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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC CIÊNCIAS DA VIDA E DA SAÚDE CURSO ENFERMAGEM, 5° FASE ESTUDO DE CASO - SAE LETÍCIA PAULA CANEI MARIA EDUARDA RIBEIRO VIEIRA RAMONI KEMPER ROSANE MARIA PUNTEL TAÍS KELI BECKENKAMP SÃO MIGUEL DO OESTE - SC 2022 1° ETAPA – Observação da Realidade (Histórico de Enfermagem + Exame Físico): L. I. T., 63 anos, sexo masculino, calmo, emotivo, bastante comunicativo. Atualmente mora junto de sua companheira e neta. É diabético e hipertenso, fazendo uso de medicação contínua para tais patologias. Foi diagnosticado com a Síndrome de Guillain-Barré após covid há cerca de 1 ano, ficando com problemas para deambular, com retorno parcial de movimentos há cerca de 2 meses. Relata que sente bastante tristeza, com crises de ansiedade e depressão, pois sua neta faleceu há 6 meses. Sua ingesta hídrica está reduzida, sendo melhorada com chás. Dorme bem durante a noite. Moradia sem acesso à coleta de lixo semanal e rede de esgotos. Tem acesso a água potável. Nas eliminações, teve recente retirada de sonda vesical de demora, fazendo exercícios para retorno do funcionamento da bexiga, pois sente um certo descontrole, porém com resultado esperado com eliminação presente, e quando necessário faz uso da sonda de alívio. Possui hábitos de higiene adequados. Cabelo e couro cabeludo preservado, de coloração escura, finos e de aspecto seco. Acuidade auditiva um pouco baixa e visual preservada. MMSS com boa perfusão e mobilidade, com pele hidratada. 2° ETAPA - Pontos chaves (Principais problemas que devem ser resolvidos, por ordem de prioridade): 1. Atenção à saúde mental; 2. Estimulação dos receptores de estiramento da bexiga; 3. Incentivar a deambulação e atividades físicas. 3° ETAPA – Teorização: Teorização dos pontos chaves: 1. Atenção à saúde mental: DEPRESSÃO: é uma doença psiquiátrica crônica que tem como sintomas tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. A tristeza ou luto proveniente da morte ou perda de uma pessoa amada, por mais que natural, pode aumentar os riscos de desenvolver depressão. Sinais e sintomas: • irritabilidade, ansiedade e angústia; • desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas; • diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer; • desinteresse, falta de motivação e apatia; • Tristeza. Tratamento: Medicamentos e terapia, no caso do nosso paciente: Amitriptilina e Clonazepam. Prevenção/cuidados: • Praticar exercícios físicos; • Realizar técnicas de relaxamento, como meditação e yoga; • Ter uma agenda para programar suas atividades; • Ter uma boa qualidade de sono; • Fazer atividades de lazer, que você se sinta feliz; • Manter uma alimentação saudável e equilibrada; • Manter as vacinações em dia; • Prevenir-se de outras doenças; • Estar sempre hidratado. 2. Estimulação dos receptores de estiramento da bexiga; HIPERURICEMIA: excesso de ácido úrico no sangue, o que é um fator de risco para desenvolver gota, e ainda para o surgimento de outras doenças nos rins. Sinais e sintomas: • Dor nas articulações, especialmente nos dedos dos pés, mãos, tornozelos e joelhos; • Articulações inchadas e quentes; • Vermelhidão nas articulações. • Ao longo do tempo, o acúmulo excessivo de ácido úrico pode ainda resultar em deformações das articulações. Tratamento: • redução da ingestão de proteínas; • administração de medicamentos recomendados pelo médico. No caso do nosso paciente: Alopurinol. Prevenção/cuidados: Preferir alimentos menos industrializados, seguir uma dieta balanceada e saudável, rica em leite e derivados, frutas e verduras e esquecer o consumo de bebidas alcoólicas – incluindo a cerveja, que é rica em purina. 3. Incentivar a deambulação e atividades físicas. GUILLAIN-BARRÉ: o sistema imunológico passa a atacar os nervos que fazem parte do sistema nervoso periférico, causando severos sintomas no paciente, como falta de reflexos e forte fraqueza muscular. Desenvolvida após positivado para Covid- 19. Sinais e sintomas: • dor lombar ou nas pernas; • fraqueza progressiva dos músculos, que surge de fora para dentro (primeiro as extremidades, depois os braços e pernas, depois o abdômen até atingir cabeça e pescoço); • redução ou ausência dos reflexos musculares; • pressão arterial baixa; • alterações da sensibilidade da pele; • cãibras constantes; • perda da coordenação motora; • arritmia; • dificuldade para movimentar o rosto. Tratamento: Não tem cura, sendo necessário fazer tratamentos que aliviem os sintomas e impeçam o avanço da doença, é essencial que o diagnóstico dessa condição médica seja feito o mais rapidamente possível. No caso do nosso paciente Paracetamol. Prevenção/cuidados: Podem ser necessárias terapias complementares, como a fisioterapia, como forma de recuperar a força muscular. Teorização das medicações utilizadas: ALOPURINOL: inibidor enzimático (controle ácido úrico). AMITRIPTILINA: depressão e enurese noturna, ansiolítico. ANLODIPINO: anti-hipertensivo CLONAZEN: distúrbios de ansiedade, pânico e inquietação extrema. HIDROCLOROTIAZIDA: diurético. LOSARTANA: anti-hipertensivo e insuficiência cardíaca. OMEPRAZOL: antiulceroso, antiácido. PARACETAMOL: analgésico de dores leves e moderadas, antitérmico SINVASTATINA: regulador dos níveis de colesterol LDL e HDL e triglicerídeos. Diagnósticos de Enfermagem (segundo o NANDA): Síndrome do idoso frágil, relacionado à mobilidade prejudicada, evidenciado por mobilidade física prejudicada e deambulação prejudicada. Código do diagnóstico 00257 Definição: Estado dinâmico de equilíbrio instável que afeta o idoso que passa por deterioração em um ou mais domínios de saúde (físico, funcional, psicológico ou social) e leva ao aumento da suscetibilidade a efeitos de saúde adversos, em particular a incapacidade. Características definidoras: Deambulação prejudicada; Débito cardíaco diminuído; Déficit no autocuidado para alimentação; Déficit no autocuidado para banho; Déficit no autocuidado para higiene íntima; Déficit no autocuidado para vestir-se; Desesperança; Fadiga; Intolerância à atividade; Isolamento social; Memória prejudicada; Mobilidade física prejudicada; Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais Fatores relacionados: Ansiedade; Apoio social insuficiente; Conhecimento insuficiente sobre os fatores modificáveis; Depressão; Desnutrição; Equilíbrio prejudicado; Estilo de vida sedentário; Exaustão; Força muscular diminuída; Fraqueza muscular; Imobilidade; Intolerância à atividade; Isolamento social; Média de atividade física diária inferior à recomendada para idade e sexo; Medo de quedas; Mobilidade prejudicada; Obesidade; Redução da energia; Tristeza. Populações em risco: Baixo nível educacional; Desfavorecido economicamente; Etnia diferente da caucasiana; História de quedas; Hospitalização prolongada; Idade > 70 anos; Morar só; Sexo feminino; Viver em espaço limitado; Vulnerabilidade social. Condições associadas: Alteração na função cognitiva; Anorexia; Caminhada de 4 metros requer > 5 segundos; Déficit sensorial; Disfunção da regulação endócrina; Doença crônica; Obesidade sarcopênica; Perda não intencional de > 4,5 kg em 1 ano; Perda não intencional de 25% do peso corporal em 1 ano; Processo de coagulação alterado; Redução da concentração sérica de 25-hidroxivitamina D; Resposta inflamatória suprimida; Sarcopenia; Transtorno psiquiátrico. Risco de pressão arterial instável, evidenciado por inconsistência com o regime medicamentoso. Código do diagnóstico 00267 Definição: Suscetibilidade a forças oscilantes do fluxo sanguíneo pelos vasos arteriais que pode comprometer a saúde. Fatores de risco: Inconsistência com o regime medicamentoso, Ortostasia.Condições associadas: Absorção e distribuição rápida de agente antiarrítmico, Absorção e distribuição rápida de agente diurético, Absorção e distribuição rápida de agentes vasodilatadores, Alteração hormonal, Arritmia cardíaca, Desequilíbrio eletrolítico, Efeitos adversos de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), Reações simpáticas, Retenção de líquidos, Uso de agentes antidepressivos. Risco de infecção, evidenciado por conhecimento insuficiente para evitar exposição a patógenos. Código do diagnóstico 00004 Definição: Suscetibilidade a invasão e multiplicação de organismos patogênicos que pode comprometer a saúde. Fatores de risco: Alteração na integridade da pele, Alteração no peristaltismo, Conhecimento insuficiente para evitar exposição a patógenos, Desnutrição, Estase de líquidos orgânicos, Vacinação inadequada. Populações em risco: Exposição a surto de doença. Condições associadas: Alteração no pH das secreções, da ação ciliar, Doença crônica, Hemoglobina diminuída, Imunossupressão, Leucopenia, Procedimento invasivo, Resposta inflamatória suprimida. Risco de lesão do trato urinário, evidenciado por conhecimento deficiente do paciente ou cuidador em relação a cuidados com o cateter urinário. Código do diagnóstico 00250 Definição: Suscetibilidade a danos às estruturas do trato urinário em decorrência de uso de cateteres que pode comprometer a saúde. Fatores de risco: Confusão, Conhecimento deficiente do paciente ou cuidador em relação a cuidados com o cateter urinário. Populações em risco: Extremos de idade. Condições associadas: Cognição prejudicada, Condição que previne a capacidade de fixar o cateter, Dissinergia do esfíncter detrusor, Uso prolongado de cateter urinário, Pesar complicado, relacionado à transtorno emocional, evidenciado por memórias dolorosas persistentes e saudade da pessoa falecida. Código do diagnóstico 00135 Definição: Distúrbio que ocorre após a morte de pessoa significativa, em que a experiência de sofrimento que acompanha o luto falha em atender às expectativas normais e manifesta-se como prejuízo funcional. Características definidoras: Ansiedade; Baixos níveis de intimidade; Culpar a si mesmo; Depressão; Desconfiança; Descrença; Esquiva do pesar; Estresse excessivo; Fadiga; Memórias dolorosas persistentes; Não aceitação de uma morte; Preocupação com pensamentos sobre a pessoa falecida; Procura por uma pessoa falecida; Raiva; Redução das funções nos papéis de vida; Ruminação mental; Saudade da pessoa falecida; Sensação de abalo; Sensação de afastamento dos outros; Sensação de bem-estar insuficiente; Sensação de choque; Sensação de estupor; Sensação de vazio; Sofrimento pela separação; Sofrimento relativo à pessoa falecida; Sofrimento traumático; Vivência dos sintomas sentidos pelo falecido. Fatores relacionados: Apoio social insuficiente; Transtorno emocional. População em risco: Morte de pessoa significativa. 4° ETAPA – Hipótese de Solução (Intervenções de Enfermagem segundo o NIC): Síndrome do idoso frágil: 1. Monitorar o modo de andar, o equilíbrio e o nível de fadiga com a deambulação. 2. Orientar o paciente sobre o uso de bengala ou andador, conforme apropriado. 3. Educar os familiares sobre fatores de risco que contribuam para quedas e a forma de reduzir esses riscos. Risco de pressão arterial instável: 1. Monitorar a pressão arterial. 2. Orientar sobre sinais e sintomas de hipertensão e hipotensão. 3. Orientar sobre alimentação adequada. Risco de infecção: 1. Ensinar a adequada lavagem de mãos. 2. Orientar o paciente e a família sobre os sinais e sintomas de infecção e sobre o momento de relatá-los ao profissional de saúde. 3. Ensinar ao paciente e familiares como evitar infecções. Risco de lesão do trato urinário: 1. Monitorar a ingestão e a eliminação. 2. Realizar ou ensinar ao paciente higienização de sondagem, conforme apropriado. 3. Ensinar ao paciente e familiares como evitar infecções. Pesar complicado: 1. Encorajar a expressão de sentimentos sobre a perda. 2. Orientar sobre as fases do processo do luto, se adequado. 3. Encorajar o paciente a implementar costumes culturais, religiosos e sociais associados à perda. 5° ETAPA – Aplicação à Realidade (Resultados Esperados): Síndrome do idoso frágil: Reduzir risco de quedas e possíveis lesões. Melhora do deambular. Risco de pressão arterial instável: Estabilizar pressão arterial. Reduzir riscos de oscilações da mesma. Risco de infecção: Evitar infecções. Risco de lesão do trato urinário: Evitar lesões. Pesar complicado: Facilitar processo de luto. Melhora emocional. REFERÊNCIAS: SANDRIN, Luciano. Como enfrentar a dor: entender, aceitar e interpretar o sofrimento. São Paulo: Paulinas, 1997. 157 p. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao#:~:text=A%20depress%C3% A3o%20(CID%2010%20%E2%80%93%20F33,doen%C3%A7a%20e%20iniciar%20 acompanhamento%20m%C3%A9dico. Acessado em 20 de março de 2022. MARTINS, Augusto Dê Marco. Doenças cardiovasculares e sua relação com ácido úrico e gota. São Paulo Manole 2021 1. Disponível em: https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/8-alimentos-que-ajudam-a-controlar- o-acido-urico. Acessado em 22 de março de 2022. REDE D'OR SÃO LUIZ. O que é síndrome de Guillain-Barré? 2022. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/guillaibarre%20%3Cacessado%20em% 2020%20de%20mar%C3%A7o%20de%202022%3E. Acesso em: 20 mar. 2022. North American Nursing Diagnosis Association International. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2018 – 2020. Porto Alegre (RS): Artmed; 2018. Bulechek GM, Butcher HK, Dochterman J, Wagner CM. Classificação das Intervenções de Enfermagem - NIC. 5. ed. São Paulo: Elsevier, 2010.
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