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universidades e gestão de projetos

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XXIV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Buenos Aires, Argentina, 12 -15 nov. 2019 
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Escritórios de gerenciamento projetos: práticas de implementação de Project 
Management Office em universidades federais brasileiras 
 
Jéssica Morais de Moura 
Paula Gonçalves Serafini 
 
1 Introdução 
O presente artigo se insere na temática de gerenciamento de projetos, buscando identificar as práticas de 
implementação de Escritórios de Projetos em Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil. Desde da 
década de 1990, tem se observado tendências de implementação de escritórios de projetos em instituições 
públicas como uma alternativa de modernização e busca de eficiência na prestação de serviços. 
 
Neste contexto, Melo (2017) destaca que diversas experiências podem ser identificadas tanto no nível 
nacional quanto nos entes subnacionais, abordando as experiências de implementação de Escritórios de 
Projetos em Brasília, Minas Gerais e Pernambuco. Já Santos e Varajão (2015), apesar de reconhecerem essas 
experiências, destacam que ainda podem ser observados diversos desafios de adoção dessas práticas, 
sobretudo em razão da dificuldade de desenvolver uma cultura de gestão orientada para resultados. 
 
Medeiros et al. (2017) reforçam que as práticas de gerenciamento de projetos contribuem para o 
aprimoramento das organizações, destacando que diversas Instituições de Ensino Superior (IES) têm 
procurado implementar Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGPs) em inglês (Project Management 
Office – PMOs) buscando otimizar seus resultados. Ainda de acordo com os autores, com base nos dados 
da pesquisa PM Survey divulgado em 2014 e considerando as instituições públicas em geral, há um registro 
de que 50% das instituições públicas na administração direta e 67% da administração indireta já possuem 
essa estrutura, o que demonstra um aumento significativo dessa prática. 
 
Diante desse contexto surgiu o questionamento de como tem sido a prática de implementação dos EGPs 
em instituições federais de ensino superior no Brasil. Será que essas universidades já possuem Escritórios 
de Projetos em sua estrutura? Quando foram implementados? Eles possuem regulamentação e são 
funcionais? Quais benefícios são possíveis observar com a adoção dessa prática? 
 
Sobre esse assunto, o referencial teórico aponta a limitação de estudos que estejam preocupados com essa 
temática de uma maneira mais ampla, existindo pesquisas que abordam a implementação de Escritórios de 
Projetos em instituições específicas, utilizando a abordagem de estudo de caso. Isso é o que pode ser 
observado nos trabalhos desenvolvidos por Medeiros et al (2017); Vimercati e Patah (2016); Moutinho, Kniess 
e Rabechini Junior (2013); Lima, Almeida e Maia (2014); Pinto (2016); Esteves e Falcoski (2013); Silva e 
Gonzalez (2013) que, de um modo geral, realizaram suas pesquisas sob um enfoque mais direcionado 
contribuindo com o tema num caráter mais específico. 
 
Nesse cenário, o presente estudo se concentrou em mapear o quantitativo atual de Universidades Federais 
Brasileiras que possuem Escritórios de Gerenciamento de Projetos em sua estrutura, buscando analisar 
como tem sido a prática de implementação de EGPs nessas instituições. Além disso, o trabalho teve como 
objetivo secundário realizar uma reflexão teórica do tema de Gestão de Projetos, discutindo a importância 
da adoção de Escritório de Projetos, seus principais conceitos e definições. 
 
Por fim, o intuito maior da pesquisa consiste em produzir um diagnóstico da situação atual dos EGPs nas 
Universidades Federais no Brasil podendo, assim, contribuir com a disseminação e fortalecimento dessa 
prática. 
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Para atingir os objetivos propostos foram adotados três procedimentos metodológicos que consistiram em: 
i) realização de revisão bibliográfica do tema, identificando conceitos chave do Gerenciamento de Projetos, 
bem como o levantamento de pesquisas que abordem a temática de adoção de Escritório de Projetos em 
IES; ii) levantamento junto a 63 Universidades Federais no Brasil por meio de questionamentos solicitados 
via Lei de Acesso à Informação (LAI), os quais buscaram saber quais Universidades possuem EGPs e como 
eles funcionam; e iii) cruzamento dos dados da pesquisa, sendo sistematizados quadros que permitem 
estimular a reflexão sobre a importância e quais as etapas são necessárias para a implementação de EGPs. 
 
A pesquisa se fundamenta numa análise quantitativa e qualitativa, adotando o método exploratório que, 
conforme define Gil (2002), se caracteriza por proporcionar maior familiaridade com um problema, 
permitindo torná-lo mais explícito, bem como fomentar o aprimoramento de ideias. Segundo o autor, esse 
tipo de pesquisa se baseia no levantamento bibliográfico e na investigação de experiências práticas que por 
meio do método de levantamento recolhe informações pertinentes do universo ora pesquisado. 
 
Para sistematizar os resultados, o presente estudo está estruturado em cinco seções, incluindo essa 
introdução que se propôs a apresentar noções gerais do tema, dos objetivos e da metodologia da pesquisa. 
Na segunda seção, aborda-se os conceitos e definições da Gestão de Projetos, destacando as definições 
conceituais dos EGPs, suas funções e aplicações atuais. Já a terceira seção se concentra em aprofundar o 
tema, considerando a importância de se implementar EGPs em Instituições de Ensino Superior e realizando 
um levantamento teórico sobre os estudos que trataram desse assunto. A quarta seção do artigo apresenta 
os resultados da pesquisa realizada junto as Universidades Federais, sendo detalhados os questionamentos 
que foram realizados e quais foram os retornos obtidos junto a estas instituições. Por fim, a quinta e última 
seção do trabalho apresenta as considerações finais, relacionando os dados levantados com os referenciais 
abordados, permitindo assim gerar uma contribuição acerca da importância da adoção de práticas de 
Gerenciamento de Projetos em Universidades Federais. 
 
2 Gestão de Projetos: definições, conceitos e aplicações em EGPs 
Gerenciar projetos significa, antes de tudo, ter uma compreensão clara sobre todos os processos que 
envolve a geração de um produto, serviço ou resultado. Na prática, isso significa a necessidade de planejar 
adequadamente um conjunto de ações de forma sistemática. A Gestão de Projetos surgiu como um campo 
de estudo a partir de 1954 quando foi criado o termo “Gestão de Projetos”. Anteriormente a isso, já se 
observavam iniciativas que abordavam projetos de forma isolada, sendo possível identificar diversos 
instrumentos e ferramentas que visavam melhorar o desempenho das ações, tais como o gráfico de Gantt 
(1910), o método de caminho crítico (CPM) inventado por funcionários da Du Pont (1956), o método PERT 
inventado e usado no projeto Polaris (1958) e a criação da Estrutura Analítica do Projeto (EAP) pela NASA 
(1962). 
 
Em 1969 surge o primeiro instituto dedicado a tratar especificamente da temática de Gestão de Projeto. O 
Project Management Institute (PMI) foi inaugurado na Pensilvânia – EUA por um grupo de profissionais que 
promoveram as melhores práticas de gerenciamento de projetos, tornando-se a maior organização sem fins 
lucrativos no campo de ciência de projetos. O PMI é responsável por desenvolver um Guia do Conhecimento 
em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK) que atualmente já se encontra na 6ª edição e se constitui num 
verdadeiro manual orientador da prática de Gestão de Projetos. 
 
Sobre esse tema é importante destacar o papel atribuído as estruturas responsáveis por realizar o 
gerenciamento de projetos. Assim, de acordo com o PMI e com o guia PMBOK, Escritóriosde Projetos podem 
ser definidos como um corpo ou entidade organizacional a qual são atribuídos projetos sob seu domínio. 
Trata-se, portanto, de uma instância que concentra ações de planejamento, priorização e execução 
coordenada de projetos. 
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Segundo a 6ª edição do PMBOK: 
Um escritório de gerenciamento de projetos (EGP) é uma estrutura organizacional que padroniza os 
processos de governança relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de recursos, 
metodologias, ferramentas e técnicas. As responsabilidades de um EGP podem variar, desde o 
fornecimento de funções de apoio ao gerenciamento de projetos até o gerenciamento direto de um 
ou mais projetos. (PMI, 2017: 48). 
 
Conforme Dai & Wells (2004) os EGPs ou PMOs podem ser considerados um dos avanços na área de 
gerenciamento de projetos criados para auxiliar gerentes de projetos, equipes e níveis de gestão em 
questões estratégicas e funcionais de toda a instituição. A partir disso, entende-se que os Escritórios de 
Projetos têm por missão manter uma visão integrada do planejamento estratégico em toda a cadeia de valor 
de uma instituição. O objetivo disso é garantir a implementação dentro do prazo e dos custos definidos no 
plano estratégico. 
 
Nessa perspectiva é importante refletir sobre os benefícios da implementação de EGPs, já que sua atuação 
pode ser diversa. De acordo com Keeling e Branco (2019) é possível identificar mais de 27 funções e serviços 
mais frequentemente desempenhadas pelos EGPs, conforme observa-se no quadro 1 a seguir. 
 
Quadro 1: Serviços realizados pelo PMO 
 
1. Informar o status dos 
projetos para a alta gerência 
11. Promover um conjunto de 
ferramentas para GP sem o 
esforço de padronização 
20. Monitorar e controlar o 
desempenho do próprio PMO 
2. Monitorar e controlar o 
desempenho de projetos 
12. Alocar recursos entre os 
projetos 
21. Prover mentoring para os 
gerentes de projetos 
3. Implementar e operar 
sistemas de informações dos 
projetos 
13. Implementar e gerenciar 
banco de dados de lições 
aprendidas 
22. Identifica, selecionar e 
priorizar novos projetos 
4. Coordenar e integrar 
projetos de um portfólio 
14. Gerenciar os benefícios de 
projetos/programas 
23. Gerenciar um ou mais 
programas/projetos 
5. Promover o gerenciamento 
de projetos dentro da 
organização 
15. Recrutar, selecionar, avaliar 
e determinar salários dos 
gerentes de projetos 
24. Gerenciar interfaces de 
clientes 
6. Participar do planejamento 
estratégico 
16. Desenvolver e implementar 
a metodologia de GP padrão 
25. Executar tarefas 
especializadas para os gerentes 
de projetos 
7. Gerenciar um ou mais 
portfólios 
17. Desenvolver as 
competências dos 
profissionais, incluindo 
treinamento 
26. Conduzir revisões pós-
gerenciamento do projeto 
(lições aprendidas) 
8. Gerenciar arquivos/acervos 
de documentação de projetos 
18. Prover aconselhamento à 
alta gerência 
27. Implementar e gerenciar 
banco de dados de riscos 
9. Conduzir auditorias de 
projetos 
19. Desenvolver e manter um 
quadro estratégico de projetos 
(project scoreboard) 
28. Mapear o relacionamento e 
o ambiente de projetos 
Fonte: Keeling e Branco, 2019. 
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De acordo com cada função desempenhada é possível ter um conjunto de técnicas e procedimentos 
específicos, podendo existir EGPs que possuem apenas funções de monitoramento e controle e outros que 
possuem a função de realizar o gerenciamento propriamente dito do projeto. Assim, conforme aponta 
Albuquerque e Andrade (2014), bem como exemplifica Lima, Almeida e Maia (2014) os EGPs pode ser 
classificados segundo três principais níveis que podem coexistir simultaneamente, sendo eles: i) Escritório 
de Controle de Projetos; ii) Escritório de Suporte de Projetos; e iii) Escritório Estratégico de Projetos. 
 
O primeiro deles tem como principal foco realizar o controle de um projeto, permitindo o acompanhamento 
de indicadores e a elaboração de relatórios de progresso. Já o segundo, geralmente é utilizado para o 
gerenciamento de projetos de pequeno e médio porte, possuindo uma natureza de suporte e sendo 
utilizado para fornecer treinamentos e metodologias visando padronizar os processos e o desempenho de 
projetos. O terceiro tipo é entendido como uma instituição que coordena ações de caráter estratégico, 
podendo dar suporte ao primeiro e segundo nível. 
 
A partir dessas conceituações fica evidente que a prática de implementação de Escritórios de Projetos pode 
trazer diversos benefícios para as instituições que adotam os EGPs em sua estrutura. De uma maneira geral 
e conforme sistematizado por Keeling e Branco (2019: 59) observa-se que os EGPs podem permitir: 
 Padronizações de operações e processos; 
 Decisões baseadas na corporação como um todo e não em redutos individuais; 
 Melhor capacidade de planejamento (alocação e recursos); 
 Acesso mais rápido a informações de maior qualidade; 
 Eliminação ou redução de redutos individuais na empresa; 
 Operações mais eficientes e eficazes; 
 Menos necessidade de reestruturação; 
 Menos reuniões que consomem um tempo precioso dos executivos; 
 Priorização mais realista do trabalho; e 
 Desenvolvimento de futuros gerentes gerais. 
 
Nesse sentido, existem diversos outros estudos que também comprovam as melhorias proporcionadas por 
um EGPs, podendo-se citar que, de acordo com Albuquerque e Andrade (2014: 4), “a maior vantagem da 
implantação de um PMO é tornar todos os processos decorrentes do planejamento, desenvolvimento e 
execução de projeto mais fáceis, além de, concomitantemente, aumentar a taxa de sucesso na Gestão de 
Projetos”. 
 
3 A prática de implementação de Escritórios de Gerenciamento de Projetos em Universidades 
Federais Brasileiras 
Conforme demonstrado no capítulo anterior, ficou evidenciado os avanços obtidos com o gerenciamento 
de projetos, sendo destacado a importância e os benefícios que a implementação de um Escritório de 
Gerenciamento de Projetos pode trazer para as instituições. Num cenário de escassez de recursos e diante 
de uma sociedade cada vez competitiva, torna-se imperioso que qualquer organização passe a incorporar 
noções básicas de Gerenciamento de Projetos com vistas a otimizar os seus resultados e fazer o que tem 
que se feito de maneira mais eficiente. 
 
Esse é o contexto observado nas Universidades Federais de Ensino Superior no Brasil, as quais tem tido 
atuação limitada face ao contingenciamento de recursos financeiros. Conforme destaca Vieira (2014), essas 
universidades federais tornaram-se instituições complexas, com uma estrutura organizacional que dificulta 
a eficiência da gestão e da eficácia dos procedimentos. Isso tem provocado mudanças na forma de gerir as 
suas ações, levando diversas instituições a buscarem conceitos de modernização das suas práticas, 
sobretudo no que se refere a execução de projetos. 
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Nessas universidades, o modelo ultrapassado de elaborar e executar projetos passa a ser substituído por 
um ciclo de vida que permeia cinco grandes fases da Gestão de Projetos, a saber: iniciação, planejamento, 
execução, monitoramento & controle e encerramento. Isso significa que os projetos dentro das 
universidades, quando incorporam as noções básicas de gerenciamento, deixam de ser ineficazes e de ter 
altos custos e passam a seguir um roteiro que se preocupa muito mais com o processo e com a entrega 
final, permeando a gestãode riscos e o engajamento das partes interessadas. 
 
Pinto (2016: 125) reforça essa concepção, destacando que a implementação de EGPs “pode auxiliar no 
gerenciamento de projetos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), principalmente em relação a 
dimensão financeira, quando considera um grande fator de risco”. Já Vimercati e Patah (2016), ao analisarem 
a implementação de PMOs em Instituições de Ensino Superior, destacam que essa estrutura permite a 
introdução de uma cultura voltada para projetos e responsável pela gestão deles. No entanto, os autores 
também destacam que, apesar dessa vantagem, poucas IES públicas implementaram uma estrutura como 
PMO, fato que implicou a eles o desenvolvimento de um estudo com uma IES privada. 
 
Os trabalhos de Moutinho, Kniess e Rabechini Junior (2013), do contrário analisaram a influência da Gestão 
de Projetos em universidades públicas, evidenciando que: 
(...) as instituições públicas de pesquisa também devem adequar os seus ambientes, com a 
implantação de escritórios de projetos, com vistas a aumentar a probabilidade de ter um fluxo 
contínuo de projetos gerenciados com sucesso, incrementando assim, sua qualidade percebida, já́ 
que é entendida como um diferencial estratégico (MOUTINHO, KNIESS e RABECHINI JUNIOR, 2013: 45). 
 
Nesses termos, percebe-se que a prática de implementação de EGPs está diretamente associada a qualidade 
que se espera ter com o desenvolvimento de projetos, de forma que eles passam a ser planejados e 
executados com muito mais critério e rigor metodológico, gerando assim maior eficácia. Esteves e Falcoski 
(2013) retratam esta realidade afirmando que uma coordenação de projetos eficiente é capaz de promover 
o bom desenvolvimento das ações e dos agentes envolvidos, utilizando-se de ferramentas gerenciais que 
permitem uma comunicação eficiente, evitando e diminuindo retrabalhos e desperdícios de tempos e 
recursos. Sobre a implantação desses EGPs, Medeiros et al (2017) realizaram uma ampla revisão da 
literatura, buscando identificar quais são as etapas necessárias para criação e funcionamento desses 
escritórios de projetos. Com base nas pesquisas, os autores sistematizaram um quadro detalhando quais 
seriam os processos envolvidos na implementação de PMO, conforme ilustra-se a seguir: 
 
Quadro 2: Síntese de Processos para implementação de EGPs 
 
ETAPA DESCRIÇÃO AUTORES 
Decisão 
Envolve o processo decisório para ter ou não 
uma estrutura de EGP na organização. 
Carvalho e Piscopo 
(2014) 
Pré-estruturação 
Ter outras referências e informações para 
consolidar e estruturar o EGP. 
Carvalho e Piscopo 
(2014) 
Estruturação e 
planejamento 
Refere-se ao processo de implantação, com a 
definição de planos e metas para o EGP, bem 
como a definição das funções a serem 
realizadas e metodologias adotadas. 
Rabechini Júnior et al. 
(2009); Patel et al. 
(2012). 
Execução e gerenciamento 
Trata-se da avaliação, do replanejamento e de 
ações de correção dos projetos e da atuação 
do EGP. 
Patel et al. (2012); 
Carvalho e Piscopo 
(2014). 
Fonte: Medeiros et al. (2017). 
 
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Conforme observado, diversos autores abordam o tema sendo possível identificar quatro principais etapas 
que estão associadas a implementação de Escritórios de Projetos. Inicialmente é necessário ressaltar que 
tudo parte de uma decisão, sendo preciso que a instituição faça uma escolha de implementar em sua 
estrutura organizacional uma unidade responsável por coordenar o gerenciamento de projetos. É também 
nessa etapa que devem ser identificados os benefícios que essa estrutura pode trazer. 
 
A fase seguinte consiste na realização de benchmarking, ponderando sobre outras referências, bem como 
qual seria a melhor forma de conceber tal unidade, refletindo sobre custos e funções a serem 
desempenhadas. Posteriormente, inicia-se a fase de estruturação que consiste na implementação 
propriamente dita do EGP, formalizando a sua estrutura, métodos, técnicas e sistemas que serão utilizadas. 
A execução e o gerenciamento consistem na última fase, estando o EGP já em funcionamento e sendo o 
momento destinado para monitoramento e avaliação em busca da melhoria contínua e da correção de 
eventuais desvios que possam ter acontecido em relação ao planejado (MEDEIROS et al., 2017). 
 
Apesar desse roteiro, ressalta-se que não existe um padrão único, sendo o processo de implementação de 
Escritórios de Projetos uma tarefa que exige um engajamento das partes interessadas e compromisso com 
seu escopo. É o que será evidenciado na seção seguinte a qual irá detalhar os resultados da pesquisa 
realizada junto as Universidades Federais do Brasil. 
 
4 Perspectivas e Desafios da implementação de EGPs nas Universidades Federais no Brasil: uma 
análise normativa, estrutural, metodológica e estratégica desta prática 
A presente seção evidência os resultados da pesquisa realizada junto às Universidades Federais Brasileiras, 
a qual buscou identificar o quantitativo de instituições que possuem a estrutura de Escritório de Projetos 
implementada. 
 
Para tanto, a pesquisa contemplou um levantamento realizado junto à 63 Instituições Federais de Ensino 
Superior (IFES) distribuídas nos 26 Estados Federativos e Distrito Federal e localizadas nas 5 regiões 
brasileiras, tendo sido enviado questionamentos via Lei de Acesso à Informação. 
 
A relação das Universidades contempladas no estudo foi aquela disponibilizada via site do Governo Federal, 
a qual apresenta o nome da instituição, a região e estado em que está localizada e o seu respectivo ano de 
fundação. 
 
Sobre os questionamentos que foram enviados a estas instituições, ressalta-se que se tratou de um 
formulário composto por oito perguntas que versavam sobre a implementação de Escritórios de Projetos, 
informações sobre ano de sua criação, estrutura normativa e de pessoal, metodologia e sistemas utilizados, 
bem como desafios identificados para a consolidação da unidade. As perguntas foram enviadas por meio 
do Portal da Transparência, seguindo as premissas da Lei de Acesso à informação, tendo a instituição um 
prazo máximo de 20 dias para fornecer as respostas solicitadas ou ainda prorrogar o tempo de resposta por 
mais 10 dias. O quadro 3 apresenta as questões que foram solicitadas, agrupando-as segundo a 
metodologia de análise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 3: Questionamentos enviados as Universidades Federais via LAI 
 
CATEGORIA QUESTÃO 
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Na estrutura institucional da Universidade existe alguma unidade denominada de Escritório 
de Projetos ou suas variantes? 
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Qual o nome da unidade e nível de hierarquia que possui (Pró-Reitoria, Secretaria, Unidade, 
Setor, etc.). 
3 
Quando a unidade foi criada? Há algum documento institucional de implantação (Portaria, 
Regimento, Normativo, etc.?) Caso possua, gentileza anexar os documentos. 
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4 
Quantas pessoas fazem parte da Equipe da unidade e quais são as suas formações 
acadêmicas? 
5 
Qual o escopo de atuação da unidade? Por gentileza identifique as atribuições da unidade e 
informe se a mesma gerencia projetos da Universidade, detalhando o quantitativo atual. 
(Caso possua, enviar documentos normativos que expliquem a atuação da unidade.) 
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A unidade utiliza alguma metodologia ou software para o gerenciamento dos projetos? Se 
sim, qual(is)? Gentileza também fornecer informações sobre a licença do software,detalhando se é próprio, alugado, gratuito, etc. 
7 
A unidade possui site oficial ou mídias sociais para divulgação das suas atividades? Em caso 
positivo, gentileza inserir os links. 
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8 
Qual seria o principal desafio identificado para consolidação das atividades desenvolvidas 
na unidade? Há algum material de planejamento ou Matriz SWOT que possa ser 
compartilhado? 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
Conforme observado no quadro 3, a pergunta de partida permitiu a identificação do quantitativo de 
Universidades Federais Brasileiras que possuem em sua estrutura institucional unidade de Escritório de 
Projetos ou equivalentes. 
 
Conforme já discutido no capítulo anterior, ressalta-se que a implementação dessa unidade responsável 
pela coordenação de projetos pode trazer diversos benefícios a instituição, otimizando os resultados das 
ações e evitando ações ineficazes. 
 
No contexto de escassez de recursos públicos e frente a necessidade de modernização da máquina 
administrativa, emergiu então o questionamento de quais Universidades Federais Brasileiras já possuem a 
unidade do EGP em sua estrutura, conforme apresenta-se no gráfico 1. 
 
 
 
 
 
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Gráfico 1: Situação de Implementação de EGPs nas Universidades Federais Brasileiras 
 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
Observando os resultados desse questionamento, identifica-se que no universo das 63 instituições 
consideradas na pesquisa, 12 Universidades declararam possuir Escritórios de Projetos (19%); 43 
Universidades declararam não possuir em sua estrutura Escritório de Projetos (68%); e 8 Universidades não 
responderam a pesquisa (13%). De acordo com esse quantitativo, verifica-se que a implementação de EGPs 
em Universidades Federais Brasileiras ainda não se constitui uma tendência, sendo observado que apenas 
algumas instituições isoladas adotaram essa prática, conforme identifica-se na Figura 1 que destaca as 12 
Universidades Federais que possuem Escritório de Projetos em sua estrutura. 
 
Figura 1: Universidades Federais Brasileiras que possuem EGP 
 
 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
19%
68%
13%
Possui EGP
Não possui EGP
Não respondeu
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No que se refere às 43 Universidades que declararam não possuir a estrutura de Escritório de Projetos, é 
valido ressaltar as respostas fornecidas por algumas instituições que declararam que apesar de não terem 
EGPs implementados, possuem unidades similares, tais como Coordenadorias de Planejamento e Escritório 
de Processos, existindo ainda instituições que demonstraram interesse na criação de EGPs. O quadro 4 
sintetiza esses destaques. 
 
Quadro 4: Universidades Federais com estrutura similar ao EGP ou que possuem intenção de 
implementação 
UNIVERSIDADE RESPOSTA 
1. 
UNILAB - Universidade Federal da 
Lusofonia Afro-Brasileira 
Há intenção da gestão superior em criar um setor específico para 
tratar do tema. 
2. 
UFPB - Universidade Federal da 
Paraíba 
Existe a Coordenação de Planejamento (CODEPLAN), vinculada à Pró-
Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PROPLAN), 
responsável pela elaboração de planos, projetos, metas, normas e 
políticas institucionais da UFPB. 
3. 
UNIVASF - Universidade Federal do 
Vale do São Francisco 
No âmbito da Univasf, os projetos de pesquisa são acompanhados 
pelo Departamento de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-
Graduação e Inovação Tecnológica – PRPPGI. 
4. 
UFRPE - Universidade Federal Rural 
de Pernambuco 
Na Pró-Reitoria de Planejamento, temos a Coordenadoria de 
Modernização Organizacional (CMO). 
5. 
UFERSA - Universidade Federal Rural 
do Semi-Árido 
Existe uma unidade denominada “Divisão de Planejamento e 
Avaliação Institucional”. Inserida nesta divisão há uma seção 
denominada "Escritório de Processos". 
6. UFAC - Universidade Federal do Acre 
A Diretoria de Controle e Gestão Institucional, da Pró-Reitoria de 
Planejamento, está com a incumbência de realizar a implantação de 
um Escritório de Projetos e Processos, ainda em 2019. 
7. 
UFJF - Universidade Federal de Juiz 
de Fora 
Atualmente existe a unidade denominada Escritório de Processos. 
8. 
UFOP - Universidade Federal de 
Ouro Preto 
A UFOP está próxima de aprovar seu novo organograma o qual cria 
o Escritório de Projetos e Processos que será ligado à futura Pró-
Reitoria de Orçamento, Planejamento e Administração. 
9. 
UFF - Universidade Federal 
Fluminense 
Possui uma Comissão designada para realizar o mapeamento e a 
otimização de processos administrativos no âmbito da instituição. 
10. 
UFPel - Universidade Federal de 
Pelotas 
A UFPel tem o Escritório de Processos. 
11. 
UFRGS - Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul 
A Universidade está trabalhando para a implantação do escritório de 
projetos, conforme previsto na ação 4.2.5. Criar um Escritório de 
Projetos do Plano de Gestão 2016-2020 da UFRGS. 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
Conforme observado no quadro, um quantitativo de 11 Universidades forneceu informações 
complementares sobre a implementação de unidades similares aos EGPs. Nesse sentido, destaca-se que 4 
instituições (UNILAB, UFAC, UFOP e UFRGS) demostraram a intenção de formalizar a implementação de 
Escritórios de Projetos. Outras 4 instituições (UFPB, UNIVASF, UFRPE e UFF) informaram que possuem 
setores similares e que de alguma maneira se relacionam com a atividade de gestão de projetos, mas, no 
entanto, atendem demandas mais específicas e por não serem reconhecidos metodologicamente como 
Escritórios de Projetos não foram contemplados nas demais análises. Destaca-se ainda as Universidades 
que responderam que possuem a estrutura de Escritório de Processos já implementadas (UFERSA, UFJF, 
UFOP e UFPel), tendo alguma relação com a temática de projetos, mas não se constituindo na atividade 
principal. 
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Após esse momento inicial de levantamento quantitativo, parte-se para a análise qualitativa das instituições 
que declararam possuir EGP implementado, sendo analisado aspectos normativos-institucionais; 
estruturais; metodológicos e estratégicos. Espera-se que a partir da sistematização desses resultados seja 
possível obter um diagnóstico da implementação de Escritórios de Projetos nas Universidades Federais no 
Brasil, abordando os principais arranjos necessários para sua criação e operacionalização. 
 
4.1 Aspectos Normativos-Institucionais dos EGPs: uma análise de terminologias e legitimação 
Considerando as 12 Universidades Federais que declararam possuir EGPs, a presente subseção tem o 
objetivo de refletir sobre os aspectos normativos-institucionais que envolvem a implementação deste setor, 
abordando questões relativas à nomenclatura da unidade, nível hierárquico, ano de implementação e 
documento institucional de formalização. 
 
De acordo com Abe e Carvalho (2005) existem diversas formas de estruturar um EGP, mas a primeira fase 
está diretamente relacionada a decisão de ter ou não em sua organização. Segundo os autores, essa fase 
está relacionada a motivação que a instituição irá desenvolver, refletindo sobre quais benefícios e soluções 
espera-se que o PMO possa trazer. Além disso, destaca-se a importância de escolher o tipo de Escritório de 
Projetos que se deseja implementar, alinhando as suas atribuições com a natureza da organização. Outro 
fator importante relacionado aos aspectos normativos-institucionais de implementação de um EGP está 
ligadoao patrocínio e apoio da alta direção, sendo tal característica entendida por diversos autores como 
um Fator Crítico de Sucesso do PMO (VIMERCATI e PATAH, 2016). 
 
Nesse sentido, entende-se que o processo de implementação de um Escritório de Projetos inicia com uma 
decisão e perpassa sobre a definição do tipo de EGP que se quer implementar, sendo fundamental, portanto, 
o conhecimento preliminar de gestão de projetos e o apoio da alta direção. Em paralelo, ressalta-se a 
importância de formalizar a estrutura do Escritório de Projetos, de modo que ela possa ser reconhecida 
pelos membros da instituição e tenha as suas atividades legitimadas por documentos ou manuais que 
descrevem as suas atribuições. O quadro 5 sintetiza estas questões para as 12 Universidades que 
declararam possuir EGP implementado. 
 
Quadro 5: Universidades Federais que informaram possuir EGP implementado 
 
ID UNIVERSIDADE NOME DO EGP E HIERARQUIA 
ANO DE 
CRIAÇÃO 
DOCUMENTO DE 
FORMALIZAÇÃO 
1. 
UFMT - 
Universidade 
Federal de Mato 
Grosso 
Escritório de Projetos e Processos, 
vinculado à Vice-Reitoria. 
2016 
Resolução CD nº 16, de 30 de 
setembro de 2016, que dispõe 
sobre a estrutura administrativa e 
acadêmica e o quadro distributivo 
dos cargos e direções e de funções 
gratificadas da UFMT. 
2. 
UFSB - Universidade 
Federal do Sul da 
Bahia 
Coordenação de Projetos e Obras – 
CPO, vinculado à Diretoria de 
Infraestrutura- DINFRA. 
2014 Não informou. 
3. 
UFCA - Universidade 
Federal do Cariri 
Coordenadoria de Gestão de 
Projetos e Processos – CGPP, 
alocada na Pró-Reitoria de 
Planejamento e Orçamento. 
2017 
A Secretaria de Processos 
Disciplinares e Comissões 
Permanentes - SEPAD, instituída 
pela Portaria nº 20, de 27 de 
janeiro de 2017. 
4. 
UFS - Universidade 
Federal de Sergipe 
Diretoria de Projetos e Estruturas 
Físicas (DOFIS), vinculada a 
Superintendência de Infraestrutura 
– INFRAUFS. 
Não 
informou 
Não informou. 
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5. 
UFRN - 
Universidade 
Federal do Rio 
Grande do Norte 
Secretaria de Gestão de Projetos, 
possui status de "secretaria" com 
autonomia administrativa, 
patrimonial e financeira, vinculada 
diretamente ao Gabinete da 
Reitoria. 
2015 
A unidade foi criada em 04 de 
novembro de 2015 por meio da 
Resolução 020/2015-CONSUNI. 
6. 
UFPA - Universidade 
Federal do Pará 
Diretoria de Gestão Estratégica 
(DIGEST) que possui em sua 
estrutura a Coordenadoria de 
Gestão de Projetos para atuar na 
gestão de projetos estratégicos, 
vinculada a Pró-Reitoria de 
Planejamento e 
Desenvolvimento Institucional 
(PROPLAN). 
2017 
Através da Resolução CONSUN nº 
769, de 18 de dezembro de 2017. 
7. 
UFES - Universidade 
Federal do Espírito 
Santo 
EGPP – Escritório de Projetos de 
Gestão e Processos. 
2017 
Portaria de no 1729, de 08 de 
agosto de 2017. 
8. 
UFFS - Universidade 
Federal da Fronteira 
Sul 
Departamento de Gestão de 
Projetos e na hierarquia se encontra 
no terceiro nível (Reitoria -> 
Secretaria especial de TI -> 
Departamento de Gestão de 
Projetos). 
2017 Portaria nº 257/GR/UFFS/2017. 
9. 
UNILA - 
Universidade 
Federal da 
Integração Latino-
Americana 
Departamento de Planejamento 
Estratégico (DPE), vinculada a 
PROPLAN. 
2017 Portaria PROPLAN nº 003/2017. 
10. 
UFCSPA - 
Universidade 
Federal de Ciências 
da Saúde de Porto 
Alegre 
Escritório de Projetos, unidade 
administrativa vinculada à Vice-
reitoria. 
2017 
Resolução 11/2017 do Conselho 
Universitário - CONSUN, publicada 
no Boletim de Serviços 002/2017. 
11. 
UNIPAMPA - 
Universidade 
Federal do Pampa 
Divisão de Gestão de Projetos faz 
parte da Coordenadoria de 
Convênios, Projetos e Captação de 
Recursos na Pró-Reitoria de 
Planejamento e Infraestrutura. 
2016 
Divisão de Gestão de Projetos foi 
criada quando foi instituída a 
estrutura organizacional da 
UNIPAMPA, através da Portaria nº 
1695, de 21/12/2016. 
12. 
UFPR - Universidade 
Federal do Paraná 
Coordenadoria de Governança e 
Riscos que trabalha com processos 
e Projetos, mas tem outras 
unidades que também trabalham 
com projetos. 
2017 Portaria nº 821, de 08/12/2017. 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
Conforme observado no quadro, das 12 universidades que declararam possuir EGP, 3 instituições possuem 
unidades com a nomenclatura de “Escritório de Projetos” (UFMT, UFES e UFCSPA), 1 instituição possui a 
nomenclatura de “Secretaria de Gestão de Projetos” (UFRN), 2 instituições possuem nomenclatura de 
“Coordenadoria de Gestão de Projetos” (UFCA e UFPA), 1 instituição possui a nomenclatura de “Coordenação 
de Projetos e Obras” (UFSB), 1 instituição possui a nomenclatura de “Diretoria de Projetos e Estruturas 
Físicas” (UFS), 1 instituição possui a nomenclatura de “Departamento de Gestão de Projetos” (UFFS), 1 
instituição possui a nomenclatura de “Departamento de Planejamento Estratégico” (UNILA), 1 instituição 
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possui a nomenclatura de “Divisão de Gestão de Projetos” (UNIPAMPA), e 1 instituição possui a nomenclatura 
de “Coordenadoria de Governança e Riscos” (UFPR). 
 
A variedade de terminologias indica a diversidade que existe nas tipologias dos EGPs, existindo múltiplos 
níveis hierárquicos que influenciam diretamente o conjunto das principais atribuições que serão exercidas 
pelo PMO. Sobre a formalização desses EGPs, considera-se que das 12 universidades apenas 2 não 
informaram questões à respeito da normatização do Escritório, (UFSB e UFS) tendo 10 universidades 
formalizados suas estruturas por meio de resoluções ou portarias. Tal fato corrobora com a premissa de 
que a atuação dos EGPs deve ser legitimada por documentos institucionais que descrevam a sua 
composição e sirvam de amparo legal para o exercício das suas funções. 
 
4.2 Aspectos estruturais dos EGPs: uma análise do escopo e atuação 
A presente subseção considera os aspectos estruturais dos EGPs, observando o quantitativo de servidores 
que estão alocados nestas unidades e as atribuições que foram designadas para os referidos Escritórios de 
Projetos. Conforme aponta Barbalho et al. (2014), os Escritórios de Projetos podem ser de natureza simples 
ou complexas, a depender da estrutura de pessoal que é alocada na unidade e do conjunto de atribuições 
que são desempenhadas. 
 
Em linhas gerais, não há um modelo quantitativo pré-definido, devendo a estrutura do EGP variar de acordo 
com as competências que se espera desempenhar. Em síntese: 
É de extrema responsabilidade do escritório de projetos unificar e padronizar os processos utilizando 
ferramentas e técnicas, trabalhar no desenvolvimento de pessoas, garantir o melhor aproveitamento 
dos recursos disponíveis e aumento da produtividade (ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2014: 3) 
 
Nesse sentido, o quadro 6 apresenta os resultados de acordo com as 12 universidades comtempladas no 
estudo. 
 
Quadro 6: Quantitativo de Servidores e Atribuições dos EGPs nas Universidades Federais 
 
ID UNIVERSIDADE 
QUANT. DE 
SERVIDORES 
FORMAÇÃO ATRIBUIÇÕES 
1. 
UFMT - Universidade 
Federal de Mato 
Grosso 
5 
Contador, 
Administrador, 
Sistemas e Tecnologia 
de Informação, Ciência 
da Computação. 
Apoio a gestão de projetos 
institucionais com ou sem aporte 
financeiro, por meio de 
acompanhamento direto 
ou mentoria de coordenadores de 
projetos. 
2. 
UFSB - Universidade 
Federal do Sul da Bahia 
5 
Arquitetos e 
Engenheiro Eletricista. 
 
O Escritório de Projetos atua em 
questões de infraestrutura auxiliando a 
elaboração e execução de obras físicas. 
3. 
UFCA - Universidade 
Federal do Cariri 
4 AdministraçãoGerenciamento dos projetos 
estratégicos e mapeamento dos 
processos alinhados ao mapa 
estratégico e à cadeia de valor da UFCA, 
fornecendo capacitações para promover 
a autonomia dos setores para 
controlarem e monitorarem suas 
atividades orientadas pelo planejamento 
estratégico institucional. 
4. 
UFS - Universidade 
Federal de Sergipe 
Não informou Não informou Não informou 
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5. 
UFRN - Universidade 
Federal do Rio Grande 
do Norte 
5 
Ciências da 
Computação, 
Engenharia da 
produção, Psicologia e 
Administração e 
profissionais com 
especialização em 
Gestão de Projetos. 
Atua no gerenciamento de projetos 
estratégicos, promovendo melhores 
práticas e realizando a interlocução 
entre gestores de projetos e processos e 
administração da UFRN e apoiar a 
adoção de ferramentas, métodos e 
técnicas de gestão de projetos e gestão 
de processos. 
6. 
UFPA - Universidade 
Federal do Pará 
1 Administração Não informou 
7. 
UFES - Universidade 
Federal do Espírito 
Santo 
4 
Engenheiro de 
Produção e Mecânico. 
A principal função do EGPP é apoiar as 
equipes envolvidas, por meio de 
instruções, capacitações e uso de 
técnicas apropriadas a cada projeto 
estabelecido. O EGPP entende como 
criação de valor a: redução ou 
eliminação de desperdícios; redução de 
custos; melhoria no desempenho dos 
processos, projetos e operações; 
otimização do uso de recursos e 
satisfação dos clientes dos serviços. 
8. 
UFFS - Universidade 
Federal da Fronteira 
Sul 
2 
Analista de TI com MBA 
em Gerenciamento de 
Projetos. 
O escopo é realizar as atividades de 
identificação das demandas, análise de 
negócios, definição do escopo das 
soluções, priorização, detalhamento em 
requisitos e as áreas do PMBOK de 
tempo, escopo e intervenientes. 
9. 
UNILA - Universidade 
Federal da Integração 
Latino-Americana 
7 
Economistas, 
Administradores, 
Técnicos de Gestão 
Publica e Contador. 
Desenvolver os trabalhos relacionados 
ao Planejamento Institucional (Plano de 
Desenvolvimento. Institucional e Plano 
Anual), Gestão por Processos, Gestão de 
Projetos, Estudos sobre Governança, 
riscos 
e estrutura organizacional, dentre 
outros. 
10. 
UFCSPA - Universidade 
Federal de Ciências da 
Saúde de Porto Alegre 
3. 
Estatística, 
Administração e 
Direito. 
Apoiar na elaboração e na submissão de 
Projetos; Apoiar na finalização de 
relatórios técnicos e na apresentação 
dos resultados dos projetos. Promover 
atividades de qualificação à pesquisa 
(workshops, oficinas, cursos). 
11. 
UNIPAMPA - 
Universidade Federal 
do Pampa 
Não há no 
momento. 
Não há no momento. 
Acolher, identificar, investigar, 
sistematizar, orientar, apoiar, realizar e 
monitorar ações de desenvolvimento de 
projetos estratégicos de interesse da 
instituição. 
12. 
UFPR - Universidade 
Federal do Paraná 
4 Não informou. 
Gestão de Processos, Gestão de Riscos, 
Gestão de Riscos e Gestão do Sistema 
Eletrônico. 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
 
 
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De acordo com o quadro, destaca-se que o quantitativo médio de servidores que atuam nos EGPs é de 3 
colaboradores, existindo EGPs que também possuem apenas 1 servidor envolvido (UFPA) e EGPs que 
possuem até 7 servidores (UNILA). Outro destaque relevante consiste na Universidade Federal UNIPAMPA a 
qual informou que no momento nenhum servidor está alocado na unidade. 
 
Relativo as atribuições dos PMOs, observa-se que alguns Escritórios informaram que o seu escopo de 
atuação está muito mais relacionado a execução e acompanhamento de obras de infraestrutura e 
arquitetura, não tendo, nesses casos, competências de aspectos gerenciais, mais sim de coordenação de 
obras. Esse é o caso observado nas Universidades UFSB e UFS. Já o caso da UFPR, verifica-se que consiste 
numa coordenadoria de gestão de riscos, sendo o tema de gerenciamento de projetos abordado de forma 
secundária. Por tais motivos, as 3 unidades nomeadas respectivamente por tais Universidades como 
“Escritórios de Projetos” não foram consideradas nas análises a seguir. Neste sentido, o escopo das 
Universidades que possuem de fato EGPs implementados passou a ser de 9 instituições, uma vez que são 
nessas que se observam os conceitos e definições próprias daquilo que se entende por um PMO. 
 
Ao analisar tais atribuições ficou evidente que as Universidades em questão têm adotado a prática de 
implementação de um EGP com a finalidade maior de gerenciar os seus projetos e reduzir os desperdícios 
de recursos, conforme será evidenciado no capítulo a seguir que irá tratar dos aspectos metodológicos dos 
9 EGPs considerados no estudo. 
 
4.3 Aspectos metodológicos dos EGPs pesquisados: uma análise dos métodos e sistemas 
A presente subseção buscou descrever as metodologias e sistemas que são utilizados pelos EGPs das 
Universidades Federais Brasileiras. Seguindo a percepção de Correia (2013), destaca-se que na estruturação 
dos instrumentos e ferramentas de um PMO, deve se ter claramente a dependência com os processos e o 
modo como as pessoas irão utilizar tais arcabouços. 
 
Relacionando esses princípios com a importância de sistemas de informação, o Guia PMBOK (2017) 
esclarece que: 
O volume de dados e informações que os gerentes de projeto precisam integrar torna necessária a 
utilização de um sistema de informações de gerenciamento de projetos (SIGP) e ferramentas 
automatizadas para coletar, analisar e utilizar informações para atender aos objetivos do projeto e 
realizar os benefícios do projeto (PMI – Guia PMBOK, 2017: 73) 
 
Nesse sentido, fica evidenciado que é fundamental a adoção de metodologias e sistemas coerentes, que 
Ferramentas permitam criar e conectar pessoas às informações, sendo eficazes para o compartilhamento 
de conhecimento. De acordo com a resposta dessas instituições foi elaborado o quadro 7 que reúne as 
informações relativas aos aspectos pesquisados. 
 
Quadro 7: Metodologia, Softwares e Sites Oficiais dos EGPs nas Universidades Federais 
 
ID UNIVERSIDADE 
METODOLOGIA E SOFTWARE 
UTILIZADO 
SITE DO EGP 
1. 
UFMT - Universidade Federal 
de Mato Grosso 
Software GPWeb 
https://www1.ufmt.br/ufmt/un/epp 
https://www.facebook.com/eppufmt/ 
2. 
UFCA - Universidade Federal 
do Cariri 
Boas práticas PMBOK e 
Software Redmine 
http://sites.ufca.edu.br/cgpp/ 
3. 
UFRN - Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte 
Life Cycle Canvas e Software 
Trello 
www.sgp.ufrn.br 
4. 
UFPA - Universidade Federal 
do Pará 
Não informou. Não informou 
http://sites.ufca.edu.br/cgpp/
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5. 
UFES - Universidade Federal 
do Espírito Santo 
PMBOK e Software Redmine. www.egpp.ufes.br 
6. 
UFFS - Universidade Federal 
da Fronteira Sul 
PMCanvas e Software interno. Não possui 
7. 
UNILA - Universidade Federal 
da Integração Latino-
Americana 
MGPSISP e MS Project Não possui 
8. 
UFCSPA - Universidade 
Federal de Ciências da Saúde 
de Porto Alegre 
Não Possui 
https://www.ufcspa.edu.br/index.php/escrito
rio-de-projetos 
https://www.facebook.com/escritoriodeproje
tosufcspa/ 
9. 
UNIPAMPA - Universidade 
Federal do Pampa 
Não possui 
http://porteiras.r.unipampa.edu.br/portais/p
roplan/coordenadoria-de-gestao-de-
conveniose-projetos/ 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
Conforme observado, as metodologias que embasam a atuação dos EGPs são ferramentas consolidadas no 
âmbito do gerenciamento de projetos, existindo instituições que fundamentaramas competências do seu 
EGP com base no PMBOK e as suas boas práticas, incluindo o Life Cycle Canvas e PMCanvas. Relativo aos 
sistemas utilizados, destaca-se as instituições tem variado o uso, existindo softwares livres (Trello e 
Redmine), e softwares pagos (GPWeb e MS-Project). Há ainda o caso de desenvolvimento de software interno 
como observado na Universidade UFFS. 
 
Quando questionadas sobre a existência de site oficial ou mídia para divulgação das suas atividades, 2 
Universidades declararam não possuir (UFFS e UNILA) e 6 instituições informaram os links para consulta das 
atividades do seu EGP. Por fim, destaca-se que 1 Universidade (UFPA) não respondeu adequadamente o 
formulário, não sendo identificado nem a metodologia, nem sistema e site da unidade. 
 
5 Considerações finais 
Com base na pesquisa realizada e associando os resultados ao referencial teórico estudado, a presente 
seção se destina a apresentar de maneira sistemática as principais considerações que podem ser verificadas 
nesta temática. 
 
Inicialmente, cabe destacar que a importância dos Escritórios de Gerenciamento de Projetos já está 
evidenciada, existindo vasta literatura que discorre sobre os benefícios de implementação de um PMO. 
Nesse contexto, foi demonstrado o esforço feito pelas instituições para aderirem esse modelo de gestão, 
tendo sido apresentada as principais etapas necessárias para criação de um setor de coordenação de 
projetos. Como requisitos necessários para uma adequada implementação de um PMO, é importante 
destacar o papel atribuído ao patrocínio da alta gestão, bem como o envolvimento das partes interessadas. 
Unindo esses elementos junto aos conhecimentos básicos da Gestão de Projetos, pode-se iniciar a tomada 
de decisão para estruturação dessa unidade. 
 
Partindo para o levantamento empírico, a pesquisa realizada junto as Universidades Federais Brasileiras 
apresentaram como o tema tem sido percebido nas Instituições Públicas de Ensino Superior. A premissa 
levantada no estudo seria que diante de um contexto de escassez de recursos públicos e necessidade de 
melhoria contínua nos processos de gestão, a existência de um Escritório de Projetos nas Universidades 
Federais poderia otimizar os resultados, sendo realizado o gerenciamento adequado de projetos da 
instituição. 
 
 
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Nessa perspectiva, o presente estudo buscou investigar como tem sido a prática de implementação dos 
EGPs em Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil, analisando o quantitativo de instituições que já 
implementaram PMOs em sua estrutura, bem como observando os arranjos criados para sua 
operacionalização, sejam eles: de estrutura, métodos ou sistema. 
 
Os resultados que foram dispostos em quadros sistemáticos reuniram um conjunto de informações, 
apontando que das 63 Universidades Federais apenas 12 instituições, o que equivale a 19%, declararam 
possuir EGP implementado. Das instituições que informaram não possuir EGP (68%), ressaltasse as 
informações constantes no quadro 4, o qual abordou o quantitativo de universidades que possuem 
estruturas similares ou que possuem a intenção de criação de um EGP. Essa informação evidencia que há 
uma preocupação das instituições em implementar estruturas que abordem a temática de “Gerenciamento 
de Projetos”, porém ainda não foram formalizadas. 
 
Ao observar apenas as 12 instituições que declararam possuir EGP implementado, cabe ressaltar a 
diversidade de terminologias e variações tipológicas do EGP. Nesse quesito, é importante a reflexão sobre 
o desafio ainda a ser superado de desvincular a gestão de projetos apenas a coordenação de obras de 
infraestrutura. Tal fato foi percebido pois algumas instituições que declararam possuir EGP, na verdade 
possuem setores de acompanhamento de obras que não possuem caráter transversal e não estão 
aderentes a metodologia de Gerenciamento de Projetos. Isto é, não são EGPs pois não possuem a natureza 
fundamental de agregar valor à instituição, constituindo-se apenas em setores operacionais. Considerando 
essa análise, o universo de estudo foi reduzido para apenas 9 universidades (UFMT, UFCA, UFRN, UFPA, UFES, 
UFFS, UNILA, UFCSPA e UNIPAMPA). A partir delas passou a ser observado aspectos de normatização, 
estrutura, metodologia e sistemas utilizados. 
 
No que se refere a normatização, ficou explícito a importância de que, ao se criar um EGP, sejam editados 
documentados que legitimem o papel da unidade, de modo que as suas competências possam ser 
legalmente reconhecidas e disseminadas entre todos os membros da organização. Para tanto, a criação de 
EGPs nas universidades se faz valer de portarias e resoluções, dando um caráter legal a criação da unidade. 
 
Sobre os aspectos estruturais, foi observado que ainda há precariedade no número de servidores envolvidos 
nos escritórios de projetos, o que reflete a limitação das universidades em compor uma unidade com 
formação e perfil adequado. Apesar disso inicialmente não ser um problema, torna-se uma restrição pois, 
em tese, um PMO deveria ser composto por profissionais com formação e habilidades próprias de um 
especialista na área de “Gestão de Projetos”. 
 
Relativo aos aspectos metodológicos, cabe ressaltar a influência do guia PMBOK na concepção dos EGPs das 
universidades, tendo sido citadas também outras ferramentas da Gestão de Projetos, tais como Life Cycle 
Canvas e PMCanvas. Isso se constitui num aspecto importante, pois permite a padronização de rotinas e 
metodologias, de modo que as mesmas possam ser disseminadas entre os membros da organização, 
facilitando o aprendizado e execução dos projetos. Sobre os sistemas utilizados, não houve como 
aprofundar o estudo, tendo sido apontado apenas os softwares que tais instituições utilizam para o 
gerenciamento de seus projetos. 
 
Observando a área de comunicação, foi solicitado que os EGPs informassem se possuem sites ou mídias 
sociais para divulgação de seus trabalhos. Nesse aspecto, constatou-se limitações das redes uma vez que 
muitos dos sites se apresentam pouco funcionais e acessíveis para o intercâmbio de informações. Faltam 
apresentações institucionais, composição da equipe, informações sobre metodologias e sistemas utilizados 
e também do quantitativo de projetos que são gerenciados. Em suma, os sites não comunicam 
adequadamente as atividades dos EGPs. 
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Por fim, quanto questionadas sobre os principais desafios identificados para consolidação das atividades 
desenvolvidas pelo EGP, as universidades elencaram um conjunto de pontos fracos que devem ser objetos 
de melhorias, buscando aprimorar o desempenho e a atuação do EGP. 
 
Esses desafios são principalmente de ordem organizacional, sendo destacadas as dificuldades para 
promover a mudança da cultura organizacional, a necessidade de patrocínio para aplicação das técnicas e 
metodologias, as dificuldades na promoção do engajamento dos servidores, a incorporação das práticas de 
gestão de projetos pelas unidades apoiadas e o aumento do nível de maturidade. Para exemplificar, 
compartilha-se a resposta enviada pela Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, que destaca: 
O principal desafio do setor é convencer os outros setores da importância e dos benefícios que os 
quase 50 processos e as 10 áreas do PMBOK são, desde que adaptados para a realidade da instituição 
(como por exemplo o PMC), a maior arma que uma organização tem para o atingimento dos objetivos 
e para reduzir ao máximo as incertezas em projetos. (Resposta à pesquisa enviada pela UFFS, 2019). 
 
A figura 2 ilustra a nuvem de palavras elaborada para exemplificaras respostas obtidas na pesquisa. 
 
Figura 2: Desafios enfrentados pelos EGPs das Universidades Federais 
 
 
Fonte: elaboração própria, 2019. 
 
Feitas tais observações, conclui-se o presente artigo, na certeza de que ainda há muito a avançar no tema e 
de que toda análise de experiência é válida, sobretudo se for realizada com a intenção maior de gerar 
conhecimento que possa ser replicado e absorvido por outras instituições nessa constante busca de 
aprimoramento técnico e eficientização dos projetos. 
 
Referências 
Abe, César Kendi & Carvalho, Marly Monteiro de (2005), “Fatores críticos para a implantação do PMO: um 
estudo de caso. Sistemas Revista GEPROS, [S.l.], n. 2, p. Pag. 61, jul. 
 
 
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Albuquerque, Adriano Bessa & Andrade, Paulo Roberto Martins de (2014), “Escritório de Projetos: 
características, vantagens e o Planejamento de sua Implantação no Setor Público”, Anais do 3º Congresso 
Cearense de Gerenciamento de Projetos, 
https://www.academia.edu/10089918/Escrit%C3%B3rio_de_projetos_caracter%C3%ADsticas_vantage
ns_e_o_planejamento_de_sua_implanta%C3%A7%C3%A3o_no_setor_p%C3%BAblico, 28-04-2019. 
Barbalho, Sanderson César Macêdo; Toledo, Jose Carlos de; Rojicc, Junia; Sillosd, Matheus de Aguiar (2014), 
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XXIV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Buenos Aires, Argentina, 12 -15 nov. 2019 
Documento libre 
 
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Resenhas biográficas 
 
Jéssica Morais de Moura. Atualmente cursa Doutorado em Planejamento Urbano pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e faz Especialização em Gestão Pública pelo Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN. É mestra em Arquitetura e Urbanismo (2016) 
e Graduada em Gestão de Políticas Públicas (2013). Atuou como professora substituta do curso de Gestão 
de Políticas Públicas da UFRN (2017) e desenvolve trabalhos na área acadêmica relacionados às temáticas 
de Elaboração e Avaliação de Políticas Públicas, Gestão de Projetos, Planejamento Urbano e Produção do 
Espaço. No serviço público, atuou de 2013 a março de 2019 na Secretaria Estadual de Planejamento e das 
Finanças do Rio Grande do Norte - SEPLAN/RN, onde exerceu a função de Gerente do Escritório Central de 
Projetos do Governo do Estado do RN no âmbito do Projeto Governança Inovadora, elaborando, 
monitorando e avaliando políticas públicas do Mapa Estratégico RN 2035. 
 
Paula Gonçalves Serafini. Bacharel em Administração pela UNP – Universidade Potiguar, Comunicação & 
Marketing como profissão, Formação e Certificação em Coaching pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coach, 
atualmente cursando Gestão Dinâmica de Projetos e Fundamentos Linguísticos pela UFRN – Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. Fluente em Português, Inglês e Espanhol. Mais de 15 anos de experiência 
profissional em organizações privadas. Atuou como gestora no período de 2006 a 2011 pelo grupo Flytour 
DPR Turismo Curitiba. Em 2011 passou a atuar na empresa SIMM (Soluções Integrais em Montagem e 
Manutenção de parques Eólicos e Usinas Solares) como Gestora de Marketing e Viagens. Desenvolveu 
trabalhos relacionados a organização de ambientes corporativo, identidade visual, plano de negócios e 
gestão de indicadores.

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