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SAÚDE E SOCIEDADE II - FRANCE

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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
Saúde e Sociedade   
SUS 
 
 
Vigilância Epidemiológica 
Coleta de Dados e Informações 
Preenchimento da Ficha Individual de Notificação 
Destaques do Preenchimento Adequado da Declaração de Óbito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
Vigilância 
Epidemiológica  
A Vigilância Epidemiológica serve para fornecer orientação técnica e científica para o controle de 
agravos (Doenças) 
 
❖​ ​História da Vigilância Epidemiológica 
 ✗1950​ - Vigilância Epidemiológica significativa 
● A observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças 
transmissíveis e de seus contatos 
● Aplicações individuais e não coletivas 
 ✗ 1960​ - Consolidou-se internacionalmente um conceito mais abrangente para VE. 
 ✗ 1966 - 1973 ​- Campanha de erradicação de Varíola (CEV) - 
● Primeira vez que o conceito de Vigilância Epidemiológica foi utilizado no Brasil. 
- Programas de controle de doenças transmissíveis coordenadas pelo MS 
- Vacinação em massa da população 
- Busca ativa de casos 
- Detecção precoce de surtos 
- Bloqueio imediato da transmissão da doença 
✗ 1969 ​- Foi organizado um sistema de notificação semanal de doenças selecionadas, baseado na 
rede de unidades permanentes de saúde e sob coordenação das SES 
● As informações de interesse desse sistema passaram a ser divulgadas regularmente pelo 
MS, através de um boletim epidemiológico de circulação quinzenal 
● Esse processo fundamentou a consolidação, nos níveis nacional e estadual, de bases 
técnicas e operacionais que possibilitaram o futuro desenvolvimento de ações de grande 
impacto no controle de doenças evitáveis por imunização 
● O principal êxito relacionado a esse esforço foi o controle da poliomielite no Brasil, na 
década de 1980, que abriu perspectivas para a erradicação da doença. 
 ✗ 1975 ​- Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) 
● Este sistema formalizado por meio da Lei 6.259 e do decreto 78.231, de 1976, incorporou o 
conjunto de doenças transmissíveis. 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 ✗ 1990 ​- Lei 8080 → Instituiu o SUS 
● Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de 
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças ou agravos. 
 
❖​ ​Determinantes X Condicionantes 
 
❖​ Vigilância Epidemiológica Atualmente 
SNVE estabelece como prioridade, o FORTALECIMENTO DOS SISTEMAS MUNICIPAIS DE 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (empoderamento do município) 
 ↡ 
Dotados de autonomia técnica e gerencial para enfocar os problemas de saúde próprios de suas 
respectivas áreas de abrangência. 
 ↡ 
Espera-se assim que os recursos locais sejam direcionados para atender, prioritariamente, ás ações 
demandadas pelas necessidades da área, no que concerne às doenças e aos agravos mais 
prevalentes 
 
❖​ Pressupostos que devem ser seguidos pelo SNVE 
● Heterogeneidade: ​Cada município pode necessitar incluir doenças na vigilância de acordo 
com as características do mesmo 
● Distintos graus de desenvolvimento: ​Técnico, administrativo e operacional dos sistemas 
locais, segundo o estágio de organização da rede de serviços em cada município 
● Incorporação gradativa de novas doenças e agravos: ​Inclusive doenças não 
transmissíveis - aos diferentes níveis do sistema. 
● Fluxos de informações baseados no atendimento às necessidades do sistema local 
de saúde: ​Sem prejuízo da transferência, em tempo hábil, de informações para outros 
níveis do sistema 
● Construção de programas de controle localmente diferenciados: ​respeitadas as bases 
técnico-científicas de referência nacional 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
 
Resumindo → Vigilância Epidemiológica 
→ Serve para fornecer orientação técnica e científica ​PERMANENTE AOS PROFISSIONAIS DE 
SAÚDE ​para a​ DECISÃO E EXECUÇÃO DE AÇÕES...​ Controle de agravos (doenças) 
- Obs: Ela não executa, apenas mostra como deve ser feito. 
→ ​Funções: 
● Coleta de dados 
● Processamento de dados 
● Análise e Interpretação de dados processados 
● Recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas 
● Promoção das ações de prevenção e controle indicadas 
● Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas 
● Divulgação de informações pertinentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
Coleta de Dados e 
Informações 
❖​ ​Norma Operacional Básica do SUS (NOB - SUS/96 - Item 14) 
 ✗ ​A presente Norma Operacional Básica tem por finalidade primordial: 
● Promover e consolidar o pleno exercício da função de gestor da atenção à saúde dos seus 
municípios 
- Por parte do poder público municipal e do Distrito Federal 
✗ ​Consequente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, 
avançando na consolidação dos princípios do SUS. 
✗ ​Implica aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país e a própria organização do Sistema, 
visto que o município passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimentos das 
necessidades e demandas de saúde do seu povo e das exigências de intervenções saneadoras em 
seu território 
 
❖​ ​14. Custeio das ações de epidemiologia e de controle de doenças 
✗ ​Os recursos da esfera federal destinados às ações de epidemiologia e controle de doenças não 
contidas no elenco de procedimentos do SIA/SUS e SIH/SUS configuram o Teto Financeiro de 
Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD) 
✗ ​O elenco de procedimentos a serem custeados com o TFECD é definido em negociação na CIT, 
aprovado pelo CNS e formalizado em ato próprio do órgão específico do MS (Fundação Nacional de 
Saúde - FNS/MS) 
 
❖​ ​14.1. Transferência regular e automática fundo a fundo 
✗ ​Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos 
Estaduais e Municipais, independente de convênio ou instrumento congênere. 
 
❖​ ​14.2. Remuneração por serviços produzidos 
✗ ​Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pelas ações de epidemiologia e controle de 
doenças , conforme tabela de procedimentos discutida na CIT e aprovada no CNS, editada pelo MS, 
observadas as condições de gestão estabelecidas nesta NOB, contra apresentação de demonstrativo 
de atividades realizadas, encaminhado pela SES ou SMS ao MS. 
 
❖​ ​14.3. Transferência por convênio 
✗ ​Consiste na transferência de recursos oriundos do órgão específico do MS (FNS/MS), por 
intermédio do Fundo Nacional de Saúde, mediante programação e critérios discutidos na CIT e 
aprovados pelo CNS, para: 
● Estímulo às atividades de epidemiologia e controle de doenças 
● Custeio de operações especiais em epidemiologia e controle de doenças 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
● Financiamento de projetos de cooperação técnico-científica na área de epidemiologia e 
controle de doenças, quando encaminhados pela CIB 
 
❖​ ​Dado X Informação 
 ✗ Dado: 
● É qualquer elemento quantitativo ou qualitativo, 
desvinculado de referencial explicativo, que, por si, 
só não conduz ao entendimento da situação 
 ✗ Informação: 
● É o produto da análise dos dados obtidos 
devidamente registrados, classificados, organizados, 
relacionados e interpretados dentro de um contexto 
para gerarconhecimento conduzindo à melhor 
compreensão de fatos e situações 
 
❖​ ​Tipos de dados 
 ✗ ​Os dados e as informações que alimentam a vigilância epidemiológica são os seguintes: 
I. Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos 
II. Dados de Morbidade 
III. Dados de Mortalidade 
IV. Notificações de surtos, epidemias e emergências de saúde pública 
 
 ✗ ​Dados Demográficos, Ambientais e Socioeconômicos  
● Permitem quantificar grupos populares com vistas à definição de denominadores para o 
cálculo de taxas 
- Número de habitantes 
- Número de nascimentos 
- Número de óbitos 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
● Discriminados segundo as características de sua distribuição por: 
- Sexo 
- Idade 
- Situação do domicílio 
- Escolaridade 
- Ocupação 
- Condições culturais 
- Condições climáticas 
- Condições habitacionais 
- Condições ecológicos 
● A disponibilidade de indicadores demográficos e socioeconômicos é primordial para a 
caracterização da dinâmica populacional e das condições gerais da vida, às quais se 
vinculam os fatores condicionantes da doença ou agravo sob vigilância 
● Dados sobre aspectos climáticos e ecológicos também podem ser necessários para a 
compreensão do fenômeno analisado 
 
 ✗ ​Dados de Morbidade  
● São os mais utilizados em vigilância epidemiológica, por permitirem a detecção IMEDIATA 
ou PRECOCE de problemas sanitários. 
 
● Correspondem à distribuição de casos segundo a condição de portadores de infecções ou 
de doenças específicas, como também de sequelas. 
● Tratam-se, em geral, de dados oriundos da notificação de casos e surtos da produção de 
serviços ambulatoriais e hospitalares, de investigações epidemiológicas, da busca ativa de 
casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras fontes. 
● A utilização dos dados de Morbidade demandam cuidados especiais na coleta e análise, 
pois pode acarretar dificuldades no que concerne à representatividade e à abrangência 
dos sistemas de informações disponíveis, bem como existe a possibilidade de duplicação 
de registros, sem falar nas deficiências de métodos e critérios de diagnósticos utilizados 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
● Trata-se de uma fonte de capital importância para fornecer indicadores da gravidade do 
fenômeno vigiado 
● No caso particular de doenças de maior letalidade, os dados de mortalidade são mais 
válidos do que os dados de morbidade por se referirem a fatos vitais bem marcantes e 
razoavelmente bem registrados 
● Sua obtenção provém das Declarações de Óbitos (DO), padronizadas e processadas pelo 
Sistema de Informações sobre Mortalidade 
 
● Preenchimento da Declaração de Óbito 
I. Cartório 
II. Identificação 
III. Residência 
IV. Ocorrência 
V. Óbito fetal ou menor que 1 ano 
VI. Condições e causas de óbito 
VII. Identificação do Médico 
VIII. Causas Externas 
IX. Localidades sem médicos 
● Mesmo considerando que essa base de dados apresenta variáveis graus de cobertura 
entre as regiões do país, algumas delas ainda com subenumeração elevada de óbitos, e a 
necessidade de um correto preenchimento das DO, trata-se de um dado que assume 
importância vital como indicador de saúde. 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
Fontes de Dados 
❖​ ​Investigue: 
 ✗ ​O que é “Notificação”? 
● É a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à 
autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção 
de medidas de intervenção pertinentes 
 
 ✗​ Quais os critérios norteiam a escolha das doenças de notificação compulsória? 
● Magnitude 
- Doenças com elevada frequência que afetam grandes contingentes 
populacionais, que se traduzem pela incidência, prevalência, mortalidade, anos 
potenciais de vida perdidos. 
 
● Potencial de disseminação 
- Se expressa pela transmissibilidade da doença, possibilidade de sua 
disseminação através de vetores e demais fontes de infecção, colocando sob 
risco outros indivíduos ou coletividades. 
 
● Transcendência 
- Tem-se definido como um conjunto de características apresentadas por doenças 
e agravos, de acordo com sua apresentação clínica e epidemiológica, das quais 
as mais importantes são: 
1. A severidade medida pelas taxas de letalidade, hospitalizações e 
sequelas; 
2. Relevância social que subjetivamente significa o valor que a sociedade 
imputa à ocorrência do evento através da estigmatização dos doentes, 
medo, indignação quando incide em determinadas classes sociais; e as 
que podem afetar o desenvolvimento, o que as caracteriza como de 
relevância econômica devido a restrições comerciais, perdas de vidas, 
absenteísmo ao trabalho, custo de diagnóstico e tratamento, etc. 
 
● Vulnerabilidade 
- Doenças para as quais existem instrumentos específicos de prevenção e controle 
permitindo a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde sob indivíduos ou 
coletividades. 
 
● Emergências de Saúde Pública, Epidemias, Surtos e Agravos Inusitados 
- Todas as suspeitas de epidemias ou de ocorrência de agravo inusitado devem ser 
investigados e imediatamente notificados aos níveis hierárquicos superiores pelo 
meio mais rápido de comunicação disponível. São situações que podem implicar 
em risco de disseminação, e exigem, portanto, a delimitação de sua área de 
ocorrência, elucidação do diagnóstico e tomadas de medidas de controle cabíveis. 
Mecanismos próprios de notificação devem ser instituídos, definidos de acordo com 
a apresentação clínica e epidemiológica do evento. 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
● Compromissos Internacionais 
- Relativos ao cumprimento de metas continentais ou mundiais de controle, de 
eliminação ou de erradicação de doenças, previstas em acordos firmados pelo 
governo brasileiro com organismos internacionais da OMS. As doenças definidas 
como de notificação compulsória internacional, obrigatoriamente, são incluídas nas 
listas de todos os países membros. Hoje, essas doenças estão restritas a três: 
cólera, febre amarela e peste. 
 
 ✗ Três aspectos particulares que devem ser considerados na notificação? 
● Notificar a simples suspeita da doença 
● A notificação tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico 
sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato 
dos cidadãos 
● O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de 
casos, considerando-se o que se denomina a notificação negativa, um indicador de 
eficiência do sistema de informações. 
 
 ✗ Quais as doenças compõem a Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação 
Compulsória definida pela portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
❖​ A base do Sistema de Vigilância Epidemiológica é formada pela notificação compulsória de 
doenças e agravos à saúde. 
❖​ Entretanto, fontes complementares são fundamentais para a obtenção de dados demográficos, 
socioeconômicos, ambientais e de morbimortalidade com a finalidade de garantir maior qualidade 
e abrangência da informação. 
● Notificação: 
- Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos 
no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) 
- Estados e municípiospodem adicionar à lista outras patologias de interesse 
regional ou local, justificada a sua necessidade e definidos os mecanismos 
operacionais correspondentes. Entende-se que só devem ser coletados dados 
para efetiva utilização no aprimoramento das ações de saúde, sem 
sobrecarregar os serviços com o preenchimento desnecessário de formulários. 
Como classificar em Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e 
quando notificar? 
1º Ponto: Suspeita ou confirmação de um caso dos seguintes agravos – varíola, poliomielite por 
poliovírus selvagem, influenza humana causada por novo subtipo viral e SARS (Síndrome 
respiratória aguda grave) – devem ser notificadas compulsoriamente, nos termos do 
Regulamento Sanitário Internacional, pois já são considerados ESPII. 
2º Ponto: Os agravos de notificação internacional em vigor no regulamento sanitário anterior 
(cólera, peste e febre amarela) e as febres hemorrágicas virais (Ebola, Lassa e Marburg), bem 
como a Febre do Nilo Ocidental e outras doenças de particular interesse nacional ou regional, 
vão precisar ser avaliadas segundo o algoritmo de avaliação para a tomada de decisão 
(notificar ou não para a OMS?) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
 
 
 
● Laboratórios 
- Os resultados laboratoriais vinculados à rotina da vigilância epidemiológica 
complementam o diagnóstico de confirmação de casos e, muitas vezes, servem 
como fonte de conhecimento de casos que não foram notificados. 
- Também devem ser incorporados os dados decorrentes de estudos 
epidemiológicos especiais realizados pelos laboratórios de saúde pública em 
apoio às ações de vigilância. 
 
● Investigação Epidemiológica 
- Os achados de investigações epidemiológicas de casos e de surtos 
complementam as informações da notificação no que se refere a fontes de 
infecção e mecanismos de transmissão, dentre outras variáveis. Também 
podem possibilitar a descoberta de novos casos não notificados. 
 
● Imprensa e População 
- Muitas vezes, informações oriundas da imprensa e da própria comunidade são 
fontes importantes de dados, devendo ser sempre consideradas para a 
realização da investigação pertinente. Podem ser o primeiro alerta sobre a 
ocorrência de uma epidemia ou agravo inusitado, principalmente quando a 
vigilância em determinada área é insuficientemente ativa. 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
❖​ ​Estudos Epidemiológicos: 
Além das fontes regulares de coleta de dados e informações para analisar, do ponto de vista 
epidemiológico, a ocorrência de eventos sanitários, pode ser necessário, em determinado 
momento ou período, recorrer diretamente à população ou aos serviços para obter dados 
adicionais ou mais representativos, que podem ser coletados por inquérito, levantamento 
epidemiológico ou investigação. 
 
● Inquéritos epidemiológicos 
- Estudo seccional, geralmente do tipo amostral, levado a efeito quando as 
informações existentes são inadequadas ou insuficientes em virtude de diversos 
fatores, dentre os quais se podem destacar: 
1. Notificação imprópria ou deficiente; 
2. Mudança no comportamento epidemiológico de determinada doença; 
3. Dificuldade na avaliação de coberturas vacinais ou eficácia de vacinas; 
4. Necessidade de avaliação da eficácia das medidas de controle de um 
programa; 
5. Descoberta de agravos inusitados. 
 
● Levantamento epidemiológico 
- Estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de 
saúde ou de outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a coletar 
dados para complementar informações já existentes. A recuperação de séries 
históricas, para análises de tendências, e a busca ativa de casos, para aferir a 
eficiência do sistema de notificação, são exemplos de levantamentos 
epidemiológicos. 
 
● Sistema Sentinela 
- Nem sempre o processo de decisão-ação necessita da totalidade de casos 
(notificação universal) para o desencadeamento das estratégias de intervenção, 
pois isto se vincula à apresentação clínica e epidemiológica das doenças e 
agravos e, principalmente, aos instrumentos de controle disponíveis e indicados 
para cada situação específica. 
- Para intervir em determinados problemas de saúde pode-se lançar mão de 
sistemas sentinelas de informações capazes de monitorar indicadores-chave na 
população geral ou em grupos especiais que sirvam de alerta precoce para o 
sistema de vigilância. 
- Existem vários tipos destes sistemas, como, por exemplo, a organização de 
redes constituídas de fontes sentinelas de notificação especializadas, já 
bastante utilizadas para o acompanhamento e vigilância da situação de câncer. 
Outra técnica baseia-se na ocorrência de evento sentinela, que é a detecção de 
doença prevenível, incapacidade ou morte inesperada cuja ocorrência serve 
como sinal de alerta de que a qualidade terapêutica ou prevenção deve ser 
questionada. Entende-se que todas as vezes em que isto ocorra o sistema de 
vigilância deve ser acionado para que o evento seja investigado e as medidas de 
prevenção adotadas. 
- A instituição de unidades de saúde sentinelas tem sido muito utilizada no Brasil 
para a vigilância das doenças infecciosas e parasitárias que demandam 
internamento hospitalar. 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
- O monitoramento de grupos-alvos, através de exames periódicos, é de grande 
valor na área de prevenção de doenças ocupacionais. Mais recentemente, 
tem-se trabalhado no desenvolvimento da vigilância de espaços geográficos 
delimitados em centros urbanos, denominado vigilância de áreas sentinelas 
- Com essa conotação, os sistemas de vigilância epidemiológica vêm utilizando 
hospitais especializados em doenças transmissíveis como "unidades de saúde 
sentinelas", que funcionam como alerta para investigação e adoção de medidas 
de controle de doenças graves que exigem atenção hospitalar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
Preenchimento da 
Ficha Individual de 
Notificação 
❖ 
 ✗ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
Preenchimento da DO 
❖​ ​Finalidade:​ Obter a opinião do médico sobre as causas, direta ou indiretamente levaram à morte. 
 ✗ Parte I ​– Destina-se a doenças relacionadas com a cadeia de acontecimentos patológicos que 
levaram diretamente à morte. 
 ✗ Parte II​ – Destina a qualquer outra afecção significativa que contribuiu para o evento fatal mas 
não relacionada a doença ou afecção que causou diretamente a morte. 
❖​ ​Causas de Morte 
 ✗ ​Registrar apenas uma doença, alteração ou lesão em cada linha; 
 ✗ ​Para cada causa registrada, indicar, sempre que possível, na casela à direita, o tempo 
aproximado entre o início da doença e a morte (em horas, dias, meses ou anos); 
 ✗ ​Se este tempo for desconhecido, preencher como “desconhecido”. 
 
❖​ ​Instruções Específicas para o Preenchimento do Campo 40 da Declaração de Óbito 
 ✗ Parte I: ​A “causa básica” da morte deverá ser registrada na última linha informada 
“Causa básica de morte é a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que 
conduziram à morte ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal”. 
(CID-10) 
● Não é obrigatório que a seqüência tenha todas as linhas preenchidas de “a” até “d” 
● Evitar sintomas e causas terminais, como insuficiência cardíaca e respiratória 
● Se for registrada insuficiência de órgão ou sistema, deve-se sempre declarar a sua 
etiologia na linha imediatamente abaixo 
 
● LINHA “a”: 
- Registrar a doença ou lesão que levou diretamenteà morte (causa terminal ou 
imediata). 
- Não usar termos como parada cardíaca ou respiratória 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
● LINHA “b”: 
- Registrar a doença ou afecção que levou à causa terminal mencionada na linha “a” 
- Se afecção mencionada na linha”b”foi devida a uma terceira, esta deve ser 
registrada na linha “c”, lembrando que na última linha deve ser registrada a causa 
básica da morte 
- Atentar para a frase “devido a ou como conseqüência de” impressa entre as linhas 
da parte I 
 
 ✗ Parte II:​ Registrar todas as doenças ou afecções que contribuíram para a morte, mas que não 
estejam diretamente relacionadas com a cadeia de eventos registrada na parte I 
 
❖​ ​Exemplos para o Preenchimento do Campo 40 da Declaração de Óbito 
 ✗ ​Quando a morte for consequência de uma cirurgia ou procedimento 
● Atestar a doença que iniciou 
● A sucessão de eventos que motivou 
● A cirurgia ou o procedimento 
 ✗ ​Quando for Citada uma Neoplasia 
● Devem ser declaradas a sua localização primária e sua natureza (benigna ou maligna) 
● Se desconhecidas, declarar como: 
- “Sítio primário desconhecido” 
- “Comportamento incerto” 
 ✗ ​Óbitos Perinatais: 
● Quando a morte for conseqüência de patologia materna 
- Atestar a doença materna que determinou 
- A cadeia de eventos que conduziu à morte 
- Na última linha da parte I 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
❖​ ​Situações em que deve ser emitida a Declaração de óbito 
 ✗ ​Em todos os Óbitos (natural ou violento) 
 ✗ ​Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independente da duração da 
gestação, do peso do recém-nascido e do tempo que tenha permanecido vivo. 
 ✗ ​No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com o 
peso igual ou superior a 500g, ou estatura igual ou superior a 25cm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖​ ​Fatores que prejudicam a qualidade das estatísticas de mortalidade relacionados à 
Declaração de Óbito 
 ✗ ​Sub Registro 
 ✗ ​Causas mal definidas 
 ✗ ​Codificação incorreta 
 ✗ ​Digitação incorreta 
 ✗ ​Omissão por motivos: éticos, legais, culturais, religiosos 
 ✗ ​Variáveis ignoradas 
 ✗ ​Preenchimento incorreto (*diretamente relacionados ao médico) 
 
❖​ ​Serviços de Verificação de Óbitos: 
✗ ​Avaliação da causa da morte desconhecida ou duvidosa com o objetivo de fornecer elucidação 
diagnóstica e informações complementares para o serviço de epidemiologia e políticas de saúde 
pública em geral, o que para a sociedade é de suma importância, pois pode colocar em evidência 
os possíveis riscos a saúde que estão em emergência, tanto os já conhecidos quanto os que não 
são comuns, ou ainda casos de uma doença nova em um determinado local. 
✗ ​Se houve uma morte cuja causa ainda não foi esclarecida por ter evoluído muito rápida ou se 
ainda houver dúvidas quanto ao real motivo do óbito, o SVO tem a finalidade de "estudar" o corpo 
através da necrópsia por profissionais qualificados tais como médicos patologistas, técnicos em 
necropsias e laboratoristas que realizam diversas análises no próprio corpo, exames laboratoriais 
(hematológicos, sorológicos e bioquímicos, toxicológicos, imuno-histoquímicos), anátomo e 
histopatológicos. 
✗ ​O SVO tem a finalidade de investigar as causas de óbito por morte natural, diferente do serviço 
mais conhecido que é o IML – Instituto Médico Legal (que investiga mortes violentas e/ou 
acidentais, por afogamento, estrangulamento, por armas de fogo, arma branca, queimaduras, 
eletricidade, homicídio, suicídio e suspeitas de envenenamento ou outros interesses da Justiça que 
demandem investigações profissionais). 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
❖​ ​Legislação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 
❖​ ​Considerações Gerais para o preenchimento da Declaração de Óbito 
✗ ​A declaração de óbito deve ser preenchida para todos os óbitos, inclusive os fetais de peso 
500 gramas ou de estatura 25 cm ou de idade gestacional 20 semanas 
 ✗ ​O médico não deve assinar a declaração de óbito em branco (conferindo todos os campos) 
 ✗ ​O preenchimento deve ser feito com letra legível. não utilizar siglas ou abreviações 
 
 
 
❖​ ​Estrutura da Declaração de Óbito 
 ✗ Bloco I: Identificação 
● Destina-se a colher informações gerais sobre a identidade do falecido e seus pais 
 ✗ Bloco II: Residência 
● Destina-se a colher dados sobre a residência do falecido. 
 ✗ Bloco III: Local de ocorrência 
● Destina-se a colher informações sobre o local onde ocorreu o óbito. 
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Ana Carolina Rossignoli; Júlia Souza; Mayara Aguiar 
 ✗ Bloco IV: Óbito fetal ou menor que 1 ano 
● Destina-se a colher informações sobre a mãe do falecido em casos de óbito fetal ou 
menor de 1 ano 
 ✗ Bloco V: Condições e causas do óbito 
● Destina-se a qualificar as condições e causas que provocaram o óbito é a fonte da 
causa básica do óbito e dos agravos que para ela contribuíram 
● Se o óbito ocorrer em mulheres em idade fértil (entre 10 e 49 anos), os ítens dos 
campos 37 devem ser preenchidos 
 ✗ Bloco VI: Médico 
● Destina-se a colher informações sobre o médico que assina a do e possibilita 
contato/acesso 
 ✗ Bloco VII: Causas externas 
● Destina-se a colher informações sobre o provável tipo de morte por violências 
 ✗ Bloco VIII: Cartório 
● Destina-se a colher dados referentes ao cartório de registro civil onde foi efetuado o 
registro do óbito, o número e data do registro 
 ✗ Bloco IX: Localidade sem médico 
● O preenchimento fica a cargo do cartório de registro civil (lei do registro civil - art.77: se 
não houver médico no lugar, duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou 
verificado a morte testemunham o fato) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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