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Dir Tribut I

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DIREITO TRIBUTÁRIO I
Aula 1 - 03/02/2020
Bibliografia: 
· Curso de direito tributário – Hugo de Brito Machado;
· Manual de direito tributário – Eduardo Sabbag;
· Direito Tributário Brasileiro – Luciano Amaro.
Atividade Financeira do Estado
	
	A primeira etapa da atividade financeira é a receita pública, que são os recursos que ingressam nos cofres públicos em caráter definitivo.
Receita Pública:
1. Originárias: oriunda do próprio patrimônio do Estado;
2. Derivadas: obtida através da exploração do patrimônio do particular, tendo como objeto o tributo e estabelecendo uma relação jurídica entre Estado e contribuinte/responsável, mediante um procedimento pré-estabelecido pelo direito tributário.
3. Transferidas: são aquelas em que o ente federativo arrecada e repassa para outro ente federativo. União para os Estados, por exemplo.
	Tributo: decorre de lei, é compulsório e tem que ser pago da forma determinada pelo Estado. Estabelece uma relação jurídica entre o Estado e o contribuinte, na qual o sujeito ativo é o fisco (Estado) e o sujeito passivo são os contribuintes e/ou responsáveis tributários.
Conceito de direito tributário: trata-se de uma área do direito público que disciplina as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado (fisco) e os particulares (contribuinte/responsável), referente à arrecadação de tributos para que o Estado possa realizar as suas finalidades, limitando o poder de tributar do Estado e conferindo segurança jurídica ao contribuinte.
Objeto: disciplinar as relações jurídicas no âmbito da tributação.
Natureza Jurídica: trata-se de relação jurídica de natureza obrigacional tributária, uma vez que disciplina e regulamenta o vínculo jurídico estabelecido entre os sujeitos ativo e passivo no recebimento do tributo.
Autonomia do direito tributário: não há total autonomia do direito tributário em face de outras disciplinas, haja vista que as regras se misturam, e o direito tributário tem um diálogo com as outras áreas do direito, sendo, desta forma, uma autonomia relativa, pois ele tem o diálogo necessário com as demais disciplinas jurídicas.
· Legislativa: Codificação específica – CTN – Código Tributário Nacional;
· Científica: ii) institutos próprios o fato gerador é um exemplo: tudo que se paga em impostos tem de ter um fato gerador da obrigação. Por exemplo, o IPTU tem como fato gerador a propriedade do imóvel; ii) princípios próprios: a) princípio da irretroatividade tributária; b) princípio do não-confisco; c) princípio da anterioridade tributária; d) princípio da capacidade contributiva.
· Didática: é ministrado de forma separada nos cursos de graduação, nas grades e matrizes curriculares.
Arrecadação → receita derivada → tributo → relação jurídica tributária → ordem tributária.
Aula 2 – 07/02/2020
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Tudo se inicia no aspecto formal, uma vez que é preciso legislação para materializar o devido processo legal, surgindo o fato gerador do direito tributar seja, a obrigação tributária. A partir disso, o Estado realiza um lançamento tributário e aquilo que era apenas uma expectativa de direito se torna uma obrigação líquida, certa e exigível, sendo direito do Estado receber, isto é, se torna um crédito tributário.
FATO GERADOR → OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA = CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Note bem: transformada em crédito tributário, essa obrigação pode ser extinta através das formas de extinção do crédito (art. 156, CTN), suspensa ou excluída.
Toda relação jurídica possui sua fonte, ou seja, sua origem. Fonte em seu aspecto jurídico nada mais é que o método de criação do direito, e esse método de criação se dá através da legislação, surgindo de um plano abstrato, sob os pilares do princípio da legalidade. 
· O lançamento é um ato administrativo, portanto, deve ser pautado no princípio da legalidade.
· As fontes do direito nascem basicamente da legislação, mas há ainda outras fontes. Ex.: decisões judiciais (fontes materiais). 
I. FONTES FORMAIS: início das relações jurídicas.
Dimensão normativa: a norma é um gênero que se subdivide em duas espécies: regras (legislação) e princípios. 
Fontes formais no direito tributário: conjunto de normas jurídicas dirigidas às relações obrigacionais tributárias, sobretudo na arrecadação do tributo. Ou seja, objetiva legitimar as relações jurídicas obrigacionais de natureza tributária, cujo objeto é a arrecadação de tributo. 
Sistema normativo tributário e suas fontes formais: trata-se de um conjunto de normas integradas através de vínculos verticais (art. 59, CF) destinadas às relações jurídicas de arrecadação de tributo, bem como a vinculação dos sujeitos desta relação, que na verdade é a obrigação tributária (polo ativo e passivo). 
Fontes primárias: relacionadas à legislação tributária, elencadas no art. 59, CF (fontes formais gerais) e art. 96, CTN (fontes formais específicas do direito tributário). Sendo que aqui há uma relação de hierarquia. 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Constituição Federal: trata-se de um instrumento político de validade das demais normas jurídicas internas, isto é, cuida-se de um instrumento de formação e organização do Estado democrático. Em matéria tributária, a CRFB/88 legitima a relação jurídica obrigacional, uma vez que confere segurança às pretensões tributárias do Estado, e ao mesmo tempo, garante direitos individuais do contribuinte.
· Os artigos 145 a 162 da CRFB/88 regulamentam a tributação e o orçamento, bem como quais são os objetos que nela se encontram.
A Constituição Federal trata de 4 assuntos, quais sejam:
1. Fixa as competências tributárias dos entes federativos (sujeito ativo da obrigação – credor): artigos 153 a 156;
· Competência da União para cobrança de impostos (artigo 153): II, IE, IOF, IGF, IR, ITR, IPI;
· Novos impostos (artigo 154): qualquer novo imposto que for criado é de competência da União;
· Competência dos Estados para a instituição de impostos (artigo 155): ICMS, IPVA, ITCMD;
· Competência dos Município para instituição de impostos (artigo 156): IPTU, ISS, ITBI;
· Competências concorrentes: qualquer ente tributante (art. 145): impostos, taxas e contribuições de melhoria;
· Competência exclusiva da União:
a) Artigo 148: União – empréstimos compulsórios;
b) Artigo 149: União – contribuições especiais.
2. Traça o perfil normativo dos tributos, estabelecendo de forma exclusiva as 05 espécies tributárias, quais sejam: impostos; taxas; contribuições de melhorias; empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
3. Estabelece as limitações constitucionais ao poder de tributar: nada mais são que os princípios constitucionais tributários (artigos 150/152). Exemplos: princípio da legalidade, irretroatividade, anterioridade, isonomia (capacidade contributiva), não confisco.
4. Repartições das receitas tributárias: artigos 157/162.
Aula 3 – 10/02/2020
1. Fontes Primárias
a) Emendas Constitucionais (art. 60, CF): é a fonte formal pela qual a CF pode ser alterada e, uma vez aprovadas com a rigorosa observância do processo legislativo constitucional, incorporam-se à Constituição como se fosse uma norma constitucional originária.
A matéria mais frequente pela qual se altera a Constituição é de natureza tributária. Sendo assim, a última alteração em matéria tributária, ainda que de forma indireta, ocorreu pela EC 105/2019.
Exemplos: 
· EC 29/2000: alterou o art. 156 da CF e instituiu o IPTU progressivo;
· EC 37/2002: alterou o art. 156 da CF e fixou alíquota mínima do ISS (2%);
· EC 42/2003: primeira minirreforma tributária;
· EC87/2015 alterou o art. 155, §2º, III.
· EC 105/2019: alterou o art. 166-A da CF e autorizou a transferência de recursos federais a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios mediante emendas ao projeto de lei orçamentária anual.
b) Leis Complementares: possibilita a eficácia e aplicabilidade de direitos instituídos pela CF. Além disso, determina as matérias constitucionais que necessitam de complementação, uma vez que não contém todos os elementos para sua aplicação. Assim, a lei complementar exige para sua aprovação um processo legislativo mais rigoroso, com quórum qualificado, por maioria absoluta, ou seja, 257 deputados e 41 senadores (art. 69, CF). 
Funções da LC em matéria tributária:
Art. 146, CF – funções gerais:
I. Dispõe sobre conflitos de competência. Ex.: LC 116/2003;
II. Regula as limitações constitucionais ao poder de tributar: os artigos 150/152 da CF traz os princípios e as imunidades tributárias. Ex.: princípio da anterioridade; princípio da noventena, etc;
III. Estabelece normas gerais em matéria tributária: “d” – LC 123/2006.
Art. 146-A – funções específicas:
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.  
· Art. 148: “Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, ‘b’”.
· Art. 153, VII: “Compete à União instituir impostos sobre: VII - impostos sobre grandes fortunas” (IGF), sendo que é o único sem regulamentação;
· Art. 154, I: “ A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição”;
· Art. 195, §4º: “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:    § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”;
· Disciplinar aspectos sobre determinados tributos: art. 155, §1º, III e 2º, XII – ITCMD; 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
1º O imposto previsto no inciso I (ITCMD):
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b ;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
· ICMS - Lei 98/96: Dispõe sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências.
· ISS - Lei 116/2003, art. 156, §3:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
· Contribuição e Seguridade social - art. 195, §11:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput.
Aula 4 – 14/02/2020
c) Leis Ordinárias: lei em sentido amplo = legislação = fontes primárias (art. 59, CF e 96, CTN).
· A CF não institui tributo, apenas determina a competência. 
· Há mais leis ordinárias do que complementares na instituição dos tributos, dada a sua simplicidade.
O tributo pode ser instituído por meio desses três meios:
1. Lei ordinária:
Instrumento normativo mais comum, ou seja, é a norma geral pela qual se institui o tributo. Tratando-se de fontes formais do direito tributário, a lei ordinária é a essência das fontes do direito, dada sua simplicidade, uma vez que exige maioria simples para sua aprovação. 
As leis ordinárias são os instrumentos jurídicos vinculantes mais abundantes do ordenamento jurídico brasileiro e podem ser aprovadas por maioria simples, ou seja, precisam apenas de metade mais um dos membros presentes em cada casa legislativa.
Todos os entes políticos produzem leis ordinárias, de acordo com as respectivas competências. Assim, a União, os Estados, o Distrito Federal e as Municípios têm nas leis ordinárias o instrumento cotidiano para o exercício do poder legislativo.
Convém destacar que não há hierarquia entre as leis ordinárias federais, estaduais ou municipais, de sorte que o sistema funciona em paralelo, a partir da atividade do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas nos Estados e das Câmaras Municipais, todas aptas a introduzir regras no ordenamento.
O escopo das leis ordinárias é bastante variado e alcança praticamente todas as áreas jurídicas, com a ressalva dos temas cuja competência foi reservada a outros instrumentos jurídicos pela Constituição, como as resoluções ou as leis complementares.
Em matéria tributária, as leis ordinárias são os veículos que normalmente criam tributos em concreto, vale dizer, dispõem sobre a regra matriz de incidência de cada figura tributária (impostos, taxas e contribuições de melhoria, por exemplo) e estão aptas a regular os efeitos jurídicos e econômicos delas decorrentes.
Nesse sentido, podemos dizer que a dinâmica jurídica do país se movimenta, fundamentalmente, por meio de leis ordinárias, e que isso ganha especial destaque na esfera tributária.
Basta imaginarmos, por exemplo, que a instituição de um tributo como o IPTU nos municípios brasileiros exige a elaboração de milhares de leis, cada qual exarada pela respectiva Câmara Municipal, depois de vencidas todas as etapas do competente processo legislativo. Isso nos leva a concluir pela existência de centenas de milhares de normas tributárias em vigor no país.
As leisordinárias também são utilizadas para a criação dos chamados deveres instrumentais (que a doutrina mais antiga denomina obrigações acessórias), que correspondem às exigências procedimentais para a fiscalização dos tributos, normalmente decorrentes de atos ou condutas que devem ser praticados cotidianamente pelas pessoas, como prestar declarações, efetuar registros contábeis, emitir notas fiscais e assim por diante.
A lei ordinária é por sua excelência o instrumento normativo geral na instituição do tributo.
· Art. 150, I, CF: nada mais é que o princípio da legalidade, ou seja, não há possibilidade de criação de tributo sem lei anterior que o estabeleça. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
· Art. 97, CTN (complementação de norma de eficácia contida – CF): prevê os critérios de criação do tributo, sendo que se faltar um desses critérios, a lei pode ser objeto de anulação: 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
1. Material: fato gerador;
2. Quantitativo: R$ - base do cálculo + alíquota. 
3. Espacial: local onde ocorre o fato gerador. 
4. Temporal: quando ocorreu o fato gerador. Importante para definir o valor do pagamento, pois se a lei mudar, o valor pode mudar também. 
5. Pessoal: quem é o contribuinte e quem é o sujeito ativo.
Note bem: a criação do tributo exige que a lei estabeleça os aspectos ou critérios necessários para a consolidação da incidência tributária. 
Obs.: lei complementar tem os mesmos critérios, todavia, somente institui tributo se houver exigência expressa na CF. 
2. Lei complementar: exigência da CF.
As leis complementares possuem grande relevância no direito tributário, pois a Constituição a elas reservou diversas atribuições. Em termos ontológicos, podemos entender como leis complementares as normas aprovadas nos termos do art. 69 da Constituição, que exige maioria absoluta de votos nas duas casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal).
Esse quórum qualificado representa o aspecto formal para a produção de uma lei complementar, enquanto o aspecto material diz respeito aos conteúdos reservados para o instrumento, que variam desde a definição de normas gerais (conforme o art. 146, III, da Constituição) até a própria instituição de tributos, como ocorre no caso dos empréstimos compulsórios e no exercício da competência residual.
3. Medida provisória
As medidas provisórias são instrumentos jurídicos excepcionais, que devem ser utilizados em face de situações de relevância e urgência, para as quais se exige pronta resposta do Estado, sem a necessidade de, num primeiro momento, percorrer todas as etapas do processo legislativo.
Vistas dessa forma, as medidas provisórias parecem dotadas de sentido e razoabilidade, pois permitiriam ao Presidente da República identificar e adotar soluções imediatas, com força de lei, sempre que situações emergenciais assim o exigissem, com o posterior envio da norma ao Congresso Nacional, que a apreciaria em caráter definitivo, como estabelece o art. 62 da Constituição.
Contudo, a experiência pós-1988 demonstrou total desprezo pelos requisitos necessários para a elaboração de medidas provisórias, que foram utilizadas indiscriminadamente pelos titulares do Executivo para uma infinidade de assuntos, sem qualquer obediência aos preceitos constitucionais. A situação chegou a um ponto tão dramático que o constituinte derivado, ao ver tolhida grande parte da atividade legislativa do Congresso Nacional, resolveu restringir a sanha legiferante da administração pública, ao aprovar a Emenda Constitucional n. 32, que introduziu diversos parágrafos no art. 62 da Constituição:
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I — relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II — que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III — reservada a lei complementar;
IV — já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV , V , e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
Em termos tributários, a alteração mais importante foi a de vedar o uso de medidas provisórias para a instituição de novos tributos, que, como regra geral, só podem ser criados por meio de lei complementar.
Contudo, a Constituiçãoainda permite, como exceção, a instituição por intermédio de medidas provisórias dos impostos extraordinários decorrentes de guerra externa ou sua iminência, conforme previstos no art. 154, II.
Trata-se de circunstância pouco provável no mundo real, mas compatível com a urgência e a lógica que norteiam o tributo. O novo regramento das medidas provisórias também buscou garantir a efetiva obediência ao princípio da anterioridade, salvo nas hipóteses expressamente autorizadas pela Constituição, o que, na prática, manteve a coerência do sistema, ao permitir, apenas, a majoração imediata das alíquotas para os impostos extrafiscais da União (Imposto de Importação, Imposto de Exportação, IPI e IOF), além dos já mencionados impostos extraordinários em função de guerra externa ou sua iminência.
Assim, o eventual aumento da carga tributária só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se a medida provisória for convertida em lei até 31 de dezembro do ano de sua publicação, situação que equivale às regras aplicáveis aos demais instrumentos jurídicos (como as leis ordinárias e complementares).
Não há previsão no CTN, mas a previsão do art. 97 se aplica a ela. 
· Art. 62, CF: introduzida na CF pela emenda constitucional 32/2001. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
· Pressupostos: o Poder Executivo poderá se valer de MP em casos de:
· Relevância;
· Urgência.
Note bem: a medida provisória constitui-se instrumento normativo constitucionalmente adequado para instituir tributos, desde que observe as orientações do art. 97 do CTN, definindo desde sua edição os critérios necessários à tributação. 
· §2º - Legitimidade: a MP que instituir tributos somente produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, exceto os impostos de importação, exportação, IOF e o IPI, além do imposto extraordinário de guerra (art. 154), uma vez que se trata de impostos regulatórios e necessário à proteção da segurança nacional, possuindo efeito imediato. 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.  
 
    
· §1º, III - Limitações materiais: medida provisória não é hábil a instituir qualquer tributo:
Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:    
III - reservada a lei complementar
· §3º - Eficácia: 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.  
	Note bem: embora as medidas provisórias sejam instrumentos normativos legítimos para instituição de tributos, perderão a eficácia se não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias, prorrogável por igual período. Nesse caso, as relações jurídicas tributárias decorrentes da sua edição serão disciplinadas por decreto legislativo editado pelo Congresso Nacional. 
Aula 5 – 17/02/2020
Fontes Formais (art. 68, CF):
1. Lei Delegada: 
É um ato normativo elaborado pelo chefe do Poder Executivo no âmbito federal, com a solicitação ao Congresso Nacional. Teoricamente, é possível que ocorra a delegação pelo Congresso Nacional ao Presidente da República para edição de lei delegada em matéria tributária nos termos do art. 68 da CF e observados os limites do respectivo artigo, bem como os limites impostos pelo Parlamento. Como a MP dá mais autonomia ao chefe do executivo, a possibilidade de edição de lei delegada está enfraquecida.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
Note bem: a delegação se dá por meio de resolução. Após a promulgação da CF, foram editadas apenas duas leis delegadas, as quais não tratam de matéria tributária, mas sim de gratificação aos servidores públicos:
· LD 12/92: dispõe sobre a instituição de Gratificação de Atividade Militar para os servidores militares federais das Forças Armadas.
· LD 13/92:  institui Gratificações de Atividade para os servidores civis do Poder Executivo, revê vantagens e dá outras providências.
Resoluções**
	Busca trazer maior autonomia e equilíbrio ao Congresso (sistema de freios e contrapesos). As resoluções são consideradas leis sem sanções, ou seja, não demanda anuência do Poder Executivo, uma vez que já surgem com força de lei.
As resoluções visam disciplinar matérias de competência de uma das casas, justificando-se, assim, a ausência de sanção.
	Trata-se de um ato normativo de competência do legislativo, ou seja, executivo não possui competência; câmara dos deputados e senado federal. Todavia, as que possuem maiores efeitos são aquelas editadas pelo Senado Federal. Portanto, constitui fonte forma primária.
	Em matéria tributária, as resoluções visam estabelecer alíquotas de tributo estaduais. Assim, merece destaque as resoluções do Senado Federal, uma vez que este órgão representa os Estados.
	
Resoluções do Senado Federal
· Fixação de alíquota máxima para o ITCMD - 8%: art. 155, §1º, IV
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 1º O imposto previsto no inciso I (ITCMD)
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
Resolução 9/92:
Estabelece alíquota máxima para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de que trata a alínea "a", inciso l, e § 1°, inciso IV do art. 155 da Constituição Federal.
· Fixação de alíquota mínima para o IPVA (varia de acordo com o veículo e condutor, todavia, a mínima tem sido 1%): art. 155, §6º, I
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 6º O imposto previsto no inciso III (IPVA)
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;    
· Fixação de alíquotas máximas interestaduais e de exportação nas operações internas: art. 155, §2º, V, “a”
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte (ICMS)
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
· Fixação de alíquotas mínimas nas operações internas para resolução de conflitos no que diz respeito ao ICMS: art. 155, §2º, V “b”
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
Tratados e Resoluções – Art. 96, CTN
	
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
	
Conceito: os tratados são normas jurídicas de direito público internacional pactuados em países soberanos (acordo bilateral ou até multilateral), destinando-se a produzir efeitos jurídicos no âmbito interno de seus signatários. 
Objetivo: visam estabelecer regras de cooperação internacional em matéria tributária, a fim de evitar a evasão fiscal, bem como a bitributação. Ex.: Tratado do Brasil com o Chile relativo a tributação de renda, no qual foi estabelecido que os rendimentos do trabalho recebidos em um desses Estados somente poderão ser tributados no Estado onde houve a prestação de serviço. 
Procedimento: os tratados não ingressam em nosso ordenamento de forma automática, necessitam de uma norma interna para que sejam aplicáveis (teoria dualista). O instrumento que confere validade aos tratados é o decreto legislativo.
Fases:
a) Celebração: etapa pela qual há negociaçãoe assinatura.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
b) Deliberação (ratificação): o decreto legislativo é o instrumento pelo qual são introduzidos os tratados e acordos no sistema jurídico interno. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
c) Promulgação: após a deliberação do Congresso Nacional, o Presidente da República deverá promulga-lo através de um decreto. A partir daí, o tratado ganha executoriedade. 
d) Publicação: ato pelo qual os signatários são vinculados, tornando-o obrigatório no direito positivo interno.
Aula 6 – 21/02/2020
FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS
Trata-se dos tratados e convenções – artigo 96 do CTN:
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Artigo 98 do CTN: Tratados x Leis internas:
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
· Prevalência dos tratados sobre a lei interna.
· Tratados equivalem-se a leis especiais.
	O tratado internacional tem força de lei ordinária, bem como existem os que versam sobre questões de direitos humanos, quem tem força de emenda constitucional.
	Havendo conflito entre tratados internacionais e lei interna acerca de matéria tributária, mesmo que a lei seja superior ao tratado, deve prevalecer o preceito dos tratados, conforme o disposto no artigo 98 do Código Tributário Nacional.
	No âmbito doutrinário, prevalece o entendimento de que o tratado é uma norma especial, e lei interna uma norma geral, devendo desta forma, ser aplicada a lei especial pelo princípio da especialidade, na qual a norma específica afasta a norma geral.
	A sistemática constitucional para a introdução de normas externas no ordenamento brasileiro prevê, como regra, a participação conjunta dos poderes executivo e legislativo. 
	Esse compartilhamento de competências é conhecido como treaty-making power, expressão que pode ser traduzida como “competência para dispor sobre tratados”. A inafastável participação dos poderes na construção das normas jurídicas aptas a produzir efeitos no Brasil possui esteio constitucional e é pacificamente reconhecida pela jurisprudência, como se pode depreender do seguinte excerto: Supremacia da CF sobre todos os tratados internacionais. 
	O exercício do treaty-making power, pelo Estado brasileiro, está sujeito à observância das limitações jurídicas emergentes do texto constitucional. Os tratados celebrados pelo Brasil estão subordinados à autoridade normativa da CF. Nenhum valor jurídico terá o tratado internacional, que, incorporado ao sistema de direito positivo interno, transgredir, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. A competência bipartida entre os poderes legislativo e executivo decorre da conjugação dos seguintes artigos da Constituição:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I — resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII — celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
ADIN 1480/2001: Para o STF, os tratados internacionais incorporam o direito interno com o mesmo status de lei ordinária, desta forma, se a lei interna é posterior ao tratado, e com este é compatível, o tratado deixará de ser aplicado, prevalecendo a lei interna, nos termos da ADI 1480- MC/2001.
FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS
	Por outro lado, os instrumentos secundários do direito tributário seriam todos os atos infralegais, incapazes de, isoladamente, submeter a vontade das pessoas ou alterar a realidade social, como os decretos, portarias, instruções normativas, circulares e ordens de serviço, entre outras figuras. 
	O Código Tributário Nacional, no art. 96, denomina o conjunto de normas jurídicas válidas como legislação tributária, ou seja, as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
	A área reservada ao conceito de lei, conforme previsto na Constituição, pode ser considerada lei em sentido estrito (formal e material — instrumentos primários), enquanto a área mais ampla, que aceita veículos de força normativa inferior (instrumentos secundários), corresponde ao conceito de legislação tributária previsto pelo CTN. 
Decretos: poder normativo/ regulamentar: os decretos apresentam natureza jurídica de complementação das leis. O decreto é o veículo introdutor do regulamento que é o conteúdo que complementa a lei. Tem a função de proporcionar a execução da lei, veicular os regulamentos.
	O papel destinado aos decretos legislativos no ordenamento brasileiro diz respeito à recepção dos tratados internacionais pelo Congresso Nacional, assim como podem ser utilizados pelas Assembleias Legislativas para reconhecer os convênios celebrados entre os entes da Federação. 
	Sobre esta última possibilidade, a função do decreto legislativo na concessão de isenções no âmbito do ICMS: “Detalhando o assunto, os Estados e o Distrito Federal devem, para conceder isenções de ICMS, firmar entre si convênios. Não são estes, porém, que as fazem nascer. Apenas integram o processo legislativo necessário à concessão destas desonerações tributárias. Elas surgem — ou deveriam surgir — do decreto legislativo ratificador do convênio interestadual”. 
	Será também objeto de decreto legislativo a decisão do Congresso Nacional sobre as relações jurídicas decorrentes da não conversão de medida provisória em lei, no prazo de 60 dias, prorrogável uma vez.
Por exemplo: 
· Regulamentos para IR, IPI, ICMS, ISS tais regulamentos é os que os torna executáveis.
· Veicular a alíquota dos tributos extrafiscais: II. IE, IPI, IOF.
Regras sobre obrigação tributária acessória – art.115 CTN:
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Atualização da base de cálculos dos tributos mais a correção monetária do período.
Aula 7 – 02/03/2020
MÓDULO II
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
	Tributo: de acordo com o art. 3º do CTN, “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
	Assim sendo, nada mais é que um ato administrativo, que se formalizada através de um lançamento administrativo. É importante ressaltar que o objeto de estudo das obrigações tributárias reside no sujeito ativo, que geralmente é o fisco, e o sujeito passivo, que é o contribuinte ou o responsável tributário.
a) Caráter pecuniário: o objeto dessa relação jurídica é justamente o pagamento, geralmente em dinheiro, a fim de dar liquidez imediata. Todavia, ainda que o legislador disponha que o tributo exija uma prestação pecuniária, há a possibilidade de liquidação da obrigação através de dação em pagamento, desde que licitação na modalidade concorrência (processo judicial) e leilão (processo administrativo), além de avaliação prévia:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.   
b) Compulsoriedade: geralmente, as obrigações no âmbito privado decorrem da vontade das partes. Entretanto, em virtude do contrato social, no âmbito privado, o tributo é obrigação compulsória, isto é, obrigatória. 
c) Natureza não sancionatória: otributo é decorrente de uma relação jurídica legítima, a qual caracteriza-se como receita pública derivada e se estabelece compulsoriamente entre o sujeito ativo e passivo. Todavia, as multas tributárias (atraso, incongruência das informações) apresentam caráter sancionatório. Assim sendo, decorre do próprio fato gerador que a lei como fonte estabelece. 
d) Atividade administrativa vinculada: trata-se de uma relação jurídica que se materializa através do lançamento tributário, o qual deverá ser realizado em conformidade com as determinações legais. E ainda, sem permitir a utilização da discricionariedade do agente público competente para o respectivo lançamento.
	LEI → FATO GERADOR → OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA → LANÇAMENTO
TRIBUTÁRIO = CARÁTER TRIBUTÁRIO.
Classificação:
Art. 4º, CTN: o tributo é determinado pela natureza jurídica do fato gerador. 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
	Obs.: a natureza jurídica do fato gerador é essencial na classificação da espécie tributária, uma vez que se relaciona com as peculiaridades de cada espécie tributária. A partir disso surgiram algumas teorias:
1. Teoria tripartite: essa corrente prega que existem três espécies tributárias, quais sejam os impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
2. Teoria quadripartite: estabelece que existem 4 espécies tributárias, quais sejam os impostos, taxas e contribuições de melhoria e as contribuições especiais.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
	 
3. Teoria Pentapartite/quinária: com o advento da CF, adveio essa teoria estabelecendo que existem 5 espécies tributárias. Essa é a teoria majoritária, confirmada inclusive pelo STF, e prega que além dos impostos, taxas e contribuições de melhoria e contribuições especiais, o empréstimo compulsório também é uma espécie tributária. 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios.
I - IMPOSTOS
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
	Impostos de competência da União:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros (IPI);
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados (II);
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural (ITR);
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar (IGF – ainda não regulamentado).
Impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:         
 I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD);
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS);       
III - propriedade de veículos automotores (IPVA).  
Impostos de competência dos Municípios:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana (IPTU);
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI);
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS).   
Somente a União poderá criar novos impostos (art. 154, I) ou impostos extraordinários (II):
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
	Os impostos possuem inúmeras fontes normativas: além da CF, o CTN estabelece a natureza do imposto e as leis ordinárias instituem os impostos. Além disso, há fontes secundárias, isto é, os decretos. 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
	Para exigir imposto do contribuinte não é necessário que o Estado lhe forneça algo específico, ou seja, não há uma atividade contraprestacional específica ao contribuinte. 
	Assim, o elemento fundamental da natureza jurídica do imposto será a atividade relativa à pessoa privada (natural ou jurídica), sem a participação direta do Poder Público, por isso depende de atividade estatal específica.
Aula 8 – 06/03/2020
Situação: fato gerador + independente + atividade estatal específica.	
O Estado pode tributar atividades particulares sem estar vinculado a destinação desse recurso. Dessa forma, trata-se de um tributo não vinculado a uma atividade específica.
	Exceções: 
· Art. 167, IV:
Art. 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
· Art. 198, §2º:
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:  
· Art. 212: 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
· Receitas transferidas: é aquele recurso obtido quando ingressado no patrimônio particular.
Art. 158:
· I – IR; 
· II – ITR;
· III – IPVA;
· IV – ICMS;
Art. 159
· I – IR;
· FPM;
· FPF;
· I, c: aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 
Função dos Impostos
	
	A essência do imposto é a arrecadação, que é justamente a receita pública derivada. Basicamente, os impostos possuem duas funções:
a) Fiscal:	 arrecadação de receitas. 
b) Extrafiscal: trata-se de política tributária através da qual o tributo é utilizado como instrumento de desenvolvimento econômico, social e ambiental, uma vez que a prioridade do Estado nesta prática é estimular o desenvolvimento social e não a arrecadação propriamente dita. Ex.: IPI; IOF; ICMS; II. 
	
Classificação:a) Impostos diretos: refere-se à obrigação tributária a ser suportada pelo contribuinte que deu causa a ocorrência do fato gerador, isto é, são aqueles relacionados diretamente ao fato gerador. Geralmente relacionam-se aos impostos sobre a propriedade. Ex.: o IPTU; IPVA; ITR; ITBI; ITCMD. 
b) Impostos indiretos: são aqueles cujo o ônus tributário incide sobre terceira pessoa, a qual não participou diretamente da ocorrência do fato gerador. Isto é, o contribuinte não tem relação direta com o fato gerador. Ex.: ICMS e IPI.
Classificação quanto à base econômica
a) Sobre o comércio exterior: II e IE;
b) Sobre o patrimônio/renda: IPTU; ITR; IR; IPVA; ITBI e ITCMD.
c) Sobre a produção/circulação: IOF; IPI, ICMS; ISS.
Obs.: o IGF não é incluído nessa relação pois ainda não é regulamentado, caso fosse, seria incluído sobre o patrimônio.
II – TAXAS
Embora as taxas não sejam o tributo de maior valor arrecadatório, são as de maior volume. Além disso, são variáveis entre cada ente federativo, ao contrário dos impostos. 
	A taxa caracteriza-se por ser um tributo vinculado a uma atividade estatal específica, que poderá ser o poder de polícia ou o serviço público, uma vez que o contribuinte estará remunerando a atividade que lhe é prestada. Portanto, trata-se de um tributo contraprestacional, ou seja, é uma remuneração pelo trabalho exercido pelo Estado ao contribuinte. 
· Art. 145, II: ao contrário dos impostos, as taxas são abertas, assim sendo, todos os entes federativos possuem competência para instituir taxas, desde que o ente seja o prestador do serviço público, isto é, desde que haja alguma vantagem ao particular. Assim, demanda um fato gerador vinculado a uma atividade estatal específica (poder de polícia ou serviços). Obs.: a CF praticamente reproduziu o art. 77 do CTN.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
· Art. 142, §2º:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
Aula 09 – 09/03/2020
	Conceito: trata-se de tributo de caráter contraprestacional, uma vez que está relacionado ao custo/remuneração da atividade administrativa a qual está relacionada. 	
	Competência (sujeito ativo) – art. 145: qualquer ente federativo possui competência para instituir as taxas, porém não estabelece uma especificidade de taxas, sendo que isso varia de acordo com o serviço prestado pelo ente federativo. 
Note bem: a instituição e cobrança de taxas compete à pessoa jurídica de direito público interno ou à pessoa jurídica de direito privado prestadora da atividade estatal que realize o fato gerador da obrigação. Ex.: Copasa é pessoa jurídica de direito privado (sociedade de economia mista) e também titular de recebimento de taxas. Assim sendo, cumpre esclarecer que a instituição de taxas cabe apenas a administração pública direta, nos termos do art. 145, II, CF, todavia, a cobrança pode ser feita pela administração pública indireta, ou seja, da pessoa jurídica prestadora da atividade.
Relembrando:
· Administração pública direta: pessoa jurídicas de direito público interno – União, Estados, DF e municípios (desconcentração);
· Administração pública indireta: entidades, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas – pessoas jurídicas de direito privado (descentralização) – macete: FASE.
Espécies:
Fato gerador – art. 77 CTN: nos termos deste artigo, há duas espécies de taxas, de um lado, o exercício do poder de polícia, do outro, a prestação do serviço público.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 
Contribuinte (sujeito passivo): figurará como contribuinte a pessoa (natural ou jurídica) que provocou a atividade de polícia ou o serviço público. Exemplo de poder de polícia: para renovação da habilitação há necessidade de pagamento de taxas ao Detran. 
A. Taxas de polícia – art. 78, CTN: as taxas de polícia decorrem das atividades de fiscalização que o Estado exerce no âmbito do exercício dos direitos fundamentais relacionados à liberdade e à propriedade, ajustando-os aos interesses da coletividade. 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
	Poder/dever de polícia: se materializa através das permissões ou das sanções, podendo ser preventivo ou punitivo, sendo que a atuação preventiva se materializa através do alvará. Nada mais é que o poder da Administração Pública no sentido de restringir os direitos fundamentais assegurados pela Constituição, uma vez que estes não podem ser exercidos de forma absoluta. 
· Atributos: auto executoriedade, discricionariedade e coercibilidade.
Alvará: trata-se do consentimento formal da Administração Pública à pretensão do administrado. Alvará é um gênero que se subdivide em duas espécies: a) licença (vinculada e definitiva. Ex.: CNH, válida até seu vencimento; definitiva pois não pode ser revogada antes do seu prazo de vencimento); e b) autorização (precária e discricionária. Ex.: autorização para realização de evento). 
Exemplos de taxas de atividade que representam o poder de polícia: taxas de licença ambiental; taxas de fiscalização de anúncios; taxas de licença para condução de veículos; taxas para funcionamento de estabelecimentos e eventos, etc.
	Espécies de polícia:
a) Polícia administrativa geral: relacionada com segurança pública, no seu aspecto preventivo (polícia militar, guarda municipal) e em seu aspecto repressivo (polícia civil e federal). Este tipo de atividade de polícia não é remunerado mediante taxas, mas sim por meio de impostos. 
b) Polícia administrativa especial: relacionada aos direitos fundamentais, liberdade e propriedade (art. 78, CTN). 
Aula 10 – 13/03/2020
B. Taxas de serviços (art. 79, CTN): toda espécie obrigatoriamente deve ter um fato gerador, uma vez que se trata do aspecto material de uma espécie tributária. Assim sendo, há necessidade de uma situação fática que leve a cobrança de tributo. No caso da taxa de serviços, o fato gerador é o serviço público. A taxa de serviço é um tributo vinculado a uma atividade estatal e geralmente demanda uma necessidade pública. Ex.: taxas de esgoto; taxas de serviços funerários, etc. Como já visto, as taxas possuem caráter contraprestacional, dessa forma, na verdade o que se tem é a remuneração dos serviços prestados pelo Estado. 
A taxa deserviço será cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público específico e divisível. Ressalte-se que a prestação do serviço público poderá ser de utilização efetiva (art. 79, I, a, do CTN) ou potencial (art. 79, I, b, do CTN). 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
	
SERVIÇO PÚBLICO
É a atividade Estatal de natureza prestacional, bem como a atividade realizada por aquele que a presta em nome do Estado para satisfazer as necessidades coletivas.
O serviço público é uma atividade estatal que pode ser exercida pelo Estado ou por particulares, porém, exercidas em nome do Estado (concessionárias). 
Classificação (RE 209.3.65.3/58): 
a) Exclusivamente estatais: são aqueles indelegáveis, portanto somente o Estado poderá prestá-los. Ex.: segurança pública; serviços judiciais; emissão de passaportes, etc.
b) Essenciais ao interesse público: são aqueles prestados em relação ao interesse da sociedade, os quais poderão ser prestados pelo próprio Estado ou através de concessão (delegáveis). Ex.: coleta de lixo, esgoto sanitário, transporte público. Estes serão remunerados por taxas ou tarifas.
c) Públicos não essenciais: são aqueles que não havendo utilização, não acarreta prejuízo para a comunidade. Em regra, são delegáveis através de concessão. Ex.: serviços telefônicos.
Podem ser: 
1. Gerais: são aqueles prestados à toda coletividade, indistintamente, beneficiando um número indeterminado de pessoas. Assim sendo, é impossível de dimensionar o favorecido, por este motivo, eles também são considerados indivisíveis. Os serviços serão remunerados por taxas quando forem divisíveis, portanto, neste caso, a remuneração se dará por meio de impostos. 
Em síntese:
· Serviços públicos indivisíveis: em regra, são remunerados por impostos. Ex.: segurança pública, limpeza pública, iluminação pública - Súmula 670, STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
· Serviços públicos divisíveis: remunerados por taxas.
2. Divisíveis: são aqueles em que é possível identificar o sujeito passivo da sua utilização, o qual é destacável em unidades autônomas (possível dimensionar quem utiliza e quanto utiliza). Na verdade, trata-se de serviço público de utilização individual. Ex.: esgoto sanitário; coleta de lixo domiciliar; taxa de incêndio; taxa de certidões, etc.
	TAXAS (próprio Estado)
	TARIFAS (Concessionárias)
	Regime jurídico de direito público
	Regime jurídico de direito privado
	-
	Natureza contratual 
	Vínculo compulsório, uma vez que trata-se de tributo
	Manifestação de vontade, seja do usuário ou da empresa prestadora
	Cobrança por utilização efetiva ou potencial
	Cobrança pela utilização efetiva
	Receita derivada
	Receita derivada: exploração do patrimônio público
Aulas 11 e 12 - 30/03/2020 e 03/04/2020 
Conteúdo: Espécies Tributárias – Contribuição de Melhoria
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
 	Bases Normativas 
1. Art. 145, III da Constituição Federal:
 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
2. Arts. 81 e 82 do Código Tributário Nacional:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
3. Decreto Lei nº 195 de 24/02/1967.
Aspectos Introdutórios 
	A contribuição de melhoria é uma espécie do gênero tributo vinculado a uma atuação estatal, qual seja, a construção de obra pública que acarrete valorização imobiliária ao patrimônio do particular. 
FG + situação vinculada + obra pública + valorização imobiliária
	Fundamento: evitar o locupletamento injustificado de proprietários favorecidos por obras públicas, uma vez que garante a justiça social na medida em que não onera aqueles que não serão beneficiados diretamente pela obra, nem sempre é possível definir seus beneficiários. 
Competência 
	A contribuição de melhoria é uma forma de tributo que pode ser instituída pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios (Código Tributário Nacional – Art. 81). 
Objetivo 
	Consiste em arrecadar fundos para custear obras públicas que tornarão os imóveis em seu entorno valorizados em termos imobiliários, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo do valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
Fato Gerador 
	O fato gerador da contribuição de melhoria constitui a valorização acrescida a um imóvel particular decorrente de obra pública. 
Decreto-Lei nº 195/67, art. 3º, caput e parágrafos 1º e 2º: 
Art. 3º - A Contribuição de Melhoria a ser exigida pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para fazer face ao custo das obras públicas, será cobrada pela Unidade administrativa que as realizar, adotando-se como critério o benefício resultante da obra, calculado através de índices cadastrais das respectivas zonas de influência, a serem fixados em regulamentação deste Decreto-Lei. 
Base de Cálculo 
Art. 81 CTN + Art. 3º DL 195/67.
	A base de cálculo da contribuição de melhoria é o limite total, o custo, observando a valorização proporcional individual e particular de cada imóvel, auferido pela obra pública. Este custo deve ser dividido proporcionalmente entre todos os imóveis beneficiados (art. 3°, §2°), cada proprietário dos imóveis deve constituir com o máximo do benefício advindo da obra. Ou seja, a obra pública não poderá exceder ao custo da obra (limite total, limite global) e não poderá exceder o benefício, imobiliário (limite individual). 
Limite total → despesa realizada = recuperar o gasto da obra; 
Limite individual → acréscimo do valor para cada imóvel. 
Art. 3º 
§ 1º - A apuração, dependendo da natureza das obras, far-se-á levando em conta a situação do imóvel na zona de influência, sua testada, área, finalidade de exploração econômica e outros elementos a serem considerados, isolada ou conjuntamente. 
§ 2º - A determinação da Contribuição de Melhoria far-se-á rateando, proporcionalmente, o custo parcial ou total das obras, entre todos os imóveisincluídos nas respectivas zonas de influência. 
Sujeito Passivo 
Art. 12 DL:
Art 12. A Contribuição de Melhoria será paga pelo contribuinte da forma que a sua parcela anual não exceda a 3% (três por cento) do maior valor fiscal do seu imóvel, atualizado à época da cobrança.
Contribuinte: proprietário do imóvel situado na zona beneficiada/valorizada pela obra pública. 
Impugnação do Lançamento 
Decreto Lei 195/67 - Arts. 6º, 7º e 8º:
Art 6º Os proprietários de imóveis situados nas zonas beneficiadas pelas obras públicas tem o prazo de 30 (trinta) dias, a começar da data da publicação do Edital referido no artigo 5º, para a impugnação de qualquer dos elementos dêle constantes, cabendo ao impugnante o ônus da prova.
	Art. 82 do CTN:
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
Art 7º A impugnação deverá ser dirigida à Administração competente, através de petição, que servirá para o início do processo administrativo conforme venha a ser regulamentado por decreto federal.
Art 8º Responde pelo pagamento da Contribuição de Melhoria o proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento, e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a qualquer título, do domínio do imóvel.
§ 1º No caso de enfiteuse, responde pela Contribuição de Melhoria o enfiteuta.
§ 2º No imóvel locado é licito ao locador exigir aumento de aluguel correspondente a 10% (dez por cento) ao ano da Contribuição de Melhoria efetivamente paga.
§ 3º É nula a cláusula do contrato de locação que atribua ao locatário o pagamento, no todo ou em parte, da Contribuição de Melhoria lançada sôbre o imóvel.
§ 4º Os bens indivisos, serão considerados como pertencentes a um só proprietário e àquele que fôr lançado terá direito de exigir dos condôminos as parcelas que lhes couberem.
	Note bem: para a instituição da contribuição de melhoria exige-se a existência de lei que o tenha instituído. Observe-se ainda a existência de edital esclarecendo os diversos aspectos da obra a ser realizada, nos termos do art. 82 do CTN. A finalidade do edital é possibilitar a contestação dos benefícios decorrentes da obra pública. Então na verdade, o edital não quer possibilitar a contestação da obra, mas sim os benefícios que ela trará, uma vez que o interesse público prevalece sobre o privado. 
	Nota-se que a contribuição de melhoria possui a característica do contraditório, uma vez que permite o debate sobre a instituição/compulsoriedade do tributo. 
Organograma:
Aulas 13 e 14 - 06/04/2020 e 13/04/2020
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
O empréstimo compulsório é passível de utilização a qualquer momento em razão da calamidade pública. É um tributo vinculado. A CRFB já trouxa basicamente quais são as situações que permitem a instituição do empréstimo compulsório: por lei complementar (maioria absoluta):
Bases Normativas:
1. Art. 148 - Constituição Federal:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
2. Arts. 15, I e II - Código Tributário Nacional: não é um tributo rotineiro, tem uma característica própria e eventual - excepcional e temporária:
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. 
Na verdade, a situação descrita no indico III já tem um outro tributo que regulamenta, que são a contribuições especiais.
Aspectos Introdutórios:
Trata-se de um tributo vinculado, visto que às aplicações dos recursos provenientes da sua cobrança serão vinculados à despesa que fundamentou sua instituição. Ex.: Covid-19.
	FG + Destinação dos Recursos (para onde o recurso será enviado – motivo que gerou a sua aplicação – artigo 148, I e II) + Vinculação aos motivos que geraram sua aplicação
	
Note bem: o fato gerador será aquela situação definida em lei como o critério material de arrecadação, como exemplo: consumo de combustíveis, movimentação financeira etc.
Fundamento: é um instrumento de origem no direito privado, haja vista que é um contrato. Fundamenta-se no contrato de empréstimo. Caracteriza-se pelo contrato em que alguém entrega certa coisa (objeto) a outrem, que se obriga a devolvê-la ao fim do prazo determinado. 
	Instituto de direito privado que ganhou contornos de natureza pública: a única diferença é que o contrato do instituto privado decorre de um acordo de vontade que as partes estabelecem, de pactuação livre e voluntária, e o empréstimo compulsório caracteriza-se pela compulsoriedade.
Conceito:
Trata-se de um empréstimo decorrente do poder do estado, de forma forçada, isso acontece em situações excepcionais (artigo 148, I e II), de acordo com casos que são estabelecidas em lei. Ricardo Alexandre define os empréstimos compulsórios como sendo “empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis”
Simultânea previsão legal de dois deveres: 
a) contribuinte → pagar; 
b) Fisco →devolver a quantia paga. 
Características:
Pode-se observar diversas características quanto ao referido tributo, delas se destacam o seu caráter EMERGENCIAL (considerando os motivos que levaram a esse empréstimo), pois só pode ser instituído pela União em casos de urgência, ele é EVENTUAL, porque não continuará posteriormente. 
Também poderá ser caracterizado como RESTITUÍVEL, pois os valores serão devolvidos, e quanto a isso, o STF já decidiu que a restituição será feita na mesma forma de como foi recolhido (RE 175.385/CE), neste caso, será em dinheiro. Observa-se que os valores não poderão ser usados para outras coisas a não ser para o que o gerou, isso é a chamada arrecadação vinculada. 
Art. 148. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
	Conclui-se que, as características definidoras do tributo são: a própria urgência, temporariedade e restituição.
Competência privativa da União:
Competência tributária é a aptidão constitucional que cada ente político possui para a instituição de tributos, no caso do empréstimo compulsório, é exclusiva da União Federal, nos termos do art. 148, assim, vedado fica a sua instituição por qualquer outro ente político (Estados, Distrito Federale Municípios). 
Instrumento normativo para instituição:
A instituição do referido tributo somente pode ser realizada por lei complementar, instrumento normativo que exige quórum diferenciado para a sua aprovação, no caso, maioria absoluta, nos termos do artigo 69 da Carta Política. 
A lei complementar deverá estabelecer o fato gerador, pressuposto de instituição, prazo de devolução etc. 
Portanto, não pode ser objeto de regulamentação por meio de lei ordinária em função da exigência constitucional de lei complementar e do princípio da hierarquia das normas jurídicas. 
Também não pode ser instituído por medida provisória, em decorrência de vedação expressa do artigo, 62, § 1º, III, da CF, que não permite a regulamentação por medida provisória de matéria de competência exclusiva de lei complementar. 
Pressupostos fáticos de incidência: pressupostos fáticos são os motivos que levaram à sua constituição, o que não se confunde com o fato gerador, uma vez que este será a origem dos recursos e os pressupostos serão à destinação daqueles recursos.
Tais empréstimos estão previstos em nossa Constituição Federal no seu artigo 148: 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Fazendo uma interpretação do inciso I, teremos duas hipóteses: 
1.1. Despesas Extraordinárias:
Primeiramente são as despesas extraordinárias que decorrem de calamidade pública, aqui, vale abordar que não é qualquer chuva ou enchente, e sim situações anormais que provoque desastres, segundo Sacha Calmon Navarro Coêlho, “tais despesas não são quaisquer, senão as que decorrerem da premente necessidade de acudir as vítimas das calamidades públicas sérias”. 
Para Paulo Barros de Carvalho, a noção de calamidade pública abrange “outros eventos, de caráter socioeconômico, quem ponham em perigo equilíbrio do organismo social, considerado na sua totalidade”. 
Quanto a segunda parte do inciso I, temos a hipótese de despesa extraordinária decorrente de guerra, aqui pode-se ressaltar que a deflagração deve ser iniciada por alguma outra nação estrangeira, não inclui a guerra iniciada pelo Brasil, pois, nosso estado presa pela defesa da paz (conforme art. 4º C.F.), além disso, se houver conflitos sociais internos também não caberá a hipótese de Empréstimos Compulsórios, é que que nos afirma Eduardo Sabbag. 
Obs.: Humberto não concorda, pois, o conflito interno também pode gerar uma calamidade pública, precipuamente com uma sociedade polarizada.
Investimento Público:
Trata-se de investimento público de caráter urgente, e de relevante interesse nacional. Aqui pode, se ocorrer extrema urgência, conseguir uma antecipação de valores que entrariam nos cofres públicos somente em alguns anos, é a chamada antecipação de receita. 
O artigo 4º da Lei 4.320/64: aqueles realizados no planejamento e execução de obras,, na aquisição de instalações, materiais e equipamentos permanentes:
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá tôdas as despesas próprias dos órgãos do Govêrno e da administração centralizada, ou que, por intermédio dêles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.
Aqui se diferencia do inciso I porque é necessário observar a aplicabilidade do princípio da anterioridade, disposto no art. 150, III, “b” da C.F. 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;  
Note bem: nesta hipótese, verifica-se impropriedade legislativa, uma vez que o caráter de urgência se apresenta incompatível com o princípio da anterioridade (cobrança no exercício seguinte).
Natureza Jurídica:
O empréstimo compulsório é tributo, pois tem todos os requisitos do artigo 3º do CTN, todavia, ele é restituível, desta forma, não transfere riquezas do setor privado para o público.
Considerando a natureza jurídica tributária do empréstimo compulsório, enquadra-se, assim, na modalidade de mútuo, vez que deve ser realizado através da entrega de recursos financeiros (prestação pecuniária – art. 3o do CTN) aos cofres públicos. 
Deve ainda, a lei complementar que o instituir, fixar obrigatoriamente o prazo de sua cobrança e as condições de seu resgate. 
Quanto ao prazo de cobrança, a lei não poderá considerar período superior ao necessário para a cessação da causa que deu motivo a sua implantação. A devolução deverá ser nas mesmas condições com que foi pago, ou seja, deve ser devolvido na mesma espécie, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir. 
Cumpre esclarecer que o empréstimo compulsório possui regime jurídico próprio. Apresenta característica híbrida, de um lado, caracteriza-se como empréstimo, uma vez que prevê a devolução dos recursos arrecadados, de outro, possui todos os requisitos de tributo, nos termos do art. 3º do CTN.
Aulas 15, 16 e 17 – 27/04, 04/05 e 08/05
Contribuições Especiais
I- Bases Normativas
· Art. 149 e 149-A da Constituição Federal
II- Aspectos Introdutórios
Características: as contribuições especiais são modalidades de tributos caracterizadas por sua destinação específica. São tributos criados no sistema jurídico para o financiamento de gastos específicos em decorrência de intervenção do Estado no campo social e econômico.
Trata-se de um tributo vinculado, visto que as aplicações dos recursos provenientes da sua cobrança serão vinculadas à despesa que fundamentou sua instituição.
FG + Destinação dos Recursos + Vinculação às despesas sociais e econômicas (art.149 C.F.)
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Note bem: as contribuições sociais submetem-se à observância dos princípios constitucionais tributários (limitações ao poder de tributar), sendo eles: legalidade, anterioridade e irretroatividade.
· Estão inseridas no âmbito da parafiscalidade.
Note bem: o fato gerador não possui prévia definição constitucional. Assim como os empréstimos compulsórios, as contribuições especiais terão seus fatos geradores definidos apenas na lei instituidora do tributo. O STF já se manifestou no sentido da liberdade do legislador, podendo optar por fatos geradores de quaisquer das demais espécies. Exceção: CIDE Combustíveis.
Funções do tributo
a) Fiscalidade: situação na qual os tributos têm como função principal arrecadar. Receita Pública Derivada. Sempre que o Estado faz uso desta função ele visa obter dinheiro nos cofres públicos para cumprir com os seus deveres legais, contratuais, constitucionais (direitos fundamentais). É o comportamento do poder Público com a finalidade única de abastecer os cofres públicos (OLIVEIRA, 2006, p.131), e assim, desempenhar todos os deveres que lhe são conferidos.
b) Extrafiscalidade: atividade financeira que o Estado desenvolve sem o fim precípuo de obter recursos para seu erário, mas sim com vistas a ordenar a economia e as relações sociais. Sendo, portanto, conceito que abarca, em sua amplitude, extensa gama de opções e que tem reflexos no campo econômico e social e políticos. Em nosso ordenamento jurídico a extrafiscalidade é encontrada em vários artigos da Constituição Federal. (arts. 1°, 3°, 170, 193, 194, 196, 201, 205, 215).
c) Parafiscalidade: quando é direcionado para abastecer os recursos financeiros de entidades com atribuições específicas. Ou seja, quando o dinheiro arrecadado recai para entidades diversas do Estado (terceiro setor, autarquias). A contribuição parafiscal

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