Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO DA BIOMETRIA E USO ATUAL PELA EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................................................ 4 UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA .............. ....................................... 7 2.1 Definição, conceitos e breve história ................................................................. 7 2.2 Testar, medir, avaliar ....................................................................................... 11 2.3 Qualidade x validação...................................................................................... 12 2.4 Métodos de avaliação da composição corporal ............................................... 13 2.5 Índices derivados de medidas ......................................................................... 22 2.6 Índices derivados das circunferências ............................................................. 28 2.7 Índices derivadas das medidas das dobras cutâneas ..................................... 32 UNIDADE 3 – CINESIOLOGIA .......................... ....................................................... 34 3.1 Conceito e aplicação........................................................................................ 34 3.2 Evolução histórica ............................................................................................ 35 UNIDADE 4 – BIOMECÂNICA ........................... ...................................................... 38 4.1 Princípios da biomecânica ............................................................................... 38 4.2 Músculos x Articulações .................................................................................. 43 4.3 Cinesiologia da mastigação ............................................................................. 45 4.4 Osteologia e Artrologia .................................................................................... 46 4.5 Cinesiologia da marcha ................................................................................... 48 UNIDADE 5 – CINEANTROPOMETRIA ..................... .............................................. 51 UNIDADE 6 – MÉTODO CINEANTROPOMÉTRICO ............. .................................. 55 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 2 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. INTRODUÇÃO Avaliações antropométricas, Cinesiologia e Cineantropometria serão as disciplinas de estudo neste módulo. A Cinesiologia é uma disciplina que estuda o movimento humano e que requer dedicação constante, também fundamental para outros estudos, principalmente para o trabalho do Fisioterapeuta. Segundo Fornasari (2001), dela depende todo estudo e trabalho futuro, seja na cinesioterapia, eletroterapia ou na interação de técnicas utilizadas para restabelecimento músculo-funcional. O ponto de partida para seu estudo reside na anatomia e fisiologia dos sistemas ósseos, musculares e ligamentares. A Cineantropometria basicamente mede o homem em movimento. Ela foi definida por Ross (1978 apud POMPEU, 2012) como aplicação aos humanos das medidas quanto à forma, tamanho, proporção, composição, maturação e funcionamento global. Tem como finalidade nos ajudar a entender o movimento humano, no contexto do crescimento, exercício, desempenho e nutrição. 3 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Segundo Pompeu (2012), apesar de parecer um campo emergente, suas raízes são bem antigas. Quanto aos objetivos atuais, busca-se desenvolver novos métodos e modelos que estimulem o uso cooperativo de dados e tecnologias que revelem diferenças individuais dentro de tendências amostrais, estabelecendo novas perspectivas para a Educação Física. Nosso percurso ao longo do módulo passa necessariamente por conceitos, definições e um pouco da história evolutiva dessas disciplinas. Daremos certa ênfase aos índices derivados de medidas, bem como às extremidades superiores, inferiores, esqueleto axial. Desejamos boa leitura, mas antes duas observações se fazem necessárias: Em primeiro lugar, sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou seja, baseada em normas e padrões da academia. Pedimos licença para fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas e que podem servir para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos. 4 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO DA BIOMETRIA E USO ATUAL PELA EDUCAÇÃO FÍSICA Biometria é um ramo da biologia que, grosso modo, significa “medida da vida” ou medida dos fenômenos biológicos. Na atualidade, estuda e mede os componentes biológicos e suas correlações. Numa sequência histórica, bem didática, não esquecendo que a preocupação com o todo sempre existiu, Bergamo, Daniel e Moras (2008) dividem a Biometria em 9 períodos básicos: 1. Medidas Antropométricas (1860-1890). 2. Medidas da Força (1880-1910). 3. Medidas Cardiovasculares (1900-1925). 4. Medida da Habilidade Motora (1900-1920). 5. Medidas Sociais (1920). 6. Medidas de Habilidade Esportiva Específica (1920). 7. Período da Avaliação (1920). 8. Medidas do Conhecimento (1940). 9. Conceito de Aptidão Física (1940). No Brasil, o uso da Biometria já se faz notar no início do século XX. Fichas antropométricas são usadas no serviço médico do Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro, desde 1917. Por volta de 1930 começa o curso da Escola de Educação Física do Exército. Na década de 1940, aparece o livro de Biometria de Sete Ramalho, divulgando o seu modo de ministrar a disciplina naquela Escola; surge o livro de biotipologia de Berardinelli. Na Escola de Educação Física da antiga Universidade do Brasil aparecem as figuras de Peregrino Jr. e Armando Peregrino. O controle médico desportivo, usando testes simples, difunde-se nos Clubes, sobretudo em relação ao futebol. Por volta de 1969, cabe a Maurício José Leal Rocha criar, naEscola de Educação Física da UFRJ, o primeiro centro de Medida e Avaliação moderna, o LABOFISE, difundindo-se e aos outros centros o programa atual de pesquisas em bases mais científicas. O processo de renovação desta estrutura foi iniciado em 1971, ao introduzir os conceitos fundamentais da composição corporal, difundido a 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. determinação do percentual de gordura estimado pela medida da dobra cutânea e o cálculo de peso ósseo, através de diâmetros ósseos. Em virtude de não necessitar de equipamentos numerosos ou muito sofisticados, foram suas técnicas rapidamente assimiladas e implantadas em todo país. Já em 1978, o maior número de pesquisas apresentadas por autores brasileiros em jornadas e congressos eram oriundas desta área de conhecimento. É curioso notar que estes centros, erradamente, localizam-se em cadeiras de Fisiologia e não nas de Biometria, sendo a Medida e a Avaliação, ainda hoje consideradas, em muitas áreas, como matéria eminentemente fisiológica. Em 1974, surge na cidade de São Caetano do Sul o CELAFISCS (Centro de Aptidão Física de São Caetano do Sul), criado pelo Dr. Victor K. R. MATSUDO, sendo hoje o “número um” no país em termos de pesquisas realizadas e publicadas no Brasil e no exterior. Este centro se dedica ao estudo de crescimento e desenvolvimento, avaliação física de escolares e atletas de alto nível, detecção de talentos, além é claro do projeto de saúde pública (Exercício e Saúde) (BERGAMO, DANIEL e MORAS, 2008). Quanto ao uso das medidas e avaliações pela Educação Física, por ser esta uma atividade que lida com o ser humano, com seu esforço físico e mental, com crianças e idosos, torna-se de suma importância a este profissional conhecê-las, objetivando: 1) Avaliar o estado do aluno ao iniciar a programação. 2) Detectar deficiências, permitindo uma orientação no sentido de superá- las. 3) Auxiliar o indivíduo a situar-se em uma atividade física que o motive e onde possa desenvolver suas aptidões. 4) Orientar, detectar e acompanhar a evolução dos problemas posturais, os desajustes psicológicos e sociais, transformando um fraco em um indivíduo normal e um normal num ser cada vez mais forte. 5) Acompanhar o progresso de nossos alunos. 6) Impedir que atividade física seja um fator de agressão rompendo o equilíbrio orgânico e desencadeando doenças. 7) Selecionar elementos de alto nível, para integrar equipe de competição. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8) Estabelecer e reciclar o programa de trabalho. 9) Desenvolver a pesquisa em Educação Física. Educação, vigilância, prevenção são palavras de ordem do dia, além, é claro, de “superação” dos próprios sujeitos em relação aos seus corpos e refinamento. Ressalte-se de imediato, a importância da validação dos testes e o lembrete de que avaliação é sempre um problema dinâmico e contínuo, portanto, novas técnicas surgem e são aprimoradas sempre. 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Guedes e Guedes (2006) afirmam que a avaliação de atributos relacionados à prática de atividades físicas tem sido preocupação constante dos profissionais de Educação Física. E esse interesse se justifica, pois avaliar indicadores biológicos, comportamentais e socioculturais que apresentam relação direta ou indireta com a realização de esforços físicos constitui tarefa cuja importância é comparável à complexidade, à diversidade e à dificuldade que lhe são inerentes. Os profissionais da educação física, no desempenho de suas funções, precisam tomar inúmeras decisões sobre prescrição e orientação da prática de exercícios físicos; contudo, decidir o que e como avaliar exige habilidades e conhecimentos específicos cada vez mais complexos. As premissas acima por si só justificam a importância dos estudos que se seguem. 2.1 Definição, conceitos e breve história A palavra antropometria vem do grego ‘anthropos’ cujo significado se refere ao “homem”, correspondente ao objeto principal do nosso estudo ao longo do módulo. Já “metrein” tem um significado de fácil compreensão: “medida”. A antropometria estuda as medidas de tamanho e proporções do corpo humano. As medidas antropométricas, tais como peso, altura, circunferência de cintura e circunferência de quadril são utilizadas para o diagnóstico do estado nutricional (desnutrição, excesso de peso e obesidade) e avaliação dos riscos para algumas doenças (diabetes mellitus, doenças do coração e hipertensão) em crianças, adultos, gestantes e idosos (IBGE, 2013). A origem da antropometria remonta à antiguidade, pois Egípcios e Gregos já observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo. O reconhecimento dos biótipos remonta-se aos tempos bíblicos e o nome de muitas unidades de medida, utilizadas hoje em dia, são derivadas de segmentos do corpo. De acordo com apontamentos de Santos e Fujão (2003), citando NASA (1978), a antropometria foi definida como a ciência de medida do tamanho corporal. A antropometria é um ramo das ciências biológicas que tem como objetivo o estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana. O método antropométrico 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. baseia-se na mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações dimensionais do corpo humano. O tamanho físico de uma população pode ser determinado através da medição de comprimentos, profundidades e circunferências corporais, e os resultados obtidos podem ser utilizados para a concepção de postos de trabalho, equipamentos e produtos que sirvam às dimensões da população utilizadora (SANTOS; FUJÃO, 2003). A importância das medidas ganhou especial interesse na década de 1940, provocada de um lado pela necessidade da produção em massa, pois um produto mal dimensionado pode provocar a elevação dos custos e, por outro lado, devido ao surgimento dos sistemas de trabalho complexos, onde o desempenho humano é crítico e o desenvolvimento desses sistemas dependem das dimensões antropométricas dos seus operadores. A antropometria divide-se em: a) Somatometria que consiste na avaliação das dimensões corporais do indivíduo. b) Cefalometria que se ocupa do estudo das medidas da cabeça do indivíduo. c) Osteometria que tem como finalidade o estudo dos ossos cranianos. d) Pelvimetria que se ocupa das medidas pélvicas. e) Odontometria que se ocupa do estudo das dimensões dos dentes e das áreas dentárias (SANTOS; FUJÃO, 2003). Atualmente, a antropometria (antropologia física) associada aos valores culturais (antropologia cultural) constituemum ponto importante nas questões que envolvem transferência de tecnologias, é a denominada antropotecnologia. (PANERO e ZELNIK, 1991; IIDA, 2005; SANTOS et al., 1997). Se focarmos nos aspectos nutricionais, a antropometria nutricional encampa um método de diagnóstico que se fundamenta na investigação das variações nas dimensões físicas e na composição do corpo humano, visando à predição do estado nutricional e/ou das doenças nutricionais, de acordo com suas naturezas distintas e graus de gravidade (VASCONCELOS, 2000). 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A antropometria nutricional tem sido usada em todas as faixas etárias dos distintos ciclos de vida da infância à senilidade, e, quando comparada a outros métodos de diagnóstico nutricional, apresenta uma série de vantagens, tais como: � simplicidade dos instrumentos e equipamentos de coleta; � facilidade e rapidez no processo de coleta e na interpretação dos dados; � facilidade de padronização técnica; � utilização de técnicas não-invasivas, possibilitando boa aceitabilidade; � aplicabilidade no distintos períodos do ciclo vital; � baixo custo operacional; maior cobertura populacional e reprodutibilidade e � níveis adequados de sensibilidade e especificidade (SANTOS; VASCONCELOS, 2005). Por outro lado, também sofre das limitações inerentes a todo e qualquer método de diagnóstico, portanto, nos procedimentos de coleta, análise e interpretação dos dados antropométricos, é preciso muita atenção na precisão e exatidão dos equipamentos e instrumentos; no treinamento e capacitação dos examinadores; na seleção dos parâmetros de referência e no estabelecimento dos pontos de corte que garantam o máximo de especificidade e de sensibilidade no diagnóstico nutricional. Nas últimas décadas, com os avanços científico-tecnológicos que foram incorporados à antropometria nutricional, são numerosas as medidas corporais usadas no diagnóstico nutricional. Dentre elas, as mais usadas são: � o peso (ou massa corporal); � a estatura; � as circunferências (cefálica, torácica, braquial, abdominal, da cintura, do quadril, entre outras); e, � as dobras cutâneas (tricipital, bicipital, subescapular, suprailíaca, entre outras). Essas medidas corporais, conhecidas como medidas primárias, quando usadas de forma combinada (duas ou mais variáveis), constituem os índices antropométricos (medidas secundárias ou índices derivados). 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Vários índices antropométricos têm sido utilizados para fins de diagnóstico nutricional, tais como: Peso ao Nascer (PN), Peso/Idade (P/I), Peso/Estatura (P/E), Estatura/Idade (E/I), Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura-Quadril (RCQ), Circunferência da Cintura (CC), entre outros. Por outro lado, os valores assumidos por esses índices antropométricos, quando comparados com determinados parâmetros de referência, constituem os indicadores do estado nutricional, os quais possibilitam a identificação e quantificação da natureza e da gravidade das doenças nutricionais. No vasto campo de exploração da antropometria, com certeza um dos aspectos de maior importância refere-se ao estudo da composição corporal. Segundo Heyward e Stolarczyk (1996 apud PUJOL, 2011), ela tem sido utilizada para avaliar o tamanho e as proporções dos segmentos corporais, mediante medição de circunferências e comprimento dos segmentos corporais. Em geral, o modelo de dois compartimentos consiste na divisão do corpo em gordura corporal e em outra fração que perfaz toda a massa livre de gordura. A antropometria parece ser o método mais utilizado para avaliar a composição corporal por ser de baixo custo e de fácil aplicação, tanto em consultório quanto em pesquisa de campo. Roche (1996 apud PUJOL, 2011) atribui vantagens em sua utilização em estudos com grandes amostras populacionais, que podem proporcionar estimativas nacionais e dados para a análise de mudanças seculares. Com medidas antropométricas, é possível também fazer acompanhamento de crescimento morfológico, bem como alterações de medidas corporais decorrentes da prática de exercícios físicos e dietas, oferecendo dados de grande valia para os profissionais que atuam nestas áreas. Esse acompanhamento pode ser realizado apenas pela observação da alteração das medidas em valores absolutos ou pela utilização de tais medidas em modelos matemáticos, com a finalidade de estimar as quantidades dos diferentes componentes corporais, como massa muscular, massa óssea, massa gorda e massa residual. 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.2 Testar, medir, avaliar Novamente encontramos suporte em Guedes e Guedes (2006) para ressaltar a importância da avaliação, bem como seus procedimentos e recursos utilizados na área da educação física que estão evoluindo surpreendentemente nos últimos anos, sob influência do desenvolvimento científico e tecnológico observado nessa área e muitas vezes determinado pelas diferentes tendências acadêmicas e profissionais de cada época. Para que se possa compreender, em seu sentido mais amplo, essa preocupação em garantir qualidade às informações a serem analisadas nos protocolos de avaliação, é conveniente analisar alguns conceitos básicos, vinculados ao complexo processo de coleta de informações na área da educação física. Ou seja, estamos falando dos termos testar, medir, avaliar que causam certa confusão. Testar consiste em verificar o desempenho de alguém mediante situações previamente organizadas e padronizadas, denominadas testes. Apesar destes serem empregados em larga escala na avaliação de determinados atributos na área da educação física, devem-se levar em conta os limites de sua utilização, pois nem todas as informações necessárias à avaliação podem ser levantadas tão-somente por intermédio dos resultados dos testes. O teste é, portanto, apenas um dos diversos instrumentos de medida. Por causa de sua praticidade e objetividade, no entanto, quando possível, ele se torna o recurso de medida mais utilizado na educação física. De maneira operacional, “medir” significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de determinado atributo com base em um sistema convencional de unidades. O resultado de uma medida é expresso de forma numérica, daí sua maior objetividade e exatidão. Medida refere-se sempre ao aspecto quantitativo do atributo a ser descrito. Por outro lado, avaliar é julgar ou fazer apreciações do atributo selecionado, com base em escala de valores. Dessa forma, avaliação consiste na coleta de dados quantitativos e/ou qualitativos e na interpretação dessas informações com base em referenciais previamente definidos. Comparativamente, pode-se admitir que, enquanto “medida” é basicamente um processo descritivo, pois consiste em descrever quantitativamente o fenômeno, “avaliação” define-se como um processo 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas,de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. interpretativo, pois consiste em julgar com base em referendais selecionados especificamente para essa finalidade. Observe na ilustração abaixo a relação entre testar, medir e avaliar em termos de maior ou menor abrangência. Menos abrangência Mais abrangência testar medir avaliar 2.3 Qualidade x validação Precisamos atentar para a questão da validação, pois o desenvolvimento de qualquer programa de avaliação depende da qualidade dos seus instrumentos de medida. Nesse particular, a validade é considerada requisito básico. Somente quando esta característica está presente, é possível considerar as informações obtidas para fins de avaliação. Sem instrumentos de medidas que apresentem indicações de validação satisfatórias, não se podem obter informações merecedoras de maior atenção nem é possível expressar julgamento confiável. Problemas associados com a validade dos instrumentos de medida utilizados na área da educação física, muitas das vezes de maneira errônea, são levados em conta a priori. Isto é, se as informações reunidas, após aplicação ou administração dos instrumentos de medida, demonstram ser eficientes para aquilo que se pretende avaliar, elas são consideradas válidas. Na verdade, aspectos associados à validade devem ser levados om conta desde o momento em que se decide avaliar o atributo em questão e subsistem durante todo o processo de planejamento, aplicação ou administração dos testes e/ou medidas e interpretação dos resultados. Se um teste ou medida é válido quando testam ou medem características ou comportamento diretamente associados ao atributo que se pretende avaliar, podemos inferir que a validade de um instrumento é diretamente proporcional ao grau ou à extensão em que realmente testa ou mede o fenômeno ou a dimensão que constituem seu objeto. Daí decorre que validade não é uma característica geral, mas sim relativa a determinado propósito e a um grupo particular, com características específicas. A validade não pode ser considerada tampouco um elemento absoluto, pois não está condicionada à questão de tudo ou nada. 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A validade pode ocorrer em diferentes graus, por isso se define como característica relativa (GUEDES; GUEDES, 2006). Vale guardar... Delineamentos direcionados à validação de instrumentos de medidas utilizados no campo biológico e associado à Educação Física. Validade lógica Análise representativa dos escores obtidos com o instrumento de medida em relação à característica ou ao comportamento que se pretende analisar. Validade Grau com que o instrumento de medida oferece informações quanto às características ou aos comportamentos associados ao atributo que se pretende avaliar. Validade concorrente Relação estatística entre os escores produzidos pelo instrumento de medida e indicadores da mesma natureza que seguramente oferece indicações favoráveis quanto à avaliação do mesmo atributo que se pretende avaliar. Validade preditiva Grau de probabilidade com que escores produzidos pelo instrumento de medida podem predizer estatisticamente o atributo que se pretende avaliar. Fonte: Guedes e Guedes (2006, p. 3). 2.4 Métodos de avaliação da composição corporal Podemos classificar as várias técnicas para determinar a composição corporal em métodos diretos, indiretos e duplamente indiretos (PONTES, 2003). a) Métodos diretos: O método direto consiste na separação e na pesagem de cada um dos componentes corporais de maneira isolada. A dissecção de cadáveres é a única metodologia considerada direta (COSTA, 2001). 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. b) Métodos indiretos: Métodos indiretos são aqueles em que não há segmentação dos compartimentos corporais para análise da composição corporal. Utilizam-se recursos como a pesagem hidrostática e a densitometria radiológica de dupla energia (DEXA do inglês dual-energy X-ray) como padrões-ouro nos estudos de validação. O método da pesagem hidrostática baseia-se no princípio de Arquimedes: “Um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força hidrostática de flutuabilidade, que é evidenciada por uma perda de peso equivalente ao peso do líquido deslocado”. Através da pesagem hidrostática se determina a densidade corporal, o percentual de gordura, a massa gorda e a massa magra de um indivíduo. A densitometria refere-se ao processo geral para estimar a composição corporal através da densidade corporal. A densitometria se tornou um sinônimo de pesagem hidrostática. Esse método indireto é considerado como padrão e frequentemente tem sido usado como critério de validação de novos métodos da determinação da DC, %G, MG e MM. Fórmula de cálculo da densitometria DC= M /(M – MSub) – (VR + 0,1) / D DC – Densidade corporal em g/ml M – massa do corpo no ar em Kg MSub – massa do corpo submersa em Kg D – densidade da água em g/ml 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O método DEXA é um método de avaliação que serve para analisar a composição corporal. A quantidade de massa magra ou gorda do organismo é medida pelo densitômetro, que traduz para porcentagens as imagens obtidas por um tipo especial de raio X dos diferentes compartimentos do corpo: tecido ósseo, muscular, de gordura e fluidos. O método é aplicado em posição supinada; tem uma área de escaneamento de 60 x 200cm; os escaneamentos transversais contam com intervalos de 1cm da cabeça aos pés; cada escaneamento gera 120 pixels; o tempo de escaneamento é de 20 a 25 min e a exposição à radiação 0,02-1,0 mrem (milésima parte do rem). Além dessas, há técnicas como a pletismografia por deslocamento de ar, a hidrometria, a ressonância magnética e a tomografia que se encontram validados. Entre os duplamente indiretos, destacam-se: a antropometria, a bioimpedância e a interactância quase infravermelha, sendo que a antropometria e a bioimpedância elétrica têm sido os métodos duplamente indiretos mais usuais nas rotinas de avaliação de composição corporal, já que têm algumas vantagens como simplicidade e baixo custo, sem mencionar o fato de não serem invasivos (COSTA, 2001). a) Antropometria A predição da composição corporal por meio da antropometria utiliza medidas simples até certo ponto, como peso, estatura, perímetros, diâmetros ósseos e espessura das pregas adiposas. Se a estimativa necessária refere-se apenas à percentagem de gordura corporal, as pregas adiposas são as medidas mais utilizadas. Pesquisas demonstram que o valor obtido pela avaliação da gordura subcutâneapelo método das pregas adiposas em 12 locais é similar ao valor obtido nas imagens de ressonância magnética (HEYWARD; STOLARCZYK, 1996 apud PUJOL, 2011). Os valores obtidos com as medidas antropométricas podem ser utilizados tanto por seu valor absoluto quanto por equações de predição dos diferentes componentes corporais. 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Entre as inúmeras equações que envolvem medidas de espessura das dobras cutâneas, estima-se que quatro equações são empregadas com maior frequência em nosso meio: i. Modelo de Jackson; ii. Modelo de Durnin; iii. Modelo Petroski; iv. Modelo de Guedes. Além dessas, há dezenas de equações para esse fim, porém todas criadas para populações específicas e, portanto, suscetíveis a resultados distorcidos quando utilizadas em indivíduos diferentes dos participantes da amostra que deu origem à equação (COSTA, 1996). Assim, é preciso ser específico com relação à população que está sendo avaliada, como o gênero, a idade, se o indivíduo pratica ou não atividade física com regularidade e outras informações. Podem ocorrer erros e resultados distorcidos quando uma única equação é utilizada, sugerindo que a escolha da equação seja voltada para a base em que a população foi criada. Para escolha do método antropométrico, é importante considerar aspectos como: � validade – a determinação do grau em que o teste mede o que se propõe a medir. A forma de determinação pode ser viabilizada por meio direto, pela comparação com testes de validade reconhecidos (referência = padrão-ouro); indireto, pela definição a partir de opinião de pessoas de reconhecido gabarito no assunto; ou por conhecimentos teóricos fundamentados em literatura; � objetividade – o grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o teste é aplicado por diferentes avaliadores na mesma amostra. É determinada pela comparação de resultados pelo coeficiente de correlação de Pearson ou intraclasse (r>0,90). A objetividade e a fidedignidade nos resultados podem ser aumentadas quando os aplicadores são bem treinados e a padronização é observada. Pujol (2011) alerta que cuidados com a perfeita identificação do ponto anatômico, domínio da técnica e calibração dos instrumentos de avaliação devem 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. ser providenciados para diminuir as limitações da antropometria e garantir a qualidade das medidas. As medidas antropométricas estão sujeitas ainda ao erro não sistemático, referente a ocorrências que não podem ser controladas. No caso específico de medidas de dobras cutâneas, o erro não sistemático tem relação com as pressuposições nas quais o método se embasa e em que consistem suas limitações (HARRISON et al., 1988; WHITEHEAD, 1990 apud PUJOL, 2011). Entre as limitações das medidas por dobras cutâneas está a necessidade de o avaliador, que possui o domínio da técnica, detectar os pontos de medida. Outras limitações do método são o adipômetro utilizado (científico ou não científico), a gordura regionalizada, a compressibilidade do tecido adiposo, o nível de hidratação, o destacamento da dobra e a espessura da pele. O aprimoramento da técnica de mensuração antropométrica está relacionado de modo direto com o número de medições realizadas pelo avaliador. Vegelin et al (2003 apud PUJOL, 2011) constataram em sua análise que os melhores escores para medidas de estatura e de dobra cutânea de tríceps foram alcançados por antropometristas com mais tempo de experiência. Dessa maneira, sugere-se que o constante treinamento dos avaliadores garanta maior experiência técnica na aplicabilidade antropométrica, o que contribui para a redução de erros intra e interavaliadores e garante a confiabilidade dos resultados. b) Bioimpedância elétrica Hoje em dia, a bioimpedância (BIO) é indicada como um método potencialmente viável na estimativa da composição corporal, pelo fato de ser uma técnica não invasiva, de fácil operação, por ter boa portabilidade, exigir o mínimo de cooperação possível por parte do avaliado, rapidez na interpretação dos resultados e ser, de certa forma, acessível no meio comercial (LUKASKI et al., 1986; CATON et al., 1988 apud PUJOL, 2011). 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O método de Bioimpedância elétrica baseia-se na medida da água extracelular, avaliando-se indiretamente a porcentagem de gordura corporal total. No corpo humano, os tecidos magros são altamente condutivos, por conterem grande quantidade de água e eletrólitos, e apresentam baixa resistência elétrica. A gordura e o osso, por outro lado, são pobres condutores, com menor quantidade de fluidos e eletrólitos e maior resistência elétrica (BRESSAN; HERMSDORFF, 2011). Para a realização do método, são posicionados dois conjuntos de eletrodos de folha de alumínio, colocados na superfície dorsal dos pés e mãos, metacarpo e metatarso, respectivamente, e também entre as proeminências distais do rádio e ulna e entre a parte médio-lateral do tornozelo; os eletrodos externos transmitem a corrente, enquanto os internos captam a variação de voltagem (resistência) e a resistência capacitativa (reactância), ambas medidas em ohms, secundárias à passagem da corrente. Essa medida é realizada com o indivíduo em posição horizontal, sem meias e luvas ou algum objeto metálico nas mãos e pés, e com os membros estendidos. A superfície da pele em que se colocam os eletrodos deve ser higienizada com álcool. Aplica-se, no corpo, uma corrente elétrica de baixa amplitude e alta frequência. Entretanto, o modelo bicompartimental supõe que massa livre de gordura é constante durante mudanças de peso e que somente a gordura pode aumentar ou diminuir, sendo adequado apenas para pessoas saudáveis. Ele é insensível nos casos de mudanças de composição corpórea, como no edema, na obesidade e durante muitas fases do ciclo de vida, como os extremos de idade e gestantes, porque não avalia a massa intracelular e extracelular corpórea. O modelo 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. tricompartimental avalia separadamente esses compartimentos e a gordura, e considera que a mudança de peso corpóreo pode ser devido a alterações em cada compartimento ou nos três (BRESSAN; HERMSDORFF, 2011). Em razão do tempo despendido e da necessidade de treinamento dos avaliadores, a bioimpedância pode ser uma boa estratégia de avaliação de composição corporal. Entre as inúmeras limitações para verificar o percentual de gordura corporal, a bioimpedância em clínicas de estética pode ser um método simples para evitar oerro intra e interavaliadores, de fácil manuseio e consagrada na literatura como um método fidedigno para avaliação de composição corpórea. De acordo com Sun et al. (2003 apud PUJOL, 2011), a técnica fornece estimativas de gordura corporal confiáveis, quando comparada a outras técnicas mais precisas e, por isso, constitui- se em um instrumento até certo ponto simples e viável em trabalhos que envolvem grandes populações. A bioimpedância é simples ao extremo: quanto mais rico é um corpo em água, melhor é a condução elétrica. Quanto mais pobre em água, pior condutor da corrente elétrica e mais rico em gordura, no entanto. Com a finalidade de facilitar o cálculo e a compreensão, considera-se o corpo humano como uma composição de diferentes cilindros. O volume (V) de um condutor cilíndrico, bem como o corpo humano, é relacionado de maneira direta com o quadrado do comprimento corporal (alturas) e inversa à impedância total do corpo, sendo: V = altura2/resistência Logo, explicando novamente: a impedância é obtida ao colocar quatro eletrodos no corpo, sendo dois eletrodos em uma das mãos, por exemplo; na mão direita, e os outros dois eletrodos colocados no pé direito. O tecido adiposo é pouco hidratado, e por esse motivo é um bom isolante elétrico, pois a corrente elétrica cruza quase que de modo exclusivo a massa muscular esquelética. A massa magra, portanto, é proporcional ao volume desses condutores. Assim, a impedância medida é considerada resistente a qualquer componente reativo. Quando o sinal de frequência é aumentado, a corrente elétrica penetra a 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. membrana da célula e a interface do tecido, causando reactância para aumentar ou diminuir a resistência, e aumentar o ângulo de fase. Em vista disso, o uso da bioimpedância na análise da composição corporal, sem dúvida, constitui um método com razoável precisão e fidedignidade, com a possibilidade de demonstrar aspectos importantes relacionados com essa análise. As medições que podem ser feitas pela técnica são: peso da gordura (PG); peso da massa magra; percentual de água. Alguns aparelhos ainda segmentam a massa magra em ossos, músculos e água. Ao aplicar a bioimpedância elétrica de corpo inteiro, os segmentos corporais são colocados em uma posição linear para serem conectados em séries. Em decorrência de seu formato geométrico, as extremidades (braços e pernas) contribuem com mais ou menos 90% da impedância do corpo inteiro. A maior parte da impedância é contada pelos segmentos distais dos membros superiores e inferiores, como resultado de uma menor área seccional. Então, a adução ou o cruzamento dos membros provocaria um curto circuito elétrico; com isso, os erros podem chegar a 18% por contato entre as pernas e a 43% por contato das mãos com a cintura. Ambos são erros que ocorrem por contato de pele com pele (KUSHNER; GUDIVAKA; SCHOELLER, 1996 apud PUJOL, 2011). Para a determinação da composição corporal por meio da BIO, algumas orientações devem ser seguidas: � fazer jejum de 4 horas, inclusive de líquidos; � não fazer exercícios 12 horas antes; � urinar 30 min. antes de iniciar a avaliação; � não consumir nenhum tipo de bebida alcoólica nas 48 horas anteriores; � não usar diuréticos 7 dias antes; � mulheres no período menstrual não podem fazer a BIA; � não pode ser feita em portadores de marca-passo ou gestantes; � na determinação de um método para utilização na prática clínica, devemos levar em consideração alguns fatores, como praticidade, fidedignidade e custo. Por isso, o uso da BIA na obesidade deve ser muito criterioso, levando- se em consideração todas as suas limitações e principalmente o custo 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. (FULLER; SAWYER; ELIA, 1994; VACHÉ et al., 1998; JAKICIC et al., 1998 apud BRESSAN; HERMSDORFF, 2011). Segundo Pujol (2011), a principal limitação deste método surge quando o avaliado apresenta alterações em seu estado de hidratação; dessa forma, a quantidade de alimentos e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem como a atividade física realizada no dia do teste, entre outros fatores, como nefropatias, hepatopatias e diabetes, podem influenciar o resultado obtido por este método. O consumo de fluidos ou alimentos antes da avaliação pode influenciar os resultados por causa de mudanças dos volumes de líquido intra e extracelular. Dependendo do tempo que a medida precede a ingestão de alimentos ou a quantidade de alimentos e líquidos ingeridos, essas situações podem ter pouco ou nenhum efeito na predição da água corporal total. Todavia, se a avaliação for obtida muitas horas pós-prandiais, após a absorção do fluido pela corrente sanguínea, isso pode afetar os resultados da impedância. Como a água corporal total corresponde a 45 litros em jovens adultos (60% do peso corporal) e a 32 litros em jovens mulheres (50% do peso corporal), a absorção pós-prandial de 1 litro de líquido poderia aumentar a água corporal total em 2% e 3% em jovens homens e mulheres, respectivamente (KUSHNER; GUDIVAKA; SCHOELLER, 1996 apud PUJOL, 2011). Para a realização da análise da composição corporal por meio da BIO o avaliado tem uma participação decisiva, devendo obedecer a uma série de procedimentos prévios ao teste. Sem esses procedimentos, ele poderá estar comprometendo seu resultado. Outros fatores podem interferir na avaliação, como período pré-menstrual ou menstrual e presença de adornos metalizados. O paciente deverá ser orientado a seguir os padrões para realização do exame. Essa orientação que precede à avaliação deve ser realizada com antecedência. Guarde... 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. � Medir as dobras cutâneas nos leva ao conhecimento de valores que determinam o percentual de gordura total do indivíduo ou a quantidade de gordura do local avaliado. � Através dos conhecimento dos valores dos perímetros, subtraindo-se daí o valor da dobra cutânea, poderemos determinar o desenvolvimento muscular no local medido. � Através do conhecimento dos valores dos diâmetros, poderemos determinar o desenvolvimento esquelético do indivíduo. � Através do conhecimento dos tamanhos dos segmentos, poderemos determinar a posição correta de móveis, equipamentos e utensílios utilizados no dia-a-dia, proporcionando desta forma um melhor posicionamento ergonômico do indivíduo. Aplicação na prática da Educação Física: � avaliação da recuperação muscular; � avaliação geral do indivíduo; � análise da simetria muscular; � estudo e desenvolvimento de equipamentos para segurança no trabalho; � avaliação e desenvolvimento ou reconfiguração de locais de trabalho; � formulação de programas adequados de atividade física. Enfim: a escolha da técnica não é tão fácil quanto parece e, qualquer que seja a técnica pela qual optemos, é necessário um bom conhecimento da mesma no que diz respeito à padronização das medidase sua validade para o grupo ou indivíduo a ser avaliado. Considerando que as técnicas mais acessíveis são justamente as que podem produzir mais erro, é importante que verifiquemos as vantagens e limitações da técnica escolhida, para que possamos errar um pouco menos (BARBALHO, 2013). 2.5 Índices derivados de medidas a) Peso O peso é uma importante ferramenta para se avaliar o estado nutricional, porém apresenta algumas limitações já que não é capaz de avaliar compartimentos corporais. 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Para essa avaliação, é possível utilizar balanças digitais ou as chamadas balanças de mola com a medida registrada com uma aproximação de 100g. O avaliado deve estar em pé, de costas para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés, estando a plataforma entre os pés. Em seguida, coloca-se o indivíduo sobre e no centro da plataforma, na posição ortostática braços descontraídos em lateral ao tronco. O avaliado deve usar o mínimo de roupas possível, respirar com normalidade e distribuir o peso do corpo igualmente entre ambos os pés. A cabeça deve ser posicionada no plano de Frankfurt, configurado a partir das seguintes etapas. � Localizar o ponto Orbitale, localizado na margem inferior da cavidade orbitária. � Localizar o ponto Tragion, situado no nível do pavilhão auricular, por cima do osso. � Considerar uma linha imaginária que una os dois pontos já definidos. Essa linha imaginária corresponde, de forma quase exata, ao eixo do olhar quando o indivíduo tem seus olhos dirigidos para a frente (KATCH; MCARDLE, 1983). Outros critérios devem ser registrados na tomada de peso, como: funcionamento intestinal, horário da última refeição e da pesagem, período pré- menstrual ou menstrual, uso de diuréticos e/ou laxantes. O registro dessas situações pode sugerir a fidedignidade nos resultados (PUJOL, 2011). b) Estatura Altura ou estatura pode ser determinada em indivíduos com mais de 2 anos de idade, ou em indivíduos que consigam se manter em pé. Em geral, é obtida a partir de fitas métricas, inextensíveis e inelásticas, ou ainda com o auxílio de estadiômetros ou antropômetros apropriados. Na presença de curvaturas anormais de coluna, em particular nos idosos, recomenda-se que a altura seja a referida pelo indivíduo em período posterior à curvatura da coluna. O indivíduo que é alvo da medição deve estar em posição antropométrica, caracterizada do seguinte modo: � posição vertical com braços pendentes ao lado do tronco e palmas das mãos em contato com a face lateral das coxas; 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. � a cabeça deve estar no plano de Frankfurt; � descalço, com os calcanhares unidos, formando um ângulo de 60° entre si e os dedos dos pés devem apontar para a frente (MARCHINI et al., 1992; MOREIRA, 1995; FRAGOSO; VIEIRA, 2000). Nosso foco é a Educação Física e embora possa parecer que estamos fugindo ao propósito, não estamos, afinal, as crianças podem trazer para a vida adulta atrasos que poderiam ter sido corrigidos no tempo adequado, portanto, vale a pena conferir que a partir das medidas primárias de peso e estatura, podem ser constituídos diferentes índices antropométricos, úteis no diagnóstico nutricional de diferentes grupos etários (que vocês irão se deparar no curso da profissão de educador), a saber: -Peso/idade (P/I), peso/estatura (P/E) e estatura/Id ade (E/I) Os índices antropométricos derivados das medidas de peso e de estatura mais conhecidos e usados no diagnóstico nutricional de crianças com até 10 anos de idade são: peso por idade (P/I), peso por estatura (P/E) e estatura por idade (E/I). O índice P/I é o mais tradicional e amplamente usado tanto no diagnóstico nutricional como no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Por ser um índice constituído pelas variáveis peso, idade e sexo, consequentemente, ao longo do processo de crescimento e desenvolvimento infantis, são observadas variações nos valores do P/I de acordo com a idade e o sexo. Em crianças menores de 7 anos de idade, expressa o incremento (ou a diminuição) da massa corporal que cresceu por hiperplasia e/ou por hipertrofia. Portanto, se acompanhado com certa periodicidade, pode diagnosticar precocemente alterações do crescimento ponderal, possibilitando a triagem dos casos de desnutrição atual ou aguda, bem como dos casos de sobrepeso e/ou obesidade. Por outro lado, por não fazer relação com a estatura da criança, o P/I pode não refletir o crescimento linear e, portanto, não possibilitar o diagnóstico da natureza da desnutrição (não distinguir os casos agudos ou atuais dos casos crônicos ou pregressos). Além disso, nos casos de crianças desnutridas que apresentam edema, o P/I pode induzir erro de diagnóstico nutricional se o edema não for considerado (VASCONCELOS, 2011). 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Ressaltam-se ainda as limitações oriundas do uso isolado do P/I no diagnóstico do excesso de peso (sobrepeso/obesidade), uma vez que esse índice não possibilita a diferenciação dos componentes corporais responsáveis pelo excesso de peso corporal. Em síntese, apesar de suas limitações, em função de sua simplicidade técnico-operacional e de sua sensível capacidade de predizer alterações no estado nutricional de crianças menores de 7 anos, o P/I é recomendado desde início dos anos 1980 pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2004; VASCONCELOS, 2011). O índice P/E expressa a proporcionalidade ou harmonia das dimensões do corpo ou a harmonia do processo de crescimento. É um índice constituído pelas variáveis peso, estatura e sexo, dispensando o conhecimento da variável idade. A inadequação do índice P/E reflete, por um lado, uma perda de massa corporal indicativa de um processo de desnutrição aguda ou recente (wasting ou emaciação). Por outro lado, pode refletir um excesso de massa corporal indicativo de um processo de sobrepeso/obesidade. Dentre as limitações do uso isolado do P/E destaca-se a possibilidade de esse índice realizar diagnóstico de eutrofia (ou normalidade nutricional) para casos de baixa estatura para a idade (ou desnutrição crônica). Ressalta-se ainda a limitação do uso isolado do P/E no diagnóstico do excesso de peso (sobrepeso/obesidade), uma vez que esse índice também não possibilita a diferenciação dos componentes corporais responsáveis pelo excesso de peso corporal (BRASIL, 2005; VASCONCELOS, 2011). O índice E/I, constituído pelas variáveis estatura, idade e sexo, expressa o crescimento longitudinal ou linear do corpo humano. Nesse sentido, ao longo do processo de crescimento corporal, da fecundação ao término do crescimento estatural, são observadas variações ascendentes do índice E/I de acordo com a idade e o sexo. As deficiências quantitativas e/ou qualitativas de consumo alimentar desencadeiam imediatamente alterações no crescimento ponderal e, se persistem por períodos prolongados,podem provocar atrasos reversíveis ou irreversíveis no crescimento linear. Refletem, portanto, os efeitos cumulativos dos múltiplos fatores adversos à saúde, particularmente das deficiências nutricionais crônicas. Ou seja, déficits de E/I expressam episódios de deficiências nutricionais de longa duração ou 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. pregressos (stunting ou nanismo nutricional) (BRASIL, 2005; VASCONCELOS, 2011). Dentre os distintos critérios de diagnóstico nutricional de crianças, com base nos índices P/I, P/E e E/I, se podem identificar: a) Sistema de classificação por desvio-padrão (ou escore Z) de referência. E, b) Sistema de classificação por valores percentis de referência. A referência recomendada pela OMS e também preconizada pelo Ministério da Saúde continua sendo o padrão de crescimento do National Center for Health and Statistics (NCHS) de 1977. Entretanto, uma revisão do padrão de referência o NCHS de 1977 foi publicada no ano 2000 pelo Centers for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos da América, em substituição ao antigo referencial antropométrico (CDC/NCHS, 2000 apud VASCONCELOS, 2011). A interpretação dos dados antropométricos por meio do sistema de desvio- padrão (ou escore Z) expressa a distância em desvios-padrão (DP) entre os valores observados dos índices P/I, P/E e E/I e os valores da mediana ou média da população de referência. Em geral, para os três índices antropométricos (P/I, P/E e E/I), a OMS estabelece valores entre -2,0 e +2,0 DP (ou escores Z) como pontos de cortes de “normalidade”. Para valores abaixo de -2,0 DP, quanto mais negativo o valor, tanto maior será a confiança/exatidão do diagnóstico de deficiência nutricional. Assim: � para o índice E/I, valores abaixo de -2,0DP são indicativos de baixa estatura para a idade, déficit estatural ou desnutrição de longa duração; � para o índice P/E, valores abaixo de -2,0 DP são indicativos de baixo peso para a estatura, déficit ponderal ou desnutrição aguda; � para o índice P/I, valores abaixo de -2,0 DP são indicativos de baixo peso para a idade. Entretanto, Vasconcelos (2011) alerta que se deve procurar interpretar esses achados com cautela, realizando o diagnóstico diferencial entre desnutrição atual e desnutrição crônica. Por outro lado: � para os índices P/E e P/I, valores acima de +2,0 DP são indicativos de excesso de peso corporal, sobrepeso e/ou obesidade; 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. � para o índice E/I, valores acima de +2,0 DP são indicativo de alta estatura para a idade, provavelmente em função de fatores constitucionais, uma vez que são raros os casos de patologias e distúrbios endócrinos associados. A interpretação dos dados antropométricos pelo sistema de percentis fundamenta-se na noção estatística de posição, posto ou número de ordem que os valores observados dos índices P/I, P/E e E/I ocupam em relação à distribuição de referência. Percentil pode ser definido como medida estatística que divide uma distribuição de dados, ordenados do menor para o maior valor, em cem partes iguais. Assim, o percentil 50 (ou mediana) corresponde ao valor abaixo do qual se encontra 50% da população de referência. De forma análoga, os percentis 10 e 90, por exemplo, correspondem aos valores abaixo dos quais se espera encontrar 10 e 90%, respectivamente, da população de referência (SANTOS; VASCONCELOS, 2005). Em geral, para os três índices antropométricos (P/I, P/E e E/I), a OMS estabelece valores entre o percentis 2,3 e 97,7 como pontos de cortes de “normalidade” (os quais correspondem, respectivamente, aos valores de -2,0 e +2,0 DP). c) Perimetria Perimetria é um conjunto de medidas de circunferência, realizadas em diferentes pontos do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores. Essas medidas permitem detectar assimetrias musculares, bem como a sequência das reavaliações e a associação dos dados da composição corporal, além da variação da massa muscular em resposta à terapia nutricional (PUJOL, 2011). Perimetria é a verificação dos perímetros máximos de um segmento corporal medido em ângulo reto com relação a seu maior eixo (MARTINS; LOPES, 2007). Mais uma vez vemos a importância da padronização, tanto que de acordo com o Protocolo de Avaliação Antropométrica em Estética (PAAE), os perímetros avaliados são: � perímetro do braço; � perímetro do abdome; 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. � perímetro da coxa; � perímetro dos flancos; � perímetro dos glúteos; � perímetro dos culotes. Para realização da perimetria, é preciso que o avaliado permaneça em pé em posição ortostática e realize a marcação dos pontos anatômicos. Como instrumento, sugere-se fita métrica inelástica com extensão de dois metros e precisão de 0,1cm, de retração automática e trava na extremidade da fita para que, com um único toque, no botão central, envolva a região a ser medida liberando as mãos do profissional para suas anotações. Ainda, quando da realização da perimetria, devem-se observar os seguintes fatores: � A posição de colocação do instrumento é fundamental para a validação e a confiança do teste: - uniformidade do alinhamento da fita; - colocação da fita sobre a pele nua; - não colocar o dedo entre a pele e a fita. � A tensão aplicada à musculatura – não comprimir o tecido subcutâneo. � A perimetria é afetada pela massa magra, pela massa gorda e pelo tamanho do osso (PUJOL, 2011). 2.6 Índices derivados das circunferências a) Relação circunferência torácica /cefálica (CT e CCef) Pensando ainda na antropometria nutricional, o uso da circunferência cefálica (CCef) como método de diagnóstico de desnutrição está associado à circunferência torácica (CT), a partir da construção do índice CT/CCef. Em geral, do nascimento até os 6 meses de vida, as circunferências cefálica e torácica são aproximadamente iguais, resultando uma relação CT/CCef = 1. Dos 6 meses aos 5 anos de idade, uma relação normal entre CT/CCef é sempre maior que 1. Uma relação CT/CCef < 1, dos 6 meses aos 5 anos, é indicativa de desnutrição na medida em que a circunferência torácica não se desenvolve em função da atrofia 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. dos músculos torácicos e da redução do tecido gorduroso (JELLIFE, 1968 apud VASCONCELOS, 2011; VASCONCELOS, 2000). A OMS recomenda o uso dos índices CCef e CT para recém-nascidos e crianças menores de 5 anos de idade. Entretanto, não faz menção ao uso do índice CT/CCef, nem a padrão de referência para os índices CCef e CT. Em relação à análise e interpretaçãodos valores desses índices, apenas para CT aparece recomendação. Assim, quando a criança não pode ser pesada e o peso ao nascer não pode ser determinado, sugere os seguintes pontos de cortes de CT para recém- nascidos: CT < 29 cm = alto risco e CT ≥ 29 cm e < 30 cm = risco (OMS, 1995 apud VASCONCELOS, 2011). O padrão de referência do CDC 2000 apresenta dados de CCef para crianças de 0 a 36 meses segundo sexo e distribuição em percentis e desvio- padrão. Os pontos de cortes CCef < percentil 5 e CCef > percentil 95 são definidos como indicativos de “problemas de desenvolvimento” infantil (CDC/NCHS, 2000 apud VASCONCELOS, 2011). b) Circunferência braquial A circunferência braquial (CB) é uma medida corporal recomendada no diagnóstico nutricional de desnutrição atual de gestantes, pré-escolares, adultos e idosos. Tradicionalmente, a CB foi considerada um bom indicador de desnutrição atual por expressar a massa muscular do braço e estar correlacionada com a massa muscular total (JELLIFE, 1968 apud VASCONCELOS, 2011). Nos últimos anos, entretanto, têm sido observadas tentativas para ampliação do significado e do seu poder preditivo como indicador isolado ou complementar no diagnóstico e acompanhamento de desnutrição, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças relacionadas. Durante muitos anos, o uso de pontos de corte fixos da CB (por exemplo, 12,5 cm ou 13,0 cm para diagnóstico de desnutrição severa) foi recomendado na triagem de desnutrição atual de crianças de 6 a 60 meses de idade ou quando não era possível a obtenção das medidas de peso e estatura. Essa recomendação fundamentava-se em evidências de que em pré-escolares a velocidade de crescimento da CB era muito pequena e variava muito pouco, sendo influenciada, 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. principalmente, pelas condições nutricionais. Estudos posteriores, entretanto, começaram a questionar essas evidências, apontando que a CB é uma medida dependente das variáveis idade e sexo (JELLIFE, 1968 apud VASCONCELOS, 2011). Na prática clínico-nutricional, as vantagens do uso da CB têm sido bastante realçadas, sobretudo em função da simplicidade, facilidade, rapidez, aceitabilidade e precisão dos procedimentos de coleta, análise e interpretação da medida. Por outro lado, as limitações apontadas dizem respeito, particularmente, à questão dos padrões de referência e pontos de cortes específicos e sensíveis para os distintos grupos etários e sexos (VASCONCELOS, 2011). c) Circunferência muscular do braço A circunferência muscular do braço (CMB) é um índice antropométrico derivado das medidas corporais circunferência braquial e dobra cutânea tricipital (DCT). A CMB é estimada a partir da equação: CMB (cm) = CB (cm) - [π(3,14) X DCT (cm)]. Expressa a quantidade de massa muscular do braço e como proxy (aproximação) a massa muscular corporal total. Por estar diretamente correlacionada com a massa corporal magra, a CMB constitui uma medida sensível das manifestações mais gerais da desnutrição (JELLIFE, 1968; OMS, 1995 apud VASCONCELOS, 2011; VANNUCCHI et al., 1984). Segundo Vasconcelos (2011), a OMS recomenda o uso da CMB apenas para diagnóstico nutricional de desnutrição em adultos. Para análise e interpretação dos valores de CMB em adultos, propõe como padrão de referência o uso da distribuição de percentis de CMB (mm) por idade e sexo (1 a 74,9 anos) publicada por Frisancho (1981). Como ponto de corte para diagnóstico de desnutrição em adultos, estabelece um valor de CMB < percentil 5. Destaca-se, ainda, a existência de dois outros índices antropométricos derivados das medidas CB e DCT: a área muscular do braço (AMB) e a área de gordura do braço (AGB). A AMB é estimada a partir da equação: AMB (cm2) = [CB (cm) - π (3,14) = DCT2 (cm2)] / 4π (3,14). A AGB é estimada a partir da equação: AGB (cm2) = [DCT (cm) X CB (cm)] /2 - [π (3,14) X DCT2 (cm2)] /4. Para análise e interpretação dos valores de AMB e AGB em adultos, propõe-se como padrão de 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. referência o uso da distribuição de percentis por idade e sexo (1 a 74,9 anos) também publicada por Frisancho (1981). Entretanto, a OMS recomenda apenas o uso da AMB para diagnóstico nutricional de desnutrição em adultos (VASCONCELOS, 2011). d) Circunferência da Cintura (CC) A CC é uma mensuração prática e simples que não se correlaciona com a altura, mas que tem uma estreita relação com o IMC e com o acúmulo de gordura abdominal subcutânea e visceral, tornando-a um forte preditor de risco para hipertensão, resistência insulínica e doenças cardiovasculares (NUNEZ et al., 2002; YALCIN;SAHIN;YALCIN, 2005 apud BRESSAN; HERMSDORFF, 2011). A classificação para risco de doenças cardiovasculares, segundo valores da circunferência da cintura, foi determinada pela Organização Mundial de Saúde, em 1998, indicada no quadro abaixo: Valores da circunferência da cintura (cm) Sexo Risco elevado Risco muito elevado Homens >94 >102 Mulheres >80 >88 e) Relação Cintura-Quadril (RCQ) A relação entre as medidas da circunferência da cintura (ou abdominal), medida com uma fita flexível no menor diâmetro do abdome entre a última costela e a crista ilíaca, e a circunferência do quadril, medida na maior circunferência da região das nádegas, pode fornecer uma correlação mais prática da distribuição de gordura corporal. O cálculo da RCQ é feito pela divisão da medida da circunferência da cintura pela circunferência do quadril ou utilizando o nomograma proposto por Bray e Gray (1998 apud BRESSAN; HERMSDORFF, 2011). Segundo o Consenso Latino- Americano em Obesidade, considera-se risco o valor de RCQ maior que 0,9 para homens e 0,85, para mulheres. A RCQ também é um índice muito utilizado para avaliação da gordura corporal em estudos epidemiológicos, como um determinante de risco metabólico e de doenças cardiovasculares. É um método prático, com mensurações simples, e 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. que diferencia a obesidade com acúmulo de gordura abdominal (andróide) da obesidade com aumento periférico de gordura (ginóide). Atualmente já está claro que, além da determinação da quantidade de gordura na obesidade, é muito importante se estabelecer sua localização, em função da relação com os fatores de risco. f) Circunferência da panturrilha A circunferência da panturrilha (CP) é uma medida corporal recomendada pela OMS para o diagnóstico nutricional de desnutrição em gestantes e idosos. A CP reflete alterações no conteúdo da massa corporal da região da perna (músculos, gordura, ossos e água), particularmente do conteúdo do tecido muscular. Consequentemente, por estar correlacionada com a massa muscular total, constitui- se em indicador de desnutrição atual (OMS, 1995 apud VASCONCELOS, 2011). Na prática clínico-nutricional, as vantagens do uso da CP têm sido enfatizadas particularmente quando nãoé possível a obtenção das medidas de peso e estatura. Entre as limitações, ressalta-se que a CP pode ser afetada por edema dos membros inferiores, situação muito comum em gestantes e idosos. Nos idosos, a CP é considerada a medida de massa muscular mais sensível. Entretanto, com o aumento da idade, observa-se uma redução mais acentuada da CP nos idosos do sexo masculino do que no sexo feminino. Essas evidências podem ser explicadas pelas diferenças nos perfis de atividade física entre os sexos. 2.7 Índices derivadas das medidas das dobras cutâne as As medidas das dobras cutâneas são úteis para determinar os depósitos de gordura subcutâneos, o que de forma indireta determina o compartimento de gordura do corpo. A estimação da gordura corporal total se baseia na suposição de que 50% da gordura corporal é subcutânea. As dobras cutâneas normalmente medidas são a tricipital, a bicipital, a subescapular, a suprailíaca, a abdominal e a da coxa. Os valores encontrados podem ser aplicados em equações para homens e mulheres para se estimar o percentual de gordura corporal, como as equações de Durnin e Wormersley, Jackson e Pollock e Siri. Atualmente, existem tabelas diferentes para cada sexo, 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. para facilitar a determinação do percentual de gordura, com base na idade e no somatório de algumas dobras. As medidas das DC apresentam algumas limitações. Em primeiro lugar são necessários compassos (ou adipômetros) calibrados para a avaliação; o uso constante com aumento da amplitude de abertura do aparelho, para medir dobras maiores, favorece que o aparelho fique descalibrado. Além disso, não existe uma exatidão nas medidas das DC. É possível o registro de uma diferença de até 12 mm em uma única dobra e de até 3% no percentual estimado para a gordura corporal, mesmo quando realizada por profissional experiente. Quando há uma padronização dos procedimentos por um grupo, essa diferença pode cair para menos que 1% no percentual calculado para a gordura corporal. A precisão para essa avaliação diminui à medida que a obesidade aumenta. Nos obesos mórbidos, que têm as dobras mais grossas, é impossível se medir, já que os aparelhos não medem mais que 50 mm. Com base nos estudos e trabalhos publicados, considerando a praticidade, o custo e a correlação com os fatores de risco, o IMC e a medida da CC, isolada ou relacionada à circunferência do quadril, são os índices mais utilizados na prática clínica, principalmente em consultório. O mais importante na avaliação do paciente é usar esses dados para estabelecer as estratégias do tratamento e avaliar a conduta estabelecida, e prevenir que o paciente atinja graus mais elevados de obesidade. 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. UNIDADE 3 – CINESIOLOGIA Sabemos que ao longo de sua evolução, o homem vem se moldando, principalmente em relação aos seus aspectos físicos. Nos primórdios usava suas alavancas para desenvolver velocidade, afinal de contas precisava desta para fugir dos predadores ou correr atrás de sua alimentação. Essa é uma primeira constatação da importância em compreender o movimento humano em suas dimensões anatômica e funcional, o que acontece por meio da Cinesiologia. Outro aspecto que caracteriza a importância de estudar Cinesiologia diz respeito ao fato de que ao compreender as causas e efeitos do movimento, podemos, através do uso deste conhecimento, estabelecer os limites aceitáveis de estresse que as estruturas locomotoras do corpo humano são capazes de suportar. Isto assume especial importância na prescrição do exercício físico para as diferentes populações, tanto para a melhoria das capacidades físicas, quanto para a elucidação dos mecanismos que acarretam lesões no sistema muscular e esquelético humano (OLIVEIRA et al., 2011). 3.1 Conceito e aplicação A cinesiologia é o estudo do movimento humano, caracteristicamente no contexto do esporte, arte ou medicina (NEUMANN, 2011). A Cinesiologia é uma disciplina multidisciplinar, envolvendo conhecimentos de anatomia, fisiologia articular e aplicando os mesmos aos movimentos humanos simples e complexos. Ela relaciona-se de forma permanente com o estudo das multiplicidades dos movimentos executados pelo ser humano, compreendendo as forças internas e externas atuantes e seus limites, possibilitando em muitos casos até a prevenção de lesões. Tem como objetivo compreender os fundamentos do movimento humano a partir da criteriosa análise de suas estruturas anatômicas, especialmente, dos ossos e músculos esqueléticos (OLIVEIRA et al., 2011). Ainda de acordo com os autores acima, no mundo do esporte, a Cinesiologia também é fundamental; uma boa técnica na execução de um gesto locomotor em qualquer esporte, nada mais é do que o movimento realizado com habilidade, ou 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. seja, com economia de energia e no menor tempo possível, configurando o que chamamos de movimento com elevada eficiência. Segundo Fornasari (2001), o enfoque dado ao estudo cinesiológico pode acontecer de, pelo menos, cinco maneiras diferentes que consistem em estudar as condições musculares a partir de: a) Deduções anatômicas e biomecânicas, considerando pontos de origem e de inserção, direção da tração, alavancas, entre outros. b) Experimentos anatômicos, ou seja, tracionar um músculo, previamente dissecado, e observar os movimentos realizados. c) Estimulação elétrica e observação dos movimentos resultantes. Desta forma ter-se-ia uma contração muscular, eletricamente provocada. d) Estudos com indivíduos que perderam a função de certos músculos. e) Estudos eletromiográficos. 3.2 Evolução histórica Não vamos alongar na história da Cinesiologia, mas acreditamos ser importante conhecer o momento do seu surgimento e as descobertas de alguns estudiosos para entendermos seu momento presente e suas perspectivas futuras, que passa pela multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Essa história se confunde com os primeiros experimentos físicos na área da Mecânica dos Corpos e remonta a quase 400 a.C. A compreensão do movimento humano sempre fascinou os homens, visto o mesmo estar diretamente relacionado com sua sobrevivência. Muitos dos grandes filósofos e físicos da humanidade tiveram contribuição para compreender a complexa quantidade de alavancas que constituem o corpo humano. Dessa forma, cientistas físicos como Newton, Torricelli, Copérnico, Galileu e tantos outros, conseguiram, através do desenvolvimento de seus estudos, relacionar a mecânica dos corpos rígidos com a mecânica corporal. Também é notável a contribuição dos fisiologistas que, na busca da compreensão do funcionamento dos organismos vivos, relacionaram os estudos da mecânica com a fisiologia humana (OLIVEIRA et al., 2011). 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção
Compartilhar