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1 2 CRIANÇAS http://meupersonalonline.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html A criança apresenta durante o crescimento alterações que exercem influência na sua capacidade física e na resposta ao exercício físico. O treinamento de força para a criança deve ser aplicado com critério para que não ofereça riscos a sua saúde e desenvolvimento, pois cargas inadequadas tendem a provocar alterações estruturais nos componentes epifisários que são responsáveis pelo crescimento. Os benefícios relacionados com o treinamento de força para crianças são: o aumento da força muscular, a redução das lesões relacionadas a pratica esportiva, melhora da capacidade funcional, aumento da resistência muscular, melhora da performance esportiva e recreacional, da coordenação muscular, melhor controle postural, aumento da densidade óssea, do condicionamento físico, melhora da composição corporal, aumento das adaptações bioquímicas (sangue e ácido lático) musculares, aumento das reservas de ATP-pc, glicogênio e atividade enzimática glicolítica nos músculos esqueléticos. 3 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA https://thehardworkpays.wordpress.com/tag/diabetes-tipo-ii/ O TR consegue estimular eficientemente a força muscular e o desempenho esportivo, além de prevenir e reabilitar lesões. De maneira similar a outras formas de atividades físicas, o TR tem demonstrado um efeito benéfico em vários marcadores de saúde tais como a aptidão cardiovascular, a composição corporal, a densidade mineral óssea, o perfil dos lipídios sanguíneos e a saúde mental. Em crianças com sobrepeso o TR consegue aumentar a taxa metabólica sem alto impacto. O TR na adolescência tem um efeito positivo na densidade óssea. Em crianças com paralisia cerebral, o TR melhora a funcionalidade global, a força muscular e o bem-estar. 4 O TR aumenta a força muscular em pré-adolescentes e adolescentes, mesmo com frequência de uma vez por semana, embora os programas de treinamento realizados duas vezes por semana possam ser mais benéficos. O TR também é adequado para as crianças e auxilia na aquisição de habilidades específicas para o esporte e para a melhora do controle postural. Os ganhos na força muscular, no volume muscular e na potência desaparecem em aproximadamente 6 semanas após a interrupção do treinamento resistido. Em pré-adolescentes, o TR aumenta a força muscular sem o aumento concomitante na hipertrofia do músculo. A força aumenta principalmente pelo aprimoramento da coordenação neuromuscular. Este mecanismo esclarece o aumento da força muscular em populações com baixas concentrações de hormônios andrógenos, incluindo indivíduos do sexo feminino e meninos pré- adolescentes. A hipertrofia muscular ocorre de forma mais pronunciada em meninos e meninas na puberdade. Exercícios preventivos (pré-reabilitação) são os que fortalecem áreas geralmente vulneráveis a lesões por excesso de uso como os ombros e a coluna vertebral. Alguma dúvida existe quanto à possibilidade de o TR conseguir reduzir a incidência de lesões graves relacionadas aos esportes em adolescentes. RISCOS DO TREINAMENTO DE FORÇA Muitas das questões sobre lesões associadas com o treinamento de força originam- se dos dados do US Consumer Product Safety Commission’s National Electronic Injury Surveillance System. A maioria das lesões ocorre com equipamentos de musculação domésticos, praticados em ambientes não supervisionados. As distensões musculares são responsáveis por 40%-70% de todas as lesões ocasionadas pelo TR. Os índices de lesões em treinamento supervisionado são menores do que aqueles que ocorrem em outros esportes ou em jogos recreacionais. O TR não tem efeitos adversos para o crescimento estatural, para as cartilagens de crescimento, ou para o sistema cardiovascular. Jovens atletas 5 com histórico de hipertensão arterial, assim como com adultos, devem estar adequadamente controlados com medicação durante o TR. http://www.efdeportes.com/efd164/programa-de-treinamento-de-forca.htm Os adolescentes em quimioterapia com antraciclinas podem apresentar um risco cardiovascular aumentado devido aos seus efeitos cardiotóxicos, e o TR deve ser cuidadoso. Os adolescentes que apresentam cardiomiopatias graves (particularmente a cardiomiopatia hipertrófica), devem ser orientados a não praticarem o TR. Indivíduos com hipertensão pulmonar moderada a severa também devem evitar o TR intenso. Pessoas jovens com síndrome de Marfan não devem praticar TR. Jovens com epilepsia precisam de supervisão especial no TR. Crianças com sobrepeso são frequentemente descondicionadas e com baixos níveis de força, necessitando de supervisão rigorosa no TR. 6 DIRETRIZES PARA O TREINAMENTO DE FORÇA Uma avaliação médica da criança antes de iniciar um programa de TR é recomendada. Os jovens que demonstram interesse em aumentar a massa muscular devem ser desencorajados de utilizar esteróides anabólicos em função dos riscos para a saúde. A American Academy of Pediatrics (AAP) condena energicamente a utilização de substâncias proibidas que aumentem o desempenho atlético. O TR não deve ser iniciado antes dos 7-8 anos de idade devido à imaturidade dos sistemas relacionados com o equilíbrio e a manutenção da postura. A execução dos movimentos não deve ocorrer de forma rápida e explosiva para não produzirem sobrecargas inadequadas nos tecidos corporais. A maioria das máquinas de TR é destinada para adultos e possuem graduações nas cargas inadequadas para as crianças mais jovens. Os pesos livres permitem um aumento pequeno e gradual das cargas e são mais próximos das situações reais da prática esportiva, mas são mais difíceis de serem realizados. O levantamento de pesos como uma modalidade esportiva tem tido a participação de crianças sem apresentar um índice elevado de lesões. A supervisão minuciosa e a aderência à técnica correta de execução dos movimentos são importantes para a segurança. No entanto, crianças imaturas esqueleticamente devem evitar a competição em levantamento de peso e fisiculturismo, e também não devem realizar testes de carga máxima. Algumas diretrizes da AAP, da American Orthopaedic Society for Sports Medicine, e da National Strength and Conditioning Associations são: 1) Crianças devem iniciar o TR com exercícios de baixa resistência (carga), até que a aquisição da técnica seja perfeita. Quando conseguirem realizar um número de repetições entre 8 a 15, um aumento de 10% na carga é permitido. 2) Os exercícios devem incluir todos os grupos musculares, e devem ser praticados com amplitude completa de movimento. 7 3) As sessões de treinamento devem ter a duração entre 20 e 30 minutos, por 2 a 3 vezes por semana. O TR com mais do que 4sessão por semana não parece ser mais eficiente e pode levar ao excesso de treinamento. 4) Uma supervisão adequada é definida como a relação professor/aluno de 1 para 10, ou seja, um professor para cada 10 alunos. 5) Um aquecimento adequado de 10 a 15 minutos, bem como o desaquecimento ao término da sessão de treinamento por meio de alongamentos apropriados, são recomendados. 6) Para o objetivo de obter benefícios à saúde, então o treinamento de força deve ser combinado com um programa de treinamento aeróbico. MULHERES 8 http://www.wellnesstraining.com.br/treinamento-funcional-x-musculacao/ A cada dia as mulheres estão aderindo o treinamento de força nos seus programas de treinamento. Vamos examinar algumas questões considerando o sexo feminino, o treinamento de força e esclarecer algumas concepções. Diferenças entre os sexos. Estudos relatam que a força masculina é maior que a mulher, masexistem algumas diferenças. A força absoluta que é a força máxima exercida em um movimento ou exercício, as mulheres têm essa força em média de 60 a 63,5% da força média dos homens, mas essa força é diferente entre membros superiores e membros inferiores, pois os membros inferiores se aproximam mais da força absoluta dos homens. Quando colocado em força relativa que é a força absoluta ou força máxima dividida pelo ou expressa por relação ao peso corporal ou massa magra a diferença de força diminui muito, chegando os membros inferiores a igualar essa força ou até mesmo ser maior. O ganho de força entre o sexo feminino no treinamento de força parece ser maior e mais rápido comparado aos ganhos dos homens, com o mesmo tempo de curso ou periodização, claro que a força absoluta do homem é maior. 9 Isso parece acontecer também na resistência cardiovascular, que aumentar em média mais do que a de homens, em um treinamento de força em circuito. Muitos indivíduos procuram o treinamento de peso para melhorar a composição corporal, aumentar a massa magra e diminuir o percentual de gordura. Homens e mulheres que praticam treinamento de força com frequência demonstraram redução significativa no percentual de gordura, sem grandes diferenças entre os sexos. Entretanto algumas mulheres não gostam de treinar de forma intensa devido achar que os volumes musculares irão aumenta de forma exagerada e poderão parecer menos femininas, mas não é isso que acontece na verdade, estudos mostram que o treinamento de força em mulheres normais (mulheres que não usam substâncias com efeito anabólico ou/e apresentam distúrbios hormonais) não aumenta excessivamente a hipertrofia, alguns dados mostram que após algumas semanas de treinamento atinge um platô de treinamento e devido a esse fator tanto o ganho de força e a hipertrofia não avançam rapidamente. Resposta hormonal ao treinamento de força O treinamento de força aumenta os níveis de testosterona das mulheres comparadas com mulheres sedentárias, sem falara que mulheres que fazem o treinamento de força diminuem a dismenorreia (dor abdominal) e a densidade óssea melhora, entretanto estudos mostram que os treinamentos com alto volume e intensidade aumentam as disfunções no ciclo menstrual, essa disfunção do ciclo menstrual pode ser um dos fatores que pode está relacionada a problemas de osteoporose. Com relação ao ciclo menstrual ainda há muita controvérsia na periodização e suas fases (folicular e lútea), existe muita carência de estudos abordando esse assunto. Assim o treinamento de força pode trazer muitos benefícios para sua vida diária e para atividades esportivas, mas antes disso procure um profissional da área 10 Benefícios do Treinamento de Força para Mulheres O interesse da população feminina pela prática da atividade física vai muito além dos objetivos de condicionamento e saúde. Boa parte dessas mulheres buscam a estética corporal através da modelagem física (hipertrofia) com a prática de exercícios de força. O número de mulheres que utilizam o treinamento de força como parte do seu planejamento desportivo, condicionamento físico e estética tem aumentado consideravelmente (OLIVEIRA, 2009). Alem desses objetivos, esse trabalho pode oferecer os seguintes benefícios: Prevenção da perda de massa óssea, combate a flacidez, modelagem corporal, proporciona o aumento da massa magra, auxilia no emagrecimento, previne lesões musculares, reduz os níveis de colesterol, auxilia na sustentação das próteses de silicone, promove a correção postural (MASCKIEWIE, CARBONE, 2009). http://slideplayer.com.br/slide/51995/ Estudos relacionados ao treinamento de força sobre os benefícios para mulheres são em menor quantidade na literatura. 11 OBESOS O excesso de gordura resulta de uma interação complexa de influências genéticas, ambientais, metabólicas, fisiológicas, comportamentais, sociais e talvez, raciais (Mcardle et al, 2011). A obesidade é fortemente associada com inúmeras doenças como hipertensão, osteoartrites, doenças do coração, câncer, entre outras. http://www.guia-fitness.com/treino.html Até pouco tempo, a maioria das orientações com relação à introdução da atividade física num programa de emagrecimento se limitava somente aos exercícios aeróbios. Pois se acreditava que somente durante esse tipo de exercício a gordura corporal é utilizada como fonte de energia (Campos, 2008). A prática da musculação, como a de qualquer outra atividade, contribui para a elevação do gasto calórico além daquele observado em nível de repouso. Esse fato, por si só, já auxilia no emagrecimento (Teixeira e Guedes Jr.,2010). 12 Ainda de acordo com Teixeira e Guedes Jr. (2010) apud Santarém (1998) cita que os exercícios anaeróbicos (musculação) também propiciam emagrecimento no período pós-exercício, quando toda a atividade metabólica de síntese proteica e glicídica (recuperação-supercompensação) ocorre à custa de energia aeróbia proveniente, na sua maior parte, dos ácidos graxos do tecido adiposo. Benefícios do Treinamento de Força para Obesos A obesidade já é considerada um dos maiores problemas mundial, pois vai além do simples componente estético devido a estar diretamente ligada a inúmeras patologias como a hipertensão, diabetes, osteoartrites, cardiopatias, câncer. Segundo Guizelini (2007), a obesidade é uma patologia multifatorial, resultante de fatores: Genéticos, metabólicos, neuroendócrinos, dietéticos, sociofamiliares e psicológicos. http://pt.slideshare.net/thalitamaciel353/obesidade-em-ces-e-gatos Há dois tipos principais de obesidade: 13 A obesidade hipertrófica que é o aumento no volume dos adipócitos e a obesidade hiperplásica que é o aumento no número de adipócitos, tornando-a de difícil abordagem e controle. http://slideplayer.com.br/slide/338029/ A obesidade pode ser controlada associando um programa dietético adequado ao treino de força bem elaborado que poderá trazer os seguintes benefícios: Aumento da massa corporal magra (hipertrofia), aumento da secreção de hormônios anabólicos, redução da gordura corporal, melhora da autoimagem, melhora da força e resistência muscular, aumento do metabolismo celular nas horas seguintes ao exercício, manutenção do metabolismo celular com a estabilidade da hipertrofia, equilíbrio calórico negativo fornecido pelo gasto calórico, reposicionamento ou preservação do alinhamento ideal das articulações afetadas pelo excesso de peso corporal, menor valor da restrição calórica necessária para perda de peso, maior perda de gordura armazenada, quando em comparação com a dieta sem exercícios, aumento da probabilidade de manutenção da nova composição corporal adquirida, impedimento da perda de massa muscular que ocorre na dieta sem exercícios, redução de 10 a 20% do metabolismo de repouso, após perda significante de massa corpórea magra através da dieta sem exercícios (CAMPOS, 2000). 14 OSTEOPORÓTICOS http://www.drviniciusbenites.com.br/doenca-fratura-vertebral-osteoporotica.php A osteoporose instala-se progressivamente à medida que o osso perde sua massa mineral e a concentração de cálcio. Essa deteriorização faz com que o osso fique progressivamente mais poroso e quebradiço (Mcardle et al, 2011). Alguns fatores de risco incluem: idade avançada; fumo; menopausa precoce; distúrbio alimentar; estilo de vida sedentário; entre outros. Muitos estudos têm mostrado que um programa de musculação é eficaz para prevenir a doença e melhorar a densidade óssea em pessoas que já a possuem. Segundo Campos (2008) o treinamento de força, especificamente, é de extrema importância para os indivíduos com osteoporose, porque o indivíduo não só ganha força e massa muscular, mas também, melhoraa flexibilidade, a 15 coordenação, a agilidade, a postura e a resistência muscular. Para Guedes Jr. (2006) a prática desses exercícios ao longo da vida, principalmente quando jovem, são mais eficientes como prevenção do que o treinamento com objetivo curativo em idade avançada, quando o quadro de osteoporose já se encontra em estágio avançada. Quanto às recomendações de treinamento, a alta intensidade é fator fundamental, cabendo lembrar que tem relação com a carga utilizada. Bemben e Fetters (2000) sugerem que um número menor de repetições (próximo de 8), realizadas com altas cargas (80% 1 RM), sejam preferidas quando comparadas ao trabalho com baixas cargas e alto número de repetições (Teixeira e Guedes Jr.,2010). CARDIOPATAS Cidades litorâneas possuem um menor índice de doenças degenerativas como a cardiopatia, cujo termo é uma referência genérica às doenças do coração. Mas por que esses dados? Porque cidades com praias proporcionam maior motivação aos moradores a fazerem pelo menos uma caminhada diária, comprovando assim que a atividade física é de extrema importância para prevenir ou tratar de pessoas portadoras de cardiopatias. 16 http://pt.slideshare.net/VieiraPersonal/cardiopatias A prática regular de atividade física ou um estilo de vida mais ativo, têm mostrado ser um meio de proteção contra a ocorrência de doenças cardíacas. É importante um programa de condicionamento físico elaborado por profissionais que trabalham especificamente com este público, atentos e com o conhecimento necessário para aplicar os exercícios de maneira correta, sabendo dosar a intensidade e o volume do mesmo para cada caso. Mas para que seja feito um programa adequado, é ideal que o mesmo seja feito não apenas por um Educador Físico, mas também por um Cardiologista e Nutricionista. Por mais que a prática diária de exercícios seja boa para controlar diabetes, níveis de colesterol e triglicérides e prevenir doenças cardíacas, indivíduos que já possuem determinadas cardiopatias devem ficar atentos. A prescrição para esse grupo deve ser individualizada, já que alguns tipos de atividade física podem fazer mais mal do que bem ao coração. Pessoas com cardiomiopatia hipertrófica (CMH) têm forte restrição em relação à prática de atividades esportivas. A doença, que não tem cura, acomete uma em cada 300 pessoas em todo o mundo. É caracterizada pelo espessamento do músculo cardíaco, o que o torna mais rígido que o normal. A 17 hipertrofia dificulta a saída de sangue do coração, forçando-o a trabalhar mais para conseguir fazer o bombeamento adequado. “Neste caso, o ideal é fazer atividades de bem baixa intensidade, como jogar sinuca, boliche, golf, bocha, pesca e tiro ao alvo. A pessoa não pode praticar atividades competitivas, como vôlei, futebol e natação. Na realidade, o médico cardiologista irá determinar o que esse paciente pode ou não fazer, pois até para atividades como pilates, ioga e tai-chi-chuan o indivíduo pode ficar restrito, já que algumas posições podem causar aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, levando a arritmias graves”. A cada ano, as doenças cardiovasculares provocam 12 milhões de mortes em todo o mundo e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é a principal causa de mortalidade na Europa, responsável por mais de 50% do total de mortes de pessoas acima de 65 anos (HEYWARD, 2004). De acordo com pesquisas, um em cada cinco norte-americanos apresenta algum tipo de DCV: hipertensão (50 milhões), cardiopatia coronariana (12,2 milhões), insuficiência cardíaca congestiva (4,6 milhões) ou acidente vascular cerebral (4,4 milhões) (WILMORE e COSTILL, 2001; AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2001). Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, as doenças cardiovasculares aparecem em primeiro lugar entre as causas de morte, representando praticamente um terço dos óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a 69 anos de idade (GODOY et al, 2007). Em 2002, essas doenças foram responsáveis por mais de 1,2 milhões de internações e representaram 10,3% do total de internações no Sistema Único de Saúde e 17% dos gastos financeiros (ARAUJO e FERRAZ, 2005). Para Wilmore e Costill (2001), os principais tipos de doenças cardiovasculares são: doença coronariana, hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e as secundárias, tais quais as doenças vasculares periféricas, valvulopatias cardíacas, cardiopatias reumáticas e as cardiopatias congênitas. Os fatores de risco que levam às doenças cardiovasculares são diversos e estão entre eles à hipertensão, hipercolesterolemia, fumo, diabete melito, obesidade e inatividade física (HEIWARD, 2004; CHANDLER e BROWN, 2009). 18 Exercícios após infarto Aqueles que já enfartaram podem fazer atividades físicas (em geral 60 dias após a alta hospitalar), mas é imprescindível acompanhamento médico. A recomendação é fazer um teste ergométrico e um ecocardiograma antes de iniciar qualquer atividade, com o intuito de ver o nível de condicionamento físico do paciente e também analisar de perto o funcionamento do coração. Segundo Jomar, exercícios fazem parte da recuperação pós-infarto. “Mas é necessário ir aos poucos. É recomendável fazer atividades como caminhadas, que não levam o coração a mais que 150 batimentos por minuto, para não desgastar o músculo cardíaco”. Os exercícios ideais são os aeróbicos, como caminhar ou andar de bicicleta. A grande vantagem é que tais atividades aumentam a capacidade cardiorrespiratória, ao mesmo tempo elevando a oferta de oxigênio e diminuindo o consumo do gás pelo coração. A intensidade e duração deverão ser estabelecidas pelo médico, de acordo com o histórico do paciente. Em uma segunda etapa da recuperação, a critério médico, pode ser incluída musculação, para ampliar a resposta muscular, a força e a potência do indivíduo. HIPERTENSÃO A hipertensão consiste na elevação crônica da pressão arterial, acima dos níveis considerados desejados para a idade e o tamanho de uma pessoa. O coração, quando submetido a níveis elevados de pressão arterial, trabalha mais que o normal, expelindo o sangue do ventrículo esquerdo contra uma maior resistência, impondo uma maior tensão sobre as artérias e arteríolas sistêmicas (WILMORE e COSTILL, 2001). 19 http://pt.slideshare.net/VieiraPersonal/exerccio-resistido-e-hipertenso-arterial-sistmica De acordo com a Associação Americana do Coração, aproximadamente 50 milhões de norte-americanos acima de 6 anos de idade já têm pressão alta e a porcentagem de mulheres com hipertensão aumenta progressivamente dos 55 aos 74 anos de idade e, após, a porcentagem de mulheres com pressão alta é maior que a do sexo oposto. Para Heiward (2004), o treinamento aeróbio diminui a pressão arterial em indivíduos com hipertensão diagnosticada de leve a moderada. No estudo de Kelley e Kelley (2000), concluiu-se que os efeitos do treino de força podem reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica de repouso de 2% a 4% em adultos, depois de submetidos a um treinamento de força. A hipertensão arterial é uma síndrome multicausal e multifatorial caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados e normalmente associada a distúrbios metabólicos, hormonais e hipertrofias cardíaca e vascular (Rondon et al, 2010). Uma doença que pode ser bem controlada por um tratamento médico convencional, porém, mudanças no estilo de vida têm-se mostrado eficientes na prevenção e no controle dos níveis tensionais elevados e são indicadas a todos os hipertensos e a indivíduos normotensos com história familiar de doença 20 cardiovascular. Algumas dessas mudanças incluem: diminuição da ingesta de sal, redução de peso corporal e pratica de exercício físico. Segundo Rondonet al (2010) a prática regular de atividade física aeróbia reduz a pressão arterial de indivíduos hipertensos, produzindo benefícios adicionais, como diminuição do peso corporal e ação coadjuvante no tratamento das dislipidemias, no controle do tabagismo, na resistência à insulina e no controle do estresse. Quanto à pratica da musculação, esta não deve consistir na modalidade primária de treinamento; no entanto, deve ser combinada com o treinamento aeróbio (Teixeira e Guedes Jr., 2010 apud ACSM, 2007, 2004; Pescatello). Para Forjaz et al (2010) quando o treinamento resistido é feito visando a melhora da resistência muscular localizada, cargas baixas são empregadas. Esse tipo de exercício caracteriza-se por provocar sobrecarga volumétrica ao sistema cardiovascular. Assim, principalmente quando executado na forma de circuito, o treinamento resistido de baixa intensidade pode trazer, em longo prazo, adaptações semelhantes às observadas com o treinamento aeróbio. As recomendações para elaboração de programas de musculação para pessoas hipertensas, segundo o ACSM (1998), preconizam a realização de uma série de 8 a 10 exercícios para os grandes grupos musculares, 2 a 3 dias por semana. O número de repetições para cada exercício deve ficar em torno de 8 a 12 (Teixeira e Guedes Jr.,2010). A hipertensão é uma doença de múltiplas causas, caracterizada pelo aumento dos valores da pressão arterial acima do normal. Na maioria dos casos, a hipertensão pode ser resultante de fatores genéticos, de uma dieta com altos teores de sódio, obesidade, da inatividade física, estresse. Alguns fatores podem influenciar a hipertensão como: alimentação, genética, uma dieta com altos teores de sódio, obesidade, estresse, idade, doenças da tireoide, uso de medicamentos ingestão de comidas gordurosas e a falta da atividade física contribuem ou de uma combinação destes fatores, e outros para o aparecimento da pressão alta). 21 http://pt.slideshare.net/ptsuneda/hipertensao-e-exercicio A hipertensão é clinicamente definida como uma elevação na pressão arterial igual ou superior a 140 mm Hg (no caso da pressão arterial sistólica – PAS) ou igual ou superior a 90 mm Hg (para pressão arterial diastólica – PAD). A hipertensão afeta aproximadamente 1 bilhão de indivíduos no mundo inteiro e é responsável direta por 700.000 casos de derrames e 500.000 mortes por infarto anualmente. Ela também contribui significativamente para problemas nos rins e doenças vasculares periféricas. Estudos apontam que, em média, 75% e 65% dos casos de hipertensão em homens e mulheres, respectivamente, são altamente relacionados com o sobrepeso e obesidade. AVALIAÇÃO FÍSICA E CLÍNICA 22 Antes de se engajar em um programa de exercícios, os indivíduos hipertensos devem passar por uma completa e extensiva avaliação médica. Mensuração da pressão arterial, eletrocardiograma (em esforço, de preferência), exames de sangue são os mais indicados para a detecção de possíveis sintomas associados. https://dumbbellsblog.wordpress.com/tag/treinamento-de-forca/ PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO A prescrição do exercício (tanto aeróbio quanto resistido) inclui as seguintes recomendações: – FREQUÊNCIA: PARA OS EXERCÍCIOS RESISTIDOS RECOMENDAM-SE TREINOS DE 2 A 3X DURANTE A SEMANA. JÁ EM RELAÇÃO AOS EXERCÍCIOS AERÓBIOS A FREQÜÊNCIA VAI DE 3 A 7X NA SEMANA. – DURAÇÃO/ VOLUME: 30 A 60 MINUTOS PARA OS AERÓBIOS E 1 SÉRIE DE 8 A 20 REPETIÇÕES PARA OS EXERCÍCIOS COM PESOS 23 (DEVEM SER ENFATIZADOS PRIMEIRAMENTE OS GRANDES GRUPAMENTOS MUSCULARES); – INTENSIDADE: 40% A 70% DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DE RESERVA PARA OS AERÓBIOS E 50% A 60% DE 1RM PARA OS RESISTIDOS. RECOMENDAÇÕES Para este tipo de população, os exercícios resistidos não são indicados como forma primária de prescrição. Porém, são bem aceitos quando combinados com os aeróbios (caminhada, pedalar, hidroginástica). Vale lembrar também que os exercícios com pesos devem incorporar baixa resistência com alto número de repetições em fases iniciais. Outras recomendações incluem: – O indivíduo hipertenso não deve se exercitar se a PAS em repouso estiver acima de 200 mm Hg ou a PAD acima de 110 mm Hg; – Beta- bloqueadores podem diminuir a resposta da FC ao exercício submáximo e máximo. Além disso, a utilização desses medicamentos pode ocasionar em hipotensão. Para minimizar esses possíveis efeitos, recomenda- se uma volta a calma gradual após a parte principal da sessão de treino; – A manobra de valsava (bloqueio da respiração) deve ser evitada durante a pratica de exercícios com pesos; Benefícios do Treinamento de Força para Hipertensos A hipertensão Arterial continua sendo uma importante causa de mortalidade e morbidade por doença cardiovascular e está associada a diversas alterações como: a aterosclerose, acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, doença renal e cardiopatia isquêmica (MARCONDES, 1993). Os exercícios de Fortalecimento muscular, conhecidos como musculação, foram contraindicados durante muito tempo para portadores de cardiopatias, 24 mas recentemente passaram a integrar as prescrições por terem se mostrado seguros e eficientes nessa população (ARAUJO et al, 2004). Segundo Maior (2005) há uma escassez na literatura em relação ao estudo do treinamento de força para hipertensos. Os benefícios do treinamento de força na hipertensão são: Redução da pressão arterial em repouso, redução do risco de doenças coronarianas, redução do risco de acidente vascular encefálico e da mortalidade (MAIOR, 2005). CARDIOPATIA CORONARIANA http://www.clinicasaadi.com.br/sistema-cardiovascular/doencas/cardiopatia-isquemica-angina-infarto/ Na medida em que o ser humano envelhece, as artérias coronárias que suprem o miocárdio vão ficando mais estreitas em função de placas de gordura que se alojam no interior das artérias, chamado aterosclerose. No momento em que a artéria é envolvida 100%, e denominado doença coronariana. A partir daí as artérias vão ficando cada vez mais estreitas e a capacidade de suprimento sanguíneo vai ficando cada vez mais reduzida (WILMORE e COSTILL, 2001; HEYWARD, 2004). 25 Quando o miocárdio não recebe sangue suficiente em função do estreitamento, ela torna-se isquêmica, sofrendo uma deficiência de sangue. A isquemia do coração é caracterizada por uma dor forte, denominada angina, e é percebida durante os períodos de esforço físico ou quando o indivíduo é submetido a um estresse. No momento em que o suprimento sanguíneo ao miocárdio é reduzido ou totalmente restringido, a isquemia pode levar o indivíduo a um infarto do miocárdio, causando sérias lesões e necrose irreversível às células cardíacas (WILMORE e COSTILL, 2001; HEYWARD, 2004). Estudos comprovam que o treino de força deve ser considerado um componente importante na reabilitação de mulheres idosas com DAC. No estudo, Ades et al (2003), constatou que mulheres com idades em torno de 65 anos com DAC que participaram de um intenso programa de treinamento de resistência, melhoraram sua a capacidade funcional, e automaticamente puderam voltar a realizar suas atividades da vida diária. Os benefícios se estenderam para as capacidades, tais como resistência, equilíbrio, coordenação e flexibilidade. INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA 26 http://obiomed.blogspot.com.br/2015/06/insuficiencia-cardiaca-congestiva.html A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma condição na qual o músculo cardíaco não consegue manter o débito cardíaco normal que seja adequado para satisfazer a demanda de oxigênio do corpo. Geralmente ocorre em função de causas como hipertensão, aterosclerose e infarto do miocárdio (WILMORE e COSTILL, 2001). A diminuição do fluxosanguíneo periférico, e baixa perfusão são comuns em pacientes com ICC (KAYE et al., 1995). Quando o débito cardíaco se torna insuficiente, o fluxo sanguíneo começa a refluir para as veias, fazendo com que o excesso se acumule pelo corpo, principalmente pulmões, pernas, tornozelos e dedos, podendo até mesmo, evoluir a ponto de precisar ser feito um transplante de coração. (WILMORE e COSTILL, 2001). De acordo com Chandler e Brown (2009), alguns estudos demonstram que exercícios de força combinado a exercícios aeróbios tem sido benéfico para a melhora da função vascular em indivíduos com ICC. 27 Estudos de Hare et al., (1999) e Selig et al., (2004), por exemplo, têm indicado que o exclusivo treinamento de força, ou combinado com o treino aeróbio como nos estudos de Maiorana et al., (2000) e Conraads et al., (2002), pode corrigir as anormalidades encontrada em pacientes com ICC com relação à função vascular, imunidade e controle autonômico. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Segundo Wilmore e Costill (2001), o acidente vascular cerebral (AVC) é uma forma de doença que afeta as artérias que suprem o cérebro e a causa principal é o infarto cerebral. O indivíduo após passar por um infarto, pode ter a parte do cérebro que não teve suprimento sanguíneo necrosada e até mesmo morrer. O infarto cerebral pode ser resultante de três causas. A trombose cerebral, onde ocorre uma formação de um trombo no interior de um vaso cerebral, possivelmente onde teve uma aterosclerose. A embolia cerebral, onde um material não dissolvido desprende-se de outro local do organismo e se aloja numa artéria cerebral. A aterosclerose, que pode acarretar em um estreitamento da artéria cerebral. 28 http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2014/10/vida/viver_com_saude/98041-mulheres-correm-mais-risco-de- terem-acidente-vascular-cerebral.html O AVC pode ter como causa também a hemorragia, tanto cerebral, quanto a hemorragia subaracnóide. A hemorragia cerebral acontece quando uma das artérias cerebrais se rompe e a subaracnóide é quando um dos vasos da superfície do cérebro rompe, desviando sangue para o espaço entre o cérebro e o crânio. ATEROSCLEROSE É a deposição de placas de colesterol (chamadas de ateromas) na parede das artérias. Leva ao enfraquecimento e dilatação localizada (aneurismas) das artérias, que podem se romper. Além disto, as placas de ateromas diminuem o fluxo de sangue para os diversos órgãos, e em situações de aumento da demanda por oxigênio podem precipitar um infarto (morte tecidual). 29 http://www.grupoizi.com.br/2012/01/aterosclerose-nos-membros-inferiores.html Os exercícios físicos, incluindo os exercícios com pesos, diminuem os triglicerídeos no sangue, diminuem também as lipoproteínas nocivas (LDL), e aumentam os níveis das lipoproteínas benéficas (HDL), diminuindo assim o risco de aterosclerose (WILMORE e COSTILL, 2001). OUTRAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES Doenças Vasculares Periféricas Envolvem as artérias e veias sistêmicas que são opostas aos vasos coronarianos. Entre elas estão à arteriosclerose refere-se às várias formas de espessamento de paredes arteriais, entre elas, a aterosclerose. As varizes e flebites também são consideradas doenças vasculares periféricas, onde as 30 varizes são decorrentes a incompetência das válvulas venosas, permitindo que o sangue reflua para as veias permitindo que se tornem dilatadas e dolorosas. A flebite é a inflamação de uma veia, tornando-a dolorosa (WILMORE e COSTILL, 2001). BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS Alguns fatores devem ser levados em consideração na prática da atividade física para Cardiopatas, e para saber o tipo de exercício a ser realizado é importante fazer um trabalho completo de exercícios aeróbicos, alongamentos e treinamento resistido (musculação). Afinal, independentemente da atividade escolhida, a intensidade poderá ser determinada com base na realização destes testes. Um deles é o teste ergoespirométrico, pelo qual é possível avaliar de modo preciso qual a frequência cardíaca máxima e mínima para o treinamento. Principais benefícios da atividade física para cardiopatas: Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em repouso; Aumento nos níveis do bom colesterol (HDL) e diminuição de triglicerídeos; Melhora da capacidade cardiorrespiratória; Aumento na quantidade de vasos sanguíneos nos músculos ativos; Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em exercício de baixa intensidade; Diminuição da gordura corporal total e diminuição da gordura visceral (a mais nociva para o coração); Melhora dos índices de glicose no sangue (glicemia). De acordo com ACSM (2007), a prática de exercícios físicos traz inúmeros benefícios, tais como: Melhora na função cardiovascular e respiratória. Auxilia na melhora da captação máxima de oxigênio através de adaptações centrais e periféricas; 31 Ventilação-minuto reduzida para determinada intensidade submáxima absoluta; Custo em oxigênio para o miocárdio reduzido a uma determinada intensidade submáxima absoluta; FC e PA reduzidas para determinada intensidade submáxima; Densidade capilar aumentada no músculo esquelético; Limiar do exercício aumentado para o acúmulo de lactato no sangue; Limiar do exercício aumentado para o início de sinais ou sintomas de doenças (angina, depressão isquêmica do segmento ST, claudicação). Redução dos fatores de risco para doença coronariana: Pressões sistólica/diastólica em repouso reduzidas; Níveis séricos aumentado do colesterol lipoproteico de alta densidade e reduzidos dos triglicerídeos; Melhor tolerância a glicose; Adesividade e agregação plaquetárias reduzidas; Morbidez e mortalidade reduzidas. Intervenções para prevenir a ocorrência inicial: Níveis mais altos de atividades e/ou aptidão estão associados com taxas de morte mais baixas para doença coronariana; Níveis mais altos de atividades e/ou aptidão estão associados com taxas de incidência mais baixas para a combinação de doença cardiovascular, doença coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes do tipo 2, fraturas osteoporóticas, e outros; Intervenções após um evento cardíaco, para prevenir outro; A mortalidade é reduzida em pacientes no pós-infarto do miocárdio que participam de um treinamento de reabilitação cardíaca. Outros benefícios, tais como: 32 · Redução da ansiedade e depressão; · Melhora nas atividades da vida diária tanto de idosos quanto da população mais jovem; RECOMENDAÇÕES DO ACSM O ACSM (2007), recomenda o teste de esforço com estresse antes de um exercício vigorosos para os indivíduos que correm um risco moderado ou alto, incluindo homens com mais de 45 anos de idade e mulheres com mais de 55 anos de idade, os indivíduos com mais de um fator de risco para doenças coronarianas ou para doenças coronarianas conhecida. Já, o American College of Cardiology e as American Heart Association Guidelines for Exercise Testing consideram de valia um teste preventivo mesmo para pessoas assintomáticas (ACSM, 2007) Segundo as últimas diretrizes do ACSM (2007), sempre que possível, os indivíduos com algum histórico de cardiopatia devem ser encorajados a participarem de alguma ou várias atividades que promovam o condicionamento físico total, tais como a utilização de cicloergômetros, esteiras rolantes, elípticos, bem como exercícios de amplitude de movimento e treinamento de resistência. Para prescrição do exercício à pacientes cardíacos, o ACSM (2007), indica no trabalho para aptidão muscular, exercícios de resistência que inicie com pesos baixos, enfatizando todos os grupos musculares, 10 a 15 repetições por série, uma série de 8 a 10exercícios. O peso é aumentado gradualmente, na medida em que o individuo se adapta ao treinamento e o esforço percebido deve ser de 11 a 13, da escala de categoria de Borg. Os indivíduos devem fazer a contração lentamente, expirando no momento de maior esforço, evitando a manobra de Valsalva. Em caso de surgirem sintomas de alerta, o exercício deve ser encerrado. 33 Princípios biológicos para prescrição e orientação de exercícios físicos (EF) Princípio da sobrecarga, progressão e individualidade (Guedes e Guedes, 2005) Sobrecarga: Para que possam ocorrer melhorias na condição metabólica e funcional do indivíduo, o organismo deverá ser submetido a uma rotina de EF que venham a oferecer esforços físicos mais intensos do que aqueles a que ele está normalmente acostumado. Progressão: O indivíduo, ao ser exposto a determinado esforço físico, deverá apresentar uma série de adaptações orgânicas que na sequência lhe permitirá ser submetido a estímulos gradativamente mais intensos. Os esforços físicos podem ocorrer de duas formas isoladas ou por meio da combinação de ambas: aumento da quantidade e intensidade das atividades. Individualidade: Cada organismo poderá reagir aos estímulos provocados pelos EF de maneira bastante particular, ou seja, nem todos os indivíduos deverão apresentar progressão na adaptação aos esforços físicos da mesma forma e ritmo (ex. sexo, hábitos de vida, estado de saúde). Princípio da especificidade: 34 A realização de determinado EF produzirá adaptações no organismo que serão específicas para esse tipo de esforço (ex: treinamento de musculação para desenvolver força). Princípio da reversibilidade: As adaptações metabólicas e funcionais induzidas pelo EF tendem a retornar aos estados iniciais após a paralisação dos programas prescritos. De maneira geral, os exercícios físicos de média a longa duração e de baixa intensidade têm efeito mais prolongado sobre o organismo, enquanto os exercícios físicos de intensidade mais elevada e de menor duração têm efeito mais imediato. Componentes dos exercícios físicos Para que as rotinas de EF possam produzir as adaptações na direção desejada, torna-se necessário estabelecer combinação entre três componentes básicos: frequência, duração e intensidade dos esforços físicos. Frequência: A frequência de realização dos EF refere-se ao número de vezes em que o indivíduo se exercita por semana ou em casos esporádicos, por dia. Ao iniciar as rotinas de EF, o indivíduo deverá se exercitar no mínimo 3 vezes por semana, em dias não consecutivos. Duração: É caracterizada pelo tempo despendido na execução de um EF específico ou de uma sessão de EF. A duração da execução de um EF específico atua sobre o organismo sem interrupções. Já a duração de uma sessão de EF equivale ao tempo total em que o indivíduo se envolve com uma série de esforços físicos programados, incluindo as pausas entre os exercícios. Uma sessão de EF, independentemente de sua duração, deverá apresentar três momentos: parte inicial, a principal e a final. 35 Parte inicial: preparatória ou aquecimento, tem o objetivo de preparar o organismo física e psicologicamente para os esforços mais intensos, de modo a evitar súbitas alterações fisiológicas e evitar possíveis lesões. São exercícios moderados como caminhada, trote ou ciclismo, visando oferecer maior ativação metabólica. Os exercícios de flexibilidade também podem ser trabalhados na parte inicial de uma sessão de exercícios, procurando preparar os músculos e tendões para os movimentos. Parte principal: tem com objetivo elevar a solicitação metabólica e funcional que, por sua vez, deverão incrementar significativamente a demanda energética. Na parte principal, o objetivo da aula (sessão) deverá ser priorizado, ou seja, se objetivo da aula for desenvolver força, os exercícios de força deverão ser específicos para o desenvolvimento da força. Parte final: conhecido como resfriamento, visa dar oportunidade para um retorno gradativo do organismo a níveis próximos ao repouso. As atividades deverão ser leves, de relaxamento, que tenham como objetivo diminuir a intensidade dos esforços físicos realizados na parte principal. As atividades de flexibilidade envolvendo alongamento dos principais grupos musculares trabalhados podem ser adicionadas na parte final da sessão exercícios físicos. Intensidade: É a relação entre o esforço físico requerido para sua realização e o esforço físico máximo que o indivíduo tem condições de suportar. Se a duração e a frequência dos EF são caracterizadas como fatores absolutos, e, portanto, podem ser semelhantes entre indivíduos, a intensidade dos esforços físicos, por sua vez, está relacionada às condições individuais de cada um. O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2000) recomenda que a intensidade do exercício seja prescrita como 60 a 90% da FCmáx ou 50 a 85 % do VO2máx ou reserva da FC. Contudo indivíduos com um nível de aptidão 36 inicial muito baixo respondem à intensidade de exercício baixa, por exemplo, 40 a 50 % do VO2máx. A melhor maneira de se medir a FCmáx é durante um teste de esforço graduado, sempre que possível. Dados dos testes de esforços mostram que existem várias abordagens para determinar a variação da FC em exercício com propósitos de prescrição. • Usando uma porcentagem da FCmáx. • Usando o método de reserva da FC. • Utilizando a escala de sensação subjetiva de esforço Nesse sentido, pela praticidade, a prescrição da intensidade do exercício físico muitas vezes é realizada com base em proporções de frequência cardíaca máxima (FCmáx) de esforço. Como regra geral, após os 20-25 anos admite-se que ocorre a diminuição de um batimento cardíaco por minuto a cada ano. Uma estimativa da FCmáx de esforço pode ser feita mediante subtração da idade atual do valor 220. Então um indivíduo com 40 anos e com FC de repouso de 70 batimentos/minuto, os limites da FC preconizada para esforços físicos a intensidades entre 40% e 65% deverá se apresentar dentro de um limite de 114 e 142 batimentos/minuto. Ou seja, os exercícios físicos não deverão apresentar intensidade que possa elevar a FC acima de 114 batimentos/ minuto, e não exceder a 142 batimentos/minuto. O limite superior e inferior de FC preconizado para os esforços físicos é conhecido como zona alvo. É importante também a avaliação da percepção subjetiva do esforço (PSE) pois os dados delineados descrevem melhor a relação entre FC, Vo2 e PSE e os resultados em uma intensidade de exercício mais apropriada para pessoas com aptidão limitada. Escalas de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) As escalas de percepção subjetiva de esforço (PSE) devem ser consideradas como complemento à monitorização da FC, à medida que a PSE determinada durante um teste de esforço graduado pode não traduzir 37 diretamente a mesma intensidade durante uma sessão de exercício. As escalas de PSE têm se revelado uma ajuda valiosa na prescrição de exercício para indivíduos que têm dificuldade com a palpação da FC e em casos em que a resposta da FC a exercícios possa ter sido alterada por uma mudança da medicação. A variação da PSE associada à adaptação fisiológica ao exercício é de 12 a 16. A avalição da intensidade do esforço poderá ser realizada por meio da sensação subjetiva de esforço utilizando a Escala de Borg, com pontuações de 6 a 20. A intensidade do EF pode ser medida também por meio do V02 e limiar de lactato como forma de prescrição, mas para este momento não vamos utilizar, pois optamos por métodos mais acessíveis. A medida de Vo2 máx e limiar de lactato normalmente é realizada em laboratório ou clínicas e seu custo é relativamente alto,tornando inviável para prescrição em academias, clubes entre outros. O ACSM (2000) destaca alguns estágios do programa de EF recomendados para populações especiais, que podem ajudar na tomada de decisões em cada etapa. Taxa de progressão A taxa de progressão recomendada em um programa de condicionamento depende da capacidade funcional, estado de saúde, idade, preferências e objetivos das atividades individuais. Para adultos aparentemente saudáveis, o componente resistência da prescrição de exercício tem três estágios de progressão: inicial, melhora e manutenção. Estágio de condicionamento inicial O estágio inicial deve incluir exercícios de resistência muscular e atividades aeróbias de nível baixo (40 a 60% da FC de reserva ou vo2máx), exercícios compatíveis com sensibilidade muscular mínima para evitar desconfortos e lesões, contribuindo para uma melhor adesão ao programa. Esse 38 estágio geralmente se estende por 4 a 6 semanas, mas a duração depende da adaptação do indivíduo ao programa de exercício. A duração da sessão de exercício no estágio inicial deve começar com aproximadamente 12 a 15 minutos e progredir para 20 minutos. Recomenda-se que indivíduos que estão começando um programa de condicionamento físico se exercitem pelo menos três vezes na semana em dias alternados. Estágio de melhora O estágio de melhora difere do estagio inicial pelo fato de o participante progredir a uma frequência mais rápida. Esse estágio dura tipicamente 4 a 5 meses, durante os quais a intensidade é progressivamente aumentada na metade superior da variação limite de 50 a 85% do vo2máx. A duração é aumentada a cada 2 a 3 semanas até que o participante seja capaz de se exercitar por 20 a 30 minutos continuamente. Aos indivíduos sem condicionamento físico e idosos deve-se dar mais tempo para a adaptação a cada estágio. Estágio de manutenção O estágio de manutenção do programa de exercício geralmente começa depois dos seis primeiros meses de treinamento. Nesse estágio, o participante não estará mais interessado em aumento adicional do estímulo de condicionamento. O aumento adicional será mínimo, mas a continuação do mesmo exercício rotineiro permite que o indivíduo mantenha seus níveis de aptidão. Nesse ponto os objetivos do programa devem ser revisados e novos objetivos estabelecidos. Para manter a aptidão, um programa específico de exercício deve ser planejado e ter o mesmo dispêndio de energia do programa de condicionamento e satisfazer às necessidades e interesses do participante por um período prolongado. É importante incluir exercícios que o indivíduo considere agradável. 39 Fatores a considerar antes de determinar a intensidade do exercício Vários fatores importantes devem ser considerados antes de determinar o nível de intensidade do exercício: • Nível individual de aptidão; • Presença de medicamentos que podem influenciar a FC (ex: β- bloqueadores que irão reduzir a FC em repouso e sua resposta ao exercício); • Risco de lesão ortopédica ou cardiovascular; • Preferências individuais para o exercício; • Objetivos do programa individual. É necessário realizar uma anamnese clínica e perfil de fatores de risco para doenças crônico-degenerativas com s pessoas com idade acima de 40 anos. A seguir, algumas dicas para uma avaliação antes de iniciar um programa de exercícios físicos para populações especiais. Podem ser utilizados os testes que vocês aprenderam no módulo anterior na disciplina “Medidas e avaliação em atividade física” • Parâmetros funcionais como frequência cardíaca e pressão arterial em repouso e no esforço se forem o caso. • Medidas antropométricas (massa corporal; altura; circunferências; espessuras das dobras cutâneas) • Avaliação Postural (Simetria cabeça, tronco, pernas e pés) • Resistência/força muscular • Teste de carga submáxima • Teste de abdominal • Flexão e extensão dos braços no solo • Teste de abdominais – tradicional • Flexibilidade • Resistência cardiorrespiratória através do: Consumo máximo de oxigênio (vo2máx) por meio dos métodos laboratoriais ou de campo. 40 Prescrição voltada para exercícios intervalados Primeiramente vamos descrever o que são os exercícios intervalados. Esses exercícios apresentam características de duração (geralmente com intervalos entre uma ação e outra) e intensidade (média a alta) possuem maior participação do metabolismo anaeróbio do que o aeróbio. Treinamento com pesos (TP) O TP oferece benefícios consideráveis em todas as faixas etárias. Para idosos, o TP pode capacitá-los a realizar as atividades da vida diária com maior facilidade e contrapor-se à sarcopenia e osteopenia (diminuição da massa muscular e massa óssea) e também à fragilidade (Gobbi, 2005). Vale destacar que a capacidade cardiorrespiratória e a individualização da prescrição do TP são essenciais e devem basear-se no estado de saúde, aptidão e objetivos do participante. A implementação de um programa de TP em adultos idosos deve seguir uma abordagem gradual e progressiva. Essa abordagem pode minimizar o risco de lesões por esforço, tornar a atividade mais agradável e aumentar a aderência do idoso. Em adição, permite o reforço positivo a cada passo bem sucedido em direção às metas determinadas. Além disso, a implementação gradual do programa de treinamento possibilita identificar e solucionar possíveis falhas na elaboração, como a não adequação do idoso a algum equipamento/exercício específico. Devido à grande prevalência de inúmeras co-morbidades associadas ou não ao processo de envelhecimento, como hipertensão, artrite, alterações posturais e outras condições debilitantes que podem limitar a função física, tem sido recomendada cautela na taxa de progressão do programa TP. O controle da taxa de progressão pode minimizar possíveis eventos adversos relacionados a sua prática. Embora existam evidências que apontem para a não diferença entre adultos jovens e idosos quanto à progressão da intensidade/volume do treinamento, é de vital importância observar e avaliar as respostas adaptativas apresentadas por cada indivíduo, bem como o estado de saúde do idoso. Nesse 41 sentido, atenção cuidadosa deve ser ofertada para relação estímulo de treinamento/recuperação. Um dos principais problemas verificados na fase inicial da implementação de um programa de TP em idosos é o aprendizado do padrão e velocidade de movimento dos exercícios. Uma adequada familiarização em cada um dos exercícios permite o aumento da autoconfiança do idoso e, consequentemente, da taxa de progressão do TP e seus benefícios (COELHO et al.,2013). Criar um vínculo de amizade e confiança com o idoso também auxilia na implementação do programa de TP. A realização de confraternizações dentro e fora da sala de musculação é um poderoso incentivo para o aumento do prazer em realizar a prática do TP e para aderência. Prescrição Treinamento com pesos por meio de Zona de Repetições Máximas (COELHO et al., 2013). O teste zona de repetições máximas é definido como a maior carga que um indivíduo consegue movimentar dentro de um número de repetições pré- estabelecido (10-12 repetições máximas) (Kramer e Ratamess (2004). Dentre as diferentes formas para determinação da intensidade relativa do TP, o método de zona de repetições máximas apresenta importantes vantagens: a) não depende das avaliações iniciais da força muscular máxima (1-RM) e b) permite o reajuste da carga sem que haja interrupção do treinamento para realização de novas avaliações. O aluno deverá realizar o teste de força submáxima para cada grupamento muscular, mas, se ele não tiver experiência em TP, é interessante a familiarização nos equipamentos antes de realizar o teste. Avaliações da força muscularsão mais frequentes nas fases iniciais do programa, pela rápida adaptação do sistema neuromuscular nos primeiros seis meses de treinamento, podendo tornarem-se mais espaçadas no decorrer do programa. Seleção dos Exercícios e prescrição 42 A escolha de cada exercício deve levar em consideração as informações levantadas nas avaliações e o nível de habilidade/ experiência do participante. O emprego de exercícios monoarticulares, especialmente os realizados em máquinas, pode ser uma estratégia interessante para idosos sem experiência prévia em TP. Esses exercícios apresentam menor demanda de habilidade motora e risco de lesão, facilitando o aprendizado e promovendo aumentos na força muscular (ACSM, 2009; KRAEMER e RATAMESS, 2004). Os exercícios multiarticulares envolvem maior quantidade de massa muscular e exigem maior complexidade do controle neural da ativação muscular, possibilitando a realização do exercício com maior quantidade de peso. Exercícios multiarticulares podem promover maiores aumentos na força muscular em comparação aos monoarticulares, sendo uma opção de progressão de treinamento (ACSM, 2009; KRAEMER & RATAMESS, 2004). Ao selecionar um exercício multiarticular realizado com peso livre, atenção especial deve ser dada à técnica do movimento durante todas as séries. Nesse sentido a prescrição poderá ser da seguinte forma: • 8-10 exercícios alternados por segmentos corporais. • Uma série de 10 repetições com 50% da carga pré-determinada é realizada como aquecimento prévio. • Três séries são realizadas em cada exercício, com a carga ajustada para que a fadiga ocorra na última série. • Intervalo de recuperação (IR) entre 90- 180 segundos. Vale destacar que a utilização de maiores IR entre séries pode aumentar a sustentabilidade do número de repetições realizadas nas séries subsequentes e, por consequência, promover um maior volume total da sessão de treinamento (JAMBASSI-FILHO et al., 2010). Maiores IR podem ser empregados para atenuar as respostas da pressão arterial sistólica em comparação aos menores IR (CASTINHEIRAS- NETO et al., 2010) • Para manter o número de repetições dentro da zona pré- estabelecida, a carga é ajustada semanalmente, ou seja, se o aluno estiver conseguindo realizar mais que 12 repetições com facilidade, a carga deverá ser ajustada. • Os participantes são instruídos a executarem cada repetição em aproximadamente 1 segundo na fase concêntrica e em aproximadamente 2 segundos na fase excêntrica. Em pessoas sem experiência prévia em TP, o 43 emprego de velocidades lentas a moderadas são suficientes para melhorar significativamente a força e potência muscular máxima (ACSM, 2009). Segundo o ACSM (2009), programas de TP realizados com alta velocidade de movimento promovem ganhos de potência muscular. A realização de exercícios com altas velocidades de movimentos pode ser adotada após o aluno apresentar boa qualidade na execução dos movimentos para cada um dos exercícios selecionados. Adicionalmente, se esses exercícios forem realizados em valsalva, podem dificultar o retorno venoso e reduzir o fluxo sanguíneo ao coração e cérebro. Portanto, é necessário evitar esforço máximo e orientar sempre a respiração durante a realização dos exercícios. Hidroginástica (Gudes e Guedes, 2005) A hidroginástica é um excelente exercício para as pessoas com problemas articulares, e também com obesidade, pois os exercícios na água não sobrecarregam as articulações. Exercícios físicos que normalmente não alcançam limites de intensidade aeróbia na terra como a caminhada, podem resultar em estímulos de esforços adequado na água, por causa do aumento da resistência que esta oferece aos movimentos corporais. Em termos fisiológicos, o sistema circulatório é afetado quando o corpo está em água porque a pressão hidrostática excede a pressão venosa e tende aumentar um retorno venoso ao coração. O volume final diastólico aumenta e o volume ejetado médio mostra um aumento de até 35% com a imersão ao nível do pescoço. Esse efeito tem sido benéfico para pacientes com infarto e miopatia (McMurray, et al., 1988). A água também aumenta o trabalho da respiração e, em relação ao sistema musculoesquelético, reduz a necessidade de vasoconstrição periférica e pode melhorar o fluxo sanguíneo muscular e a remoção de detritos metabólicos. A água ainda pode servir como um método útil de transferência de calor ao corpo imerso. Existem algumas contraindicações para determinados casos específicos, por exemplo colocar pacientes com insuficiência cárdica na água poderia 44 aumentar o estresse no sistema circulatório central e colocar em risco o aluno. Quanto à intensidade de esforço, existem alguns aspectos negativos a ser considerados, por exemplo, as rotinas de exercícios físicos direcionados ao controle do peso corporal relacionamse à limitada disponibilidade de movimentos compatíveis com o meio líquido e a dificuldade de manter intensidade adequada de esforços físicos em atividades de grupo (Moschetti et al., 1994). No entanto existem atualmente alguns métodos de hidroginástica que permitem trabalhar com diferentes intensidades de exercícios. Prescrição para exercícios contínuos (caminhada e corrida) Os exercícios contínuos são também conhecidos como atividades aeróbias. Essas atividades incluem esforços físicos que envolvem a utilização de grandes grupos musculares e que possam ativar todo o sistema orgânico de oxigenação, com esforços de média a longa duração e de caráter dinâmico, em ritmo constante e de intensidade moderada. De maneira geral, a eficiência dos exercícios aeróbios está diretamente relacionada à demanda energética total induzida pelo trabalho muscular, associada à adequada combinação de frequência, intensidade e duração dos esforços físicos. Nesta unidade vamos exemplificar prescrições voltadas para caminhada, corrida e natação voltadas para populações especiais por meio de modelos matemáticos. Caminhada A caminhada é a atividade mais comum utilizada nas rotinas de exercícios físicos. Andar é muito recomendado porque é a base da locomoção e está envolvido em muitas atividades da vida diária. A estimativa da energia consumida durante a caminhada deverá ser desenvolvida em razão da velocidade empregada, da distância percorrida e do peso corporal do indivíduo. A uma velocidade entre 50 e 100 metros/minuto, ou, 45 3 a 6 Km/ hora, deverá ocorrer demanda energética por volta de 0,6 quilos/ calorias (Kcal) a cada Km percorrido por Kg de peso corporal (Cooper, 1968). Um indivíduo sedentário é aquele que tem um estilo de vida com um mínimo de atividade física, equivalente a um gasto energético (trabalho + lazer + atividades domésticas + locomoção) inferior a 500 kcal por semana. Podemos considerar que a caminhada é uma atividade que proporciona um bom gasto energético (408 kcal) em 8 km. Corrida (Guedes e Guedes. 2005) A corrida é outra modalidade de exercício físico comumente utilizada em programas de treinamento. A princípio, em velocidades mais baixas, a demanda energética envolvida na caminhada é menor que com a corrida, entretanto, próximo a 8km/hora, a demanda energética da corrida e da caminhada deverá ser muito semelhante. Nesse caso, é indiferente prescrever uma ou outra modalidade de exercício físico. A partir desse raciocínio, não se poderá utilizar o mesmo modelo matemático para estimativa do gasto energético da corrida e da caminhada, mesmo a uma velocidade similar, sendo modificado o modelo matemático para a velocidade da corrida empregada. Nesse sentido, admitindo que o equivalente energético para correr um metro/minuto, em plano horizontal, é de 3,5 ml de oxigênio, ao multiplicar a velocidade de corrida, em metros/minuto, por 0,2 , e adicionando o valor de repouso,obter-se-á o custo de oxigênio da corrida expresso em relação ao peso corporal do indivíduo. O oxigênio consumido, expresso em litros, corresponde a 5kcal de energia. Assim, ao corrigir o custo de oxigênio pelo peso corporal e pelo tempo de duração da corrida, ajustando-se as unidades de medida, ter-se-á a demanda energética total da atividade. Então, se o indivíduo em questão apresentar peso corporal de 90 kg, seu custo de oxigênio, ao percorrer 6km em 42 min, seria de quanto, aproximadamente? E a demanda energética total seria quanto? 46 3,2 ml/kg/min x 90 kg = 2889 ml/min 2889 ml/min : 1000 ml = 2,889 l/min 2,889 l/min x 42 min = 121, 338 l 121, 338 l x 5 kcal = 606,69 kcal O custo de oxigênio do individuo com 90 kg, ao percorrer 6km em 42 min, seria de aproximadamente 121 litros, e a demanda energética total seria de 607 kcal. Muitas vezes, com a intenção de alcançar o gasto energético mais elevado a fim de melhorar a condição física do aluno, é muito comum aumentar a velocidade da corrida mantendo o tempo constante. No entanto, se observarmos o modelo matemático, ao atribuirmos um incremento de 10%, a distância total de 6,6 km deverá ser percorrida, na primeira situação, nos mesmos 42 min, contudo a uma velocidade de 157 m/min; e na segunda situação, em 46,15 min, tendo em vista a velocidade continuar a mesma em relação ao tempo de corrida. Verifica-se que a diferença na demanda energética não é maior que 6kcal a favor do esforço físico realizado com velocidade de corrida mais elevada. Diante disso, seria interessante elevar o tempo de corrida mantendo a velocidade constante. Equivalente de Gasto energético De acordo com Nahas (2001), é considerada sedentária a pessoa com estilo de vida com um mínimo de atividade física, equivalente a um gasto energético inferior a 500 kcal por semana. Para ser considerada moderadamente ativa, é necessário realizar atividade física que acumule um gasto semanal de pelo menos 1000 kcal, o que corresponde a caminhar em passos rápidos por 30 minutos, cinco vezes por semana. Para deixar de fazer parte do grupo dos sedentários, o indivíduo precisa gastar no mínimo 2.200 calorias por semana em atividades físicas. Menos que isso, pode acarretar consequências negativas à nossa saúde. 47 Prescrição de atividades em grupos (idosos) (COELHO et al.,2013). Quando falamos em atividades para terceira idade, podemos nos basear nas capacidades funcionais (flexibilidade, força muscular, resistência aeróbia, coordenação, equilíbrio e agilidade). Nesse sentido, a capacidade funcional pode ser definida como a capacidade de um indivíduo de realizar as atividades diárias ou mesmo atividades inesperadas, de forma segura e eficiente (ONEESS et al., 1990). Ou seja, a qualidade de vida dos idosos está associada à manutenção da capacidade funcional e da sua autonomia. A modalidade de atividade física generalizada deve ser realizada três vezes por semana, em sessões com duração aproximada de 50 minutos. As sessões devem ser compostas por uma parte inicial (aquecimento), parte principal e parte final (volta à calma). Com relação à escolha dos exercícios que serão inseridos na sessão, é necessário cuidado para que contemplem variados componentes de capacidade funcional (CF). A partir do planejamento dos componentes de CF que serão trabalhados em cada sessão, é necessária a escolha das atividades, que devem ser específicas para o seu desenvolvimento. Sendo assim, as atividades planejadas para desenvolvimento dos componentes de CF, em cada sessão, serão elaboradas como parte principal da aula. A partir desse ponto, são definidos o volume e intensidade com que cada atividade deve ser desenvolvida, ao longo da sessão. A elaboração dos exercícios para atividade física generalizada é baseada na avalição funcional realizada por meio da bateria de testes motores para idosos American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAPHERD) (Oneess et al., 1990). De acordo com os resultados obtidos em tal avaliação, as sessões são elaboradas visando desenvolver com maior ênfase um ou outro componente da CF, não excluindo os demais. Por exemplo, se a maioria dos idosos teve um comportamento ruim no teste de força, cerca de duas vezes por semana serão realizados exercícios para fortalecimento de membro superior, seguindo o 48 princípio da sobrecarga para aumentar o estímulo nos participantes. Além disso, serão realizados exercícios que envolvam outros componentes de CF. REFERÊNCIAS ACSM´s GUIDELINE FOR EXERCISE TESTING AND PRESCRIPTION. SEVENTH EDITION.LIPPINCOTT WILLIAMS & WILKINS, 2006. ALMEIDA, N. F. A. e ALVES, M. V. P. Exercícios Físicos para Gestantes. Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, ano 14, n.131, abr, 2009. http://www.efdeportes.com/efd131/exercicios- fisicos-para-gestantes.htm American College of Sports Medicine (ACSM). ARTAL R., M.D; CLAPP J. F. III, M.D; VIGIL, D. V; M.D; FACSM. Gravidez: Exercícios durante a gravidez, 2000. Cooperativa do Fitness. American College of Sports Medicine (ACSM). Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 8ª Ed. 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