Buscar

Resumo - Invalidade do negócio jurídico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
A nulidade se caracteriza como uma sanção pela ofensa a determinado 
requisitos legais, não devendo produzir efeito jurídico, em função do defeito que carrega 
em seu âmago. O ato pode ser: 
a) nulo (nulidade absoluta), quando viola norma de ordem pública, carregando vício 
grave. Esta invalidade é ex tunc e pode ser alegada por qualquer interessado, 
inclusive pelo juiz, a qualquer tempo 
b) anulável (nulidade relativa), quando infringe norma jurídica protetora de 
interesses eminentemente privados. Esta é ex nunc e deve ser peticionada pela 
parte interessada 
As nulidades também podem ser originárias (nascem com o próprio ato) e 
sucessivas (decorrem de causa superveniente); totais (atingem todo o ato) e parciais 
(atingem apenas parte do ato). 
A simples invalidade do instrumento não induz a do próprio negócio quando este 
se puder provar por outro modo. Da mesma forma, a invalidade parcial não contamina 
as partes válidas e aproveitáveis do negócio. 
2.1. Nulidade absoluta 
O ato será nulo quando (art. 166 e 167): 
a) for celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
b) for ilícito, impossível ou indeterminável seu objeto; 
c) o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
d) não revestir a forma prescrita em lei; 
e) preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
f) tiver por objeto fraudar a lei; 
g) a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção; 
h) tiver havido simulação. 
A nulidade absoluta é ex tunc (retroativa), podendo ser alegada por qualquer 
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir (art. 168, caput). Da 
mesma forma, deve ser pronunciada pelo juiz, quando houver conhecimento dela (art. 
168, parágrafo único) 
O negócio nulo não admite confirmação (não podem as partes buscar suprir 
posteriormente sua nulidade buscando legitimar o negócio jurídico), constando-se o 
vício, o ato há que ser repetido, afastando-se o seu defeito. (art. 169, primeira parte) A 
ação declaratória de nulidade é imprescritível (art. 169, segunda parte). Lembra-se que 
o ato nulo produz efeitos apenas nas relações fáticas, pois os únicos efeitos que são 
privados pela sanção de nulidade são os jurídicos. A imprescritibilidade dirige-se, 
apenas, à declaração de nulidade absoluta do ato, não atingindo as eventuais 
pretensões condenatórias correspondentes. 
Declarado nulo o ato, as partes restituir-se-ão ao estado em que antes dele se 
achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente (art. 
182) 
2.2. Nulidade relativa 
É anulável o negócio jurídico, além de outros casos previstos em lei (art. 171): 
a) por incapacidade relativa do agente; 
b) por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia 
de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a 
alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade (art. 177) No caso de 
solidariedade ou indivisibilidade, a arguição de nulidade relativa feita por um dos 
envolvidos aproveita aos demais interessados. 
O melhor entendimento é no sentido de que se trata de pessoa juridicamente 
interessada o próprio declarante que foi parte do negócio, ou o seu representante legal. 
Interesse meramente econômico ou moral não legitima a alegação (conceito 
doutrinário). 
A impugnação do ato anulável dá-se por meio de ação anulatória de negócio 
jurídico, cujo prazo decadencial é de quatro anos (art. 178), contando-se a partir: 
a) no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
b) no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em 
que se realizou o negócio jurídico; 
c) no ato de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade 
Este prazo pode ser reduzido para dois anos, contado da data da conclusão do 
ato, no caso de a norma legal não estabelecer prazo para a anulação (art. 179) 
2.3. Medida sanatória de confirmação 
A medida sanatória de confirmação (também chamada de ratificação) é medida 
sanatória voluntária própria dos atos anuláveis, consistente em uma declaração de 
vontade que tem por objetivo validar um negócio jurídico defeituoso por erro, dolo, 
coação, lesão, estado de perigo ou fraude contra credores, desde que já se encontre 
escoimado o vício de que padecia, e salvo direito de terceiro. Seus efeitos retroagem à 
data do negócio que se pretende confirmar. (art. 172) 
A confirmação poderá ser: 
a) expressa, quando as partes manifestam firme e claro propósito de reafirmar 
todos os termos do negócio. A confirmação expressa deve contar a substância 
do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo (art. 173); 
b) tácita, quando, mesmo não manifestando explicitamente, a parte comporta-se 
diante da outra nesse sentido (art. 174) 
 A confirmação expressa ou tácita importa a extinção de todas as ações ou 
defesas de que dispunha a vítima do defeito negocial contra a outra parte (art. 175). Se 
a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este 
a der posteriormente, o que deve, em regra, acontecer de forma expressa (art. 176). 
Segundo o princípio da boa-fé, o menor, entre dezesseis e desoito anos, não 
pode, para eximir-se de obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou 
quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior (art. 
180). Da mesma forma, ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, 
pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga 
(art. 181). 
A sentença proferida ao final da ação anulatória de negócio jurídico tem natureza 
desconstitutiva ou constitutiva negativa, tendo efeito ex tunc (doutrina majoritária). 
2.4. Medida sanatória de conversão 
Seguindo o princípio da conservação dos negócios jurídicos, a conversão pode 
ser invocada para os atos nulos. Segundo o art. 170: “Se, porém, o negócio jurídico 
nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as 
partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.”. 
Trata-se, portanto, de uma medida sanatória, por meio da qual se aproveitam os 
elementos materiais de um negócio jurídico nulo ou anulável, convertendo-o, 
juridicamente, e de acordo com a vontade das partes, em outro negócio válido e de fins 
lícitos. 
Não se admite a conversão se o negócio perseguido pelas partes persegue fins 
imorais ou ilícito (Karl Larenz) A conversão exige dois pressupostos: 
a) material: aproveitam-se os elementos fáticos do negócio inválido, convertendo-o 
para a categoria jurídica do ato válido1; 
b) imaterial: a intenção dos declarantes direcionada à obtenção da conversão 
negocial e consequente recategorização jurídica do negócio inválido. 
 
1 Enunciado 13 da I Jornada de Direito Civil da Justiça Federal: “Art. 170. O aspecto objetivo da 
conversão requer a existência do suporte fático no negócio a converter-se”.

Outros materiais