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Princípios Básicos da Radiologia

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I curso de
na prática ClínicaRadiologia
E - b o o kE - b o o k
Princípios Básicos Da
I curso de
na prática ClínicaRadiologia
Organizadores do Evento:
Ana Elisa Vasconcelos
Carolina Menezes
Daniela Louise Fernandes
Déborah Hyanna Ché
Flávia Rosa
Hortência Bastos
Lorena Fagundes
Carolina Menezes
Lorena Fagundes
Marconi Chaves
Rodrigo Fagundes
Autores:
Orientadora
Drª Lara Torres
Designer de Arte:
Maíra Santana
Salvador - BA
2020
Maíra Santana
Marconi Chaves
Marina Viana
Rodrigo Fagundes
Stéphane Carvalho
Thaiane Cirqueira
Pedro Augusto Anjos
I curso de
na prática ClínicaRadiologia
Este material foi inteiramente
confeccionado por alunos do
curso de Medicina. Todos
membros da Liga Acadêmica
de Radiologia da Bahia
(LARB). Esperamos que
apreciem a leitura!
Mensagem da LARB:
 
 
 
 
 
 
 
Olá! 
 
Bem-vindo (a) ao I Curso de Radiologia na Prática 
Clínica! 
 
A Radiologia ainda é um tema pouco seguro à maioria 
dos estudantes e profissionais da medicina, partindo 
dessa premissa surgiu nossa ideia para o curso. 
Esperamos que você faça bom proveito dele e que ao 
final, consiga compreender e entender os exames de 
imagem mais essenciais à prática clínica com clareza 
e segurança. 
Assim, estamos disponibilizando este material 
complementar que aborda um pouco da técnica dos 
principais exames de imagem (RX, US, TC, RNM), bem 
como ao final dele encontrará- páginas para anotações 
durante as aulas para que a sua experiência no nosso 
curso seja incrível! 
 
A Liga Acadêmica de Radiologia da Bahia agradece a 
preferência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. RADIOGRAFIA (RX) 
1.1 O que é? 
A Radiografia foi descoberta em 1895 por Wilhelm 
Roentgen, sendo ela o primeiro exame de imagem 
desenvolvido no mundo e ainda assim tão amplamente 
utilizada e requisitada na radiologia, apesar dos novos 
métodos que surgiram e ainda surgem. 
Ela usa os raios-X (RX), energia radiante/luminosa 
que é capaz de penetrar substâncias opacas à luz, como 
forma de obter imagens do corpo humano. 
1.2 Como é feita a técnica? 
O feixe de RX é produzido pelo bombardeio de uma 
placa de tungstênio por um feixe de elétrons no interior 
de um tubo de RX. Estes atravessam o corpo humano e 
são atenuados pela interação com os tecidos, seja por 
absorção ou dispersão, e produzem um padrão de 
imagem no filme que corresponde á anatomia humana. 
Na radiografia convencional, uma película é 
colocada dentro de um chassi radiográfico como 
detector de RX, de modo que após esses raios 
atravessarem o corpo, eles encontram uma tela 
coberta por partículas fluorescentes dentro do chassi 
radiográfico, causando uma interação fotoquímica, a 
qual emite radiação luminosa e sensibiliza o filme no 
interior do chassi. Assim, o filme é removido do chassi 
e revelado num processador químico, resultando numa 
imagem de RX da anatomia do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já na radiografia computadorizada (CR), as imagens 
radiográficas são digitais, utilizando placas de 
armazenamento de fósforo reutilizáveis ao invés do 
filme convencional. Assim, nessa técnica, essas placas 
são as responsáveis pela interação com RX, bem como 
são colocadas num dispositivo de leitura que escaneia 
a placa com um laser hélio-neon, o qual emite luz, que 
é capturada por um tubo fotomultiplicador e 
processada como imagem digital. Esta é transferida a 
um sistema de arquivamento e distribuição de imagem 
denominado PACS (picture archiving and 
communication system), que permite acesso 
instantâneo e simultâneo de profissionais da saúde em 
diversos locais. 
 
 
 
 
Note na imagem ao lado o 
diagrama de um tubo de RX, 
mostrando a radiação 
atravessando o corpo do 
paciente e sensibilizando o 
filme radiográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por sua vez, a radiografia digital (DR), a qual 
substitui o chassi e a placa de fósforo por um detector 
eletrônico fixo ou sensor CCD (charge-coupled device), 
que produzem a imagem imediatamente. 
Outra técnica interessante é a fluoroscopia que usa 
uma tela fluorescente para captar o RX e permite a 
visualização radiográfica em tempo real de estruturas 
em movimento. Por conta disso que hoje temos o 
benefício da Angiografia Convencional, procedimento 
que envolve a opacificação dos vasos sanguíneos 
mediante a administração intravascular de meios de 
contraste iodados a fim de obter imagens do fluxo 
vascular. 
 
1.3 Quais as incidências radiográficas? 
A maioria das incidências varia com a maneira que 
os raios-X atravessam o paciente, de modo que temos 
as seguintes: 
§ anteroposterior (AP), que atravessa o paciente da 
frente para as costas; 
§ posteroanterior (PA), que é justamente o inverso de 
AP; 
§ oblíqua: pode ser anterior ou posterior e direita ou 
esquerda. Ela é obtida com o paciente em posição 
inclinada ou angulada na qual os planos sagital e 
coronal não estão perpendiculares ao 
filme/receptor da imagem; 
§ lateral: pode ser direita ou esquerda e é obtida com 
o paciente lateralizado sobre o receptor da 
imagem; 
§ tangencial: quando o RX atravessa uma curva ou 
superfície apenas em um ponto específico. 
 
 
 
 
 
 
 
§ craniocaudal: os raios incidem do crânio para baixo 
do corpo. É utilizada principalmente para 
execução de mamografias. 
Além disso, é importante citar que esses nomes 
podem vir acompanhados da nomenclatura dada à 
posição do paciente. 
1.4 Quais são as nomenclaturas? 
Tendo em vista a atenuação dos raios-X ao 
atravessarem o paciente durante o procedimento, 
durante a análise da imagem algumas nomenclaturas 
são fundamentais para a sua interpretação: 
Radiopaco: estruturas esbranquiçadas na imagem, 
como ossos, calcificações, metais, componentes com 
contraste. 
Radiotransparente/Hiperlucente: estruturas que se 
encontram em tons de cinza escuro ou preto, a 
exemplo de gases, água e gordura. 
Hipotransparente: estruturas com cinza claro, como 
tecidos moles. 
1.5 Quais as vantagens? 
 
A Radiografia é um exame barato, altamente 
disponível e rápido, de modo que é o mais utilizado no 
mundo todo. E apesar de existirem métodos 
radiológicos mais sensíveis e específicos, na maioria 
dos casos é o principal exame de imagem que auxilia 
na maioria dos diagnósticos. Ademais, os raios-X não 
causam efeitos colaterais ao paciente, tendo em vista 
que a radiação é baixa e não permanece no organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
1.6 Quais as desvantagens? 
A Radiografia é um exame que não permite a 
análise minuciosa e nítida de tecidos moles, bem como 
a superposição de imagens em um único plano dificulta 
a interpretação e não pode ser usada em grávidas. 
 
1.7 Em quais situações o RX é mais usado? 
O RX é amplamente usado como acompanhamento 
ou exame diagnóstico principalmente em casos 
suspeitos ou confirmados de: pneumopatia, 
cardiopatia, patologias osteoarticulares (inclusive 
fraturas e luxações) e em especial, nas crianças com 
abdome agudo. 
2. ULTRASSONOGRAFIA (USG) 
2.1 O que é? 
A Ultrassonografia é o método radiológico que 
permite a avaliação dos tecidos do paciente através da 
energia sonora. 
2.2 Como é feita a técnica? 
Utilizamos um aparelho denominado de transdutor 
e um gel lubrificante para auxiliar no deslizamento do 
transdutor e impedir a interposição de ar entre o 
aparelho e a pele. Assim, aplicamos o gel sobre a região 
escolhida para avaliação radiológica e em seguida 
pressionamos o transdutor sobre a pele do paciente. 
Ocorre que o transdutor converte a energia elétrica 
é em sonora de alta frequência, a qual é emitida sobre 
a pele do paciente, de modo que o som encontra o tecido 
e reflete (eco) para o aparelho. Este analisa o intervalo 
de tempo de ida e volta do som, bem como a 
profundidade da interface do tecido refletor, 
considerando a velocidade média tecidual = 1.540 m/s. 
 
 
 
 
 
 
A imagem formada, portanto, é composta pela 
apuração dos tecidos no campo de visão compulsos 
múltiplos de energia sonora e intervalos próximos. 
2.3 Quais as variações de imagem no US? 
A imagem também depende dos designs dos 
transdutores, que pode ser setorial ou linear. O setorial 
pode ser: convexo superficial, com ângulo = 60º e 
frequência = 3-6 MHz; convexo endocavitário, com 
ângulo = 120-150º e frequência = 5-11 MHz; anular, com 
frequência = 6-10 MHz. 
 
As frequências mais altas (10-17 MHz) possibilitam 
melhor resolução espacial, mas são limitadas pela 
penetração restrita, enquanto as mais baixas (1-3,5 
MHz) fornecem maior penetração nos tecidos e menor 
 
 
 
 
 
resolução. Portanto, os de alta frequência servem para 
aplizações endoluminais, exames de estruturas 
superficiais (tireoide, mamas, testículos), em 
lactentes, crianças e adultos de estrutura pequena. Já 
os transdutores de baixa frequência são utilizados para 
aplicações abdominais, pélvicas e obstétricas. 
Além disso, é inerente á técnica ultrassonográfica 
reconhecermos os seus artefatos, na medida em que 
nos auxiliam na interpretação da imagem. Os mais 
usados são os seguintes: 
a) Atenuação das Ondas de Ultrassom: as ondas e 
os ecos refletidos são atenuados á medida que 
atravessam os tecidos. Portanto, asborção, reflexão e 
dispersão de onda são fatores que contribuem para as 
colorações da imagem no monitor. 
 
b) Sombra Acústica: observada distalmente a 
estruturas que produzem alta reflexão ou absorção do 
feixe de US, como fazem os gases, ossos, metais, 
cálculos. Observe na imagem abaixo a sombra acústica 
(de coloração escura; hipoecoica) projetada logo abaixo 
de um cálculo e que está sendo apontada pela senta 
vermelha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Reverberação: é causado pela repetição do 
reflexo entre fortes refletores acústicos. Ela pode ser 
externa, ou seja, o ar está entre a pele e o transdutor, 
ou interna, quando há gás na cavidade que está sendo 
analisada. Com isso, vemos na imagem várias linhas, 
sendo que a quantidade delas representa as superfícies 
refletoras. Ainda, é importante dizer que a 
reverberação varia com tamanho, natureza e número 
de superfícies encontradas. 
 
d) Imagem Espelho: encontrada quando uma 
grande estrutura refletora imita o órgão que está 
sendo observado, o que notavelmente ocorre em 
interfaces arredondadas com alta reflexão. O exemplo 
clássico deste artefato é a interface pulmão-
diafragma, visto que o pulmão imita o fígado na 
cavidade torácica, podendo simular uma hérnia 
diafragmática ou outra alteração pulmonar. 
 
e) Realce Acústico: este artefato promove 
aumento de intensidade distalmente a estruturas de 
baixa atenuação, como cistos, bexiga com liquido, 
vesícula biliar e algumas massas sólidas. Observe 
abaixo as setas brancas apontando o realce acústico 
(de coloração esbranquiçada; hiperecoico) projetado 
por uma massa cística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4 Quais são os principais termos utilizados na US? 
 
Ecogenicidade ® capacidade de diferentes 
estruturas em refletir as ondas de ultrassom, gerando 
eco. 
Anecoico ® é a ausência completa de ecos (ou 
transmissão de som), ou seja, a estrutura é totalmente 
atravessada pelas ondas, não gerando eco, portanto, a 
imagem aparece negra. Aspecto comum em estruturas 
líquidas. 
Hiperecoica ® quando a reflexão é intensa, logo, a 
imagem aparece branca e brilhante. Aspecto comum 
em gases e ossos. 
Hipoecoica ® quando a reflexão é 
parcial/intermediária das ondas de ultrassom, de modo 
que a imagem aparece em vários tons de cinza. Aspecto 
comum em tecidos moles. 
Isoecoico ® termo utilizado para estruturas que 
apresentam mesma ecogenicidade entre si quando 
comparadas. 
2.5 Quais as vantagens da Ultrassonografia? 
 
ü Não requere uso de contraste ou radiação 
ü Não é invasivo 
ü É de baixo custo 
ü Pode ser usado como da atenção primária á terciária 
ü É rápido de ser feito 
ü Pode ser feito no leito do paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.6 Quais as desvantagens da Ultrassonografia? 
 
ü Depende de profissional capacitado para interpretar 
as imagens 
ü Não tem boa qualidade em comparação ás demais 
técnicas radiológicas 
ü Possui muitos artefatos, aumentando a possibilidade 
de erros durante a visualização da imagem 
 
2.7 Em quais situações a Ultrassonografia é mais 
requisitada? 
Em situações que o paciente apresenta ou é 
suspeito de: 
• Dor abdominal 
• Cálculos 
• Tumores 
• Gestação 
• Patologias tireoidianas 
• Hiperplasia Benigna Prostática 
• Patologias vasculares 
• Derrame Pleural 
• Patologias do trato urogenital 
• Patologia mamária 
 
3. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) 
3.1 O que é? 
A tomografia computadorizada (TC) se trata de um 
exame de imagem de rápida aquisição e que fornece 
imagens com grau elevado de detalhes quando 
compara à USG e RX, sendo por isso o exame mais 
solicitado nas emergências. 
 
 
 
 
3.2 Como é feita? 
A TC utiliza um computador para reconstrução 
matemática de uma imagem axial do corpo humano, a 
partir de medições feitas pela transmissão de raios X 
através de finos cortes de tecido do paciente, ou seja, 
a TC utiliza a mesma técnica empregada nos exames 
de raio x, porém com um processamento de imagem 
diferente e de forma a permitir uma análise mais 
abrangente e ao mesmo tempo detalhada, de todo o 
corpo humano. Além disso, ao contrário do que ocorre 
nos exames de raio x, onde se vê sobreposição de 
estruturas, na TC os cortes são mostrados 
separadamente. 
O exame se inicia com o paciente devidamente 
posicionado em um tubo de raios x que gira a 360 graus, 
esse dispersa feixes de raios x sistematicamente e de 
forma repetida, que são atenuados por absorção a 
medida que o tubo gira ao redor do paciente, enquanto 
detectores sensíveis no lado oposto do paciente medem 
a transmissão de raios X através do corte. 
O processamento da imagem ocorre de forma que 
os valores de TC são atribuídos para cada pixel da 
imagem por meio de um algoritmo computacional, que 
usa como dados essas medic ̧ões dos raios X 
transmitidos. Os valores de pixel são proporcionais à 
diferenc ̧a na média entre a atenuac ̧ão dos raios X do 
tecido no voxel (volume formado pelo pixel e pela 
profundidade do corte) e a da água. A unidade 
empregada é o Hounsfield (H), em homenagem a Sir 
Godfrey Hounsfield, inventor da TC. A água tem valor 
de 0 H na escala Hounsfield, que vai de –1.024 H para o 
ar até +3.000 a 4.000 H para osso muito denso, embora 
 
 
 
 
 
as unidades Hounsfield não tenham valores absolutos 
e costumam variar a depender do sistema utilizado 
para o processamento de imagem. 
Observe a figura abaixo: o paciente (P) foi colocado 
sobre um leito de exame no interior da unidade de TC. 
Um tubo de raios X gira 360° em torno do corpo do 
paciente, produzindo pulsos de radiac ̧ão que o 
atravessam. Os raios X transmitidos são localizados 
por um banco circunferencial de detectores de 
radiac ̧ão. Os dados de transmissão dos raios X são 
enviados a um computador, que emprega um algoritmo 
específico, a fim de calcular a matriz de números de TC 
usada para produzir a imagem anatômica axial. Na 
técnica de TC helicoidal, o leito se move 
continuamente, expondo o paciente ao feixe de raios X 
que gira. Na TC com multidetectores, diversas imagens 
de cortes são obtidas simultaneamente à medida que 
o paciente é movido ao longo do escâner. 
 
 
 
 
 
 
 
Como em toda análise de imagem, a interpretac ̧ão 
de uma TC é baseada em uma abordagem organizada e 
abrangente. As imagens de TC são observadas em 
ordem anato ̂mica sequencial, examinando-se cada 
corte em relac ̧ão aos cortes de cima e de baixo. Essa 
análise da imagem é feita facilmente observando-se as 
imagens de TC em estac ̧ão PACS. O médico que faz a 
interpretac ̧ão dos resultados pode rolar os controles 
para cima e para baixo na pilha de cortes apresentada. 
O radiologista deve procurar desenvolver um conceito 
tridimensional da anatomia e da patologia 
apresentadas.Essa análise é incrementada pela 
disponibilidade de reconstruc ̧ões da imagem nos planos 
coronal, sagital e axial. O exame deve ser interpretado 
em associac ̧ão aos para ̂metros de varredura, espessura 
e espac ̧amento do corte, administrac ̧ão de contraste, 
intervalo de tempo em relac ̧ão ao contraste e à 
existe ̂ncia de artefatos. Imagens axiais são orientadas 
como se o observador olhasse o paciente de baixo para 
cima. O lado direito do paciente está no lado esquerdo 
da imagem. 
3.3 Quais as nomenclaturas mais usadas na TC? 
Hipodenso/Hipoatenuante: a imagem apresenta-se 
escurecida no filme radiológico. Ex: ar, pulmão, etc. 
Isodenso/Isoatenuante: apresenta mesma 
atenuação do tecido vizinho comparado. Ex: nódulos 
hepáticos 
Hiperdenso/Hiperatenuante: apresenta-se na 
imagem de forma mais clara, esbranquiçada. Ex: ossos. 
 
 
 
 
 
 
Representação do comportamento de lesões de diferentes densidades 
tomográficas. Neste caso, observamos uma lesão hepática. 
Além disso, há as janelas que são recursos 
computacionais que permitem que após a obtenção das 
imagens a escala de cinzas possa ser estreitada, 
facilitando a diferenciação entre certas estruturas 
conforme a necessidade. Isto porque o olho humano 
tem a capacidade de diferenciar uma escala de cinzas 
de 10 a 60 tons (a maioria das pessoas distingue 20 
diferentes tons), enquanto na tomografia no mínimo, 
como visto acima há 2000 tons. Entretanto, podem ser 
obtidos até 65536 tons – o que seria inútil se 
tivéssemos que apresentá-los ao mesmo tempo na 
imagem, já que não poderíamos distingui-los. 
A janela é na verdade uma forma de mostrar apenas 
uma faixa de tons de cinza que nos interessa, de forma 
a adaptar a nossa capacidade de visão aos dados 
obtidos pelo tomógrafo. 
 
 
 
 
 
 
Numa janela define-se a abertura da mesma, ou 
seja, qual será o número máximo de tons de cinza entre 
o valor numérico em HU (unidades de Hounsfield) do 
branco ( na TC utiliza-se o termo hiperdenso) e qual 
será o do preto (na TC utiliza-se o termo hipodenso). O 
nível é definido como o valor (em HU) da média da 
janela. 
O uso de diferentes janelas em tomografia permite 
por exemplo o estudo dos ossos com distinção entre a 
cortical e a medular óssea ou o estudo de partes moles 
com a distinção, por exemplo, no cérebro entre a 
substância branca e a cinzenta. A mesma imagem pode 
ser mostrada com diferentes ajustes da janela, de 
modo a mostrar diferentes estruturas de cada vez. Não 
é possível usar um só ajuste da janela para ver, por 
exemplo, detalhes ósseos e de tecido adiposo ao mesmo 
tempo. 
Densidade na TC: Exemplo das variações de densidade nos tecidos de 
acordo com as Unidades Hounsfield. 
3.4 Quais as vantagens da TC? 
Quando falamos em TC a comparação que surge de 
imediato e que costuma trazer dúvidas quanto à 
solicitação de um exame ou outro é a ressonância 
magnética (RM). 
 
 
 
 
 
As vantagens da TC em relac ̧ão à RM, portanto, 
incluem rapidez na varredura, superioridade nos 
detalhes do tecido ósseo e apresentac ̧ão de 
calcificac ̧ões. Sendo geralmente o exame de escolha 
nas emergências bem como sendo de maior 
disponibilidade nos serviços de saúde em geral. 
3.5 Quais as desvantagens da TC? 
A TC geralmente, limita-se ao plano axial; 
entretanto, as imagens podem ser reformatadas nos 
planos sagital, coronal ou oblíquo ou como imagens 
tridimensionais, o que acaba por não ser uma 
desvantagem absoluta. 
A principal desvantagem é alta dose de radiação 
para o paciente: de 50 a 100 vezes mais do que a 
exposição imposta pelas radiografias. 
3.6 Quais os tipos de TC? 
TC Convencional 
A TC de corte único obtém dados de imagem 
referentes a um corte de cada vez. Com o paciente em 
apneia, é feita a aquisic ̧ão do corte; o paciente respira, 
a mesa se move, e a seque ̂ncia é repetida. Essa técnica 
leva pelo menos 2 a 3 vezes o tempo de varredura total 
da TC helicoidal para qualquer volume do paciente, 
tornando mais difícil a otimizac ̧ão da varredura 
durante o contraste máximo. Qualquer pequena 
alterac ̧ão no volume pulmonar a cada vez que o 
paciente prende a respirac ̧ão pode causar alterac ̧ões 
significativas na anatomia torácica ou abdominal 
examinada, resultando em áreas “saltadas”. Esca ̂neres 
convencionais mais modernos conseguem simular uma 
 
 
 
 
 
 
aquisic ̧ão helicoidal pela técnica do cluster. Varias 
varreduras sequenciais são feitas durante uma mesma 
apneia. 
 
TC Helicoidal 
 Também chamada de TC espiral, é realizada pela 
movimentac ̧ão da mesa de exame a uma velocidade 
constante através, enquanto a varredura é feita de 
maneira contínua com um tubo de raios X girando em 
torno do paciente. É feita a aquisic ̧ão de um volume 
contínuo de dados de imagem durante um único 
período de apneia. Essa técnica melhora muito a 
velocidade de aquisic ̧ão da imagem, viabiliza a 
digitalizac ̧ão durante a melhor opacificac ̧ão do 
contraste e elimina erros e artefatos causados por 
registros incorretos ou por variac ̧ões na respirac ̧ão do 
paciente. 
O fígado inteiro pode ser escaneado em um único 
período de apneia; o abdome inteiro e a pelve em um 
ou dois períodos de apneia, todos com excelente timing 
para opacificac ̧ão do órgão após administrac ̧ão de 
contraste intravenoso (IV)- Para TC faz-se uso dos 
contrastes iodados, falaremos sobre abaixo-. 
 As aquisic ̧ões de volume possibilitam a 
reconstruc ̧ão retrospectiva de múltiplos cortes 
sobrepostos, melhorando a visualizac ̧ão de pequenas 
lesões e tornando possível a angiotomografia 
tridimensional de alto detalhe. As aquisic ̧ões podem ser 
obtidas durante múltiplas fases de realce do órgão: 
arterial, venoso, parenquimatoso, tardio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TC helicoidal. Equipamento utilizado e representação do movimento 
de rotação a 360 graus. 
 
TC Helicoidal com Multidetectores (TCMD) 
 
Representa um importante avanço tecnológico, que 
utiliza os princípios de um escâner helicoidal, porém 
incorpora várias fileiras de anéis, aumentando a área 
de cobertura anatômica pelo feixe de raios X, em um 
tempo determinado. Os sistemas aumentaram 
rapidamente de 2 cortes para 64 cortes, o que 
possibilita a cobertura de 40 mm do paciente por 
segundo ou menos rotação do tubo. 
A principal vantagem da TCMD é a velocidade. 
Trata-se de uma técnica de 5 a 8 vezes mais rápida do 
que a TC helicoidal de corte único. 
A ampla área de cobertura possibilita uma 
angiotomografia bem detalhada e a colonoscopia e 
broncoscopia virtuais. 
Uma desvantagem importante da TCMD é a dose de 
radiac ̧ão que pode ser de 3 a 5 vezes mais alta do que 
com a TC de corte único. Aquisic ̧ões múltiplas e cortes 
finos aumentam a capacidade diagnóstica, mas ao 
custo de uma elevac ̧ão na dose de radiac ̧ão que o 
paciente recebe. 
 
 
 
 
 
 
TC com Fluoroscopia 
 
 É outro avanço na tecnologia da TC que viabiliza a 
imagem em tempo real. Essa técnica aumenta 
tremendamente a capacidade de realizar intervenc ̧ões 
percuta ̂neas de maneira rápida e, em geral, com baixa 
dose de radiac ̧ão, em comparac ̧ão com a TC 
convencional. 
O operador aciona um pedal, enquanto move a 
mesa de TC ou observa o movimento do paciente. A 
rápida reconstruc ̧ão da 
imagem fornece imagens 
em tempo real de regiões 
anato ̂micas, lesões e 
introduc ̧ão de agulhas ou 
cateteres. 
Atualmente, a 
fluoroscopia por TC é 
rotineiramente 
empregada para guiar 
biopsias, drenagem e 
procedimentos 
intervencionistas em 
qualquer área do corpo 
humano. É particularmente útil para guiar a colocac ̧ão 
de uma agulha em uma área onde exista movimento 
fisiológico, como no tórax e abdome. 
TC de Dupla Energia 
Utiliza duas fontes de raios X e dois detectores 
para, simultaneamente, examinar os tecidos e 
determinar de que maneira cada tecido se comporta 
sob diferentes energias radioativas. 
 
 
 
 
 
 
 
Tal técnica adiciona informac ̧ões sobre a 
composic ̧ão dos tecidos. As diversidades na gordura, 
tecidos molese agentes de contraste em diferentes 
níveis de energia ampliam a nitidez e a caracterizac ̧ão 
de uma lesão. Os dados de imagem podem ser 
capturados na metade do tempo necessário para a 
TCMD convencional. Isso aumenta muito a capacidade 
de avaliar o corac ̧ão sem o uso de betabloqueadores, 
potencialmente perigosos para a freque ̂ncia cardíaca. 
A composic ̧ão química de cálculos renais pode ser 
determinada, possibilitando a escolha entre um 
tratamento clínico ou cirúrgico. 
A dose de radiac ̧ão pode ser reduzida com a 
eliminac ̧ão de determinadas aquisições. 
 
3.7 Como ocorre a administração de contraste na TC? 
 
Os agentes de contraste utilizados na TC são os 
contrastes iodados, são administrados para realc ̧ar as 
diferenc ̧as de densidade entre as lesões e o pare ̂nquima 
adjacente, demonstrar anatomia vascular e a 
perviedade vascular e caracterizar lesões por meio de 
seus padrões de captação contraste. 
Para otimizar o uso dos contrastes IV, devem ser 
levadas em considerac ̧ão a anatomia, a fisiologia e a 
patologia do órgão de interesse. No cérebro, uma 
barreira hematencefálica saudável, com suas estreitas 
junc ̧ões endoteliais capilares, impede a entrada de 
contraste no espac ̧o neural extravascular. Defeitos na 
barreira hematencefálica associados a tumores, 
acidente vascular cerebral (AVC), infecc ̧ão e outras 
lesões causam acúmulo de contraste nos tecidos 
anormais, melhorando sua identificac ̧ão. Em tecidos 
 
 
 
 
 
 
não neurais, o endotélio capilar tem junc ̧ões menos 
estreitas, possibilitando o livre acesso do meio de 
contraste ao espac ̧o extravascular. A administrac ̧ão do 
contraste e o tempo da digitalizac ̧ão devem ser 
cuidadosamente planejados na TC, a fim de otimizar as 
diferenc ̧as nos padrões de realce entre lesões e tecidos 
saudáveis. 
Além da administração intravenosa pode ser feita 
administração de contraste oral ou retal em algumas 
situações de interesse como na TC abdominal e pélvica. 
 
Tempo de administração de contraste. Diferenças no contraste 
hepático. 
 
 
Contraste no abdômen. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) 
4.1 O que é? 
A Ressonância Magnética é uma técnica que produz 
imagens tomográficas por meio de campos magnéticos 
e ondas de rádio. 
Assim, são as diferentes densidades protônicas 
disponíveis nos tecidos que contribuem para que o sinal 
de RM consiga fazer a distinção entre um tecido e 
outro. Portanto, a RM se baseia na capacidade que um 
pequeno número de prótons do corpo tem de absorver 
e emitir ondas de rádio quando o corpo é colocado sob 
a influência de um forte campo magnético. 
4.2 Como a técnica é feita? 
As RM são obtidas expondo o paciente a campos 
magnéticos de potências que variam entre 0,02 T e 3 T, 
dependendo do equipamento que está sendo utilizado 
na unidade em particular. 
Assim, solicita-se ao paciente que se deite em uma 
maca, a qual se moverá em direção ao interior do 
aparelho na hora do exame. O procedimento dura entre 
15 a 90 minutos, variando com o tamanho da área que 
será abordada e do número de imagens necessárias 
para o estudo. Durante o exame, o paciente precisa 
manter-se imóvel para que as imagens não saiam 
tremidas ou desfocadas. Além disso, deve-se orientar 
ao paciente que não entre na máquina portando objeto 
metálico, tendo em vista que ele estará em um ímã 
extremamente potente. 
Uma vez que o procedimento se inicie, um pequeno 
número de prótons nos tecidos do paciente se alinha 
ao eixo do campo magnético principal e, 
 
 
 
 
 
subsequentemente, é desalinhado pela aplicação de 
gradientes de radiofrequência (RF). Assim, ao fim da 
emissão de RF, os prótons desalinhados tornam a 
alinhar-se com o campo magnético principal, liberando 
um pequeno pulso de energia, o qual é detectado, 
localizado e, depois, processado por um algoritmo 
computacional semelhante ao empregado na TC, 
produzindo uma imagem anatômica tomográfica 
transversal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As imagens podem ser obtidas em qualquer plano 
anatômico, ajustando-se os gradientes do campo 
magnético nos eixos X (sagital), Y (coronal) ou Z (axial). 
4.3 Quais são as ponderações? 
As ponderações na Ressonância Magnética são 
importantes para distinguirmos os tecidos e são 
obtidas através das de diferenças significativas em 
seus tempos de relaxamento T1 e T2 específicos. 
Sabe-se que T1 mede a capacidade do próton de 
trocar energia com a matriz química adjacente, sendo 
 
 
 
 
 
uma medida da rapidez com que um tecido se torna 
magnetizado, enquanto T2 representa a rapidez com 
que determinado tecido perde sua magnetização. Assim, 
as sequências de pulsos spin-eco produzem imagens 
padrão T1WI (ponderada em T1), T2WI (ponderada em 
T2) e por densidade protônica. 
A T1WI enfatiza a diferença entre os tempos de 
relaxamento dos tecidos em T1 e minimiza as 
diferenças em T2. Portanto, as imagens em T1 curto são 
brilhantes (hiperintensas = alta intensidade de sinal), 
enquanto em T1 longo são escuras (hipointensas = baixa 
intensidade de sinal). Logo, imagens ponderadas em T1, 
geralmente, apresentam melhores detalhes 
anatômicos quanto á identificação de gordura, 
hemorragia subcutânea e líquidos ricos em proteína. 
Já a T2WI enfatiza as diferenças em tempos de 
relaxamento T2 nos tecidos e minimiza as diferenças 
em T1 – ou seja, exatamente o contrário do que vemos 
em T1WI. Assim, tecidos com tempos longos em T2 são 
relativamente hiperintensos, enquanto os com tempos 
curtos em T2 são relativamente hipointensos. Portanto, 
ponderações em T2 oferecem maior sensibilidade para 
edema e lesões patológicas. Abaixo observe as imagens 
A, que mostra T1WI, e B, apresentando T2WI. 
 
 
 
 
 
 
Por fim, as imagens ponderadas por densidade 
protônica acentuam as diferenças de densidade 
protônica entre os tecidos e são mais utilizadas na 
neuroimagem. 
Substância Exemplos Sinal da 
T1WI 
Sinal da T2WI 
 
Gás 
Ar nos pulmões, 
gás no 
intestino 
 
 
Ausente 
 
Ausente 
Tecido rico em 
mineral 
Osso cortical, 
cálculos 
 
 
Ausente 
 
Ausente 
Tecido 
colagenoso 
Ligamentos, 
tendões 
 
Baixo 
 
Baixo 
 
 
Gordura 
Tecido adiposo, 
medula óssea 
gordurosa 
 
 
Alto 
 
Intermediário 
a alto 
Tecido com 
alto teor de 
água ligada 
Fígado, 
pâncreas, 
músculo 
 
Baixo 
Baixo a 
intermediário 
 
Tecido com 
alto teor de 
água livre 
Rins, testículos, 
próstata, 
ovários, 
tireoide, bexiga 
 
 
Baixo 
 
 
Alto 
Líquido 
proteináceo 
Abcessos, 
líquido sinovial 
Intermediár
io 
Alto 
 
4.4 Quais são os tipos de sequências de pulsos spin-eco? 
I. Pulsos SE Múltiplos 
As sequências de pulsos spin-eco podem ser 
múltiplas, também conhecidas como trem de ecos, 
 
 
 
 
 
sequências RARE (rapid aquisition relaxation enhanced), 
spin-eco rápida (FSE, fast spin-echo) ou spin-eco turbo 
(TSE, turbo spin-echo). Nesse tipo de RM, os tempos de 
aquisição de imagens são significativamente menores. 
Além disso, a intensidade do sinal é menor do que com 
as sequências spin-eco convencionais e pode ocorrer 
borramento da imagem, bem como a gordura aparece 
hiperintensa em TSWI, comprometendo a identificação 
de uma anormalidade. Portanto, técnicas de supressão 
de gordura minimizam ou excluem esse efeito, como é 
feito nas sequências FLARE (fast low-angle aquisition 
with relaxation enhancement) e HASTE (half-Fourier 
acquisition single-shot turbo spin echo). 
Abaixo observe que em A temos imagem em T1WI 
com gradiente-eco em fase e B mostrando T2WI HASTE, 
ambas obtidas na mesma localização de corte 
mostram sinal escuro de água livre em T1WI e sinal 
brilhante de água livre em T2WI. Observe a melhora na 
nitidez da lesão cística (setas) no pâncreas em T2WI, 
quando comparada à T1WI. O líquido cefalorraquidiano 
(ponta de seta) no canal medular também mostra 
grande aumento no sinal em T2WI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
II. Pulsos Inversão-RecuperaçãoAs sequências de pulsos inversão-recuperação são 
empregadas principalmente para enfatizar as 
diferenças nos tempos de relaxamento entre os tecidos 
em T1, de modo que um tempo de atraso (delay) em 
tempo de inversão (TI) é acrescentado. 
As sequências STIR (short TI inversion recovery) são 
as mais comumente utilizadas. Elas fornecem maior 
contraste em imagens ponderadas em T1, em T2 e por 
densidade protônica, aumentando a nitidez da lesão. 
Nelas, todos os tecidos com tempo de relaxamento T1 
curto, incluindo gordura, são suprimidos, enquanto 
tecidos com grande conteúdo de água, como ocorre em 
muitas lesões, são realçados, emitindo um sinal mais 
brilhante em um fundo escuro de tecido anulado com 
T1 curto. Assim, as imagens STIR lembram aquelas 
fortemente ponderadas em T2. 
Na imagem que se segue abaixo vemos um exemplo 
de STIR no plano sagital do joelho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. Sequências de Pulsos Gradiente-Eco (GRE) 
Elas são sequências rápidas, logo, minimizam os 
artefatos de movimento resultantes de respiração, 
batimentos cardíacos, pulsação vascular e 
peristaltismo. 
Nesse tipo de RM, há uma variação denominada T2*, 
a qual tem um tempo menor do que em T2, servindo 
assim para identificação de hemorragias, calcificação 
e deposição férrica nos tecidos. 
As sequências GRE incluem FLASH (fast low-angle 
shot), GRASS (gradient-recalled acquisition in steady 
state) e FISP (true fast imaging with steady state 
precession), FLASH snapshot, RAGE (rapid acquisition 
with gradient echo) e MPRAGE (magnetization prepared 
RAGE). 
4.5 Quais são as nomenclaturas utilizadas na RM? 
Sinal Ausente: a estrutura não emite sinal devido á 
ausência (ou carência) de ions H+ Ex: cortical óssea 
Hipointenso: a estrutura de referência é mais 
escura que os tecidos circunvizinhos. Ex: liquor em T1. 
Isointenso: a estrutura de referência apresenta a 
mesma intensidade dos tecidos circunvizinhos. 
Hiperintenso: a estrutura de referência apresenta-
se mais clara que os tecidos circunvizinhos. Ex: liquor 
em T2. 
4.6 Quais as vantagens da RM? 
 
A RM não utiliza radiação ionizante (raio X), sendo, 
portanto, preferível à TC em crianças, grávidas e 
pacientes que necessitam de exames de imagem 
repetidamente. Até o momento não foram identificados 
 
 
 
 
 
 
efeitos colaterais ou danos à saúde pela exposição ao 
campo magnético e às ondas de rádio geradas pela RM. 
Além disso, ela tem uma gama muito maior de 
contrastes disponíveis para tecidos moles, retrata a 
anatomia com mais detalhes e é mais sensível e 
específico para anormalidades dentro do cérebro. Ainda, 
a RM é capaz de gerar imagens em mais planos e pode 
reconstruir órgãos e regiões anatômicas em 3D. 
 
4.7 Quais as desvantagens da RM? 
Apesar de todos os seus benefícios, a RM é limitada 
em sua capacidade de mostrar detalhes de ossos 
densos ou calcificações; além disso, tem tempos de 
aquisição longos para diversas sequências de pulso, 
resolução espacial limitada, se comparada com TC, 
disponibilidade limitada em certas regiões geográficas 
e alto custo. 
Também, devido ao espaço físico confinado para o 
paciente no interior do aparelho, vários experimentam 
sintomas de claustrofobia e precisam ser sedados, ou 
são simplesmente incapazes de tolerar a RM. Aparelhos 
com design aberto auxiliam na RM de pacientes muito 
grandes ou claustrofóbicos, porém, esse tipo de 
equipamento, geralmente, tem campos de potência 
menor e não tem, portanto, a resolução dos magnetos 
em tubo com alta potência de campo. 
4.8 Quando a RM é mais utilizada? 
A RM é preferível à TC quando a resolução de partes 
moles precisa ser alta e detalhada (p. ex., para avaliar 
alterações da coluna vertebral ou intracranianas ou 
para avaliar suspeita de tumores musculoesqueléticos, 
inflamação, trauma ou alterações articulares). A RM 
também ajuda a avaliar: 
 
 
 
 
 
Ø Imagem vascular – a angiorressonância (MRA) 
é usada para examinar as artérias com boa precisão 
diagnóstica e esse método é menos invasivo do que 
angiografia convencional. O agente de contraste 
gadolíneo é utilizado algumas vezes. A AMR pode ser 
utilizada para obter imagens da aorta torácica e 
abdominal e de artérias cerebrais, cervicais, de 
órgãos abdominais, rins e membros inferiores. A 
imagem venosa (venografia por ressonância 
magnética, ou VRM) oferece as melhores imagens das 
alterações venosas, como trombose e anomalias. 
Ø Anormalidades hepáticas e do trato biliar – a 
colangiopancreatografia por ressonância magnética 
(CPRM) é particularmente útil como um método de 
imagem não invasivo, altamente preciso de imagem 
dos sistemas biliares e ductos pancreáticos. 
Ø Massas nos órgãos reprodutivos femininos – a 
RM complementa a ultrassonografia para 
caracterizar massas anexiais e estadiar os tumores 
uterinos. 
Ø Fraturas –pode fornecer imagens precisas de 
fraturas de quadril em pacientes com osteopenia. 
Ø Infiltrado na medula óssea e metástases ósseas 
A RMN também pode substituir a TC com contraste 
em pacientes com alto risco de reação a meios de 
contraste iodados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
AYRES, A. S. et. al. Tratado de radiologia: volume 1: 
neurorradiologia : cabeça e pescoço. 1 ed. Barueri, SP: 
Manole, 2017. 
 
BRANT, W. E. Fundamentos de Radiologia: Diagnóstico 
por Imagem. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015. 
 
PAUL & JUHL. Interpretação radiológica. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
PRANDO, Adilson; MOREIRA, Fernando A. CBR-
Fundamentos de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. 
Elsevier Brasil, 2015. 
 
ROCHA, A. J. E., ROCHA J. J., MENDONÇA, L. V. R. A. 
Encéfalo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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