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Estudo de Caso.

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1-Afafa Lalo Lolaio, natural da Arábia Saudita chegou Brasil quando completou 14 anos, no ano de 2012. Namora há dois meses com Zelena, natural da Síria. Na última semana, Afafa e Zelena, lhe procuraram no seu escritório, com as seguintes dúvidas: 
A-Considerando que pretendem se casar em dezembro, próximo à Brasília, local onde a família dela reside, se é possível se casar de acordo com a formalidade previstas nas leis dos seus países?
Resposta: Não. Apesar de aparentemente haver uma contradição entre o caput e o § 1º do artigo 7º da LINDB, verifica-se que aplica-se ao direito de família a regra “local de domicilio dos nubentes”, de modo que a lei do local do casamento regula apenas as formalidades da celebração. 
AdemaisJacob Dolinger, nas páginas 337/338 da 11ª edição de seu livro “Direito Internacional Privado – Parte Geral” explica que “os impedimentos da lei estrangeira serão respeitados de acordo com a norma geral da lei domiciliar regedora da capacidade e os impedimentos dirimentes da lei brasileira devem ser obedecidos por uma questão de ordem pública, pois não se concebe oficiar um casamento no Brasil que desrespeite normas cogentes, consagradas pelo principio da ordem pública de nosso país.”
B-se é possível casar perante as autoridades diplomáticas dos seus países?
Resposta: Não podem por ser de nacionalidades diferentes. é permitido a estrangeiros de mesma nacionalidade se casarem perante autoridade consular ou diplomática de seu país de origem. O que não poderá acontecer caso os nubentes sejam de nacionalidades diferentes por tratar-se de uma questão de soberania e reciprocidade.
 a celebração de casamento oficiado por cônsul estrangeiro foge à regra geral de obediência à lei do local de celebração, pois a autoridade consular não observa as formalidades da lei do país acreditante, de acordo com a página 337 da 11ª edição do livro “Direito Internacional Privado – Parte Geral” de Jacob Dolinger.
C-os avós Zelena tem uma fazenda no interior de Dois Irmãos. Como fugiram da Siri em função de problemas políticos e guerras temem que a justiça daquele país possa requerer a propriedade como fez com os bens que tinham lá. A justiça da Síria pode conhecer e decidir sobre bens de Sírios sitiados no Brasil?
Resposta: Não, porque não tem excepcionalidade, os bens no Brasil, só deverá ser aplicado a legislação brasileira. Até por ser domiciliados aqui por refúgio. No caso concreto, o domicílio do casal está estabelecido no Brasil, devendo aplicar-se a legislação brasileira. 
2- Alfredo Dias Fonseca, requereu aposentadoria por tempo de contribuição, em 10 de novembro de 2019, uma vez que todos os requisitos para o deferimento. No dia 30 de junho de 2020 recebeu carta do INSS informando que não foi definido aposentadoria em função da mudança na norma da previdenciária em 12 novembro de 2019, sendo que mesmo tendo requerido e preenchido os requisitos na norma anterior, foi aplicado a nova norma. Na condição de advogado de Alfredo responda:
A- O INSS poderia aplicar ao caso de Alfredo a norma que aplicou?
Resposta: Não poderia aplicar a norma nova no caso de Alfredo. Entre a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, e do Supremo Tribunal de Justiça , a turma nacional de uniformização dos Juizados Especiais federais escolheu aplicar o entendimento no STF de que os benefícios previdenciários devem regular-se pela lei vigente ao tempo em que foram feitas preenchidos os requisitos da concessão. Pois ele preencheu os requisitos 2 dias antes.
B-A razões jurídicas para analisar/ver a situação de Alfredo?
Resposta: O instituto do direito adquirido está inserido no texto constitucional, Art. 5, XXXVI e é considerado cláusula pétrea conforme o art.60, parágrafo 4, IV, também da Constituição Federal. “Art.5, XXXVI, a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada(...)”. Considere esse direito adquirido os direitos que tenhamos em um determinado período temporal onde o exercício tenha um termo prefixo, ou condições preestabelecidas, definição que está de acordo com o art. 6 da lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro. Observa-se que a Constituição defende o direito adquirido e não a mera expectativa do direito. Ele é uma situação de imutabilidade que garante o titular contra posterior modificação legislativa.
C-A esposa de Alfredo, Pauline está preocupada porque o processo que ele concedeu aposentadoria trânsito julgamento em outubro de 2019, se a mudança da norma pode modificar a decisão que concedeu aposentadoria?
 Resposta: A nova lei não poderá mudar já que a concessão foi antes da nova norma e volta a resposta da primeira, pois não retroage.
Responder com os fundamentos legais a resposta exigida pelo professor.

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