínseca do envelhecimento, atitude essa que pode ocasionar intervenções tardias, com potencial mínimo de reversão das conseqüências adversas da síndrome, o que inclui a redução da expectativa de vida saudável ou livre de incapacidades. A partir da década de 90 a associação entre incapacidade e fragilidade passou a ser questionada com base em três grandes premissas: a) nem todas as pessoas com declínio funcional são frágeis; b) nem todas as pessoas frágeis apresentam declínio funcional; c) medidas preventivas parecem interferir na instalação dessa síndrome. Por isso... O conceito de "ser frágil" foi sendo gradativamente substituído pela condição de "tornar-se frágil. Capacidade Funcional ao Longo da Vida Terceira Idade Manter independência e prevenir incapacidade Infância Crescimento e desenvolvimento Vida Adulta Manter o maior nível funcional possível Mudança de condicionamento Suporte ambiental Reabilitar e garantir qualidade de vida Idade Capacidade funcional Limiar de incapacidade A saúde do idoso está estritamente relacionada com a sua funcionalidade global, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. Essa capacidade de funcionar sozinho é avaliada por meio da análise de: Atividades de vida diária básicas (AVD) - fundamentais para a auto preservação e sobrevivência do individuo e referem-se as tarefas do cotidiano necessárias para o cuidado com corpo (Independência, dependência completa ou completa); Atividades de vida diária instrumentais (AVDI) - mais complexas que as básicas e são indicadoras da capacidade do idoso de viver sozinho na comunidade. Incluem as atividades relacionados ao cuidado intradomiciliar ou domestico; Atividades de vida diária avançadas (AVDA) - atividades relacionadas a integração social, englobando as atividades produtivas, recreativas e sociais. Considerações… FUNCIONALIDADE GLOBAL Atividades Relacionados ao Auto-Cuidado Referem-se às tarefas necessárias para o cuidado com corpo ou auto-preservação. Atividades Relacionados ao Domicílio Referem-se às tarefas necessárias para o cuidado com o domicílio ou atividades domésticas. Atividades Relacionados à Integração Social Referem-se às atividades produtivas, recreativas e sociais. Atividades de Vida Diária AVANÇADAS Atividades de Vida Diária INSTRUMENTAIS Atividades de Vida Diária BÁSICAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA SAÚDE Toda a abordagem geriátrica tem como ponto de partida a avaliação da funcionalidade global, através das atividades de vida diária básicas, instrumentais e avançadas. O principal sintoma a ser investigado e a presença de declínio funcional. A saúde do idoso é determinada pelo funcionamento harmonioso de quatro domínios funcionais: COGNIÇÃO, HUMOR, MOBILIDADE E COMUNICAÇÃO. Cognição: conjunto de capacidades mentais que permitem ao individuo compreender e resolver os problemas do cotidiano (memória, função executiva, linguagem, praxia, gnosia/percepção e função visuoespacial). Os testes mais utilizados: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Lista de palavras do CERAD, Teste de reconhecimento de figuras, Teste de fluência verbal (BRUCKI, 1997) e Teste do relógio. Considerações… Humor: A presença de sintomas depressivos e frequente entre os idosos. Varia desde a tristeza isolada ate a depressão maior. A escala de depressão mais utilizada em idosos e a “Escala de Depressão Geriátrica” (Geriatric Depression Scale – GDS) + avaliação dos critérios padronizados do DSM-IV. Mobilidade: capacidade de deslocamento é avaliada através: postura, marcha e transferência + alcance, apreensão e pinça + capacidade aeróbica + continência esfincteriana. Comunicação: importante para participação social, capacidade de execução de tomada de decisões. As habilidades comunicativas envolvem a linguagem, audição, motricidade oral e fala/voz. Os testes mais aplicados: Visão - Teste de Snellen simplificado; Audição - Teste do sussurro; Fala, voz e motricidade orofacial - Avaliação da voz, fala e deglutição.Considerações… FUNCIONALIDADE GLOBAL É a capacidade de funcionar sozinho ou de gerir a própria vida e cuidar de si mesmo COGNIÇÃO É a capacidade mental de compreender e resolver os problemas do cotidiano HUMOR É a motivação necessária para as atividades e/ou participação social MOBILIDADE É a capacidade de deslocamento do indivíduo e de manipulação do meio COMUNICAÇÃO SAÚDE AUTONOMIA DECISÃO: É a capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras. INDEPENDÊNCIA EXECUÇÃO: Refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios Capacidade aeróbica Continência esfincteriana Marcha, postura e transferência Alcance, preensão e pinça A perda dessas funções resulta nas grandes Síndromes Geriátricas FALA, VOZ E MOTRICIDADE OROFACIAL AUDIÇÃO VISÃO Instabilidade Postural: Quedas Perda de reflexos de correção e aumento da oscilação do corpo - tendência a queda. A manutenção do equilíbrio corporal em posição bípede representa capacidade fundamental para a manutenção da estabilidade postural. O equilíbrio corporal é mantido pela integração entre informações sensoriais captadas pela visão, sistema vestibular e propriorreceptores. O equilíbrio corporal permite corrigir mudanças de posição o corpo em relação à base de sustentação. Marcador de início de declínio funcional; Sintoma de uma enfermidade nova; Aumenta com a idade - mudanças musculoesqueléticas. Epidemiologia das quedas em idosos Incidência anual de quedas: - Indivíduos de 65 a 74 anos: 32% - Indivíduos de 75 a 84 anos: 35% - Idosos com 85+ anos: 51% - Idosos brasileiros (60+anos): 30% - Idosos institucionalizados: 50% Mais freqüente entre mulheres até 75 anos de idade (Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001; Pereira & Mendonça. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed. 2006) Instabilidade Postural Fatores de Risco Intrínsecos Alterações Fisiológicas (envelhecimento) Enfermidades Específicas Terapia medicamentosa (Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001) Instabilidade Postural Fatores de Risco Extrínsecos > 70% quedas ocorrem em casa (Maior risco para quem vive só). Fatores ambientais (~50%) - Iluminação inadequada - Superfícies escorregadias - Tapetes soltos ou com dobras - Degraus altos ou estreitos - Obstáculos no caminho - Ausência de corrimão / barras de apoio - Cadeira sem braço ou encosto - Cama e assentos muito baixos ou altos - Calçados e bengalas inadequados Instabilidade Postural Consequências da Instabilidade Postural SAE na Instabilidade Postural Oferecer um ambiente seguro Orientação sobre: sapatos adequados, avaliação periódica (visão e audição) Orientação postural / avaliação da marcha (Timed up and go <20s) Avaliar sobre: medo de queda e isolamento social Racionalização o uso de medicações Atentar para as condições nutricionais Orientação familiar (cuidador) Ambiente Seguro Sapatos Imobilidade Imobilidade Síndrome de degeneração fisiológica decorrente da redução de atividade e descondicionamento físico, sendo caracterizada pela incapacidade de se deslocar sem o auxílio de outros, para atender às necessidades de vida diária; Advém de múltiplas etiologias associadas com múltiplas consequências: “efeito dominó”. Uma imobilização temporária pode desencadear uma sucessão de eventos patológicos e complicações subsequentes, tornando o quadro extremamente complexo. Fisiopatologia Acredita-se que: - 7 a 10 dias seja um período de repouso; - 12 a 15 dias já é considerado imobilização; - A partir de 15 dias é considerado decúbito de longa duração. (KANOBEL, 2004). Imobilidade: Causas Dor e rigidez Imobilização no leito Restrição ambiental Instabilidade e medo de quedas Fármacos, alteração na marcha, hipotensão ortostática Causas cardiovascular e pulmonar Causas neurológicas (AVC, Parkinson ...) Causas mentais e sensoriais (demências, depressão, delirium, alterações visuais e auditivas) Redução da imunidade Tegumentares: Atrofia de pele; Escoriações; Dermatites, micoses; Úlceras de pressão. Respiratórias: Redução da VP; hipersecreção brônquica, Pneumonias; TEP, Insuficiência respiratória. Músculo-esqueléticas: Osteoporose, artrose / anquilose, fraturas; Atrofia muscular, encurtamento de tendões, hipertonia e contraturas. Cardiovasculares: Fenômenos tromboembólicos; Vasculopatia arterial; Hipotensão postural, taquicardia, náusea e sudorese. Urinários: Incontinência urinária;ITU; Retenção urinária. SNC: Delirium; Piora do déficit cognitivo; Alterações do sono. Digestivas: Desnutrição; Constipação intestinal; Fecaloma; Disfagia; Gastroparesia. Metabólicas: baixa resposta à insulina; Deficiência da síntese de vit. B12. Imobilidade: Consequências Risco de Morte - Atenção !! Síndrome de Imobilização No grau máximo de imobilidade, conhecido como síndrome de imobilização ou da imobilidade completa, o idoso é dependente completo: déficit cognitivo avançado, rigidez e contraturas generalizadas e múltiplas, afasia, disfagia, incontinências, úlceras de pressão. Necessita de cuidador em tempo integral. Figura 1 - Sarcopenia. Corte de ressonância magnética da coxa de um adulto de 21 anos, fisicamente ativo (acima) e idoso de 63 anos, sedentário (abaixo). massa muscular (cinza) está diminuída no idoso; a gordura (branco) subcutânea e intramuscular está aumentada. Imobilidade Quantificar a funcionalidade (AVD); Proceder ao Exame Clínico; Avaliar os exames complementares (conforme suspeitas ao exame clínico): Desnutrição: albumina Distúrbio metabólico: Na , K,U, C, TSH, T4 livre, Ca, glicemia jejum Anemia: hemograma e ferritina Artropatia: PCR, Raio X Miopatias inflamatórias: CK, transaminases Síndromes Infecciosas: hemograma, Urina , Raio X Higiene cutânea / tratamento das lesões; Estímulos sensoriais (ambiental / intelectual). SAE ao idoso com Imobilidade Incontinências Fisiologia da Micção A sua prevalência aumenta com a idade, variando de 12,2 para 20,9% em mulheres entre 60 e 64 anos e com pelo menos 85 anos de idade, respectivamente. Anger JT, Saigal CS, Litwin MS. The prevalence of urinary incontinence among community dwelling adult women: results from the National Health and Nutrition Examination. Survey J Urol. 2006 Fev; 175(2):601-4. Atinge 15 a 30% e pelo menos 50% dos idosos que vivem em domicílio ou em instituições asilares, respectivamente, sendo de aproximadamente 1:3 mulheres e 1:5 homens acima de 60 anos de idade. Liu C, Andrews GR. Prevalence and incidence of urinary incontinence in the elderly: a longitudinal study in South Australia. Chin Med J (Engl). 2002 Jan; 115(1):119-22. Incontinência Urinária Caracteriza-se como perda involuntária de urina, temporárias ou não, eliminando-a de forma indesejável em local e momentos inadequados . Segundo a Sociedade Internacional de Incontinência há 3 tipos de incontinência: Incontinência Urinária de Estresse (associada ao esforço) Incontinência Urinária de Urgência (associada ou precedida pela urgência urinária) Incontinência Urinária Mista (associada a urgência e ao esforço) Incontinência Urinária Causas da Incontinência Urinária As causas podem ser alterações vesicais e alterações esfincterianas. Os principais fatores de risco associados à IU na mulher são: idade, trauma do assoalho pélvico, fatores hereditários, raça, menopausa, obesidade, doenças crônicas, uso de alguns simpaticomiméticos e parasimpaticolíticos, constipação, tabagismo, consumo de cafeína exercícios intensos na região abdominal Abordagens terapêuticas da Incontinência urinária Abordagem médica Abordagem fisioterapêutica Abordagem de enfermagem ( terapia comportamental) SAE ao idoso portador de incontinência urinária Terapia Comportamental Mudança de Hábitos de Vida Diário Miccional Exercícios Perineais Resultados da TerapiaComportamental Gráfico 1- Distribuição da frequência sobre perda involuntária de urina das idosas ANTES 1º dia - 2 episódios 2º dia - 3 episódios 3º dia - 3 episódios DEPOIS 1º dia - 1 episódio 2º dia - zero 3º dia - zero Ao final da TC 9 pacientes, isto é , 75% das idosas apresentaram ausência de perda de urina. Silva, Barbara Martins Corrêa da. Terapia comportamental no controle da incontinência urinária da mulher idosa: uma ação de enfermagem na promoção do autocuidado.2012. 94f. Dissertação ( Mestrado em Enfermagem)- Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. Incontinência: Urinária Tratamento Medidas Gerais Condições externas ao trato urinário Afecções gerais Distúrbios metabólicos (alteração cognitiva) Hidratação adequada Checagem de medicações usadas (diuréticos) Controle glicêmico Normalização do hábito intestinal Tratamento das artroses (melhora da mobilidade) Incontinentes: micção comandada Incontinência: Urinária Tratamento Medidas Específicas Tratamentos desobstrutivos Auto-cateterismo / cateterismo assistido Recuperação da musculatura (assoalho pélvico, cone vaginal) Tratamentos cirúrgicos (Colpoperíneoplastia) Tratamento medicamentoso (SNC, Ação periférica): Antidepressivos tricíclicos (Imipramina) Relaxantes musculotrópicos (Genurin e Bentyn) Anticolinérgicos (Retemic, Incontinol) Incontinência: Fecal A incontinência anal é a incapacidade, em graus variados, de reter a matéria fecal e de evacuá-la de forma voluntária. Trata-se de condição incapacitante, constrangedora e com repercussão social e econômica significativa. A perda de controle sobre a eliminação de fezes sólidas - incontinência anal total; a perda de controle restrito à eliminação de gases ou fezes líquidas - incontinência anal parcial. Em idosos acima de 60 anos, os índices encontrados foram de 10,9% para Incontinência fecal. Lopes MC, Teixeira MG, Jacob Filho W, Carvalho Filho ET, Habr-Gama A, Pinotti HW. Prevalência da incontinência anal no idoso: estudo epidemiológico com base na população atendida no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em regime ambulatorial. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São Paulo. 1997;52(1):1-12 Incontinência Fecal: Causas Trauma; Lesão iatrogênica; Incontinência fecal idiopática ou neurogênica; Degeneração do assoalho pélvico; Impactação fecal, algumas doenças orificiais e a encoprese; Abuso de laxantes; Tratamento com radiação. Incontinência Fecal: Diagnóstico Conhecer o grau de incontinência fecal Saber grau de comprometimento da qualidade de vida Uso de fralda ou tampão Hábito usual Inspeção anal (envolve o toque digital) Avaliação fisiológica especializada SAE de Enfermagem ao Idoso com Incontinência Fecal Programa de Educação Intestinal Controle da Alimentação Orientação quanto a higiene íntima Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. Incontinências: Consequências Econômicas: medicações, fraldas Físicas: irritação da pele, ITU e úlceras Psicossociais: isolamento, depressão, vergonha, diminuição da auto-estima, problemas conjugais, familiares, etc. Iatrogenia Danos provocados no paciente por tratamento, assistência e intervenção inadequados da ação profissional, através de: iatrofarmagenia, internação hospitalar, iatrogenia da palavra, iatrogenia do silêncio, subdiagnóstico, cascata propedêutica, distanásia, prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovações científicas, iatrogenia por excesso de intervenções reabilitadoras. Fatores predisponentes: Modificações determinadas pelo Envelhecimento (menor capacidade de adaptação e maior vulnerabilidade as agressões) Maior incidência de patologias Associações de afecções Drogas para tratar efeitos colaterais Sequencias de exames desnecessários Eficácia duvidosa Segurança não comprovada Dose elevada Custo elevado Complacência duvidosa Regime complexo Outros procedimentos Cascata Iatrogênica Iatrogenia: perfil do idoso Pluripatologias x Polifarmácia Baixa reserva funcional x Vulnerabilidade Após 80 anos, 25% desenvolvem reações medicamentosas Transgressão terapêutica (ignorância, déficits visuais, auditivos, de atenção e memória) * Possibilidades Iatrogênicas NA CONDUTA TERAPÊUTICA MODIFICAÇÕES FARMACOCINÉTICAS MODIFICAÇÕES FARMACODINÂMICAS REAÇÕES ADVERSAS ÀS DROGAS SINAIS e SINTOMAS Confusão mental, queda, perda de memória, depressão, inquietação, rigidez, constipação, lesões cutâneas, tremores. DROGAS QUE APRESENTAM REAÇÕES ADVERSAS Digitálicos, anti-hipertensores, anticoagulantes, psicofármacos, Hipoglicêmicos. Razões para < adesão do idoso ao tratamento Reações Adversas aos Medicamentos; Esquemas Posológicos Incompatíveis com AVD; Apresentações Inflexíveis para Dosagens apropriadas; Desconhecimento da Gravidade da Doença; Custo Elevado dos Medicamentos; Crenças e Mitos; Falta de Convencimento na Relação Equipe-Paciente. Polifarmácia Para diagnosticar e tratar a polifarmácia é necessário identificar os medicamentos em uso, a indicação clínica e a resposta individual ao tratamento. (GERIATRIC’S, 1996) A partir de 4 medicamentos, aumenta-se 3 vezes o risco de ocorrência de alguma RAM, e essa chance cresce com o nº de medicamentos: 2 medicamentos: 8% chance de desenvolver RAM 5 medicamentos: 50% chance de desenvolver RAM 8 medicamentos: 100% chance de desenvolver RAM (KIKUCHI, 2003) Qual remédio é agora? Iatrogenia: prevenção Mantenha um alto índice de suspeição para reações adversas; Evite tratamentos desnecessários; Inicie com doses baixas e aumente devagar; Interrogue sobre automedicação; Revisão regular da PM; Conhecimento das reações adversas potenciais. Incapacidade Cognitiva Comprometimento das funções encefálicas superiores, em particular as do desempenho intelectual, a ponto de prejudicarem a funcionalidade do idoso. As principais etiologias da Incapacidade Cognitiva são: Delirium, Demência, Depressão e Doenças Mentais (Esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia - 4D’s. Incapacidade Cognitiva Incapacidade Cognitiva É recomendado o uso de normas padronizadas para detectar as alterações na funcionalidade dos idosos pelo desempenho em suas atividades básicas ou instrumentais de vida diária, por intermédio das escalas de Katz e de Lawton-Brody. Causas Reversíveis Causas Irreversíveis * Delirium O Delirium (estado confusional agudo) é uma síndrome neurocomportamental por desordem transitória do metabolismo cerebral e da neurotransmissão, caracterizada por distúrbios súbito que envolve a consciência, cognição, atenção e a percepção. Os critérios indicados para o estabelecimento do diagnóstico de delirium estão descritos no DSM-IV: Perturbação da consciência, com redução da capacidade de focalizar, manter ou direcionar a atenção. Alteração na cognição ou desenvolvimento de perturbação da percepção, que não é mais bem explicada por demência preexistente, estabelecida ou em evolução. Perturbação desenvolvida em curto período de tempo (geralmente em horas ou dias), com tendência a flutuações no decorrer do dia. Evidências , a partir do histórico, do exame físico ou de achados laboratoriais, de que a perturbação seja causada por consequências fisiológicas diretas de condição médica geral. Delirium Fatores de Risco Polipatologia Obstipações Infecções Distúrbio metabólico e sensoriais Fratura Demência Múltiplas drogas psicoativas Idade > 80 anos Hospitalização Delirium x Idoso Serviços de urgência / emergência …… 40% Pós-operatório …… 2 a 60% Diagnóstico incorreto …… 36 a 67% (FABBRI, 2006) Delirium: investigação Listar medicamentos em uso; Investigar distúrbios metabólicos, hidroeletrolíticos e processo infeccioso; Avaliaçãolaboratorial: hemograma, bioquímica, EAS, culturas; Raios X de tórax; Funcionamento das eliminações: urinária e fecal. Delirium: Tratamento / prevenção Tratamento Prevenção Correção da causa básica, tratamento de suporte e sintomático Intervenção em fatores de risco: ambiente, orientação, restrição, suporte para déficits Depressão “É um distúrbio da área afetiva ou do humor, com forte impacto funcional em qualquer faixa etária, reconhecidamente de natureza multifatorial, envolvendo inúmeros aspectos de ordem biológica, psicológica e social” (DMS-IV) Depressão no Idoso Fatores de Risco: Sexo Feminino História pessoal / familiar Doença física crônica Estar sozinho Falta de base de apoio social Idade ??? Depressão A depressão é entidade clínica subdimensionada quanto ao diagnóstico e tratamento nos idosos. Os critérios diagnósticos para depressão (DSM-IV) devem levar em conta a seguinte sintomatologia: - Humor deprimido; diminuição do interesse e do prazer na maioria das atividades (anedonia); insônia ou hipersonia; ganho ou perda de peso acima de 5%; redução da capacidade de concentração; agitação ou lentificação psicomotora; fadiga; ideia inapropriada de menos valia ou de culpa; pensamento recorrente de morte ou de ideação suicida. A sintomatologia deve persistir por mais de 2 semanas, com perturbação ou alteração da capacidade funcional e não relacionada ao abuso de alguma substância, condição médica ou luto. Tratamento não medicamentoso Abordagem multiprofissional Medidas que propiciem melhora no suporte social Combinação de intervenções farmacológicas e técnicas psicoterapêuticas Religião Tratamento precoce, doença incapacitante e arriscada Casos graves, com risco de morte: eletroconvulsoterapia. Tratamento Farmacológico IMAO (inibidores da monoaminoxidase): moclobemida; toloxatona; brofaromina; befloxatona. ADT (antidepressivos tricíclicos): amitriptilina; nortriptilina; clomipramina. ** ISRS ** (inibidores seletivos de recaptação de serotonina): setralina; fluoxetina; citalopram. ** IRSN ** (inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina): Venlafaxina; Desvenlafaxina. IRAS (inibidores da recaptação/antagonista da serotonina): trazodona. Outros (aumento da neurotransmissão noradrenérgica): Mirtazapina. Depressão no Idoso Risco de suicídio História prévia de tentativa Doença física concomitante Ansiedade e pânico Agitação Uso de álcool Sentimento de inutilidade Falta de tratamento adequado A demência é uma síndrome clínica, decorrente de doença cerebral, caracterizada por comprometimento de múltiplas funções cognitivas. Frequentemente, o déficit cognitivo é acompanhado por sintomas comportamentais e prejuízo no funcionamento geral, social e ocupacional. (OMS, 1993). Demência Sinais sugestivos: perda de memória que afeta o dia a dia; desorientação temporal e espacial; dificuldades de linguagem, na atenção, com tarefas domiciliares, abstração, de julgamento; perda de iniciativa; mudança de humor, de personalidade; função neurovegetativa (sono, apetite, libido); alterações do comportamento. Não há perda da consciência! Nos estágios avançados surgem distúrbios motores, disfagia e incontinência urinária. Os quadros terminais caracterizam-se por mutismo e/ou intensa disfagia. Demência Fase Amnética: onde predominaria o déficit de memória. Fase Demencial: o paciente já apresenta alterações cognitivas + globais. Estágio Vegetativo: caracterizada por inabilidade de manter cuidados básicos, pela deterioração das funções intelectuais e acometimento da funções motoras. Demência: evolução Diagnóstico Testes neuropsicológicos - diagnóstico diferencial entre demência e depressão; História médica, neurológica, social e comportamental – afastar causas reversíveis de demência: tóxicas, metabólica, infecciosa ou estruturais; Teste de rastreamento (MEEM: considera nível de escolaridade); Exames complementares (neuroimagem, laboratoriais). O critério mais utilizado para o diagnóstico da demência encontra-se no Manual Estatístico e Diagnóstico de Desordens Mentais (DSM-IV). Demência O diagnóstico de demência, depois de afastadas as causas potencialmente reversíveis, são decorrentes de processos degenerativos primários, entre as quais 50-60% associam-se à demência de alzheimer (DA). Os demais grupos são constituídos, basicamente, pela demência: por corpos de Lewy, fronto-temporal, vascular e mista. Demência Principais Causas de Demências Etiologia Sintomatologia Doença de Alzheimer Apatia, agitação, depressão, ansiedade, irritabilidade. Delusões e alucinações são mais frequentes nas fases moderada a avançada. Demência de Corpos de Lewy Demência associada à Doença de Parkinson Alucinações visuais (80%), delusão, depressão e desordens comportamentais no sono REM (sonhos vívidos, pesadelos, agitação, etc). Demência Vascular Apatia (circuitos frontal-subcortical), depressão, labilidade emocional (incontinência emocional), delusão. Demência Fronto-Temporal Apatia, desinibição, elação, comportamentos repetitivos e ritualísticos (compulsão), hiperoralidade e alterações dietéticas importantes. O tratamento farmacológico baseia-se em drogas ditas antidemenciais, como: inibidores da acetilcolinesterase (donepezil, rivastigmina e galantamina); e nos antagonistas dos receptores do glutamato (memantina). O tratamento farmacológico da demência é constituído também pelo controle das alterações comportamentais, por intermédio da administração de antidepressivos e de antipsicóticos. Tratamento não farmacológico: estimulação cognitiva, atividades em grupo – ludicidade e terapias manuais, apoio ao familiar/cuidador – intervenções interdisciplinares. Demência A dimensão sociofamiliar é fundamental na avaliação multidimensional do idoso. A família constitui-se na principal instituição cuidadora dos idosos frágeis, devendo ser privilegiada nessa sua função (tríade do atendimento – Serviço Social). As mudanças sociodemográficas e culturais têm repercussões importantes na capacidade familiar de acolhimento às pessoas com incapacidades. A família, por sua vez, é outro elemento fundamental para o bem-estar biopsicossocial e sua ausência é capaz de desencadear ou perpetuar a perda de autonomia e independência do idoso (insuficiência familiar). Insuficiência Familiar
Compartilhar