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Logística Integrada II.2 – SCM - Estratégia – rev. 4 – 2018 MÓDULO II.2 – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Fases de Decisão na Cadeia de Suprimento O gerenciamento da cadeia de suprimento bem sucedido exige diversas decisões relacionadas ao fluxo de informações, de produtos e monetário. Essas decisões se encaixam em três categorias ou fases, dependendo da freqüência de cada decisão e do período de execução de cada fase. Estas fases são: i - estratégia ou projeto da cadeia de suprimento, ii - planejamento da cadeia de suprimento, iii - operação da cadeia de suprimento (Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Níveis da Estratégia: (Corrêa, 2010) Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional • Objetivos de longo prazo; • Quais unidades de negócios criar, manter, adquirir ou vender; • Quais as expectativas em relação a cada unidade de negócio. • Como as unidades de negócios vão atuar em seus mercados; • Liderança em custo, diferenciação e foco. • Estratégia para cada função da unidade de negócios (marketing, finanças, pesquisa, operações, suprimentos, etc.) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i - Estratégia ou projeto da cadeia de suprimento Projetar a cadeia de suprimentos significa determinar • o número, • a localização, • a capacidade • e os tipos de unidades de produção e centros de distribuição que serão utilizados. O projeto da rede também estabelece os canais de distribuição e as quantidades de materiais e itens para consumir, produzir e enviar aos fornecedores em cada nível da cadeia de suprimentos. (Farias, 2011) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i - Estratégia ou projeto da cadeia de suprimento i.1 - Estrutura da Cadeia de Suprimentos: (Farias, 2011) Fontes primárias Fornecedores Empresa Distribuidores Consumidores Logística de suprimentos Logística de produção Logística de distribuição Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.1 - Estrutura da Cadeia de Suprimentos: i.1.1 – Logística de suprimentos: envolve a relação fornecedor empresa. Inclui as atividades necessárias para a pesquisa e o desenvolvimento conjunto de produtos e para a garantia da disponibilidade das matérias primas, componentes e embalagens no momento e quantidades corretas, necessárias para atender aos requisitos do processo de fabricação que resulte no menor custo da cadeia logística. Na logística de suprimento, são alinhados planos estratégicos de fornecedores e empresas produtoras que direcionam recursos para reduzir custos e desenvolver novos produtos. (Ching, 2010) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.1 - Estrutura da Cadeia de Suprimentos: i.1.2 – Logística de produção: não envolve nenhuma relação externa. É uma parte desenvolvida exclusivamente pela empresa produtora, que envolve todas as áreas na transformação de matérias primas e componentes em produtos acabados. O importante nesta etapa é definir a estratégia de produção às demandas dos clientes. Rápidas respostas as condições de mercado em constante mudança implicam em processos de produção flexível, com capacidade de troca rápida do mix de produto, customização em massa, etc., com altos níveis de qualidade e preço competitivo. (Ching, 2010) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.1 - Estrutura da Cadeia de Suprimentos: i.1.3 – Logística de distribuição: envolve as relações empresa – cliente – consumidor. Esta etapa é responsável pela distribuição física do produto acabado até os pontos de venda ao consumidor e deve assegurar que os pedidos sejam entregues no prazo e com qualidade. Na logística de distribuição, são formadas alianças com parceiros dos canais a fim de atender as necessidades dos clientes e minimizar os custos de distribuição. (Ching, 2010) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.1 - Estrutura da Cadeia de Suprimentos: i.1.4 – Integração da cadeia logística: (Ching, 2010) Estratégias Processos Transações Ocorrem as transações da cadeia e busca-se a eficiência dessas transações Ocorrem os processos da cadeia e busca-se a integração dos processos Ocorrem as estratégias da cadeia logística e buscam-se os elos estratégicos (visão comum entre os elos da cadeia) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.2 - Estratégia da Cadeia de Suprimento Nesta fase, a empresa decide como estruturar a cadeia de suprimento. Determina qual será a configuração da cadeia e que processos cada estágio deverá desempenhar. São dois os principais grupos de estratégias que conduzem as empresas a integrarem sua cadeia de suprimento: i.2.1 - estratégias definidas em função de seus produtos e/ou mercados: • Produtos funcionais • Produtos inovadores i.2.2 - estratégias de mudança que definem o posicionamento da empresa diante da cadeia de suprimento e que criam o ambiente necessário para o sucesso das estratégias adotadas para a melhoria da eficiência e redução de custos. (Franciose, 1995; Chopra & Meindl, 2003; Corrêa, 2010) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.2.1 - Estratégias definidas em função de seus produtos e/ou mercados: i.2.1.1 – Produtos Funcionais: são os produtos do dia a dia que as pessoas compram de varejistas como lojas, supermercados, etc. São produtos pouco diferenciados e geralmente competem em função do custo. Para os produtos funcionais, os recursos devem enfatizar a eficiência de fluxos que atenderão demandas contínuas e esperadas, o que contribui para manter os custos baixos. i.2.1.2 – Produtos inovadores: são produtos diferenciados, geralmente com ciclo de vida mais curto e demanda menos previsível. Estes produtos competem pelo seu diferencial e não pelo custo. Para os produtos inovadores a ênfase tem de ser na resposta rápida ao mercado e na flexibilidade para se adaptar as mudanças inesperadas do mercado. (Corrêa, 2010) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.2.1 - Estratégias definidas em função de seus produtos e/ou mercados: (Corrêa, 2010) Característica Cadeias Suprimentos Eficientes Cadeias de Suprimentos de Resposta Rápida Propósito principal Suprir demanda previsível de modo eficiente com o menor custo. Resposta rápida à demanda imprevisível para minimizar custo de falta e sobra de produtos. Foco de manufatura Alta utilização dos recursos para reduzir os custos. Trabalhar com capacidade “pulmão” para atender a variabilidade. Estoques Gerar alto nível de giro. Usar estoque “pulmão” para atender variação da demanda. Tempo de resposta Reduzir os tempos desde que não aumente os custos. Reduzir os tempos (entrega e lançamentos) agressivamente. Escolha dos fornecedores Selecionar com base nos custos e qualidade. Selecionar com base na velocidade de resposta, flexibilidade e qualidade. Projeto do produto Maximizar desempenho e minimizar custo. Projeto modular para postergar e flexibilizar entrega dos produtos. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.2.1 - Estratégias definidas em função de seus produtos e/ou mercados: (Corrêa, 2010) C a d e ia d e S u p ri m e n to s E fi c ie n te Adequado Inadequado C a d e ia d e S u p ri m e n to s d e R e s p o s ta R á p id a Inadequado Adequado Produto Funcional Produto Inovador Tipo Cadeia de Suprimentos x Tipo de Produtos Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Estratégias que buscam a melhoria global da cadeia de suprimentos: • integração com fornecedores (demanda, desenvolvimento de produtos e processos, etc.); • fazer x comprar; • melhoria de sua produtividade; • redução de custos; • gestão de estoque e capacidade; • redução do lead time de atendimento ao mercado;• melhoria de atendimento ao cliente entre outros. Estas melhorias podem ser conseguidas através de: • ações internas da empresa; • através da integração das empresas que formam a cadeia de suprimentos (relacionamentos estáveis e duradouros). (Franciose, 1995; Chopra & Meindl, 2003; Corrêa, 2010) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Ações internas da empresa: • redução dos custos de inventário; • rearranjo dos processos buscando agilização dos fluxos de materiais e de informações; • integração entre diferentes funções; • melhoria dos serviços prestados aos clientes. Para isso algumas decisões devem ser tomadas pela empresa: • Local, capacidade de produção e das instalações para armazenagem; • Produtos a serem fabricados ou estocados em diversos locais; • Meios de transporte a serem disponibilizados de acordo com os diferentes turnos de expedição; • Tipo de sistema de informação que vai ser adotado. (Franciose, 1995; Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos i.2.2 – Posicionamento da empresa mediante a Cadeia de Suprimentos Definidas as estratégias em função do produto e/ou mercado e tomadas as ações internas, o próximo passo é aprimorar a integração entre os membros da cadeia de suprimentos. Entre as principais ações que podem ser tomadas temos: • Compartilhamento dos sistemas logísticos (materiais e informações); • Gerenciamento integrado da demanda; • Desenvolvimento integrado de produto e processos; • Integração dos processos financeiros; • Integração dos processos tecnológicos, etc. (Franciose, 1995; Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ii - Planejamento da Cadeia de Suprimento Nesta fase as empresas definem um conjunto de políticas operacionais que lideram as operações de curto prazo. As decisões tomadas pela empresa nesta fase incluem: • previsão da demanda para um período determinado em diferentes mercados; • quais mercados deverão ser supridos e de que locais; • construção de estoques; • terceirização ou não da fabricação; • políticas de reabastecimento e estocagem a serem seguidas; • políticas que serão desempenhadas em relação a locais de reserva, no caso da incapacidade de atender a um pedido; • periodicidade e dimensão das campanhas de marketing. (Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos iii - Operação da cadeia de suprimento O período de tempo considerado nesta fase é de curto prazo (semanal ou diário). Durante esta fase as empresas tomam decisões sobre pedidos individuais de clientes. O objetivo das operações da cadeia de suprimento é implementar as políticas operacionais que incluem: • distribuir os pedidos individuais para estoque ou produção; • determinar a data em que o pedido deverá ser atendido; • gerar inventários nos depósitos; • adaptar o pedido a um meio de transporte ou expedição adequado; • organizar as entregas; • encaminhar os pedidos de reabastecimento. (Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimento: coordenação do fluxo de produtos A cadeia de suprimentos é uma seqüência de processos e fluxos que acontecem dentro e entre diferentes estágios da cadeia, e que se combinam para atender à necessidade de um cliente por um produto. Há duas maneiras de visualizar os processos realizados na cadeia de suprimentos: • visão cíclica • visão do fluxo: push/pull (empurrado/puxado) (Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Visão Cíclica: A visão cíclica de uma cadeia de suprimento é muito útil pois ela especifica claramente os papeis e as responsabilidades de cada componente da cadeia de suprimento. • Pedido do cliente: chegada do cliente, emissão do pedido do cliente, atendimento ao pedido do cliente, recebimento do pedido do cliente. • Reabastecimento: acionamento do pedido do varejista, emissão do pedido do varejista, atendimento ao pedido do varejista e recebimento do pedido pelo varejista. • Fabricação: é acionado pelos pedidos dos clientes, pelos pedidos de reabastecimento de um varejista ou distribuidor ou pela previsão da demanda dos clientes e pela disponibilidade atual de produtos nos depósitos de produtos acabados do fabricante. • Suprimentos: o fabricante faz pedidos de componentes aos fornecedores que possam reabastecer seus estoques. (Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Visão do fluxo: push / pull (empurrar / puxar) Nos processos pull (puxar), a execução é iniciada em resposta aos pedidos dos clientes (visibilidade da demanda). Os processos push (empurrar) são aqueles executados em antecipação aos pedidos dos clientes. Os pedidos são feitos com base em previsões da demanda. No período de execução de um processo pull, a demanda é conhecida com certeza. No período de execução de um processo push, a demanda não é conhecida e deve ser prevista. Os processos pull também podem ser definidos como processos reativos porque reagem à demanda do cliente. Os processos push também podem ser definidos como processos especulativos porque respondem a uma especulação (ou previsão) e não a uma demanda real. (Chopra & Meindl, 2003) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Decisão: fluxo puxado x empurrado x híbrido (Corrêa, 2010) 100% resposta rápida 100% Eficiência Fluxo 100% Fluxo 100% puxado empurrado Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Decisão: fluxo híbrido - fronteira (Corrêa, 2010; Figueiredo, Fleury, Wanke, 2010) Fluxo Fluxo empurrado puxado Direcionado Direcionado pela pela previsão demanda Fábrica Centro de distribuição Varejista Consumidor Acesso à informação em tempo real Acesso à informação em tempo real do consumidor final Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Decisão: Incerteza na demanda x Frequência de lançamento (Simchi-Levi, Kaminsky, Simchi-Levi, 2010) Frequência de lançamento do produto - Dispositivos para tel. celulares - PC / impressoras - Sistemas empurrados - Telefones celulares - Vestuário (moda) - Sistemas puxados - Macarrão / enlatados - Mobíliario - Fraldas - Protutos químicos - Sistemas empurrados - Pneus - Empurrado/puxado Baixa Alta Incerteza da demanda Puxado Baixa Alta Empurrado Fluxo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – supply chain. Ed. Atlas, 4ª. Edição, São Paulo, 2010. CHOPRA, S; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação; São Paulo; Prentice Hall; 2003. CORRÊA, H. L. Gestão de redes de suprimentos: integrando cadeias de suprimento no mundo globalizado. Ed. Atlas, 2010. FARIAS, E. S. Modelagem para o projeto de rede da cadeia de suprimentos de uma indústria de multi-commodity. Disertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. FIGUEIREDO, K. F., FLEURY, P. F., WANKE, P. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos – planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. Editora Atlas, 1a edição, São Paulo, 2010. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRANCIOSE, M. M. Supply Chain Integration: analysis frame work and review of recent literature. Master of Science in Transportation, Massachusetts Institute of Technology, June 1995. SIMCHI-LEVI,D.; KAMINSKY, P.; SIMCHI-LEVI, E. Cadeia de Suprimentos: projeto e gestão. 3ª edição, Porto Alegre, Bookman, 2010.
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