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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem Departamento de Enfermagem Disciplina: Enfermagem no Processo de Cuidar do Idoso Atividade - Demências Prof.ª Marilia Braga Discentes: Carlos Eduardo Arruda Lima, Fª Elaine de Souza França, Giovanna Oliveira Silva Alves, Mª Teresa Lima Brilhante, Meireanne Menezes Uchôa, Natasha Bruna Soares Barros MJN, 72 anos, sexo feminino, analfabeta, viúva, tem três filhos, aposentada, reside com uma das filhas, M.N.N de 50 anos, atualmente sua principal cuidadora. Possui diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, obesidade. Atualmente é sedentária e não adere a dieta recomendada para controle de suas comorbidades. Compareceu a Unidade de Atenção Primária à Saúde com sua filha M.N.N. A cuidadora relatou episódios de esquecimento em situações do cotidiano, destacou ainda que a idosa tem apresentado falta de atenção e dificuldade de concentração, confusão e desorientação no tempo e espaço como também perda da autonomia para realização de atividades domésticas e na semana passada saiu sozinha para fazer compras no supermercado e não soube retornar para sua residência, contando com a ajuda de vizinhos para conduzi-la até sua residência. A filha/cuidadora durante a consulta chorou, pois não sabe o que fazer e não entende o que pode está acontecendo com sua mãe, pois a mesma era até início do ano estava ativa e bastante lúcida até ser acometida por estas mudanças bruscas de comportamento. Ao exame clinico apresentou: PA=140x90 mmhg/ Glicemia capilar em jejum=210 mg/dl, IMC= 39 kg/cm2 . Faz uso dos medicamentos a seguir: Captopril 25 mg, Metformina 500 mg, Sinvastatina 40 mg. a. Analise o estudo de caso acima, descreva os problemas identificados, diagnósticos e intervenções de Enfermagem que podem ser realizadas junto a idosa e sua cuidadora. PROBLEMAS IDENTIFICADOS O fato da idosa ser analfabeta pode indicar um problema se a mesma controla a sua tomada de medicamentos. As comorbidades (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, obesidade) da paciente MJN, que foi relatado que não é controlada já que a mesma não adere a dieta e é sedentária. Seus parâmetros no exame clínico deram todos alterados, provavelmente devido o que relatamos anteriormente. Os sintomas iniciais apresentados por MJN, que são os episódios de esquecimento, podem fazer ela tomar medicamentos em excesso ou deixar de tomar, como também se alimentar. Falta de atenção pode deixar a idosa suscetível a acidentes domésticos, como queimaduras e quedas. Desorientação e confusão a deixará vulnerável na rua, podendo sofrer algum tipo de violência ou até mesmo não retornar para casa. Esses sintomas vêm indicando um certo de nível de demência (Alzheimer?). Podemos também ver dificuldade emocional e intelectual da cuidadora diante do estado atual e o do avançar rápido dos sintomas da mãe. DIAGNÓSTICOS IDOSA Autonegligência relacionado a função executiva deficiente caracterizado por falta de adesão a atividades de saúde. Manutenção ineficaz da saúde relacionado a tomada de decisões prejudicada definido por padrão de ausência de comportamento de busca de saúde. Proteção ineficaz associado a desorientação e prejuízo neurossensorial caracterizado por extremos de idade. Obesidade relacionado a comportamento sedentário que ocorre por < igual 2 horas/dia, comportamentos alimentares desorganizados, média de atividade física diária inferior recomendada para idade e sexo definido por índice de massa corporal > 30kg/m2. Risco de glicemia instável caracterizado por controle insuficiente do diabetes, falta de adesão ao plano de controle de diabetes e média de atividade física diária inferior à recomendada para idade e sexo. Risco de integridade tissular prejudicada relacionado a estado nutricional desequilibrado. Risco de quedas relacionado a alteração na glicemia sanguínea e conhecimento insuficiente sobre os fatores modificáveis. Risco de síndrome do idoso frágil relacionado a média de atividade física diária inferior a recomendada para idade e sexo, obesidade e estilo de vida sedentário. Risco de envenenamento relacionado a acesso a agente farmacêutico. Confusão aguda associada a alteração na função cognitiva e alteração no nível de consciência, caracterizado por idade > 60 anos, alteração na função cognitiva e demência. Memória prejudicada associada à esquecimento persistente e incapacidade persistente de executar uma habilidade previamente aprendida, caracterizado por prejuízo cognitivo leve e prejuízo neurológico. INTERVENÇÕES IDOSA - Controle da demência; - Determinar o nível de mobilidade e as limitações dos movimentos; - Determinar a história física, social e psicológica do cliente, seus hábitos comuns e rotinas; - Treinamento da memória, estimulando a memória através da repetição, do último pensamento que o paciente expressou quando adequado; - Terapia ocupacional; - Controle de comportamento; - Estimulação cognitiva; - Controle do ambiente: segurança, assistência para a manutenção do lar e adaptação do lar, como a instalação de piso antiderrapante e retirada de tapetes, estimulando o cuidado com objetos perfurocortantes em casa; - Escutar ativamente; - Orientação para a realidade; - Terapia de recordações; - Supervisão; - Melhora da autoeficácia; - Facilitação da autorresponsabilidade; - Melhora de habilidades de vida; - Melhora do enfrentamento; - Apoio à tomada de decisão, emocional e familiar; - Avaliação da saúde; - Educação em saúde; - Ensino: processo da doença; - Estabelecimento de metas mútuas; - Facilitação da aprendizagem; - Identificação de risco; - Melhora da compreensão da saúde, orientar quanto ao sistema de saúde, elencando a importância do retorno ao clínico para avaliar a questão da pressão e glicemia e ajuste de estilo de vida e medicamentos; - Assistência no autocuidado; - Aconselhamento nutricional, formular um plano nutricional ou encaminhar para uma nutricionista; - Conhecimento sobre controle do peso: alcance da compreensão transmitida sobre a promoção e a manutenção de um excelente peso corporal e um percentual de gordura, coerentes com a altura, a compleição física, o gênero e a idade; - Comportamento de perda de peso: ações pessoais para perder peso, por meio de dieta, exercícios e modificação do comportamento; - Determinar o desejo e a motivação individual para reduzir o peso ou a gordura corporal; - Determinar com o paciente a quantidade de perda de peso desejada; - Utilizar os termos “peso” ou “excesso”, em vez “obesidade”, “gordura” e “excesso de gordura”; - Estabelecer uma meta semanal realista para redução de peso; - Colocar a meta semanal em local estratégico; - Pesar o paciente semanalmente; - Registrar em gráfico o progresso para atingir a meta final e colocá-lo em local estratégico; - Discutir os retrocessos para auxiliar o paciente a superar os desafios e ser mais bem- sucedido; - Recompensar o paciente quando as metas forem alcançadas; - Encorajar o uso de sistemas internos de recompensa, quando as metas forem alcançadas; - Estabelecer um plano realista com o paciente, incluindo ingestão reduzida de alimentos e aumento do gasto energético;- Monitorar os níveis de glicose sanguínea, conforme indicado; - Monitorar sinais e sintomas de hiperglicemia: poliúria, polidipsia, polifagia, fraqueza, letargia, mal-estar, visão borrada, ou dores de cabeça; - Monitorar cetonas urinárias, conforme indicado; - Monitorar gases sanguíneos no sangue, eletrólitos e níveis de beta-hidroxibutirato, conforme disponível; - Monitorar os níveis de glicose sanguínea, conforme indicado; - Monitorar pressão sanguínea ortostática e o pulso, conforme indicado; - Orientar o paciente e pessoas próximas na prevenção, reconhecimento e monitoramento da hiperglicemia; - Incentivar o automonitoramento dos níveis de glicose sanguínea; - Orientação sobre uso de medicamentos corretamente para paciente e cuidador, formular uma maneira mais simples de identificação dos medicamentos e horários que tem que ser tomado, indicando a dosagem e horários das tomadas de medicamentos e investigar se está sendo feito corretamente; - Orientar o paciente e pessoas próximas no controle da diabetes durante a doença, incluindo o uso da insulina e/ou agentes orais, monitorar a ingestão de líquidos, reposição de carboidratos, e quando procurar assistência de profissionais de saúde, conforme apropriado - inspecionar a pele e as mucosas quanto a vermelhidão, calor extremo, edema ou drenagem - avaliar os membros inferiores quanto a cor, calor, inchaço, pulsos, textura, edema e ulcerações; - Ensino: cuidados com os pés; - Promoção de exercício: alongamento, treino para fortalecimento muscular e equilíbrio; - Educação em saúde para paciente e cuidadores sobre prevenção contra quedas. DIAGNÓSTICOS CUIDADORA Enfrentamento familiar comprometido relacionado a informações insuficientes disponíveis a pessoa de apoio caracterizado por pessoa de apoio relata conhecimento insuficiente que interfere em comportamentos eficazes. Controle da saúde familiar ineficaz associado a aceleração dos sintomas da doença de um membro da família, dificuldade com o regime prescrito e falha em agir para reduzir fatores de risco, caracterizado por dificuldade de controlar um regime de tratamento complexo. Risco de tensão do papel de cuidador relacionado à imprevisibilidade do curso da doença. INTERVENÇÕES CUIDADORA - Orientação antecipada quanto ao processo de saúde e doença da mãe dela e a importância de não deixar a paciente sozinha; - Orientar quanto a participação em um curso de cuidador; - Encaminhamento para um grupo terapêutico; - Apoio ao cuidador, emocional, psicológico; - Redução da ansiedade; - Melhora da autocompetência; - Melhora do enfrentamento, promovendo a capacidade de resiliência; - Fazer educação em saúde falando sobre o papel do cuidador; - Facilitação do processo de pesar; - Melhora do sistema de apoio, promovendo o envolvimento familiar.
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