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DIREITO TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROFESSOR: João Paulo Fanucchi
AVALIAÇÕES:
02 provas – 25 pontos cada
25 de setembro
23 de outubro
01 trabalho – 20 pontos (grupo de até 7 alunos – casos)
		30 de outubro
01. AS FASES E FUNDAMENTOS DA TRIBUTAÇÃO NA HISTÓRIA:
· Qual a importância dos tributos no Estado?
· Essencial para a manutenção do Estado;
· A atividade financeira do Estado está vinculada com a arrecadação e a destinação desses recursos;
· Reverter os recursos para a prestação de serviços públicos, segurança pública, garantia de direitos individuais e a regulação do Estado;
· Estado como agente relevante, pois ele vai sustentar toda a função e convívio social.
· Fundamentos históricos:
· Súmeria - surgiu a 3300 AC a 2000 AC (sanção negativa), quando o homem começou a viver em pequenos grupos, buscando conquistas de territórios;
· O homem ou os grupos de homens tentavam conquistar o espaço de outro grupo;
· Surge a primeira fundamentação da tributação que não tinha ligação com a arrecadação de espécie, mas sim uma vertente de sanção negativa – o conquistador impunha a força ao conquistado, que por sua vez tinha de servi-lo.
· Egito antigo - Poder tributante ligado a ideia da religião – Tributo Potestade:
· Os faraós seriam semideuses;
· Pagamento de tributos em homenagem à vontade divina;
· Nivelamento do Rio Nilo = mensuração do tributo.
· Grécia Antiga – Participação popular + tributo como troca + surgimento dos impostos indiretos: PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO
· Necessidade para o exercício do poder tributante;
· Tributação necessitava de uma participação popular, mesmo que por meio de representação;
· Para tributar, o povo tem que autorizar;
· Fundamento ligado ao princípio democrático e legalidade tributária da nossa Constituição;
· Surgiu um discurso ligado a ideia de que o tributo deveria ser visto como troca, ou seja, o cidadão será chamado para pagar o tributo na medida em que o Estado atua em seu favor;
· Ideia de que o cidadão pagava diretamente e teria uma troca;
· Tributação indireta: ciente de que os gregos estavam insatisfeitos com a forma de tributação, criou-se uma alternativa à tributação direta, a tributação indireta que embute o valor do tributo nos produtos destinados à sociedade;
· “O que os olhos não veem, o coração não sente”;
· O contribuinte de direito é um, mas quem arca economicamente é outro;
· Obs.: sistema tributário regressivo;
· PARTICIPAÇÃO POPULAR + TRIBUTO TROCA + TRIBUTAÇÃO INDIRETA.
· Roma Antiga – impostos indiretos + empréstimos obrigatórios, com devolução no caso de conquista:
· Empréstimos obrigatórios;	Comment by Milena Cruz: Pagava-se obrigatoriamente ao estado romano que investia no exército, de modo a conquistar novos territórios, impondo sanções que ao final devolvia ao estado de origem os valores recebidos.
Exemplos atuais: a ideia dos empréstimos obrigatórios está no art. 148, CR (guerra, estado de calamidade e etc.).
· Perspectiva de expansão do império. Essa ampliação justificava a obrigação de oferta de empresas ao estado/ exército, para que ocorressem a conquista de novos territórios;
· Reivindica dos estrangeiros esse repasse de empréstimos obrigatórios para o Império romano. Na medida em que ocorresse essa expansão e impunha a sanção negativa sobre o povo conquistado, obtinha as riquezas desse e repunha as riquezas emprestadas;
· OBs: CR/88 art. 148 – espécie tributária diferente (empréstimos compulsórios);
· No caso do empréstimo obrigatório, devolve na mesma forma/ quantidade;
· Hoje há hipótese de existir, mas não há vigente.
· Monarquias Nacionais – Carta Magna de 1215, “no taxation without represention”
· Não havia distinção entre público e privado. Rei centralizava os poderes. Surgia a perspectiva dos vassalos servirem aos senhores feudais e ao rei. Exercício da tributação sobre os vassalos. O clero possuía propriedades, mas era desonerado de tributos.
· Desencadeou grandes movimentos sociais que rompeu paradigmas que desencadeou o surgimento do Estado liberal ou fiscal 1.
· Estado Absoluto:
· Não havia distinção entre público e privado. Rei centralizava os poderes. Surgia a perspectiva dos vassalos servirem aos senhores feudais e ao rei. Exercício da tributação sobre os vassalos. O clero possuía propriedades, mas era desonerado de tributos.	Comment by Milena Cruz: Dissociação de classes
· Europa está em expansão (Grandes navegações): colonização. Prevalecia que Inglaterra, Portugal, Espanha, França, Holanda estavam tentando colonizar as Américas. Essas buscam tributar suas colônias.	Comment by Milena Cruz: Transcender as esferas territoriais para conquistarem novos mundos – descoberta da América, dos Estados Unidos, Brasil...Ideia de colonização muito clara nas Américas.
· Desencadeou grandes movimentos sociais que rompeu paradigmas absolutistas, buscando tratamentos iguais e quebrando privilégios (Liberdade, Igualdade, fraternidade) que desencadeou o surgimento do Estado liberal/ fiscal I.	Comment by Milena Cruz: Guerra dos 7 anos: Inglaterra buscava estabilizar as finanças públicasRevolução Francesa de 1789: privilégios de classe na França (rompeu paradigmas do absolutismo)	Comment by Milena Cruz: Aqueles privilégios odiosos deveriam ser relativizados;
Busca pela igualdade formal (tratar a todos de forma igualitária);O que se vivenciava até então era o Absolutismo.
· Estado Fiscal I. Revolução Francesa (1789) + Guerra dos Sete Anos nos EUA (1776). Universalidade
· + contratualismo + Estado Mínimo + teoria do benefício;	Comment by Milena Cruz: Livre manifestação de vontade das partes	Comment by Milena Cruz: Estado organizado em busca de igualdade, fraternidade, liberdade e legalidade.
Perspectiva do positivismo jurídico (dever-ser)
· Perspectiva de igualdade, independente de classe pertencente (igualdade formal – todos iguais);
· Não se pode pensar na ideia de igualdade que temos hoje. Deve ser contextualizado na época. Por isso, o conceito de igualdade é diferente do de hoje. É o conceito de estado liberal. Tudo que passa a ser positivo, passa de antemão de discussões políticas. Essa se positivam;
· Nessa perspectiva de ideias, a perspectiva de igualdade formal, o estado fiscal 1 já foi avanço na época;
· Estado mínimo por perspectiva de contratualismo: livre pactuação entre as partes;
· Preservação dos contratos: contratualismo entre privados;
· Serviços públicos essenciais;
· Garantia da propriedade privada.
· Regular a economia;
· Segurança pública.
· Nesse momento surge a perspectiva do positivismo jurídico: regras de “dever ser” necessariamente deve estar na norma jurídica. Não cabe ao aplicador agir de forma diversa;
· Assim, entra o conceito de legalidade estrita, sedo aplicada de forma irrestrita e dentro dos escritos;
· PORÈM: Estado distante que, se tem que agir para o popular, ele passa a cobrar;
· Inicia um contrassenso: quem mai precisa do estado, menos tem condições de pagar tributos. Isso vem da igualdade formal (todos pagariam da mesma forma);	Comment by Milena Cruz: Se o cidadão precisasse do Estado, iria cobrar à contrapartida;
Contrassenso, pois quem mais precisa da contraprestação estatal é a população com menos meios financeiros;
Divisão de classes;
Movimentos sociais vem à tona. 
· Havia também divisão de classes claras: burguesia X proletariado;
· Brguesia explora a mão de obra proletária. Esse, cada vez mais pobre. “abismo” entre as clases;
· Iniciam movimentos sociais. Surge no final dos anos 1900.	Comment by Milena Cruz: Necessidade de avançar um pouco mais, pois havia uma divisão de classes com um Estado distante e pouco atuante.
· Estado Fiscal II. Pós segunda-guerra. Exclusão do proletariado, bem-estar geral com inclusão social,	Comment by Milena Cruz: Estado social;
Evidente após a 2º GM;Ideia de solidariedade;Igualdade material (não se deve tratar rigidamente igual as pessoas, que o tratamento diferenciado justificado é válido)
· Extrafiscalidade (Estado Atuante e interventor), aumento da arrecadação, solidariedade;
· Busca de bem estar. Ideia de solidariedade. Igualdade deveria ser material para dando constitucionalmenteo melhor suporte para todos;
· Diferenciação deve ser muito justificada. Tratamentos desiguais devem ser bem justificados;
· Nesse momento, busca-se fugir da legalidade estrita (deu ensejo aos abusos) para um conceito de justiça;
· Estado passa a ter uma atuação mais relevante;
LEITURA: 
“conteúdo jurídico do princípio da igualdade “
​
Cleso Antônio Bandeira de Mello
​
Como buscar a ideia de igualdade tributária? Qual medida de comparação para igualdade tributária?
PROVA
· Perspectiva do estado liberal não servia de sustentação. Surge a perspectiva de estado fiscal 2, social, de que a igualdade tributária se daria pela capacidade contributiva (medida de comparação), para fins constitucionais de gerar recursos do estado se manter e, através dos caixas do estado, ser administrados, e com bases legais, ser utilizado para bem comum;	Comment by Milena Cruz: Surge a perspectiva de que se dá pela capacidade contributiva para o fim de ordem constitucional – implementar o bem comum
· LIVRO: princípio da capacidade distributiva – João Paulo Fanucchi;
· Estado social é atuante. Garantidor da dignidade da pessoa humana, bem estar coletivo. Surge a ideia de igualdade material. Não se exige, necessariamente, o pagamento de tributos por ser a media a capacidade contributiva;
· Nesse momento, os princípios passam a ter relevância. Supera a legalidade estrita (seguir as normas positivadas), colocando os princípios como forma de proporcionar a justiça;
· Legitimidade do direito (princípios) além da legalidade (normas positivadas);
· Nesse cenário:
· Bem estar geral com inclusão social, busca de igualdade material pela capacidade contributiva para que cada um gere recursos para o Estado e esse repicar esses recursos no bem de todos;
· Surge nesse momento problemas caros: Estado grande, serviços não prestados com máxima eficiência, presença de desvios, corrupções. Surge o movimento neoliberal (anos 1980).
· Neoliberalismo. Década de 80. Serviços Públicos e gastos exacerbados.
· Ideia de quebrar os gastos públicos exacerbados.
· Não é copiar o estado liberal 1. Esse estado neoliberal tenta equilibrar direitos coletivos e individuais. 
· Ideia de Estado menor que o Estado social (fiscal 2). Porém, não tão mínimo quanto o liberal (fiscal 1)
· Persectiva de buscar o bem comum, deixando para a iniciativa privada a atividade ecoômica e para o Estado a ação de regulador, fiscalizar, normatizar.
· Art 173 CR/88: Nesse caso, o Estado está intervindo na atividade econômica. Sai de seu campo de ação, agindo como se empresário fosse.	Comment by Milena Cruz: Intervém na atividade econômica, pois passa a atuar no campo que lhe é estranho.
Comum ao Estado: art. 174. E 175
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Art. 174, 175 CR/88: Ação do Estado na atividade econômica: o Estado faz o que lhe é de dever.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.         (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.
  Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
· APONTAMENTO CRÍTICO: 
Sob a perspectiva mundial de um estado social, grande, a carga tributária do Brasil em 1192/ 1993 era de 23% do PIB. PERGUNTA: Se houve uma ruptura de paradigma em CR/88, em que o estado era menor que o social, porquê a carga tributária aumentou frente ao PIB em torno de 50 % (hoje chega a 33 % )? 
R.: a tendência seria de manter a. tributação, se não fosse para diminuir, pois o Estado Social passou a ser Neoliberal, ou seja, menor (menos tributação social).
Deve ter crítica dos gastos públicos. Parece que os gastos públicos, principalmente qualitativamente, devem ser revistos. Salários, desvios, aposentadorias, exemplo.
02. DEVER FUNDAMENTAL DE PAGAR TRIBUTO?
· Dever dá ao Estado a possibilidade de gerar o bem geral;
· Deve brigar pela racionalidade tributária cada vez maior, reduzir despesas;
· As despesas racionais, equilibradas nos dá o dever fundamental de pagar tributos para que se possibilite os direitos sociais que a eles são consequentes; 
· Mantem-se a relação da capacidade contrinutiva individual, com consciência de que para o estado manter a possibilidade de garantir os direitos sociais constitucionais, deve haver a contribuição tributária do contribuinte.
· Esse viabiliza a implementação dos direitos.
03. QUAIS AS FUNÇÕES DO TRIBUTO?
· Conceito: prestação em dinheiro exigida compulsoriamente, pelos entes políticos ou por outras pessoas jurídicas de direito público, de pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem promessa de devolução, forte na ocorrência de situação estabelecida por lei que revele sua capacidade contributiva ou que consubstancie atividade estatal a elas diretamente relacionada, com vista à obtenção de recursos para o financiamento geral do Estado, para o financiamento de fins específicos realizados e promovidos pelo próprio Estado ou por terceiros em prol do interesse público (Leandro Paulsen, página 44-45);
· Sempre de caráter pecuniário – OBRIGAÇÕES EM DINHEIRO;
· Caráter compulsório (art. 150, CR) = generalidade e cogência, independente da concorrência da vontade do sujeito passivo quanto à constituição da relação jurídica (Leandro Paulsen, pág. 45);
· A capacidade tributária independe da capacidade civil da pessoa física e de estar, a pessoa jurídica, regularmente constituída, nos termos do art. 126, CTN;
· As convenções particulares sobre responsabilidade tributária são inoponíveis à Fazenda Pública. 
· Para que o Estado tenha recursos próprios para investir e implementar todas as suas competências, obrigações e garantam direitos dos cidadãos/ contribuintes;
· Proporcionar que recursos ingressem nos cofres públicos;
· Outorga de competência como referência simples manifestação de riqueza do contribuinte (critério da base econômica na distribuição das competências), serviços específicos e divisíveis prestados pelos entes políticos, exercício efetivo do poder de polícia, realização de obra que implique riqueza para os proprietários de imóveis... (pág. 46);
· Tributo não consiste em sanção de ato ilícito.
03.1. Fiscalidade
· Em geral, possuem caráter fiscal, devendo pautar-se essencialmente pelos princípios da segurança, da igualdade e da capacidade contributiva (pág. 36);
· Entrelaçada a ação do Estado de arrecadar os recursos;
· Função primária dos tributos.
03.2. Extrafiscalidade
· Se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos extrafiscais são não apenas uma decorrência secundária da tributação, mas deliberadamente pretendidos pelo legislador,que se utiliza do tributo como instrumento para dissuadir ou estimular determinadas condutas (pág. 36-37);
· Vide ADI 2301 (IPVA para bons motoristas): o motorista que não toma muitas multas é privilegiado com desconto no IPVA;
IPVA - DESCONTO - AUSÊNCIA DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. Ao primeiro exame, não surge relevante a articulação sobre a impossibilidade de o Estado federado, relativamente a tributo situado na respectiva competência - IPVA -, vir a dispor sobre desconto, considerada a ausência de infração de trânsito
(STF - ADI: 2301 RS, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 27/09/2003, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 21-11-2003 PP-00007 EMENT VOL-02133-02 PP-00253)
· Surgiu no Estado Fiscal II;
· Passa a ter uma função indutora de figuras;
· Alcançar objetivos e fins de ordem constitucional;
· Tributos utilizados como instrumentos indutores de condutas positivas ou negativas para alcançar um fim de ordem constitucional;
· Exemplos: aumento valor do cigarro para evitar o consumo;
· A extrafiscalidade é o princípio ontológico da tributação e epistemológico do Direito Tributário, que justifica juridicamente a atividade tributante do Estado e a impele, com vistas na realização dos fins estatais e dos valores constitucionais, conforme as políticas públicas constitucionalmente estabelecidas, delimitada (a atividade estatal) pelos princípios que revelam as garantias fundamentais do contribuinte.
03.3. (Re)distribuição
· Com a tributação extrafiscal é possível fazer uma redistribuição de riqueza;
· Políticas extrafiscais conseguem implantar um objetivo de justiça e constitucional (ex.: bolsa família, bolsa covid e etc.).
04. DIREITO TRIBUTÁRIO E A SUA (NÃO)RELAÇÃO COM OUTROS SEGMENTOS DO DIREITO.
· Direito Constitucional: direciona o intérprete e o aplicador do direito;
· Direito constitucional é a fonte hierarquicamente superior, sendo a fonte primária de princípios, regras e objetivos;
· Normas materiais de direito tributário e formal de constitucional;
· Muitas regras e princípio de cunho tributário no texto constitucional.
· Direito Civil (Vide art. 110 do CTN): principalmente com o empresarial;
· O direito tributário importa para si conceitos do direito privado, empresarial e civil.
· Direito Administrativo:
· Direito administrativo tributário, porquanto a tributação é exercida pelo Estado, sendo o tributo cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada (pág. 41);
· A relação jurídica é tributária e relacionado o Estado + contribuinte;
· Toda relação de cobrança do fisco não pode ser arbitrária, levando sempre em conta o princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência;
· Direito administrativo regulamenta e prevê sanções. 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
· Direito Empresarial: já citado acima
· Direito do Trabalho:
· Súmula Vinculante 53 — A competência da Justiça do Trabalho prevista no artigo 114, inciso VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados;
· Impactos tributários na ordem trabalhista (ex.: contribuição previdenciária).
· Direito Internacional:
· Campo em expansão;
· Não se limita ao Brasil.
· Direito Penal:
· Atualmente, há legislação própria tratando sobre crimes ligados ao Direito Tributário;
· Autuações fiscais e remessa ao MP. 
· Direito Processual Civil:
· Necessariamente os tributaristas precisam se conectar ao direito processual;
· Em que pese existam leis específicas voltadas ao direito tributário, bem como tributário administrativo;
· Se tem que entrar em contencioso, deve-se analisar o CPC – art. 15.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
· Direito Financeiro:
· Art. 165 e seguintes da CR -> trabalha-se os princípios elementares que devem ser observados na função financeira do estado;
· De uma forma legal, impõe-se que cabe aos entes federados trabalharem com orçamento público. Assim, necessariamente fala-se em receita e despesa pública, de modo a se ter o direcionamento dos gastos públicos;
· O direito financeiro guarda uma relação estreita com o direito tributário, e isso principalmente em relação a funcionalização da tributação, a exigir a análise da finalidade quando da instituição das contribuições e empréstimos compulsórios, bem como da efetiva destinação de seu produto, como critério de validação constitucional de tais tributos (pág. 41). 
	Comment by Milena Cruz: Tributo é uma das facetas da receita pública;- Não há autonomia no D. Tributário pelo D. Financeiro, pois este acopla as receitas e despesas públicas -> pensamento dos operadores de D. Financeiro.- Os tributaristas acreditam que existe autonomia, sendo de ordem constitucional, pois esta divide o D. Tributário do D. Financeiro, são leis específicas. No âmbito infraconstitucional tem leis específicas para cuidar de cada vertente. - Nas faculdades, o Direito Tributário e Financeiro são dissociados. 
05. TRIBUTO
· No texto constitucional?
· Constituição de 88 tida como democrática;
· Aconteceu grande movimento social e histórico;
· Princípio da recepção: as leis infraconstitucionais anteriores a 88 são recepcionados pela CR naquilo que houver compatibilidade;
· Tudo o que for compatível será recepcionado (art. 34, §5º da ADCT).
· Existe uma considerável legislação infraconstitucional anterior que foi recepcionada pela legislação hoje vigente – SE COMPATÍVEL;
· O STF não só interpretou o que foi recepcionado, mas também à luz do art. 146 da CR entendeu que à rigor o CTN foi recepcionado com status de lei complementar -> caberá à lei complementar regular as normas gerais de direito tributário. PROVA
· Formal e originalmente: lei ordinária;
· Materialmente: lei complementar.
· Em algumas passagens da CR há a utilização do termo “tributos”, mas não o define (conceito previsto no art. 3º do CTN);
Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.
 § 5º Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da legislação anterior, no que não seja incompatível com ele e com a legislação referida nos §§ 3º e 4º.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será opcional para o contribuinte;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
· Art. 3 do CTN: 
· “tributo é toda prestação pecuniária (i) compulsória (ii), em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito (iii), instituído em lei (iv) e cobrada mediante atividade plenamente vinculada (v).”
· Não tem uma definição constitucional;
· Constitucionalização do termo tributo, embora não seja expresso: CR leva o termo tributo ao seu texto, levando em consideração a definição do CTN;
· Princípio da recepção: tudo o que for infraconstitucional à CR/88 será recepcionado, mas aquilo que for incompatível não será recepcionado - PROVA;
· Art. 34, §5º do ADCT (está citado acima);
· Tributo é gênero e compreende diferentes espécies tributárias;
· Características que transcendem a todas as espécies tributárias, ou seja, ainda que os impostos tenham suas características próprias, terão adicionalmente as características gerais do tributo;
· Prestação pecuniária: não se admite outra forma de tributo, como prestação de serviço, portanto deve ser o pagamento em moeda ou cujo valor se possa exprimir;
· Parte da doutrina acredita que “valor se possa exprimir” não afastaria o serviço, porém a doutrina majoritária não é adepta a essa corrente, acreditando que esse termo se refere a algum título (ex.: cheque). 
· Compulsória: afasta-se a ideia de tributação como sanção (a tributação incide até sobre o ilícito – “tributo não tem cheiro”);
· Instituído em lei: preservar o princípio democrático (o povo representado pelos seus mandatários é que vai instituir o tributo);
· Refere-se a um requisito de validade, e não de existência do tributo. Requisito de existência do tributo é a compulsoriedade (pág. 47). 
· Cobrada em atividade plenamente vinculada: toda ação que o Estado deve fazer para cobrar um tributo devido será observando o rito legal;
· Apenas pessoas jurídicas de direito público podem figurar como sujeitos ativos de obrigação tributária justificam-se em face da natureza da atividade tributária, que envolve fiscalização, imposição de multas e restrição a direitos. Assim, somente em atividade administrativa pode ser exigido o tributo. Pessoa jurídica de direito privado só pode figurar como destinatária do produto da arrecadação e, ainda assim, apenas quando, sem fins lucrativos, exerça atividade do interesse público (pág. 47). 
06. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
· “Embora todos os tributos se submetam a regras gerais comuns, há normas específicas para as taxas, para os impostos, para as contribuições de melhoria, para os empréstimos compulsórios e para as contribuições” (pág. 51);
· “havendo equívocos de denominação atribuída pelo legislador, cabe ao intérprete renomear ou requalificar o tributo e submetê-lo ao regime jurídico correspondente à espécie tributária que realmente corresponda” (pág. 52);
· Existem 6 tipos de pensamentos sobre a quantidade de espécies tributárias;
· Para fins pragmáticos, adota-se a teoria aceita na doutrina contemporânea, sendo o entendimento do STF de que existem 5 espécies tributárias;
· O mais importante para visualizar qual espécie tributária se está visualizando é identificando as características marcantes.
06.1. Introdução
· Denominação: irrelevância. Vide RE 363.266 - 3
· Quantas espécies? Entendimento do STF no RE 146.733-9
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS. LEI 7689/88. - NÃO E INCONSTITUCIONAL A INSTITUIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS, CUJA NATUREZA E TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE DOS ARTIGOS 1., 2. E 3. DA LEI 7689/88. REFUTAÇÃO DOS DIFERENTES ARGUMENTOS COM QUE SE PRETENDE SUSTENTAR A INCONSTITUCIONALIDADE DESSES DISPOSITIVOS LEGAIS. - AO DETERMINAR, POREM, O ARTIGO 8. DA LEI 7689/88 QUE A CONTRIBUIÇÃO EM CAUSA JA SERIA DEVIDA A PARTIR DO LUCRO APURADO NO PERIODO-BASE A SER ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 1988, VIOLOU ELE O PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE CONTIDO NO ARTIGO 150, III, A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUE PROIBE QUE A LEI QUE INSTITUI TRIBUTO TENHA, COMO FATO GERADOR DESTE, FATO OCORRIDO ANTES DO INICIO DA VIGENCIA DELA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO COM BASE NA LETRA B DO INCISO III DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, MAS A QUE SE NEGA PROVIMENTO PORQUE O MANDADO DE SEGURANÇA FOI CONCEDIDO PARA IMPEDIR A COBRANÇA DAS PARCELAS DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL CUJO FATO GERADOR SERIA O LUCRO APURADO NO PERIODO-BASE QUE SE ENCERROU EM 31 DE DEZEMBRO DE 1988. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 8. DA LEI 7689/88.
(STF - RE: 146733 SP, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 29/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: DJ 06-11-1992 PP-20110 EMENT VOL-01683-03 PP-00384 RTJ VOL-00143-02 PP-00684)
· “A análise das normas de competência é que possibilita identificarmos cada espécie de tributo. (...) A análise do fato gerador é insuficiente para a identificação das espécies tributárias.” (pág. 52);
· “A destinação legal ou finalidade é, assim, atualmente, critério importantíssimo para identificar determinadas espécies tributárias como as contribuições especiais e empréstimos compulsórios, pois constitui seu critério de validação constitucional. A competência para a instituição de tais tributos é atribuída em função das finalidades a serem perseguidas.” (pág. 53)
· Quadro resumo para referência:
06.02. IMPOSTOS:
  Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos; Ordinário
 Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: Ordinário
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do capu t:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - não incidirá sobre pequenas glebasrurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)         (Regulamento)
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:         (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; Residual
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Extraordinário de guerra
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Ordinário
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - propriedade de veículos automotores.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I, a
§ 1º O imposto previsto no inciso I:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)         (Produção de efeito)
a) (revogada);         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
b) (revogada);         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)         (Produção de efeito)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em quenão se aplicará o disposto no inciso X, b ;         (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)         (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.         (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h , observar-se-á o seguinte:         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g , observando-se o seguinte:         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem , incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b .         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g .         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 6º O imposto previsto no inciso III:         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
  Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: Ordinário
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
· Busca tributar por meio dos impostos com a perspectiva de fazer caixa para os entes federados;
· Para que o Estado cumpra suas obrigações ele deve ter recurso para tanto, sendo obtidos de acordo com o estabelecido na lei;
· Financiamento difuso: se cobrar os impostos dos contribuintes, que pagarão à luz de sua capacidade contributiva, daí os estados arrecadarão esses recursos e farão frente às suas despesas;
· Financia tudo aquilo que pode ser usufruído por toda a coletividade e que faz frente aos gastos públicos em geral;
· Regra: não afetação – os impostos não são afetados inicialmente para despesas públicas em geral;
· Exceção: pode vir a ter afetação, segundo art. 167, inciso IV -> saúde, administração tributária. PROVA
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
· Os impostos não têm, em regra, vinculação da receita;
· Os impostos são tributos cujo produto não pode ser previamente afetado a determinado órgão, fundo ou despesa, nos termos do art. 167, inciso IV da CF, salvo as exceções na própria Constituição, como a necessária aplicação de percentuais em atividades voltadas aos serviços de saúde e à educação e a possibilidade de afetação à administração tributária;
· A previsão constitucional prestigia o conceito financeiro de imposto, cunhado já no art. 1º, §2º, do Decreto-Lei nº 2.416/40:
Art. 1º O orçamento será uno, incorporando-se obrigatóriamente à receita todos os tributos rendas e suprimentos de fundos, e incluindo-se na despesa todas as dotações necessárias ao custeio dos serviços públicos.
§ 2º A designação de imposto fica reservada para os tributos destinados a atender indistintamente às necessidades de ordem geral da administração pública, a de taxa, para os exigidos como remuneração de serviços específicos prestados ao contribuinte, ou postos à sua disposição, ou ainda para as contribuições destinadas ao custeio de atividades especiais do Estado ou do Município, provocadas por conveniência de caracter geral ou de determinados grupos de pessoas.
· Concepção de solidariedade;
· Recai sobre a capacidade contributiva: recai sobre riquezas (ex.: consumo);
· Incidem necessariamente sobre revelações de riqueza do contribuinte (arts. 153, 155 e 156 indicam bases econômicas relacionadas exclusivamente aos contribuintes, como a aquisição de renda, acirculação de mercadorias, a propriedade predial e territorial urbana);
· Os fatos geradores de impostos são relacionados ao contribuinte, e não ao Estado.
· Tributa-se as relações de riqueza: faz uma cobrança de modo mais justo, como por exemplo, aquele que não tem carro não precisa pagar IPVA;
· Princípio da não afetação: impossibilidade de afetação, com exceção (art. 167, IV da CRFB): saúde, educação e administração tributária;
· Vinculação de receita? Vide ADI 4102 e ADI 553/RJ, julgado em 13.6.2018;
· Fato gerador ligado ao contribuinte;
· Algumas classificações: direto x indireto; monofásico x plurifásico.
· Impostos:
· Impostos Federais –  São responsáveis por cerca de 60% das arrecadações do país. São eles: IOF, II, IPI, IRPF, IRPJ, Cofins, PIS / Pasep, CSLL, INSS.
· Impostos Estaduais: São responsáveis por cerca de 28% das arrecadações do país, sendo eles: ICMS, IPVA, ITCMD.
· Impostos Municipais:  São responsáveis por cerca de 5,5% das arrecadações do país. São eles: IPTU, ISS, ITBI.
1. Imposto direto: identidade entre o contribuinte de direito e o de fato (ex.: IPVA);
2. Tributo indireto: não há identidade entre contribuinte de direito e de fato, que é outro (ex.: IPI – a obrigação de recolher é do industrial, mas quem arca economicamente é o consumidor). 
a. Contribuinte de direito: tem que recolher o tributo;
b. Contribuinte de fato: aquele que vai arcar com o valor do tributo. 
1. Tributo monofásico: ocorre de uma só vez no ciclo da economia (ex.: imposto sobre a renda);
2. Tributo plurifásico: vai incidir ao longo da cadeia em algumas oportunidades (ex.: cerveja tributa na indústria, atacado, varejo e etc.);
1. Impostos reais: incidem sobre a coisa (ex.: IPVA, IPTU) – não importa a liquidez financeira do contribuinte;
2. Impostos pessoais: recaem levando em conta questões subjetivas do cidadão (ex.: imposto de renda) – questões contributivas. 
06.03. TAXAS: previsão no art. 145 da CR, arts. 77 a 80 do CTN (definição infra-constitucional).
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
        Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas. (Vide Ato Complementar nº 34, de 1967)
       Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
        Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
        Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
        I - utilizados pelo contribuinte:
        a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
        b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
        II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
        III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
        Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.
06.03.01. BASE NORMATIVA:
· “O interesse público impõe ao Estado que exerça o poder de polícia administrativa e que preste determinados serviços. Contudo, não há por que toda sociedade participar do custeio de tais atividades estatais quando sejam específicas, divisíveis e realizadas diretamente em face de ou para determinado contribuinte que provoca ou demanda. Daí a outorga de competência para a instituição de tributo que atribua o custeio de tais atividades específicas e divisíveis às pessoas às quais dizem respeito, conforme o custo individual do serviço que lhes foi prestado ou fiscalização a que foram submetidas, com inspiração na ideia de justiça comutativa.” (pág. 57);
· “As taxas são tributos que têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.” (pág. 57);
· As taxas serão cobradas pelos entes federados, e terão vez a depender de uma ação estatal:
· Exercício do poder de polícia;
· Prestação de serviços públicos prestados ao contribuinte e postos a sua disposição.
· Segundo o STJ, “convém classificar como Taxas do Poder de Polícia aquelas que têm origem, ensejo e justificativa no vigiar e punir, ou seja, na fiscalização, que é interesse eminentemente estatal, reservando a categoria das taxas de serviço para aquelas que se desenvolvem em função do interesse do usuário, ante a compreensão de que esse interesse é relevante para definir a atividade como serviço.” (pág. 57)
· “Não se admite, porém, a cobrança de taxa pela prestação de serviços que a Constituição diz serem deveres do Estado e direito de todos, tais como os de saúde e de segurança, devem ser prestados gratuitamente, não podendo dar ensejo à instituição e cobrança de taxas. Daí o advento da Súmula Vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.” (pág. 58)
· “O produto da taxa visa a custear a atividade estatal, não podendo ter destinação desvinculada de tal atividade. Sendo as taxas cobradas em razão de um serviço ou do exercício do poder de polícia, está clara a intenção do Constituinte no sentido de que isso implique o custeio de tais atividades estatais. As taxas, diferentemente dos impostos, são tributos com finalidade específica a determinar o destino do seu produto. (...) Nas taxas, portanto, há dupla vinculação: o fato gerador é vinculado à atividade estatal e também, necessariamente, o produto da arrecadação terá de ser vinculado à atividade que justifica a instituição do tributo. O STF, aliás, já decidiu que “a vinculação das taxas judiciárias e dos emolumentos a entidades privadas ou mesmo a serviços públicos diversos daqueles a que tais recursos se destinam subverte a finalidade institucional do tributo.” (pág. 61)
· As taxas terão vez em razão de um fato do Estado, sendo necessário de que tenha uma ação ou atuação;
· Art. 77: hipoteticamente se falando, pagar para que se receba um benefício de imediato;
· Exemplo: taxa para recolher o lixo.
06.03.02. CONSEDERAÇÕES GERAIS:
· Justiça comutativa: o individuo tem a expectativa de retorno pelo Estado, com a ideia de que o ente federado vai instituir uma taxa para exercer poder de polícia ou realizar um exercício público, porém sendo desua competência (exemplo: a zona portuária da União Federal não pode sofrer intervenção do Município);
· Respectivas atribuições do ente federado tributante: tem que estar ligada ao âmbito das atribuições, pois a taxa serve para remunerar o Estado;
· Exemplo: taxa minerária é cobrada pelo Estado, mas está no solo que pertence a União Federal, porém é cobrada pois está exercendo poder de polícia. 
· Algumas taxas são:
· Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais): como por exemplo, para emissão de Carta de Identidade, CPF e RG.
· Taxa de Licenciamento Anual de Veículo – art. 130 da Lei 9.503/1997: esta taxa é cobrada para gerar, anualmente, o novo documento do veículo.m
· Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais): Taxa cobrada para registro do Contrato Social de uma empresa, por exemplo.
· Não pode ter a mesma base de cálculo dos impostos (integral identidade). Vide SV n. 29 e art. 77 do CTN;
· Previsão no art. 145, §2º da CR;
  Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
· Súmula vinculante nº 29 do STF: a taxa de coleta de lixo sólido pode ter base de cálculo o IPTU, mas não pode ser total. 
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
· Equivalência razoável entre o custo estatal e o valor a ser pago a título de taxa. Vide Rep. Incons. 1077/84;
· Se nos impostos a ideia é fazer caixa para o Estado, nas taxas é de remunerar, ou seja, cobrir o custo;
· Se houver um descompasso do valor da taxa com o custo do Estado, esta será inconstitucional. 
· Destinação dos recursos: divergência doutrinária. Vide ADI 2040 (taxa judiciária).
· Existe uma corrente que entende que os custos das taxas são pré-determinadas – REMUNERAÇÃO ESPECÍFICA AO ÓRGÃO QUE FISCALIZOU OU QUE PRESTOU O SERVIÇO PÚBLICO;
· Precedente do Supremo. 
· ADI 2040: sobre a taxa judiciária
· Se for ajuizar e não houver justiça gratuita, a ideia é de que a prestação jurisdicional pelo Poder Judiciário será cobrada através de uma taxa destinada a ele.
Relator: ministro Marco Aurélio
Conselho Federal da Ordem dos Advogados  do Brasil x Governador e Assembleia do Paraná
A ação tem por objeto a Lei paranaense 11.960/1997 que dispõe sobre as Tabelas de Custas dos Atos Judiciais no Paraná. A OAB sustenta que "a Lei 11.960 derivou de projeto do Poder Judiciário" e que, "chegando à Assembleia Legislativa, porém, recebeu emendas de tal monta que houve um verdadeiro desvirtuamento do projeto original, acabando assim por ser aprovada lei diversa daquela apresentada pelo Judiciário". Nesse sentido, afirma que houve indevida intromissão na autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário.
Afirma, ainda, que a norma decorre da eleição de bases de cálculo, para fins de cobrança de custas, que não detêm qualquer relação com o fato gerador do tributo, o que implica na instituição de imposto novo, em ofensa ao artigo 154, I, da Constituição. Aduz, por fim, que a terceira classe de vício se encontra na "destinação ou arrecadação de recursos para a Carteira de Previdência Complementar dos Servidores do Poder Judiciário, regulamentada pela Lei estadual 7.567".
Em discussão: saber se houve indevida intromissão na autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário, se é constitucional estabelecer o valor da causa ou do monte-mor como base de cálculo das custas judiciais e se é constitucional a destinação da arrecadação das custas judiciais e emolumentos à Carteira de Previdência Complementar dos Servidores do Poder Judiciário.
PGR: pela prejudicialidade parcial da ação direta e, no mérito, pela sua procedência parcial.
· A outra corrente entende que há uma taxa sobre algo específico, mas para onde vai este valor pouco importa;
· Não há uma afetação dos recursos, pois a tributação se justifica até o fato gerador e depois é uma questão meramente orçamentária. 
· Divisibilidade (art. 79 CTN): divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
· Quando se consegue verificar a utilização separada por cada um dos usuários e também quando se destaca em unidades autônomas de intervenção ou de necessidades públicas;
· Será sempre divisível e específica.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
        I - utilizados pelo contribuinte:
        a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
        b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
        II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
        III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
· Específicos (art. 79 CTN): quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas.
· Aplicação do princípio da capacidade contributiva?
· Literalidade do art. 145, § 1º da CRFB.
· Em que pese a literalidade constitucional que se entende que a capacidade contributiva se aplica literalmente aos impostos, porém não se interpreta em tiras, de modo que há isenção de taxas aos hipossuficientes que não exteriorizam riquezas.
 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
· STF: vide ADI: 4531.
· STF, RE 232.393/SP: no caso da Taxa de Coleta – tamanho do imóvel.
· Questões inerentes ao exercício da cidadania.
06.03.03. TAXA EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA: sempre que o Estado tenha que exercer o seu papel preponderante (segurança, higiene, ordem...), cabe ou é possível o exercício do Poder de Polícia. Como exemplo é a atividade econômica que é livre, porém o Estado traz balizas regularizadoras de seu desempenho. 
A regulamentação, fiscalização são exercidas pelo Estado e quando descumpridas geram sanção.
· E quando não há fiscalização efetiva, mas somente potencial?
· Werther Botelho: não se admite a potencialidade e dependeria de atuação do Estado.
· A potencialidade para fins de taxa, pela própria redação da CR, somente tem vez em casos de prestação de serviços e não em poder de polícia. 
· TJMG: basta o aparato estatal.
· STF: basta o aparado estatal. Justifica a cobrança, até mesmo para que haja a manutenção. Vide.: RE 425.485 (Taxa de Localização e Funcionamento).
· STF - dois casos isolados: (i) RE 588.322/RO (Min. Gilmar Mendes) de 2010 = sustentou a necessidade de regularidade da fiscalização, que precisa ser efetiva. O órgão administrativo é um dos elementos para inferir o poder de polícia; (ii) RE 555.254/SP (Min. Toffoli) = segue a mesma linha.
· Diferentemente do que a corrente majoritária e jurisprudencial do STF, a taxa teria vez caso a fiscalização fosse efetiva e não potencial, ou seja, se materializasse a fiscalização, de modo a afastar a ideia de que teria um aparato estatal;
· Assim, de um lado sustentam a ideia da potencialidade do serviço público (está na CR), do outro a maior parte da jurisprudência entende que havendo umaparato estatal pronto para o poder de polícia se justificaria. 
· Tema 16, STF: 
TAXA - SERVIÇO DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS - COMPATIBILIDADE CONSTITUCIONAL - ELUCIDAÇÃO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO - REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA. Surge com envergadura maior definir-se a constitucionalidade, ou não, de taxa cobrada pela utilização potencial do serviço de extinção de incêndios.
(RE 561158 RG, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 19/12/2007, DJe-018 DIVULG 31-01-2008 PUBLIC 01-02-2008 EMENT VOL-02305-12 PP-02652)
· O município de SP cobrava uma taxa de combate ao incêndio, aí os contribuintes foram no STF e desenvolveram 2 argumentos:
· O combate ao incêndio seria uma atribuição do Estado e não do Município;
· A segurança pública é um dever e obrigação do Estado, não podendo cobrar uma taxa para sustentar uma atividade inerente a ela. Em outras palavras, esta é remunerada por meio dos impostos e não das taxas.
· Esses fundamentos declararam inconstitucional a taxa de incêndio em MG.
06.03.04. SÚMULAS E PRECEDENTES DESTACADOS:
Súmulas 12: como as universidades públicas são gratuitas, não cabe ao Estado cobrar taxas por violar o art. 206, inciso IV da CR (gratuidade consagrada no texto constitucional). OBS.: cobrança na pós-graduação é possível. 
Súmula 29: a identidade de elementos dos impostos.
Súmula 19: é possível individualizar o usuário/ usufrutuário na taxa de coleta de resíduos sólidos – mesmo raciocínio não se aplica a taxa de limpeza pública ou iluminação pública.
Súmula Vinculante 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
Súmula 670 do STF: iluminação pública não possui divisibilidade e especificidade. 
Precedente RESP 789218: julgou inconstitucional a taxa de emissão de guia. 
06.04. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Ela possui um elo de ligação com os impostos.
Na história há um questionamento sobre ações positivas do Poder Público visando melhorias de estrutura – certo desequilíbrio nos investimentos públicos. Neste ínterim, essas contribuições de melhoria surgem de quem tem uma valorização do seu imóvel em razão de uma obra pública, será chamado para o pagamento dessa contribuição de melhoria. 
OBRA DO ESTADO – VALORIZAÇÃO DO IMÓVEL 
“Realizada obra pública que implique particular enriquecimento de determinados contribuintes, podem estes ser chamados ao seu custeio em função de tal situação peculiar que os distingue. Efetivamente, havendo benefício direto para algumas pessoas, é razoável que o seu custeio não se dê por toda sociedade igualmente, mas especialmente por aqueles a quem a obra aproveite.” (pág. 61)
STF DEFINE QUE A VALORIZAÇÃO É ESSENCIALMENTE IMOBILIÁRIA!
06.04.01. HISTÓRICO NO MUNDO
· Valorização imobiliária decorrente de obra pública
· Perspectiva inglesa: fiscal
· Na visão inglesa, as pessoas que tiveram seu imóvel valorizado podem ser chamadas para pagar o valor da valorização;
· Gera renda.
· Perspectiva alemã: finalístico
· Se a obra custou X reais, arrecadaria proporcionalmente daqueles contemplados pela obra pública;
· Paga a obra.
06.04.02. HISTÓRICO NO BRASIL
· Surgiu em 1905, com a denominação de “taxas de calçamentos”;
· À medida que forem acontecendo os calçamentos das ruas, eram cobradas taxas daqueles que eram contemplados com a obra pública. 
· Na CR de 1934, art. 124: “provada a valorização do imóvel por motivo de obras públicas, a administração que as tiver efetuado poderá cobrar dos beneficiados contribuição de melhoria”;
· Primeira vez que é elevada ao texto constitucional. 
· CR de 1946: Art. 30, I e no parágrafo único: obra + valorização + dois limites (individual e total);
· EC 18/65;
· O CTN, em 1966, com base na referida EC, positivou a partir do art. 80 os requisitos;
· Não traz limites. Prevê exclusivamente as obras públicas: “contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
· Todos os entes federativos podem utilizá-la. 
06.04.04. CTN
	Comment by Milena Cruz: Visão brasileira é mista.A contribuição de melhoria com característica da obra pública sendo feita pelo Poder Público + valorização de imóveis + cobrança dos contemplados (há dois limitadores, sendo o custo total da obra e a valorização individual do imóvel).Capacidade contributiva recai sobre onde tem riqueza real, portanto, se alguém não possui capacidade para pagar tributo, isso pode caracterizar um fisco tributário. Então, sendo pessoas de baixa renda a cobrança de nenhum tributo pode ter vez. 
· Melhoria é condição (não cabe piora);
· Limites global e individual;
· “Os limites individual e total decorrem da própria natureza do tributo. Além da valorização imobiliária, o proprietário do imóvel situado na zona de influência não se distingue dos demais contribuintes, não se justificando que dele se exija valor superior. Além do custo da obra, nenhuma receita se justifica.” (pág. 62)
· Momento da publicação do edital: art. 82 do CTN, o edital deveria ser publicado antes. Isso porque: orçamento, memorial descritivo etc.;
· A ideia é de que o edital fosse publicado antes, porém o STF tem uma interpretação de que poderia ter a cobrança após a obra pública;
· Publicação do edital com a delimitação da área beneficiada, orçamento e plano de rateio. Indispensável, porém, de qualquer modo, que o ente político institua, por lei, a contribuição de melhoria relativa a cada obra. Isso porque a legalidade estrita é incompatível com qualquer cláusula geral de tributação. Cada tributo depende de lei específica que o institua. 
· No entanto, STF (RE 107.500-7/PR, Min. Octávio Gallotti), o edital pode ser publicado mesmo após a obra encerrada;
· Fato gerador;
· Misto. 
· Competência;
· Todos os entes federados. 
· Sujeitos ativo e passivo;
· Ônus da prova da valorização cabe ao fisco. 
· Aspecto quantitativo: modelos alemão x inglês x misto;
· Ônus da prova da valorização: Vide STF, AgRg no RESP 406.324-PR.
· Procedimento (DL 195/67) = plano de rateio + área + custo etc (edital)
06.05. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
· “Os empréstimos compulsórios são tributos cujo critério de validação constitucional está na sua finalidade: gerar recursos para fazer frente a uma situação de calamidade ou guerra externa ou para investimento nacional relevante e urgente, conforme se extrai do art. 148 da CF. O fato gerador não é especificado pelo texto constitucional, podendo ser vinculado ou não vinculado. Assim, e.g, tanto o consumo de energia elétrica ou a propriedade de aeronave ou embarcação, quanto a serviço de dedetização obrigatória que vise minorar ou erradicar a propagação de epidemia podem ser fatos geradores.” (pág. 62)
· A União pode instituir os empréstimos compulsórios;
· Característica: restituição -> Cobra-se, porém devolve-se;
· Promessa de devolução. 
· Competência tributária ativa;
· Restituibilidade (por isso empréstimo – direito adquirido);
· Finalidade (calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional);
· Excepcional: instituídos para fazer frente às finalidades pré-dispostas na CR;
· Fato gerador não está delineado na CRFB;
· Não há que se falar em vedação à bitributação ou bis idem;
· Instituição por lei complementar (formalidade do processo legislativo), conforme caput do art.148 CRFB;
· Os empréstimos compulsórios são restituíveis, não se confunde com impostos;
· A restituição é a característica marcante;
· “Ademais, a restituição deve ser em moeda. Isso porque, conforme já decidiu o STF, ‘utilizando-se, para definir o instituto de direito público, do termo empréstimo (...), a Constituição vinculou o legislador à essencialidade da restituição na mesma espécie, seja por força do princípio explícito no art. 110 do CTN, ou seja porque a identidade do objeto das prestações recíprocas é indissociável da significação jurídica e vulgar do vocábulo (...)’. Cabe destacar, ainda, que a instituição de empréstimos compulsórios, diferentemente dageneralidade dos tributos, depende sempre de lei complementar (art. 148 da CF)”. (pág. 63)
06.06. CONSTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
“Há situações em que o Estado atua relativamente a determinado grupo de contribuintes. Não se trata de ações gerais, a serem custeadas por impostos, tampouco específicas e divisíveis, a serem custeadas por taxa, mas de ações voltadas a finalidades específicas que se referem a determinados grupos de contribuintes, de modo que se busca, destes, o seu custeio através de tributo que se denomina de contribuições. Não pressupondo nenhuma atividade direta, específica e divisível, as contribuições não são dimensionadas por critérios comutativos, mas por critérios distributivos, podendo variar conforme a capacidade contributiva de cada um.” (Pág. 63)
“A Referibilidade é requisito inerente às contribuições, sejam sociais, do interesse das categorias profissionais ou econômicas, de intervenção no domínio econômico ou mesmo de iluminação pública municipal. Assim é que só os médicos podem ser contribuintes da contribuição ao Conselho de Medicina, só os integrantes da categoria profissional podem ser contribuintes da contribuição ao respectivo sindicato, só os munícipes alcançados pela política de iluminação pública, só as empresas dedicadas a atividades rurais poderiam ser contribuintes da contribuição ao instituto que promove o cumprimento da função social da propriedade rural, e assim por diante.” (pág. 65) Referibilidade não é requisito das contribuições sociais de seguridade social (Referibilidade ampla ou global). 
“As finalidades que justificam a instituição das contribuições, enquanto critério de validação constitucional de tais tributos (pode-se instituir contribuições para determinadas finalidades estabelecidas pela Constituição em rol taxativo), não podem ser confundidas com o fato gerador da respectiva obrigação tributária, que é situação definida em lei como necessária e suficiente ao seu surgimento. A análise da questão, aliás, fica clara quando verificamos que há várias contribuições previstas na Constituição cuja finalidade é o custeio de seguridade social (finalidade que autoriza sua instituição) e cujos fatos geradores são o pagamento de folha de salários e de remuneração a autônomos, a recita, o lucro.” (Pág. 67)
· Ações voltadas a grupos e que possuem finalidades específicas;
· Um grupo de contribuintes que são chamados para pagar e o retorno será em favor daquele grupo;
· É cobrado de um grupo para que ele financie e depois esse grupo será contemplado com determinada coisa;
· As contribuições são sociais (ex.: INSS).
“Seu critério de identificação baseia-se na finalidade da criação do tributo (art. 149 CF/88), sendo necessária a vinculação da receita que deu causa a sua criação” JusBrasil, Internet
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. 	 (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. 	 (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição.	 (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem , tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
· As 4 subespécies: 
· Sociais: seguridade social, saúde, assistência social;
· Analisada à vista do que a própria CR considera como social, ou seja, dos objetivos da ordem social, o que delimitará as atividades passíveis de serem custeadas pelas contribuições sociais;
· Exemplo: CPMF era uma ação da União à área da saúde.
· Intervenção no domínio econômico:
· Conhecidas pela sigla CIDE;
· A CR ao dispor sobre a Ordem Econômica, estabelece os princípios que devem regê-la;
· Eventuais intervenções são feitas pela União para corrigir eventuais distorções ou para promover objetivos, influindo na atuação da iniciativa privada, especificamente em determinado segmento da atividade econômica. Não faz sentido a ideia de intervenção do Estado nas suas próprias atividades – intervenção em si mesmo;
· A intervenção terá de estar voltada à alteração da situação com vista à realização dos princípios estampados nos incisos do art. 170 da CR;
· Exemplos: contribuição do Incra, a livre concorrência, a defesa do consumidor e etc. 
· Interesse de categorias de profissionais ou econômicas (ex.: médico que paga recursos ao CFN); e 
· Iluminação pública (não pode ser taxa, pois, as características destas foram violadas. Cobras pelos Municípios e DF, pagas pelos proprietários de imóveis).
Contribuições Especiais, são somente cobradas pela União, salvo iluminação pública (Municípios e DF) e previdenciárias (Estados, DF e Municípios, cobrados de seus servidores públicos). PROVA
Ex: “Aposentadoria” dos servidores públicos, não é via INSS, aí é uma contribuição que o Estado ou Município cobra para ser revertido a aposentadoria daquelas pessoas que contribuem. 
· Diferentemente de outros países, as contribuições sociais devem ser pagas e o retorno será àquele povo, exceto a saúde;
· Se não fosse a CR, ela não poderia ser cobrada;
· Ações voltadas a grupos e possuem finalidades específicas;
· Referibilidade; exceto nas contribuições sociais

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