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SEMIOLOGIA DE EQUINOS (PRÁTICA) Escrito por: Ester Silveira Semiologia de equinos Primeira coisa que precisa ser compreendida é a manipulação com os equinos, uma vez que é um animal de grande porte, o qual possui muita força e por isso precisamos tomar os cuidados necessários. Predominantemente tem índole de curiosidade e receio. Ao chegar para avaliar um equino é preciso observá-lo no ambiente em que ele se encontra, seja uma baia, um piquete ou outros locais. Isso deve ser realizado para que se tenha uma observação da atitude ou postura do animal. MÉTODOS DE CONTENÇÃO Sempre começar com os mais simples e quando for necessário um procedimento mais invasivo ou quando o paciente for mais agressivo. 1º método: colocação do cabresto → o cavalo apresenta uma visão de quase 360º, ou seja, ele só não enxerga a região da fronte e a região da cauda. Chegue perto, sabendo que ele é um animal curioso, faça um carinho e coloque o cabresto. É a contenção mais simples, mas a partir dela já é possível guiar o animal para onde quiser. POTROS: A contenção é diferente, uma vez que os ensinadores começam a utilizar o cabresto nesses animais quando eles ainda estão junto com a mãe. No momento que você veterinário chega para atender, não é o momento de ensinar o potro a andar com o cabresto. Caso você atenda um potro que não é cabresteado é preciso tomar dois cuidados: lembre-se que a mãe tem a tendência de proteger o filhote, por isso deve-se colocar a mãe no tronco e deixar o filhote próximo dela. Caso ela esteja na baia, amarre-a ou pede a alguém para segurá-la para que não aconteça agressão. No momento de contenção do potro →passar a mão na base do pescoço do animal e na base da cauda. Este animal tem um instinto de fuga muito maior e devido a isso seus procedimentos devem ocorrer de maneira mais dinâmica. Obs.: A lida do cavalo/ relação desse animal com o ser humano é muito diferente da relação de um cachorro com o ser humano, uma vez que o cavalo preza por seu sossego. Sempre que for fazer carinho do animal, ele demonstrará 1 mais atenção, podendo se estressar caso esse carinho demore muito tempo. Por isso, só manipula quando necessário. Sempre que é preciso realizar o exame de manipulação, o cavalo testa você. Na hora de tocá-lo ele pode esquivar-se na tentativa de te impedir de mexer. Então, evite se assustar/ se esquivar e sair quando o animal se esquivar para que esse ato não se torne frequente e dificulte a manipulação. 2º método: utilização do tronco (quando necessário). Em exames de sistema locomotor a presença do tronco pode mais atrapalhar que ajudar na realização da manipulação do animal. 3º método: métodos de distração → distrair o animal mexendo na face dele para que ele direcione o foco para a área que está sendo usada para a distração. 4º método: cachimbo → para procedimentos mais invasivos, como acessar a articulação de um animal pelo boleto para realizar uma infiltração. É um tipo de contenção física mais intensa associada à dor. É usado para direcionar o foco do animal para a região que o cachimbo está posicionado região do lábio superior. Deve permanecer o menor tempo possível. Usa-se para passagem de sonda nasogástrica também facilita o procedimento. 5º método: gravata → mais um método de contenção física, também associada a dor. É menos eficiente e menos doloroso do que o cachimbo. Realizado na região da base do pescoço do animal. 6º método: mão de amigo → por exemplo: é necessário fazer uma bandagem na pata do animal, mas ele mexe dificultando o serviço. Por isso, quando isso acontece é necessário que outra pessoa levante a outra pata do animal realizando assim a “mão de amigo”, ou seja, o equino vai ficar apoiado em apenas uma pata. Não é associado a dor→ pode fazer no pé quando necessário também. O QUE NÃO FAZER: contenção com corda! O cavalo é uma presa e a forma desse animal se proteger é a fuga → se o animal se desesperar é preciso soltá-lo. Com a corda, é mais difícil de tirar e em casos de desespero o animal pode se machucar, fraturar algum osso, ou até se matar para tentar fugir. Se for preciso o auxílio de uma corda para a contenção do animal, o ideal é apenas segurar a corda e não a amarrar. Contenção física envolvendo orelha: não é indicado. É usado em momento de dificuldade e os quais não há outras formas de conter o animal. Esse tipo de contenção pode causar fratura de cartilagem auricular e a beleza do cavalo está muito relacionada com a orelha bem posicionada e que se movimenta, por isso esse tipo de fratura pode levar a perda do valor zootécnico do animal. Além disso, torção de orelha é algo muito incômodo, então um cavalo que recebe torção de orelha, não deixa manipulá-la para controle de ectoparasitas, tosa higiênica, remoção do excesso de pelo, para tirar e colocar o cabresto. EVITE ESSE TIPO DE CONTENÇÃO. ABORDAGENS SEMIOLÓGICAS ● Identificação do paciente. ● Inspeção: avaliação visual do animal, no seu ambiente de origem. Importante enxergar o paciente como um todo→ movimentação, atitude, postura, como está o apoio do animal, se tem 2 alguma secreção, alguma ferida, alguma anormalidade anatômica ou assimetria. Tudo que for digno de nota deve ser anotado. ● Anamnese: conversa com o proprietário, relato que ele faz sobre o que o animal está apresentando. Deve ser bem feita para ser a fonte das respostas e do entendimento do que o animal está apresentando. O que precisa saber: início agudo ou crônico, doença de indivíduo ou de rebanho, se existem outros animais apresentando os mesmos sintomas, idade, se já teve alguma alteração semelhante antes, se outro animal já teve, o que foi feito para esse problema, qual foi a resposta do animal diante desse problema. ● Exames clínicos gerais. ● Exames clínicos específicos. ● Exames complementares. EXAME CLÍNICO GERAL O que avaliar: ● Nome do animal: Meg ● Idade: 26 anos ● Sexo: fêmea ● Mucosa: A coloração normal de uma mucosa é rósea ou também chamada de normocorada. Na avaliação das mucosas estamos com o propósito de ter uma avaliação local e também sistêmica. Caso apenas uma das mucosas, a quais foram avaliadas estiver passando por uma alteração por exemplo: mucosa óculo palpebral direita hipercorada é possível pensar em um problema local, já se for em todas as mucosas é ideal pensar em uma alteração sistêmica. As mucosas examináveis em um equino são: Óculo palpebral (ocular): Avaliar a região da mucosa na pálpebra superior, inferior e a terceira pálpebra. O equino não expõe a terceira pálpebra. Se houver exposição espontânea de terceira pálpebra isso é característico de tétano. Para avaliação dessa terceira pálpebra é necessário expô-la, ou com uma mão ou com as duas → corpo do dedo bem próximo aos cílios superiores e outro dedo próximo aos cílios inferiores, realizar uma leve pressão para que a exposição aconteça. Fazer dos dois lados → mucosa deve ser rósea, úmida e brilhante. Nasal: Antes da mucosa nasal há uma região de pele na narina do animal com a mesma pigmentação do focinho. Abrir a narina até observar a transição de pele e mucosa e reparar se a mucosa está rósea, úmida e brilhante. Na transição de pele e mucosa é possível observar a presença de um ducto, o qual conecta a borda medial do olho a narina →ducto nasolacrimal responsável por drenar parte da água produzida pelo olho. Avaliar dos dois lados. 3 Oral: pegar o lábio superior e inferior do animal e elevar. Após isso é possível observar os dentes incisivos do equino e as mucosas orais superior e inferior→ rósea, úmida e brilhante. Vulvar: é preciso elevar a cauda da fêmea → abaixo do ânus é possível observar a vulva do animal. É preciso fazer a abertura da vulva para avaliação de mucosa. Importante observar na égua também: égua tem dois tetos e cada teto apresenta dois esfíncteres/osteos. O aumento de volume logo à frente dos tetos é tecido adiposo. Peniana: no macho, na região da glândula mamária da fêmea, mas não tão escondido, podemos observar o prepúcio o pênisse encontra recolhido e não é fácil realizar a exposição. Caso o animal for um garanhão, é só passar a fêmea em frente ele para facilitar essa exposição. Isso é necessário para avaliação do pênis do animal. Cavalos castrados ficam muito tempo com o pênis recolhido e começa a acumular esmegma dentro da bolsa escrotal→ é preciso lavar!! Outra forma de fazer o animal expor o pênis é a aplicação de acepromazina ou um alfa 2 agonistas→ dependendo do exame que está sendo feito, não justifica aplicar um fármaco para expor o pênis do equino, somente se houver alguma queixa do proprietário. A avaliação de mucosa peniana em exame geral normalmente não é feita. Alterações na mucosa: - Hipocorada: esse tipo de mucosa se apresenta mais esbranquiçada. Se caso o animal apresentar esse tipo de mucosa pode ser uma baixa perfusão tecidual, por exemplo: uma vasoconstrição periférica (baixa perfusão periférica), casos de anemia, uma vez que quem dá uma coloração mais rósea para as mucosas são as hemácias. Laboratorialmente o exame que altera quando há uma baixa das hemácias é a série vermelha como um todo, mas tem um exame que é possível ser realizado rapidamente que é o hematócrito (equino~= 38%). A baixa perfusão periférica pode estar sendo causada por uma hipovolemia (animal teve uma hemorragia e cortou a carótida perda de sangue que também leva a uma baixa de pressão). - Hipercorada (congestão): mucosa com uma coloração mais avermelhada, a qual pode indicar uma alta perfusão (vasodilatação), muitas vezes associada com quadros inflamatórios. Se o animal apresenta todas as mucosas vermelhas indica uma inflamação sistêmica → síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). Exemplo dessa SIRS: o equino apresenta muitos problemas digestivos → cólica → suponhamos que ela não foi tratada e o animal teve uma 4 inflamação da alça intestinal com ruptura → ocorreu uma peritonite → atuação intensa do sistema imunológico (inflamatório)→ presença de muitos mediadores inflamatórios com o objetivo de conter o problema a inflamação não está sendo em apenas um local, está no sistema sanguíneo como um todo SIRS pode ou não estar associada com uma bacteremia → SIRS + INFECÇÃO VIRAL OU BACTERIANA → SEPSE. Esse animal com intensa resposta inflamatória apresentará temperatura retal alta→ devido a uma síndrome febre. - Ictérica: mucosa se apresenta amarelada. Essa cor aparece devido a presença exacerbada de bilirrubina. A icterícia pode se classificar de duas formas e quem dá a resposta de qual tipo de icterícia que é o laboratório. Existem três tipos de icterícia: * Pré- hepática: é a mais frequente em equinos, que são associadas muitas das vezes associadas a hemoparasitoses → causa hemólise → alteração da bilirrubina. LEMBRE-SE: O CAVALO NÃO TEM VESÍCULA BILIAR → ele produz bile, ele somente não armazena. * Hepática: problema direto no fígado, porém não é uma afecção prevalente em equinos. * Pós- hepática: pensando principalmente nas obstruções dos ductos. A mucosa óculo palpebral é a mais franca em mostrar a icterícia. - Cianótica: cor mais azulada ou arroxeada, associada principalmente na falha na oxigenação sanguínea e consequentemente falha na oxigenação tecidual→ se não chega O2 nos tecidos ele entra em falência → falência de múltiplos órgãos. Abordagem do paciente com esse tipo de mucosa, é totalmente diferente da abordagem do paciente com a mucosa normocorada. Se um equino estiver apresentando o que conhecemos como alo cianótico próximo da gengiva /bem próximo dos dentes já é um quadro indicativo de sepse. Petéquia → fragilidade vascular com extravasamento do sangue→ prejudica a perfusão tecidual. ● TPC: Tempo de preenchimento capilar → o TCP normal do equino é menor ou igual a 2 segundos, numa mucosa rósea, úmida e brilhante. O TPC de 2 segundos em uma mucosa seca e pegajosa já é uma desidratação. 5 Como deve ser feita? Deve ser feito na mucosa oral → elevação do lábio superior e vai pressionar a mucosa. Lembra que na hora que soltar a mucosa não é o um, tem que esperar um pouco até começar a contar. Um cuidado: devemos abaixar a nível da cabeça do animal para avaliar o TPC, levantar a cabeça do equino para fazer isso pode ter um retorno do sangue e a mucosa apresentar-se um pouco hipocorada. Lábio da égua precisa estar no nível do peitoral/coração. Porque avaliar o TPC? Perfusão tecidual. O que faz o TPC aumentar é a hipovolemia (quadro de desidratação mais frequentemente ou hemorragia). TPC de 2 a 3→ desidratação leve TPC de 4→ desidratação moderada TPC acima de 5 → desidratação intensa com prognóstico reservado a desfavorável (perfusão tecidual e dos órgãos muito baixa). ● Turgor cutâneo: Pode avaliar o turgor cutâneo, porém não é muito fiel (fidedigno) → existe alguns fatores que influenciam→ idade por exame→ ele não substitui o TPC. ● FC: 28 a 40 BPM → posicionamento do lado esquerdo do animal, aproximadamente no 5º espaço intercostal (não é fácil contar espaços intercostais em equino). Devido a isso, o mais usado é uma referência anatômica → região imediatamente atrás do olécrano e quatro dedos acima do esterno. Se o equino estiver escondendo o foco de ausculta cardíaca → chegar o estetoscópio um pouco para frente. ● FR: 8 a 16 RPM (em adulto)→ nos potros os valores se alteram um pouco. Plano A: fazer a frequência respiratória sem tocar no animal. O ideal é o posicionamento de 45º na frente/atrás do animal, sem chegar perto da cabeça dele. O padrão respiratório do equino é toracoabdominal → expansão de tórax e abdome. (Inspiração→ pequeno silêncio→ expiração→ grande silêncio→ esse ciclo continua). Plano B: se direcionar à borda ventral do pescoço do animal para sentir os seus anéis traqueais → no terço proximal ao terço médio eles são bem superficiais → posicionamento do estetoscópio nos anéis traqueais → auscultação do ar entrando e saindo. O que pode ajudar na percepção do som são os movimentos toraco-abdominais. O que não fazer: não vai mensurar colocando as costas da mão na narina do animal→ normalmente quando aproximamos, o cavalo cheira nossa mão. Alteram a FR e FC: estresse, exercício físico (aumento da demanda por oxigênio, além disso o cavalo não respira pela boca, ou seja, ele dilata a narina para aumentar o volume de ar inspirado aumentando assim a frequência respiratória → aumento de fornecimento de oxigênio na 6 respiração. Outro motivo que ele aumenta a FR no exercício: transpiração, para a termorregulação. Cavalo apresenta duas formas de termorregulação → transpiração e respiração. Patologia: Anidrose → animal não consegue transpirar → não são aptos para atividades esportivas, uma vez que podem entrar em hipertermia. ● Peso do animal: a melhor forma de avaliação do peso do animal é pela balança, porém a maioria dos lugares de atendimento do equino não apresentam balança. Devido a isso, o objeto mais utilizado é a fita de pesagem, a qual estudos já comprovam que existe uma correlação entre o perímetro torácico e o peso. A fita é bem auto explicativa→ apresenta um ponto de pesagem inicial. A mensuração deve ser feita abraçando o tórax do animal. Importância do peso em um exame inicial: dosagem de medicamentos, uma vez que a maioria dos fármacos utilizados são doses dependentes. Outro fator importante, é acompanhar um animal, o qual esteja portando uma patologia, haja vista que é importante acompanhar o peso do equino nessa situação. ● Escore corporal: o score varia desde um animal muito magro (caquético) a um animal gordo (obeso). A classificação pode variar → o escore pode ser classificado de 1 a 5, sendo escore 3 ideal, ou de 1 a 9, sendo ideal o score 5. Importante: sempre identificar qual das classificações do escore que está sendo utilizada. Por exemplo: escore 3/5 ou escore 3/9. Animais caquéticos: protuberância ósseas mais visíveis; Animais obesos: acúmulo de tecido adiposo. Costelas dos animais → verificar as costelas faz parte do processo de definição do escore corporal do animal → elas nãodevem ser visíveis, mas devem ser palpáveis. Caso não seja possível sentir as costelas com facilidade o animal está com o escore corporal um pouco aumentado. Em relação a gordura: o tecido adiposo é mais fácil de acumular quando comparado com o acúmulo de musculatura → morfologicamente e economicamente, uma vez que esse tipo de tecido adiposo esconde as imperfeições morfológicas do equino. ● Acúmulo de tecido adiposo na borda dorsal do pescoço: Animal com escore normal: borda dorsal retilínea; Animal magro: borda côncava; Animal gordo: borda convexa → excesso de tecido adiposo causa problemas de termorregulação e problemas metabólicos – síndrome metabólica, laminite, síndrome articulares (alta prevalência). A Meg (animal estudado na PUC Betim) deve apresentar o score de 3,5 na escala de 5 e 6 na escala de 9 (a escala de 1 a 9 não existe números quebrados). 7 ● Temperatura: varia de 37,5 a 38,5º C (esses valores mudam de acordo com a literatura estudada), Obs.: caso o animal passe de 38,2ºC de temperatura é importante ficar atento, uma vez que está próximo ao limiar. Elevação de temperatura: pode ser por uma hipertermia leve e transitória, devido a exercícios físicos, porém o equino tem dois mecanismos de termorregulação → transpiração e respiração. Ou pode ser por uma síndrome febre → processo inflamatório ou infeccioso sistêmico→ SIRS ou sepse. ● Pulso: o fator que utilizamos para avaliar a volemia do animal → mucosa e especificamente o TPC. Há duas formas de avaliação: (lembrando que o melhor jeito de se avaliar é sem luva). 1º forma: artéria facial: na região da mandíbula → seguir o arco da mandíbula no sentido para baixo → internamente sente-se com muita facilidade a veia facial (grande calibre) adjacente a essa veia existe a artéria. É preciso realizar uma pressão com dois dedos (indicador e médio) para sentir o pulso, o qual é lento. Não utilize o polegar! 8 Importante: O pulso da mandíbula deve acompanhar o pulso digital palmar. Lembre-se que o pulso é uma maneira indireta de aferir a pressão do animal. 2º forma: pulso da artéria digital palmar. Quando aferimos o pulso da artéria facial, avalia-se a circulação como um todo. Já quando aferimos a artéria digital palmar, analisamos os processos do casco, uma vez que um aumento do pulso nessa região pode ser algum distúrbio patológico como a laminite aumento de circulação na região. Essa artéria fica junto a um plexo: artéria, nervo, veia. Além disso, é possível sentir lateral e medialmente. Artéria digital palmar: Passa palmar ao metacarpo, boleto e quartela. Como aferir o pulso nessa artéria: (Sentir o plexo) → pega o dedo e passe com força você irá sentir o plexo pular. Lembre-se: Pulso muito fraco de sentir → artéria muito delgada. Caso o pulso esteja muito forte já é um processo inflamatório no caso de uma laminite. ● Linfonodos: O conceito de linfonodos é passado na aula teórica. Os linfonodos que estudaremos são: linfonodos examináveis e ou palpáveis em equinos. Os examináveis - eu examino, mas não encontro - não são palpáveis (se tornam palpáveis ao estarem reativos). Os palpáveis dão para palpar o tempo todo. Linfonodo mandibular: ele é palpável (região cranial no arco da mandíbula → é preciso ir no centro e achá-los bem lá no fundo- cacho de linfonodos pequenos. É possível senti-lo parcialmente (palpável bilateral). ✔ Na região profunda do arco da mandíbula. Linfonodo parotídeo: examinável e não palpável (fica abaixo da parótida). ✔ Como examinar? Palpação logo atrás da parótida de ambos os lados e depois na frente. Linfonodo retrofaríngeo: são apenas examináveis. A frente da traqueia é possível palpá-los na Meg, uma vez que o dela está reativo. Linfonodo pré- escapular: examináveis (mais fácil fazer no animal fora do tronco) mergulhar a mão na gente da musculatura supra escapular. Linfonodo pré- femoral: comprido formato de uma lingueta é também chamado de pré-crural - ele é palpável. 9 EXAME SEMIOLÓGICO DO SISTEMA DIGESTIVO Avaliação de sistema digestivo inclui o interesse do animal pelo alimento → Desde o trânsito do alimento, até a saída dele. Na oferta de alimento → olhe como trabalha o lábio superior (muito movimento), abocanhamento do alimento (com os dentes incisivos) e a língua direcionada para os dentes da bochecha, além disso vale lembrar que a saliva ajuda na deglutição. O equino passa 14 a 16 horas do dia se alimentando → explora e ingere pequenas porções. ● A falta de apetite (inapetência) já é um problema!! Para fazer o teste de apetite no animal utiliza-se normalmente um volumoso→ feno. ● Cuidado com o uso da ração (animal com distúrbio gastrointestinal). O movimento da mastigação do animal é lateralizado: mandíbula vai para o lado → alterna para o lado direito e depois para o lado esquerdo. A Meg apresentou tosse - durante o movimento de mastigação e isso pode ter correlação com disfagia. Avaliação da cavidade oral: elevar os lábios → ver dentes incisivos (6 em cima e 6 em baixo) e ver se há uma perfeita oclusão. ● Logo atrás região onde não tem dente → local que coloca a embocadura: região chamada de barra ou diastema: nessa região podemos avaliar a língua da égua. ● Deve avaliar o odor, e se tem alguma alteração, lesão/ úlcera. ● Avaliar visualmente o que for possível — não é uma avaliação detalhada. ● O odor é cheiro de capim de um animal saudável. Avaliar a língua: tracionar para o meio externo → na região da barra introduza o dedo no sentido direto, não jogue o dedo nem pra trás nem pra frente. ● Para uma avaliação específica da avaliação da boca: medicação e colocar o abre boca. Dente de lobo: primeiro pré-molar → dente bem fino e delgado → extraído para que a embocadura não machuque o animal: ele não tem função nenhuma. 10 Deglutição: alimento passa pelo esôfago (passa dorsal a traqueia, um pouco deslocada para a esquerda): conecta cavidade oral com estômago. ● Não é possível pegar o esôfago — ele é bem colabado. ● Aumento de volume no esôfago: alguma obstrução. ● Porção cervical → avaliar de maneira direta → o esôfago está na região esquerda a traqueia até entrar no tórax. ● A porção torácica não é possível palpar→ passou do diafragma já vai ser esôfago abdominal. ● A porção abdominal é pequena→ porção de 2 centímetros até chegar na cárdia (estômago). Avaliação torácica e abdominal pode ser pela sonda nasogástrica, caso haja alguma obstrução no esôfago ela não vai passar. Estômago do cavalo: pequeno→ suporta 5 a 15 litros (nem 10% da capacidade digestiva do animal). ● Cavalo não realiza êmese e eructação. ● Tudo que chega no estômago vai para o intestino delgado. Forma de avaliar o estômago: exame complementar → endoscopia (para o esôfago também), ultrassonografia abdominal. É necessário avaliar se tem alguma úlcera gástrica ou obstrução no esôfago. ● Avaliar o estômago de maneira geral: SONDA. Intestino delgado: é dividido em três porções. ● Duodeno: porção inicial → recebe secreção pancreática e secreção biliar (bile liberada constantemente, uma vez que o animal não apresenta vesícula biliar). ● Jejuno: maior parte (18 a 26 metros de jejuno → média de 22 metros) → capacidade secretória → parte da degradação do alimento. E posteriormente a ingesta irá para o íleo→ vai chegar nessa porção líquida. 11 ● Íleo: porção final do intestino delgado → camada muscular muito desenvolvida, a qual trabalha ativamente para jogar no ceco (gigantesca câmara fermentativa). No quadrante superior direito: auscultamos a região de ceco. Direcione o estetoscópio para o flanco ou vazio nesse quadrante → ausculta-se a base de ceco→ íleo se conectando ao ceco através da válvula ileocecal. Ceco: grande câmara fermentativa – ausculta- se o som de descarga ileocecal. NÃO PALPA ESTÔMAGO NEM AUSCULTA! Infelizmente em aula o animal não dá descarga completa da válvula ileocecal. Após a entrada do alimento no ceco → absorção de 80% do líquido- o resto vai para a válvula ceco- cólica→ base do ceco para ir até o cólon ventral direito.Do ceco a ingesta volta para a base → cólon ventral direito (quadrante inferior direito) (descarga só no ceco)→ devemos ouvir som de progressividade. Do cólon ventral direito há a presença a flexura esternal → cólon ventral esquerdo → na região da pelve (flexura pélvica ou pelvina- quadrante inferior esquerdo). ● Na flexura pélvica há uma redução abrupta do lúmen com uma dobra de 180 graus, ou seja, é um ponto frequente de compactação que engarrafa o cólon ventral esquerdo. Lembre-se que é uma flexura que dá para auscultar e palpar → posteriormente: cólon dorsal esquerdo → flexura diafragmática → cólon dorsal direito atravessa o abdômen do cavalo transversalmente: cólon transverso (quadrante superior esquerdo)→ cólon menor: porção final do intestino grosso: formação das sílabas→ som mais abafado e de menor som. Classificação da motilidade: SISTEMA CRUZ Duas (++): motilidade normal Três (+++): hipermotilidade Uma (+): hipomotilidade Negativo: atomia Ausculta da motilidade intestinal: aspecto do som e a frequência do som. 12 Descarga ileocecal: 2 a 4 a cada 3 minutos. A imagem à esquerda mostra a posição para auscultação da descarga ileocecal. Depois que o alimento sai do cólon menor, sílabas acumulam-se na ampola retal → equino saudável defeca bolo fecal com sílabas formadas. ● Avaliar o volume de bolo fecal, formação e tamanho das sílabas, coloração e odor. ● Fazer uma leve pressão na sílaba e ver se drena entre os dedos. ● Observar presença de parasitas, tamanho das fibras de capim (fibras longas- alteração dentária) e observar presença de muco nas fezes. Prova: pontos de ausculta. Exames complementares: sondagem nasogástrica, abdominocentese, palpação transretal, exames laboratoriais, diagnóstico por imagem. Abdominocentese Local de escolha → Linha média ventral na parte mais baixa do abdômen (caudal a xifóide). Avaliação do líquido peritoneal → Meio indireto de avaliação das alças intestinais. SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Qual a função? ● Troca gasosa (hematose) → o sangue chega na musculatura pulmonar → absorção de O2 (oxigenação sanguínea) e eliminação de CO2 13 ● Controle de temperatura → termorregulação devido ao trabalho excessivo e calor. Esses fatores aumentam a frequência cardíaca e dilatam as narinas, entra maior volume do ar e dilata também a laringe→ aumento de volume de ar inspirado. ● Equilíbrio ácido base: se não tiver oxigenação sanguínea adequada o animal pode ter uma acidose. Qual a queixa que o proprietário relata quando se trata de sistema respiratório? ● TOSSE, nesse caso pode-se pensar em doença pulmonar ou inflamação local, falha na deglutição (disfagia), inflamação da laringe que pode coincidir com o momento começa a trabalhar. Quando há grande volume de ar de uma vez na laringe, pode haver um maior desenvolvimento do reflexo de tosse. ● Outra queixa comum de ocorrer é a redução de performance. O cavalo com falha no sistema respiratório começa a ficar cansado. ● Secreção nasal → é preciso saber se ela está presente, se é uni ou bilateral, qual o volume e aspecto. Perceber se há algum aumento de volume na região da face ou da bolsa gutural. ● Ruído respiratório também é uma queixa muito frequente. O ruído pode ser inspiratório, expiratório ou ambos. O que gera o ruído? Dificuldade da passagem do ar. Caso o animal em repouso apresentar ruído respiratório há um estreitamento significativo. Quando está praticando algum esporte gera o ruído respiratório, pode ser uma redução do lúmen em alguma parte do respiratório → atrapalha as funções desse sistema. Exame do sistema respiratório Lembre-se de realizar a inspeção, identificação e explorar bem a anamnese. O exame clínico precede o específico. Começamos pelas narinas: avaliação das narinas → observa-se secreção quanto ao aspecto (seroso, purulento, catarral, sanguinolenta). Serosa: secreção bem clara, com baixa celularidade, não tem viscosidade e tende a ser translúcida sem alteração de odor. Essa secreção é muito próxima de uma normalidade → inflamação simples, baixa concentração de mediadores inflamatórios sem envolvimento de infecções. Catarral: É um processo inflamatório e muitas vezes viral. Ela é diferente da purulenta → tem uma viscosidade, mas tende a ser mais esverdeada. Purulenta: amarelado e odor mais desagradável (envolvimento bacteriano)→ inflamação com bactérias. Secreção sanguinolenta: aspecto sanguinolenta ou o sangramento nasal (epistaxe) . 14 Pode existir associação entre as secreções: seromucosa, mucopurulenta. É necessária uma boa avaliação para identificar. O que mais avaliação nas narinas: odor. Avalia-se o odor do ar expirado: calce a luva → concha com a mão → direciona o ar para você → sinta alguns movimentos respiratórios para avaliação. Importante: sempre avaliar as duas narinas → algumas alterações podem ser uni ou bilaterais → avaliar alguns ciclos respiratórios → não negligenciar avaliação do odor. Além disso, é importante fazer a avaliação da mucosa. A avaliação precisa ser feita com mais cuidado pois é um exame específico de sistema respiratório. Seios paranasais: os seios do lado direito não se comunicam com os do lado esquerdo. ● Seios paranasais examináveis: frontal, maxilar caudal (logo abaixo do canto médio do olho) e rostral a ele: maxilar rostral. Para avaliar é necessário fazer a percussão digital→ escuta-se o som gerado pela percussão. Comparar o som com o contralateral, uma vez que os seios de ambos os lados não comunicam → precisamos ouvir um som claro (sem alteração). Podemos fazer com os dois dedos. Cuidado com o posicionamento do seu ouvido! É preciso deixar a orelha centralizada para comparar o som. Além disso, a avaliação do o seio frontal deve ser feita em toda sua extensão, dado que ele é o maior (mais amplo). Avaliação do seio maxilar caudal (mais dificuldade próximo ao olho). Maxilar rostral é o menor de todos. Seios paranasais: observar aumento de volume e assimetria na área. A: seio frontal; B1: seio maxilar caudal; B2: seio maxilar rostral. 15 Quando há alguma alteração no som pode ser acúmulo de secreção (inflamatória ou infecciosa) → sinusite. Em equinos existe sinusite primária, mas não é mais frequente. Os casos secundários de sinusite são os mais frequentes. Estes são devidos a problemas dentários, pode acontecer uma infecção acendendo da cavidade oral para os seios (sinusite unilateral). ● Som maciço seio: repleto de secreção. DÚVIDA NA PERCUSSÃO: Abra a cavidade oral do animal→ ato amplifica o som. Interessante: sinusite secundária a problemas dentários será unilateral → secreção vai ser drenada pela narina (unilateral) → secreção bacteriana (secreção purulenta). Devido a isso é muito importante avaliar os dentes (pode ser sinusite). ● Sinusite bilateral: garrotilho (bactéria no sistema respiratório). Outras estruturas avaliáveis nos equinos: Bolsa gutural→ pode ser sentida pelo triângulo de viborg. Sua função: Existem algumas suspeitas e existe uma teoria mais aceitável: o cavalo se protege pelas fugas (corrida) e a bolsa gutural seria importante para promover o resfriamento do sangue arterial que vai chegar no cérebro, para ajudar na função de oxigenação. Embora não sabemos muito a função, sabemos a anatomia e as patologias. A bolsa gutural também está presente bilateralmente → separada por um septo→ não se comunicam. Na bolsa gutural há veias artérias e nervos importantes. Afecções: acúmulo de secreção purulenta (bactérias) → empiema de bolsa gutural, acúmulo de secreção fúngica ou acúmulo de ar (timpanismo de bolsa gutural → acúmulo em excesso). ESSA BOLSA FAZ PARTE DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. Avaliação da bolsa gutural: (massagear a região da bolsa) → avaliar se ambas estão simétricas e se tem alguma alteração. Começar pelo arco da mandíbula até o triângulo de viborg. Caso essa bolsa esteja com secreção purulenta, é possível abaixar a cabeça do animal e a secreção sair por estímulo. Laringe → região que tem comunicação próxima entre o trato respiratório edigestivo. Nesse órgão pode haver inflamação (laringite). É preciso examinar: reflexo de tosse. 16 ● Posição: laringe está mais rostral a traqueia→ anatomia diferente da traqueia. Avaliação: reflexo de tosse → massagear a laringe. Se o animal estiver saudável nada acontece. Agora se estiver inflamada o animal irá tossir em poucos segundos. Outra coisa que vai avaliar na laringe é a ausculta→ auscultar se o ar está passando sem resistência e se tem ou não secreção no órgão. Traqueia→ boa inspiração da traqueia cervical → observar se não tem nenhuma alteração. Avaliação: Auscultar a passagem do ar na traqueia (em diferentes pontos) → NÃO ESTÁ MENSURANDO FREQUÊNCIA. Observar se não tem alteração de ruído→ presença de secreção. Ausculta pulmonar→ primeiramente é necessário delimitar o pulmão. ● Limite superior do pulmão - região da musculatura do longuíssimos dorsal (abaixo); ● Limite cranial: região do antebraço do animal; ● Traçar uma linha diagonal dos limites. Pares de costelas: 18 costelas 17 espaços intercostais. Por que delimitar? Uma das alterações vai ser a ausência de som!!! Ausculta o pulmão em zig zag nos espaços intercostais por toda sua extensão. Alterações dos ruídos pulmonares: Ausência de ruído: abscesso; Crepitação: secreção na região do pulmão (casos de pneumonia); Sibilo: redução do lúmen das vias pulmões (asma equina); Roce: quadro de pleurite (pleura visceral em contato com a pleura parietal - em casos de inflamações). ● Obstrução das vias aéreas com sacola – animal fica reativo → deixar 30 segundos. Ajuda na ausculta pulmonar. Som do pulmão muito baixo. 17 Avaliação do volume de ar expirado: com as costas da mão faça a avaliação do volume do ar expirado. Sinta o quanto de ar que o animal está expirando por uma narina e por outra. O volume de ar deve ser simétrico, quando não está simétrico haverá ter uma obstrução de ar (preferencialmente faça sem a luva). ABORDAGEM SEMIOLÓGICA DO SISTEMA LOCOMOTOR Passa pelas mesmas etapas Identificação do animal, inspeção, anamnese. Na avaliação específica é preciso avaliar assimetria, contorção muscular de membros e de coluna do animal. Aumento de volume no membro do animal: na inspeção não é possível afirmar 100% se é um edema, hematoma, fibrose ou até mesmo um abscesso etc. É possível saber quando há o exame de manipulação junto. INSPEÇÃO E SÓ VISUAL. Na manipulação será possível ver se o membro apresenta o sinal de godet (aperta a pele e fica) pelo edema, se está duro (fibrose). Edema→ acúmulo de líquido no espaço extracelular. É importante identificar raça, dado que diz muito sobre o tipo de exercício que o animal faz). ● Quarto de milha - movimentos rápidos e curtos (apartação de boi, três tambores, vaquejada) a articulação dos posteriores são exigidas nesse tipo de animal. Proprietário que apresenta como queixa a claudicação: é preciso saber o conceito dessa claudicação (manqueira - uma assimetria na movimentação do animal). Essa assimetria pode ser causada por alteração biomecânica e dor, por exemplo se o equino tem uma hiperflexão persistente (contratura de tendão) ele irá apresentar assimetria na movimentação → alteração da biomecânica. Dor bilateral altera-se em diferentes proporções. Outra queixa principal é a redução da performance. É necessário entender se teve um início abrupto ou se foi com o tempo → questione sobre o casqueamento e sobre o ferrageamento recente. IMPORTANTE: Perguntar sobre a alimentação → laminite endocrinopatia (dietas hipercalóricas- silagem - série de problemas associados que levam a um caso de laminite endocrinopatia). Em casos dessa enfermidade perguntar se teve tratamento feito, como foi a resposta, resposta aguda ou crônica 18 Exame específico do sistema locomotor: inspeção estática (avalia com o animal parado) seguida da inspeção dinâmica (animal se movimentando). ● Inspeção dinâmica: começa mais tranquilo e vai forçando conforme a necessidade. Avaliar o cavalo ao passo, ao trote (cavalo de trote), marcha (cavalo de marcha), galope, linha reta, círculo, piso firme, piso macio. Graus de claudicação: ● Grau 1: muito discreto, o animal não apresenta a claudicação de maneira consistente nem nos exames específicos. Animal que deixa com dúvida. Claudicações intermitentes e de difícil detecção. ● Grau 2: Neste grau o cavalo apresenta passo normal, trote em linha reta normal, é necessário colocar o animal para trotar em círculo (membro que está dentro do círculo está sofrendo uma carga maior essa sobrecarga força o animal e mostra a claudicação). Grau que mostra a claudicação em exames consistentes e específicos. 60% das claudicações membro torácico abaixo do metacarpo Explorar o animal se tem claudicação e qual o membro afetado. ● Grau 3: Cavalo ao passo em linha reta não sente nada, mas se por pra trotar ou marchar já mostra a claudicação. Evidente à marcha ou ao trote em linha reta. ● Grau 4: Dor evidente,mas apoia um pouco. Claudicação evidente ao passo. ● Grau 5: O animal mesmo parado apresenta dor e claudicação significativa. Essa é uma classificação da AAPE → amplamente utilizada. Importante fazer na inspeção dinâmica: colocar o animal no piso firme (problemas articulares ou óssea - síndrome do navicular) Lesões tendíneas e ligamentares (extensão do membro é maior quando coloca o animal na área) → piso macio. 19 Lembre-se: se tem claudicação, qual os membros estão envolvidos? E qual o grau? Uma vez que determinou-se o membro claudicante, o próximo passo é identificar o local da dor: testes de manipulação e depois de flexão. Teste de flexão: flexionar a articulação, manter ela flexionada Isso acontece no membro claudicante e a primeira articulação a se flexionar é na região do boleto. Eleva o membro do animal e flexiona. Segura-se a articulação por 60 segundos → solto e coloco o animal para andar. Se o animal não tiver dor relacionada à aquela articulação flexionada → movimento sem claudicar. Acentuar a claudicação: flexionou-se uma articulação e o animal demonstrou mais dor, indica que ele está claudicando realmente da articulação, por exemplo a do boleto. Uma vez que flexiono uma articulação outras vão flexionar porque elas estão interligadas → Aparato recíproco ou aparado de sustentação. A flexão deve ocorrer da região do dorsal para ventral: tentar isolar as articulações → um exemplo: começar a flexionar no membro pélvico a articulação femoro-tíbio-patelar, com isso o animal não irá flexionar a articulação do tarso (em excesso). Teste de manipulação: Significa ir cutucando o cavalo para saber onde está a dor (começa pelo casco). ● No casco e na sola faz-se uma avaliação externa. Para avaliação das estruturas internas usa-se a pinça de casco → posicionar no casco e pressionar. ● Exame de pinça: avaliação do estojo córneo, o casco e estruturas internas do casco → se o animal apresentar uma fragilidade de sola como um abscesso sub soler ou um hematoma sub solear o animal sentirá dor. ● Lembrar as estrutura interna do casco: terceira falange (falange distal), osso navicular e um tendão (tendão flexor digital profundo que se fixa na 3° falange). Importante: eleve o casco do animal → avalie o casco e a ranilha do animal e posteriormente faça o exame de pinça de casco. 20 A estrutura em V, no casco é conhecida como ranilha →nela há sulcos (lateral, medial e central) Banda coronária: transição do casco e da pele . Pressionar entre a sola e a muralha: pressionando a região da 3° falange de maneira indireta, se o animal sente dor → pode ser algo na sola ou na região da 3º falange. Osso navicular: nele há o tendão flexor digital profundo que posteriormente se insere na terceira falange. Pressão da ranilha: avalia-se a ranilha, navicular e no tendão flexor digital. É preciso avaliar também a região do talão do animal. A Sola deve ser limpa diariamente, pois acumula matéria orgânica. Avaliação da ranilha: começa pelo ápice da ranilha e muralha, posteriormente terço médio da ranilha (avaliar o navicular)e depois a base da ranilha, por fim avalia-se o talão. ● No ápice da ranilha o tendão flexor digital profundo se insere na terceira falange; ● Terço médio da ranilha é a região do osso navicular; Outra avaliação a se fazer é a percussão → animais com laminite sentem dor. Demonstração de uma avaliação de casco com o uso da pinça. Demonstração de uma avaliação de ranilha com o uso da pinça. 21 Demonstração de uma avaliação de talão com o uso da pinça. As estruturas mais proximais ao casco não são avaliadas com a pinça, uma vez que causa dor no animal. Por isso, nessas áreas a avaliação deve ser feita com a mão. É necessário identificar as estruturas: casco, quartela, boleto e depois região do metacarpo ou canela (metacarpo 3→ o principal). ● Os metacarpos 2 e 4 viraram os metacarpianos acessórios. São dois ossos bem finos que passam na região palmar → são bem rudimentares. ● O metacarpo 1 virou uma estrutura queratinizada que não tem função nenhuma → castanha (tecido queratinizado na borda medial de todos os membros → sem função). ● Metacarpo 3: formada por falange proximal, média e distal; ● O osso navicular também é conhecido como sesamóide distal; ● Na região do boleto se localiza os dois sesamóides proximais → eles que fornecem o formato arredondado do boleto. ● Articulação entre o metacarpo e a primeira falange: articulação metacarpofalangiana; ● Articulações entre as falanges: interfalangiana proximal e distal; 22 ● Na região palmar é possível observar uma série de estruturas, as quais estarão na imagem abaixo. No teste de manipulação é preciso fazer essa manipulação no membro do animal, visando avaliar as estruturas ósseas, inicialmente com o animal apoiado, para ver se existe alguma alteração na conformação desses ossos, ou da superfície articular. O ligamento suspensório também é conhecido como músculo interósseo. O tendão flexor digital profundo se insere na terceira falange; 23 O tendão flexor digital superficial se insere na região da quartela. Para avaliar bem mesmo essas estruturas é preciso deixar o membro do animal apoiado→ as estruturas ficam tensionadas. Palpar de maneira individualizada. Pressionar todas as estruturas citadas acima e quando estas chegaram na região da quartela, pressioná-las em bloco (todas juntas) → avaliar se o animal não está sentindo alguma dor. Ao final da quartela é possível sentir a cartilagem alar. Bloqueio perineural Os nervos na porção distal do membro do animal são apenas nervos sensitivos. É preciso entender que os bloqueios existem e como eles funcionam: o estímulo doloroso que será gerado, por exemplo, no osso navicular, vai percorrer as terminações nervosas para informar o sistema nervoso central que existe dor. É possível bloquear o trajeto dessa informação, por meio de um fármaco → lidocaína. Acontece apenas a interrupção do trajeto do estímulo nervoso → a lesão não está sendo tratada, apenas está confirmando a região da dor. Exames complementares para chegar no diagnóstico: ultrassonografia, radiografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada. Importante para fechar diagnóstico, prognóstico e tratamento. 24 Possíveis perguntas para a prova 1. Qual a frequência cardíaca normal de um equino? Faça a mensuração. 2. Quais fatores podem alterar a frequência cardíaca desse animal? 3. Quais são as etapas do exame de claudicação? 4. Explique detalhadamente a etapa X do exame de claudicação. 5. Faça o exame de laringe no animal. 6. Faça o exame de traqueia no animal (avaliar a traqueia como um todo). 7. Como você avalia a narina do animal? Falar de tudo: anatomia, conformação, mucosa, secreção, volume de ar expirado. 8. Faça o exame de pinça, explique o que está avaliando e cite as estruturas avaliadas. 9. Faça a percussão dos seios paranasais. 10. Qual a temperatura normal de um cavalo? Faça a mensuração. 25
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