Buscar

Trabalho 01

Prévia do material em texto

Disciplina: Direito Processual Civil III Período/Turma: 6º Professor: Guilherme 
Aluna: Eliane Helena 
Questão 01: Em consiste o Processo de execução e qual é seu objetivo? Responda realizando paralelo com o processo de conhecimento.
 Resposta: O processo de execução é o “conjunto de atos estatais através de que, com ou sem o concurso da vontade do devedor (e até contra ela), invade-se o seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito objetivo material.” 
Objetivo: Satisfação do direito subjetivo da parte, que busca na atuação do Estado a realização de sua pretensão.
Questão 02. A respeito da classificação das formas executivas admitidas no Direito brasileiro diferencia: a) cumprimento de sentença (fase executiva) de processo autônomo de execução; b) execução comum de execução especial; c) execução de direita de execução indireta.
Resposta: a) A fase do cumprimento da sentença passou a ser uma etapa dentro do processo de conhecimento, deixando de ser um processo autônomo. De acordo com as novas disposições do CPC, o conceito de sentença foi alterado, a qual não mais consiste na decisão que extingue o processo. Atualmente, a sentença constitui uma decisão com conteúdo fundado nos artigos 267 ou 269. O processo de conhecimento: tem como objetivo a certificação de um direito, ou seja, o Poder Judiciário reconhece a existência de um direito. Processo de execução: visa à efetivação do direito, à sua satisfação. O novo CPC estabeleceu que o processo autônomo de execução só será possível em situações onde o título a ser executado seja um título executivo extrajudicial. Nos casos de títulos executivos judiciais, as fases de conhecimento e execução estão unificadas dentro do mesmo processo, visando a celeridade processual e maior efetivação do cumprimento da sentença.
Resposta: b) A diferença está relacionada ao procedimento processual aplicado a cada uma delas. Existem procedimentos executórios comuns que servem para execução da maioria dos créditos existentes como é o caso da execução por quantia certa e há procedimentos executivos que se realizam através de rito especial, em razão da maior celeridade que alguns procedimentos exigem como é o caso da execução de alimentos.
Resposta: c) Chama-se de execução por sub-rogação aquela em que o Poder Judiciário prescinde da colaboração do executado para a efetivação da prestação devida. O magistrado toma as providências que deveriam ter sido tomadas pelo devedor, sub-rogando-se na sua posição. Há substituição da conduta do devedor por outra do Estado Juiz, que gere a efetivação do direito do executado. Esta é a execução direta.
Chama-se de execução indireta, por sua vez, aquela em que o Estado Juiz pode promover a execução com a colaboração do executado, forçando a que ele próprio cumpra a prestação devida. Em vez de o juiz tomar as providências que deveriam ser tomadas pelo executado, há imposição, por meio de coerção psicológica, a que o próprio executado cumpra a prestação.
Questão 02. Indique três exemplos de execução direita e três exemplos de execução indireta.
Resposta: A execução direta (execução de sub-rogação) é aquela em que o Poder Judiciário não necessita da colaboração do executado para a satisfação da prestação devida, pois promove uma substituição de sua conduta pela conduta do próprio Estado-juiz, sendo que a medida será efetivada mesmo contra a vontade do executado. Ou seja, o magistrado toma as providências que deveriam ter sido tomadas pelo devedor, sub-rogando-se na sua posição. Exemplos: bloqueio on-line de contas deposito/entrega de coisa ,penhora, Busca e apreensão etc. 
Execução Direta (Sub-rogação): Por Expropriação: Bens do devedor se submetem a atos executivos; Autoriza-se a realização de atos de transferência forçada de tais bens para a satisfação do crédito. Por desapossamento: Neste tipo, há a identificação, localização e retirada do bem da posse do executado com entrega ao exequente. É também forçada. Por transformação: Visa mudar a realidade fática presente. A tutela jurisdicional visa, conforme a natureza obrigacional, coagir a parte em fazer ou não fazer algo para mudar a realidade.
A execução indireta ou execução por coerção, é necessário a participação do executado, pois para que a prestação devida seja efetivada é preciso um ato do próprio executado. Os meios de coerção atuam na sua vontade, servindo como espécie de estímulo ao cumprimento da obrigação, podendo esta se dar pelo medo, como a prisão civil e a multa, ou ainda pelo incentivo, como nos casos das chamadas sanções premiais, de que serve como exemplo a isenção de custas e honorários advocatícios quando o executado cumpre voluntariamente a sua obrigação. Exemplos: Prisão civil do devedor de alimentos,
Execução Indireta ( Coerção): Coerção Patrimonial: Incide sobre a esfera patrimonial do executado como as multas. Coerção Pessoal: Incide sobre a esfera pessoal, ou seja, sobre a liberdade do executado. Trata-se de meio primitivo, mas que previsto na CF como forma de coagir o devedor a pagar o que deve.
Questão 03. Segundo o Novo CPC, aquele que é portador de título executivo extrajudicial deve obrigatoriamente ajuizar processo de execução? Justifique sua resposta. 
Resposta: Há a execução voluntária e a execução forçada. A execução voluntária é aquela em que a obrigação é cumprida pelo devedor por sua vontade própria, sem a necessidade de coerção ou de influências externas. Já a execução forçada, no ordenamento jurídico brasileiro, é aquela que exige um conjunto sistemático de sanções endereçadas ao devedor para que haja o cumprimento efetivo do direito do credor.
O Código de Processo Civil estabelece duas vias para a execução forçada, sendo elas a do cumprimento da sentença e a do processo de execução.
O processo de execução contém uma ação executiva própria para a satisfação dos direitos decorrentes de títulos executivos extrajudiciais e, também, serve de fonte normativa subsidiária para o procedimento do cumprimento da sentença, conforme previsto no artigo 513 do Código de Processo Civil: “O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.” 
A satisfação de um direito pode ocorrer por meio de uma fase processual, isto é, dentro da mesma relação processual em que se obteve a sentença condenatória, ou de forma autônoma, como objeto principal do processo de execução, nos casos de execução de títulos extrajudiciais.
Questão 04. Explique os requisitos legais exigidos para se instaurar processo de execução. 
Resposta: CPC/15, art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
CPC/15, art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
A partir desses dois artigos, chegamos à conclusão de que, para que tenhamos a execução, seja ela para cumprimento de sentença para títulos judiciais, seja ela processo de execução, que subsiste para títulos extrajudiciais, dois requisitos devem estar presentes:
* Que haja uma obrigação líquida, certa e exigível;
* Que essa obrigação esteja materializada em um título executivo.
Questão 05. Explique de que maneira o princípio da dignidade da pessoa humana incide no processo de execução. 
Resposta: “A execução não deve levar o executado a uma situação incompatível com a dignidade humana”. 
Logo, não pode a execução ser utilizada como instrumento para causar a ruína do devedor e de sua família, gerando situações incompatíveis com a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, o Código de Processo Civil determina a impenhorabilidade de certos bens como provisões de alimentos, salários, instrumentos de trabalho, pensões, seguro de vida etc. (art. 833)
Questão 06. Explique o significado do princípio da patrimonialidade do processo de execução (ou de que toda execução é real).
Resposta: De acordocom o princípio da responsabilidade (“toda execução é real”), somente o patrimônio do devedor (CPC, art. 591), ou de terceiros responsável, pode ser objeto da atividade executiva do Estado (Com essa máxima excluem-se da responsabilidade bens que compõem o patrimônio do devedor (ou terceiros responsável), e que são pela execução intocáveis – até porque não podem ser objeto de alienação voluntária ou forçada.
A patrimonialidade ou realidade significa que a execução recai sobre o patrimônio do devedor. Uma das questões mais interessantes é a dos limites dos atos executivos, como a prisão por dívida, depositário infiel (art. 5º, LXVII). O Pacto de San José da Costa Rica enseja debates acerca da possibilidade de prisão do depositário infiel, tendo em vista o status constitucional para alguns doutrinadores. A responsabilidade patrimonial está prevista nos artigos 591 a 597 do CPC. Estuda-se as hipóteses de penhorabilidades absolutas, relativas, etc. A questão da responsabilidade da pessoa jurídica enseja nuances, como a do uso indevido da mesma por sócios ou administradores, o que enseja a desconsideração da personalidade jurídica.
 Questão 07. Discorra brevemente sobre o princípio da atipicidade dos meios executivos
Resposta: O termo atipicidade dos meios executivos se justifica pelo fato de serem meios não previstos na legislação, porém permitidos. Conforme estudado no primeiro capítulo, o Direito Processual Civil, assim como os demais campos do Direito, é regido por princípios, sendo que à atipicidade dos meios executivos se justifica pelo princípio da efetividade, que busca sempre a efetivação do direito material. O artigo 139, IV do novo CPC, consagrou o princípio da atipicidade dos meios executivos, estabelece o presente artigo:
 
Art. 139 O juiz dirigirá o processo conforme disposições deste código, incumbindo-lhe:
[...]
IV – Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniárias.
Questão 08. Explique o conteúdo normativo do princípio da disponibilidade da execução, fazendo breve paralelo com o princípio da disponibilidade no processo de conhecimento.
Resposta: O credor possui a disponibilidade do processo de execução, isto é, ele não é obrigado a executar o seu título, nem ao menos tem o dever de prosseguir na execução forçada a que deu início, até as últimas consequências. Dispõe o art. 775 que “o exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.”, sem qualquer dependência do aceite da parte contrária. Com a desistência o credor assume o ônus das custas. Se houver embargo do executado, além das custas terá de indenizar os honorários advocatícios do patrono no embargante (art. 775, parágrafo único, I). Enquanto não embargada a execução, por ser o exequente senhor de seu crédito, dele pode desistir no todo ou parcialmente, sem depender do consentimento do devedor. Podendo, também, alterar o pedido e desistir de alguns dos co-executados, se for o caso. Dois institutos de direito processual guardam correlação com o princípio da disponibilidade, os quais são a desistência e a renúncia.
No processo de conhecimento, provocam a sua extinção, sendo que a desistência possibilita ao autor propor novamente a demanda, o que não se observa na renúncia, a qual ocorre uma única vez e extingue o processo com resolução do mérito (artigo 269, inc. IV).
As partes, durante a cognição, encontram-se em posição de igualdade, mas o autor poderá desistir em qualquer momento, necessitando apenas do consentimento do réu, quando esta se der após a citação.
No tocante a execução, o direito do credor se sobrepuja ao do devedor e nunca se exigirá anuência deste para que se opere a desistência, mas havendo embargos, estes subsistem quando versarem sobre questões de mérito, porque constituem ação autônoma.
Os embargos que tratam de questões processuais, como a falta de pressupostos processuais ou das condições da ação, atacam a estrutura da execução e não seu conteúdo e perderão seu objeto com a extinção desta. O mesmo não ocorrerá se versarem sobre a matéria de mérito, até porque é interessante ao embargante provar que o direito constante do título não merece razão, visto que o exequente pode vir a propor novamente a execução.

Continue navegando